A PRODUÇÃO TEÓRICA EM TORNO DA OBRA DE
LUDWIK FLECK NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 2011 A
2013 E SUA CONTRIBUIÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Rodrigo Diego de Souza – [email protected]; [email protected]
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de Educação.
Mestrando no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Av. Monteiro Lobato, s/n - Km 04 CEP 84016-210 - Ponta Grossa - PR – Brasil, (42)
3220-4800.
Ponta Grossa - Paraná
Daniela Frigo Ferraz – [email protected]
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Rua Universitária, 2069 - Jardim Universitário CEP 85819-110 - Cascavel – PR – Brasil
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Ciência e Tecnologia.
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Marcia Regina Carletto – [email protected]
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Ciência e Tecnologia.
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Resumo: O presente artigo reúne dados sobre a produção teórica que aborda a
epistemologia de Ludwik Fleck presente nas teses e dissertações do Banco da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre os anos
de 2011 à 2013, tem por objetivo categorizar os diferentes enfoques em que este
referencial teórico foi utilizado para balizar as pesquisas enquanto fundamentação
teórica e/ou categoria de análise. O tipo de pesquisa realizada foi a pesquisa
bibliográfica em que foram analisadas 4 dissertações e 5 teses, realizadas nas áreas de
Educação, Educação para Ciência, Ensino de Ciências e Matemática, e também na
área de Filosofia e Ciências humanas. A pesquisa caracterizou a atualidade e inovação
da redescoberta desta teoria nas pesquisas em programas de pós-graduação, em
especial no ensino de ciências.
Palavras-chave: Ludwik Fleck. Epistemologia de Fleck. Estado do conhecimento.
Educação em Ciências.
1
INTRODUÇÃO
Fazer um resgate da produção teórica em torno de um autor significa perceber a
relevância e inserção dessa em diferentes contextos, sendo assim, nesta pesquisa
buscamos fazer um levantamento das teses e dissertações no Banco de Teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) defendidas no
período de 2011 à 2013, que utilizaram os pressupostos teóricos de Ludwik Fleck
(1896-1961), médico e filósofo polonês, o qual também podemos chamar de
epistemólogo, pois com sua teoria apresenta-nos criticidade ao fazer científico atrelado
aos aspectos sociais e históricos.
A relevância deste trabalho encontra-se na ênfase em perceber os ecos da
epistemologia de Fleck nas pesquisas e estudos nos programas de pós-graduação do
Brasil, em especial nos programas relacionados ao Ensino de Ciências, bem como
analisar o enfoque que a teoria de Ludwik recebe nesses espaços.
Apesar de sua obra escrita no campo da filosofia da ciência ter sido pequena (além
da monografia de 1935, há apenas alguns poucos artigos), a importância desse autor
relaciona-se principalmente a maneira radical na qual ele toma a dimensão social como
ponto de partida de sua teoria do conhecimento (FHER, 2012). Segundo a autora citada,
sua (re) descoberta a partir de um breve comentário de Thomas Khun na introdução de
seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, de 1962, tornou-o sinônimo de uma
particular abordagem sociológica em teoria do conhecimento.
Ainda que esse autor seja relativamente pouco conhecido na área de pesquisa em
Educação em Ciências, segundo Delizoicov; Carneiro e Delizoicov (2004), sua
referência em trabalhos da área vem tendo um crescente reconhecimento nos últimos
anos. Desse modo, interessou-nos investigar qual é o estado de conhecimento dos
estudos que abordam a obra de Fleck nos últimos três anos, já que é o período mais
recente que poderia conter estudos em torno de sua epistemologia.
Este artigo, ao sinalizar os resultados das pesquisas que utilizam o referencial
fleckiano, apresenta em um primeiro momento os fatores biográficos que influenciaram
Fleck e seu pensamento, para após explanar sobre as suas proposições teóricas, bem
como a metodologia de coleta e análise dos dados, a discussão dos resultados e as
considerações finais em torno desta temática.
2
O CONTEXTO DE FLECK E SUA EPISTEMOLOGIA
Ludwik Fleck (1896-1961), foi médico de origem judaico-polonesa, atuando como
clínico e pesquisador nas áreas de bacteriologia, microbiologia e imunologia.
Paralelamente, estudou sociologia, filosofia e história da ciência. Sua obra é considerada
uma das pioneiras da abordagem sociológica no estudo do conhecimento científico
(SCHÄFER; SCHNELLE, 2010; LORENZETTI; MUENCHEN; SLOGO, 2013;
FERREIRA, 2012).
A trajetória de Fleck foi bastante acidentada, o que em parte explica a pouca
divulgação de sua obra. Fleck, seu filho e esposa foram vítimas da ocupação nazista na
Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido enviados para os campos de
concentração de Auschwitz e Buchenwald (SCHÄFER, SCHNELLE, 2010). Fleck,
esposa e filho sobreviveram à guerra, mas a mesma sorte não tiveram amigos, colegas e
o restante da família.
Durante a guerra Fleck prosseguiu suas pesquisas e desenvolveu uma nova técnica
de preparação da vacina contra o tifo a partir da urina dos doentes, o que despertou a
cobiça dos nazistas que, por isso, preservaram sua vida. De volta à Polônia, após a
guerra, Fleck foi professor universitário e membro de importantes associações
científicas de seu país. Entre 1946 e 1957 desenvolveu intensa atividade científicoacadêmica: orientou quase cinquenta teses de doutorado, publicou 87 artigos e
participou de vários congressos científicos, um deles no Brasil (SCHÄFER;
SCHNELLE, 2010).
Sua epistemologia, segundo Delizoicov; Carneiro e Delizoicov (2004) é
contemporânea a de Popper e Bachelard, tendo publicado seu livro em alemão em 1935,
assumindo como estes, posição crítica em relação ao empirismo lógico. As ideias
centrais de Fleck se fundamentam, segundo Delizoicov et al. (2002), na perspectiva de
que os fatos científicos são condicionados e explicados sócio-historicamente sendo que
as teorias científicas do presente estão relacionadas com as do passado, e estas se
ligarão as do futuro, desse modo, o conhecimento científico é considerado como uma
construção contínua.
Dentre as categorias introduzidas por Fleck (2010) as principais são as categorias:
Estilo de Pensamento, Coletivo de Pensamento e Circulação Intracoletiva e Intercoletiva
de ideias. Para Fleck, um fato científico é influenciado pelas condições sociais, culturais
de uma época, ou seja, o Estilo de Pensamento daquele momento histórico. Já o
Coletivo de Pensamento se caracterizaria como sendo uma comunidade de cientistas
que compartilham o ideal de um Estilo de Pensamento. Desse modo, os estilos de
pensamento condicionam os diferentes coletivos de pensamentos.
O estilo de pensamento no qual o indivíduo foi inserido, segundo Fleck,
passa a mediar a relação sujeito objeto, exercendo certa coerção no observar,
permitindo um ver formativo, direto e desenvolvido. Essa coerção de
pensamento faz com que os membros de um coletivo venham a rejeitar, a
reinterpretar os fatos que contradizem os pressupostos que embasam o estilo
de pensamento dominante. (Delizoicov et al., 2002, p. 63)
A formação de estilos de pensamento ocorre em círculos hierarquizados
epistemologicamente: um círculo menor esotérico, constituído pelos especialistas de
uma área e um círculo maior exotérico formado pelos participantes do coletivo de
pensamento (FLECK, 2010; 2012). As pessoas podem pertencer a vários coletivos
simultaneamente, atuando como transmissores de ideias entre os coletivos.
(PFUETZENREITER, 2003). Segundo Delizoicov (2007), a troca de ideias nos
coletivos de pensamento ocorre por meio de circulações intra e intercoletivas. A
circulação intracoletiva ocorre no interior de um coletivo de pensamento com o intuito
de formação dos pares, a circulação intercoletiva consiste na disseminação e
popularização dos estilos de pensamento que pode ocorrer no interior de um coletivo ou
entre distintos coletivos de pensamento.
Segundo Delizoicov et al. (2002), a epistemologia de Fleck para além de sua
utilização no âmbito dos estudos em História, Filosofia e Sociologia da Ciência,
principalmente na Europa, é potencialmente útil para a análise de pesquisas em Ensino
de Ciências, e que têm sido desenvolvidos pelo grupo na Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Isso porque as categorias propostas por Fleck podem ser aplicadas
tanto para o caso do conhecimento do senso comum, como para o científico, bem como
para agrupamentos de outros profissionais, como os professores de ciências dos
diferentes níveis de ensino, auxiliando na caracterização e compreensão das formas
como atuam os professores. Também indicariam novos caminhos na formação inicial e
continuada dos mesmos.
Lorenzetti; Muenchen e Slogo (2013) ao desenvolver uma análise do tipo ‘estado
do conhecimento’ sobre os estudos orientados sobre o enfoque epistemológico de Fleck
no Brasil encontraram no total 41 trabalhos no período compreendido entre 1995 a
2010. Desses apenas 13 se deram na área de educação em ciências.
O uso da epistemologia de Ludwik Fleck na pesquisa em ensino de ciências
também foi estudada por Melzer (2011), o qual analisou as produções teorizadas em
Fleck nos programas de pós-graduação no período entre 2006 e 2010. Concluindo ter
poucas pesquisas neste referencial teórico neste período, pois totalizou 8 produções,
sendo 5 dissertações e 3 teses.
O estudo de Lorenzetti (2008) encontrou 20 pesquisas, entre dissertações e teses
desenvolvidas em programas de pós-graduação, no período de 1995 a 2006. Essa
produção acadêmica, que se apoia nas ideias epistemológicas de Fleck, foi categorizada
pelo autor em cinco eixos: 1) Formação de professores; 2) Estudos sobre o currículo; 3)
Análise sobre a emergência de um fato; 4) Relação de Fleck com outros autores; 5)
Análise de produção acadêmica.
3
ASPECTOS METODOLÓGICOS E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A presente pesquisa tem por finalidade caracterizar a amplitude das pesquisas em
torno da epistemologia de Ludwik Fleck, e produções realizadas nos programas de pósgraduação, nos anos de 2011 à 2013. A escolha desse período se deve ao fato da
necessidade de verificarmos o panorama em que se encontram as pesquisas relacionadas
a obra de Fleck nos últimos anos, em especial as pesquisas na área de Educação em
Ciências. Esta modalidade de pesquisa possibilita diagnosticar as contribuições dos
pesquisadores da área, bem como as potencialidades e fragilidades dos cenários atuais
da pesquisa proporcionando o desenvolvimento das investigações em torno do
referencial teórico.
O desenvolvimento da investigação deu-se no primeiro semestre de 2014, por meio
de uma pesquisa bibliográfica das teses e dissertações defendidas no período de 2011 à
2013. Segundo Cervo; Bervian e Da Silva (2007, p.61), a pesquisa bibliográfica “busca
o domínio do estado da arte sobre determinado tema”. Sendo o levantamento das
produções analisadas, no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – CAPES, tendo como critério para a busca avançada 5
palavras-chave:
1. Categorias de Fleck;
2. Coletivos de Pensamento;
3. Epistemologia de Fleck;
4. Estilos de Pensamento;
5. Ludwik Fleck.
A busca no Banco de Teses da CAPES (http://bancodeteses.capes.gov.br/), foi
considerado relevante por reunir dissertações e teses de programas de todo o Brasil e de
diversas áreas do conhecimento e apresentou 4 dissertações e 5 teses no período
analisado. Sendo os trabalhos desenvolvidos nas áreas de Educação, Educação para
Ciência, Ensino de Ciências e Matemática, e também na área de Filosofia e Ciências
humanas, em Instituições de Ensino Superior (IES) da região norte, sul e sudeste;
apresentando uma certa heterogeneidade da abordagem do referencial fleckiano, bem
como o potencial da epistemologia de Fleck como marco teórico, segundo a Tabela 1.
Tabela 1 - Registros das Produções nas Áreas de Conhecimento.
Fonte: Dados da Pesquisa 2014.
O maior número de produções neste recorte são de teses, o que evidencia um eco da
epistemologia de Fleck nos programas de pós-graduação na modalidade de doutorado e
uma produção significativa em mestrado. Quanto aos programas, percebe-se o seguinte
número de produções, conforme Tabela 2.
Tabela 2 – Programas de Pós-graduação e Produções no Referencial Fleckiano.
Fonte: Dados da Pesquisa 2014.
Verifica-se que a Universidade Federal de Santa Catarina lidera a produção
acadêmica com Fleck no período analisado, resultado semelhante foi encontrado no
trabalho de Lorenzetti, Muenchen e Slogo (2013). Assim como no estudo citado
anteriormente, verifica-se a disseminação dos estudos em Fleck em outros centros,
como a UFPR, UFPA, UNESP, UNIJUI, USP, UFMG.
Durante o estudo do resumo das produções foi possível perceber a infinidade de
enfoques nos quais a epistemologia de Fleck apresentou significados. A dissertação de
Emmel (2011) apresenta uma análise do livro didático nos artigos publicados em
periódicos indexados no Scielo e nos eventos (ENDIPE, ENPEC e ANPED),
categorizando-os na epistemologia de Fleck nos seguintes estilos e coletivos de
pensamento: conceitos, currículo, pesquisa em/sobre o livro didático e metodologia.
Também consta a dissertação de Hoffmann (2012) tendo por objetivo a análise das
produções e do livro didático, tendo o enfoque no uso de metáforas e analogias no
ensino de ciências e biologia, sobre esta obra abordaremos adiante.
As produções elaboradas em mestrado acadêmico de Nogueira (2012) e Carneiro
(2012) apresentam o corpo teórico de Ludwik Fleck, enquanto Filosofia da Ciência,
pois Nogueira (2012) faz uma retomada histórico-filosófica das relações entre Fleck, o
Círculo de Viena e particularmente a Carnap, pois salienta o posicionamento Fleckiano
discordante do neopositivismo vigente na época e as proposições fleckianas do papel da
linguagem como instrumento de mediação e interação entre o cientista e o mundo.
Ludwik ao apresentar a sociogênese do conhecimento, consegue solucionar desafios
relacionados à produção e origem do mesmo, possivelmente herdados da tradição
recebida da hegemonia neopositiva.
Carneiro (2012) apresenta Ludwik Fleck como Filósofo, ou seja, faz um estudo da
filosofia de Fleck, buscando analisar o desenvolvimento da teoria comparativa do
conhecimento enquanto estatuto epistemológico e as possíveis dificuldades teóricas.
Inicia caracterizando a incomensurabilidade entre estilos de pensamento como o
problema mais imediato para sua efetivação, após o pesquisador aborda as principais
fases da recepção da filosofia de Fleck, as linhas conceituais em que ele direciona a sua
teoria, culminando na epistemologia de Fleck como um enfoque de saber relacional
apontando para a necessidade de um desenvolvimento metodológico mais preciso para
que os pressupostos fleckianos recebessem um estatuto epistemológico privilegiado.
A perspectiva fleckiana também foi investigada enquanto mediação da cultura
científica para a cultura humanista na tese de Queiros (2012), o qual propõe a formação
dos professores de física em uma perspectiva transformadora, por meio da mediação
citada anteriormente, em uma abordagem histórico-sociocultural.
A dissertação defendida por Hoffmann (2012) também sinaliza para a formação de
professores, porém no posicionamento do uso de metáforas e analogias presentes nos
livros didáticos, em artigos publicados em periódicos e apresentados em eventos da área
de Ensino de Ciências e Biologia. Enfatizando a importância da problematização do uso
de metáforas e analogias na formação inicial dos professores de biologia, bem como no
momento em que se ensina e aprende biologia.
Foi possível analisar estudos em torno dos sentidos e significados construídos por
meio das aulas de ciências tendo a epistemologia comparativa fleckiana como
pressuposto, pois Tommio (2012), aproxima perspectivas de Fritz, Müller e Darwin
para observar como a circulação entre os sentidos acontecem por meio da escrita dos
alunos, situados em uma sociedade técnico-científica, colaborando ou não para a
formação de sujeitos-autores em suas relações no mundo e com o mundo.
Os estudos sobre o ensino de biologia na percepção de Ludwik Fleck, também
apresentam a pesquisa de Bertoni (2012), que procura delinear o conceito de vida, a sua
gênese e desenvolvimento, tendo por finalidade estabelecer os estilos de pensamento
biológico que nortearam a construção do conceito de vida. Ressalta-se que Bertoni
apresenta Fleck com uma epistemologia evolucionária diferente de outros teóricos, que
o apresentam como uma sociogênese do conhecimento.
Durante a análise das produções percebe-se que nos últimos três anos foram poucos
os estudos no referencial fleckiano na área de educação matemática e/ou ensino de
matemática, encontramos o trabalho de Dias (2012), buscando caracterizar a
compreensão dos professores de matemática sobre os números fracionários, colocando
uma análise comparativa entre os conceitos de Kieren e Vergnaud ao da matemática
cultural de Alan Bishop, utilizando a epistemologia de Fleck para balizar o diagnóstico
de uma via endógena do conceito de números fracionários, tendo concluído ao fim do
estudo que os sujeitos da pesquisa encontravam-se em um círculo exotérico, não
compreendendo o conceito de números fracionários, como o círculo esotérico
apresentava.
Utilizando-se dos eixos apresentados por Lorenzetti (2008) e Lorenzetti; Muenchen
e Slongo (2013), podemos categorizar os trabalhos analisados conforme os itens
descritos na Tabela 3.
Tabela 3 – Categorização dos Trabalhos Analisados.
Fonte: Dados da Pesquisa 2014
Observa-se que a distribuição dos trabalhos analisados nesse período, conforme os
eixos propostos por Lorenzeti (2008) apresentam-se equilibrados.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos textos e pesquisas encontrados permite-nos legitimar a hipótese da
heterogeneidade do uso da epistemologia de Fleck, ou seja, em diversos espaços e
temáticas, Fleck aparece como fundamentação teórica com um enfoque históricoepistemológico ou apenas como categoria de análise.
Essa percepção possibilita-nos compreender a atualidade da teoria de Fleck, a
redescoberta deste teórico e como ele pode ser inovador ao balizar determinados estudos
e diferentes contextos, propondo possível articulação em diversas áreas de
conhecimento.
Por fim, considera-se que apesar de não haver um número muito grande de
trabalhos utilizando o referencial Fleckiano, há um crescente na modalidade de teses, o
que evidencia um aprofundamento cada vez maior em torno de sua obra. Além disso, o
grupo onde esses estudos se iniciaram na área de Educação em Ciências, continua
atuando de modo efetivo e liderando as pesquisas com Fleck, demonstrando o potencial
de sua obra para o Ensino de Ciências.
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THE THEORY OF PRODUCTION WORK AROUND LUDWIK
FLECK IN PERIOD 2011 TO 2013 AND ITS CONTRIBUTION IN
TEACHING SCIENCE
Abstract: This paper presents data on the theoretical production that addresses the
epistemology of Ludwik Fleck this theses and dissertations Bank of Coordination of
Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) between the years 2011 to 2013,
the aim of this study was to categorize the different approaches in this theoretical
framework was used to guide the research as theoretical reasons and / or category of
analysis. What kind of research was a literature search in which four dissertations and
theses 5, made in the areas of Education, Science Education, Teaching of Science and
Mathematics, and also in the area of Philosophy and Humanities were analyzed.
Research and innovation characterized the current rediscovery of this theory in the
research of graduate programs, especially in science teaching.
Key-words: Ludwik Fleck. Fleck's Epistemology. State of knowledge. Science
Education.
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a produção teórica em torno da obra de ludwik fleck no período