UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA Brenda Souza Lyra Castro Gigliola de Matos Macchi Thais Lúcia Pinheiro RELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO COM A POSTURA ESTÁTICA DA PELVE EM FUNCIONÁRIAS DA UNAMA BELÉM 2010 Brenda Souza Lyra Castro Gigliola de Matos Macchi Thais Lúcia Pinheiro RELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO COM A POSTURA ESTÁTICA DA PELVE EM FUNCIONÁRIAS DA UNAMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia para obtenção de título de Graduação em Fisioterapia. Orientadora: Prof. Iranete Corpes Oliveira França. BELÉM 2010 Brenda Souza Lyra Castro Gigliola de Matos Macchi Thais Lúcia Pinheiro RELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO COM A POSTURA ESTÁTICA DA PELVE EM FUNCIONÁRIAS DA UNAMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia para obtenção de título de Graduação em Fisioterapia. Banca Examinadora __________________________________________ Profª. Iranete Corpes Oliveira França Orientadora __________________________________________ Prof. __________________________________________ Prof. Apresentado em: ____/____/______ Conceito: ______________ BELÉM 2010 Aos nossos pais, que, mesmo antes de nascermos, já sonhavam com nossas conquistas e vitórias. AGRADECIMENTOS Primeiramente a DEUS que me guiou em minhas escolhas e me fez descobrir o maravilhoso mundo da fisioterapia, e pelas conquistas e dificuldades, pois todas são aprendizados para a vida. Aos meus pais João e Rosângela que acreditam em mim sempre e me apoiaram do começo ao fim em minhas escolhas, e me ajudaram a chegar nesse grande momento. Meus agradecimentos a vocês serão eternos. Aos meus irmãos Bruno e Breno pelo amor incondicional sempre Ao meu namorado Michel que me acompanhou nessa trajetória, que me apoiou, me ajudou e sempre se esforçou pra tentar compreender tudo o eu que eu dizia sobre esse mundo da fisioterapia. À minha avó e minha tia que ajudaram nessa trajetória, e sempre confiaram e nunca duvidaram que eu fosse capaz. Às vezes a destino separa as pessoas mais as verdadeiras e eternas amizades continuam e nunca se abalam, por isso agradeço as minhas amigas de muito tempo, Karla e Thainá que sempre me apoiaram, desde muito tempo quando eu ainda nem sonhava em ser fisioterapeuta. Às minhas parceiras de TCC, Gigi e Thais, que foram verdadeiras parceiras, amigas para todas as horas e confidentes de qualquer assunto principalmente para assuntos não acadêmicos. Vocês foram as minhas melhores escolhas, valeu a pena todos os momentos de estresse (da Gigi, claro!), de alegria, de confissões e planejamentos. Às pessoas especiais que eu conheci durante essa jornada de 4 anos, eu tenho a certeza que fiz verdadeiras e preciosas amizades. Amo todos vocês! Brenda Lyra AGRADECIMENTOS Antes de tudo, à Deus, pela vida que me deu e por todas as experiências pelas quais me permitiu passar para aprender a viver a vida. Obrigada Senhor! Sem Ti, eu não seria nada. Aos meus pais, Luigi e Estelina, por terem me concebido e me proporcionado tudo de melhor que podiam em todos os momentos, principalmente nos meus estudos. Serei eternamente grata por tudo. Amo vocês! Às minhas irmãs, Paloma e Biazinha, pelos momentos de alegria e carinhos. Em especial, minha irmã Babi que esteve sempre ao meu lado em todos os momentos, sempre ajudando em tudo o que podia e, principalmente relevando meu gênio forte (momentos de estresses). Amo muito você mana! Ao meu namorado, Josué, pela companhia, carinho, amizade, compreensão e principalmente paciência, que me ajudou muito nessa jornada. Obrigada por todos os momentos de alegria e de força que não me deixaram desistir. À tia Deuza, no momento longe, que me proporcionou grandiosamente seu amor de mãe e, sempre que precisei, estava ali pra me “carregar no colo”, me escutar e me aconselhar. Minha segunda mãe, obrigada. Às minhas parceiras de TCC, Brenda e Thais, pelos muitos momentos que passamos. Discutimos, confidenciamos, brincamos, rimos e “falamos”. Grande parceria. Muito aprendi com vocês. Ao meu amigo Saulo, pela grande amizade e carinho. Se não fosse por você, não teria nem iniciado essa batalha. À minha maninha do coração, Tzinha, pelos momentos maravilhosos e a amizade verdadeira que, mesmo longe, sempre se fortaleceu. E agora com o João Mateus. Aos amigos do Movimento Igreja Jovem, em especial todos, pela amizade, as orações e as alegrias. À Leilinha, por sua grande amizade e ajuda que me fez crescer muito, pessoalmente e profissionalmente. Obrigada por tudo. À Marisa, uma grande amiga de todos os momentos, que me fez crescer muito profissionalmente. Se não fosse você, com a divulgação do meu trabalho, não teria nada do que tenho hoje. Aos amigos que fiz durante o curso acadêmico, de onde nasceram grandes amizades, próximas e distantes, mas que de todos aprendi um pouco. A todos vocês, o meu muito obrigada! Gigliola Macchi AGRADECIMENTOS À Deus, por ter me dado o dom da vida e saúde para que eu pudesse estar realizando mais este sonho em minha vida. O meu maior agradecimento é a Ti, Senhor. Aos meus pais Lúcio e Mara, por serem as pessoas que mais depositaram confiança em mim. Obrigada por todo amor, vocês são as pessoas mais importantes na minha vida. Meus agradecimentos serão eternos. Às minhas irmãs, Tainara e Tamires, por me promoverem sempre momentos de alegria, além do companheirismo. Ao meu namorado, Laion, por quem tenho profunda admiração, agradeço por ter aparecido em minha vida, tornando meus dias mais felizes. Aos meus avós, em especial a avó Magui, por toda confiança depositada em meu futuro. Aos meus tios, Maia e Mayrink, por toda ajuda no decorrer do meu curso. Sem vocês, tudo teria sido bem mais difícil. Às minhas amigas e parceiras de TCC Brenda e Gigi, pelos momentos que compartilhamos de alegria, nervosismo, ansiedade, estresse e confidências. Valeu à pena! Aos meus amigos de curso, que tanto me ajudaram, nos momentos de estudo ou mesmo nos pessoais, em especial a Carlinha, minha maior conquista dentro da universidade. Obrigada por sua amizade verdadeira. À minha amiga Salete, por me presentear ao longo desses 10 últimos anos com sua amizade verdadeira e cumplicidade. Aos fisioterapeutas Sâmia Brozeghini e Breno Costa por terem contribuído em minha formação profissional. Amo vocês. Thais Pinheiro AGRADECIMENTOS À Barbarella Macchi, por abdicar de seus momentos de trabalho, e até mesmo de lazer, em prol, não apenas dos resultados de nossa pesquisa, mas também pela beleza estrutural da mesma. À nossa orientadora Iranete Corpes, por ter aceitado nos orientar neste trabalho e dispor de seus conhecimentos e ajuda para que o mesmo chegasse ao fim. Aos funcionários da Fisioclínica, em especial a tia Claudinha, por toda ajuda oferecida antes, durante e depois da realização da pesquisa. Aos mestres e coordenadores, que se fizeram presente em toda a nossa formação acadêmica, e que, de alguma forma, contribuíram significativamente para obtenção do nosso conhecimento e experiência. Em especial às professoras Cibele Câmara e Mônica Cruz, por apresentarem as disciplinas de Saúde da Mulher e Cinesiologia, respectivamente, permitindo que nos identificássemos e nos apaixonássemos pelas disciplinas e assim optar pelo tema da pesquisa nas referidas áreas. À professora Dayse Silva e professor Renato Teixeira, por colaborarem de forma direta na realização desta pesquisa. À todos que não citamos, porém, que tiveram seu ponto significante nessa caminhada acadêmica que agora chegou ao fim. A todos vocês, o nosso muito obrigada! Brenda Lyra Gigliola Macchi Thais Pinheiro Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Augusto Cury RESUMO O ser humano adota diferentes posturas ao longo da jornada de trabalho. Essas posturas mantidas por longos períodos podem levar a desvios na coluna vertebral ou na cintura pélvica, como consequência podem desestabilizar membros ou comprometer a função de grupos musculares. Os MAPs são importantes para manter a continência urinária e fecal, permitir o esvaziamento quando necessário, evitar o deslocamento dos órgãos intra-pélvicos, e participam da responsividade sexual feminina normal. A pesquisa tem como objetivos, avaliar o padrão postural da pelve, avaliar a força dos MAPs, identificar a existência de queixas de disfunções pélvicas e verificar se existe influência do tipo de trabalho sobre a postura da pelve e da postura da pelve sobre a força muscular do assoalho pélvico. Visa observar a existência de relação entre a força da musculatura do assoalho pélvico com o posicionamento da pelve. A amostra foi composta por funcionárias da UNAMA de dois setores, Operacional e Executivo, com resposta de 15% de um total de 55, sendo 3 do GO e 5 do GE, com idades entre 30 e 60 anos. A pesquisa foi dividida em três etapas: questionário de avaliação clínica, avaliação postural da pelve através do programa SAPO e avaliação fisioterapêutica ginecológica por meio da palpação bidigital do método AFA. Quanto aos valores da angulação da báscula pélvica 66,7% e 40% referem à porcentagem de mulheres com anteversão da pelve no GO e no GE, respectivamente, e 33,3% e 60% à porcentagem de mulheres com retroversão da pelve nos mesmos grupos. Os valores médios do AFA encontrados para o GO e GE foram 3,33 e 2,8, respectivamente, o que indica que as mulheres que trabalham a maior parte do tempo em pé possuem maior força muscular do assoalho pélvico do que as mulheres que trabalham na posição sentada a maior parte do tempo. As mulheres com anteversão de pelve referiram queixa de disfunção urinária nos grupos GO e GE (50% e 100%, respectivamente). Mulheres com a pelve em retroversão referiram queixas somente no GE (66,7%). Quanto à disfunção sexual, foram descritas queixas nos dois grupos, observando 50% nas mulheres com desvio pélvico de anteversão do GO e 66,7% nas mulheres com desvio pélvico de retroversão do GE. Palavras-chave: assoalho pélvico; postura de trabalho; avaliação do assoalho pélvico; desvios posturais; biofotogrametria. ABSTRACT Human being adopts different postures throughout the workday. These postures maintained for long periods can lead to deviations in the spine or pelvis as a result members destabilize or undermine the function of muscle groups. The MAPs are important for maintaining urinary and fecal continence, allow emptying when necessary, to prevent the displacement of intrapelvic organs, and participate in the normal female sexual responsiveness. The research aims to evaluate the default posture of the pelvis, to evaluate the strength of MAPs, to identify a number of pelvic dysfunction complaints and to investigate the influence of work on the posture of the pelvis and posture of the pelvis on muscular strength pelvic floor. It aims to observe the existence of a relationship between the strength of the pelvic floor muscles with the positioning of the pelvis. The sample consisted of employees from two divisions of UNAMA, Operating and Executive, 15% responded to a total of 55, 3 of GO and 5 of GE, aged between 30 and 60 years. The research was divided into three phases: survey of clinical evaluation, postural evaluation of the pelvis through the program SAPO and gynecologic physical therapy evaluation by palpation method bidigital AFA. The data was analyzed by analysis of variance and Student t test. The values of the angle of pelvic weighbridge 66.7% and 40% refer to percentage of women with pelvic anteversion of the GO and GE, respectively, and 33.3% and 60% the percentage of women with retroversion of the pelvis in the same groups. Mean values of VFA found for the GO and SG were 3.33 and 2.8, respectively, which indicates that women who work most of the time standing have greater pelvic floor muscle strength than women who work seated most of the time. Women with pelvic anteversion reported complaints of urinary dysfunction in groups GE and GO (50% and 100%, respectively). Women with pelvic complaints in retroversion reported only in GE (66.7%). About sexual dysfunction, were described complaints in both groups, noting 50% diversion in women with pelvic anteversion of the GO and 66.7% in women with pelvic retroversion deviation of GE. Keywords: pelvic floor; posture work; evaluate the pelvic floor muscles; postural deviations; photogrammetry. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: Esquema demonstrando os tipos de pelve. ........................................................... 19 FIGURA 2: Ligamentos da cintura pélvica. ............................................................................. 20 FIGURA 3. Assoalho pélvico mostrando diafragma pélvico feminino. .................................. 23 FIGURA 4: Vista inferior do assoalho pélvico ........................................................................ 23 FIGURA 5: Músculos anteversores e retroversores da pelve................................................... 25 FIGURA 6: Músculos que equilibram a pelve. ........................................................................ 25 FIGURA 7: Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico (AFA) ............................................... 36 FIGURA 8: Ambiente de captação da imagem para o programa SAPO.................................. 40 FIGURA 9: Pontos utilizados no protocolo do programa SAPO. ............................................ 40 FIGURA 10: Porcentagem das mulheres que apresentaram anteversão e retroversão da pelve .................................................................................................................................................. 43 FIGURA 11. Angulação da báscula pélvica dos lados direito e esquerdo ............................... 44 FIGURA 12: Angulação da báscula pélvica dos lados direito e esquerdo das mulheres que apresentaram anteversão e retroversão de pelve....................................................................... 45 FIGURA 13: Avaliação Funcional do Assoalho pélvico (AFA) .............................................. 46 FIGURA 14: Avaliação Funcional do Assoalho pélvico (AFA) das mulheres que apresentaram anteversão da pelve e das com retroversão ........................................................ 47 LISTA DE SIGLAS AFA – Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico CNS – Conselho Nacional de Saúde EIAS – Espinha Ilíaca Ântero-Superior EIPS – Espinha Ilíaca Póstero-Superior FISIOCLÍNICA – Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia ICS – International Continence Society IMC – Índice de Massa Corporal IU - Incontinência Urinária IUE - Incontinência Urinária de Esforço L4 – Quarta vértebra Lombar L5 – Quinta vértebra Lombar MAPs – Músculos do Assoalho Pélvico OMS – Organização Mundial de Saúde S3 – Terceira vértebra Sacral SAPO – Software para Avaliação Postural TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido UNAMA – Universidade da Amazônia SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 18 2.1 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA ....................................................................... 18 2.2 BIOMECÂNICA PÉLVICA .......................................................................................... 24 2.3 ALINHAMENTO POSTURAL ..................................................................................... 27 2.4 BIOFOTOGRAMETRIA ............................................................................................... 31 2.5 DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO ................................................................. 32 2.6 AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO ATRAVÉS DO MÉTODO AFA .................................................................................................................... 34 3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................. 37 4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 42 5 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 49 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 53 APÊNDICE I – ACEITE DO ORIENTADOR ........................................................................ 59 APÊNDICE II – ACEITE DA INSTITUIÇÃO ....................................................................... 60 APÊNDICE III - TCLE ............................................................................................................ 61 APÊNDICE IV – FICHA DE AVALIAÇÃO .......................................................................... 63 ANEXO I – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO CEP .................................................... 65 ANEXO II - TABELA IMC ..................................................................................................... 66 ANEXO III - TABELA DE VALORES DE ORTIZ ............................................................... 67 ANEXO IV – FICHA DE RELATÓRIO GERADA PELO SAPO ......................................... 68 15 1 INTRODUÇÃO De acordo com Giddens (1997), o trabalho pode ser definido como a realização de tarefas que envolvem o dispêndio de esforço mental e físico, com o objetivo de produzir bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas. Mussi (2005) vai além e afirma que o trabalho é um processo de produção e reprodução do homem social, que promove a interrelação entre os indivíduos através dos produtos que fazem para a satisfação das necessidades sociais. A maior inserção da mulher no mercado de trabalho remunerado se deu a partir das I e II Guerras Mundiais (1914 – 1918 e 1939 – 1945, respectivamente), quando esta passou a prover o sustento familiar em decorrência do recrutamento dos homens para os campos de batalha. A partir disso, o número de mulheres empregadas nas indústrias cresceu, e a classe trabalhadora feminina passou a exercer atividades que antes eram consideradas apenas masculinas (PROBST, 2005; PERROT, 1988). Segundo Mussi (2005), com a inserção no mercado de trabalho, a mulher começou a usufruir de muitos novos benefícios, mas, em contrapartida, passou a se expor a novas situações de risco, entre as quais as relacionadas à saúde. Nesse contexto, além da exposição às diferentes classes de agentes agressores, as mulheres também mudaram seus padrões comportamentais, incorporando hábitos e estilos de vida. Para Aguiar (1996), o ser humano se caracteriza pela postura vertical, todavia ao longo da jornada de trabalho adota diferentes posturas, as quais muitas vezes são mantidas por longos períodos. Berek (2005) afirma que a manutenção de posturas inadequadas por longos períodos pode levar a um aumento de tensão muscular acarretando desvios posturais. Tais desvios podem estar ao longo da coluna vertebral ou da cintura pélvica, em conseqüência desestabilizando membros ou comprometendo a função de grupos musculares entre eles os Músculos do Assoalho Pélvico (MAPs), respectivamente. A bacia pélvica tem função de oferecer proteção e suporte aos órgãos intra-pélvicos e transmitir as forças da cabeça, braços e tronco às extremidades inferiores. Os MAPs são importantes para manter a continência urinária e fecal permitindo o esvaziamento quando necessário, evitar o deslocamento dos órgãos intra-pélvicos, além de participarem da responsividade sexual feminina normal (BEREK, 2005). 16 São inúmeras as disfunções do assoalho pélvico ocasionadas pelo comprometimento de suas estruturas e principalmente de seus músculos. A incontinência urinária (IU) é condição comum que leva a um sério comprometimento na qualidade de vida da mulher, seqüenciando danos sociais, psicológicos e higiênicos. O bom equilíbrio da bacia pélvica depende da condição postural (ETIENE, 2006). A manutenção de uma postura correta da região pélvica torna-se um fator de contribuição para a continência nas situações de aumento da pressão intra-abdominal (BIENFAIT, 2000). Além disso, uma pelve em retroversão levará o músculo levantador do ânus (um dos principais MAPs) a um constante estado de contração. O desequilíbrio pélvico em anteversão e o conseqüente aumento da lordose lombar vão desencadear um maior tensionamento e distensão perineal podendo prejudicar sua funcionabilidade (BIENFAIT, 1995). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde pode ser comprometida por agentes agressivos ou fatores de risco como: ruídos, temperatura, mobiliário, iluminação, jornada de trabalho e posicionamento durante a realização do trabalho. Percebe-se uma relação direta entre os índices de stress e dor física com os aspectos ergonômicos e fatores ambientais irregulares. Tal relação se expressa através das posturas inadequadas e do cansaço físico e mental, bem como das condições patológicas adquiridas pela exposição constante a estes fatores (MORAES, 2002). Segundo Lima (2005), o comportamento postural adotado pelos trabalhadores é motivado pela fuga do desconforto, adotando compensações que tendem a recrutar grupos musculares desnecessários causando o desenvolvimento de sintomas como dor, câimbras e desvios. A adaptação muscular ao padrão postural refere-se à capacidade dos músculos se adaptarem às funções que vivenciam. A partir do exposto na literatura, a pesquisa torna-se uma ferramenta interessante para responder o questionamento sobre a existência de relação entre a força da musculatura do assoalho pélvico com o posicionamento da pelve. Neste estudo, optou-se por avaliar funcionárias da UNAMA, pertencentes a dois setores, Operacional e Executivo, considerando a diferença nas posturas de trabalho, com maior tempo de exposição em pé no setor Operacional, e maior tempo de exposição sentada no setor Executivo. Além do exposto, também foi considerado o tempo de trabalho das profissionais, nas posições em pé ou sentada, durante a jornada diária, o que pode acarretar desvios posturais devido ao cansaço. Sabe-se que uma mudança no padrão postural normal influencia na 17 biomecânica corporal e conseqüentemente no funcionamento dos MAPs e no desequilíbrio de pressões internas, como a pressão intra-abdominal que vai de encontro à musculatura perineal. Para responder a hipótese levantada, foram traçados como objetivos específicos da pesquisa avaliar o padrão postural da pelve, avaliar a força dos MAPs, identificar a existência de queixas de disfunções pélvicas (disfunções urinárias e disfunções sexuais), com finalidade de verificar se existe influência do tipo de trabalho sobre a postura da pelve, e ainda, da postura da pelve sobre a força muscular do assoalho pélvico. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA 2.1.1 ESTRUTURA ÓSSEA DA PELVE O termo pelve origina-se do latim, que significa bacia. Está localizada inferiormente ao tronco formando um anel osteoarticular fechado, composto por três elementos: o sacro e o cóccix posteriormente e os dois ossos ilíacos anteriormente unidos pela sínfise púbica, formados pela fusão do ílio (posterior e lateralmente), ísquio (póstero-inferior) e púbis (ântero-inferior). É para a pelve que confluem o tronco e os membros inferiores (ANDERSON & GENARDRY, 1998). Segundo Moreno (2009), a pelve feminina é mais leve, mais ampla e mais rasa, apresentando seu contorno no formato redondo ou oval. O sacro e o cóccix são mais planos e menos salientes anteriormente, visando não estreitar o canal pélvico. As paredes laterais são mais afetadas devido o desvio lateral das tuberosidades isquiáticas. Assim, Silva & Silva (2003) afirmam que, de acordo com as características individuais, familiares e raciais, ocorrem variações na forma e no tamanho da pelve, além de determinadas doenças que podem também modificar o aspecto da pelve óssea. E pontua que não existem duas pelves idênticas anatomicamente. A pelve pode ser de quatro tipos diferentes, classificados de acordo com as formas de abertura superior. São elas: ginecóide, andróide, antropóide e platipelóide (FIGURA 1). A pelve ginecóide, com forma ligeiramente oval na abertura superior, é o tipo mais comum em grande parte das mulheres brancas e negras, considerada ideal para partos naturais por ser mais espaçosa em termos obstétricos. A pelve andróide é comum na maioria dos homens e boa parte de mulheres brancas com sua abertura superior mais estreita. A pelve antropóide lembra a forma oval dos macacos, é encontrada em alguns homens e boa parte de mulheres negras. Já a pelve platipelóide, com o diâmetro transverso maior, é rara em ambos os sexos (MORENO, 2009; SILVA & SILVA, 2003). A margem pélvica divide a pelve em falsa e verdadeira. A pelve falsa é maior e de pouca importância clínica. A pelve verdadeira é menor e possui uma entrada com abertura superior, uma saída com abertura inferior e a cavidade pélvica situada entre as aberturas superior e inferior (MOORE & DALLEY, 2001). 19 FIGURA 1: Esquema demonstrando os tipos de pelve. Fonte: POLDEN & MANTLE (2000). 2.1.2 ESTRUTURAS LIGAMENTARES DA PELVE A pelve necessita de estabilidade para suportar as constantes forças às quais é submetida, forças produzidas principalmente durante a locomoção. A estabilidade é feita através dos ligamentos que unem as partes da pelve óssea. Esses ligamentos são densos e proporcionam uma estabilidade funcional suficiente para que a região suporte as constantes alterações de força (MORENO, 2009). De acordo com Stephenson & O’connor (2004), os ligamentos são divididos em cinco grupos (FIGURA 2). Na cavidade pélvica são encontrados os órgãos genitais femininos, cujas paredes têm esqueleto osteoligamentar que são forrados internamente por músculos, fáscias, tela subcutânea e pele (AIDAIR, 1989). 2.1.3 MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO A cavidade pélvica é limitada anterior e lateralmente pelos ossos do quadril e pelo músculo obturador interno; posteriormente, pelo sacro, cóccix e ligamentos sacroespinhal e sacrotuberal; e inferiormente pelo diafragma da pelve que a separa do períneo (MORENO, 2009). Dabaddie & Seleme (2009) colocam que os músculos do assoalho pélvico são delimitados anteriormente pela sínfise púbica e os ramos dos ísquios púbicos, e posteriormente pelo sacro e o grande ligamento sacrotuberal. 20 Grupos Ligamentos Abdominopélvicos Ligamento Sacroisquiais Ligamentos Sacroilíacos Ligamentos Sacrococcígeos Ligamentos Púbicos Ligamentos Íliolombar Ingnal Lacunar Sacrotuberal Sacroespinhal Sacroilíaco Anterior Sacroilíaco Posterior Sacroilíaco Interósseo Sacrococcígeo Anterior Sacrococcígeo Posterior Sacrococcígeo Lateral Ligamentos Interarticulares Fibrocartilagem interposta Púbico superior Púbico arqueado Disco interpúbico FIGURA 2: Ligamentos da cintura pélvica. Fonte: modificado de Stephenson e O’Connor (2004). O assoalho pélvico é formado pelos músculos eretores do ânus, também chamados de músculos profundos, que juntamente com os ligamentos e fáscias fecham o osso pélvico e seguram todos os ossos situados acima deste, com a função de sustentar os órgãos internos, principalmente o útero, a bexiga e o reto. Esses músculos também proporcionam a ação esfincteriana para a uretra, vagina e reto, além de permitir a passagem do feto, na ocasião do parto natural (SOUZA, 2002). De forma mais específica, pode-se dizer que os músculos elevadores do ânus, fazem a sustentação da bexiga e do colo da bexiga (DABADDIE & SELEME, 2009). Segundo MacLennan et al (2000), a causa mais comum de deficiência do assoalho pélvico está relacionada ao trauma de parto vaginal. Porém existem outros fatores, além do parto, como: gravidez, alterações hormonais, obesidade, tabagismo e atividades de alto impacto, que também podem desencadear o enfraquecimento dos MAPs. As cavidades da pelve e do abdome se comunicam entre si, porém a porção caudal da pelve é anatomicamente separada do períneo por estruturas músculofasciais que constituem o diafragma pélvico. Assim, as estruturas localizadas acima do diafragma pertencem à cavidade pélvica e as que se localizam abaixo pertencem ao períneo (LACERDA, 1999). 21 Diafragma Pélvico O assoalho pélvico é formado principalmente pelo diafragma pélvico (FIGURA 3A e B), que por sua vez é fechado pelo diafragma urogenital. O diafragma pélvico constitui o plano muscular mais profundo do assoalho pélvico (FIGURA 3A e B) (MOORE e DALLEY, 2001). O assoalho pélvico, ou o próprio diafragma pélvico, é constituído pelos músculos ísquiococcígeos, que tem função de contenção das vísceras pélvicas e rodar o cóccix e o músculo elevador do ânus, sendo didaticamente divididos em músculos ísquiococcígeo, pubococcígeo e íliococcígeo. Os músculos ísquiococcígeos e o elevador do ânus, juntos são chamados de diafragma pélvico. (FREITAS et al, 2002; MORENO, 2009). Para Moreira et al (2007), o músculo levantador do ânus é o mais importante músculo do assoalho pélvico, pois é responsável por fazer a contenção das vísceras pélvicas e participar das continências urinária e fecal. Esse músculo forma uma fina camada que ajuda na compressão da parte inferior do reto, puxando-o para frente e auxiliando na defecação. Suas fibras são dividas em grupos com inserções anteriores, intermediárias e posteriores. A porção anterior funciona na fixação e prevenção do prolapso das vísceras pélvicas. O músculo levantador do ânus é composto por dois tipos de fibras musculares: fibras de contração lenta ou tipo I, que são altamente resistentes à fadiga muscular, porém possuem menos potência, pois tem metabolismo oxidativo aeróbico, e também são responsáveis pela manutenção do tônus do assoalho pélvico; e as fibras de contração rápida ou tipo II, que são facilmente fatigáveis e produzem mais força, possuem velocidade máxima de encurtamento e são capazes de produzir mais potência de metabolismo glicolítico anaeróbio (POLDEN & MANTLE, 2000). As fibras do tipo II são de contração rápida, vigorosa e reflexa, que respondem aos aumentos súbitos da pressão intra-abdominal. As fibras tipo I correspondem a 70% e as do tipo II aos 30% restantes da musculatura elevadora do ânus. Os esfíncteres estriados são compostos basicamente de fibras de mecanismo aeróbio. O tônus se modifica de acordo com a postura e estado de alerta do indivíduo (MOREIRA et al, 2007). Polden & Mantle (2000) dizem que o músculo elevador do ânus é um músculo esquelético, adaptado para a manutenção do equilíbrio entre períodos longos de contração e entre o aumento repentino da pressão intra-abdominal, como nos momentos de tosse e espirro. 22 Diafragma urogenital O diafragma urogenital é uma camada muscular mais externa ao diafragma pélvico, constituindo o plano médio do assoalho pélvico, e tem como função dar suporte à região que é atravessada pelos orifícios da uretra e da vagina (FIGURA 4) (STEFHENSON & O’CONNOR, 2004). Essa camada média é composta pelos músculos bulboesponjoso, ísquiocavernoso, transversos superficiais e profundos do períneo. Esses músculos possuem a função de fornecer estabilização do corpo perineal que, por sua vez, sustenta o esfíncter anal externo e a porção mais baixa da vagina. O diafragma urogenital é a estrutura de suporte mais inferior do assoalho pélvico (CUTINI, 2007). Os músculos transversos superficiais e profundos do períneo, que partem dos ísquios para chegar ao nódulo fibroso central do períneo, permitem a estabilização do tendão central do períneo. O músculo bulboesponjoso circunda o óstio da vagina e reveste o bulbo do vestíbulo, suas fibras se estendem anteriormente e se inserem nos corpos cavernosos do clitóris. Ajuda a expelir a urina durante a micção e permite o fechamento da uretra, além de contrair o orifício vaginal e ajudar na ereção do clitóris. O músculo ísquiocavernoso tem função unicamente sexual. Suas fibras partem do ísquio e cercam os corpos cavernosos do clitóris, além de ser responsável por manter a ereção do clitóris (GRABOWSKI & TORTORA, 2002). O esfíncter anal externo possui fibras que formam um número oito e são mantidas lateralmente pelos músculos transversos. O esfíncter externo da uretra esta entre a parte superior e inferior da aponeurose pélvica, não tem fixação e fica livre ao redor da uretra (MORENO, 2009). Períneo O períneo representa a camada muscular do plano mais superficial do assoalho pélvico, onde está situado o músculo constritor da vulva responsável pelo fechamento da abertura vulvar (FIGURA 4) (MOORE e DALLEY, 2001). É a região que constitui o conjunto das partes moles que fecham inferiormente a pelve óssea, incluindo os músculos do diafragma pélvico, mais superficial, e do diafragma urogenital, mais profundo, suportando o peso das vísceras na posição ortostática (GROSSE & SENGLER, 2002). 23 FIGURA 3. Assoalho pélvico mostrando diafragma pélvico feminino. Em A, vista superior; em B, vista inferior. Fonte: NETTER (2003). FIGURA 4: Vista inferior do assoalho pélvico, destacando períneo (seta) e diafragma urogenital feminino (cabeças de seta). Fonte: NETTER (2003). Para Settineri (1988), o períneo é composto pelo diafragma pélvico e o diafragma urogenital, e tem como função o controle da micção, da defecação, da nidação, dos esfíncteres vesicais e anais, durante tosse e espirro ou outras forças que aumentam a pressão intraabdominal, além de sustentar as vísceras intra-pélvicas. Nas mulheres, o corpo do períneo pode sofrer estiramentos ou lacerações excessivos durante o parto, como a realização da episiotomia, podendo levar ao comprometimento da função de sustentação da porção inferior da parede posterior da vagina (OLIVEIRA, 2006). 24 2.1.4 INERVAÇÃO DA PELVE A pelve é inervada pelos nervos sacrais e coccígeos. Os principais nervos do plexo sacral são os nervos isquiático e pudendo. O nervo isquiático é o maior e mais largo nervo do corpo, formado pelos ramos anteriores de L4 a S3 e que convergem na face anterior do músculo piriforme. O nervo pudendo é o principal nervo do períneo e o mais importante nervo sensitivo dos órgãos genitais externos. Este nervo se curva em torno da espinha isquiática e do ligamento sacroespinhal, entrando no períneo através do forame isquiático menor e terminando como o nervo dorsal do clitóris (MOORE E DALLEY, 2001). 2.2 BIOMECÂNICA PÉLVICA A pelve foi comparada com um anel, aparecendo como um raio curvo no plano frontal e como uma alavanca angulada irregular no plano sagital. No plano frontal, o ligamento íliolombar, o suporte ligamentar lombossacral, os músculos posteriores das costas e os músculos laterais do abdome mantêm a estabilidade. Quando o corpo está em movimento, os ligamentos e os músculos devem controlar os movimentos de rotação e translação. (STEFHENSON & O’CONNOR, 2004). A cintura pélvica concentra uma transmissão de forças entre a coluna vertebral e os membros inferiores, o que permite, através dos tecidos moles envolvidos, a estabilidade desse anel pélvico e sua integridade biomecânica (FIGURAS 5 e 6) (KENDALL et al, 1995). Afirma que a pelve é a chave para o alinhamento postural bom ou defeituoso. Os músculos que mantêm bom alinhamento da pelve, tanto ântero-posterior quanto lateralmente, são de importância vital na manutenção de um bom alinhamento geral. Tribastone (2001) diz que se esses músculos trabalham sinergicamente eles contribuem para o equilíbrio da cintura pélvica. Se prevalecer a ação dos anteversores, resultará um aumento do ângulo lombossacro causando a hiperlordose lombar, assim como a prevalecer a ação dos retroversores, haverá uma retificação lombar pela diminuição do ângulo lombossacro. Knoplich (2003) refere que a obliqüidade do sacro depende de um desequilíbrio no balanço muscular entre os músculos eretores da coluna e os glúteos de um lado e os músculos abdominais e íliopsoas de outro e conforme o domínio de um dos dois grupos tem-se a acentuação ou não da lordose. 25 FIGURA 5: Músculos anteversores www.wgate.com.br/.../pilates_ana/pilates_ana.htm e retroversores da pelve. Fonte: FIGURA 6: Músculos que equilibram a pelve. Fonte: www.wgate.com.br/.../pilates_ana/pilates_ana.htm Segundo Kapandji (2000), a pelve recebe uma força em sentido ascendente proveniente de apoios no chão e outra descendente proveniente da gravidade e do movimento dos seguimentos superiores. Afirma também que a porção posterior do anel pélvico é formada por um osso mais compacto, por ser a parte que suporta o peso da coluna vertebral, transmitindo esse peso para o sacro, seguindo o trajeto das articulações sacroilíacas, corpos dos ílios, teto acetabular e, por fim, os fêmures. Já a parte anterior do anel pélvico é mais 26 delgada, constituindo-se pelos ramos ílio e ísquiopubianos, que apenas ancoram os músculos na porção anterior do abdômen e sustentam as vísceras (KAPANDJI, 2003). Com isso, Hebert et al (2003) afirma que a estabilidade da pelve depende da integridade posterior do anel, constituída pelas seguintes estruturas: ligamentos sacroilíaco, sacrotuberal e sacroespinhal, ligamento íliolombar, que vai do processo transverso de L5 à crista ilíaca. Afirma também que existem forças que atuam sobre o anel pélvico nos diferentes planos: forças em rotação externa (compressão ântero-posterior), em rotação interna (compressão lateral) e forças de cisalhamento no plano vertical. Assim como outros complexos articulares do corpo, a cintura pélvica apresenta micromovimentos para a boa coaptação articular, permitindo a absorção das torções opostas, as quais a pelve é submetida, como por exemplo, na marcha, no subir escadas, na corrida. Do contrário, se fosse uma peça rígida, não resistiria a todas essas torções inversas e repetidas (CARNEIRO, 2002). 2.2.1 MOVIMENTOS DA CINTURA PÉLVICA Segundo Olivatto (2002), a cintura pélvica apresenta um leque imenso de movimentos, em que os músculos abdominais, os paravertebrais e os do quadril, inseridos nessa região, são responsáveis em desenvolver ações de força, flexibilidade, alongamento e agilidade. A pelve pode se movimentar em três planos: sagital (eixo látero-lateral), frontal (eixo ântero-posterior) e horizontal (eixo longitudinal). No plano sagital há os movimentos de anteversão (inclinação anterior da pelve, onde a espinha ilíaca é projetada para frente ocorrendo aumento da lordose lombar) e retroversão (inclinação posterior, onde a espinha ilíaca é projetada para trás, ocorrendo retificação da lordose lombar). No plano frontal, os movimentos de inclinação lateral direita e esquerda. E no plano horizontal, os movimentos de rotação para a direita (sentido horário) e para a esquerda (sentido anti-horário) (MIRANDA, 2000). Segundo Settineri (1988), o sacro também realiza movimentos chamados de nutação e contra-nutação, no plano sagital, sendo movimentos involuntários que não dependem de ação muscular. Ele classifica o movimento de báscula do sacro ao redor de um eixo transversal como nutação, que ocorre quando a base do sacro volta-se para baixo e para frente, enquanto que sua ponta se eleva para trás e para o alto, e o movimento de contra-nutação o contrário ao descrito. Segundo Smith (1997) a nutação faz a saída pélvica (estreito inferior) tornar-se maior e a contra-nutação aumenta a entrada pélvica (estreito superior). E Ricard (2002) ressalta que 27 a mobilidade do sacro na articulação sacro-ilíaca tem sido durante muito tempo, o centro de discussões biomecânicas contraditórias. Para alguns é uma anfiartrose, por tanto não é capaz de fazer nenhum movimento, salvo na hora do parto. Para outros, é falsamente classificada como uma anfiartrose, capaz de realizar movimentos pequenos de rotações e deslizamento. 2.3 ALINHAMENTO POSTURAL Com a aquisição da postura bípede pelo homem, foi necessária uma série de ajustes na estrutura corporal, agora com uma nova morfologia, pudesse manter o corpo em equilíbrio e resistir à força gravitacional. Ocorreu a verticalização da pelve, a extensão da coluna e, simultaneamente a essa reconfiguração corporal no espaço, houve adaptações dos tecidos moles como alongamento do glúteo máximo e encurtamento do bíceps femoral, por exemplo. Isto é, os tecidos moles do corpo tiveram que se adaptar a uma nova condição, de modo a manter a nova postura simétrica e estável (MAMAN, 2003). A posição ‘neutra’ da pelve leva ao bom alinhamento do abdômen, do tronco e dos membros inferiores. O tórax e a coluna superior ficam em uma posição que favorece a função ideal dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical (KENDALL et al, 1995). Na postura bípede, o centro de gravidade do homem tornou-se mais elevado e sua base de apoio menos alargada conferindo-lhe maior instabilidade e, obviamente, influenciando no equilíbrio do corpo (HALL, 2001). Souchard (2006) afirma que para mantermos uma boa postura ereta gastando o mínimo de energia, contamos com um bom arranjo entre o corpo e seu centro de gravidade que será mantido pelo tônus postural dos músculos anti-gravitários e pela resistência elástica fibromuscular, onde ambas objetivam manter o alinhamento ósseo, e conseqüentemente uma postura adequada. Para a Academia Americana de Ortopedia, a postura é a harmonia entre os arranjos das partes do corpo e, para o indivíduo possuir uma postura considerada normal, os segmentos corporais como cabeça, tórax e o abdômen devem estar devidamente equilibrados uns sobre os outros, de modo que o peso seja suportado pela estrutura óssea com o mínimo de esforço, tensão e estresse nos músculos e ligamentos (CHAITOW, 1982; KNOPLICH, 2003). Para Lewit (2000), os tecidos moles que são importantes na conservação da postura sofrem ajustes e adaptações, quando necessário, para moldarem-se aos novos padrões 28 exigidos. Todas as camadas musculares alongam, encurtam e se torcem nas direções umas das outras durante os movimentos ou na função postural. Chaitow (1982) diz que o posicionamento ósseo sofre direta repercussão dos tecidos moles que o envolvem, onde a tensão nestes tecidos pode levar a anormalidades nas estruturas esqueléticas e conseqüentemente repercutindo na funcionalidade. Segundo Nagy (2007), o controle postural é a habilidade de manter o centro de massa corporal equilibrado sobre a base de sustentação durante a postura estática e dinâmica. A manutenção desse equilíbrio trata-se de um processo perceptivo-motor que abrange a sensação de posição e movimento provinda dos sistemas visual, somatosensório e vestibular, além do processamento da informação sensorial e da seleção das respostas motoras que mantêm ou resgatam o equilíbrio ao corpo. Para Vieira (1998), a postura correta é aquela em que o indivíduo tem a capacidade de manter e movimentar todas as partes do corpo de maneira coordenada e confortável, sem perder a mobilidade, sem sobrecarregar a estrutura anatômica e sem gerar tensões desnecessárias nas mais variadas situações de vida diária. Essas questões são peculiares a cada indivíduo, não há como determinar um padrão postural. Nesta linha de pensamento, Smith (1997) afirma que não existe uma só postura que seja melhor para todos os indivíduos. Cada pessoa deve ter uma melhor postura pra si, sendo a melhor postura aquela em que os segmentos corporais estão equilibrados na posição de menor esforço e máxima sustentação. Essa é uma questão individual. 2.3.1 ALINHAMENTO PÉLVICO Quando o homem tomou a posição bípede, a função pélvica ficou mais complexa, porque teve que sustentar todo o peso do corpo. O glúteo máximo teve que se deslocar para trás da articulação do quadril para se tornar extensor, tornando possível assim a posição ereta e o andar. Houve a necessidade de aumentar a eficiência do assoalho pélvico (RASCH & BURKE, 1977). Os músculos que mantêm o bom alinhamento da pelve, tanto ântero-posterior quanto lateralmente, são de grande importância na manutenção de um bom alinhamento geral. Quando ocorre um desequilíbrio entre os músculos que se opõem, a posição em pé modifica o alinhamento da pelve afetando a postura das partes do corpo acima e abaixo. Sendo assim, a pelve é a chave para o alinhamento postural bom ou defeituoso (KENDALL et al,1995). Para determinar o alinhamento pélvico normal na posição ereta, a literatura adota dois planos de referência: o da vista lateral, onde uma linha vertical deve coincidir com a sínfise 29 púbica e as espinhas ilíacas ântero-superiores; e o da vista ântero-posterior, onde uma linha horizontal deve coincidir a espinha ilíaca ântero-superior e a espinha ilíaca póstero-superior (MIRANDA, 2000). A posição neutra da pelve é descrita por Kendall et al (1995) como uma posição na qual as espinhas ântero-superiores estão no mesmo plano transversal, e estas e a sínfise púbica estão no mesmo plano vertical. A permanência da cintura pélvica na posição neutra depende diretamente da ação das massas musculares que nela se inserem. Entre os movimentos que podem alterar esse equilíbrio estão os movimentos de anteversão e retroversão, comportando-se como um par de forças opostas (TRIBASTONE, 2001). Os músculos retroversores da pelve são o músculo glúteo máximo e os músculos extensores da coxa posteriormente e o músculo reto abdominal anteriormente. Os músculos anteversores são formados posteriormente pelos músculos lombares e anteriormente pelos músculos reto femural e íliopsoas. Esses músculos trabalhando sinergicamente contribuem para o equilíbrio da cintura pélvica. Se prevalecer a ação dos músculos anteversores, haverá um aumento do ângulo lombossacro, causando a hiperlordose lombar. Se prevalecer a ação dos músculos retroversores, determinará uma retificação lombar pela diminuição do ângulo lombossacro (TRIBASTONE, 2001). Na ocorrência de uma alteração postural da pelve em anteversão, a pelve inclina-se para frente diminuindo o ângulo entre a pelve e a coxa anteriormente, resultando em flexão da articulação do quadril, assim a coluna inferior irá se arquear para frente criando um aumento na curvatura (lordose) da coluna lombar. Essa alteração pode ocorrer pela fraqueza dos músculos abdominais (retos e oblíquos). Enquanto que em uma alteração postural pélvica em retroversão, a pelve inclina-se para trás, as articulações do quadril se estendem e a coluna lombar se retifica, levando a uma postura de dorso plano, que pode resultar de um encurtamento dos músculos ísquiotibiais (KENDALL et al, 1995). 2.3.2 POSTURA EM PÉ E POSTURA SENTADA Nas últimas décadas, as mudanças nos processos laborais, sejam de ordem tecnológica ou na organização do trabalho, vem prejudicando a saúde e bem estar do trabalhador. O aumento da produtividade e a diminuição do número de empregados, devido às diversas crises econômicas, fez com que, nas atividades, o trabalhador seja mais exigido fisicamente e mentalmente, dando margem à instalação de desconfortos, dores e doenças (RODRIGUES, 1994). 30 Postura é definida como a posição assumida pelo corpo por meio da ação integrada dos músculos operando para contra-atuar com a força da gravidade ou quando mantida durante inatividade muscular. Além dos mecanismos intrínsecos que influenciam a postura, como principalmente o sistema muscular, fatores extrínsecos, tais como a superfície de sustentação, precisam também ser considerados, uma vez que o modo como eles são construídas torna-se um aspecto importante que influencia as posturas da coluna. Muitas posturas são naturalmente assumidas durante o dia, sendo consideradas apenas aquelas de uso mais corrente: sentado, alternado e em pé (OLIVER & MIDDLETICH, 1998). As pessoas adotam posturas para o desenvolvimento da atividade do trabalho e para o descanso. Essas posturas podem produzir cargas que podem ser adequadas para a manutenção e promoção da saúde ou podem ser excessivas, ou mesmo insuficientes para sua preservação, levando à deterioração (RIO & PIRES, 1999). A permanência na posição de pé, imóvel, levando em consideração que as curvaturas da coluna estejam alinhadas corretamente, requer uma pequena atividade muscular. A postura em pé, por mais econômica que possa parecer em termos de energia muscular, não pode ser mantida por longos períodos sem que haja um uso assimétrico das extremidades inferiores, usando alternadamente a perna direita e a esquerda como apoio principal (OLIVER & MIDDLETICH, 1998). Caillet (2002) diz que a pressão intradiscal na posição em pé passa para 10 kg e na posição sentada, para 15 kg em cada disco intervertebral. A posição sentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter esta posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é de 3 a 10% maior em relação à posição horizontal. A posição ligeiramente inclinada para frente é mais natural e menos fatigante que a posição ereta (IIDA, 1993). Iida (1993) diz ainda que a posição parada em pé é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter esta posição. O coração encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo. As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem estáticas ou com pouca movimentação. Na posição em pé, a cintura pélvica é inclinada para frente devido à tensão dos músculos anteriores da coxa, de modo que o ângulo entre a superfície superior do sacro e a horizontal é de aproximadamente 50-53° (OLIVER & MIDDLEDITCH, 1998). Para Renner (2002), esta inclinação, juntamente com a compressão exercida pelo peso do corpo sobre a 31 coluna lombar, acentua a lordose neste nível. Para cada articulação, pode-se definir uma postura de base em que as exigências ligadas à sua manutenção são mínimas e as estruturas anatômicas estão em posições favoráveis. Uma postura é não indicada quando, por exemplo, o corpo tem que lutar contra a gravidade para mantê-la. Ocorre quando as estruturas anatômicas se encontram em má posição para poder funcionarem de maneira eficaz (ROCHA, 2005). 2.4 BIOFOTOGRAMETRIA Com os avanços da tecnologia, a fotogrametria digital vem sendo considerada uma alternativa para a avaliação quantitativa das assimetrias posturais na avaliação postural, podendo ser utilizada para efetuar medidas lineares e angulares (IUNES, 2005). Para Tommaselli (1999), a fotogrametria é a arte, a ciência e a tecnologia de obtenção de informação confiável sobre objetos físicos e o ambiente, por meio de processos de gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas. A fotogrametria possibilita o registro de mudanças sutis e da inter-relação entre partes diferentes do corpo humano difíceis de ser mensuradas ou registradas por outros meios (WATSON, 1998). O Software para Avaliação Postural (SAPO) é um programa de uso relativamente simples e gratuito que fornece, além das medidas lineares, valores angulares. Fundamenta-se na digitalização de pontos espacialmente definidos, que possibilita funções diversas tais como a calibração da imagem, utilização de zoom, marcação livre de pontos, medição de distâncias e de ângulos corporais (FERREIRA, 2006). O SAPO é um recurso acessível aos fisioterapeutas que utilizam a fotografia e que possuem equipamentos básicos como uma câmera digital e um computador, de modo que se possa realizar a avaliação postural e mensurar as alterações encontradas (IUNES, 2005). O procedimento de avaliação da fotogrametria computadorizada através do SAPO se dá a partir do registro de fotografias do corpo inteiro do sujeito avaliado, com pontos marcados nas referências anatômicas desejadas. Após a calibração da foto e dos pontos digitalizados no próprio software, o SAPO fornece as medidas solicitadas para a avaliação postural (FAPESP, 2007). 32 2.5 DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO Uma das disfunções mais comuns do assoalho pélvico é o prolapso genital que se define como o deslocamento das vísceras pélvicas no sentido caudal, em direção ao hiato genital. Apesar de não configurar risco à vida, pode afetar adversamente qualidade de vida das mulheres. É ocasionado fundamentalmente por alterações nas estruturas de suporte normal dos órgãos pélvicos, resultantes de fatores congênitos ou adquiridos (GONÇALVES, 1997). Moreno (2009) diz que, dentre tantas etiologias, a fonte mais comum de deficiência do assoalho pélvico parece estar relacionada ao trauma de parto, discutindo-se ainda a possibilidade da lesão ser de origem da gravidez, do trabalho de parto ou do tamanho do feto. E ainda há a forte influência hormonal da gravidez nos tecidos conjuntivos gerando diminuição da força de tensão do assoalho pélvico, podendo levar a outras disfunções como a própria incontinência urinária (IU). 2.5.1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO A IU caracteriza-se pela perda involuntária de urina. Uma falta de controle da bexiga e dos músculos da região do períneo que geram um isolamento social, pois a mulher com o problema tem medo de estar em público e ocorrer uma perda urinária. Ela desiste da prática de esportes ou outras atividades que possam revelar seu problema e sua vida passa a depender da disponibilidade de banheiros (SELEME, 2009). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 10% da população brasileira sofre de IU, e 70% são mulheres. Trata-se de um problema comum que pode afetar mulheres de todas as idades e, por constituir implicações sociais, causando desconforto e perda de autoconfiança, interfere negativamente na qualidade de vida de muitas delas. Somente 10,7% das mulheres brasileiras procuram atendimento ginecológico queixando-se de perda urinária (RIBEIRO et al, 1990). Existem vários tipos de IU. A partir do ano de 2002, a incontinência urinária de esforço (IUE) é definida, pela International Continence Society (ICS), como qualquer perda urinária involuntária através do canal uretral íntegro, quando a pressão vesical excede a pressão uretral máxima, na ausência de atividade do músculo detrusor. É a condição mais freqüente de IU na mulher (ABRAMS et al, 2002). 33 Costa et al (2008) diz que a IUE na mulher é decorrente de vários fatores, associandose com maior constância à descida rotacional da uretra ou à posição extra abdominal do colo vesical. Assim, aumentos na pressão abdominal são transmitidos à uretra, resultando em perda de urina. Em condições normais o esfíncter da uretra é capaz de impedir a saída de urina quando há aumento abrupto e acentuado da pressão intra abdominal, como na ocorrência de tosse, espirro ou riso forçado. As alterações podem ser um sintoma, caso o paciente os relate, podendo, ou não, serem um sinal, caso seja observado durante o exame físico, ou até mesmo podem apresentar uma condição, neste caso quando é associado a um diagnóstico urodinâmico específico (SARTORI, 1999). A fáscia endopélvica, os músculos levantadores do ânus e a parede anterior da vagina são responsáveis por amparar a bexiga e a uretra proximal. O suporte fornecido é dinâmico, e essas estruturas permitem que elevações súbitas da pressão intra-abdominal sejam transmitidas ao colo vesical e à uretra proximal, proporcionando a continência. Quando lesadas, essas estruturas favorecem a hipermobilidade do colo vesical durante o aumento da pressão intra-abdominal, impedindo o equilíbrio pressórico e predispondo a incontinência urinária. Conseqüentemente, durante um período a pressão intravesical excede a pressão intrauretral acarretando na perda urinária (OLIVEIRA et al, 2007). 2.5.1 DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS Anorgasmia, também chamada inadequadamente de frigidez, é a queixa mais comum nos serviços de ginecologia, consistindo na ausência de orgasmo, porém com a conservação do desejo sexual (DABADDIE & SELEME, 2009). A anorgasmia pode ser classificada em primária e secundária. A primária é quando a mulher nunca sentiu a experiência do orgasmo com o parceiro durante o ato sexual. Já a secundária é a inibição recorrente ou persistente do orgasmo feminino após uma fase de excitação sexual adequada e mesmo já ter vivido períodos em que atingia o orgasmo, deixou de consegui-lo (MOURA, 2006). Anorgasmia Relacional é quando ocorre autoestimulação, ou seja, quando a mulher se acha suficiente para ela mesma, provoca a masturbação (DABADDIE & SELEME, 2009). Anafrodismo é ausência do desejo e do prazer (DABADDIE & SELEME, 2009). Vaginismo é a dificuldade ou incapacidade de permitir a penetração vaginal. Consiste em uma contratura reflexa da musculatura peri-vaginal, espasmos da musculatura perineal que impedem a penetração do pênis (DABADDIE & SELEME, 2009). 34 O vaginismo é diagnosticado através de um exame ginecológico, onde o espasmo da musculatura perineal, a contração anal e a elevação do corpo a cabeceira, juntamente com o fechamento das coxas e pernas, é notório (FRANÇA, 2005). Moura (2006) diz que o vaginismo é considerado uma disfunção com boa probabilidade de cura em curto prazo. Geralmente esse quadro é associado à fobia ao coito e a penetração vaginal, à inibição sexual geral ou a falta de orgasmo. Dispaurenia consiste nas relações sexuais dolorosas e desagradáveis. O termo originase do grego que significa má-união. É uma disfunção que gera um ciclo vicioso, onde a dor leva ao temor da dor, que, por sua vez, interfere na fase de excitação diminuindo a lubrificação e reforçando o processo doloroso (DABADDIE & SELEME, 2009). França (2005) afirma que após um quadro de dispaurenia, a dor pode agir como um fator condicionante a fuga, deixando como seqüela um quadro de vaginismo. E Moura (2006) cita a importância em diferenciar se a dor é no inicio da penetração, no fundo da vagina ou se a mesma ocorre após a relação. Disorgasmia é quando o orgasmo é frágil e obtido em curtas circunstâncias (DABADDIE & SELEME, 2009). As alterações sexuais femininas ocorrem devido a diversos fatores etiológicos que levam a causas orgânicas como a rasgadura perineal, a episiotomia, as lacerações ocasionadas pelo uso do fórceps, e as cirurgias de baixo ventre. Podem também serem desencadeadas a partir de alterações psicológicas, como as mudanças na imagem corporal, o pensamento em não ter mais o corpo desejado, e o medo do coito devido a problemas em partos ou mesmo infecções anteriores (DABADDIE & SELEME, 2009). 2.6 AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO ATRAVÉS DO MÉTODO AFA Segundo Bianco (2004), atualmente é reconhecido o importante papel da musculatura do assoalho pélvico em nível da função sexual e na contribuição da expressão motora da resposta sexual. Assim, como qualquer outro músculo esquelético, os músculos do períneo também têm a propriedade de aumentar o tônus estático e a força de resposta rápida. Afirma ainda que, baseado no conhecimento de tais funções, nota-se a importância da função muscular normal do assoalho pélvico, e que o enfraquecimento desses músculos resulta em deficiências nos sistemas ginecológico, urinário e gastrointestinal. 35 Os MAPs, ao contrario dos outros músculos estriados encontrados no corpo, permanecem em estado constante de contração, permitindo um posicionamento eficiente da junção uretrovesical, o que proporciona a continência (RETZKY & ROGERS, 1995). Shafik et al (2005) afirmam que o conhecimento da relação entre a estrutura anatômica e a função dos músculos do assoalho pélvico é profundamente importante para o entendimento das desordens que o afetam. Bump et al (apud Stuart, 2005), afirmam que todas as mulheres que apresentam disfunção do assoalho pélvico devem se submeter a uma avaliação vaginal digital para garantir a ação muscular correta. Com isso, Moreno (2009) considera o método de Avaliação Funcional do Assoalho pélvico (AFA) de extrema importância no que diz respeito ao tratamento clínico do afrouxamento desses músculos, sendo simples e barato, porém ainda de natureza subjetiva e sem validação científica. A avaliação da força dos MAPs proporciona a noção da capacidade de contração da região perineal a partir da palpação transvaginal. Entre as técnicas de avaliação, a descrita por Ortiz é simples e de fácil execução. A escala de Ortiz constitui na análise da função do assoalho pélvico visualmente e através da palpação (MOREIRA, 2007). No método AFA, faz-se a visualização da genitália externa, verificando presença ou ausência de contração voluntária visível dos músculos perineais, após um comando verbal. A palpação é feita por meio de um toque bidigital com a introdução dos segundo e terceiro dedos até o terço médio da vagina (FIGURA 7). Em primeiro momento, observam-se as paredes vaginais e a integridade dos músculos, se há simetria, cicatrizes, lacerações, entre outras (MORENO, 2009). Após essa etapa, avalia-se a força e a funcionalidade muscular pélvica, através da contração voluntária e colaboração da paciente. Pode-se impor uma resistência afastando os dedos um pouco, para avaliar o músculo bulbo-esponjoso, e também impor uma resistência em sentido caudal com os dois dedos, para avaliar o músculo levantador do ânus. Com o bom conhecimento do terapeuta, gradua-se a força muscular dos MAPs de acordo com a escala a ser utilizada (MEDEIROS et al, 2004). 36 FIGURA 7: Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico (AFA) através da palpação bidigital. Fonte: BARBOSA et.al (2004). Segundo Ortiz (1996), a classificação do grau de força muscular do assoalho pélvico divide-se da seguinte forma: Grau 0: Sem função perineal objetiva, nem mesmo à palpação; Grau 1: Função perineal objetiva ausente, reconhecida somente à palpação; Grau 2: Função perineal objetiva débil, reconhecida a palpação; Grau 3: Função perineal objetiva e resistência opositora, não mantida à palpação; Grau 4: Função perineal objetiva e resistência opositora mantida à palpação por mais de cinco segundos. Martins et al (2008) relatam que o estímulo verbal aumenta o pico de força em 5%, o que ocorre devido à motivação que envolve tanto o córtex cerebral como o sistema límbico. 37 3 MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa mostra um estudo descritivo transversal, que estabelece relações entre as variáveis: força muscular do assoalho pélvico e posicionamento estático da pelve, de acordo com a posição de trabalho. A pesquisa contou com o aceite da professora Iranete Corpes Oliveira França em orientar o grupo (Apêndice I), com a autorização da coordenadora da Instituição onde foi realizada a pesquisa (Apêndice II) e, aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (Anexo I). O estudo foi realizado na FISIOCLÍNICA - Clínica Escola de Fisioterapia da UNAMA, no período de 15 de fevereiro a 15 de abril de 2010. 3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população do estudo foi composta por mulheres funcionárias da UNAMA (Campus Alcindo Cacela), pertencentes a dois setores, Setor Operacional (Copa e Serviços Gerais), que trabalham predominantemente na posição de pé (n=3), e Setor Executivo (Administração, Atendimento e Financeiro), que executam suas funções predominantemente na posição sentada (n=5). Vale ressaltar que a população total é composta por 21 mulheres do Setor Operacional (Grupo Operacional) e 34 mulheres do Setor Executivo (Grupo Executivo). Critérios de inclusão: mulheres entre 30 e 60 anos com índice de massa corporal na categoria de sobrepeso (IMC ≤ 29,9) (Anexo II); nulíparas e/ou multíparas até três filhos. Critérios de exclusão: mulheres virgens, grávidas ou em puerpério inferior a seis meses; multíparas com mais de três filhos; cirurgias na região pélvica (exceto cesária e episiotomia). Foram contatadas todas as funcionárias dos dois setores selecionados para participação na pesquisa, no entanto, a taxa de resposta participativa foi de aproximadamente 15%. Algumas funcionárias não aceitaram participar da pesquisa logo no primeiro momento. Outra parte amostral concordou em participar, porém sem comparecimento no horário marcado. O fato da não participação total das funcionárias no estudo em questão pode estar associado ao sentimento de vergonha, uma vez que as avaliadoras fazem parte do quadro discente da instituição onde são funcionárias, ou mesmo à timidez, visto que para os procedimentos 38 devam ficar desnudas. Outro fator que pode estar associado ao não comparecimento da população amostral diz respeito à falta de tempo, pois sairiam dos seus postos para realização dos procedimentos. 3.2 PROCEDIMENTOS Todas as participantes do estudo foram informadas sobre os objetivos da pesquisa e, após concordância, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com todas as informações acerca da pesquisa (Apêndice III), procedimento feito de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 196/96. A pesquisa foi dividida em três etapas: questionário de avaliação clínica através de Ficha de Avaliação, avaliação postural da pelve (realizadas no laboratório de Fisiologia Cardiorrespiratória da Fisioclínica) e avaliação fisioterapêutica ginecológica ou avaliação funcional da força dos MAPs (realizada na sala de Saúde da Mulher). É importante ressaltar que em todas as etapas, cada avaliadora exerceu as mesmas funções do início ao fim da pesquisa para evitar vieses, considerando a subjetividade dos métodos avaliativos em alterar os resultados. 1) Questionário de avaliação clínica: as mulheres selecionadas foram avaliadas por uma Ficha de Avaliação elaborada para a pesquisa (Apêndice IV), contendo as informações necessárias quanto ao dia-a-dia e possíveis alterações nas funções do assoalho pélvico e qualidade de vida, além de verificar se as mesmas se enquadravam nos critérios de inclusão propostos no projeto da pesquisa. Foi utilizada uma balança mecânica antropométrica da marca Welmy (Mod R-110 nº 46494) para medir peso e altura para o cálculo do IMC. 2) Avaliação postural da pelve: foram utilizados os seguintes materiais: um fio de prumo de 1/2 kilograma da marca Ramada®, uma marca transversal no chão medindo 1 metro feita com fita adesiva de 1 centímetro de largura, um tripé de alumínio da maca Tron VPT 30, uma câmera digital de 7.0 Megapixels da marca Mitsuca, uma fita métrica de 1,50 metros da marca Fiber-Glass, bolinhas de isopor de 2 centímetros de diâmetro e fita Durex para prendê-las como marcadores anatômicos e o Software para Avaliação Postural (SAPO) versão 0.68. A avaliação postural seguiu o protocolo estabelecido pelo SAPO, que consiste em um programa de fotogrametria utilizado para avaliar o alinhamento dos segmentos corporais através de registro de fotografias do corpo inteiro do indivíduo, em diferentes planos, em que os pontos anatômicos de referência devem estar previamente marcados. 39 No ambiente para a captura das imagens (FIGURA 8), pendurou-se o fio de prumo no teto, numa altura de 2,60 metros e com uma demarcação há um metro do solo e o indivíduo posicionou-se ao seu lado, mantendo o hálux alinhado a marca transversal no solo. A câmera digital foi posicionada sobre o tripé a três metros de distância do sujeito e a uma altura equivalente à metade da estatura do mesmo, quantificada pela régua antropométrica da balança mecânica, utilizada para os dados do IMC, e dividida por dois. Na foto, as imagens do sujeito e do fio de prumo foram enquadradas para que houvesse a calibração da imagem no programa. O registro das fotografias foi feito com as mulheres trajando top e biquíni, em posição ortostática com base ligeiramente alargada, com os braços livres ao lado do corpo. Foram demarcados pontos anatômicos nas espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS) e espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS), seguindo o protocolo do programa SAPO para a avaliação da báscula pélvica (FIGURA 9) que utiliza ambos os pontos para tal angulação, para a verificação de anteversão e retroversão da pelve. A captura da imagem foi feita nos planos lateral esquerdo e lateral direito. Após este processo, as fotos foram enviadas para o SAPO e, com base na vertical mostrada pelo fio de prumo, a demarcação transversal no solo e as demarcações dos pontos anatômicos, as imagens foram calibradas obtendo-se, então, o posicionamento da pelve, a partir da angulação da báscula pélvica. Os dados de cada indivíduo avaliado pelo programa SAPO ficaram armazenados em uma ficha de relatório de avaliação, a qual foi gerada pelo programa ao serem indicadas as informações necessárias para a avaliação postural do indivíduo (Anexo IV). 3) Avaliação fisioterapêutica ginecológica: para avaliar a força muscular pélvica foi utilizado o método de Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico (AFA), que consiste na palpação bidigital com os segundo e terceiro quirodáctilos no intróito vaginal, impondo uma resistência a partir da verificação de contração voluntária da musculatura, segundo Ortiz et al. (1996). Nesse método a força dos MAPs é dividida em graus, de 0 a 4, de acordo com a tabela de valores de Ortiz (Anexo III). Para a realização do AFA, as mulheres ficaram desnudas da cintura para baixo, deitadas em decúbito dorsal em uma maca coberta com papel, com um travesseiro em baixo da cabeça e um rolo sólido pequeno apoiando os joelhos, que permaneciam levemente afastados e flexionados para permitir a introdução da mão da avaliadora até a entrada da vagina, e foram cobertas por um lençol na região pélvica evitando exposição desnecessária da região. 40 FIGURA 8: Ambiente de captação da imagem para o programa SAPO. Fonte: Teixeira et al (2008). FIGURA 9: Pontos utilizados no protocolo do programa SAPO. Os pontos 21 e 22, espinhas ilíacas ânterosuperiores e póstero-superiores, respectivamente, são usados para a avaliação da angulação da báscula pélvica. Em A, vista lateral direita e em B, vista lateral esquerda. Fonte: Software SAPO. 41 A palpação transvaginal foi realizada com a utilização, pela examinadora, de luvas descartáveis de procedimentos, lubrificadas com gel a base d’água nas pontas dos dedos para facilitar a introdução dos mesmos no intróito vaginal. Após este passo, verificou-se a integridade da musculatura perineal e pediu-se que a participante realizasse as devidas contrações baseada nos comandos da avaliadora, até o completo entendimento da participante. De acordo com o observado, quando houve contração voluntária dos músculos, uma resistência opositora a função dos mesmos foi imposta pelos dedos da avaliadora, observando a que grau de força da tabela de Ortiz a participante correspondeu. Com respeito ao método de avaliação da força dos MAPs utilizado neste estudo, cabe ressaltar que, embora a palpação vaginal possa ser questionada como passível de ser influenciada pela subjetividade do avaliador, ela tem sido largamente utilizada por ser um método simples, de baixo custo e que pode ser aplicada por qualquer examinador treinado. 3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA A angulação da báscula pélvica entre os dois grupos estudados foi avaliado pela análise de variância (ANOVA) e teste t de Student, também utilizado para os valores de AFA e demais análises. 42 4 RESULTADOS A avaliação de funcionárias da UNAMA, de dois Grupos (Operacional e Executivo), permitiu a coleta de diferentes dados. No entanto, vale ressaltar a dificuldade para realização dos testes por parte das funcionárias, o que explica uma taxa de aceitação de 15% dentre os dois setores. Dessa forma, participaram do estudo 5 mulheres do Grupo Executivo (total de 34 funcionárias) e 3 mulheres do Grupo Operacional (total de 21 funcionárias). Essa pequena taxa de aceitação pode estar associada a vários fatores, dentre eles o de não sentirem-se a vontade com os métodos de avaliação realizados, os quais envolvem fotos com top e biquíni para avaliação postural e nudez parcial para avaliação ginecológica; a opinião de que os procedimentos eram demorados e não queriam dispor do tempo de seus intervalos; o fato de realizar tais procedimentos com acadêmicas; e/ou ainda por serem funcionárias da mesma instituição das acadêmicas. Os dados obtidos a partir da avaliação das mulheres, funcionárias da UNAMA, pertencentes aos dois grupos, mostraram que não houve variação do IMC entre a amostra estudada. O IMC encontrado para o Grupo Operacional (GO) foi de 25,4 e para o Grupo Executivo (GE) foi de 26,9, o que indica que os dois grupos estão incluídos na categoria de sobrepeso, com IMC≤29.9, como mostra a Tabela 1. Tabela 1: Valores do Índice de Massa Corporal (IMC) dos dois setores, Operacional e Executivo, calculados a partir dos pesos e alturas da população amostral. IMC Variação da média Grupo Média ± dp GO 25,4 ± 3,87 23,1 – 29,9 GE 26,9 ± 1,38 25,3 – 29,1 (min – máx) Legenda: GO – grupo operacional; GE – grupo executivo; dp – desvio padrão. Após análise dos valores da angulação da báscula pélvica, foi observada a distribuição de anteversão e retroversão da pelve nas mulheres do GO e do GE. Dessa forma, 66,7% e 40% referem à porcentagem de mulheres com anteversão da pelve no GO e no GE, 43 respectivamente, e 33,3% e 60% à porcentagem de mulheres com retroversão da pelve nos mesmos grupos, como demonstrado na Figura 10. A presença de retroversão da pelve mostrou-se mais freqüente dentre as mulheres que trabalham a maior parte do tempo na posição sentada, em relação às mulheres que trabalham a maior parte do tempo na posição em pé, as quais demonstraram maior freqüência de anteversão. FIGURA 10: Porcentagem das mulheres que apresentaram anteversão e retroversão da pelve nos dois grupos estudados, Operacional (GO) e Executivo (GE). AV – anteversão; RV - retroversão. Quando comparados, os valores da angulação da báscula pélvica mostraram-se diferentes nos dois lados do corpo, esquerdo e direito, das mulheres de ambos os grupos (Figura 11). Apesar de não haver diferença significativa entre os ângulos dos lados direito e esquerdo do GE, a distribuição numérica entre a população amostral mostrou um padrão heterogêneo, com grandes variações entre os ângulos da báscula pélvica, o que demonstra uma diferença significativa entre a população amostral (Tabela 2). Em relação ao GO, houve uma diferença de aproximadamente 67% entre a angulação da báscula pélvica quando comparados os lados direito e esquerdo (FIGURA 11), no entanto, a distribuição dos valores numéricos dentro desse grupo mostrou um padrão homogêneo, principalmente em relação ao lado esquerdo (Tabela 2). Quando comparados os valores da angulação para os dois grupos, 44 GO e GE, não foi observada diferença significativa entre os valores de ângulos encontrados (p>0,1). Tabela 2: Angulação da báscula pélvica, com medidas dos lados direito e esquerdo, realizadas pelo software SAPO, sem identificação de ante ou retroversão. Ângulo da báscula pélvica Grupo GO GE Lado Direito Lado Esquerdo média ± dp média ± dp (min-max) (min-max) 7,47 ± 2,62 5,00 ± 0,95 (4,1 – 11,3) (3,9 – 5,6) 9,74 ± 5,79 9,68 ± 6,45 (3,4 – 16,4) (2,3 – 17,4) Legenda: GO- grupo operacional; GE – grupo executivo; dp – desvio padrão; p>0,1. FIGURA 11. Angulação da báscula pélvica dos lados direito e esquerdo dos grupos Operacional (GO) e Executivo (GE), sem distinção de anteversão e retroversão. LD – lado direito; LE – lado esquerdo. p>0,1. 45 Quando comparados os valores da angulação da báscula pélvica das mulheres com anteversão e retroversão dos dois grupos, GO e GE, foi possível observar diferenças nos valores dos ângulos nos lados direito e esquerdo de ambos os grupos (FIGURA 3). Mulheres com anteversão da pelve do GO demonstraram valores médios menores que mulheres com anteversão da pelve do GE, para os dois lados, direito e esquerdo, sendo LD = 5,55; LE = 4,75 para o GO e LD = 14,9; LE = 9,85 para o GE, no entanto, as diferenças encontradas não foram significativas (p=0,2). Em relação a mulheres com retroversão da pelve, não foram observadas diferenças significativas para os valores dos ângulos entre o GO e o GE, no entanto foi demonstrada uma relativa diferença entre os valores dos lados direito e esquerdo em ambos os grupos nessas mulheres. Os valores dos ângulos para o GO e o GE são, respectivamente, LD = 11,3; LE = 5,5 e LD = 6,3; LE = 9,6, demonstrando que as mulheres com retroversão da pelve pertencentes ao GE, apresentaram menores valores no lado esquerdo em relação ao direito (FIGURA 12). Em relação às angulações dos lados direito e esquerdo, foi demonstrado menor diferença nas mulheres com anteversão da pelve que trabalham a maior parte do tempo na posição em pé (GO). FIGURA 12: Angulação da báscula pélvica dos lados direito e esquerdo das mulheres que apresentaram anteversão e retroversão de pelve nos grupos Operacional (GO) e Executivo (GE). AV – anteversão; RV – retroversão; LD – lado direito; LE – lado esquerdo. p=0,2. 46 Ao avaliar a força muscular do assoalho pélvico a partir dos valores do AFA, demonstrou-se que o valor médio do AFA foi maior nas mulheres do GO, ou seja, com trabalho na maior parte do tempo na posição em pé, em relação às mulheres do GE, com trabalho na maior parte do tempo na posição sentada. Nessa primeira observação, sem distinção em relação à presença de anteversão ou retroversão da pelve, os valores do AFA encontrados para o GO e GE foram, respectivamente, 3,33 e 2,8, o que indica que as mulheres que trabalham a maior parte do tempo na posição em pé possuem maior força muscular do assoalho pélvico do que as mulheres que trabalham na posição sentada a maior parte do tempo (FIGURA 13). Esses resultados demonstram que o tempo de exposição a uma mesma posição, sentada ou em pé, pode interferir na força muscular do assoalho pélvico. FIGURA 13: Avaliação Funcional do Assoalho pélvico (AFA) das mulheres do grupo Operacional (GO) e do grupo Executivo (GE). A força muscular do assoalho pélvico, demonstrada pelos valores do AFA, comparando as mulheres de ambos os grupos, com presença de anteversão ou retroversão da pelve, mostra valores diferentes para todos os grupos analisados. Dentro do mesmo grupo estudado, em relação à posição de trabalho em pé na maior parte do tempo (GO), foi observado que mulheres com anteversão da pelve apresentaram menor AFA em relação a mulheres com retroversão da pelve, com valores 3 e 4, respectivamente (FIGURA 14). Em 47 relação ao GE, com posição de trabalho predominantemente sentada, também foi observada diferença na força muscular do assoalho entre mulheres com anteversão e retroversão da pelve, com valores de 2,5 e 3, respectivamente (Figura 14). Esses resultados demonstram que a força muscular do assoalho pélvico pode ser influenciada pelo tempo de exposição a uma mesma posição, sentada ou em pé, e/ou em relação aos desvios pélvicos, anteversão e retroversão. FIGURA 14: Avaliação Funcional do Assoalho pélvico (AFA) das mulheres que apresentaram anteversão da pelve e das com retroversão, dos grupos Operacional (GO) e Executivo (GE). AV – anteversão; RV – retroversão. p=0,1. A partir da análise dos dados obtidos na Ficha de Avaliação, foram descritas as queixas de Disfunções do Assoalho Pélvico (Disfunção Urinária e Disfunção Sexual) no GO e no GE, observando os desvios pélvicos estudados (anteversão e retroversão). Em ambos os grupos, as mulheres descreveram alguma queixa de disfunção urinária, sendo observadas queixas em 50% no GO e 100% no GE, em mulheres com anteversão. Mulheres com desvio pélvico de retroversão apresentaram queixas (66,7%) somente no GE (Tabela 3). Em relação à disfunção sexual, foram descritas queixas em ambos os grupos, GO e GE, sendo 50% em mulheres com desvio pélvico de anteversão no GO, e 66,7% em mulheres com desvio pélvico de retroversão no GE (Tabela 3). 48 Tabela 3: Distribuição de queixas de Disfunções Urinárias e Disfunções Sexuais, nos dois grupos estudados, Operacional e Executivo, na presença de anteversão e retroversão. GO GE AV RV AV RV DU 50% - 100% 66.7% DS 50% - - 66.7% Legenda: GO – grupo operacional; GE – grupo executivo; DU - disfunções urinárias; DS - disfunções sexuais; AV – anteversão; RV – retroversão. 49 5 DISCUSSÃO No presente estudo verificou-se a presença de anteversão e retroversão entre as mulheres pertencentes aos dois grupos avaliados, GO e GE, com distribuição de aproximadamente 67% com presença de anteversão pélvica no GO. Esses dados concordam com os observados por Oliver & Middleditch (1998), que afirmam que a anteversão pélvica pode estar associada com a posição ortostática (em pé) por tempo prolongado, esforços de compressão e/ou carga vertical, considerando a exposição dessas mulheres na posição em pé no exercício laboral durante a maior parte do tempo. Araújo (2007) cita em seu trabalho que os músculos anteversores são formados posteriormente pelos músculos lombares e anteriormente pelos músculos reto femural e íliopsoas. Tais músculos proporcionam a inclinação pélvica para anterior (anteversão), ao que se observa maior evidência da ação dos músculos reto femural e íliopsoas na posição em pé, devido a um maior tensionamento de suas fibras, o que acentua a lordose lombar e conseqüentemente promove a anteversão da pelve. Em contrapartida, entre as mulheres do GE observou-se que 60% delas apresentaram retroversão, o que demonstra, na posição sentada, que o peso do corpo é apoiado nas tuberosidades isquiáticas e nos tecidos circundantes, corroborando assim os dados de Santos (1996). Dessa forma, podemos associar que a curvatura lombar depende do posicionamento do sacro que por sua vez depende da posição da pelve. Coury & Gil (1996) afirmam que, na posição sentada, o quadril encontra-se fletido ocorrendo rotação dos ossos da pelve, o que faz com que a curvatura da região inferior da coluna (lordose lombar) seja tracionada, sofrendo uma diminuição ou até eliminação de sua curvatura fisiológica, que tende a se retificar, podendo até se inverter, onde parte do peso é descarregada na pelve. Suportando essa idéia, Araújo (2007) evidencia que os músculos retroversores da pelve são os músculos glúteo máximo e extensores da coxa (músculos ísquiotibiais), em sua porção posterior, e o músculo reto abdominal, em sua porção anterior, os quais promovem a inclinação pélvica para posterior. Os dados obtidos através do software SAPO para a avaliação postural estática da pelve foram gerados em graus da angulação da báscula pélvica, o que determinou os desvios pélvicos em anteversão e retroversão, encontrados nas mulheres avaliadas dos dois grupos estudados (GO e GE). Como na literatura não foi encontrado relatos de mensuração em 50 ângulos das medidas dos desvios pélvicos de anteversão e retroversão, não foi possível comparar os dados obtidos neste estudo. Rodrigues (2005) evidencia que o equilíbrio estático pélvico também influencia na força muscular do assoalho pélvico, uma vez que uma pelve estaticamente equilibrada contribui para a manutenção de um posicionamento correto das vísceras abdominais e um perfeito funcionamento dos órgãos de sustentação, favorecendo assim, uma correta transmissão de pressões intra-abdominais. Dessa forma, evita que tais pressões forcem a musculatura do assoalho pélvico e gere seu enfraquecimento. No estudo, verificou-se que o valor médio do AFA nas mulheres do GO foi de 3,3, e maior que o valor médio obtido do AFA nas mulheres do GE, que foi de 2,8. Observou-se também, que em mulheres do GO houve predominância de anteversão de pelve em relação à mulheres do GE, onde a predominância foi de retroversão de pelve. Esses resultados diferem dos resultados encontrados por Bienfait (1995), que conclui que uma pelve em retroversão levará o músculo levantador do ânus (principal músculo do assoalho pélvico) a um constante estado de contração, uma vez que os movimentos de retroversão pélvica e verticalização do sacro têm início na região do períneo. No entanto, esses resultados necessitam de estudos posteriores, com um número amostral maior e com mulheres de diferentes exercícios laborais. O desequilíbrio pélvico em anteversão e o consequente aumento da lordose lombar vão desencadear um maior tensionamento e distensão perineal, podendo prejudicar a funcionalidade dessa região. Diante do exposto, os desequilíbrios pélvicos podem levar a um déficit de força da musculatura perineal e colaborar, negativamente, para a continência, já que o mecanismo esfincteriano também estará comprometido, de acordo com Perry (1998). Grosse & Sengler (2002), em seus estudos, demonstraram que a contração perineal não é indiferente à estática lombopélvica. Demonstraram ainda que a correção da lordose lombar e da retroversão pélvica favorece a contração perineal, em 57% dos casos em decúbito e em 37%, em posição ortostática. Em um terço dos casos, eles relataram que a posição da pelve não influi na contração perineal e que em uma, a cada cinco mulheres, acontece o inverso, ou seja, a anteversão e a hiperlordose favorecem a contração perineal. Esses resultados estão de acordo com os resultados achados em nosso trabalho, no entanto, sugerem ainda a realização de estudos posteriores para maiores investigações a cerca do exposto. No mesmo estudo, Grosse & Sengler (2002), afirmam ainda que a diminuição da força de contração dos músculos elevadores do ânus, observada em hiperlordose, pode atingir 70% da força medida em posição de referência. 51 Géo et al, (2002) mostram que disfunção do assoalho pélvico deve-se a uma combinação de diferentes fatores, que podem ser intrínsecos ou extrínsecos. Dentre os fatores intrínsecos estão inclusos hereditariedade, raça, alterações anatômicas, tecido conjuntivo e alterações neurológicas, e dentre os extrínsecos, gravidez e parto, efeitos hormonais, condições que aumentam a pressão abdominal, tabagismo, constipação intestinal, exercícios e trabalho físico, atividade física e traumas cirúrgicos. Oliveira & Lopes (2006) citam que os músculos do assoalho pélvico também participam da função sexual. Em seu estudo, Hall (2001) evidencia que a vagina possui pouquíssimas fibras nervosas sensoriais e que os MAPs conferem a sensibilidade proprioceptiva que contribui para o prazer sexual. Os MAPs, hipertrofiados, proporcionam uma vagina menor e, portanto, um maior atrito com o pênis durante a relação sexual, o que resulta em estimulação de mais terminações nervosas e gera uma sensação agradável durante a mesma. Oliveira & Lopes (2006) ressaltam ainda, que ocorrem contrações vigorosas do assoalho pélvico durante o orgasmo, o que justifica que, comumente, pacientes com fraqueza dos MAPs não conseguem alcançar o orgasmo. Os MAPs devem ser relaxados completamente para que haja uma função normal. A contração tônica desses músculos resulta, freqüentemente, em dor, como cãibras na região da virilha ou do cóccix. Um dos objetivos da recuperação desses músculos reside para o fato de os mesmos serem capaz de contrair e relaxar vigorosamente. No presente estudo, observou-se que entre as mulheres do GO, apenas as que apresentaram anteversão referiram queixas de disfunção urinária (50%) e de disfunção sexual (50%). Ao contrário, entre as mulheres do GE, tanto as com anteversão quanto as com retroversão apresentaram queixas de disfunções urinárias (100% e 66,7%, respectivamente) e apenas as com retroversão apresentaram queixas de disfunção sexual (66,7%), corroborando assim com os achados da literatura. 52 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo descritivo permite estimar parâmetros de uma população, e passa a ser o primeiro passo de uma investigação com hipóteses e estudos mais detalhados. Nesse contexto, este estudo descritivo mostra-se relevante no âmbito de identificar as possíveis variações entre a musculatura do assoalho pélvico e o posicionamento da pelve, que por sua vez podem estar relacionadas à postura adotada durante o exercício laboral. Os resultados obtidos nesse estudo demonstram que a posição adotada durante o exercício laboral pode influenciar no posicionamento da pelve, o que caracteriza os desvios pélvicos de anteversão e retroversão, como observados na população amostral. Da mesma forma, a posição adotada durante o exercício laboral parece estar relacionada à força muscular do assoalho pélvico, como mostrado nos resultados. Nesse aspecto, novos estudos são importantes para uma melhor correlação entre os desvios pélvicos e a força muscular do assoalho pélvico. Diante do exposto, os resultados obtidos no trabalho, associados a novos estudos, trazem contribuições para a literatura referente ao tema estudado, variações do posicionamento da pelve e da força muscular do assoalho pélvico, além de visar o benefício da população através de orientações posturais e exercícios que possam melhorar a função do assoalho pélvico, o que acarreta melhoria na qualidade de vida. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMS, P. et al. 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Procedure for the production of high quality photographs suitable for the recording and evaluation of posture. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 20-6. 1998. 59 APÊNDICE I – ACEITE DO ORIENTADOR 60 APÊNDICE II – ACEITE DA INSTITUIÇÃO 61 APÊNDICE III - TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO RELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO COM A POSTURA ESTÁTICA DA PELVE EM FUNCIONÁRIAS DA UNAMA Você está sendo convidada a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, _____________________________________________________, residente e domiciliada na _____________________________________________________, portador da Cédula de identidade, RG ____________, e inscrito no CPF_________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntária do estudo “RELAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO COM A POSTURA ESTÁTICA DA PELVE EM FUNCIONÁRIAS DA UNAMA”. Estou ciente que: I) A avaliação postural e a avaliação fisioterapêutica ginecológica serão realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia da UNAMA – FISIOCLÍNICA, localizada na Av. Alcindo Cacela nº 359, Belém/PA, cujo objetivo é verificar se existe alguma relação do posicionamento do osso do quadril (pelve) das cabeleireiras com a força dos músculos da vagina (assoalho pélvico); II) Os dados serão coletados na própria Fisioclínica, através de avaliação postural e avaliação fisioterapêutica ginecológica, sendo esta em sala específica da clínica (sala de uroginecologia), necessárias para a caracterização da amostra; III) Não sou obrigada a responder as perguntas realizadas no questionário; IV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, e também não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos avaliativos efetuados com o estudo; V) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; VI) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Caso esteja fazendo algum tratamento, minha participação neste estudo não virá interferir no atendimento ou tratamento médico; VII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco a minha integridade física, psicológica, social e intelectual; 62 VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; IX) Serão feitas fotos de corpo inteiro para a avaliação postural no programa SAPO, onde estarei vestida de top e biquíni. Porém nenhuma imagem minha será divulgada, caso for necessário, serão utilizadas fotos somente dos pesquisadores. X) Estou ciente de que farei uma avaliação ginecológica, para verificar o grau de força da musculatura vaginal, na qual estarei despida da cintura para baixo e uma única aluna irá me avaliar, introduzindo dois dedos na cavidade da vagina. XI) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; XII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, ____ de ____________ de 2009. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Voluntário: ____________________________________________________ Testemunha 1: ______________________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2: ______________________________________________________ Nome / RG / Telefone Pesquisadores Responsáveis pelo Projeto: Brenda Souza Lyra Castro - (91) 8876-5493; (91) 3248-5493. Gigliola de Matos Macchi. - (91) 8149-2147; (91) 8856-9964. Thais Lúcia Pinheiro. - (91) 8426-1169; (91)8113-7602; (91) 3248-9023. Iranete Corpes Oliveira França. – (91) 8116-3968. 63 APÊNDICE IV – FICHA DE AVALIAÇÃO FICHA DE AVALIAÇÃO Identificação Data da Avaliação: ___/___/___ Nome:__________________________________________________ Idade:__________ Endereço:___________________________________________________________________ Telefone: _____________________________ Estado Civil: _________________ Tempo de exercício da profissão: ______________ Carga horária: _________________ Grau de instrução: _______________________________________ Altura: _________________ Peso: _________________ IMC: _________________ Data da última menstruação: _________________ ( ) Nulípara ( ) Unípara ( ) Multípara Quantos: ______________ Tipo de parto: _______________ Episiotomia? ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes: _______________ Infecção anterior: ________________ Vida sexual? ( ) Ativa ( ) Inativa Uso de métodos contraceptivos: _________________ Faz uso de TRH? ( ) Sim ( ) Não Tempo de menopausa: _________________ Realiza atividade física? ( ) Sim ( ) Não Com que freqüência? ( ) 2x/semana ( ) 3x/semana ( ) Diariamente Que tipo de atividade? ( ) Caminhada ( ) Hidroginástica ( ) Musculação ( ) Outros: ____________________ Tem o hábito de exercitar o assoalho pélvico (contrair a vagina)? ( )Sim ( )Não Fumante? ( ) Sim ( ) Não Quanto tempo? ________________________ Antecedentes Pessoais: ( ) Prolápsos ( ) Constipação ( ) Incontinência Urinária ( ) Incontinência Fecal ( ) Outros: ____________________ Antecedentes Cirúrgicos: ___________________________________________________________________________ Antecedentes Obstétricos: ___________________________________________________________________________ Antecedentes Familiares: ___________________________________________________________________________ Antecedentes Ginecológicos: ___________________________________________________________________________ Alterações urinárias (da bexiga): Vai ao banheiro muitas vezes para urinar? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Noctúria (levanta a noite para urinar)? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Urgência (difícil segurar a urina)? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Urge-incontinência (perda antes de chegar ao banheiro)? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ IUE? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ 64 Qual (is) dessas situações perde urina? ( )Tosse ( ) Caminhada ( ) Risada ( ) Atividade Física ( ) Espirro ( ) Marcha Rápida ( ) Ortostase ( ) Mudança de Posição Enurese Noturna (urina dormindo)? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Incontinência durante a relação sexual? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Infecções urinárias freqüentes? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Dor na bexiga? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Dificuldade de urinar? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: ____________ Outros: _____________________________________________________________________ Satisfação Sexual: Você tem parceiro? ( )Sim ( ) Não Quanto tempo ______________ Você sente prazer (orgasmo) durante a relação sexual? ( ) Sempre ( ) Nunca ( ) Raramente Você sente dor durante as relações sexuais (Dispareunia)? ( )Sim ( )Não ( )As vezes Você faz preventivo regularmente? ( ) Sim ( ) Não Você já passou por alguma destas situações (sofreu ou praticou)? ( ) Assédio sexual (proposta Sexual de alguém com influência ou poder) ( ) Violência Sexual ( ) Estupro Durante a atividade sexual, sente: ( ) Desejo ( ) Penetração ( ) Orgasmo (gozo) ( ) Prazer constante ( ) Envolvimento afetivo com o parceiro ( ) Envolvimento físico com o parceiro Alterações Sexuais: ( ) Diminuição do desejo sexual ( ) Disfunção Erétil ( ) Anorgasmia ( ) Vaginismo ( ) Dispareunia ( ) Flatulência Vaginal ( ) Disorgasmia ( ) Outros: ____________________________ Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico – AFA (ORTIZ et al, 1996): Grau: ( ) 0 – Função perineal objetiva ausente à visualização e à palpação; ( ) 1 – Função perineal objetiva ausente, reconhecida somente à palpação; ( ) 2 - Função perineal objetiva débil, reconhecida somente à palpação; ( ) 3 - Função perineal objetiva e resistência opositora mantida à palpação; ( ) 4 - Função perineal objetiva e resistência não mantida à palpação por mais de cinco segundos. Contração muscular voluntária do assoalho pélvico: ( ) Débil unilateralmente ( ) Débil bilateralmente ( ) Inversão de comando ( ) Uso dos músculos sinergistas do períneo _________________________________________ Avaliador Responsável 65 ANEXO I – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO CEP 66 ANEXO II - TABELA IMC Índice de Massa Corpórea O Índice de Massa Corporal (IMC) é reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. O IMC é calculado dividindo o peso (em Kg) pela altura ao quadrado (em m) (VARELLA, sem data). Categoria IMC Subnutrido Abaixo de 18,5 Peso saudável 18,5 - 24,9 Sobrepeso 25,0 - 29,9 Obesidade Grau I 30,0 - 34,9 Obesidade Grau II 35,0 - 39,9 Obesidade Grau III 40,0 e acima Peso Saudável: 18,5 – 24,9 67 ANEXO III - TABELA DE VALORES DE ORTIZ Classificação funcional da musculatura do assoalho pélvico Grau Visualização Palpação 0 Ausente Ausente 1 Ausente Reconhecível 2 Débil Reconhecível 3 Presente Com resistência não-mantida 4 Presente Com resistência mantida AFA - Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico pela palpação digital de acordo com a presença de contração voluntária (ORTIZ, 1994). 68 ANEXO IV – FICHA DE RELATÓRIO GERADA PELO SAPO 69 70 71 72