ANÁLISE DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DO SETOR VETERINÁRIO DA COTRIBÁ Rozali Araújo dos Santos Mestre em Administração, Professora do Curso de Administração (UNICRUZ) Maicon Roesler Graduado em Administração (UNICRUZ) Geisiane Kralike de Moraes Graduanda em Administração (UNICRUZ) Resumo O objetivo geral deste estudo foi identificar quais os fatores que interferem na satisfação dos clientes do setor veterinário da Cotribá, para que, através do mesmo, possíveis mudanças possam ser efetuadas, se necessárias, para que os clientes e associados encontrem-se cada vez mais satisfeitos com os serviços oferecidos pelo setor veterinário. A pesquisa teve como campo de estudo os clientes e associados da cooperativa Cotribá, situada na cidade de Ibirubá, na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A população do estudo foi os clientes e associados da Cotribá, sendo a amostra da pesquisa composta por 210 elementos. O estudo tem caráter quantitativo e os dados da pesquisa foram coletados por meio de um único questionário composto por duas partes. Foi utilizado para esse fim o questionário a partir do modelo validado de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2002), chamada de SERVQUAL.. Para o processamento e análise dos dados foi utilizado o software “Statistical Package for the Social Sciences – SPSS 20.0” a fim de realizar os testes estatísticos descritivos, indicador de consistência interna Alpha de Cronbach, Análise Fatorial e Coeficiente de correlação de Pearson. Os resultados revelaram que os clientes e associados tem uma expectativa maior quanto a alguns itens em especial entre estes a empatia, confiança e os aspectos tangíveis são os mais destacados no estudo. Palavras – chaves: Satisfação. Serviços. Cooperativa Cotribá. Abstract The aim of this study was to identify the factors that affect customer satisfaction in the veterinary sector Cotribá, so that through it, possible changes can be made, if necessary, so that customers and associates find themselves increasingly satisfied with the services offered by the veterinary sector. The field research was to study customers and members of the cooperative Cotribá, located in the city of Ibirubá in the northwest of the state of Rio Grande do Sul The study population was clients and associates Cotribá, the sample consisted of research for 210 elements. The study is quantitative character and survey data were collected via a single questionnaire consists of two parts. Was used for this purpose from the questionnaire validated model of Parasuraman, Zeithaml and Berry (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2002), called SERVQUAL .. For the processing and analysis of data we used the "Statistical Package for the Social Sciences - SPSS 20.0 "in order to perform descriptive statistical tests, an indicator of internal consistency Cronbach's alpha, factor analysis and Pearson's correlation coefficient. The results revealed that customers and associates have a higher expectation on some items in particular between these empathy, trust and tangible aspects are the most prominent in the study. Key - Words: Satisfaction. Services. Cooperativa Cotribá. INTRODUÇÃO No século XX a responsabilidade das empresas se resumia na obtenção dos lucros, otimização de recursos e aumento do retorno de capital aos acionistas. Já no século XXI, está evidente a preocupação das empresas com a satisfação de seus clientes, satisfação essa que para muitas empresas se traduz como qualidade total através de melhorias continuas em seus produtos e serviços (MEARS, 1993 apud COLTRO, 1996), onde a satisfação do cliente aparece mais importante do que a segregação da riqueza, e tal fato não é diferente dentre das cooperativas do ramo agropecuário, que há muitos anos vem alavancando os negócios no Brasil, ou seja, no século XXI as empresas estão buscando diferenciais que as destaque no mercado competitivo, fazendo com que seus clientes voltem a buscar seus serviços, para isso cada vez mais as empresas estão preocupadas com a satisfação dos seus clientes, para isso se faz necessário que as empresas antecipem-se as necessidades dos clientes, desta maneira será possível, conquistar o cliente sobrepondo-se aos concorrentes Novaes, (2005 apud, PRASS; SANT’ANNA; GODOY, 2010). Entre estas empresas podem-se destacar as cooperativas que cada vez mais veem se sobressaindo pela sua ótica sócio-econômica-cultural, e também por existirem várias cooperativas de diversos segmentos, entre elas estão: Cooperativas de Saúde, Cooperativas Educacionais, Cooperativas Agropecuárias, Cooperativas de Consumo, Cooperativas Habitacionais, Cooperativas de Crédito, Cooperativas de Trabalho, Cooperativas Ecológicas e Cooperativas de Mineração. De modo mais especifico as cooperativas agropecuárias se destacam por cuidarem de toda a cadeia do produto desde sua saída da propriedade do cliente ate a sua industrialização, sendo ainda responsáveis pelo transporte, armazenamento e distribuição (ALVES; 2002). Pois no Brasil as cooperativas Agropecuárias, são responsáveis por mais 60% do produto interno bruto (PIB), isso se deve a grande área de atuação destas cooperativas que contribuem para o desenvolvimento social e econômico da região onde estão localizadas (ALVES; 2002). As cooperativas são formadas por basicamente sócios e alguns clientes que buscam soluções para seus problemas, mas de fato todos estes clientes e associados precisam estar satisfeitos com o serviço ou produto oferecido pela cooperativa, e medir este grau de satisfação necessita de muito trabalho e de uma definição clara de qual área que precisa ser melhorada. Diante do exposto, a satisfação dos clientes é um tema importante para as empresas de uma maneira geral, assim como para as cooperativas do Rio Grande do Sul, sendo assim, a questão norteadora desta pesquisa consistiu em identificar quais os fatores que interferem na satisfação dos clientes no setor veterinário da Cotribá. Para tanto o trabalho esta divido em tópicos, trazendo como primeira parte a introdução que abarca o tema e o problema e os objetivos, no segundo tópico é apresentado o referencial teórico que serve como base para o estudo, no terceiro é exposta a metodologia da pesquisa, no quarto, é realizada a identificação dos fatores de satisfação em relação ao serviço e qualidade, e por fim no são apresentadas as considerações finais. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 QUALIDADE A qualidade do serviço prestado por empresas pode se tornar um diferencial para o cliente, para que isso se torne um diferencial, é necessário conhecer o cliente, segundo os autores Albrecht e Bradford (1992) existem duas formas muito úteis de conhecer o cliente, a primeira delas seria conhecê-los de forma geral, destacando o que os motiva a comprar e os seus padrões de compra, a segunda delas seria buscar conhecer os clientes através do relacionamento individual ou próximo com os funcionários, no momento em que os mesmos estão sendo atendidos. O cliente realmente é alguém que se dirige a uma empresa para comprar um produto ou serviço, contudo espera receber em troca um serviço ou produto de qualidade em troca do preço que esta pagando. Empresas que buscam qualidade devem estar buscando-a em todos os segmentos. Para Kotler (1998, p. 65) “qualidade é a totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que proporcionam a satisfação de necessidades declaradas e implícitas” o autor procura demonstrar que qualidade esta relacionada desde o inicio do processo de produção ou da prestação de um serviço, para que esta qualidade seja um destaque dentro da empresa é necessário que nenhum processo falhe. Seguindo o pensamento de Kotler, para que uma empresa obtenha qualidade é necessário que todos os envolvidos busquem a qualidade total para que assim gere-se valor e satisfação ao consumidor, o vendedor só estará entregando qualidade ao consumidor quando o mesmo entregar um produto ou serviço que atende ou surpreende as expectativas do cliente. Já para os autores Slack, Chambers e Johnston (2009 p. 40) “qualidade é a conformidade, coerente com as expectativas do consumidor”, em outras palavras significa fazer as coisas certas. Quanto menos erros forem produzidos menores serão os custos, porque quando se faz necessário efetuar correções no processo o custo aumenta e o desgaste é maior, uma vez que o cliente não seja totalmente satisfeito com um serviço de qualidade imediatamente o mesmo buscará a concorrência. Segundo Deming (1998 apud JUNIOR; LIRA; GONÇALVES, 2004 p.2) qualidade é "um grau previsível de uniformidade e dependência, a baixo custo, adequada ao mercado", ou seja, qualidade é qualquer coisa que o cliente necessita ou deseja e satisfaz a sua necessidade, qualidade de serviços muitas vezes é confundida com qualidade total, de maneira que a qualidade de serviço depende muito mais de fatores e métodos próprios que apenas aquela pessoa que esta prestando o serviço pode oferecer o mesmo tendo alguns diferenciais para que esta qualidade seja visualizada pelo cliente que o procura para suprir alguma unidade. De acordo com Grönroos (1984; apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p. 15), “a maior ênfase está sobre a dimensão funcional, afirmando que o consumidor não está interessado somente no que recebe, à semelhança de um processo de produção, mas no processo propriamente dito. A qualidade percebida é o resultante da diferença entre a expectativa do cliente e o seu julgamento sobre o desempenho do serviço, em relação a uma série de características, algumas técnicas e outras funcionais”. Na mesma linha de pensamento Grifo (1994; apud GREGHI; HERADÃO; VENDRAME; VENDRAME, 2011 p. 5) “a qualidade na prestação de serviço é que determinará se a empresa tornara o cliente fiel ou não aos seus serviços. Isso significa que a qualidade na prestação dos serviços é um dos fatores determinantes para o sucesso ou fracasso de uma empresa”. Pode-se chegar à qualidade de um serviço oferecido a partir de alguns atributos, uma vez que o cliente busca um serviço confiável e satisfatório, pois satisfazer as necessidades de um cliente é muito mais que apenas oferecer um produto ou serviço, pois é o cliente quem busca a empresa quando quer satisfazer suas necessidades, neste momento a empresa precisa estar atenta ao que o cliente esta buscando, qual de fato é o problema que ele quer resolver ou para que ele se dirigiu até a empresa. Se estiver buscando um serviço e o mesmo for oferecido de maneira satisfatória o cliente pagará por ele, e voltará a buscar os serviços junto à empresa (LOVELOCK E WRIGHT, 2001 apud GREGHI; HERADÃO; VENDRAME; VENDRAME, 2011). Assim os atributos que podem fazer a diferença são a confiança que o cliente adquire pela empresa, a sua segurança ao procurar o serviço oferecido, a recepção do cliente dentro da empresa. Dentro deste ultimo atributo, os funcionários tem o maior destaque, pois são eles que realizam o primeiro contato com o cliente e, portanto possuem grande influencia na hora de oferecer o serviço correto ao cliente, ou seja, aquilo que de fato o cliente busca e esta disposto a pagar (LAS CASAS, 1997, grifo nosso). Grönroos, (1984 apud SALOMI; MIGUEL, 2004), vai além, salientando que o cliente percebe a qualidade do serviço avaliando aspectos que estão relacionados com a empresa, com seu quadro de funcionários e de técnicos. A qualidade técnica tem relação direta com a aquisição de um serviço, já a qualidade funcional está relacionada com a maneira que este serviço foi realizado dependendo de um contato entre cliente e funcionário. Coadunando-se com Las casas (1997), que aborda que o alcance a qualidade total leva em consideração não apenas os clientes externos, mas todas as pessoas que agem internamente dentro da empresa, ou seja, funcionários e administradores, porque diretamente ou indiretamente estão oferecendo seus serviços com finalidade de satisfazer as necessidades de todos que interagem dentro e fora da empresa. Para Spiller (2006; apud, PRASS; SANT’ANNA; GODOY, 2010) qualidade de um serviço, é percebido não apenas no conjunto que o complementa, mas são os detalhes deste serviço que fazem a diferença na relação de clientes e empresa, os quais na maioria das vezes não são claramente visualizados pelo consumidor, ou não estão sendo demonstrados da maneira correta ao cliente, porem de nada adianta oferecer um serviço de qualidade se não destacarmos o diferencial deste serviço. Percebe-se, todavia, que qualidade pode ter várias definições, cada autor define da sua maneira, entretanto todos defendem e destacam que o cliente é quem define a qualidade de um produto, bem ou serviço, satisfazer suas necessidades é a obrigação da empresa, é ela quem deve estar um passo a frente das necessidades dos seus clientes. Quando a qualidade se refere aos serviços oferecidos, ela é avaliada à longo prazo pelos clientes e leva em consideração a entrega do serviço ou o pós venda que a empresa oferece para o cliente, ou seja, após utilizar o serviço da empresa o cliente deve estar satisfeito, mas todos têm um aspecto em comum que tem o maior destaque na hora de definir o termo qualidade Novaes, (2005 apud PRASS; SANT’ANNA; GODOY; 2010). 2.2 SATISFAÇÃO DOS CLIENTES Para Kotler (1998 p.53) “satisfação é o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação as expectativas da pessoa”, muitas empresas buscam a alta satisfação por que clientes apenas satisfeitos estarão dispostos a mudar quando surgir uma melhor oferta. A satisfação do cliente leva em consideração aquele sentimento de prazer ou ainda de desapontamento comparado com o desempenho esperado do produto em relação à expectativa da sua pessoa. Segundo (JURAN, 1992; apud JUNIOR, LIRA, GONÇALVES, 2004, p.3) “Satisfação do cliente é um resultado alcançado quando as características do produto correspondem às necessidades do cliente”. Cliente satisfeito é aquele onde todas as suas expectativas quanto a determinado produto foram alcançadas, isso só e alcançado quando uma empresa oferece um serviço diferenciado para seus clientes. No entanto a satisfação dos clientes é determinada por diversos fatores intangíveis, o que torna medir a qualidade dos serviços um desafio, ao contrario de um produto com características físicas, que podem ser medidas e são totalmente mensuradas, a qualidade no serviço contêm características psicológicas, como o próprio ambiente no qual o serviço esta sendo oferecido ou realizado, que muitas vezes pode ser um fator determinante para o negocio (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2000, apud NETO; SAUER; BORGES; BELIZÁRIO, 2006). Seguindo a mesma linha de Juran, Paladini, (1997; apud JUNIOR, LIRA, GONÇALVES, 2004, p 4) coloca que: “Satisfação do consumidor, pode ser encarada pela empresa, como um processo de contínua melhoria de processo, visando ao constante aperfeiçoamento do produto. Satisfazer o consumidor é uma ação que concorre para o alcance do objetivo básico da empresa.” No momento em que a empresa trabalha com grandes níveis de qualidade dentro do seu processo como um todo o serviço oferecido para os clientes terá um destaque extra e essa qualidade é percebida quando o cliente esta satisfeito com o seu produto. Para Lovelock e Wright (2001, p. 117) “alta satisfação é como uma apólice de seguro contra algo que pode dar errado, o que fatalmente ocorrera devido a variabilidade associada a produção dos serviços”. Os clientes que estão plenamente satisfeitos dificilmente buscarão a concorrência e por esta satisfação total dos clientes pelos serviços é que as empresas estão se destacando e retendo cada vez mais clientes para obtenção de maior lucro. A satisfação dos clientes com a qualidade dos serviços oferecidos determina a continuidade do consumo, justifica os gastos com a melhoria do processo e propaganda, além de torná-los um canal de exposição positiva da imagem da organização em seu ambiente de relacionamentos (BENNETT & BARKENSJO, 2005, apud LOPES; ZANELLA; LIMA, 2006). Perceber o que o cliente realmente esta buscando quando o mesmo se dirige a empresa, é um grande desafio para os gerentes que querem se manter nas posições mais fortes, essa atitude de perceber de fato o que o cliente esta buscando faz toda a diferença na hora de efetuarmos uma venda ou oferecermos um produto, bem ou serviço. Kotler (1998) define que, para as empresas centradas nos clientes, a satisfação age como uma meta, ou seja, uma ferramenta de marketing, desta forma as empresas que atingem altas taxas de satisfação dos consumidores podem se sentir mais seguras de que seus mercados-alvos as conhecem, no entanto não devem se acomodar com tal fato, pois isso poderia levar a perda do mercado para seus concorrentes. Lovelock e Wright (2001) procuram definir a satisfação dos clientes como um estado emocional, onde podem ocorrer diversas reações após a compra ou contratação do serviço, estas podem envolver raiva, insatisfação, irritação, indiferença ou alegria pelo serviço que foi oferecido, mas devemos de fato ter certeza do que o cliente esta sentindo no momento em que procura o serviço da empresa, o mesmo pode não estar expressando de forma clara seu sentido emocional pelo serviço contratado. A satisfação dos clientes tem grande destaque dentro das empresas, dessa maneira temos varias formas e modelos para medi-la, cada autor procura utilizar o seu, entre estes modelos estão: SERVPERF, SERVQUAL, onde o primeiro modelo utiliza como analise apenas as cinco dimensões gerais de Parasuraman et al.(1988), já o segundo modelo se destaca por utilizar 22 itens distribuídos em cinco dimensões da qualidade, trazendo desta maneira um levantamento de dados mais amplo, desta forma podemos medir de maneira mais acertiva a satisfação dos clientes (SALOMI; MIGUEL, 2002). 2.3 ESCALA SERVQUAL Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000, apud NETO; SAUER; BORGES; BELIZÁRIO, 2006) medir a qualidade é um desafio para a empresa, pelo fato de estar ligado diretamente com a satisfação do cliente e, essa ser formada por vários fatores intangíveis (não podendo ser facilmente medida). Por esse fato, os autores apresentam o SERVQUAL, que é uma ferramenta que capta as dimensões da qualidade e serve para pesquisas com base no modelo de falhas (ou gaps) na prestação de serviços. Para os autores Eleutério e Souza (2002 apud NETO; SAUER; BORGES; BELIZÁRIO, 2006, p. 7), “A escala surgiu através da realização de uma pesquisa quantitativa, realizada por Berry, Zeithmal, Parasuraman (1990), que objetivava desenvolver uma ferramenta capaz de medir a qualidade dos serviços através das percepções dos clientes”. Os autores Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988 apud PRASS; SANT’ANNA; GODOY; 2010) definem a escala SERVQUAL como um questionário com declarações, tendo como referência a qualidade dos serviços oferecidos e a expectativa do cliente, o mesmo procura trazer uma serie de perguntas onde suas respostas podem numa escala de Likert de 5 ou 7 pontos (“discordo totalmente” a “concordo totalmente”). A avaliação da qualidade dos serviços é definida através de um comparativo entre o desempenho do serviço oferecido e a expectativa do cliente em relação ao serviço recebido. Para os autores Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2002) a escala proposta, chamada de SERVQUAL avalia os serviços ao longo de 22 itens pertencentes a cinco dimensões genéricas, abaixo descritas, e abrangentes para todos os tipos de serviço. • Confiabilidade: Possuir a capacidade de se realizar um serviço prometido de forma confiável e precisa. • Presteza ou receptividade: Ter o desejo de ajudar o cliente e prover um pronto atendimento. • Segurança: Ter a habilidade em transmitir confiança e segurança, com cortesia e conhecimento do que fazem. • Empatia: Prover cuidados e atenção individualizada aos clientes. • Aspectos Tangíveis: Demonstrar as instalações, equipamentos, pessoal envolvido e material de comunicação (PARASURAMAN, ZEITHAML E BERRY 1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2002,. p3, grifo do autor) No que tange a Confiabilidade, para Parasuraman et al (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p 17) “significa que a empresa honra seus compromissos. Especificamente envolve: precisão nas contas, manutenção dos registros de forma correta e realização do serviço no tempo designado”. A confiabilidade demonstra aos clientes que o serviço é oferecido na hora certa e no local combinado, conforme tratado com o cliente, o serviço deve ser efetuado sem erros, trazendo confiança ao cliente, fazendo com que o mesmo sinta-se seguro ao procurar algum serviço da empresa. Quando a empresa oferece algum serviço ao cliente, ela deve se preocupar com alguns aspectos que conquistem a confiabilidade dos clientes, entre estes fatores estão: oferecer os serviços conforme o prometido, habilidade e interesse em lidar com o problema dos clientes, oferecer o serviço correto desde a primeira vez, oferecer o serviço no prazo prometido e o mais importante e difícil não cometer erros (PARASURAMAN et al. 1988; BUTLER 1996,apud STEFANO, 2009). Em relação à Presteza ou Receptividade, para Parasuraman et al (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p 17) refere-se ao “desejo e presteza que os empregados têm em prover os serviços. Envolve rapidez nos serviços, por exemplo: postar um recibo ou contatar um cliente rapidamente, ou realizar rapidamente um serviço”, os clientes sempre buscam estar bem informados, serem atendidos com a maior velocidade, respeito e atenção, este item traz aos mesmos um sentimento de segurança, ao adquirir um serviço ou produto da empresa. Presteza pode ser destacada como a velocidade em que a empresa atende ao pedido do cliente, para que esta parte não falhe é necessário que a empresa leve em consideração alguns fatos como: manter os clientes informados de quando o serviço será entregue, prestar pronto atendimento aos clientes, demonstrar disposição em ajudar os clientes e agilidade em responder às demandas dos clientes, estes fatores marcam, pois é nestes fatores que o cliente irá basear-se ao definir com qual empresa trabalhar e utilizar serviços ou produtos (PARASURAMAN et al. 1988; BUTLER, 1996 apud STEFANO, 2009). Seguindo a mesma linha de pensamento de Parasuraman et al. (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p 17), segurança é “ausência de perigo, risco ou dúvidas, abrangendo: segurança física, financeira e confidencialidade”, segurança é o que os clientes percebem e buscam nas empresas, pois é nesta segurança que o cliente vai se basear ao negociar um produto ou serviço, empresas que passam segurança aos clientes tem seus negócios muito mais fortalecidos, os funcionários das empresas devem demonstrar conhecimento sobre os produtos e serviços oferecidos aos clientes, funcionários bem capacitados inspiram a confiança dos seus clientes, fazendo com que os clientes se sintam seguros ao efetuarem suas negociações, esta segurança que é transmitida pelo quadro de funcionários faz com que estes clientes voltem a utilizar com maior freqüência os serviços e produtos da empresa. Parasuraman et al. 1988; Butler 1996,(apud STEFANO,2009, p 186) definem empatia como “carinho, atenção personalizada que a empresa oferece a seus clientes”. O termo empatia tem relação direta com o atendimento individualizado do cliente, ao atender o cliente separadamente a empresa faz que o mesmo sinta-se importante e diferenciado dos demais, este cliente sente-se mais a vontade ao negociar com o funcionário. Existem varias formas das empresas proporcionarem atendimentos personalizados aos seus clientes, entre elas estão: proporcionar horários de atendimento diferenciados a cada cliente, demonstrar preocupação individualizada com os clientes, os funcionários devem procurar entender as necessidades específicas de cada um de seus clientes e ainda oferecer atenção personalizada aos clientes, isso fará com que o cliente retorne a empresa com maior freqüência (STEFANO, 2009). Em relação aos aspectos tangíveis Parasuraman et al. (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p 17) referem-se, “a inclusão e demonstração de evidências físicas ao serviço, tais como instalações, aparência do pessoal, ferramentas e equipamentos utilizados no serviço,[..] tais como um cartão de crédito plástico,[...] ou uma prestação de contas”. Os aspectos tangíveis têm relação direta com a aparência da empresa, tanto externamente como internamente, diz respeito às instalações, equipamentos, e até mesmo com a maneira que os funcionários estão se vestindo frente ao cliente, os aspectos tangíveis podem ser definidos em quatro partes dentro de uma empresa. Estas são: instalações físicas, (o prédio onde a empresa esta instalada ou localizada); equipamentos modernos, (são os equipamentos que a empresa utiliza para prestar o serviço como computadores, impressoras, softwares); aparência dos funcionários (refere-se à maneira que os funcionários estão vestidos e se portam frente aos clientes); materiais de comunicação (são meios que a empresa divulga eventos e promoções, como jornais, banners, folhetos e panfletos), estes fatores podem chamar a atenção dos clientes para entrar pela primeira vez na empresa (STEFANO, 2009). Consoante, Lovelock e Wrig, (2001, p. 119) que ressaltam que “a escala SERVQUAL inclui cinco dimensões: tangíveis, confiabilidade, sensibilidade, segurança e empatia e que dentro de cada dimensão encontram-se vários itens meios em uma escala de sete pontos que vão de concordo inteiramente a discordo inteiramente, para um total de 22 itens”. Procedendo a analise quando as notas deste desempenho forem tabuladas e o resultado for satisfatório significa que os clientes estão satisfeitos com os serviços disponibilizados pela empresa, no entanto se o resultado demonstrar insatisfação é necessário que a empresa procure verificar mais de perto o que esta ocorrendo e o porquê os clientes estão insatisfeitos com a empresa e seus serviços disponibilizados. 3 METODOLOGIA O presente trabalho utilizou uma pesquisa de caráter quantitativo, pois apresenta uma analise dos dados obtidos através da aplicação de questionários, que segundo Richardson (1999, p.70) “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”, caracterizandose como um modelo onde se encontra a maior precisão nos resultados, permitido desta forma uma margem de erro muito pequena, evitando uma análise e interpretação precipitada das informações. A presente pesquisa também se caracterizou como um estudo de caso único. Yin (2001,p 27) define estudo de caso como “a estratégia escolhida ao se examinarem acontecimentos contemporâneos”. Segundo Gil (2010, p.37) “estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”. Portanto o caso pode ser aplicado nas mais diversas áreas, ou seja, pode ser utilizado tanto em projetos pilotos quanto em projetos de descrição de síndromes mais raras, sendo que seus resultados são apresentados de forma aberta e não expostos como uma forma de conclusão sobre o estudo. Estudo de caso procura trazer os dados de maneira mais clara e objetiva, tendo assim resultados mais coerentes com a realidade do estudo. Esta pesquisa foi classificada também como descritiva, que conforme Gil (1999, p 44) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis”, procura estudar a distribuição da população através da idade, sexo, procedência ou nível de escolaridade, nível de renda. A pesquisa descritiva é utilizada pelos mais diversos públicos, que desejam levantar dados e opiniões de determinada população para poderem então estabelecer mudanças se necessárias dentro de suas empresas ou em departamentos específicos. A população alvo deste estudo foi o corpo de associados e clientes da farmácia veterinária da Cotribá, que é composto por um cadastro de 200 pessoas que efetuam suas compras juntamente a Cooperativa, situada no município de Ibirubá, na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Para o presente estudo fez-se o uso de uma amostragem aleatória simples, pois facilita a análise dos dados além de ser mais simples de ser calculada, contando com uma lista elementos diretamente que formam a população a ser pesquisada (RICHARDSON 1999), assim considerando inclusive clientes não cadastrados a amostra foi de 210 indivíduos. Para o estudo foi utilizado um questionário, no qual contou com perguntas, as quais foram elaboradas para serem respondidas pelos clientes e associados do departamento veterinário da Cotribá, para analisar e responder possíveis duvidas que surjam no setor, para que estas sejam respondidas fez-se uso de um questionário estruturado de (PARASURAMAN et al., 1990). O questionário foi elaborado a partir de um modelo estruturado e validado, onde o mesmo contou com uma serie de perguntas elaboradas para serem respondidas conforme a escala de Lickert, de cinco pontos, os quais foram pontuados de (1) discordo fortemente, (2) discordo, (3) neutro, (4) concordo, (5) concordo fortemente. O modelo utilizado foi subdividido em 22 itens representados por duas colunas onde uma representou as expectativas, e a outra representou o desempenho, estes 22 itens serviram para medir as cinco dimensões de qualidade, que são representadas por confiabilidade, presteza, segurança, empatia e aspectos tangíveis, ou seja, foram descritos por meio de afirmações e negações, representando o questionário com as respostas dos clientes e associados. A análise e interpretação dos dados utilizou como base uma analise estatística, pois esta dispõe de uma serie de testes de significância, a utilização destes testes dependera da extensão, distribuição e qualidade dos dados, tornado os mais seguros para sua analise (GIL 2010). As respostas da amostra foram submetidas a análises fatoriais, com rotação varimax e tratamento pairwise para os dados omissos. Essas análises foram realizadas por meio dos pacotes estatísticos “Statistical Package for the Social Sciences – SPSS 20.0”, a fim de realizar os testes estatísticos descritivos do perfil, indicador de consistência interna Alpha de Cronbach, a análise fatorial e multivariada, que segundo Freitas e Rodrigues (2005) deve ser maior que 0,6 para que haja confiabilidade nas medidas, ou seja, correlação entre as variáveis, sendo que os itens que não se correlacionam podem ser eliminados para aumentar a confiabilidade ficando a critério do pesquisador. Tabela 1 -Classificação da confiabilidade a partir do coeficiente α de Cronbach Confiabilidade Muito Baixa Baixa Moderada Alta Muito Alta Valor de α α ≤ 0,30 0,30 < α ≤ 0,60 0,60 < α ≤ 0,75 0,75 < α ≤ 0,90 α > 0,90 Fonte: Freitas e Rodrigues (2005). Assim Freitas e Rodrigues (2005) afirmam que é possível considerar como satisfatório os questionários que apresentarem valor de alfa maior que 0,6 valores superiores poderão indicar um grau de confiabilidade ainda melhor e fica a critério do pesquisador a decisão sobre o valor mínimo de confiabilidade do questionário. Já a técnica de análise fatorial possui, basicamente, quatro etapas para a sua elaboração, que são: 1ª cálculo da matriz de correlação das variáveis em estudo para a verificação do grau de associação entre as variáveis, duas a duas. Nesta etapa, é verificada a adequação da aplicação da análise fatorial; 2ª extração dos fatores mais significativos que representarão os dados, por meio do método mais adequado. Aqui se sabe o quão bem o modelo representa os dados; 3ª aplicação da rotação, nos fatores, para facilitar o entendimento dos mesmos; e 4ª geração dos escores fatoriais para utilização em outras análises (LAFIT, 1994). 4 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS 4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE SATISFAÇÃO EM RELAÇÃO AO SERVIÇO E QUALIDADE Nessa parte do trabalho adotou-se uma abordagem acerca dos fatores que influenciam no momento da compra de um serviço ou produto no setor veterinário da Cotribá. Entretanto, a análise fatorial permitiu a identificação de questões mais precisas, das variáveis e fatores mais importantes. Igualmente, os resultados dessas análises precisam ser vistos como informações sugestivas, fontes de uma nova compreensão da questão e de insights sobre a natureza do conhecimento. A pesquisa abrangeu 210 questionários totalmente respondidos, no entanto para verificar se a aplicação da Análise Fatorial é adequada para estes dados, precisa-se saber se a correlação que existente entre as variáveis é significativa, a ponto de apenas alguns fatores poderem representar grande parte da variabilidade dos dados. Desta forma aplicou-se o teste da esfericidade de Bartlett, no qual o nível de significância deve ser pequeno para que a aplicação da Análise Fatorial seja adequada. Para o estudo em questão, esse teste forneceu o valor zero para o nível de significância. Conclui-se, então, que a aplicação da Análise Fatorial é adequada e que poucos fatores poderão explicar grande proporção da variabilidade dos dados. Na sequencia verificou-se se a correlação entre cada par de variáveis pode ser explicada pelas demais variáveis incluídas no estudo através do cálculo de Kaiser-MeyerOlkin (KMO), em que valores menores do que 0,6 indicam que a análise fatorial é insatisfatória para a explicação da correlação de cada par de variáveis pelas demais variáveis consideradas no estudo (AAKER et al., 2001 apud ALVES, 2011). Tabela 2 - KMO e Teste de Barlett Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. ,701 Approx. Chi-Square 1276,002 df 231 Sig. ,000 Bartlett's Test of Sphericity Fonte: Elaborado pelo autor. O índice de Kaiser-Meyer-Olkin de adequação da amostra (KMO = 0,701) e o teste de esfericidade de Barlett (significativo a p< 0,001) indicaram a fatorabilidade dos dados, o que indica que pode ser realizada a extração dos Fatores mais Significativos. Segundo Alves (2011), como o objetivo da análise fatorial é reduzir o número de variáveis a um pequeno grupo ou construtos, uma questão central que se coloca é sobre a quantidade de fatores que devem constar no modelo. Existem algumas formas, que são citadas a seguir, para se fazer as escolhas do número de fatores: a) Critério de eingenvalue: representa a quantidade de variância nas variáveis originais, que está associada a um fator. Aqui, apenas as variáveis com eingenvalue maiores do que 1,0 são retidas; os demais fatores não são incluídos no modelo. Conforme demonstrado na tabela 3, o presente estudo, segundo esse critério, apresenta sete fatores, explicando 62, 347 % da variância total. Tabela 3 - Variância Total Explicada pelos sete principais fatores pelo método de componentes principais. Autovalores Iniciais % de Total Somas de Extração de Cargas % Variância Acumulado % de Total Variância 4,491 20,413 Somas de rotação de Cargas % de Variância % Acumulado Total % Acumulado Fator 1 4,491 20,413 20,413 20,413 2,518 11,447 11,447 2 2,258 10,263 30,676 2,258 10,263 30,676 2,447 11,123 22,570 3 1,815 8,250 38,926 1,815 8,250 38,926 2,242 10,190 32,760 4 1,427 6,486 45,412 1,427 6,486 45,412 1,898 8,629 41,389 5 1,344 6,107 51,519 1,344 6,107 51,519 1,717 7,804 49,194 6 1,242 5,646 57,165 1,242 5,646 57,165 1,494 6,791 55,984 7 1,140 5,182 62,347 1,140 5,182 62,347 1,400 6,362 62,347 8 ,999 4,541 66,887 ... Fonte: Elaborado pelo autor. b) Critério do gráfico Scree Plot: é a representação gráfica de eigenvalues em relação ao número de fatores, para fins de extração. Tipicamente, o gráfico apresenta uma acentuada interrupção entre o acentuado declive dos valores com grandes autovalores e uma gradual redução relacionada com o restante dos valores. Na figura 2, é apresentada a abordagem gráfica relacionada ao presente estudo. Pelo que se pode notar, há um acentuado declive no primeiro fator, o que representa a escolha de um fator com a utilização desse critério. Figura 1- Scree Plot. Fonte: Elaborado pelo autor. c) Critério de porcentagem da variância: o número de fatores extraído é determinado de maneira que a porcentagem cumulativa da variância, extraída pelos fatores, atinja um nível satisfatório. Este “nível satisfatório”, apesar de não haver consenso na literatura, está aproximadamente em 60% da variância total explicada (LAFIT, 1994). Sendo assim, nesse estudo, foi aplicado o critério de porcentagem da variância, ou seja, somente os fatores que tiverem autovalores maiores que 1,0 até a porcentagem de 62,347% da variância total explicada. Inicialmente, foi feita a extração dos fatores através do método dos componentes principais. A análise dos componentes principais leva em conta a variância total dos dados. A diagonal da matriz de correlação consiste de unidade (composta por algarismos 1), e a variância plena é introduzida na matriz de fatores. Segundo Alves (2011) recomenda-se a análise de componentes principais quando a preocupação maior é determinar o número mínimo de fatores que respondem pela máxima variância nos dados, para utilização em análises multivariadas subsequentes. A tabela 4 demonstra que o autovalor do fator 1 possui o valor de 4,491. Calculando à proporção que o primeiro autovalor (4,491) representa em relação à soma de todos os autovalores (4,491 + 2,258 + 1,815 + 1,427 +.......+ 0,226 ª 22) encontra-se 20,413%. Fazendo o mesmo cálculo, encontra-se 10,263% para o segundo autovalor e, assim, sucessivamente. Tabela 4 - Distribuição dos Autovalores em Relação ao Peso Autovalores Iniciais % de % Fator Total Variância Acumulado 1 4,491 20,413 20,413 2 2,258 10,263 30,676 3 1,815 8,250 38,926 4 1,427 6,486 45,412 5 1,344 6,107 51,519 6 1,242 5,646 57,165 7 1,140 5,182 62,347 Fonte: Elaborado pelo autor Pode-se verificar que os sete fatores possuem scores maiores do que 1,0 e representam 62,347% da variância total, já a soma do quadrado das cargas fatoriais para cada variável resulta no valor da comunalidade (tabela 5), que é o índice da variabilidade total, explicada pelos 7 fatores para essa variável. As variáveis com comunalidades inferiores a 0,2 ou mesmo 0,3 têm pouco em comum com as outras e não são explicadas pelas componentes ou fatores devendo sair da análise, conforme a tabela 5 não existe nenhuma questão com comunalidade inferior a 0,3, no entanto, por se utilizar das 22 variáveis para efetuar se as analises necessárias. Tabela 5 – Comunalidades Inicial Extração e1 1,000 ,456 e2 1,000 ,682 e3 1,000 ,525 e4 1,000 ,554 e5 1,000 ,644 e6 1,000 ,635 e7 1,000 ,753 e8 1,000 ,576 e9 1,000 ,515 e10 1,000 ,757 e11 1,000 ,691 e12 1,000 ,732 e13 1,000 ,554 e14 1,000 ,479 e15 1,000 ,568 e16 1,000 ,672 e17 1,000 ,686 e18 1,000 ,638 e19 1,000 ,645 e20 1,000 ,640 e21 1,000 ,656 e22 1,000 ,658 Fonte: Elaborado pelo autor A próxima etapa consiste na aplicação da rotação, assim analisando a tabela 16, percebe-se que a variável E5 é explicada, principalmente, pelos fatores 1 (0,443) e 3 (0,497). Desta forma, a interpretação dos fatores fica prejudicada, pois não apresenta grandes diferenças na identificação do fator. Na tab.8, percebe-se que cada variável é explicada, principalmente, por um único fator. A rotação não altera o total de variância obtida na etapa anterior. O que ocorre é um rearranjo dos autovalores. Sendo no presente estudo optou-se pela Rotação Varimax pelo fato de ser a mais utilizada e ser o método considerado como mais adequado para explicar todas as variáveis em um único fator. Tabela 6- Matriz Fatorial com Rotação Varimax. Rotação dos Componentes da Matriz Componentes 1 2 3 4 e19 ,791 e18 ,734 e20 ,693 ,394 e13 ,567 ,337 e7 ,806 e8 ,696 e6 ,696 e5 ,443 ,802 e3 ,707 e1 ,611 ,329 ,761 e22 ,713 ,377 ,491 e10 ,845 e9 ,627 e16 ,757 e17 ,753 e12 ,757 e11 e15 7 ,564 e21 e14 6 ,497 e2 e4 5 ,488 ,318 ,628 ,318 -,423 Fonte: Elaborado pelo autor. Portanto os resultados estatísticos da pesquisa revelaram, originalmente, a existência de sete fatores de comprometimento, mas após a análise dos conteúdos desses fatores decidiuse, reduzir para três fatores. Desta maneira, manteve-se somente os itens com cargas fatoriais acima de 0,60, sendo que os fatores 4, 5, 6 e 7 apresentaram alfa abaixo de 0,6 que é considerado insuficiente, optando-se pela exclusão desses fatores e as variáveis que os compõe. Os resultados são demonstrados na tabela 7. Tabela 7 - Alfa de Cronbach dos fatores FATOR ALFA Primeiro 0,718 Segundo 0,747 Terceiro 0,691 Quarto 0,555 Quinto 0,589 Sexto 0,500 Sétimo 0,459 Fonte: Elaborado pela autor. O primeiro fator explica 20% dos fatores e se refere a empatia, Parasuraman et al. 1988; Butler 1996,(apud STEFANO,2009, p 186) definem empatia como “carinho, atenção personalizada que a empresa oferece a seus clientes”. O termo empatia tem relação direta com o atendimento individualizado do cliente, ao atender o cliente separadamente a empresa faz que o mesmo sinta-se importante e diferenciado dos demais, este cliente sente-se mais a vontade ao negociar com o funcionário. O segundo fator está associado à confiabilidade, que é justificado aproximadamente 10% dos fatores, este possui relação direta com a confiança que clientes e associados tem quando negociam com os funcionários da Cotribá. Isto é percebido quando a empresa oferece algum serviço ao cliente, ela deve se preocupar com alguns aspectos que conquistem a confiabilidade dos clientes, entre estes fatores estão: oferecer os serviços conforme o prometido, habilidade e interesse em lidar com o problema dos clientes, oferecer o serviço correto desde a primeira vez, oferecer o serviço no prazo prometido e o mais importante e difícil não cometer erros (STEFANO, 2009). O terceiro fator possui relação com os aspectos tangíveis Parasuraman et al. (1985 apud SALOMI; MIGUEL, 2004, p 17) referem-se, “a inclusão e demonstração de evidências físicas ao serviço, tais como instalações, aparência do pessoal, ferramentas e equipamentos utilizados no serviço,[..] tais como um cartão de crédito plástico,[...] ou uma prestação de contas”. Os aspectos tangíveis têm relação direta com a aparência da empresa, tanto externamente como internamente, diz respeito às instalações, equipamentos, e até mesmo com a maneira que os funcionários estão se vestindo frente aos clientes, este fator é justificado aproximadamente 8,25% dos fatores. Os resultados encontrados contrapõem ao pensamento de Las Casas, (1997) o qual define que os três atributos que podem fazer a diferença são confiança, segurança e recepção. Já pela analise fatorial demonstra-se que os clientes possuem uma preocupação com a aparência da empresa, alem de se preocuparem com o nível de confiança, aspectos tangíveis e empatia que a Cotribá transmite na hora de efetuarem uma negociação, ou aquisição de produtos ou serviços. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como problemática de pesquisa quais são os fatores que interferem na satisfação dos clientes no setor veterinário da Cotribá? Para isso o objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso foi identificar quais os fatores que interferem na satisfação dos clientes do setor veterinário da Cotribá, para que, através do mesmo, possíveis mudanças possam ser efetuadas, se necessárias, para que os clientes e associados encontremse cada vez mais satisfeitos com os serviços oferecidos pelo setor veterinário, assim foram estipulados como objetivos específicos: traçar o perfil dos clientes do setor veterinário, identificar as expectativas dos clientes quanto às necessidades e desejos, comparar as expectativas com a satisfação, correlacionar o perfil do cliente/associado com a satisfação. O trabalho proporcionou em uma análise geral identificar a presença dos enfoques no que tange a Confiabilidade, Presteza ou Receptividade, segurança, empatia e os aspectos tangíveis. Diante dos resultados da pesquisa, pode-se responder os objetivos específicos, sendo que o perfil dos clientes e associados foi identificado a partir do questionário demográfico, podemos observar que a maior parte dos clientes e associados da amostra, são do sexo masculino, casados, com faixa etária de 26 a 30 anos, possuem de 1 a 2 filhos e 1 pessoa dependente da sua renda. O grau de escolaridade predominante é o 2° grau completo. O segundo objetivo especifico era identificar as expectativas dos clientes quanto às necessidades e desejos dos clientes e associados percebe-se, portanto que os resultados estatísticos da pesquisa revelaram, originalmente, a existência de sete fatores, mas após a analise multivariada e fatorial destes fatores decidiu-se, reduzir para três fatores, que foram empatia, confiabilidade e os aspectos tangíveis. Como ressaltado anteriormente os resultados estatísticos da pesquisa revelaram, originalmente, a existência de sete fatores que representam os fatores que influenciam na expectativa dos clientes quanto ao serviço prestado, que foram reduzidos para três após o calculo de confiabilidade de cada fator, desta forma, a partir da obtenção destes sete fatores realiza-se a medição do Alfa de Cronbach para verificar a sua confiabilidade que segundo Freitas e Rodrigues (2005) deve ser maior que 0,6 para que haja confiabilidade nas medidas, ou seja, os itens que não se correlacionam podem ser eliminados para aumentar a confiabilidade respondendo ao terceiro objetivo especifico, que era comparar as expectativas com a satisfação. Este estudo demonstrou de fato quais os aspectos que o cliente observa e preza na hora de efetuar uma negociação, o estudo me oportunizou ver mais de perto a maneira que as pessoas me veem dentro do negocio, e como gostariam de serem atendidos pelos funcionários do setor veterinário, deste modo os resultados deste estudo contribuíram para que novas mudanças possam ser efetuadas de maneira mais assertiva. REFERÊNCIAS ALBRECHT, K.; BRADFORD L. J. Serviços com Qualidade: A Vatagem Competitiva.Sao Paulo: Makron Books, 1992. ALVES, J. N. Gestão de redes: a arte de geração de novos benefícios. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2011. ALVES, P, A, M. Cooperativismo: Arte e Ciência, Doutrina, Pratica e Legislação. São Paulo:Liv. e Ed. Universitária de Direito,2002. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997. BRANDÃO J, A.; LIRA, W. S.; GONÇALVES, G. A. da C. 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