Medicina Nuclear na unidade de dor torácica Sessão: Diagnósticos por Imagem 16/11/2006 Gustavo B. Barbirato Cintilografia Miocárdica Importância Diagnóstica e Prognóstica Estratificação de Risco Injeção na dor Diagnóstico de DAC 7 milhões são admitidos com suspeita de DAC 95% não possuem IAMCSST 20% são admitidos com Síndromes IAMSSST Pope e cols = 10689 pct, 17% com critérios para isquemia e 6% liberados com IAM. 25% de mortalidade. Diagnóstico de DAC Crônica Probabilidade Pré-teste idade Dor torácica Dor atípica não anginosa Dor típica H M H M H M 30-39 4 2 34 12 76 26 40-49 13 3 51 22 87 55 50-59 20 7 65 31 93 73 60-69 27 14 72 51 94 86 NEJM 1979;300:1350-58 Populações Especiais – DM Guidelines da ADA para diabéticos sintomáticos AI ou moderada a grave ou Angina leve e IAM ou ECG com isquemia Ou Angina leve e ICC Possível estratificação invasiva Angina leve e ECG inespecífico Ou Angina atípica e alteração no ECG basal Imagem com estresse Dor torácica atípica com TE NORMAL TE caso o paciente não possua outros fatores de risco Jennifer H. Mieires Sem Nucl Med 35:52 2005 Sexo Feminino Mulheres desenvolvem angina 10 e IAM 20 anos. Apresentam-se com outros fatores de risco e co-morbidades Sobrevivem menos ao primeiro IAM Evoluem com mais re-infarto e CMPD Mais sintomas atípicos e TE com falso positivo. Cintilografia miocárdica com estresse farmacológico? Jennifer H. Mieires Sem Nucl Med 35:52 2005 Cintilografia Miocárdica após intervenção Após 5 anos de CRVM em pacientes assintomáticos Pacientes assintomáticos 4-6 semanas após intervenção per-cutânea, sintomas atípicos em qualquer momento. Mahmarian e cols: Acompanhamento dos pacientes em tratamento clínico. Protocolo de Dor Torácica Hospital Pró-Cardíaco 2004 Seleção do Método de Estratificação Especificidade da Cintilografia Miocárdica Tl TcMIBI MIBI+GATED Tl TcMIBI MIBI+GATED Circulation 2000;101:1465-1478 Variáveis Prognósticas do SPECT Tamanho dos defeitos de perfusão SSS > 8 Defeitos em + de 1 região de suprimento vascular Dilatação da cavidade de VE nas imagens pós-estresse Queda da FE nas imagens pós-estresse (> 8%) FE < 45% nas imagens pós-estresse. Captação pulmonar aumentada (Tálio) Valor prognóstico Circulation 2000;101:1465-1478 93% 93% 66% 59% 75% 66% 76% 100 % 80% 92% 90% Valor Diagnóstico 0 Sens Espec Acur Isquemia 301 pacientes VPP VPN Alterado Azevedo e cols, 2006 Análise Multivariada Influência sobre eventos Combinados Fator Significativo erro padrão p valor RR IC de 95% Isquemia 0,717 0,009 6,5 1,61-26,83 ACTP prévia 0,35 < 0,0001 3,8 1,95-7,70 RVM prévia 0,36 0,01 2,41 1,17-4,97 Azevedo e cols, 2006 Sobrevida Livre de Desfecho Primário Sobrevida livre de desfecho primário (%) 100 98 96 94 92 90 88 86 84 Cintilografia normal 82 Cintilografia alterada 80 80 p ( log-rank ) = 0,086 0 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 Tempo (dias) Follow-up 697±326 dias Azevedo e cols, 2006 Sobrevida livre de eventos combinados (%) Sobrevida Livre de Eventos Combinados 100 90 80 70 60 50 Cintilografia negativa 40 Cintilografia alterada 30 30 p ( log-rank) = 0,0001 0 0 120 240 360 480 600 720 840 960 Tempo (dias) Azevedo e cols, 2006 Sobrevida livre de eventos combinados (%) Sobrevida Livre de Eventos Combinados de acordo com o nº Segmentos com Isquemia 100 90 80 70 60 50 40 sem isquemia 1 ou 2 segmentos 30 30 3+ segmentos p ( log-rank) = 0,0001 0 0 120 240 360 480 600 720 840 960 Tempo (dias) Azevedo e cols, 2006 Correlação com a Literatura Autor/ano n Método sens espec acur Conti, 2003 306 CPM estresse/UDT 94% 84% 85% Conti, 2001 231 CPM estresse/UDT 94% 75% 79% Fesmire, 2001 805 CPM estresse/UDT 97,3% 87,7% - Fesmire, 2002 2074 CPM estresse/UDT 99,1% 87,4% - Olgilby, 1998 26 CPM estresse/Amb 90% 100% 92% Kapur, 2002 2560 CPM estresse/Amb 91% 87% 91% Underwood, 2004 3425 CPM estresse/Metan 87% 73% - Azevedo e cols, 2006 301 CPM estresse/UDT 89,5% 75,5% 80,4% Correlação do Prognóstico com a Literatura Autor/ano n Método/Cenário Teste negativo Teste positivo x eventos/ano x eventos/ano Elhendy, 2005 458 CPM estresse/Amb 1,5% 4,5% Elhendy, 2003 218 CPM estresse/Amb 0,7% - Stratmann, 1994 534 CPM estresse/Amb 1,6% 8,7% Geleijnse, 1997 392 CPM estresse/Amb 0,8% 14,3% Heller, 1995 512 CPM estresse/Amb 1,3% 6,9% Azevedo e cols, 2006 301 CPM estresse/UDT 1,71% 6,04% Cintilografia de Perfusão Miocárdica na dor torácica aguda Cintilografia Miocárdica de Repouso durante episódio de dor torácica aguda. Estratificação de risco para evento coronariano em pacientes coronariopatas. Diagnóstico de DAC na sala de emergência. Avaliação funcional de lesão coronariana. Racional do uso da cintilografia miocárdica durante a dor torácica ECG Marcadores de necrose Miocárdica ECO Cintilografia de perfusão miocárdica Cintilografia Miocárdica para o diagnóstico de dor torácica Bilodeau et al, 1991 - sensibilidade = 96%, especificidade = 79% em vigência de dor; sensibilidade = 65% e especificidade = 84% na ausência da dor. Varetto et al – Incluiu a fase de estresse nos pacientes com imagem inicial normal. Sensibilidade = 100%; especificidade = 92% e VPN = 100%. Importância do momento da injeção Wackers et al – Incidência de anormalidade de perfusão = 84% até 6hs, diminuindo para 19% entre 12 – 18hs. Kontos et al – Não observou diferença. Sala de Emergência Dor Torácica x IAM 99m Tc-Tetrofosmin 99% 90% 100% 50% 0% Sens VPJ Am Coll Cardiol 1998; 31:1011 Sensibilidade para IAM SPECT x Troponina I na Admissão 92,0% 100% 80% 60% 39,0% 40% 20% 0% Tn I SPECT Circ 1998 Rest myocardial perfusion imaging as a powerful tool to evaluate myocardial infarction at Chest Pain Unit. A prevalência da doença foi 6,5%. Sensibilidade da injeção no momento de dor para IAM foi 5,7%. Especificidade de 45,5%. VPN foi 97,7%. N= 108pct EANM 2006 Cintilografia de Perfusão Miocárdica de Estresse Elevada sensibilidade - 94% Valor preditivo negativo - 98,5% Acurácia - 79% Conti et al. Nucl Med Communications 2003;24:1055-60 2.074 pacientes com dor torácica Rotas investigativas + SPECT Sensibilidade de 99,1% e a especificidade de 87,4% Fesmire et al. Ann Emerg Med 2002; 40:584-594 89 pacientes Injeção até 4h Dor Torácica 55 pacientes Perfusão Alterada 34 pacientes Perfusão Normal 29% 24 pacientes Cintilografia de Estresse 71% Isquemia Normal Socerj 2005 Discussão • 60 pacientes com dor torácica < 6 horas • Injeção na dor foi positiva em 25 (42%) e normal em 35 (58%) • 15 pacientes (43%) apresentaram SPECT positivo após estresse Caso 1: ES, masculino, 67 anos. Dor retroesternal opressiva com irradiação para o dorso com duração de 1h. HAS e dislipidemia. Sem história de DAC prévia. QPS Caso Clinico Paciente masculino, 59 anos, hipertenso, dislipidêmico, com história familiar positiva para DAC, admitido com dor torácica tipo C, e delta T = 3hs, foi submetido ao protocolo de injeção na dor. ECG, MNM, ECO = normais Perfusão no momento da dor Estresse e Repouso Gated Estresse x Repouso Tromboembolismo Pulmonar Uso da Cintilografia de Ventilação X Perfusão Introdução Incidência: – 5/10.000 no ocidente Mortalidade: – 28% dos pacientes não tratados – 10% na primeira hora Complicações: – 12% de complicações hemorrágicas do tratamento FATORES de RISCO Situações onde prevaleçam um ou mais dos fatores da tríade de Virchow (estase venosa, lesão endotelial, hipercoagulabilidade) Sinais e Sintomas (PIOPED) TEP (%) Não TEP (%) (n=117) (n=248) FR > 20 ipm 70 68 Dispnéia 73 72 Dor Torácica 66 59 Hemoptise 13 8 Crepitações 51 40 P 0.001 Diagnóstico Clínico Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Agosto 2004 Exames Complementares Eletrocardiograma: – Sinais de sobrecarga aguda do VD BRD Desvio do eixo para a direita Padrão S1Q3T3 Inversão da onda T de V1 aV4 Exames Complementares D-Dímero: Elevado valor preditivo negativo Gasometria arterial: inespecífico Troponina: Proporcional a gravidade do evento e disfunção do VD. Duplex-Scan Venoso dos MMII: localização ECO transtorácico: Dignóstico e prognóstico. Arteriografia: Padrão ouro Exames Complementares Radiografia do Tórax: – Hipoperfusão pulmonar (sinal de Westmark) – Imagens cuneiformes (sinal de Hampton) – Atelectasia – Derrame pleural – Elevação da hemicúpula diafragmática – Exame normal Cintilografia de Perfusão/Inalação Pulmonar 99mTc MAA - Macroagregado de albumina – Partículas de 10 a 99 microns – Obstrução de 0,1% das arteríolas pré-capilares por 6 a 8 horas – Dose: 200.000 a 600.000 partículas 99mTC-DTPA Aerosol: – 0,5 a 0,8 microns de diâmetro – Pode ser realizado em pacientes em assistência ventilatória – Deve ser realizado antes da perfusão Interpretação: Princípios Primeiro: Exame normal exclui TEP independente da apresentação clínica. Segundo: Pode se apresentar com qualquer tipo de defeito, entretanto o risco de TEP depende do tipo de anormalidade. Terceiro: RX de Tórax padrão é essencial para a interpretação quando optarmos por V/Q scan. Interpretação: Princípios Quarto: a probabilidade clínica (pré-teste) de TEP é um fator de risco independente do Scan e d-dímero. Quinto: a cintilografia e o RX devem ser interpretado e suas categorias definidas antes da avaliação pré-teste. Sexto: D-dímero normal e Duplex-Scan normais eliminam a necessidade da cintilografia. SPECT X TC Capacidade Diagnóstica Caso Clínico J.R.R, 69 anos Pós-operatório de correção de AA ascedente e endarterectomia carotídea. Evoluiu com trombose da veia subclávia, dispnéia e dor torácica. DAC, HAS, Dislipidemia, Nefrolitíase, AVC e HPB. RX de Tórax normal. Imagens Planares