6 ■ SEXTA-FEIRA | 11 de setembro de 2015 Turra cobra ‘energia’ do Piratini ■ O líder do PP na Assembleia, deputado Sérgio Turra, de- Política fendeu que o governo do Estado seja mais enfático, junto à União, para evitar que recursos destinados ao RS sejam sequestrados. Na avaliação de Turra, em virtude da dificuldade que a administração de José Ivo Sartori (PMDB) está tendo em saldar as parcelas da dívida, o governo deveria “enfrentar com mais força, mais energia, a União”, disse. “ CORREIO DO POVO Não sabemos como o Executivo chegou a esses números (da Previdência). Eugênio Terra Presidente da Ajuris Depósitos judiciais: extrato atesta valores ■ O extrato entregue ontem por representante do Tribunal de Justiça aos líderes do PT, PCdoB e PSol na Assembleia comprova, com variação ínfima, os números que a oposição havia divulgado sobre a conta dos depósitos judiciais. Conforme o extrato, no dia 31 de agosto a conta possuía cerca de R$ 270 milhões. O documento será entregue agora Tribunal de Contas do Estado e ao procurador do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, com pedido de providências. Previdência: servidores apontam erro em projeto VANESSA VARGAS / DIVULGAÇÃO / CP Dados do Piratini divergem de números da Fazenda sobre aposentadorias ■ FLÁVIA BEMFICA U ma imprecisão no projeto do governo do Estado que cria um regime de previdência complementar para os servidores estaduais está fazendo crescer ainda mais a polêmica sobre o tamanho da crise das finanças no Estado. Na justificativa do projeto (PLC 303), o governo apresentou uma tabela pela qual, no Estado, os gastos com aposentadorias representariam 54% da Receita Corrente Líquida (RCL). Os dados não fecham com os números da Secretaria da Fazenda, que são os utilizados pelo ANDRÉ ÁVILA / CP MEMÓRIA ‘Faltou cautela em examinar a questão’, afirma Terra próprio Instituto de Previdência do Estado, o Ipergs. “O gráfico está totalmente equivocado. Os dados da Fazenda, que utilizam os critérios do Tribunal de Contas do Estado, mostram que, no final de 2014, os gastos com aposentadorias corresponderam a 28,8% da RCL”, informou nesta quinta-feira o diretor de Previdência do Ipergs, Ari Lovera. Diferentes entidades de classe e de servidores estão disponibilizando a tabela que usa os dados da Fazenda entre os anos de 2007 e 2013, e mostra que as aposentadorias, em 2013, comprometeram RS 24,4% da Receita Corrente Líquida. “O erro é muito sério e induz os deputados ao equívoco. Faltou cautela em examinar a questão, o que nos leva a crer que o projeto todo foi feito com muita pressa. Não sabemos como o Executivo chegou a esses números e de onde extraiu um quadro com os demonstrativos errados”, completou o presidente da Ajuris e da coordenação executiva da União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública, Eugênio Terra. O mapa utilizado no projeto apresenta como fonte o Ministério da Previdência, o Tesouro Nacional e governos estaduais. Na tarde desta quinta-feira a Casa Civil, responsável pela elaboração do projeto, reafirmou que o dado está correto, mas admitiu que sua apresentação ficou confusa, e que fará um esclarecimento aos deputados. De acordo com a Casa Civil, o que a justificativa pretende é mostrar que no RS o gasto com pessoal responde por 54% da RCL e que, dentro do gasto com pessoal, os inativos representam 54% e os ativos 46%. O governo pretende salientar ainda que o RS é o único estado do país onde o custo com inativos e pensionistas é superior ao custo com os servidores da ativa. Mainardi, Roso e Ruas cobram de Biolchi (D) mais diálogo com servidores APOSENTADORIA Oposição quer retirar urgência Os deputados Luiz Fernando Mainardi (PT), Pedro Ruas (PSol) e Juliano Roso (PCdoB) pediram ontem — em reunião com o chefe da Casa Civil Márcio Biolchi — a retirada da urgência sobre o projeto de lei que cria regime de previdência complementar a novos servidores. À saída do encontro eles não mostraram confiança em relação ao pedido, apesar da promessa de Biolchi em analisar o requerimento. A reunião foi a primeira com a oposição no governo Sartori. A matéria já tranca a pauta do Legislativo e pode ir à votação na terça-feira. Mainardi afirmou que o conteúdo do projeto é praticamente o mesmo da Lei Federal (lei 12.618/2012). “O de- bate sobre esse projeto não aconteceu”, disse o petista. “O governo afirma que está dialogando com as entidades, mas várias destas já procuraram o PSol dizendo que não são ouvidas”, completou Ruas. Representantes dos servidores questionam que, com as mudanças, será aberta possibilidade de que o Executivo saque os valores acumulados no fundo existente no regime que vigora desde 2011. Conforme dados do Ipergs, o montante, no final de julho deste ano, era de R$ 400 milhões. No núcleo do governo a proposta é apontada como moeda de troca para garantir votos para a aprovação do aumento de alíquotas do ICMS. OPERAÇÃO RODIN Salário: governo paga segunda parcela Suspensa ação contra Yeda O governo do Estado anunciou ontem o depósito da segunda parcela do salário do funcionalismo referente aos vencimentos do mês de agosto. De acordo com o Piratini, o crédito começou a aparecer nos extratos bancários após as 19h. No entanto, os servidores não tiveram acesso ao valor depositado, já que ele estará liberado apenas hoje. O valor de R$ 800,00 estava previsto para ser depositado na sexta-feira. De acordo com a Secretaria da Fazenda, o governo se valeu dos ingressos de ICMS da alíquota seletiva sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações para reunir os R$ 230 milhões necessários. Com isso, 32% do funcionalismo (incluindo fundações, autarquias, pensões previdenciárias e pensões alimentícias) que recebe até R$ 1.400,00 líquidos estarão com seus vencimentos integrais. A próxima parcela está programada para o dia 15, no valor de R$ 1.400,00. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800,00 será creditada dia 22. O valor líquido da folha dos servidores ativos, inativos, pensões previdenciárias e pensões alimentícias é de R$ 950 milhões. O desembargador federal Carlos Thompson Flores, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, suspendeu na última terça-feira a ação civil pública por improbidade administrativa contra a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB). A defesa de Yeda impetrou medida cautelar pedindo a suspensão do processo até que os recursos especial e extraordinário sejam julgados pelas cortes superiores (STJ e STF). Segundo os advogados da exgovernadora, a tramitação da ação de improbidade administrativa “tem causado prejuízos ao patrimônio moral e político, com reflexos objetivos e subjetivos na vida da cliente”. Para a defesa, a existência do processo já configura um tipo de penalidade autônoma.