NUTRIÇÃO E CANCRO Flora Correia Serviço de Endocrinologia do H.S. João Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação da U.P. Cerca de 20 milhões de pessoas sofrem de cancro e este valor tende a aumentar para 30 milhões nos próximos 20 anos. WHO, Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health, 2004 O cancro é a segunda causa de morte em Portugal. Morrem anualmente cerca de 25 mil pessoas vítimas de cancro e por ano são detectados cerca de 45 mil novos casos. FLMID – Investigação e Desenvolvimento de Soluções Empresariais Lda, 2004. TABACO Actividade física FACTORES GENÉTICOS ESTILO DE CANCRO VIDA Hábitos FACTORES AMBIENTAIS alimentares Os factores alimentares estão relacionados com cerca de 30% dos cancros nos países ocidentais e cerca de 20% nos países em desenvolvimento. WHO, Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health, 2004 FACTORES ALIMENTARES NA CARCINOGÉNESE Exposição ao agente carcinogénico Inibidores de activação Combinação com DNA Agentes bloqueadores Reacção com evoluções celulares, destruição do DNA, mutagénese Agentes supressores Manifestação Neoplásica HÁ TIPOS DE CANCRO MAIS RELACIONADOS COM FACTORES ALIMENTARES… TIPO DE CANCRO Boca, faringe e nasofaringe RISCO ASSOCIADO Factores alimentares Factores não alimentares consumo de hortícolas e fruta consumo de consumo de consumo de tabaco álcool peixes salgados Pâncreas consumo de hortícolas e fruta carne e gordura animal consumo de tabaco Fígado álcool alimentos contaminados hepatite B e C hortícolas actividade física carne consumo de álcool consumo de tabaco genética colite ulcerosa consumo de tabaco Cólon, recto Rim obesidade RISCO ASSOCIADO TIPO DE CANCRO Factores alimentares Factores não alimentares Laringe consumo de hortícolas e fruta consumo de tabaco álcool Pulmão consumo de hortícolas e fruta consumo de tabaco sal e produtos salgados Mama Endométrio Próstata consumo de hortícolas obesidade consumo de álcool genética exposição a radiações obesidade genética reproductividade carne, produtos cárneos e gordura animal consumo de tabaco exposição a radiações RECOMENDAÇÕES PARA DIMINUIR O RISCO 1. Reduzir a quantidade de gordura alimentar (saturada e insaturada) de 34% para 30% do valor energético total. 2. Aumentar o consumo de frutas, vegetais e cereais pouco processados. 3. Consumir alimentos salgados, confeccionados com moderação. fumados e pré- 4. Consumir bebidas alcoólicas de forma moderada. American Institute for Cancer Research PODEM REDUZIR O RISCO… Fibra alimentar (colorectal, pâncreas e mama) Ácido fólico (colorectal e cervix) Vitamina D e Cálcio (colorectal e mama) Anti-oxidantes alimentares (colorectal, pulmão, mama, prostata, esófago, estômago) Vitamina C (cavidade oral, esófago, pulmão, estômago, pâncreas) Chá (flavonóides) (pulmão e colorectal) Alpha-tocoferol (pulmão) Isoflavonas da soja ??? (mama) QUANDO A DOENÇA SE TORNA REALIDADE… Quer a doença quer o(s) tratamento(s) afectam cada indivíduo de forma diferente Atenção Nem todos os doentes sofrem alterações relativas à alimentação durante o tratamento, e os que as têm, pode não ser de forma continuada. Cirurgia Radioterapia Alterações da alimentação Quimioterapia MALNUTRIÇÃO Imunoterapia Importância do ambiente Alteração na decoração da zona onde se servem as refeições. Ambiente calmo e acolhedor. Sair do ambiente habitual, quebrar a rotina. VALOR ENERGÉTICO Gordura Açúcares Molhos,maionese Compotas, mel Frutos secos PROTEÍNAS Carne e equiv. Peixe e equiv. Ovos Produtos Lácteos Leguminosas Dietas modulares Apresentação das refeições Atractiva molhos coloridos Utilizar formas diferentes variar as texturas Pequeno volume Os tratamentos podem provocar danos em células saudáveis o que resulta em: - perda do apetite - secura na boca - problemas dentários - mudanças no paladar e cheiro - diarreia e/ou obstipação - fadiga e depressão Aversões alimentares (Subjectividade) Psicológico Sensorial: Odor Paladar ... Aversões alimentares 1 (Subjectividade) Escolher e preparar refeições que lhe sejam agradáveis Evitar alimentos com sabores/odores fortes Utilizar ervas aromáticas Aversões alimentares 2 (Subjectividade) Utilizar alimentos à temperatura ambiente Não forçar a ingestão Textura / Consistência Dores na boca e garganta Cozinhar bem os alimentos Misturar alimentos secos com molhos manteiga, natas, iogurte Cortar ou triturar os alimentos Alimentos frios ou à temperatura ambiente Preferir alimentos de consistência mole Aumentar a ingestão de líquidos Xerostomia Evitar álcool Beber líquidos ao longo do dia Sorver limão Usar rebuçados s/ açúcar Humedecer os alimentos Usar saliva artificial Alterações do paladar Usar alimentos com sabores intensos / agradáveis Aromatizar com especiarias suaves Utilizar marinadas Confeccionar pratos agradáveis Diminuição do apetite Refeições pequenas e frequentes Utilizar alimentos favoritos / preferidos Utilizar alimentos de alto valor energético Experimentar pratos novos Consistência Dieta liquida Dieta mole Dieta normal QUANDO ULTRAPASSADA A DOENÇA, É IMPORTANTE NÃO ESQUECER… 1. Reduzir o risco de recorrência: - aplicar medidas preventivas. 2. Reconstruir e melhorar o sistema imune: - Assegurar a ingestão de micronutrientes importantes para o sistema imune. - Prevenir a perda de peso. - Preservar a massa não gorda. 3. Eliminar a fadiga: - Preservar a massa não gorda. - Ingestão adequada de ferro, cobre, magnésio e vitaminas do complexo B. SUGESTÕES - Ingerir quantidades adequadas de fruta, hortícolas e cereais pouco processados! - Descobrir o prazer da actividade física! - Apreciar alimentos pobres em gordura! - Manter-se afastado do tabaco! Na maioria dos casos é possível prevenir o aparecimento de cancro…