INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA
1. Origem da palavra História.
A palavra História nasceu na Grécia Antiga. Atribui-se ao grego
Heródoto a criação dessa ciência por ter sido ele o primeiro a empregar
essa palavra para designar "investigação do passado". Antes de Heródoto,
os fatos importantes que aconteciam acabavam sendo esquecidos, pois não
eram registrados. Ele percebeu então, a importância de se registrar a
História para que ela não se perdesse. Por suas importantes contribuições
Heródoto ficou conhecido como o "pai da História".
2. Objeto de estudo da História.
A História, num sentido mais amplo, estuda a vida humana através do
tempo. Estuda o pensamento dos homens, suas ações e o reflexo de tudo
isso no cotidiano. Através do conhecimento histórico é possível se chegar à
compreensão de que o homem é um agente construtor e não um ser passivo
a mercê dos fatos. É o Homem quem faz a História e não a História que faz
o homem. A História é uma ciência prática e não matéria decorativa,
portanto possui um senso de utilidade que deve ser respeitado.
3. Reflexão histórica e conhecimento histórico.
A reflexão histórica é um instrumento que o homem utiliza para
conhecer a si próprio e a seus semelhantes. Através dessa consciência ele se
torna capaz de compreender quem ele é e o que pode fazer na sociedade em
que vive. O estudo da História permite conhecer o passado e relacioná-lo
para entender o presente e construir um futuro melhor. Possibilita aprender
com os erros para não os repetir. Infelizmente, nem todos utilizam o
conhecimento histórico com bons objetivos. Ele é na verdade uma "faca de
dois gumes". Pode servir como instrumento de libertação ou opressão.
Erradamente, o conhecimento histórico pode ser utilizado para manter o
poder de uma elite privilegiada, corromper o povo e até aniquilar
civilizações inteiras. Pode servir aos mais diversos fins dependendo de
quem o manipula. Cabe então a nós, agentes construtores da História,
utilizarmos esse conhecimento sabiamente.
4. O historiador, os fatos históricos e as fontes
históricas.
O historiador é um profissional especialista no estudo da
historiografia, ou seja, na arte e ciência de escrever a História. Em geral ele
concluiu um curso de nível superior de História em Universidade e trabalha
com pesquisas. Outros, devido à dificuldade do mercado de trabalho para a
pesquisa, especialmente no Brasil, complementam seu conhecimento com
um curso de licenciatura que os habilita a lecionar (ensinar). O historiador
é um cientista que trabalha com fatos. Existem os chamados fatos
históricos e os fatos sociais. A matéria-prima da História são os fatos
históricos. Os fatos históricos são acontecimentos de ampla repercussão
para os quais se busca causa e conseqüência. A queda do Word Trade
Center, por exemplo, foi um fato histórico. Os fatos sociais são
acontecimentos corriqueiros entre um grupo de pessoas ou que repercute
apenas em pequenos grupos sociais. Seu aniversário, por exemplo, é um
fato social. Nem sempre é fácil distinguir um fato de outro e é aí que entra
o chamado senso crítico. Senso crítico, dentre outras definições, é a
capacidade de se perceber de acordo com o contexto, aquilo que é
verdadeiro.
Na tentativa de recuperar o fato a História recorre às chamadas fontes
históricas. As fontes históricas são vestígios de toda espécie capazes de
refazer a História de uma época. Podem ser escritas ou não-escritas, tais
como as orais, arqueológicas, iconográficas etc. Os fósseis também são
considerados fontes históricas.
Os historiadores, os fatos e as fontes históricas são importantes para a
História, porém só se constrói uma História verdadeira quando dela todos
participam independente de serem ou não especialistas. Todas as pessoas,
independentes de raça, classe social, sexo ou idade são agentes construtores
da História.
5. Ciências Auxiliares da História.
Para o registro da História, o historiador conta com a ajuda de muitos
outros profissionais especialistas em outras ciências. Essas são as chamadas
ciências auxiliares da História. Em tese, toda ciência pode colaborar para
o conhecimento histórico e vice e versa, porém existem aquelas com as
quais se tem maior afinidade. Eis alguns exemplos:
• Arqueologia - Estuda os vestígios deixados por antigas civilizações e tem
como objetivo entender as mudanças ocorridas na vida do ser humano.
• Paleontologia - Estuda os fósseis que se encontram preservados no registro
geológico.
• Economia - Estuda a produção, circulação, distribuição e consumo de
riquezas, ou seja, as relações humanas avaliáveis em moedas ou valores
tendo por fim o consumo.
• Sociologia - Estuda a organização e as relações humanas de uma
determinada sociedade.
• Geografia - Estuda as relações humanas com o meio físico.
• Antropologia - Estuda as diferenças culturais entre as sociedades e grupos
sociais numa mesma sociedade e também a evolução biológica e cultural
do homem.
• Cronologia - Estuda as divisões no tempo (através dos relógios e
calendários).
• Paleografia e epigrafia - Estudam escritos antigos.
• Numismática - Estuda as moedas.
6. O tempo e a História.
O Tempo é um importante elemento para o estudo e compreensão da
História. Para facilitar o estudo da História, os historiadores ocidentais
convencionaram "periodizá-la", ou seja, dividi-la em períodos demarcando
o tempo histórico com marcos significativos, dos quais se destacam
elementos que caracterizam o tempo demarcado. Ficou então estabelecido
que uma linha de tempo condicionaria o estudo histórico.
Desde a época mais remota a humanidade utiliza calendários com o
objetivo de organizar o seu tempo. A civilização ocidental utiliza o
calendário cristão para marcar o nosso tempo. No calendário Cristão, o
nascimento de Cristo marca o ano I da era cristã. As datas anteriores ao
nascimento de Cristo levam a abreviatura a.C. (antes de Cristo) e as datas
posteriores d.C. (depois de Cristo). Nem todos os povos adotam o
calendário cristão. Judeus e Muçulmanos, por exemplo, possuem outro tipo
de calendário.
O tempo apresenta ainda outras divisões como dias, semanas, meses,
anos, décadas, séculos etc. O século, espaço de tempo de cem anos, é muito
utilizado no estudo da História. É, portanto muito importante que você
saiba calcular os séculos. Na história, os séculos são representados
geralmente em algarismos romanos.
7. A divisão da História.
Os historiadores convencionaram que a invenção da escrita ocorrida por volta
de 4.000 anos a.C. é o marco inicial da História. Todo período anterior à
escrita a este marco denomina-se Pré-História que também se subdivide em
períodos. A História se divide em períodos destacados por marcos principais.
Porém, nem todos os historiadores concordam com essa divisão da História. O
termo pré-história também é um outro fator polêmico que você irá entender
melhor quando estudar esse assunto.
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