O motivo da escolha pela medicina é incerto. Creio que foi pelo meu desejo de sempre
tentar alcançar os objetivos mais difíceis. Não tive um insight sobre a profissão em si.
Enxergava como uma profissão como qualquer outra e que tinha como base muito
conhecimento em áreas biológicas, o que me interessava. É imaturo falar em escolha
profissional em alguém que está terminando o ensino médio com seus 16, 17 anos e
que nunca tiveram experiência de vida acerca das profissões. No máximo existe o
espelho em relação à profissão dos pais (o que no meu caso fujo a via de regra pois
não há nenhum médico em minha família). Enfim, sempre fui um aluno com boas
notas e que tinha o realismo de enxergar que algum momento eu conseguiria vencer
aquela concorrência altíssima.
Terminado o ensino médio, passei mais 3 anos tentando entrar para medicina. Nestes
3 anos foram dezenas de vestibulares prestados e nenhum deles em instituição
particular. O fato de eu querer unicamente uma faculdade pública não era por
preconceito em relação às particulares. Era, primeiro, pelo fato de não ter condições
de pagar os altos valores mensais e, segundo, pelo fato de que não era possível que eu
não conseguiria passar em uma faculdade pública sendo um aluno que sempre teve
histórico de boas notas. Talvez incredulidade mesmo acerca do fato de anos se
esforçando para que, no fim das contas, não conseguisse alcançar o que os poucos que
também tiveram o mesmo histórico conseguiram. Eu não queria isso pra mim. O
tempo que você demora para conseguir entrar no curso não é um desmérito. Pelo
contrário! Hoje vejo que o tempo de cursinho tem fundamental importância no
sentido de amadurecer o jovem.
Entrei pela ampla concorrência e no segundo vestibular que prestei da ESCS. Fiz
inscrições para o vestibular da ESCS pelo fato de ser uma faculdade pública de bom
reconhecimento e destaque acerca da qualidade do curso que oferece. Engraçado
como que, antigamente, a ESCS tinha muito mais reconhecimento em Goiânia do que
em Brasília. Todo goiano que quer medicina presta ESCS. Essa era uma suma
praticamente.
Quanto às atividades preferidas oferecidas pela ESCS eu pontuaria,
fundamentalmente: o acesso amplo à Secretaria de Saúde do DF. Por meio do eixo
Habilidades e Atitudes (HA) ou IESC conseguimos ter acesso ao suprassumo da SES. A
variedade de pacientes e os diversos serviços em saúde oferecendo diferentes níveis
de atenção em saúde são, certamente, um dos pilares fundamentais para ser formada
a excelente qualidade do aluno.
Em relação à minha série atual (4ª), o que mais merece destaque é o eixo HA. Temos
atividade neste eixo de terça à sexta à tarde, em vários cenários, perfazendo serviços
ambulatoriais e de emergência. Além disso, é extremamente enriquecedor, pois
atendemos muitos pacientes, entramos em contato com muitos casos, temos o
raciocínio clínico estimulado e colocado em prática frente a frente com o paciente. É
fundamental também pelo fato de ser a série anterior ao internato, sendo, portanto,
um “treino” crucial para chegarmos com maior segurança e autonomia nas séries
seguintes.
Leandro Martins Gontijo, 24 anos, 4ª série de Medicina
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