Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders Estado da Arte de Anais de Eventos Científicos sobre Educação Estatística no Brasil Eixo temático 1:Fundamentos e práticas educacionais Ailton Paulo de Oliveira Júnior1 Cristian Elias do Carmo2 Tayrinne Helena Vaz3 Agência de Fomento: FAPEMIG Segundo Ferreira (2002), as pesquisas do tipo Estado da Arte podem ser entendidas como de caráter bibliográfico, trazendo o desafio de mapear e de discutir certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas. Ainda Soares (1989) diz que a realização do Estado da Arte é bastante pertinente, uma vez que essa compreensão do estado de conhecimento sobre um tema, em determinado momento, é necessária no processo de evolução da ciência, afim de que se ordene periodicamente o conjunto de informações e resultados já obtidos, ordenação que permita indicação das possibilidades de integração de diferentes perspectivas, aparentemente autônomas, a identificação de duplicações ou contradições, e a determinação de lacunas e vieses. De acordo com essa perspectiva, este estudo objetivou construir um Estado da Arte, a partir do ano de 2000, em relação à Educação Estatística (Estatística, Probabilidade e Análise Combinatória) desde a Educação Infantil até o Ensino Superior em anais de eventos científicos realizados no Brasil (regionais, nacionais e internacionais), abordando aspectos tanto quantitativos quanto qualitativos sobre o que está sendo produzido na área em nosso país e a partir deste estudo indicar as tendências da pesquisa nesta área do conhecimento. A pesquisa foi desenvolvida a partir de fontes documentais dos anais de eventos, de 2000 a 2012, disponível em formato digital. É importante ressaltar que a análise de anais de eventos depende do julgamento do pesquisador, pois cabe a ele, após leitura do resumo e, quando necessário, do trabalho completo, definir se o texto se enquadra ou não na categoria Educação Estatística. Assim, faz-se necessária a leitura atenta dos referidos resumos para verificar a pertinência ou não do texto como objeto de análise do projeto para posterior tabulação e análise dos dados. 1 Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Departamento de Matemática, Instituto de Ciências Exatas Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. 2 Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Departamento de Matemática, Instituto de Ciências Exatas Educação. Aluno de Iniciação Científica. 3 Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Departamento de Matemática, Instituto de Ciências Exatas Educação. Aluno de Iniciação Científica. Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders Encontraram-se poucos trabalhos que fizesse uso do Estado da Arte relacionado à temática “Educação Estatística”, tal como o realizado por Ribeiro (2010) onde foi feito um levantamento, uma leitura e uma seleção de dissertações abordando a Probabilidade e a Estatística defendidas entre 2000 e 2008. Além desse trabalho, Guimarães, Gitirana, Marques e Cavalcanti (2009) abordam o Estado da Arte das pesquisas sobre Educação Estatística na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tomando por base as publicações em anais de congressos e em periódicos científicos nacionais, do período de 2001 a 2006, relacionados à área de Educação e Educação Matemática. Assim, neste trabalho, analisando as 13 (treze) principais instituições de ensino superior que mais publicam na área de Educação Estatística neste período, nos níveis edicaionais em questão, 8 (oito) são da região Sudeste e destas, 7 (sete) do estado de São Paulo. Além disso, a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE foi a instituição que mais publicou entre 2000 e 2012, com 58 trabalhos, ou seja, mais de vinte por cento do total. Outra instituição em destaque é a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, com cerca de oito por cento do total dos 280 (duzentos e oitenta) artigos encontrados. Desse total de trabalhos, analisando separadamente cada área considerada (Estatística, Probabilidade e Análise Combinatória) foram publicados: 201 (71,8%) trabalhos em Estatística, 35 (12,5%) trabalhos em Probabilidade, 32 (11,4%) trabalhos em Análise Combinatória e 12 (4,3%) trabalhos contemplando mais de uma área. Analisando ainda estas publicações, quase metade dos trabalhos com foco em Estatística é voltada para o Ensino Superior. Analisando o nível de ensino dos artigos de Análise Combinatória mais que 40% abordam as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental. E em relação à Probabilidade, 12 dos 35 trabalhos encontrados abordam diversos aspectos do Ensino Médio. Ao analisarmos as instituições que mais publicam em Educação Estatística nos principais eventos científicos realizados no Brasil vimos que há um predomínio da região Sudeste, mais precisamente do Estado de São Paulo, que é o Estado de nosso país com mais tradição no Ensino Superior e também o mais rico economicamente. Porém merece destaque o fato de ser uma Universidade da região Nordeste, uma instiuição federal, que mais publicou nos eventos. Isso mostra que a educação superior em nosso País, mesmo em uma região mais pobre economicamente, tem contribuído para o avanço das pesquisas nesta área. Ainda sobre os eventos, o fato de a grande maioria dos artigos serem sobre Estatística mostra que há uma maior preocpação em estudas o uso de gráficos e tabelas, a formação de professores, a leitura e a interpretação de dados, entre outros. Sobre a Análise Combinatória vista principalmente nas séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, temos que seu estudo é fundamental pelo fato de oferecer métodos e técnicas de contagem imprescindíveis a várias áreas do conhecimento. Enfim, percebemos que o estudo da área da Educação Estatística é fundamental não apenas a nível escolar, mas também na leitura de códigos e linguagens utilizados em organizações, empresas, ou mesmo em informações que temos acesso no nosso cotidiano. Logo desde a educação infantil esssa área da Matemática deve ser trabalhada. Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders Referências CAZORLA, I. M.; KATAOKA, V. Y.; SILVA, C. B. Trajetória e perspectivas da Educação Estatística no Brasil: um olhar a partir do GT12. In: Estudos e Reflexões em Educação Estatística. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2010. FERREIRA, N. S. A. Pesquisas denominadas estado da arte: possibilidades e limites. Educação & Sociedade, v. 79, n. 1, p. 257-274, 2002. GUIMARÃES, G; GITIRANA, V; MARQUES, M. & CAVALCANTI, M.R. A Educação Estatística na educação infantil e nos anos iniciais. Zetetiké – Cempem – FE – Unicamp – v. 17, n. 32, jul/dez 2009. RIBEIRO, S. D. As pesquisas sobre o Ensino de Estatística e Probabilidade no período de 2000 a 2008: uma pesquisa a partir do banco de teses da CAPES. Dissertação (Mestrado Profissional no Ensino de Matemática). PUC, São Paulo, 2010. SOARES, M. Alfabetização no Brasil – O estado do conhecimento. Brasília: INEP/MEC, 1989. Palavras-chave: Educação Estatística. Estado da Arte. Eventos científicos.