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Ano 1 | Número 20 | Terça, 21 de julho de 2015
Jornal do Commercio
AEB prevê queda de 15% nas exportações
brasileiras este ano
As exportações brasileiras deverão fechar o ano com queda de 15%, em relação ao
ano passado, alcançando US$ 191,331 bilhões
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As exportações brasileiras deverão fechar o ano com queda de 15%, em relação ao ano passado, alcançando
US$ 191,331 bilhões. Para as importações, espera-se queda de 20%, somando US$ 183,267 bilhões. Os dados
constam da revisão da balança comercial, divulgada nesta quinta-feira (16) no Rio de Janeiro, pela
Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Anteriormente, o setor tinha projetado superávit de US$ 8,140 bilhões, mas, com a revisão, a projeção caiu
para US$ 8,064 bilhões. A estimativa é classificada pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, como
um “superávit negativo”, uma vez que o resultado não é gerado pelo crescimento das vendas externas. Em
2014, a balança fechou com déficit de US$ 3,959 bilhões.
A previsão anterior da AEB para 2015, divulgada em dezembro de 2014, indicava exportações de US$
215,360 bilhões e importações de US$ 207,220 bilhões.
“O que gera atividade econômica é a corrente de comércio, que é o somatório de exportação e importação. O
superávit é apenas o efeito desses dois números”, destacou Castro. Os dados da AEB sinalizam para uma
piora da balança nacional este ano. De acordo com a AEB, o Brasil chegou a ter, em 2011, 1,41% de
participação no mercado internacional e deve cair este ano para 1%, “e até um pouquinho abaixo”, disse
Castro.
Commodities
Outro ponto negativo é que as exportações brasileiras continuam lideradas por commodities (produtos
agrícolas e minerais comercializados no mercado externo) e não por produtos de maior valor agregado. “Este
ano, os dez principais produtos exportados são commodities. Apenas o décimo-primeiro produto [aviões] é
manufaturado. Com as commodities, nós somos dependentes de fatores externos, sobre os quais não temos
nenhum controle”, explicou o presidente da AEB.
Segundo Castro, a melhoria da taxa de câmbio ajuda os manufaturados. “Só que essa melhoria vai ocorrer
apenas com as exportações para os Estados Unidos”, disse. As exportações totais do Brasil para o mercado
americano tiveram queda no acumulado deste ano de 6,3%, enquanto as exportações de manufaturados para
os Estados Unidos aumentaram, até o momento, 5,94%. “O câmbio está ajudando a ter um crescimento das
exportações de manufaturados porque, sobre as commodities, o câmbio não tem nenhuma influência.”
Castro afirmou que o cenário interno de enfraquecimento da economia também não ajuda, porque as
empresas não investem em tecnologia e inovação e, por isso, não têm como reduzir custos. “É um cenário
ruim que não estimula a gente a ter uma perspectiva melhor em 2016”. Com o atual cenário, a AEB acredita
que o próximo ano tende a ser igual a 2015, com pequenas variações nos números.
Em junho, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior previu que a balança comercial
deve encerrar o ano com superávit entre US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões.
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