B O L E T I M DA REDE 10/02/2015 NÚMERO 73 2015: um ano de lutas! Análise Nacional O ano de 2015 será de muitas lutas pela manutenção dos direitos trabalhistas que foram conquistados arduamente pelos trabalhadores. Se de um lado, a presidenta Dilma inicia seu segundo mandato com medidas de austeridade com o seu pacote de ajuste fiscal. Do outro, a mídia conservadora faz ataque aberto à presidenta sobre o caso Petrobras enquanto omite que a corrupção na empresa data da década de 1980, nada fala sobre os escândalos do PSDB. Todo esse contexto histórico de roubos, fraudes, além do aprofundamento da corrupção vindo a público com a Operação “Lava Jato” explica-se pelo fato do processo de privatização e a falta de investimento sofrido pela estatal ao longo anos. Tantos os leilões realizado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), continuados nos governos Lula e Dilma (PT), como a venda das ações da empresa para o capital privado aprofundaram o processo privatizante na Petrobrás. Análise Estadual No governo mineiro, Pimentel (PT) faz acordos com os setores conservadores para garantir a sua “governalidade”. Como parte deste processo a nova casa legislativa tem o disparate de retomar o auxílio moradia que foi rechaçado pela população mineira. O projeto garante ainda o pagamento da verba indenizatória ao parlamentar licenciado para assumir cargos de ministro de Estado, governador, secretário de Estado e de prefeitura de capital ou de chefe de missão diplomática temporária, caso o deputado optar pela remuneração do mandato. Diante disso, foi criado o Movimento Mineiro Contra o Auxílio Moradia dos Deputados, que se reunirá no SindREDE/BH na quinta-feira, 12 de fevereiro as 19h30. Muitos acreditam que o governo Pimentel atenderá as demandas apresentadas pelos movimentos social e sindical, e criam a expectativa de que haverá uma mudança. Conhecendo o passado do atual governador, seus aliados e os que financiaram a sua campanha eleitoral, será necessário que esses movimentos não se iludam e fiquem preparados para o enfrentamento. Análise Municipal Em Beagá, retomamos as atividades nas Escolas e Umeis e temos diversos desafios a serem superados no início desse ano letivo. Terminamos o ano de 2014 com uma forte resposta dos Trabalhadores em Educação, juntamente com os demais Trabalhadores dos serviços públicos da prefeitura, diante da tentativa de ataque ao nosso plano de carreira, através da proposta feita para a Educação Infantil. O prefeito empresário continua com a sua saga privatista. Privatiza os serviços públicos através da terceirização e quarteirização. Privatiza a cidade através da PBH Ativos Sociedade Anônima para quem doou 53 terrenos de propriedade da prefeitura, avaliados em 155 milhões, que poderá vender o patrimônio da população, alienar, colocar como garantia de empréstimos e aumentar seus ativos sem autorização do Legislativo. Na educação cresce o processo de precarização do trabalho e das condições de trabalho. As escolas construídas através das Parcerias Público-Privado (PPPs) perdem sua autonomia, pois até para pregar um prego na parede, bem como reorganizar o horário de funcionamento precisam de aprovação da Odebreschet. Chegamos ao absurdo das direções dessas escolas não terem nem a chave do prédio. A alardeada falta de recursos financeiros é o discurso oficial para reduzir direitos dos trabalhadores e privilegiar as empreiteiras e os bancos, para pagarem o financiamento de suas campanhas eleitorais milionárias. Aprofundar a análise sobre a atual conjuntura internacional, nacional e local é fundamental para a elaboração das nossas estratégias de luta e garantia de conquistas e nenhuma retirada de direitos. O debate dentro das Escolas e Umeis será essencial para que as demandas e discussões sejam apresentadas no Seminário organizado pela Diretoria do Sind-REDE/BH nos dias 25/02 e 05/03. Discussões essenciais: meritocracia, terceirização, tempo de planejamento, avaliação de desempenho, inclusão escolar, campanha salarial 2015, gestão democrática, Plano Municipal de Educação, Conferência Municipal de Educação, condições de trabalho, avaliações externas, assédio moral, violência escolar, autonomia, entre outros. A presença de representantes de cada escola e UMEI é fundamental para a construção coletiva da pauta de reivindicações e das estratégias de luta. Vamos precisar reaglutinar forças para enfrentar os ataques do prefeito empresário e sua MARQUETEIRA EDUCACIONAL. Calendário de Atividades 25/02 – de 8h30 as 17 horas – Sindibel Seminário de Representantes de Escola – Parte I (a reforma dos banheiros do Sind-REDE/BH atrasou, por isto estamos modificando o local desta atividade) 05/03 - de 8h30 as 17 horas – Sind-REDE/BH Seminário de Representantes de Escola – Parte II 07/03 – 14h – Sind-REDE/BH Assembleia do Caixa Escolar e Terceirizados por Empresas 8/3 – (local/horário a ser definido) Ato Público do Dia Internacional das Mulheres Avaliação de Desempenho No final de 2014, a PBH apresentou uma proposta de alterações na Avaliação de Desempenho dos Servidores que passa para, no caso da educação, 95% o índice necessário para aprovação. Com muita energia, os servidores lotaram a Câmara Municipal em pleno dezembro para dizer não à proposta e denunciar o governo que busca utilizar o instrumento de avaliação de desempenho para impedir a progressão na carreira e cortar gastos, enquanto isso favorece as empreiteiras, as empresas de transporte coletivo entre outras. A PBH publicou ainda alterações profundas na regulação de licenças médicas que tem como objetivo a culpabilização de quem adoece e nenhuma medida concreta para evitar e reduzir o crescente adoecimento do funcionalismo municipal submetido à péssimas condições de trabalho e violência crescente. O tema a avaliação de desempenho está portanto, no centro da pauta de reivindicações unificadas do funcionalismo municipal e exige de nós a compreensão de como este mecanismo meritocrático drena as relações de trabalho e precariza nossos direitos. 7h de Planejamento PBH não cumpriu o acordo feito com a greve de 2014, ou seja, não tomou nenhuma medida efetiva para ampliação do quadro docente no sentido de garantir o estabelecido pela Lei do Piso (Lei 11738/2008), ratificada pelo Parecer nº 18/2012, e nem da Liminar Judicial que proíbe obrigar a substituição no horário de planejamento, que exige a alteração do quantitativo docente. Além disso, não apresentou proposta que garanta a ampliação da atividade extraclasse para Educação Infantil. Ao invés disso, no final de 2014 a PBH publicou a Portaria 317/2014 que altera a organização dos tempos/espaços escolares e busca induzir a categoria a abrir mão do seu direito às 7 horas de planejamento, bem como de não substituição em horário de projeto. Além do quadro de pessoal, a Portaria 317/2014, altera a organização da EJA restringindo o direito de jovens e adultos ao acesso e à permanência de uma educação de qualidade. Algumas escolas iniciaram as suas atividades garantindo 6 de planejamento, sem substituição, visando chegar às 7 horas. Estas experiências devem ser levadas para o Seminário de Representantes de Escola e Umeis. Continuar a luta pela garantia das 7 horas de planejamento Educação Infantil Em outubro de 2014 a PBH apresentou uma proposta de alteração na carreira da Educação infantil que consolida a separação da carreira docente. Ou seja, é exatamente o contrário de nossa reivindicação: a unificação da carreira docente. Como mais um passo da separação das carreiras e da precarização do trabalho docente, no início de 2015, a PBH “inventou” o cargo de Monitor de Apoio à Educação Infantil. Este cargo será selecionado pelo SINE (Sistema Nacional de Emprego) e contratado pelo Caixa Escolar, cuja exigência de escolaridade é o ensino médio. A criação deste cargo explicita a concepção de educação infantil da PBH ao separar o “cuidar” do “educar”, como se a criança pequena fosse um objeto que é lavado, limpado por uma pessoa, e “educado” por outra. Ao invés de ampliar o quadro docente com uma melhor relação adulto/criança, busca suprir a falta de profissionais com nova divisão na carreira, a exemplo do que acontece no município de Contagem. Cabe lembrar que para o cumprimento da legislação federal de garantir a obrigatoriedade de atendimento das crianças/adolescentes de 4 a 17 anos o governo municipal recebe os repasses financeiros, além de seus recursos próprios. E deve cumprir a legislação que exige a formação docente com o mínimo o curso Normal/Magistério de nível médio. Esta nova ruptura na carreira da docência na Educação Infantil é um desrespeito com as crianças pequenas e com as professoras que atuam nesta etapa da educação básica. Ela sinaliza que cuidar/educar as crianças pequenas não é uma profissão que exige conhecimento pedagógico e explicita a fala da ex-Secretária Municipal de Educação de BH, Macaé Evaristo, no Ministério Público: “as Educadoras Infantis não planejam”. Rechaçar esta política é fundamental para o fortalecimento da luta pela unificação da carreira docente na PBH. E exige de nós, um aprofundamento sobre nossa concepção de educação infantil e das políticas necessárias para garantir o direito das crianças pequenas estabelecidos na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na LDB. Caixa Escolar e Terceirizados por Empresas O pessoal do Caixa Escolar participou efetivamente da greve unificada de 2015 e demonstrou sua capacidade de luta por direitos. Bem como, provou que sabe da importância da organização sindical e do reconhecimento da sua entidade representativa, o Sind-REDE/BH. No final de 2014, aprovamos a nossa proposta de Acordo Coletivo de Trabalho, que já foi protocolizada no Ministério do Trabalho. Ela será enviada a todas as Escolas e Umeis, em formato de cartilha, pois é fundamental que cada trabalhador e trabalhadora conheça os motivos pelos quais lutamos. Precisamos realizar um processo de organização do pessoal do Caixa Escola e das demais empresas quarteirizadas pela Odebrecht, pois todos/as pertencem à base do Sind-REDE/BH e serão contemplados/as por nossas conquistas. Por isso, no dia 7 de março, realizaremos uma Assembleia do Caixa Escolar e Terceirizados por Empresas, às 14 horas, no Sind-REDE/BH, com o objetivo de organizarmos nossas estratégias de luta para 2015. A presença de representantes do setor de cada Escola e UMEI é fundamental para ampliarmos a nossa organização. IMPOSTO SINDICAL/2014 No período de 02 a 31/03/15 haverá a devolução do imposto sindical. Os agendamentos serão feitos de 23/02 a 20/03/15 através dos telefones 3226-3084 e 3271-7095. As devoluções fora deste prazo serão apenas para as situações de licenças médica, maternidade, sem vencimento, aperfeiçoamento profissional e férias prêmio. O Sindicato devolverá 60% do valor descontado, pois os outros 40% são destinados às Federações, Confederações e ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme Instrução Normativa/MTE n.º 01/2008. O Sind-REDE/BH reafirma o compromisso de continuar exigindo o não desconto do imposto sindical.