PORQUÊ A HORA DA IGUALDADE? • A crise, ao quebrar a continuidade do modelo, constitui um ponto de inflexão • Pior distribução de renda do mundo • Heterogeneidade crescente frente a oportunidades produtivas • Deterioro do mundo laboral • Segmentação da proteção social • Discriminação racial, étnica e de género • Vulnerabilidade frente ao cambio climático Aprendendo com a crise e a história e o desenvolvimento que desejamos Aprendendo com a crise e com a história • Crise de um mundo de fluxos globais desregulados, ou seja, a crise da mão invisível • Crise de um mundo de assimetrias • Destruição massiva da riqueza financeira nos países desenvolvidos e queda do crédito • Contração da economia mundial com lenta recuperação • Desemprego e “jobless recovery” • Caiu o comércio mundial em 2009 e espera-se uma lenta reativação • Novo papel das economías emergentes • Urgência de uma nova arquitetura multilateral • A região estava melhor preparada que em crises anteriores Igualdade social e dinamismo económico não devem ser incompativeis entre si • Crescer para igualar e igualar para crescer Com uma macroeconômia que suavize a volatilidade, fomente a produtividade e seja favorável à inclusão Com dinâmicas produtivas que selem brechas internas e externas • Igualar potenciando capacidades humanas e revertendo ativamente disparidades: Universalizar direitos e prestações Convergencia de setores e territórios • Com mais e melhor Estado para redistribuir, regular e fiscalizar, garantindo segurança social Cinco objetivos com vista à igualdade com convergência produtiva • Igualdade de direitos: titularidade efetiva de direitos económicos, sociais e culturais • Igualdade de oportunidades e acessos: educação, saúde, emprego e segurança social • Políticas econômicas com visão de largo plazo no âmbito macro, produtivo e territorial • Fortalecer o papel do Estado: complemente igualdade, proteção social, solidaridade instituida e disposição positiva dos agentes • Um pacto fiscal com efeito redistributivo, acesso a inovação, institucionalidade laboral e segurança no trabalho Os desafios de uma nova macroeconomia: a evidência, as aprendizagens e a proposta Os desafios de uma nova macroeconomia: a evidência e as aprendizagens • • • • • • • • Baixa formação bruta de capital fixo Alta volatilidade do crescimento Crescimento do PIB inferior ao crescimento potencial Ciclos econômicos muito influenciados por fluxos de capital Lógicas de curto prazo, especulativas e rentistas Efeitos sobre taxas de câmbio e expectativas voláteis e pró-cíclicos Comportamento fiscal pró-cíclico Todo o anterior agudiza a segmentação produtiva e trabalhista e distribui regressivamente os custos da recessão e os benefícios da expansão As políticas adoptadas desde a década dos 80 não produziram o esperado crescimento económico em termos de nivel ou sustentabilidade AMÉRICA LATINA E O CARIBE: CRESCIMIENTO DO PIB EM COMPARAÇÃO COM O TOTAL DOS PAÍSES EM VÍAS DE DESENVOLVIMENTO E DO MUNDO (Taxas de variação anual) 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 0.0 América Latina y el Caribe Paises en Desarrollo MUNDO Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em números oficiais e World Development Indicators do Banco Mundial. Falta investimento… AMÉRICA LATINA (19 PAÍSES): FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO, 1970-2009 (Em porcentagens do PIB) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em números oficiais. A montanha russa do crescimento e da demanda agregada inibe o investimento sustentável… AMÉRICA LATINA (19 PAÍSES): PIB E DEMANDA AGREGADA, 1990-2009 (Em taxas de variação anual) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em números oficiais e FfrenchDavis (2005). Dançando ao som das decisões financeiras: as taxas de câmbio e os fluxos de capital AMÉRICA LATINA (19 PAÍSES): FLUXO LÍQUIDO DE CAPITAIS E TAXA DE CÂMBIO REAL (TCR), 1980-2009 (TCR em índice 2000=100, fluxos em porcentagens do PIB) Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de cifras oficiales. Os desafios de uma nova macroeconomia: os objetivos e as propostas • Alcançar a estabilidade integral de preços, macropreços e demanda agregada consistente com o PIB potencial • Propiciar uma baixa volatilidade real • Fortalecer o papel contracíclico da política fiscal com critérios de sustentabilidade fiscal • Evitar um comportamento pró-cíclico da taxa de câmbio e a tendência contra os bens transáveis, buscando o equilíbrio das transações correntes no médio e longo prazo • A regulação eficaz contracíclica da conta de capitais, em entradas e saída de fundos. • O desenho e construção de um sistema financeiro inclusivo e dedicado ao financiamento produtivo Os desafios de um novo papel do Estado em matéria produtiva: a evidência, as aprendizagens e a proposta Os desafios de um novo papel do Estado em matéria produtiva: a evidência, as lições aprendidas e a proposta • Duas características distinguem o atraso productivo das economias latino-americanas e caribenhas: – A brecha externa: assimetrias em suas capacidades tecnológicas em relação à fronteira internacional. – A brecha interna: diferenças de produtividade que existem entre setores, dentro dos setores e entre empresas ao interior dos países. • Sem a participação ativa do Estado o atual modelo produtivo é profundamente desigualador Pobreza, desigualdade e seus espelhos: aumento relativo da brecha interna e absoluto da brecha externa PRODUTIVIDADE RELATIVA EM AMÉRICA LATINA E ESTADOS UNIDOS E COEFICIENTE DE DISPERSÃO DA MESMA (Índice 1990=100) Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de cifras oficiales de los países y de la OIT, Laborsta (http://laborsta.ilo.org/). Nem as reformas do Consenso de Washington, nem o crescimento e o excelente ambiente internacional do novo século melhoram os atrasos em produtividade. As brechas externas podem inclusive agudizarem-se ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE RELATIVA DA AMÉRICA LATINA E PRODUTIVIDADE DOS ESTADOS UNIDOS (Índices) Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), Programa de Análisis de la Dinámica Industrial (PADI), sobre la base de cifras oficiales. Os desafios de um novo papel do Estado em matéria produtiva: os objetivos e as propostas • Selar a brecha externa nos agentes que já estão próximos da fronteira tecnológica • Vincular os setores de baixa produtividade com aqueles que já se encontram na fronteira • Refundar a arquitetura institucional com visão de longo prazo: – Mais hierarquia para ciência e tecnologia, política industrial explícita – Bancos de desenvolvimento – Política para PME’s como parte da política industrial Propostas de políticas: objetivos e proposta • Reforçar uma política industrial pró-ativa com sentido setorial e uma estrutura de preços que reoriente os padrões predominantes de investimentos, mas... • Disciplinar os agentes privados receptores de rendas (outorgadas por meio de tarifas alfandegárias, subsídios e regulamentação) para que contribuam à transformação do tecido produtivo • Investimento público para fomentar as cadeias produtivas existentes, mediante novos elos nos setores com maior conteúdo de conhecimento • Onerar ou reter a propriedade estatal dos principais recursos naturais de exportação associados à produção primária (cobre, petróleo, minerais) Os desafios de um novo papel do Estado para a coesão territorial: a evidência, as aprendizagens e a proposta Os desafios de um novo papel do Estado para a coesão territorial: a evidência e as aprendizagens • A região exibe uma aguda heterogeneidade territorial em medida muito maior do que nos países desenvolvidos • Esta desigualdade se encontra em capacidades produtivas, institucionais e de desenvolvimento social e inibe encadeamentos produtivos nacionais • Os processos de descentralização sem correção agravam tais desigualdades • A geografia da produtividade e do bem estar na região deve ser menos díspar • Devem existir instrumentos explícitos de convergencia e igualação territorial • Fundos de coesão territorial nacionais que acompanhem os processos de descentralização Maior concentração econômica, maior desigualdade territorial AMÉRICA LATINA E OCDE: VARIAÇÕES DAS BRECHAS DE PIB PER CÁPITA DAS REGIÕES MAIS RICAS E DAS MAIS POBRES POR PAÍS Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de información oficial de cada país. Os desafios de um novo papel do Estado em matéria de trabalho: as evidências, as aprendizagens e a proposta Os desafios de um novo papel do Estado em matéria de trabalho: a evidência e as aprendizagens • Duas décadas com um pobre desempenho do mercado de trabalho, melhoras no último quinquênio, mas curtas e insuficientes • Alto desemprego, segmentação e precariedade • Baixas remunerações e alta informalidade • A institucionalidade do emprego contribui para a formação de mercados de trabalho pouco eficientes, excludentes e desiguais • … especialmente desfavoráveis para mulheres e jóvens Desemprego cai, mas persiste em níveis altos AMÉRICA LATINA E CARIBE: EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO NO TRABALHO, EMPREGO E DESEMPREGO (Em porcentagens) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em dados oficiais dos países. Nota: A taxa de emprego apresentada no gráfico corresponde à definição da OIT, ou seja, corresponde ao quociente entre o número de ocupados e a população em idade de trabalhar. Alta segmentação do mercado de trabalho, apesar das melhoras recentes… AMÉRICA LATINA: POPULAÇÃO URBANA OCUPADA EM SETORES DE BAIXA PRODUTIVIDADE, EM TORNO DE 1990, 2002-2003ª E 2007-2008 (Em porcentagem da população urbana ocupada) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em dados das pesquisas de domicílios dos países. a 1990-2002/2003: 14 países; 2002/2003-2007/2008: 17 países. Os desafios em matéria de trabalho: os objetivos e as propostas • Garantir o funcionamento eficiente do mercado de trabalho com pleno respeito dos direitos • Virada em direção a modelos não contributivos financiados por renda geral (expansão tributária) • Proteção dos trabalhadores e de aqueles com problemas de inserção laboral produtiva – – – – Qualidade e formalização do trabalho Acesso à capacitação Voz, representação e negociação Salário mínimo • Incentivos e isenções tributárias para formalização em PME’s Os desafios de um novo papel do Estado em matéria social: a evidência, as aprendizagens e a proposta Os desafios de um novo papel do Estado em matéria social: a evidência e as aprendizagens • Desigualdade persistente (com queda recente) • Reprodução da pobreza entre gerações e desigualdade muito acentuadas • Alta vulnerabilidade de famílias ante choques adversos, baixa segurança social, baixas reservas familiares • Inserção estratificada da mulher no mercado de trabalho • Gasto social com baixo efeito progressivo devido ao vínculo entre posição no mercado (mercado de trabalho formal ou poder de compra) e acesso a garantias sociais • Forte estratificação do logro educacional • Infantilização e feminidade da pobreza • Desaproveitamento da janela de oportunidades demográfica Uma década sem avanços… AMÉRICA LATINA (16 PAÍSES): ÍNDICE DE GINI, 1990-2002 Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de tabulaciones especiales de las encuestas de hogares de los respectivos países. E outra metade com avanços… AMÉRICA LATINA (16 PAÍSES): ÍNDICE DE GINI, 2002-2008 Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de tabulaciones especiales de las encuestas de hogares de los respectivos países. Avanços em várias frentes… AMÉRICA LATINA E O CARIBE; POBREZA, INDIGÊNCIA, EMPREGO, DESEMPREGO E COEFICIENTE DE GINI, EM TORNO DOS ANOS 2002 E 2008 (Em unidades de Gini por 100, os restantes em porcentagens) Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de Panorama Social de América Latina 2009 y Coyuntura Laboral en América Latina y el Caribe, Boletín As fronteiras móveis de bem-estar: alta proporção de população exposta a riscos AMÉRICA LATINA (18 PAÍSES): PERFIL DA VULNERABILIDADE DE RENDA POR PAÍS, 2008 (Em porcentagens) Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de tabulaciones especiales de las encuestas de hogares de los respectivos países. Mas a pobreza permanece infantilizada e feminizada AMÉRICA LATINA (18 PAÍSES): PROPORÇÃO ENTRE AS TAXAS DE POBREZA DE CRIANÇAS E MULHERES E AS DO RESTO DA POPULAÇÃO, AO REDOR DE 1990, 2002 E 2008 QUOCIENTE ENTRE TAXAS DE POBREZA DE CRIANÇAS ATÉ 14 ANOS/PESSOAS DE 14 ANOS E MAIS, CERCA DE 1990, 2002 E 2008 a MULHERES/HOMENS (COM IDADES ENTRE 20 E 59 ANOS) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), com base em tabulações especiais das pesquisas de domicílios dos respectivos países. a Países ordenados segundo a variação anual da taxa de pobreza. O período 2002 corresponde à pesquisa mais recente disponível entre 2000 e 2002, e o período 2008, à mais recente disponível entre 2004 e 2008. b Área metropolitana. c Área urbana. Está terminando a queda acentuada da taxa de dependência Número de pessoas em idade de inatividade por cada 100 pessoas em idade ativa: (0-14) + (60 +) / (15-59) Queda pronunciada: Regressão fácil do bônus (1970-2010/2015) Estabilização em níveis baixos: Persiste o bônus, mas se ativa por outros fatores (2010/2015-2021) Início do fim do bônus demográfico: Começa a subir a taxa de dependência 2021- Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base de cifras oficiales. Os desafios de um novo papel do Estado em matéria social: os objetivos e as propostas • Redistribuição direta de rendas, a partir de sistemas não contributivos para construir um sistema básico de rendas parciais garantidas (infância, família, idosos e ativos desempregados formais e informais) • Acesso a formatos de seguridade solidária em saúde • Nivelamento (para cima) enérgico do acesso e logro educativo • Criação de uma rede e oferta pública de cuidados de qualidade à primeira infância e a idosos Os desafios de um novo papel do Estado em matéria social: os objetivos e as propostas • Transferência a famílias não contribuintes com filhos menores de 14 anos, (universal ou focalizada em forma ampla) • Transferências a idosos (universais ou focalizadas) • Transferências a desempregados (cofinanciadas por rendas gerais e contribuições) • Cobertura em cuidados e educação pré-escolar 0-5 anos e ampliação cobertura primária escola de tempo estendido ou integral • Pacotes básicos de saúde básica não contributiva • Expansão cobertura e qualidade educação primária e secundária • Sistemas de incentivos para conclusão da educação Governabilidade para o Desenvolvimento: Nova equação Estadosociedade-mercado Pacto Fiscal: equação sociedadeEstado • Desde arrecadar pouco e mal a: Estrutura tributária progressiva Expandir a carga tributária Reduzir a evasão e as isenções generalizadas • Definir prioridades no gasto: No social, ênfase no contributivo No productivo, mais para inovação Bancos de desenvolvimento: financiamento inclusivo Destinar investimento público para infraestrutura, econômia baixa em carbono e medidas criadoras de emprego Três desafíos para o Estado • Transformar a estrutura produtiva: com políticas macro, políticas horizontais e setoriais e incentivos fiscais e creditícios • Regular os mercados financeiros, laborais e energéticos • Redistribuir de forma direta por via de políticas públicas (transferencias, incentivos e proteção social) Nueva ecuación: Estado-mercadosociedad • • O público como espaço dos interesses coletivos e não como o estatal ou o nacional Com acordos políticos para um novo contrato social e inter-geracional com definição de responsabilidades e sistemas de rendição de contas • Consolidar uma cultura de desenvolvimento coletivo baseada na tolerancia frente à diferença e ã diversidade • • Visão estratégica de longo plazo Políticas de Estado, não somente de governo ou administração, usando a via das instituições … Visão de horizonte longo da agenda para o desenvolvimento • Macroeconomía para o crescimiento do longo plazo • Política fiscal com igualdade • Convergencia produtiva com inovação • Integração regional frente a temas globais • Inclusão social • Paridade de género • Desafios da dinamica demográfica • Cambio climático e gestão de riscos • Economia baixa em carbono: energia e infraestrutura • Governabilidade para o Desenvolvimento