Resposta Metabólica ao Trauma e ao Jejum Dr. Olival Neto Objetivos  Explicar as diferenças entre resposta metabólica ao trauma e ao jejum  Explicar o efeito do trauma na taxa metabólica e na utilização de substratos  Determinar as necessidades proteínas e calorias durante estresse metabólico de o Resposta Metabólica ao Jejum   produção e utilização de corpos cetônicos   liberação e utilização de ácidos graxos livres   taxa metabólica  Conservação de proteínas viscerais Resposta Metabólica ao Jejum Hormônios Fonte Mudança na Secreção  Norepinefrina S. nervoso simpático Norepinefrina Adrenal  Epinefrina Adrenal  Hormônio da Tireóide T4 Glândula Tireóide (muda para T3 na periferia) Landsberg et al. N Engl J Med 1978.  Gasto Energético Durante o Jejum Excreção de Nitrogênio (g / dia) 12 Nível Normal 8 Jejum parcial 4 Jejum total 0 10 Long et al. JPEN 1979. 20 30 Dias 40 Resposta Metabólica ao Trauma Fase de Fluxo (Flow) Gasto de Energia Fase de Refluxo (Ebb) Tempo Cutherbertson et al. Adv Clin Chem 1969. Resposta Metabólica ao Trauma : Fase de Refluxo (Ebb)  Geralmente caracterizada por choque hipovolêmico  Prioridade : manutenção de vida e homeostase  Débito cardíaco  Consumo de oxigênio  Pressão sanguínea  Perfusão tecidual  Temperatura corpórea  Metabolismo Cuthbertson et al. Adv Clin Chem 1969. Welbom MB, in Rombeau JL, Rolandeli RH (eds), Enteral and Tube Feeding 1997. Resposta Metabólica ao Trauma : Fase de Fluxo (Flow)   Catecolaminas   Glicocorticóides   Glucagon  Liberação de citocinas, mediadores de lípides  Produção de proteínas de fase aguda McWhirter et al. Br Med J 1994. Resposta Metabólica ao Trauma Resposta Endócrina Depósitos de Ácidos Graxos Gordura Fígado e Músculo (Glicogênio) Glicose Músculo (Aminoácidos) Glicose Excreção de Nitrogênio (g / dia) Resposta Metabólica ao Trauma Queimadura grave 28 Trauma ortopédico 24 Septicemia grave 20 Infecção 16 Cirurgia eletiva 12 8 Nível Normal 4 0 10 20 Dias Long et al. JPEN 1979. 30 40 Gravidade do Trauma e seus Efeitos na Perda de Nitrogênio e na Taxa Metabólica Perda Urinária de Nitrogênio Cirurgias de grande porte Queimaduras graves Sepsis grave Infecção Cirurgia eletiva Nível Metabólico Basal Adapted from Long et al., JPEN 1979. Resposta Metabólica ao Jejum e ao Trauma Jejum Trauma ou Doença   Reserva Energética Conservado Consumido Proteína Corpórea Conservado Consumido Nitrogênio Urinário   Lenta Rápida Taxa Metabólica Perda de Peso O organismo é capaz de se adaptar ao jejum, mas não quando acompanhado por trauma grave ou doença. Popp MB et al., in Fischer JF (ed) : Surgical Nutrition Little, Brown and Company, 1983 Resposta Metabólica ao Jejum e ao Trauma  Perda de massa corpórea  Perda de proteína corpórea  Comprometimento de funções corpóreas DESNUTRIÇÃO Moore et al., J Am Coll Nutr 1991. Métodos para Determinação de Necessidade Calórica  Calorimetria indireta  Harris - Benedict (GEB) X fatores de estresse  25 - 30 kcal / kg de peso corpóreo por dia Resposta Metabólica ao Jejum e ao Trauma : Necessidades Nutricionais Trauma Fatores de Estresse Cirurgia de pequeno porte 1,00 - 1,10 Fratura de ossos longos 1,15 - 1,30 Câncer 1,10 - 1,30 Peritonite / sepse 1,10 - 1,30 Infecção grave / trauma 1,20 - 1,40 Síndrome de falência de múltiplos órgãos 1,20 - 1,40 Queimaduras 1,20 - 2,00 Exemplo : necessidade de energia para pacientes com câncer = GEB x 1,10 - 1,30 * ASC = Área de Superfície Corpórea Rombeau, Rolandelli : Clinical Nutrition - Enteral and Tube Feeding, ed 3. NB Sauders Company, 1997 Resposta Metabólica à superalimentação  Hiperglicemia  Hipertrigliceridemia  Hipercapnia  Esteatose hepática Barton, Nutr Clin Pract 1994. Macronutrientes Durante o Estresse Carboidratos  100 g / dia são o mínimo necessário para evitar cetose  O montante de carboidrato da dieta deve prover 60 - 70% das calorias não - protéicas durante o estresse  A ingestão de glicose não deve exceder 5 mg / kg / min Barton, Nutr Clin Pract 1994. Macronutrientes Durante o Estresse Gordura  A gordura deve compreender 15 - 40% do total de calorias  A dose máxima recomendada de infusão de gordura intravenosa é de 1,0 - 1,5 g / kg / dia  O nível sérico de triglicérides deve ser controlado para assegurar o clareamento de gordura adequado Ideno D et al., J Resp Care Pract 1996. Nutrition Consensus Group, Am Coll Chest Phys 1997 Long CL et al., J Trauma 1990. Macronutrientes Durante o Estresse Proteína  No estresse, a necessidade oscila de 1,2 - 2,0 g / kg / dia  As proteínas devem compreender cerca de 20% do total de calorias durante o estresse Barton, Nutr Clin Pract 1994. Determinação das Necessidades Protéicas de Pacientes Hospitalizados Nível de estresse Sem Estresse Estresse Médio Estresse Grave Razão Calorias / Nitrogênio  150 : 1 150-100 : 1 < 100 : 1 % de Proteínas / Calorias Totais < 15% Proteína 15-20% Proteína > 20% Proteína 0.8g/kg/dia 1.0-1.2g/kg/dia 1.2-2.0g/kg/dia Proteína / Peso Corpóreo Papel da Glutamina na Lesão Metabólica  É considerada “condicionalmente em pacientes graves essencial”  Está depletada em trauma  Fornece energia para células imune e do trato gastrointestinal do sistema  Ajuda a manter e a restaurar a integridade da mucosa intestinal Lacey et al. Nutr Rev 1990. Smith et al. JPEN 1990. Pastores et al. Nutr 1994. Calder, Clin Nutr 1994. Papel da Arginina no Dano Metabólico  Auxilia células do sistema imune  Melhora a retenção de nitrogênio após estresse metabólico  Melhora animais a cicatrização em modelos  Age como secretagoga e precursora de óxido nítrico e de poliaminas Barbul, JPEN 1996. Funções de Principais Vitaminas e Minerais Vitamina A Cicatrização e reparação tecidual Vitamina C Síntese de colágeno, cicatrização Vitaminas “B” Metabolismo e utilização de carboidratos Piridoxina Essencial para síntese de proteína Zinco Cicatrização, função imune e síntese proteíca Vitamina E Antioxidação Ácido Fólico, Necessários para síntese e “turnover” de Ferro, Vitamina B12 hemácias Resumo  Ocorre adaptação durante a resposta metabólica ao jejum  Necessidades nutricionais aumentam durante o trauma  Cálculo das necessidades nutricionais durante o trauma