SANDRO EDUARDO MONSUETO DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL: A SITUAÇÃO DOS 25% MAIS POBRES Belo Horizonte, MG UFMG / Cedeplar 2003 SANDRO EDUARDO MONSUETO DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL: A SITUAÇÃO DOS 25% MAIS POBRES Dissertação apresentada ao curso de mestrado do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em Economia. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Flávia Machado Belo Horizonte, MG Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG 2003 Para a família Monsueto, para a Mad Gear e para os Jagodes. Agradecimentos Em especial, à Professora Ana Flávia Machado, pela orientação, dedicação, disponibilidade, bom humor e constante incentivo na realização deste trabalho. Aos demais professores do Cedeplar que, pelo conhecimento repassado, em tanto contribuíram para minha formação acadêmica. A dedicação dos funcionários do Cedeplar, também deve ser aqui lembrada. Aos amigos conquistados durante o mestrado, sobretudo meus companheiros de república Alexandre e Éber, além, é claro, de antigas amigas que não conseguiram ficar muito tempo longe de mim, Dani, Fabiana e Má. Também não posso deixar de agradecer ao incentivo e amizade de três indivíduos, que mesmo distantes, sempre pediram por mim diante de Deus: Ana Paula, Elizama e Wellington. À Cnpq, pelo auxílio financeiro. E, finalmente, à minha dupla dinâmica de heróis, Quito e Adelina, meus pais, que venceram e me fizeram um vencedor. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. CAPÍTULO 1 – A DESIGUALDADE NO BRASIL E SEUS DETERMINANTES: UMA REVISÃO DA LITERATURA BRASILEIRA................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 1.1. Evolução da desigualdade de renda no Brasil............ Erro! Indicador não definido. 1.2. O início do debate e os estudos nas décadas de 70 e 80 .............Erro! Indicador não definido. 1.3. A discussão na década de 90 sobre a desigualdade.... Erro! Indicador não definido. 1.4. Mudanças nos quantis da distribuição de rendimentos: uma preocupação mais recente ............................................................................... Erro! Indicador não definido. CAPÍTULO 2 – METODOLOGIAS PARA ANÁLISE DOS DIFERENCIAIS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2.1. Regressão quantílica................................................... Erro! Indicador não definido. 2.1.1. Aspectos gerais da regressão quantílica............... Erro! Indicador não definido. 2.2. Análise dos diferencias de rendimentos ..................... Erro! Indicador não definido. 2.2.1. Regressão interquantílica ..................................... Erro! Indicador não definido. 2.2.2. Decomposição de Oaxaca .................................... Erro! Indicador não definido. 2.2.3. Decomposição J.M.P. .......................................... Erro! Indicador não definido. 2.3. O modelo econométrico, fonte de dados e variáveis selecionadas ....Erro! Indicador não definido. CAPÍTULO 3 – DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO, CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E OCUPACIONAIS ................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 3.1. Rendimento-hora........................................................ Erro! Indicador não definido. 3.2. Chefes de família........................................................ Erro! Indicador não definido. 3.3. Idade e educação dos indivíduos................................ Erro! Indicador não definido. 3.4. Distribuição regional da PEA ocupada ...................... Erro! Indicador não definido. 3.5. Distribuição ocupacional............................................ Erro! Indicador não definido. CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS .....................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 4.1. Análise dos retornos aos fatores................................. Erro! Indicador não definido. 4.2. Análise interquantílica do diferencial ........................ Erro! Indicador não definido. 4.3. Decomposição do hiato segundo cor por Oaxaca ...... Erro! Indicador não definido. 4.4. Decomposição J.M.P.................................................. Erro! Indicador não definido. 4.5. Síntese dos resultados: a redução dos diferenciais entre os 25% mais pobres.....Erro! Indicador não definido. 1 CONCLUSÃO ....................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. ANEXOS ...........................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. LISTA DE TABELAS TABELA 1 – APROPRIAÇÃO DE RENDA SEGUNDO PARTIÇÕES DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTOS ..................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 2 – ALOCAÇÃO DOS TRABALHADORES EM QUARTOS E NO ÚLTIMO DÉCIMO DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTO TOTAL, POR COR, E SEGUNDO O SEXO (%) ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 3 – APROPRIAÇÃO DA RENDA REAL PELOS QUARTOS DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTOS TOTAIS, POR COR, E SEGUNDO O SEXO (%)ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 4 – MÉDIA DO RENDIMENTO-HORA POR PARTIÇÕES SELECIONADAS E POR COR, SEGUNDO O SEXO ..............................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 5 – SEXO DOS CHEFES DE FAMÍLIA NA PEA OCUPADA POR PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA (%).......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 6 – IDADE MÉDIA POR PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA E POR COR, SEGUNDO O SEXO ............ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 7 – ESCOLARIDADE MÉDIA POR PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA, E POR COR, SEGUNDO O SEXO ..........ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 8 – DISTRIBUIÇÃO DA PEA OCUPADA POR REGIÃO, SEGUNDO O SEXO, E PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA (%).......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 9 – POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO DOS HOMENS POR COR E PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA (%).......................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 10 – POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO DAS MULHERES POR COR E PARTIÇÕES SELECIONADAS DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO-HORA (%) .................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 11 – NÚMERO DE OBSERVAÇÕES ........................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 12 – RETORNO NOS QUANTIS CONDICIONAIS - HOMENS BRANCOSERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 13 – RETORNO NOS QUANTIS CONDICIONAIS - HOMENS NÃO-BRANCOS .......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 14 – RETORNO NOS QUANTIS CONDICIONAIS – MULHERES BRANCAS .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 15 – RETORNO NOS QUANTIS CONDICIONAIS – MULHERES NÃO-BRANCAS...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 16 – RESULTADOS DE REGRESSÃO INTERQUANTÍLICA - HOMENS BRANCOS .... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 17 – RESULTADOS DE REGRESSÃO INTERQUANTÍLICA - HOMENS NÃO-BRANCOS .........................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 18 – RESULTADOS DE REGRESSÃO INTERQUANTÍLICA - MULHERES BRANCAS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2 TABELA 19 – RESULTADO DE REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS - MULHERES NÃO-BRANCAS .........................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 20 – RESULTADOS DA DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA - HOMENS BRANCOS E NÃOBRANCOS ..........................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 21 – RESULTADOS DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA - MULHERES BRANCAS E NÃOBRANCAS ..........................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 22 – DECOMPOSIÇÃO J.M.P. DO HIATO SEGUNDO COR – HOMENS .................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 23 – DECOMPOSIÇÃO J.M.P. DO HIATO SEGUNDO COR – MULHERES............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – ÍNDICE DE GINI E T DE THEIL: BRASIL (1977 – 1999)* ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 2 – RENDA REAL MÉDIA A PREÇOS DE 1997: BRASIL (1977 – 1999)* ............ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 3. ÍNDICE DE GINI PARA HOMENS E MULHERES OCUPADOS – 1987, 1995 E 2001 .........................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS HOMENS OCUPADOS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS, SEGUNDO A COR – 2001....................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 5 - DISTRIBUIÇÃO DAS MULHERES OCUPADAS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS, SEGUNDO A COR - 2001.....................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS HOMENS OCUPADOS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS, SEGUNDO A COR E PARTIÇÕES SELECIONADAS DO RENDIMENTO-HORA – 2001 .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. GRÁFICO 7 – DISTRIBUIÇÃO DAS MULHERES OCUPADAS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS, SEGUNDO A COR E PARTIÇÕES SELECIONADAS DO RENDIMENTO-HORA – INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2001 .............. ERRO! LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – MÉTODOS DE ANÁLISE DOS DIFERENCIAIS. ....ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2 LISTA DE ANEXOS TABELA A1. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1987, 25º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A2. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1987, 50º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A3. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1987, 90º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A4. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1987, 25º QUANTIL ................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A5. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1987, 50º QUANTIL ................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A6. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1987, 90º QUANTIL ................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A7. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1995, 25º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A8. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1995, 25º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A9. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 1995, 90º QUANTIL. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A10. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1995, 25º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A11. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1995, 50º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A12. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 1995, 90º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A13. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 2001, 25º QUANTIL................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A14. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 2001, 50º QUANTIL................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A15. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – HOMENS, 2001, 90º QUANTIL................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A16. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 2001, 25º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A17. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 2001, 50º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A18. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS – MULHERES, 2001, 90º QUANTIL ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A19. NÚMERO DE OBSERVAÇÕES DA AMOSTRA EXPANDIDA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A20. DISTRIBUIÇÃO DOS HOMENS OCUPADOS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS 1987, 1995 E 2001 (%) ....................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A21. DISTRIBUIÇÃO DAS MULHERES OCUPADAS NAS CATEGORIAS OCUPACIONAIS 1987, 1995 E 2001 (%) ....................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A22. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (1987) ... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A23. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS NÃO-BRANCOS (1987)............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A24. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (1995) ... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A25. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS NÃO-BRANCOS (1995)............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A26. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (2001) ... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A27. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – HOMENS NÃO BRANCOS (2001) ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A28. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (1987) ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2 TABELA A29. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (1987)........... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A30. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (1995) ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A31. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (1995)........... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A32. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (2001) ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A33. REGRESSÕES QUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (2001)........... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A34. TESTES F DE SIGNIFICÂNCIA ......................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A35. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (1987) .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A36. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS NÃO-BRANCOS (1987) ..... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A37. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (1995) .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A38. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS NÃO-BRANCOS (1995) ..... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A39. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS BRANCOS (2001) .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A40. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – HOMENS NÃO BRANCOS (2001)...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A41. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (1987) .......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A42. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (1987) . ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A43. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (1995) .......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A44. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (1995) . ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A45. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES BRANCAS (2001) .......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A46. REGRESSÕES INTERQUANTÍLICAS – MULHERES NÃO-BRANCAS (2001) . ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A47. CATEGORIAS DE OCUPAÇÃO BASEADAS EM QUALIFICAÇÃO (QUALIFS)... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A48. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – HOMENS (1987)...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A49. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – HOMENS (1995)...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A50. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – HOMENS (2001)...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A51. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – MULHERES (1987).. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A52. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – MULHERES (1995).. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA A53. DECOMPOSIÇÃO DE OAXACA – MULHERES (2001).. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2 RESUMO Esta dissertação tem por objetivo investigar a melhoria da distribuição de rendimentos para os trabalhadores mais pobres no Brasil. Para tanto, é utilizada a PNAD dos anos 1987, 1995 e 2001, com informações da População Economicamente Ativa ocupada urbana. Estimam-se equações de rendimento por meio de regressões quantílicas e, para a análise dos diferenciais, regressões interquantílicas e as decomposições de OAXACA (1973) e JUHN, MURPHY e PIERCE (1993) De modo geral, constata-se uma redução do diferencial entre os 10% mais ricos e os 25% mais pobres, motivadas, sobretudo, pelo avanço na educação entre os mais pobres e em virtude de características dos postos de trabalho. Adicionalmente, verifica-se que, entre os trabalhadores condicionados ao 25º quantil da distribuição, ocorreram reduções no diferencial de rendimentos entre brancos e não-brancos. Palavras-chave: Diferencial de renda, regressão quantílica, desigualdade. INTRODUÇÃO A desigualdade de rendimentos tem sido objeto de estudo em diversos trabalhos ao longo da história brasileira, constatando-se uma das piores distribuições de renda do mundo. Analisada pelo índice de Gini, a desigualdade no país oscilou entre 0,58 e 0,63 durante o período de 1977 a 1999, o que demonstra uma estabilidade de longo prazo do problema, que resiste aos ciclos econômicos, a políticas de inserção social e de combate à pobreza. A disponibilidade de microdados do Censo e, sobretudo da PNAD, permite aos pesquisadores uma melhor determinação do problema distributivo, por intermédio de definição de fatores que levariam a diferenças nos rendimentos entre trabalhadores. Desta forma, os resultados de Carlos Langoni, em seu livro de 1973, abrem o debate entre economistas e outros profissionais sobre a identificação de tais fatores, encontrando na heterogeneidade educacional a principal fonte de dispersão salarial. Não apenas a escolaridade dos indivíduos é considerada nas pesquisas, mas também fatores ligados às características dos postos de trabalho e a práticas de discriminação por sexo e por cor. Contudo, a persistência da má distribuição de renda gera uma herança histórica, transferindo entre gerações esta situação perversa. O fato de estar situado num ponto específico da distribuição de renda faz com que o indivíduo tenha acesso diferenciado aos recursos disponíveis, tais como sistema educacional, treinamento no trabalho, ascensão profissional e acesso ao mercado de capitais. Esta diferenciação no acesso aos recursos possui conseqüências sobre a capacidade do trabalhador em transformar atributos pessoais em rendimentos, ou seja, sobre a magnitude de seus retornos marginais. Alguns autores têm incorporado à análise da desigualdade a posição relativa dos trabalhadores dentro da distribuição de rendimentos, empregando, sobretudo, a técnica de regressões quantílicas. O uso deste tipo de regressão permite observar mudanças nos retornos aos fatores de acordo com o quantil da distribuição o qual está condicionado o trabalhador. Isto permite observar mudanças no comportamento da desigualdade de acordo com o quantil da distribuição a qual está condicionado o trabalhador, além de identificar, a despeito da relativa estabilidade dos indicadores de desigualdade, reduções no gap de renda entre os indivíduos condicionados a quantis localizados na cauda à direita da distribuição, ou seja, os mais pobres. A análise nos dados da PNAD possibilita a constatação de um aumento na participação do grupo dos mais pobres na soma total de rendimentos do país, durante os últimos vinte anos, sobretudo quando apenas as mulheres ocupadas são consideradas. Desta forma, tem-se por principal motivação a análise da melhoria na distribuição de renda observada para os trabalhadores mais pobres em dois sentidos: a redução do hiato de rendimento dentro de um mesmo grupo de cor, ou seja, a redução dos diferenciais entre os 10% mais ricos e os 25% mais pobres; e a redução do hiato de rendimentos por grupos de cor entre os 25% mais pobres. Estes são dois importantes níveis de desigualdade que se fazem presentes no Brasil e que não necessariamente estão sujeitos às mesmas fontes em igual intensidade. Pretende-se identificar, dentre os fatores empregados, quais atuaram de modo fundamental para a redução cada nível de diferencial de rendimentos, fazendo uso de regressões quantílicas condicionais aos quantis 25º, 50° e 90°, com base nos dados de PNADs para os anos de 1987, 1995 e 2001. Com fim de alcançar os objetivos propostos, esta dissertação está organizada em seis capítulos, incluindo esta introdução e a conclusão. O Capítulo 1 contextualiza o problema distributivo com a conjuntura macroeconômica do Brasil desde os anos 70 ao final dos anos 90, e faz uma revisão da literatura nacional sobre desigualdade. A revisão da literatura é feita resgatando-se parte da discussão teórica sobre as origens e características da desigualdade no país, destacando-se inicialmente o debate nos anos 70 e 80 entre os economistas ligados ao governo, tais como LANGONI (1973a, b), e os críticos do modelo econômico adotado pelo governo, dentre os quais MALAN e WELLS (1975) Posteriormente, os estudos na década de 90 são revistos, onde a visão sobre o papel exercido pelo mercado de trabalho como revelador e/ou gerador de desigualdade é enfatizado por autores tais como AMADEO et. al. (1994) e BARROS e MENDONÇA (1995) Finalizando este capítulo, alguns trabalhos mais recentes que incorporam a discussão dos efeitos da posição condicional dos indivíduos na distribuição de rendimentos são apresentados, introduzindo a análise proposta neste trabalho. A técnica de regressão quantílica, pela qual são estimadas as equações de rendimentos ao longo dos quantis condicionais, está apresentada no Capítulo 2, que também traz os métodos empregados para a análise dos diferenciais entre os retornos. Para a análise do diferencial entre os retornos dos trabalhadores 10% mais ricos e os 25% mais pobres, é empregada a regressão interquantílica, ainda muito pouco usada para o caso brasileiro. O diferencial de rendimentos entre grupos de cor é explorado por meio da decomposição de 2 OAXACA (1973), aplicada ao longo das regressões quantílicas e permitindo, portanto, identificar o diferencial por cor em faixas específicas da distribuição de rendimentos. Com uma decomposição do tipo JUHN, MURPHY e PIERCE (1993), as mudanças intertemporais do hiato de rendimentos entre os grupos de cor são melhor caracterizadas. O modelo econométrico, fonte e tratamento dos dados finalizam o Capítulo 2. O Capítulo 3 traz uma análise descritiva das variáveis empregadas nas equações de rendimentos. Mais do que isso, neste capítulo busca-se mostrar como os atributos pessoais, regionais e dos postos de trabalho estão alocados entre trabalhadores condicionados a diferentes quantis da distribuição e, portanto, apontar algumas evidências acerca da evolução no tempo destas variáveis. A apresentação dos resultados é feita no Capítulo 4 desta dissertação, que é iniciada com a estimativa dos retornos marginais a partir das regressões quantílicas condicionadas aos quantis selecionados, permitindo observar que tais retornos possuem, de fato, diferentes comportamentos ao longo da distribuição de rendimentos. Posteriormente, o estudo do diferencial de rendimentos entre os quantis é feito por meio de estimativas de regressões interquantílicas. O capítulo apresenta ainda a decomposição de OAXACA (1973), para cada ano de pesquisa. Finalmente, os resultados obtidos são sumariados na Conclusão do trabalho. 3 CAPÍTULO 1 – A DESIGUALDADE NO BRASIL E SEUS DETERMINANTES: UMA REVISÃO DA LITERATURA BRASILEIRA O fenômeno da desigualdade não é algo recente no cenário brasileiro, tendo sua evolução atada à história nacional. Suas primeiras mensurações mais precisas, em nível nacional, datam dos anos 70, sobretudo após a divulgação dos dados do Censo Demográfico Brasileiro. No decorrer dos anos, o Brasil foi caracterizado como ostentando um dos piores padrões distributivos do mundo. As pesquisas aplicadas ao país apontam para uma série de fatores relacionados à distribuição de renda, tais como heterogeneidade educacional, características socioocupacionais e discriminação. Porém, a importância relativa de cada fator tem sofrido significativas alterações ao longo dos anos, atingindo de forma diferenciada grupos distintos de trabalhadores, grupos estes que se diferenciam não apenas pela dotação de atributos produtivos, mas também pela faixa de renda a qual estão condicionados. Tendo isso em vista, o primeiro capítulo deste trabalho pretende apresentar a questão distributiva do Brasil, por meio de uma revisão de alguns dos trabalhos realizados que motivam o debate sobre suas origens. Desta forma, a primeira seção busca contextualizar a evolução da desigualdade no ambiente macroeconômico do país, desde a década de 60 até o final da década de 90. As duas seções seguintes trazem uma revisão da discussão inicial sobre as causas do problema distributivo brasileiro, bem como dos resultados alcançados na década de 90 pelos estudos a respeito dos diferenciais de rendimentos no mercado de trabalho. Por fim, a última seção visa demonstrar a importância de se considerar a posição relativa do indivíduo dentro da distribuição de rendimentos, o que leva a apresentação dos objetivos desta dissertação. 1.1. Evolução da desigualdade de renda no Brasil No decorrer das décadas de 60 e 70, a ótica do crescimento econômico determinou decisões políticas do Brasil, criando a idéia de que a superação das questões sociais, dentre elas a distribuição de renda, seria uma conseqüência direta da expansão da economia. Motivadas por este pensamento, as medidas adotadas facilitaram a aceleração do ritmo de crescimento e permitiram que choques externos fossem superados com relativa eficiência, 4 tal como o primeiro choque do petróleo em 1973, respondido pelo governo via implementação do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) Entretanto, pelo menos no espaço de tempo entre os Censos de 1960 e 1970, o desempenho da economia não foi acompanhado de uma melhora nos indicadores de concentração de renda. De acordo com LANGONI (1973a), ao dividir a distribuição de renda em decis, a renda real média obteve no período um aumento significativo em todos os décimos da distribuição, sendo os décimos superiores os que conseguiram ganhos maiores. No mesmo período, é observada a redução na participação relativa na renda em todos os décimos, com exceção para os 10% mais ricos, que aumentam em 20% a sua participação na renda total, apontando, então, para o aumento da concentração de renda, também refletida pelos índices de Gini (passa de 0,499 para 0,5684) e T de Theil (de 0,469 para 0,644) para a população de rendimento positivo1. Para a década de 70, dados do Censo e da Lei dos Dois Terços2 revelam que o índice de Gini inicia o período com um valor de 0,57, sofre pequenas oscilações no decorrer dos anos e encerra a década com uma leve deterioração, atingindo o valor de 0,59, de acordo com BONELLI e SEDLACEK (1989) Também para essa década, os indivíduos mais ricos, situados no último décimo da distribuição de renda, obtiveram os maiores ganhos reais de renda, ao passo que ocorre uma redução na participação dos oito primeiros décimos na absorção da renda gerada. No final dos anos 70, os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dispostos no Gráfico 1, permitem observar melhoras na desigualdade até 1981, mais visível pelo índice T de Theil, que passa de 0,912, no início da série, para 0,688. Apesar da menor variação, o índice de Gini deixa evidente a tendência de redução da desigualdade no período, registrando um valor de 0,586, no ano de 1981, contra 0,624, de 1977. Estes resultados podem, em parte, ser atribuídos à expansão do crescimento desde 1976, ao clima político gerado pelas eleições parlamentares de 1978 e à recusa do governo em ceder espaço para a nova crise externa que se formava, em virtude do segundo choque de petróleo e da explosão do custo do endividamento externo. 1 Os índices de Gini e T de Theil são duas medidas de concentração da renda amplamente empregadas na literatura. A principal diferença entre eles é que, quando as informações estão agrupas segundo um critério qualquer, tal como região ou sexo, o índice T de Theil pode ser decomposto em uma medida da desigualdade intergrupos e intragrupos. HOFFMANN (1998) 2 A Lei dos Dois Terços ordenava que as empresas vinculadas à CLT empregassem pelo menos 2/3 de trabalhadores brasileiros. Os dados obtidos se referem a um questionário respondido pelas empresas. 5 Gráfico 1 – Índice de Gini e T de Theil: Brasil (1977 – 1999)* 1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 1977 1979 1982 1984 1986 1988 Gini 1990 1993 1996 1998 T de Theil Fonte: IPEA. * Série interrompida em 1980, 1991 e 1994. Ao mesmo tempo, o Gráfico 2 mostra que ocorreu uma redução na renda real média, corroída pelo processo inflacionário, já indicando o início da crise econômica que se arrastaria pela década de 80. Gráfico 2 – Renda real média a preços de 1997: Brasil (1977 – 1999)* 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1977 1979 1982 1984 1986 1988 1990 1993 1996 1998 Renda Média Fonte: IPEA. * Série interrompida em 1980, 1991 e 1994. Após 1982, a renda real média atingiu seus piores resultados em 1983 e em 1984, enquanto os indicadores de concentração, sobretudo o índice de Gini, permanecem praticamente estáveis até 1985, ano anterior à implementação do primeiro choque heterodoxo de combate à inflação. Face à visível aceleração da taxa de inflação, que resistia às receitas ortodoxas de controle da demanda interna e restrição à expansão do crédito, é estabelecido o Plano Cruzado em janeiro de 1986 que, dentre os pacotes do governo José Sarney, é o de objetivo antiinflacionário mais audacioso, ao propor a “inflação zero”. O otimismo dos 6 agentes e o inesperado apoio popular favoreceram a conquista dos objetivos, e a inflação, de fato, mostrou sinais de queda nos meses subseqüentes. Em resposta, os índices de concentração apresentaram pequenas reduções, e a renda real média alcançou o seu maior valor em toda a série. Passada a euforia inicial, os planos seguintes não foram capazes de controlar a aceleração inflacionária, e a concentração de renda aumentou paulatinamente até 1989, ano que a desigualdade atinge seu pior resultado na série apresentada pelo índice de Gini e o segundo pior valor pelo índice T de Theil (0,637 e 0,889 respectivamente) De modo mais geral, a década de 80 é a que apresenta as maiores oscilações do nível de desigualdade, terminando o período com uma tendência de alta. HOFFMANN (1995) destaca que a aceleração inflacionária ionou para cima os indicadores de desigualdade, através da falta de sincronia entre reajustes salariais de categorias diferentes, e entre estas e o nível geral de preços. Quanto ao resultado final da renda real média no período, o Plano Verão de 1989, última tentativa do governo Sarney de retirar a economia do processo de aceleração inflacionária, foi capaz apenas de trazê-la de volta a valores próximos dos obtidos em 1977. A partir de então, a renda real entra em um novo ciclo de queda até 1993, captando os efeitos do Plano Collor e do ambiente imediatamente anterior ao Plano Real. De 1993 em diante, a história da evolução da desigualdade é, basicamente, de repetições dos indicadores ao longo dos anos, com o índice de Gini variando entre 0,604 no ano de 1993 e 0,596 em 1999. Paralelo ao contexto macroeconômico, que se torna mais favorável com a superação do processo de impeachment e pelo maior acesso a taxas de juros menores no mercado internacional, a renda real média se recupera, atingindo níveis superiores aos verificados no início dos anos 80, mas sem alcançar o mesmo desempenho observado em 1986. Após 1994, o Plano Real parece contribuir para leves aumentos seguidos da renda real média, mas sem retirar a desigualdade de sua rota estável. Considerando todo o período da série do IPEA, o resultado final é um retorno da desigualdade aos níveis de 1980, mas com uma renda média superior, demonstrando uma estabilidade histórica do problema distributivo, como bem observado por BARROS, HENRIQUES e MENDONÇA (2001), que atentam para o fato do Brasil apresentar uma das piores distribuições de renda do mundo. Muito se tem debatido sobre as razões de tal estabilidade ou sobre suas conseqüências sociais, sobretudo no que se refere às parcelas da população menos capazes de proteger suas rendas de variações na economia. Diante disso, as próximas seções deste capítulo 7 buscam, na literatura empírica brasileira, fontes de entendimento da existência e do comportamento da desigualdade. 1.2. O início do debate e os estudos nas décadas de 70 e 80 Os primeiros trabalhos mais detalhados sobre distribuição de rendimentos se fazem presentes no Brasil a partir da década de 70, quando os autores, motivados pela análise dos efeitos redistributivos das políticas salariais de 1965, recorrem aos microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), provenientes do Censo e, posteriormente, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) As pesquisas empíricas iniciais observam uma piora nos indicadores de concentração de renda ao longo da década, e desencadeiam o debate sobre as causas do fenômeno, sobretudo no que tange aos efeitos distributivos da aceleração do processo de crescimento econômico. O centro fundamental da discussão gira em torno de dois grupos teóricos: de um lado, os economistas ligados ao governo e defensores da política econômica vigente ou adeptos da teoria do Capital Humano, a exemplo de LANGONI (1973a, b), SENNA (1976) e BRANCO (1979), e, de outro, aqueles que visavam atacar o modelo de crescimento econômico adotado pelo governo, enfatizando o ambiente institucional, tais como FISHLOW (1972), HOFFMANN (1973) e MALAN e WELLS (1975) A ênfase fundamental do primeiro grupo reside no comportamento do mercado de trabalho frente à aceleração do crescimento econômico, onde existiria um natural conflito entre crescimento e distribuição, na medida em que um viés tecnológico gera aumento da demanda por mão-de-obra qualificada, enquanto a sua oferta permanece inelástica no curto prazo. Neste grupo, o estudo de LANGONI (1973a) pode ser considerado o marco da discussão, por recorrer à utilização de microdados para o estudo no Brasil. LANGONI (1973a) faz uso de microdados para mensurar a desigualdade nos anos 60, a partir dos dados do Imposto de Renda, da Lei dos Dois Terços e dos Censos de 1960 e 1970. O acesso aos dados do Imposto de Renda permite separar a renda proveniente do trabalho e a renda de capital, para mostrar a maior concentração desta última, que apresenta um índice de Gini máximo de 0,89, enquanto a distribuição dos salários atinge um índice de 0,47. A Lei dos Dois Terços, por sua vez, possibilita o estudo setorial da distribuição de salários, concluindo que a desigualdade tende a aumentar com o nível salarial, e que os setores de maior nível de salários (indústria e serviços) apresentam os 8 maiores níveis de concentração (0,41 e 0,45 respectivamente pelo índice de Gini) Uma análise dos Censos mostra que os 10% mais ricos da população concentravam 46,47% da renda, em 1970, causando um aumento na ordem de 14% no índice de Gini, entre os anos de 1960 e 1970. Buscando explicar esse aumento da concentração, LANGONI (1973a) utiliza uma equação de rendimentos individuais3, onde as covariadas são características individuais (educação, sexo, idade e região), além dos setores de atividade, como tentativa de se criar uma proxy para a produtividade setorial. O resultado aponta para um ajuste de 51% no modelo, para 1960, e 59%, para 1970, em que a maior parcela da dispersão da renda é explicada pela escolaridade, cuja contribuição marginal aumenta em 55% no período. Para LANGONI (1973a), o nível de desigualdade observado é conseqüência direta da expansão desequilibrada do nível educacional dos trabalhadores, além da existência de um viés tecnológico na demanda por mão-de-obra, que beneficiou os mais escolarizados. Considerando o uposto da Teoria do Capital Humano (BECKER, 1964), conclui que as diferenças na composição educacional dos trabalhadores representam a principal fonte de dispersão de rendimentos do período. Por outro lado, LANGONI (1973a) argumenta que este fenômeno é decorrente de um processo de desequilíbrio temporário no mercado de trabalho, fruto da rápida expansão da economia, mas que o desenvolvimento econômico reverteria naturalmente o aumento da desigualdade. A linha teórica do Capital Humano é também seguida no artigo de SENNA (1976), que analisa os dados da Lei dos Dois Terços, de 1970, e avalia os efeitos da educação e da experiência sobre os rendimentos do trabalho, encontrando cerca de 34% da desigualdade observada sendo explicada pelas diferenças educacionais dos trabalhadores. Em comparação com outros países (Japão e Estados Unidos), os retornos da educação e da experiência se mostram, respectivamente, maiores e menores para o caso brasileiro, indicando uma maior escassez relativa de qualificação. Complementando a visão de desequilíbrios na composição do mercado de trabalho, BRANCO (1979) compara o processo de crescimento com o comportamento do mercado de trabalho nos anos 1969 e 1976, pela Lei dos Dois Terços, apresentando uma tese onde se busca mostrar que, dada a escassez de recursos humanos qualificados, o aumento da participação relativa de setores com tecnologia mais avançada no produto nacional fez com 3 A maior parte dos trabalhos emprega uma equação de rendimentos adaptada a partir da proposta de MINCER (1974), o qual relaciona rendimentos com investimentos em capital humano. 9 que os rendimentos dos indivíduos mais capacitados se elevassem desproporcionalmente e de forma diferenciada entre os setores. Para tanto, regressões de rendimentos sobre a escolaridade e a experiência no emprego são utilizadas na obtenção de estimativas para o retorno do investimento em capital humano, obtendo-se por resultado o aumento da taxa de retorno à educação entre os anos da amostra, além de uma variação dos retornos entre os setores de atividade. Pelos resultados, a tese conclui que o aumento observado na dispersão de rendimentos é um reflexo direto da aceleração do crescimento econômico, face à lenta expansão da oferta de mão-de-obra qualificada. A interpretação da desigualdade pelos desequilíbrios temporários no mercado de trabalho acabou por se tornar a visão oficial do governo, como forma de justificar a política de aceleração econômica. Por outro lado, dois trabalhos empíricos apresentam uma visão distinta, tomando por base de seus argumentos justamente a política econômica adotada. O primeiro trabalho, de FISHLOW (1972), aponta para uma perversa concentração de renda por intermédio dos dados da renda familiar dos Censos de 1960 e 1970, mostrando que, no Brasil, tanto a distribuição quanto o nível da renda se comportam de forma negativa: o nível de renda é baixo, e há um cone no topo da distribuição de rendimentos. É constatada a existência de cerca de 31% das famílias vivendo abaixo dos padrões aceitáveis de renda no Brasil, em 1960, e que estas, segundo o artigo, acabam por reproduzir a desigualdade, na medida em que é menor a probabilidade dos filhos de pais pobres freqüentarem a escola. FISHLOW (1972) acredita que a concentração na distribuição de rendimentos está focalizada, ao contrário de LANGONI (1973a), em fatores institucionais, uma vez que, para o primeiro, o aumento da desigualdade é um reflexo direto do fracasso dos instrumentos de política fiscal e monetária do governo Castello Branco. O aumento da concentração é também observado por HOFFMANN (1973), através dos dados do Serviço de Estatística da Previdência e Trabalho (SEPT), entre 1969 e 1971. Segundo o trabalho, a política salarial adotada e a redução do poder de barganha dos sindicatos, alvos de forte reão, constituem-se em fatores fundamentais para se explicar a piora nos indicadores no período, uma vez que tendem a limitar mais o crescimento da renda entre os trabalhadores de baixa qualificação. Os resultados obtidos por meio de regressões, com índices de concentração em função do tempo, do salário mínimo real e da taxa de crescimento do PIB, indicam um relacionamento inverso entre desigualdade e salário mínimo real. Desta forma, a visão exposta em LANGONI (1973a) seria caracterizada pela ausência de uma análise de tais políticas e de seus possíveis efeitos 10 sobre o grau de concentração. O artigo também aponta para a não significância estatística da variável de crescimento econômico adotada, divergindo da tese de relacionamento natural entre crescimento e distribuição. Apesar de enfatizarem de forma privilegiada os fatores institucionais, as interpretações destes autores com as dos primeiros não são excludentes, uma vez que ambas consideram a importância da heterogeneidade na educação dos indivíduos e carregam, portanto, uma parcela de complementaridade. Não obstante, uma crítica mais teórica e direta pode ser obtida em MALAN e WELLS (1975), onde se argumenta que o trabalho de Langoni não considera os componentes cíclicos de curto prazo, em especial os referentes à condução política no período, acreditando, assim, na hipótese de Kuznets sobre o caráter temporário da concentração de renda. Afirmam que a hipótese de desequilíbrios no mercado de trabalho não encontra evidências empíricas sobre deslocamentos diferenciados das curvas de demanda por trabalhadores qualificados e não-qualificados, que seriam gerados pelo viés tecnológico da economia. Quanto à teoria do Capital Humano, por não ser factível a mensuração da produtividade individual, o que se faz é supor que esta esteja diretamente refletida nos rendimentos, impossibilitando qualquer teste empírico da teoria apresentada. No referente à conclusão sobre o papel dos fatores educacionais, o fato de tanto a educação quanto a renda possuírem variância crescente é o que pode ter levado LANGONI (1973a) a concluir sobre o peso da educação na desigualdade de renda, nesse caso, o estudo não estaria ponderando fatores como background familiar na transmissão de capital humano aos descendentes. Ademais, o modelo econométrico empregado não capta as diferenças de renda entre indivíduos com o mesmo grau de escolaridade e subestima o verdadeiro nível de desigualdade. Além disso, o modelo não está precedido de uma discussão sobre se as variáveis empregadas realmente explicam os diferenciais de rendimentos ou se apenas descrevem uma situação inicial de desigualdade. Em resposta a tais críticas, LANGONI (1973b) deixa claro que sua análise se restringe aos componentes de longo prazo do clico econômico e que, dada a indisponibilidade de informações anuais, não é possível atribuir quase que exclusivamente às políticas salariais pós-1964 o elevado grau de concentração observado. O autor enfatiza que as mudanças ocorridas na estrutura do mercado de trabalho, tais como aumento da participação feminina e aumento da proporção de mais escolarizados sobre os menos escolarizados, teriam sido fenômenos naturais decorrentes do desenvolvimento econômico, o que gerou, por sua vez, uma piora na concentração de renda. 11 A disputa teórica entre Langoni e outros autores é menos intensa na década de 80, tendo em vista a preocupação com o processo de “estagflação”. Segundo WAJNMAN (1989), nos anos 80, o debate sobre crescimento econômico versus concentração da distribuição de renda sai da agenda, abrindo espaço para o debate em torno do recrudescimento inflacionário combinado à recessão econômica. De qualquer modo, os dados do Censo de 1980 e das PNADs fornecem informações para novas pesquisas sobre o assunto, com ênfase especial no entendimento do comportamento de longo prazo da desigualdade. Alguns trabalhos identificaram uma evolução dos indicadores de desigualdade em formato de U, no sentido de que a mesma teria sofrido reduções até meados da década de 80 e retomado a tendência de aumento desde então. É o caso de BARROS e REIS (1989), na análise das PNADs, entre 1976 e 1986, que decompõem o índice de Theil em suas componentes intra e intergrupos, isto é, o quanto da desigualdade é devido às diferenças entre indivíduos de características homogêneas, e o quanto é devido às diferenças entre os grupos distintos. Os resultados mostram que a componente intergrupos possui uma maior variação entre as regiões do país, com um baixo desvio padrão temporal, enquanto a intragrupos tende a variar mais ao longo do tempo, seguindo o formato em U da desigualdade total. Em comparação com a hipótese de desequilíbrios temporários, adotada por LANGONI (1973a), o trabalho mostra que esta não se verifica no período, uma vez que a desaceleração da economia não foi acompanhada por uma redução na desigualdade e, do mesmo modo, a composição educacional da força de trabalho não sofreu significativas alterações. As discussões sobre os fatores relacionados às características da mão-de-obra continuam a ser analisadas nos anos seguintes, quando as pesquisas buscam verificar se o mercado de trabalho é o agente principal no processo de concentração de renda ou ele atua apenas como um revelador de desigualdades pré-existentes. 1.3. A discussão na década de 90 sobre a desigualdade Durante a década de 90, as informações sobre a chamada “década perdida” de 80 motivam estudos acerca do papel que o contexto macroeconômico possui na evolução da desigualdade, sobretudo no referente ao observado processo de aceleração inflacionária. Uma das preocupações dos estudos é relacionar a desigualdade aos ciclos econômicos de curto prazo, por meio da hipótese de labor hoarding, segundo a qual, existiria uma relação 12 entre a taxa de desemprego, ou desempenho macroeconômico, e a distribuição de rendimentos. Desta forma, os indivíduos de menor qualificação experimentariam maiores taxas de desemprego e maiores reduções salariais na fase recessiva do ciclo econômico, por não serem capazes de proteger suas posições no emprego, gerando, por resultado, um aumento da dispersão salarial entre qualificados e não-qualificados. Para verificar a existência do relacionamento entre desempenho macroeconômico e desigualdade no curto prazo, CARDOSO (1993) recorre à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), e observa que, a despeito da desigualdade apresentar uma estabilidade quando vista pela ótica de longo prazo, o caso brasileiro é caracterizado por significativas variações de curto prazo dos indicadores de concentração. Estima regressões, com os índices de Gini e Theil em função da taxa de inflação, do nível de desemprego, do salário mínimo real e da taxa real de câmbio. De acordo com CARDOSO (1993), a inflação aumenta a desigualdade, devido ao fato de que os salários dos grupos de renda mediana se beneficiam de uma indexação menos perfeita relativamente aos salários dos grupos de baixa e alta rendas. Sobre o nível de desemprego, deve-se esperar um comportamento coerente com a hipótese de labor hoarding, agindo de forma direta sobre a desigualdade. Quanto às políticas de salário mínimo, estas possuem efeitos ambíguos sobre a desigualdade, por atingir tanto as famílias de baixa como as de alta renda. Por fim, o efeito da taxa de câmbio depende da importância relativa dos bens não-comercializáveis na produção e nas cestas de consumo dos diferentes grupos de renda. Os resultados obtidos mostram sinais positivos e significativos para todas as variáveis explicativas, confirmando que o comportamento macroeconômico é um dos responsáveis pelas variações da distribuição de renda entre os anos de 1981 e 1992. Regressões usando os índices de Gini e de Theil também são realizadas por HOFFMANN (1995), que as estima em função da taxa de inflação, da renda familiar e de um componente de tendência com dados de PNADs e do Censo entre 1979 e 1990. O uso da renda familiar é uma tentativa de se testar a hipótese de Kuznets sobre a redução da desigualdade após a renda média atingir determinado valor. Assim como em CARDOSO (1993), o estudo evidencia uma relação direta entre taxa de inflação e desigualdade, permitindo concluir que políticas de controle inflacionário podem ser implementadas não apenas com fins de estabilização, mas também visando a redução da desigualdade. Quanto à hipótese de Kuznets, apesar dos sinais coerentes com a teoria, o reduzido número de observações não permite concluir com segurança a respeito da mesma. 13 A hipótese de labor hoarding é ainda testada nos estudos de RAMOS (1991) e BONELLI e RAMOS (1995), com os dados da PNAD e da PME entre 1976 e 1990, e utilizando-se de um teste não-paramétrico para verificar a existência de uma associação entre a direção das variações na desigualdade e na renda per capita. As conclusões apontam para uma confirmação estatística da hipótese de labor hoarding, mostrando que a distribuição de renda possui um comportamento pró-cíclico, além de evidenciar o papel desempenhado pela política macroeconômica no aumento da desigualdade ao longo da década de 80, afirmando que, no curto prazo, não ocorre o conflito entre crescimento e distribuição durante o período. Independentemente do ciclo econômico, diversos estudos continuam a empregar microdados para a análise da desigualdade, enfatizando os atributos produtivos dos trabalhadores e ainda apontando a heterogeneidade educacional como a principal variável explicativa da dispersão salarial. Por outro lado, o maior acesso ao ensino básico aumentou a oferta de mão-de-obra qualificada, contribuindo para a queda nas taxas de retorno a este fator. FERNANDES e MENEZES FILHO (1999), com as PNADs entre os anos de 1983 e 1997, notam que, com exceção do ensino superior, todos os demais níveis educacionais tiveram suas taxas de retorno reduzidas no período e decompõem a variação da desigualdade em dois efeitos: efeito quantidade e efeito preços. O primeiro tem a função de captar as mudanças na desigualdade decorrentes de alterações na composição da força de trabalho, enquanto o segundo capta as variações nos preços relativos dos atributos individuais. As estimativas empregadas demonstram que as variações observadas na desigualdade estão mais em função do efeito preço, associadas a mudanças nas taxas de retornos das características dos trabalhadores, e que as alterações ocorridas nos retornos à educação são as mais importantes para explicar o comportamento da desigualdade de rendimentos entre grupos populacionais, no sentido de que uma redução nestes retornos teria levado a quedas nos diferenciais de rendimentos. As características ocupacionais do mercado de trabalho passam a receber atenção especial das pesquisas, sobretudo em anos recentes, em uma espécie de volta à proposição de MALAN e WELLS (1975) sobre se as instituições de mercado podem explicar os diferenciais ou se estariam apenas descrevendo padrões de desigualdades. Por exemplo, AMADEO et. al. (1994) afirmam que o mercado de trabalho pode atuar tanto como gerador quanto apenas como revelador de desigualdades. Quando a heterogeneidade dos 14 trabalhadores ou dos postos de trabalho forma a base para a diferenciação salarial, o mercado estaria atuando como revelador de uma desigualdade já existente na sociedade. Ao contrário, quando as diferenças salariais estão baseadas em atributos não-produtivos, como cor e sexo, ou em atributos dos postos de trabalho, o mercado atuaria como gerador de desigualdades, caracterizando discriminação, no primeiro caso, e segmentação, no segundo. Com os dados da PME de 1980 a 1991, AMADEO et. al. (1994) argumentam que o mercado de trabalho tende a atuar mais como revelador de uma desigualdade do capital humano dos trabalhadores, com a maior parte desta desigualdade gerada pelo sistema educacional. Outro trabalho abordando o assunto é o de BARROS e MENDONÇA (1995), que se esforçam no sentido de construir um arcabouço teórico capaz de explicar os processos de geração e reprodução da desigualdade. Segundo a interpretação do trabalho, a desigualdade pode ser iniciada tanto no período pré-mercado, quando os indivíduos disputam o acesso ao sistema de educação, ou no momento destes indivíduos disputarem suas colocações no mercado de trabalho, na fase de competição. Na primeira fase, a desigualdade decorre da heterogeneidade dos indivíduos, em termos de suas habilidades natas, e pelo acesso ao capital público ou privado no financiamento em capital humano. Ao entrarem na segunda fase, estes indivíduos se deparam com um mercado de trabalho igualmente heterogêneo, onde o “casamento” entre postos e trabalhadores determina o quanto este mercado vai amplificar ou apenas absorver a desigualdade inicial, considerando a forma de como as características produtivas estão distribuídas e a sensibilidade da remuneração em relação a tais características. Tudo o mais constante, e os aumentos na heterogeneidade e, ou na sensibilidade às características, levariam a aumentos no nível de desigualdade observada. Feito isso, são considerados a experiência do indivíduo no mercado de trabalho, sua experiência na empresa e seu nível educacional. Todas as variáveis se mostram importantes no entendimento dos diferenciais de rendimentos, sendo a educação a variável de maior poder explicativo, corroborando o papel de revelador de desigualdades do mercado de trabalho brasileiro. No caso específico da educação, tanto a heterogeneidade quanto a sensibilidade são significativas na explicação da variação na desigualdade brasileira ao longo da década de 60, mas se mostram pouco relevantes quando a análise passa para a década de 80, onde ocorreu, simultaneamente, redução da sensibilidade à educação e aumento nos indicadores de desigualdade. 15 Ampliando o arcabouço de BARROS e MENDONÇA (1995), FERREIRA (2000) afirma que a desigualdade pode ter cinco grupos distintos de causas. O primeiro grupo corresponde à heterogeneidade de características natas dos indivíduos e ao nível de riqueza inicial. No segundo grupo, estão representadas as diferenças obtidas no processo de investimento em capital humano, tais como educação e experiência no mercado, já o terceiro grupo abrange as formas pelas quais o mercado de trabalho gera ou amplia a desigualdade inicial, via discriminação, segmentação e, ou, projeção, sendo esta última o conjunto, em termos de rendimento, dos retornos que as características individuais dão origem. O acesso diferenciado ao mercado de capitais está representado no quarto grupo de causas da desigualdade. Finalmente, o quinto grupo compreende as características demográficas. Segundo a abordagem, é na heterogeneidade do acesso ao sistema educacional, ou seja, a etapa de preparação, onde residem as principais fontes de dispersão dos rendimentos. A despeito do mercado de trabalho gerar ou revelar desigualdades, suas características passam a ser amplamente empregadas em estudos sobre diferenciais de rendimento, tendo em vista a disponibilidade cada vez maior de informações individuais no tempo. O diferencial de renda decorrente do processo de escolhas ocupacionais é destacado pelos estudos, como em BARROS, MACHADO e MENDONÇA (1997), que dividem a população ocupada em 19 categorias ocupacionais, para estimar o diferencial de rendimento entre trabalhadores com o mesmo nível educacional. A conclusão indica que a inserção ocupacional explica cerca de 25% da desigualdade salarial, medida pelo índice de Theil, entre os trabalhadores de menor nível de educação na Região Metropolitana de São Paulo, entre 1983 e 1993. Quando os diferenciais são analisados dentro das ocupações, este tende a ser maior nos grupos ocupacionais de maior nível salarial e, quando uma desagregação por sexo é empregada, é possível notar que a estrutura das ocupações se faz mais importante para as mulheres, explicando 29% da desigualdade, ao passo que para os homens, a variável explica apenas 12%. Fatores socioocupacionais, discriminação e investimento em capital humano são, portanto, assuntos inerentes à discussão sobre a distribuição de rendimentos no Brasil. Apesar das pesquisas empíricas apontarem um papel predominantemente de revelador de desigualdade para o mercado de trabalho, este se constitui como importante meio de caracterização do fenômeno, podendo atuar, como bem lembram AMADEO et. al. (1994), de modo a ampliar ou atenuar a situação. 16 1.4. Mudanças nos quantis4 da distribuição de rendimentos: uma preocupação mais recente Uma significativa parcela dos estudos apresenta seus, resultados assumindo, implicitamente, que o mercado paga o mesmo prêmio, por exemplo, por anos adicionais de educação, tanto para trabalhadores ricos, como para aqueles situados na parte inferior da distribuição de rendimentos. Porém, do mesmo modo que a dotação de características produtivas difere entre ricos e pobres, espera-se que as taxas de retorno pelos atributos também sejam distintas, de acordo com a faixa de renda analisada. Neste sentido, pesquisas recentes incorporam a visão de que a posição relativa do indivíduo na distribuição de rendimentos deve influir sobre seus retornos e, conseqüentemente, no nível de desigualdade. MACIEL, CAMPÊLO e RAPOSO (2001), por exemplo, argumentam que o fato da escala de rendimentos do Brasil ser caracterizada por uma forte assimetria em favor dos mais ricos, tem-se o fato de que os métodos clássicos, baseados em Mínimos Quadrados Ordinários (M.Q.O.), são incapazes de fornecer uma visão mais completa sobre o comportamento dos retornos para indivíduos em pontos distintos da distribuição. Sendo assim, empregam regressões quantílicas para analisar as mudanças ocorridas nos retornos à educação no rendimento das mulheres ocupadas entre os anos de 1992 e 1999, fazendo uso dos microdados das PNADs. A aplicação de regressões quantílicas, condicionais a cinco quantis (10º, 25º, 50º, 75º e 90º), permite verificar que os retornos à educação, quando controlados pelo nível de experiência no emprego, possuem diferentes magnitudes ao longo dos quantis, aumentando na medida em que se avança para o topo da distribuição. Os resultados permitem ainda concluir que, entre 1992 e 1999, ocorreu um aumento do retorno à educação para as mulheres situadas no quantil mais elevado e, em menor proporção, para aquelas situadas no primeiro quantil, ou seja, as mais pobres. A posição dentro da distribuição influencia ainda na magnitude dos retornos à educação, em diferentes níveis de experiência no emprego. Em 1992, por exemplo, o retorno à educação dos quantis inferiores sofre um decréscimo com o aumento da experiência, mostrando que, para as mulheres nesta situação, o aumento da experiência reduz a importância da educação. Por outro lado, as 4 A terminologia aqui adotada considera quantis um conceito geral para quartis, quintis e decis de renda, baseando-se em HOFFMANN (1998) 17 mulheres no topo da distribuição experimentam aumentos no retorno, à medida em que se eleva o tempo de experiência. ARABSHEIBANI, CARNEIRO e HENLEY (2002) procuram testar a hipótese de que o tempo de experiência no emprego reduz a importância da educação, uma vez que a experiência teria a propriedade de fazer com que os rendimentos de qualificados e menos qualificados convergissem, ao compensar as deficiências em educação formal. Por outro lado, a educação poderia estar atuando de forma a “proteger” os mais qualificados durante todo o ciclo de vida ativa. Do mesmo modo que MACIEL, CAMPÊLO e RAPOSO (2001), a pesquisa supõe que os efeitos das características produtivas tendem a variar dentro da distribuição de rendimentos, e aplicam regressões quantílicas às equações de rendimentos nos quantis 10º, 25º, 50º, 75º e 90°, para as PNADs dos anos de 1988, 1992 e 1998, controlando por características socioeconômicas e inserindo um termo de interação entre educação e experiência, para tentar captar a convergência de rendimentos entre trabalhadores com diferentes níveis de qualificação. Os resultados confirmam a variação dos retornos à educação ao longo dos quantis e evidenciam a existência de convergência entre qualificados e não-qualificados pelo sinal negativo do termo de interação nos quantis 10°, 75° e 90°, corroborando as conclusões de MACIEL, CAMPÊLO e RAPOSO (2001) para o primeiro quantil, mas com resultados distintos para os demais. Vale lembrar que o primeiro estudo utilizou uma amostra de mulheres, enquanto o segundo empregou uma amostra com ambos os sexos, além de aplicar um modelo de equação distinto, o que pode indicar uma complementaridade entre as pesquisas. Os retornos à educação, ao longo da distribuição de rendimentos no Brasil, também são objeto de estudo de BLOM, HOLM-NIELSEN e VERNER (2001), os quais afirmam que indivíduos situados em pontos distintos da distribuição de rendimentos tendem a receber diferentes prêmios pela dotação de características produtivas. Observam que o uso de regressões nos moldes de M.Q.O. supõe constantes as relações entre atributos produtivos e renda ao longo de toda a distribuição, algo não consistente para uma economia com renda fortemente assimétrica em favor dos mais ricos. Visando corrigir essa deficiência e caracterizar o comportamento dos retornos à educação em pontos distintos da distribuição de rendimentos, a pesquisa propõe o uso de regressões quantílicas, condicionais aos quantis 10º, 25º, 50º, 75º e 90º, aos dados da PME entre 1982 e 1998. Após controlar os dados pelas características dos indivíduos, tais como sexo, cor, carteira assinada, dentre 18 outras, os resultados apontam para claras distinções dos retornos à educação entre os quantis, sendo os trabalhadores situados em quantis mais elevados os que recebem os maiores prêmios por ano a mais de educação. Esta dispersão entre os quantis analisados, sobretudo para o nível secundário, evidencia que o mercado de trabalho não recompensa de modo uniforme a escolaridade. WAJNMAN e MENEZES FILHO (2003), ao pesquisarem os efeitos das mudanças na composição da força de trabalho na desigualdade salarial masculina nas PNADs de 1977 a 1999, mostram que os elevados retornos à educação e os baixos retornos à experiência tendem a continuar ionando para cima a desigualdade de rendimentos no Brasil, em virtude do processo de envelhecimento da população, fazendo com que a força de trabalho seja composta por uma significativa porcentagem de trabalhadores mais velhos e menos educados. A fim de captar os efeitos deste processo ao longo da distribuição condicional de renda, e não apenas para a média condicional, o artigo faz uso de regressões quantílicas sobre variáveis de educação, de idade (proxy de experiência) e de termos de interação, aos quantis 10º, 50º e 90º. Controlados por grupos de escolaridade, os retornos à experiência são maiores para o último quantil, e, quanto maior a escolaridade, maior tende a ser o retorno à experiência. Os indivíduos com menor nível de escolaridade e pertencentes ao 10º quantil quase não são afetados pela experiência, apresentando retornos quase nulos. Os autores evidenciam, ainda, que a observada tendência histórica de redução dos retornos à educação foi mais acentuada para os trabalhadores mais velhos e quase não atingiu os mais jovens, sugerindo que as maiores exigências do mercado de trabalho estariam mais do que compensando a melhoria dos níveis de escolaridade destes trabalhadores. Deste modo, o envelhecimento populacional tem impacto positivo sobre a desigualdade, no sentido de aumentar sua magnitude, via diferencial de retornos entre coortes mais velhas e mais jovens. Não apenas os retornos aos fatores produtivos são analisados ao caso dos diferenciais de rendimentos no Brasil, mas também os incentivos ocupacionais dos trabalhadores por faixas de renda. PIANTO e PIANTO (2002), por exemplo, ao estudarem os motivos que levariam os indivíduos a atuar no setor informal da economia, argumentam que os incentivos para a ida à informalidade não são constantes dentro da distribuição de rendimentos, sobretudo quando seus extremos são comparados. A pesquisa tem por objetivo analisar os efeitos de características não-observáveis, tais como habilidades específicas, sobre as escolhas dos trabalhadores em atuar no setor formal ou informal. Isso 19 porque os diferenciais de rendimentos entre os setores estariam fortemente relacionados às características não-observáveis, contradizendo a hipótese de segmentação do mercado de trabalho, pela qual os diferenciais estão em função das características observáveis dos postos de trabalho. Os atributos não-observáveis seriam, então, uma componente da motivação da escolha setorial, atuando de forma distinta, de acordo com a posição na distribuição de rendimentos. O relacionamento entre o rendimento e os atributos não-observáveis é analisado por meio de regressões quantílicas condicionais aos quantis 5º, 10º, 25º, 50º, 75º, 90º e 95º, aplicadas à PNAD de 1999, para os setores formal e informal, e utilizando educação, idade e tempo de trabalho, além de outras características, tais como sexo, cor, filiação sindical e setor urbano, como variáveis observáveis. As estimativas revelam que características nãoobserváveis ocasionam um impacto positivo sobre o rendimento do setor informal nos quantis inferiores, evidenciando que trabalhadores situados em pontos mais baixos da distribuição recebem a mais do que o valor esperado de suas características produtivas, revelando que as habilidades não captadas pelo modelo estariam fornecendo uma vantagem a mais para estes trabalhadores. Os resultados apontam ainda que, nos quantis mais altos, o setor informal é afetado de forma negativa pelas características nãoobserváveis, recebendo um rendimento abaixo do valor esperado. Isso pode indicar que os trabalhadores de maior renda decidem ir para a informalidade pela expectativa de receber benefícios livres de impostos. As características observáveis também apresentam impactos diferenciados sobre os pontos da distribuição de rendimentos. Um baixo nível de escolaridade, por exemplo, penaliza o rendimento dos trabalhadores informais nos quantis superiores, mas não é significativo para aqueles situados nos quantis inferiores. Por outro lado, a falta de escolaridade penaliza o rendimento em todos os quantis da distribuição dos trabalhadores formais, variando apenas na magnitude do coeficiente. De forma geral, os diferentes impactos das covariadas sobre os rendimentos dos setores formal e informal contribuem no sentido de explicar o diferencial de renda entre os setores, que ocorrem mesmo quando as características socioeconômicas são controladas em todos os quantis. Especificamente sobre diferenciais de rendimentos, NETO e CAMPÊLO (2003) investigam a dispersão regional de renda no Brasil, sob o argumento de que estudos anteriores, ao aplicar o método de Mínimos Quadrados Ordinários, assumem implicitamente que as disparidades de rendimento podem ser generalizadas para todas as 20 faixas da distribuição, ou seja, a desigualdade entre as regiões independe da posição dos indivíduos dentro da distribuição de rendimentos. Contudo, é possível que inexista diferença significativa na renda em pontos específicos e, ao mesmo tempo, ocorram fortes disparidades em outros pontos, sobretudo os situados na parte inferior da distribuição. Portanto, a pesquisa propõe o uso de regressões quantílicas, com o objetivo de captar os diferenciais por faixas da escala de renda, estimando regressões de rendimentos condicionais aos quantis 1º, 25°, 50º, 75º e 90°, com os dados da PNAD em 1999. Os diferenciais de renda regionais são estimados por meio de equações mincerianas e controladas por características individuais de idade, educação, sexo, cor e posição na família, além das condições de emprego e ocupação, para as nove regiões metropolitanas, tomando por base de referência a região de São Paulo. A análise dos resultados revela que a desigualdade entre as regiões varia de acordo com a faixa de renda considerada, além de captar a variação dos coeficientes estimados entre os quantis. Em relação a São Paulo, as regiões Norte e Nordeste apresentam os piores resultados de desigualdade e a maior variação entre os quantis, sendo estes diferenciais mais significativos entre os indivíduos situados em quantis inferiores. A única região pesquisada que não apresenta significativa diferença de renda em todos os quantis analisados é a região metropolitana de Curitiba, enquanto as diferenças entre o Rio de Janeiro e São Paulo se mantêm relativamente constantes ao longo de toda a distribuição. De modo geral, as disparidades regionais se mostram mais significativas para os indivíduos dos quantis mais baixos, evidenciando que a questão sobre desigualdade regional não atinge necessariamente toda a população ocupada, mas afeta sobremaneira a população mais pobre. Ademais, quando se considera a importância de cada variável explicativa para a diferenciação regional, por meio do impacto percentual sobre o desvio padrão da não inclusão de cada variável no modelo, a localização geográfica é relativamente mais importante para os quantis inferiores, perdendo peso à medida em que se avança para o topo da distribuição, sobretudo nas regiões metropolitanas nordestinas. OLIVEIRA (2002), ao estudar os diferenciais de salários entre mulheres a partir das PNADs de 1987 a 1999, registra o comportamento da desigualdade ao longo dos anos em faixas da distribuição de renda para esse grupo específico. Uma análise da distribuição salarial de mulheres negras, relativa à das mulheres brancas, fornece ao estudo uma razão entre a probabilidade de ambos os grupos estarem situados em cada nível salarial, atribuindo ao salário da mulher negra sua respectiva posição na escala salarial das 21 mulheres brancas. Com isso, se ambas as distribuições fossem iguais, em cada decil salarial das brancas deveria existir 10% de mulheres negras. Contudo, os resultados para o Brasil revelam que os salários das mulheres negras se concentram na parte inferior da distribuição das brancas e que existe uma escassez de mulheres negras no topo da escala salarial branca. Por outro lado, quando isolados os grupos de menor renda, até o quantil 25º, é possível verificar que as mulheres de ambos os grupos raciais obtiveram ganhos salariais reais maiores do que os obtidos nos quantis superiores, e que os salários reais das mulheres negras aumentaram mais do que os salários das mulheres brancas, principalmente na parte inferior da distribuição. Tal resultado conduz à hipótese de que, no período decorrido, houve uma redução do gap salarial entre raças nos quantis inferiores, uma flutuação nos intermediários e um aumento do gap nos quantis superiores. O teste da hipótese é feito ao se decompor o gap salarial entre negras e brancas em fatores observáveis e não-observáveis, aplicadas sobre regressões quantílicas nos quantis 25º, 50º e 90º. As estimativas mostram que os diferenciais de salários aumentam quando se avança para a parte superior da distribuição e confirmam a redução das diferenças salariais entre as mulheres negras e brancas no quantil mais pobre. As pesquisas acima mencionadas evidenciam a importância de se aplicar ao caso brasileiro uma análise das taxas de retorno das características individuais e socioocupacionais em faixas ao longo da distribuição de rendimentos, bem como a busca de fatores que estariam relacionados com a melhora relativa de certos grupos populacionais. Se, de um lado, NETO e CAMPÊLO (2003) afirmam que os diferenciais regionais são mais acentuados para a população mais pobre, por outro lado, o estudo de OLIVEIRA (2002) demonstra que é justamente neste nível de renda que ocorre a maior redução do diferencial por cor para as mulheres. Apesar das diferenças em termos de amostras empregadas, ambos os trabalhos deixam algumas questões em aberto: ocorreu uma redução da desigualdade para os indivíduos mais pobres por cor e em relação ao restante da distribuição de rendimentos?; e, em caso afirmativo, quais os fatores que explicam tal melhoria? Assim, a presente dissertação busca contribuir para o avanço dos estudos sobre desigualdade de rendimentos, analisando sua evolução no Brasil, nos anos de 1987, 1995 e 2001, por meio de dados da PNAD sobre a população ocupada de homens e de mulheres. De forma específica, pretende-se investigar os retornos das características relacionadas ao investimento em capital humano e do mercado de trabalho em faixas da distribuição de 22 rendimentos, usando, para tanto, regressões quantílicas. A dispersão entre os rendimentos de indivíduos em pontos distintos da distribuição também é analisada com a aplicação de regressões interquantílicas, e, por fim, uma busca dos fatores relacionados aos diferenciais entre trabalhadores brancos e não-brancos é implementada com o auxílio das decomposições de OAXACA (1973), em pontos no tempo, e de JUHN, MURPHY e PIERCE (1993), ao longo do tempo. 23 CAPÍTULO 2 – METODOLOGIAS PARA ANÁLISE DOS DIFERENCIAIS Este capítulo tem por objetivo apresentar os métodos a serem empregados na análise dos diferenciais de rendimento no Brasil, e está dividido em três seções gerais. A primeira seção descreve o modelo de regressão quantílica. A segunda seção descreve a forma de como os diferenciais são analisados. Por fim, a última seção apresenta os procedimentos adotados para o tratamento dos dados. 2.1. Regressão quantílica A regressão quantílica é introduzida na análise econometria por KOENKER e BASSET (1978 e 1982), sendo uma forma de mensurar o efeito das variáveis explanatórias em diferentes pontos da distribuição condicional da variável resposta. Tal método se mostra de grande utilidade, quando dados reconhecidamente sujeitos à heterocedasticidade são empregados, tal como é o caso da distribuição de rendimentos. Em comparação com o método dos mínimos quadrados ordinários (M.Q.O.), as estimativas por meio de regressões quantílicas se mostram mais eficientes nos casos de não normalidade dos erros, conduzindo a resultados mais robustos. De acordo com DEATON (1995), o uso de tal método tem a vantagem de captar mudanças nos parâmetros do modelo ao longo dos diversos quantis, além de fornecer uma descrição do comportamento da distribuição da variável dependente, algo não alcançado pelo M.Q.O.. Além disso, o método pode ser resolvido sob a forma de programação linear, o que facilita o trabalho e o tempo computacional. Duas vantagens adicionais são apontadas por KOENKER (2000), sendo a primeira referente ao uso de transformações monotônicas na variável dependente, dada a possibilidade de se aplicar funções matemáticas à distribuição da mesma, sem alterar a ordem dos dados. Uma transformação monotônica gera novos valores para média e mediana, mas a ordenação dos quantis continua inalterada, sendo a função logarítmica um exemplo deste tipo de transformação. A segunda vantagem apontada é que a estimativa por regressão quantílica é a maior robustez da estimativa na presença de outliers, fenômeno comum nas análises de distribuição de rendimentos. 24 2.1.1. Aspectos gerais da regressão quantílica Ao contrário do método tradicional de M.Q.O., baseado na soma dos quadrados dos resíduos, a regressão quantílica tem por base a estimativa pela soma dos desvios absolutos, ou estimador Least Absolute Deviations (L.A.D.) Supondo a seguinte equação: yi = xi ´β + µ qi (1) onde xi é o vetor de variáveis independentes, β é o vetor de coeficientes e uqi representa os erros, ou desvios condicionais no q-ésimo quantil, o valor mínimo da soma dos desvios absolutos (yi - xi´β) é dado pela solução do problema: n min ∑ | yi − xi ´β | β (2) i =1 Conforme prova AMEMIYA (1985), o estimador L.A.D. se mostra mais robusto nos casos onde o pesquisador está interessado em analisar partes específicas da distribuição da variável condicional, quantis da distribuição de rendimentos, para o caso deste trabalho. Além disso, as propriedades estatísticas podem ser estabelecidas com maior segurança no modelo de L.A.D.. KOENKER e BASSET (1978) fazem uma generalização do estimador L.A.D. para a regressão quantílica. Do mesmo modo como no modelo de M.Q.O., em que o vetor de coeficientes é tal que minimiza a soma de quadrados dos resíduos, para o modelo L.A.D., dada uma variável aleatória y e seu conjunto de covariadas x, em cada quantil q deve-se minimizar a soma dos quadrados absolutos dos resíduos, encontrando a mediana da distribuição como solução para o problema: min 1 ∑ q | yi − xi ´β | + ∑ (1 − q) | yi − xi ´β n i ∈{i: y ≥ x β } β i ∈{i: y i π xi β } i i | = min 1 ∑ ρ q ( yi − xi ´β ) (3) n β 25 onde ρ(q) é denominada função check. A regressão na mediana é obtida fazendo q igual a ½. Desta forma, é possível a obtenção de uma família de funções quantílicas condicional da variável dependente, dada a matriz de variáveis independentes. Na forma matricial, tem-se: Qy (q | X ) = Xβ (q) + Qε (q) q ∈ [0,1] (4) onde Qε representa os erros condicionais. No caso extremo, em que a variável dependente responde da mesma forma em todos os pontos de sua distribuição de probabilidade, são obtidas q equações idênticas, com o mesmo vetor de inclinações, mas com interceptos distintos. Contudo, para o caso de heterocedasticidade, em cada ponto da distribuição, têm-se valores marginais diferenciados, evidenciando diferentes efeitos das variáveis explanatórias em pontos distintos da distribuição da variável dependente. De acordo com BUCHINSKY (1997), a interpretação dos coeficientes é feita pelo efeito marginal de cada variável em algum quantil condicional específico, dado pela derivada parcial da regressão com relação a um dos regressores: ∂ Qy (q | X ) / ∂ xj (5) Esta derivada dever ser interpretada como a variação marginal no q-ésimo quantil condicional, devido a uma mudança marginal do j-ésimo elemento de X ou uma mudança marginal no valor da covariada em questão. KOENKER e BASSET (1978) demonstram algumas propriedades assintóticas das estimativas por regressão quantílica. O método supõe que a distribuição dos erros (Fε) possui uma densidade contínua, sempre positiva, e que não existe multicolinearidade nas observações. Formalmente, tem-se: 1. 0 < Fε <1 2. Lim n −1 X ´ X = D uma matriz positiva definida nα ∞ 26 Partindo destas suposições, e considerando erros independentes e identicamente distribuídos (i.i.d.), os autores mostram que os erros possuem convergência para uma distribuição normal na forma: d n [ βˆ (q ) − β (q )] → N (0, Λ ) Λ= q (1 − q ) q (1 − q ) * D −1 = * D −1 −1 2 fε ( Fε (q ) S (q) (6) (7) onde S(q) é denominada função sparsity, que reflete a densidade das observações no quantil condicional escolhido. Quanto menos dispersas estiverem as observações em torno do quantil, melhor é o ajustamento da regressão (KOENKER, 2000) Uma importante observação a ser feita é que a suposição de erros i.i.d. nem sempre é válida, sendo comum a existência do tipo não i.i.d., ou seja, o caso de heterocedasticidade. Para estes casos, tem-se: d n [ βˆ (q ) − β (q )] → N (0, H n−1 J n H n−1 ) (8) Jn(q) = p (1 − q)n −1 X ´ X (9) Hn(q ) = lim n −1 ∑ xi x j f i (ξ i (q )) (10) n →∞ onde ξ i (q ) é a densidade condicional da variável resposta y, avaliada no q-ésimo quantil condicional. A questão central é a estimativa de S(q), único parâmetro desconhecido. Diversos métodos foram desenvolvidos para se realizar com segurança tal estimativa para a matriz Λ, dentre os quais BUCHINSKY (1997) faz uma comparação por simulações de Monte Carlo de três estimadores, chamando a atenção de que a escolha do método também se baseia em decisões subjetivas do pesquisador. Os métodos comparados são a Estimativa por Ordem Estatística (Order Statistic Estimator); Estimador de Kernel; e Estimativa por Bootstrap. A estimativa por Ordem Estatística Depende da suposição de erros i.i.d., sendo a mais simples em termos computacionais. O Estimador de Kernel pode ser usado mesmo na 27 presença de erros não i.i.d., mas com o agravante prático de que necessita da escolha de um bandwidth. O método de Bootstrap consiste na estimativa de Λ, por meio de reamostragens dentro da amostra original, e pode ser dividido em três subtipos. O primeiro, chamado de Design Matrix Bootstrap Estimator (D.M.B.), pode ser usado em situações gerais de heterocedasticidade. Os dois últimos, Error Bootstrap Estimator e Sigma Bootstrap Estimator, dependem da suposição dos erros i.i.d.. Especificamente sobre a estimativa por D.M.B.5, a matriz de variância é calculada da seguinte forma: B ˆ = n ( βˆ * − β * )( βˆ * − β * )´ Λ ∑ qj q qj q B j =1 (11) onde B é o número de replicações; βˆqj* indica as diversas estimativas de β entre as reamostragens; e β q* é a média dos diversos βs encontrados. Quanto maior o número de replicações utilizadas, melhor tende a ser a estimativa de Λ, conduzindo a valores menores para a variância e, conseqüentemente, para os intervalos de confiança. Quando o tamanho do Bootstrap não é a questão central da análise, DAVIDSON e MAcKINNON (1998) argumentam que uma simples regra pode ser utilizada para determinar o número mínimo de replicações, escolhendo B, de forma que α(B+1) seja um número inteiro, onde α é o grau de significância desejado. Desta forma, se α=0,05, então o menor valor de B será de 19 e, se α=0,01, o número mínimo de replicações será igual a 99. BUCHINSKY (1997) conclui que não se deve estimar Λ com métodos que dependam da hipótese de erros i.i.d., se esta não for válida. Segundo ele, os métodos usados para erros não i.i.d., como o caso de Bootstrap, sempre podem ser utilizados. 2.2. Análise dos diferencias de rendimentos O uso de dados cross sections nos estudos sobre diferenciais de rendimentos permite não apenas mensurar o fenômeno, mas também decompô-lo em fatores menores e distintos, de tal forma que certos efeitos possam ter uma melhor caracterização. Dentre os diversos métodos existentes na literatura, três tipos de análises podem ser destacadas. O primeiro 5 Para detalhes sobre os demais métodos de estimativa da matriz Λ, ver BUCHINSKY (1995) 28 método parte de uma extensão da regressão quantílica e analisa o gap entre indivíduos que estão em pontos distintos da distribuição de rendimentos, denominado regressão interquantílica. O segundo diz respeito às diferenças de rendimentos entre grupos populacionais específicos, em um dado instante do tempo, tais como entre homens e mulheres, entre brancos e não-brancos ou entre outras classificações, também conhecida por decomposição de OAXACA (1973) Finalmente, o terceiro método é uma extensão do método de OAXACA (1973), considerando, também, os resíduos da regressão quantílica. Tal método foi desenvolvido por JUHN, MURPHY e PIERCE (1993), doravante denominado por J.M.P. (1993) A Figura 1 traz uma síntese dos métodos descritos. Figura 1 – Métodos de análise dos diferenciais. Na seqüência, os três métodos são descritos com mais detalhes e são apresentados exemplos de aplicação na literatura econômica. 2.2.1. Regressão interquantílica A regressão interquantílica pode ser entendida como um teste de hipótese sobre as diferenças dos coeficientes entre duas regressões para quantis distintos. Supondo, por exemplo, um modelo de duas variáveis independentes, cujo objetivo seja comparar as regressões para os quantis q1 e q2, sendo que q1 < q2, KOENKER (2000) mostra que é possível testar a igualdade entre os parâmetros de inclinação das regressões: 29 Qy (q1 | X ) = α1 + β1 x1 + δ 1 x2 (12) Qy (q2 | X ) = α 2 + β 2 x1 + δ 2 x2 (13) Qy (q2 | X ) − Qy (q1 | X ) = (α 2 − α1 ) + ( β 2 − β1 ) x1 + (δ 2 − δ 1 ) x2 (14) Se os parâmetros da nova regressão forem significativos, então existe diferença estatística entre os quantis estudados. A estimativa da matriz de variância, bem como as propriedades da regressão interquantílica, seguem o mesmo padrão do modelo de regressão quantílica original. Na interpretação dos resultados, todavia, segue-se uma lógica própria, mostrando como cada fator contribui para que ocorram diferenças entre os pontos da distribuição. Esta forma de interpretação é utilizada por IBARRA (2001), para analisar a desigualdade chilena nos anos de 1992 e 1998, comparando os retornos de fatores de capital humano e das estruturas ocupacional e industrial entre trabalhadores qualificados (situados no quantil 90o) e não-qualificados (quantil 10o) Seus resultados indicam uma queda na importância da educação, ao explicar a dispersão entre os quantis e o aumento da dispersão ocasionada por fatores ocupacionais e industriais. SKOUFIAS (1999) utiliza regressões interquantílicas ao analisar a estrutura salarial da Romênia, em 1994, usando a diferença entre os quantis 10o e 90o das distribuições de homens e mulheres. O argumento chave é que os fatores associados à dispersão salarial intra-sexo devem também estar correlacionados com a dispersão inter-sexos. SKOUFIAS (1999) conclui que, controlando as características regionais, ocupacionais e industriais, a educação não possui efeito direto sobre a distribuição salarial de ambos os sexos. Desta forma, uma expansão educacional tende a elevar os salários, sem aumentar a dispersão intra-sexo. Por outro lado, tendo em vista que o retorno à educação é maior entre as mulheres, tal expansão tem o efeito de reduzir o gap intra-sexos. 2.2.2. Decomposição de Oaxaca A decomposição de OAXACA (1973) é amplamente empregada na literatura sobre desigualdade de rendimento, destacando-se por aliar simplicidade de aplicação e abrangência dos resultados. Seu uso mais freqüente está nos estudos sobre os efeitos da discriminação, por cor e por sexo, no mercado de trabalho. JOHANSSON, KATZ e NYMAN (2000), por exemplo, utilizam o método para avaliar as mudanças ocorridas nos 30 diferenciais de salários entre homens e mulheres, de 1981 a 1998, na Suécia. O mesmo é feito por JURAJDA (2001), ao analisar o gap salarial para as Repúblicas Tcheca e Eslováquia, em 1998. Em ambos os trabalhos, as diferenças relacionadas à forma de como o mercado de trabalho distingue indivíduos com as mesmas características produtivas, mas de sexos opostos, mostram-se importantes na explicação do gap de rendimento. Com relação aos estudos para o Brasil, pode-se citar o trabalho de MAIA e LIRA (2002) que analisam a inserção feminina no mercado de trabalho e comparam os diferenciais por sexo, em 1992, com os microdados da PNAD. Os resultados apontam para a existência de discriminação tanto no mercado formal de trabalho, quanto no setor informal, uma vez que, na amostra utilizada, as mulheres apresentam alguns atributos produtivos com médias mais elevadas do que os homens, mas possuem um menor rendimento médio. De acordo com OAXACA (1973), o método consiste na estimativa de regressões de rendimentos distintas para os dois grupos que se deseja comparar, digamos brancos (w) e não-brancos (b), na forma: yij = xij βˆij + µij j = w, b i = 1, ..., n (15) onde y e x são as médias do rendimento e do atributo produtivo em questão respectivamente. O objetivo é decompor o gap de rendimentos em uma parte explicada pela soma das diferenças nas características produtivas e em uma parte residual não captada pelo modelo. Admitindo-se uma estrutura de rendimentos β*, não sujeita à discriminação, a diferença entre os rendimentos de brancos e não-brancos pode assim ser exa: D = y iw − y ib = ( xiw − xib ) β i * + xiw ( β iw − β i *) + xib ( β i * − β ib ) (16) O termo ( xiw − xib ) β i * tem por objetivo mensurar a diferença média nas características produtivas entre brancos e não-brancos, ponderadas pela estrutura, sem discriminação, enquanto a magnitude dos termos xiw ( β iw − β i *) e xib ( β i * − β ib ) captam as diferenças advindas da discriminação. O problema prático que se coloca, neste momento, é sobre a 31 estimativa da estrutura não sujeita à discriminação (β*) OAXACA e RANSON (1994) sugerem a seguinte relação: β * = Ωβ w + ( I − Ω) β b (17) onde Ω é uma matriz de pesos; e I é uma matriz identidade. Fazer Ω=I é o mesmo que supor a estrutura de rendimentos dos brancos como sendo a distribuição não afetada pela discriminação. Então: D = y iw − y ib = ( xiw − xib ) β iw + xib ( β iw − β ib ) (18) Nesta equação, o termo ( xiw − xib ) β iw mensura a parcela do gap relacionada com a diferença na dotação média dos atributos produtivos, utilizando-se o rendimento dos brancos como referência. A parcela não explicada do diferencial de rendimento é captada pelo termo xib ( β iw − β ib ) , que é correspondente à discriminação, ou seja, o diferencial devido à distinção de determinado atributo que privilegia os brancos no mercado, denominado de efeito-preço. Um valor positivo para estes fatores evidencia a porcentagem pela qual o gap seria reduzido, se brancos e não-brancos fossem igualmente valorizados, ou dotados, no atributo analisado. Valores negativos indicam que o diferencial sofreria um aumento, se os dois grupos fossem igualmente remunerados em relação ao fator. 2.2.3. Decomposição J.M.P. As variações temporais no diferencial entre grupos demográficos sujeitos à discriminação podem ser avaliadas por meio do método desenvolvido por em J.M.P. (1993), e aplicado a questões de discriminação. Contudo, ao contrário do método anterior, considera-se a posição que o indivíduo ocupa na distribuição residual, assim como a própria dispersão da distribuição residual. Seguindo ARABSHEIBANI, CARNEIRO e HENLEY (2003), para cada ano t, a regressão de rendimentos para os grupos (brancos e não-brancos), pode ser assim reescrita: 32 y jt = X jt β jt + σ jtθ jt j = w, b (19) onde X é a matriz das médias dos atributos produtivos; σjt representa a estimativa do desvio padrão dos resíduos para cada grupo no ano t; e θjt é o resíduo padronizado da regressão, sendo θ jt = µ jt σ jt . Então, o gap entre brancos e não-brancos fica redefinido como sendo: Dt = y wt − y bt = ( X wt − X bt ) β wt − ∆θ t σ wt (20) ∆θ t é a diferença média entre os resíduos padronizados para brancos e não-brancos. A variação no diferencial de rendimento entre dois anos é dada por: [ ] Dt − Dt −1 = ( X wt − X wt −1 ) − ( X bt − X bt −1 ) β wt + ( X wt −1 − X bt −1 )( β wt − β wt −1 ) (21) + (∆θ t − ∆θ t −1 )σ wt + (∆θ t −1 )(σ wt − σ wt −1 ) [ ] O primeiro termo do lado direito da equação – ( X wt − X wt −1 ) − ( X bt − X bt −1 ) β wt – mensura os efeitos de uma variação nas características observáveis dos indivíduos sobre a variação do gap entre os grupos em dois pontos no tempo, usando-se o retorno dos brancos como referência. A mudança no gap, em decorrência de mudanças na forma de como o mercado valoriza os atributos observáveis, ou seja, o efeito-preço, é captada pelo termo ( X wt −1 − X bt −1 )( β wt − β wt −1 ) , tendo por referência o valor atribuído às características dos brancos. O terceiro termo, (∆θ t − ∆θ t −1 )σ wt , representa o “efeito-gap” que capta a mudança na posição relativa dos não-brancos na distribuição de rendimentos dos brancos. Este efeito deve estar associado à discriminação no mercado de trabalho, pois captura o que aconteceria se a desigualdade residual dos brancos fosse mantida constante, mas o 33 ranking percentil dos não-brancos se modificasse. Deste modo, não-brancos deveriam se mover em direção ao topo da distribuição, caso estivessem menos sujeitos à dicriminacao entre dois períodos selecionados. O último termo – (∆θ t −1 )(σ wt − σ wt −1 ) – representa as variações nas características não-observáveis, ou residuais. O trabalho de ARABSHEIBANI, CARNEIRO e HENLEY (2003) analisa o gap salarial por sexo no Brasil, durante os anos de 1988 e 1998, com dados da PNAD. Os resultados indicam que todos os efeitos apontam para uma tendência de queda no gap, ao longo dos anos. SOUZA (2002) utiliza a decomposição original de J.M.P. (1994) para analisar a desigualdade salarial no Brasil, entre 1981 e 1997, com os microdados da PNAD. Ele conclui, como resultado, que os efeitos residuais, ou seja, aqueles referentes às variáveis não-observáveis, explicam a maior parte da variação do gap. 2.3. O modelo econométrico, fonte de dados e variáveis selecionadas A fonte de dados empregada nesta dissertação é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), exceto para os anos de realização dos Censos e para o ano de 1994. A pesquisa abrange cerca de 300.000 indivíduos e 100.000 domicílios, com o objetivo de investigar diversas características socioeconômicas da população, tais como condições de moradia e de trabalho, escolaridade e situação da família. Para fins deste estudo, são utilizados os dados referentes à População Economicamente Ativa ocupada na semana de referência da pesquisa, com idade entre 18 e 65 anos, com rendimento positivo no trabalho principal, horas positivas trabalhadas e residente nos setores urbanos do país nos anos de 19876, 1995 e 2001, com valores monetários avaliados em setembro de 2001, pelo INPC. Os dados são divididos em duas amostras, uma para homens e outra para mulheres, as quais são utilizadas para se avaliar o diferencial entre indivíduos brancos e não-brancos em cada grupo de sexo. Por indivíduos brancos, entendese os assim classificados pela PNAD e indivíduos não-brancos aqueles classificados como sendo de cor Preta, Amarela, Parda e Indígena. 6 Não se recorre às informações anteriores a 1987, devido ao fato de a variável cor só ser incluída na PNAD a partir desse ano. 34 Os efeitos dos atributos produtivos e fatores do mercado de trabalho sobre os rendimentos dos indivíduos são analisados em termos da seguinte regressão condicional, aplicada aos quantis 25º, 50º e 90°: y(q) = β1 + β2Chefe+ β3Idade+ β4 Idade2 + β5Educação+ β5Ie + β6 ∑Re gião + β7 ∑Qualif + β8 ∑Posição (22) onde: y: logaritmo do rendimento-hora; Chefe: dummy para a posição de chefe do domicílio; Idade: idade calculada do indivíduo; Educação: anos de estudo; Ie: variável de interação entre idade e educação; Região: conjunto de dummies para as regiões do país; Qualif: conjunto de dummies para categorias de ocupação do indivíduo; e Posição: conjunto de dummies para a posição na ocupação. Algumas observações devem ser feitas sobre as variáveis empregadas. Com relação à variável Chefe, esta possui a função de determinar o quão diferentes são as remunerações de chefes e não-chefes de família. Idade é usada aqui como proxy de experiência, e seu termo ao quadrado tenta captar a forma em U invertido no perfil de rendimentoexperiência. Por sua vez, a variável de interação entre idade e educação (Ie) avalia se o tempo de experiência reduz a importância da educação dos indivíduos, apresentando sinal negativo, neste caso. As regiões do país estão representadas em três dummies regionais: Sul, Sudeste e Outras Regiões. A agregação das ocupações está baseada em estudo recente de MACHADO, OLIVEIRA e CARVALHO (2003), que classifica as ocupações de acordo com a incompatibilidade entre as respectivas demandas por qualificação e a escolaridade efetiva dos trabalhadores nelas ocupados. São denominadas ocupações compatíveis aquelas que possuem uma taxa de incompatibilidade inferior a 50%, e sobre-qualificadas as que apresentam uma taxa 35 superior a 50%. Desta forma, dez categorias de ocupação são criadas, e aqui denominadas de Qualifs: Qualif 1: Superior Compatível; Qualif 2: Superior Sobre-Qualificada; Qualif 3: Média Compatível; Qualif 4: Média Sobre-Qualificada; Qualif 5: Manual Compatível; Qualif 6: Manual Sobre-Qualificada na Indústria; Qualif 7: Manual Sobre-Qualificada nos Serviços; Qualif 8: Manual Sobre-Qualificada no Comércio; Qualif 9: Ocupações Domésticas Remuneradas; e Qualif 10: Outras Ocupações. Finalmente, as posições na ocupação são agregadas em três categorias. Devido ao fato de que as PNADs da década de 80 não discriminam funcionários públicos e militares dos demais trabalhadores sem carteira assinada, opta-se por agregá-los em uma única categoria, o que a tornou bastante heterogênea em termos de todos os quesitos abordados. Assim, os seguintes grupos são criados: Posição 1: Trabalhadores com carteira assinada e trabalhadores domésticos com carteira assinada; Posição 2: Trabalhadores sem carteira assinada, funcionários públicos, militares e trabalhadores domésticos sem carteira assinada; e Posição 3: Trabalhadores por conta – própria. Seguindo a recomendação de BUCHINSKY (1997), a estimativa das matrizes de variância e covariância é feita por meio de Design Matrix Bootstrap Estimator, com 20 replicações, por meio do pacote estatístico Stata 7. 36 CAPÍTULO 3 – DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO, CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E OCUPACIONAIS O propósito deste capítulo é apontar algumas evidências sobre a evolução das variáveis empregadas para a análise da desigualdade, destacando o comportamento destas ao longo da distribuição de rendimentos. Contudo, algumas observações gerais sobre os procedimentos adotados podem ser aqui oportunas. Em primeiro lugar, trabalha-se com a amostra expandida, onde cada observação coletada pela PNAD é multiplicada pelo correspondente peso na população7. Um segundo fato a ser considerado é que a distribuição dos rendimentos está dividida em três ou quatro partições, conforme a conveniência, que correspondem aos limites fornecidos pelos quantis 25º, 50° e 90°, os quais representam, respectivamente, os 25% mais pobres, os situados no segundo quarto da distribuição (50% mais pobres menos os 25% mais pobres) e os 10% mais ricos8. Importante ressaltar ainda que se está utilizando duas distribuições distintas de rendimentos, sendo uma para os homens e outra para as mulheres. Finalmente, quando apropriado e no tópico de regressões interquantílicas dos resultados, nova divisão é feita, de modo a se obter quatro distribuições (homens e mulheres, brancos e não-brancos) Feitas tais considerações, a desigualdade de rendimentos na PEA ocupada e dentro das amostras de homens e mulheres, em separado, pode ser inicialmente mensurada por meio do índice de Gini, visualizado no Gráfico 3, e que permite notar o aumento da concentração de renda entre os anos de 1987 e 1995, decaindo, em seguida, até o ano de 2001, para níveis levemente inferiores aos observados em 1987, com exceção da desigualdade entre os homens. O mesmo gráfico permite observar também que a distribuição de rendimentos das mulheres apresenta um índice de concentração historicamente menor que a dos homens, fato que pode ser visto como uma primeira evidência da existência de diferenças na forma de como os atributos pessoais e ocupacionais estão alocados entre as faixas de renda de homens e mulheres. 7 Utilizou-se o comando fweight para se expandir as amostras. O número de observações da expansão encontra-se nos anexos. 8 Em outras palavras, estão sendo analisandos os dois primeiros quartos e o último décimo da distribuição. 37 Gráfico 3. Índice de Gini para homens e mulheres ocupados – 1987, 1995 e 2001 0.547 0.530 0.555 0.530 1987 0.545 0.535 0.539 1995 Total Homens 0.534 0.523 2001 Mulheres Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Pelo fato do índice de Gini apresenta apenas uma visão geral da concentração, por si só, ele não fornece uma compreensão do comportamento da desigualdade ao longo dos percentis da distribuição de rendimentos. Para isso, pode-se, por exemplo, analisar as informações da Tabela 1, que mostra o quanto do rendimento total cada quarto da distribuição está absorvendo. Em caso de perfeita eqüidade distributiva, cada um destes quartos deveria se beneficiar de 25% do rendimento total produzido pelos trabalhadores em cada ano, no entanto, com a concentração, tem-se que os indivíduos do último quarto, ou os 25% mais ricos, detêm a maior parte deste rendimento. No entanto, nos anos analisados, é possível observar a ocorrência de uma redistribuição do rendimento em favor dos dois primeiros quartos da distribuição, condizendo com a redução observada no índice de Gini. Tabela 1 – Apropriação de renda segundo partições da distribuição de rendimentos 1987 1995 2001 5.7 6.41 6.24 50o 9.42 8.42 10.07 75o 19.48 19.86 18.73 65.4 65.31 64.96 25% mais pobres 25% mais ricos Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Entretanto, esta última tabela ainda não é muito elucidativa, pois não leva em conta a forma de como indivíduos diferentes estão alocados dentro da distribuição dos rendimentos, e também não considera que homens e mulheres possuem distintos padrões de distribuição. Já a Tabela 2 é construída de modo a apontar como os trabalhadores estão dispostos dentro de faixas da distribuição de rendimentos, onde os valores em cada célula indicam a porcentagem de indivíduos de uma determinada amostra, em pontos na distribuição. Dessa forma, em 2001, por exemplo, 18,03% dos homens brancos estão 38 alocados no primeiro quarto da distribuição, e 21,49% das mulheres brancas estão neste mesmo quarto na distribuição feminina. No caso da população não-branca, verifica-se uma sobre-representação dentro da partição mais pobre da distribuição, pela existência de 39,32% dos trabalhadores não-brancos e 43,41% das trabalhadoras não-brancas dentro do primeiro quarto de renda em 2001. Adiciona-se a este fato a existência de cerca de 13% de brancos (homens e mulheres) entre os 10% mais ricos, contra apenas 4% da população não-branca, fato que também chama a atenção de HENRIQUES (2001) ao constatar que, em 1999, 85% das pessoas contidas no último décimo se tratavam de indivíduos brancos. Tabela 2 – Alocação dos trabalhadores em quartos e no último décimo da distribuição de rendimento total, por cor, e segundo o sexo (%) Homens 1987 25% mais pobres Brancos 1995 Mulheres 2001 1987 1995 2001 21.13 16.33 18.03 19.16 21.18 21.49 50 o 22.54 23.73 23.08 22.2 26.22 18.4 75 o 24.8 28.57 29.03 28.04 20.3 29.74 25% mais ricos 31.53 31.37 29.86 30.6 32.3 30.37 10% mais ricos 13.20 13.76 13.46 10.93 13.30 12.57 25% mais pobres 39.43 37.32 39.32 34.99 41.93 43.31 24.62 27.48 26.33 29.27 28.91 21.77 21.52 21.71 22.15 21.78 15.21 22.4 25% mais ricos 14.43 13.49 12.2 13.96 13.95 12.52 10% mais ricos 4.61 4.31 4.08 3.78 4.43 3.92 o 50 Não-brancos 75o Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. (*) Nota: No cômputo geral da amostra, não está, obviamente, sendo considerado o número de observações do último décimo (os 10% mais ricos), uma vez que este está incluso nos 25% mais ricos. Opta-se por destacá-lo, por se tratar de uma das partições selecionadas. A Tabela 3 reapresenta a absorção da renda pelos quartos da distribuição, mas o faz considerando, primeiro, como distintas as distribuições de homens e mulheres e, depois, como distintas as distribuições de homens e mulheres brancos e não-brancos. Por meio desta tabela, pode-se identificar como ocorreu a melhoria na absorção dos 25% mais pobres no rendimento total. Para a população ocupada masculina, a evolução da participação na renda mostra-se relativamente estável para os mais pobres. No período entre 1987 e 1995, que ainda capta os efeitos da hiperinflação e da recessão no início da década de 90, além da estabilização econômica de 1994 – 1995, tem-se uma redução de 20,29% na participação relativa dos 39 mais pobres no cômputo geral da renda para a totalidade dos homens. Em termos de divisão da amostra entre homens brancos e não-brancos, pode-se perceber que os nãobrancos mais pobres perdem 14,52% de participação relativa na distribuição dos rendimentos de seu grupo, enquanto entre os homens brancos, os mais pobres perdem apenas 1,12% de participação. A redistribuição da renda se torna evidente a partir de meados da década de 90, quando os trabalhadores do primeiro quarto são beneficiados por um aumento de 26,84% em sua participação no rendimento total, acompanhados da perda de 4,48% para o quarto superior. Vislumbrado como um todo, o período entre 1987 e 2001 é caracterizado por um ganho de 1,11% para os mais pobres na apropriação da renda. Entre os trabalhadores brancos, os mais pobres obtiveram um aumento da ordem de 15,43%, inferior ao aumento percebido pelos mais pobres não-brancos (23,61%) Tabela 3 – Apropriação da renda real pelos quartos da distribuição de rendimentos totais, por cor, e segundo o sexo (%) Homens 25% mais pobres Total 1987 1995 2001 1987 1995 2001 6.31 5.03 6.38 5.08 6.89 7.97 50 o 10.69 10.63 11.18 11.06 13.12 9.3 75 o 18.71 19.79 20.74 20.74 14.99 20.77 64.29 64.55 61.70 63.12 65 61.96 5.38 5.32 6.21 5.52 5.35 6.78 50o 11.01 11.88 11.18 10.88 10.78 11.84 75o 20.3 19.79 21.03 20.41 19.54 17.77 63.31 63.01 61.58 63.19 64.33 63.61 7.37 6.3 9.11 5.4 14.21 6.55 11.38 12.24 10.41 12.82 9.74 14.31 21.33 20.47 20.56 23.2 17.33 20.17 59.92 60.99 59.92 58.58 58.72 58.97 25% mais ricos 25% mais pobres Brancos Mulheres 25% mais ricos 25% mais pobres Não- 50o brancos 75o 25% mais ricos Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. No caso da população ocupada feminina, a melhoria em favor das trabalhadoras do primeiro quarto é visível em ambos os períodos. Por um lado, as mulheres do quarto inferior aumentam sua participação em 35,63%, durante o primeiro período, e, em 15,67%, no segundo, obtendo um aumento geral de 56,89% em sua parte no bolo feminino de rendimentos. Por outro lado, no mesmo período, as mais ricas enfrentam uma redução total de 1,84% na apropriação. Contudo, uma divisão pela cor demonstra um comportamento distinto entre brancas e não-brancas, onde as mais pobres da primeira amostra perdem 40 participação na renda entre 1987 e 1995, e mais que recuperam esta perda no segundo período, ao passo que as trabalhadoras mais ricas apresentam uma evolução oposta. Entre as mulheres não-brancas, há elevação em mais de 100% da apropriação da renda do grupo pelas mais pobres no primeiro período. Este aumento, muito provavelmente, está relacionado aos reajustes salariais ocorridos em 1994, uma vez que as mulheres mais pobres estão concentradas em atividades domésticas remuneradas, em que é alta a participação de trabalhadoras que ganham salário mínimo. Mesmo considerando a redução na participação entre os anos de 1995 e 2001, as mais pobres obtiveram ganhos percentuais superiores às mais ricas, quando todo o período de 1987 a 2001 é comparado. De modo geral, os indivíduos mais pobres, ou seja, aqueles compreendidos no primeiro quarto da distribuição de rendimentos, alcançaram maiores taxas de crescimento na absorção da renda total gerada. Assim, upõe-se que ocorreram melhorias na distribuição em favor deste segmento e, em particular, dos grupos tradicionalmente discriminados no mercado de trabalho, tais como não-brancos e mulheres. Além disso, as Tabelas 2 e 3 evidenciam significativas diferenças entre as distribuições dos rendimentos de homens e mulheres, tanto no que diz respeito ao padrão de evolução no tempo, como também nas diferenças por cor. Sendo assim, o tratamento em separado das duas amostras parece adequado aos propósitos deste trabalho, e orientam a exposição das próximas seções que, por sua vez, retratam o modo de como os atributos estão dispostos dentro da distribuição do rendimento-hora. 3.1. Rendimento-hora9 O rendimento-hora real pode ser visualizado por meio da Tabela 4, a qual mostra ser o rendimento médio dos brancos sempre superior ao dos não-brancos, além do fato de que os homens são mais bem remunerados do que as mulheres, mesmo entre os 10% mais ricos. Homens e mulheres obtiveram aumentos na remuneração real por hora trabalhada, entre os anos de 1987 e 1995, tanto na média como ao longo de suas respectivas distribuições. Contudo, entre 1995 e 2001, a média do rendimento-hora é reduzida em toda a distribuição masculina, sendo os indivíduos da última partição os que sofrem as maiores perdas. Em todo o período, para a média da PEA ocupada masculina, tem-se um acréscimo de 1,47% 9 Importante notar que, doravante, se está trabalhando com a distribuição do rendimento-hora, e não mais com a distribuição do rendimento total, como utilizado na parte inicial deste capítulo. 41 no rendimento-hora real, mas os indivíduos dispostos no segundo quarto perdem 1,87%. As mulheres, por sua vez, acumulam ganhos de 23,52%, com as não-brancas sendo detentoras do maior aumento percentual, na ordem de 25,27%. Tabela 4 – Média do rendimento-hora por partições selecionadas e por cor, segundo o sexo Homens Total Brancos Não-brancos Mulheres 1987 1995 2001 1987 1995 2001 25º 0.83 0.91 0.86 0.51 0.70 0.74 o 1.71 1.88 1.68 1.11 1.39 1.41 90º 18.71 23.07 19.88 11.48 14.87 15.30 Média 4.14 4.82 4.20 2.67 3.39 3.30 25º 0.85 0.95 0.89 0.53 0.73 0.77 o 1.72 1.90 1.69 1.12 1.40 1.42 90º 19.11 23.45 20.41 11.59 15.07 15.34 Média 4.99 6.00 5.32 3.21 4.10 3.99 25º 0.81 0.88 0.84 0.48 0.67 0.72 o 1.70 1.86 1.66 1.10 1.38 1.39 90o 16.79 21.42 17.77 11.00 14.02 15.13 2.76 3.16 2.77 1.83 2.32 2.29 50 50 50 Média Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Passa-se, a seguir, para a descrição das covariadas empregadas na equação de rendimentos, também enfatizando suas alocações dentro da distribuição do rendimento-hora. 3.2. Chefes de família Os homens compõem a maioria do total dos chefes de família, sendo 79,51% contra 20,49% de chefia feminina, em 2001. Além disso, a proporção de mulheres chefes é maior entre a população não-branca (21,20% de chefia feminina, contra 19,94% para a população branca)10. A Tabela 5 mostra o percentual de homens e mulheres chefes de família em cada partição selecionada da distribuição de rendimentos-hora, permitindo observar um aumento da participação das mulheres como principais mantenedoras familiares, entre 1987 e 2001. Este fato é também observado por MEDEIROS e OSORIO (2001 e 2002), que interpretam o fenômeno como sendo um reflexo de mudanças ocorridas nos arranjos familiares 10 Estes números devem ser vistos com um certo cuidado, pois considera-se aqui apenas a PEA ocupada, e que os homens formam a maioria desta população. Para uma melhor descrição da participação feminina como chefes de família na PIA (População em Idade Ativa), ver o capítulo 1, de DIEESE (2001) 42 brasileiros, tais como a maior incidência de mulheres solteiras com filhos. Os dados dos autores revelam que o percentual de arranjos familiares chefiados por mulheres passa de 14% para 23%, entre os anos de 1978 e 1998. Tabela 5 – Sexo dos chefes de família na PEA ocupada por partições selecionadas da distribuição do rendimento-hora (%) 1987 1995 2001 Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Total Brancos Não-brancos 25º 82.57 17.43 80.09 19.91 75.75 24.25 50o 83.21 16.79 82.14 17.86 78.54 21.46 90º 87.74 12.26 84.69 15.31 82.15 17.85 25º 84.41 15.59 80.76 19.24 74.82 25.18 o 84.74 15.26 83.01 16.99 77.68 22.32 90º 88.29 11.71 84.94 15.06 82.42 17.58 25º 81.13 18.87 79.67 20.33 76.26 23.74 50o 81.31 18.69 81.16 18.84 79.44 20.56 90º 85.22 14.78 83.66 16.34 81.07 18.93 50 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. É importante ressaltar, contudo, que a porcentagem de famílias chefiadas por mulheres pode estar subestimada nos dados da PNAD, em virtude do costume de se atribuir este papel ao adulto do sexo masculino, quando ele existe, mesmo nas situações em que o homem possui rendimento menor ou nulo. De todo modo, os aumentos observados nas pesquisas citadas e no presente trabalho são fatos relevantes, quando se pensa na sobrevivência da família e na composição da cor e do sexo dos chefes, uma vez que, para OLIVEIRA, PORCARO e ARAÚJO (1985), a chefia feminina está relacionada à situação de pobreza da família ou do domicílio, principalmente para as não-brancas. Realmente, quando se observa a Tabela 5, nota-se uma maior participação das mulheres na chefia familiar nos quartos mais pobres do rendimento-hora, reduzindo-se na medida em que se avança para o topo da distribuição. 3.3. Idade e educação dos indivíduos De acordo com SANTOS e WAJNMAN (1990), parte da desigualdade deve ser atribuída às diferenças de rendimento segundo a idade, uma vez que os indivíduos estão situados em pontos distintos de seu ciclo de vida produtivo. A Tabela 6 dispõe a evolução da idade média das amostras analisadas, onde é possível observar que a população ocupada mais jovem está concentrada nas partições inferiores, principalmente a população não-branca, 43 como efeito conjugado de dois fenômenos. Por um lado, indivíduos mais jovens possuem menor investimento em capital humano, por menor experiência no mercado de trabalho e, ou, por ainda não terem concluído o ciclo educacional. Por outro, há uma estreita relação entre o rendimento familiar e a entrada precoce no mercado de trabalho, o que parece atingir mais a população não-branca, como mostra a menor idade média destes últimos. Tabela 6 – Idade média por partições selecionadas da distribuição do rendimento-hora e por cor, segundo o sexo Homens Total Brancos Não-brancos Mulheres 1987 1995 2001 1987 1995 2001 25º 33.08 33.79 33.88 33.33 33.50 34.31 o 33.84 34.58 34.21 33.12 34.41 34.43 90º 39.10 40.84 41.48 36.39 37.78 39.63 Média 34.87 35.79 36.00 33.42 34.84 35.45 25º 33.28 34.01 34.19 33.25 33.50 34.67 o 33.79 34.65 33.99 32.80 34.23 34.16 90º 39.12 41.08 41.52 36.36 37.73 39.61 Média 35.17 36.27 36.48 33.30 34.96 35.56 25º 32.91 33.64 33.71 33.40 33.50 34.07 50 o 33.92 34.49 34.46 33.55 34.64 34.80 90 o 39.01 39.79 41.31 36.53 38.01 39.73 Média 34.37 35.12 35.39 33.60 34.65 35.28 50 50 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Apesar disso, o processo de envelhecimento populacional por qual passa o país é observado também para a PEA ocupada pelo aumento da idade média de homens e mulheres. O envelhecimento está intimamente ligado à queda da fecundidade brasileira nas últimas décadas. Aliada à melhor expectativa de vida, a redução da fecundidade permitiu que a idade média aumentasse em 3,25% para os homens e em 6,07% para as mulheres, no período de 1987 a 2001, algo já constatado na literatura11. Associada a estes fenômenos, a entrada tardia das mulheres no mercado de trabalho faz com que a idade média da PEA ocupada se eleve, uma vez que as mulheres que mais aumentaram sua participação foram aquelas com idade entre 30 e 39 anos, como observam BRUSCHINI e LOMBARDI (1996) Com relação à educação, a Tabela 7 é mais uma amostra da tendência de aumento da educação média do brasileiro em decorrência da maior facilidade de acesso ao sistema 11 CAMARANO (1999) traz uma série de artigos que tratam este tema. 44 educacional, apesar dos indivíduos não-brancos continuarem com as menores médias em educação. Pesquisas sobre as diferenças educacionais entre brancos e não-brancos têm destacado que estas se dão especialmente em decorrência de diferenças nas restrições de acesso a etapas do ciclo de aprendizagem. Tabela 7 – Escolaridade média por partições selecionadas da distribuição do rendimentohora, e por cor, segundo o sexo Homens Total Brancos Não-brancos Mulheres 1987 1995 2001 1987 1995 2001 25º 3.73 4.97 5.79 3.78 5.72 6.76 o 4.89 6.43 7.37 5.41 7.26 8.36 90º 11.76 12.80 13.18 12.54 13.61 14.09 Média 6.11 7.54 8.34 6.90 8.55 9.47 25º 4.22 5.59 6.48 4.27 6.21 7.26 o 5.23 6.78 7.81 5.75 7.51 8.66 90º 12.01 13.08 13.46 12.70 13.84 14.31 Média 6.91 8.43 9.27 7.78 9.38 10.30 25º 3.30 4.58 5.40 3.39 5.38 6.43 50 o 4.42 6.02 6.88 4.97 6.91 7.96 90 o 10.56 11.59 12.09 11.83 12.66 13.16 4.82 6.29 7.14 5.51 7.29 8.25 50 50 Média Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Uma comparação entre os valores médios com os percentis selecionados mostra que somente os 10% mais ricos possuem escolaridade superior ao observado na média da distribuição, o que aponta para uma concentração na distribuição da educação entre a população ocupada. Já as mulheres possuem os maiores níveis de escolaridade, a despeito dos menores rendimentos-hora já apontados anteriormente. Como frisado anteriormente, a heterogeneidade educacional é apontada como um dos principais fatores relacionados à desigualdade de rendimentos e o aumento do nível de escolarização é fato observado por diversas pesquisas. WAJNMAN e MENEZES FILHO (2003) argumentam que a coexistência de uma coorte maior e mais velha, com coortes menores, mais jovens e mais educadas, faz com que a existência de altos retornos à escolaridade, associados a menores retornos à experiência, tende a elevar o grau de desigualdade. MENEZES FILHO (2001) mostra que, em 1960, cerca de 60% da mão-de-obra possuía, no máximo, o ensino básico completo, e 1999, essa participação declina para 40%, indicando uma tendência de aumento da oferta relativa de trabalhadores mais qualificados. Contudo, 45 para níveis mais elevados de educação (educação superior), os aumentos não têm sido consistentes, o que deve se configurar em aumentos nos retornos à educação superior12. 3.4. Distribuição regional da PEA ocupada As regiões Sul e Sudeste são regiões predominantemente brancas, compostas, respectivamente, por mais de 80% e 60% de trabalhadores brancos, enquanto os nãobrancos formam a maioria nas demais regiões em todos os anos. Nas regiões Sul e Sudeste também são encontrados os menores índices de concentração de rendimentos, com valores do índice de Gini de 0,529 e 0,545, contra 0,584 nas demais regiões, no ano de 2001. Em termos de localização regional dos indivíduos de partições diferentes da distribuição do rendimento-hora (Tabela 8), tem-se que as demais regiões concentram a maior parte dos trabalhadores mais pobres, ao passo que nas regiões Sul e Sudeste residem grande parte da PEA ocupada mais rica. Isto aponta para uma situação na qual os trabalhadores nãobrancos estão mais concentrados justamente nas regiões onde também se concentra a maior parte da população ocupada mais pobre. Tabela 8 – Distribuição da PEA ocupada por região, segundo o sexo, e partições selecionadas da distribuição do rendimento-hora (%) 1987 1995 2001 Sul Sudeste Outras Total Sul Sudeste Outras Total Sul Sudeste Outras Total 25º 14.26 41.49 44.25 100 12.24 33.61 54.15 100 10.89 31.45 57.66 100 Homens 50º 15.69 56.02 28.29 100 17.48 50.19 32.33 100 17.87 48.21 33.92 100 90º 14.62 61.93 23.45 100 17.35 60.39 22.26 100 15.99 59.18 24.83 100 25º 13.2 42.69 44.11 100 12.13 36.22 51.65 100 10.96 34.8 54.24 100 Mulheres 50º 17.75 54.23 28.02 100 17.21 51.02 31.77 100 19.66 50.04 30.3 100 90º 14.29 60.17 25.54 100 15.13 61.11 23.76 100 14.3 61.65 24.05 100 Fonte: Microdados PNAD, 1987,1995 e 2001. 12 Especificamente sobre os retornos associados ao ensino superior, ver o trabalho de FERNANDES e NARITA (2001) 46 3.5. Distribuição ocupacional A situação ocupacional da PEA ocupada pode ser acompanhada através dos Gráficos 4 a 7 e das tabelas em anexo. Os Gráficos 4 e 5 mostram como brancos e não-brancos estão alocados nas dez categorias analisadas, e permite observar que, de um modo geral, mas sobretudo, para os homens, as ocupações manuais (Qualif 5 a 9) concentram em si a maior parte dos trabalhadores, ao passo que as ocupações de qualificação superior possuem menor peso na alocação dos indivíduos. Gráfico 4 – Distribuição dos homens ocupados nas categorias ocupacionais, segundo a cor – 2001 35.00 30.00 25.00 % 20.00 15.00 10.00 5.00 0.00 1 2 3 4 Brancos 5 6 7 8 9 10 Não Brancos Fonte: Microdados PNAD, 2001. Observa-se, ainda, uma maior concentração de não-brancos em ocupações manuais, ao passo que os brancos possuem maior participação nas ocupações superiores e médias que, via de regra, pagam maiores salários e benefícios. A necessidade de maior qualificação para se ingressar nas categorias superiores ajuda a explicar tal distribuição uma vez que, como visto anteriormente, os não-brancos possuem menor nível educacional médio. De todo modo, os dados mostram uma situação semelhante à encontrada na região metropolitana de Salvador, por CASTRO e BARRETO (1992), que se caracteriza na criação de espaços ocupacionais diferenciados, no sentido de que a sociedade é marcada por ocupações “tipicamente” não-brancas e outras de maior acesso pelos brancos. Outra percepção da pesquisa é que o mercado de trabalho dos brancos é muito mais amplo do que o dos não-brancos, pela constatação de que os primeiros se encontram melhor distribuídos entre as ocupações, enquanto os trabalhadores não-brancos se fazem mais presentes nas ocupações de menor remuneração. 47 Gráfico 5 - Distribuição das mulheres ocupadas nas categorias ocupacionais, segundo a cor - 2001 30 25 20 % 15 10 5 0 1 2 3 4 Brancos 5 6 7 8 9 10 Não Brancos Fonte: Microdados PNAD, 2001. Quando se observa a distribuição das ocupações dentro de cada partição da distribuição do rendimento-hora, percebe-se que são menores as diferenças entre brancos e não-brancos no que diz respeito ao acesso às ocupações. Por exemplo, os Gráficos 6 e 7 fazem uma comparação entre as alocações de indivíduos mais pobres e mais ricos, entre as categorias no ano de 2001. Os gráficos mostram a existência de distintos padrões de alocação dos trabalhadores, quando a posição na distribuição da renda é levada em consideração, onde os mais pobres se encontram concentrados em categorias manuais e os mais ricos, nas categorias médias e superiores. Percebe-se, então, que as atividades manuais na indústria concentram, na verdade, os homens mais pobres, e que os mais ricos se distribuem preferencialmente nas ocupações superiores. As mulheres mais pobres, por sua vez, atuam principalmente em serviços domésticos remunerados (Qualif 9), com maior concentração de não-brancas. Isto equivale a dizer que 42,41% das mulheres de menor rendimento-hora estão ocupadas nas atividades domésticas. Entre homens e mulheres do décimo mais rico, as principais ocupações estão na categoria superior sobre-qualificada (Qualif 2), que empregam 34,08% dos homens e 36,83% das mulheres de maior renda no ano de 2001. 48 Gráfico 6 – Distribuição dos homens ocupados nas categorias ocupacionais, segundo a cor e partições selecionadas do rendimento-hora – 2001 40.00 30.00 % 20.00 10.00 0.00 1 2 3 90º Brancos 4 5 90º Não Brancos 6 7 8 25º Brancos 9 10 25º Não Brancos Fonte: Microdados PNAD, 2001. Apesar de os trabalhadores brancos permanecerem em ocupações superiores, as diferenças entre eles e os não-brancos são reduzidas, o que pode evidenciar que as diferenças ocupacionais estariam atuando mais como representação do gap de renda entre pontos na distribuição, do que diretamente do gap entre brancos e não-brancos. Todavia, deve-se notar que, apesar da presença significativa de trabalhadores não-brancos mais ricos em categorias mais elevadas, estes continuam, em média, ganhando menos do que os trabalhadores brancos, como já apontado por OLIVEIRA, PORCARO e ARAÚJO (1985) Gráfico 7 – Distribuição das mulheres ocupadas nas categorias ocupacionais, segundo a cor e partições selecionadas do rendimento-hora – 2001 50.00 40.00 % 30.00 20.00 10.00 0.00 1 2 90º Brancos 3 4 5 90º Não Brancos 6 7 25º Brancos 8 9 10 25º Não Brancos Fonte: Microdados PNAD, 2001. 49 As condições de trabalho podem ainda ser analisadas em termos da posição na ocupação, como mostram as Tabelas 9 e 10. Para os homens, a posse da carteira assinada (Posição 1) se mostra mais importante no ano de 1987, mas perde relevância em quase todas as partições analisadas da distribuição até 2001. A condição de empregados sem carteira, militares e funcionários públicos, torna-se a posição mais importante para os mais pobres e os mais ricos, mas continua em situação secundária dentro do segundo quarto da distribuição. O fato de estarem concentrados entre os mais pobres e entre os mais ricos pode ser explicado pela heterogeneidade da definição desta posição. Reúne, simultaneamente, empregados sem carteira assinada (posição de baixo rendimento) e funcionários públicos e militares (posições cujo rendimento tende a ser, em média, mais elevado) A redução do percentual de trabalhadores com carteira assinada aparece como reflexo do contínuo processo de informalização pelo qual vem passando o mercado de trabalho brasileiro, tornando mais flexível as relações de trabalho. Contudo, tal processo pode ter efeitos distintos sobre as faixas de rendimento-hora, uma vez que os mais pobres tendem a ingressar na informalidade em atividades de menor exigência em termos de qualificação, ao passo que os mais ricos escolhem ir para a informalidade, na expectativa de receberem benefícios livres de carga tributária, como afirmam PIANTO e PIANTO (2002) Já para as mulheres, a situação se diferencia pela predominância da posição de sem carteira, funcionalismo público e militar desde o início para as mais pobres, possivelmente com elevada participação da condição sem carteira assinada. A informalização parece ter contribuído para a inserção feminina nesta categoria de posição em ocupações, uma vez que a maior flexibilidade do setor informal tende a facilitar a conciliação de atividades domésticas com atividades profissionais, como indicam MAIA e LIRA (2002) 50 Tabela 9 – Posição na ocupação dos homens por cor e partições selecionadas da distribuição do rendimento-hora (%) Total 1987 50º 90º 25º 50º 90º 25º 50º 90º Posição 1 42.87 59.26 53.68 45.95 61.42 53.93 40.22 56.25 52.48 Posição 2 37.87 19.73 30.32 35.21 19.24 30.39 40.15 20.41 30.01 Posição 3 19.27 21.01 16.00 18.84 19.34 15.68 19.63 23.34 17.51 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Posição 1 32.59 49.75 35.74 35.84 51.57 37.22 30.53 47.56 29.38 Posição 2 41.28 25.72 43.76 37.95 24.79 42.46 43.38 26.83 49.32 Posição 3 26.13 24.53 20.50 26.20 23.64 20.32 26.09 25.60 21.31 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Posição 1 26.67 49.92 34.22 28.19 52.13 35.24 25.80 47.50 30.24 Posição 2 43.07 27.02 45.05 41.54 25.70 44.29 43.94 28.46 48.04 Posição 3 30.26 23.07 20.72 30.27 22.17 20.47 30.26 24.04 21.72 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Total 2001 Não-brancos 25º Total 1995 Brancos Total Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Pelo visto acima, tem-se a confirmação de que os atributos pessoais, regionais e ocupacionais atuam de forma distinta ao longo da distribuição de rendimentos-hora, o que deve ter sérias implicações sobre a capacidade dos indivíduos em transformar suas características em rendimento. A próxima etapa é, portanto, analisar em que medida esta distribuição desigual de fatores influencia na determinação dos diferenciais de rendimentos-hora entre indivíduos brancos e não-brancos e entre pontos na distribuição. Tabela 10 – Posição na ocupação das mulheres por cor e partições selecionadas da distribuição do rendimento-hora (%) Total Brancos Não-brancos 25º 50º 90º 25º 50º 90º 25º 50º 90º Posição 1 23.83 55.36 50.82 26.64 56.53 50.69 21.57 53.78 51.41 1987 Posição 2 Posição 3 Total 49.79 24.09 33.38 47.74 23.53 34.32 51.44 24.84 29.33 26.38 100 20.56 100 15.80 100 25.62 100 19.94 100 15.00 100 26.99 100 21.38 100 19.27 100 Posição 1 25.65 44.48 33.06 27.59 46.52 34.07 24.28 41.76 28.79 1995 Posição 2 Posição 3 Total 54.59 35.90 47.11 52.49 34.44 46.50 56.07 37.86 49.69 19.76 100 19.61 100 19.83 100 19.92 100 19.03 100 19.43 100 19.65 100 20.38 100 21.52 100 Posição 1 24.22 48.95 31.34 26.09 50.58 33.16 22.97 46.76 23.55 2001 Posição 2 Posição 3 Total 53.09 36.09 50.34 50.63 34.79 48.77 54.75 37.85 57.05 22.69 100 14.95 100 18.32 100 23.29 100 14.62 100 18.07 100 22.29 100 15.40 100 19.41 100 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. 51 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS Os resultados das regressões de rendimentos e das decomposições dos diferenciais são apresentados neste capítulo, organizado em cinco seções. A primeira seção trata da discussão dos retornos das covariadas nos diferentes pontos da distribuição de rendimentos, pela estimação de regressões quantílicas condicionais aos quantis 25º, 50º e 90º, para homens e mulheres brancos e não-brancos. Em seguida, os retornos são analisados entre indivíduos de um mesmo grupo, mas situados em pontos distintos da distribuição, por meio de regressões interquantílicas. Na terceira seção, analisa-se o diferencial de rendimentos entre indivíduos brancos e não-brancos, empregando, para tanto, a decomposição de OAXACA (1973) sobre as regressões quantílicas, avaliando o gap ao longo da distribuição. A decomposição do tipo J.M.P. (1993) é o tema da quarta seção. Finalmente, na última seção, são apresentados alguns comentários gerais sobre os resultados encontrados. As regressões quantílicas formam a base para a determinação dos retornos e de todos os modelos de decomposição. Para cada grupo de indivíduos, três regressões quantílicas são estimadas condicionais, respectivamente, aos quantis 25º, 50º e 90º. O primeiro quantil é empregado como uma aproximação para os retornos dos trabalhadores 25% mais pobres, ao passo que o último quantil faz a aproximação para os 10% de maior rendimento-hora. O quantil 50° capta os efeitos na mediana da distribuição de rendimento-hora. Como estão sendo utilizadas dez dummies para os grupos de ocupações, três para a posição na ocupação e três dummies regionais, as regressões são estimadas tomando-se por base as ocupações de trabalho doméstico remunerado (Qualif 9), a posição de trabalhadores com carteira assinada (Posição 1) e as demais regiões geográficas (Outras Regiões) Todos os modelos são, em sua totalidade, significativos pelo teste F a 5%, e o output de cada regressão se encontra em anexo. O número de observações das quatro amostras analisadas está disposto na Tabela 11 a seguir: Tabela 11 – Número de observações Homens Mulheres 1987 28268 16991 Brancos 1995 32345 22469 2001 36486 27479 1987 22069 13181 Não-brancos 1995 27260 17425 2001 34714 22638 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. 52 4.1. Análise dos retornos aos fatores Para cada atributo pessoal, regional ou característica dos postos de trabalho nos três quantis condicionais, os retornos são determinados por meio da primeira derivada aplicada à equação da distribuição condicional do rendimento-hora. Desta forma, são suprimidos os coeficientes de idade ao quadrado (que faz parte da fórmula de cálculo do retorno à idade) e de interação entre idade e educação (componente das fórmulas dos retornos de idade e de educação) Todos os valores estão multiplicados por 100, para facilitar a interpretação e trazem, quando necessário, a referência à não significância estatística. Os retornos obtidos pelos chefes de família indicam o quanto a mais estes indivíduos ganham no mercado de trabalho em relação aos demais membros. A relevância destes retornos está relacionada com a taxa na qual os membros da família participam da PEA ocupada. Para as variáveis de idade e educação, vale lembrar que o Brasil possui um dos maiores retornos a estes fatores, mas que os mesmos têm decaído nos últimos vinte anos, tendo em vista a ampliação do acesso ao ensino básico13. No que diz respeito aos retornos regionais, busca-se captar diferenças regionais na distribuição condicional de rendimentos. Devido à menor capacidade que os trabalhadores mais pobres possuem de transformar atributos em renda, é de se esperar que a situação econômica de uma região aprofunde esta característica dos trabalhadores situados na cauda inferior da distribuição de rendimentos, ou seja, os retornos das regiões Sul e Sudeste devem ser substancialmente maiores do que os retornos da região de referência, formada pelo conjunto das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A tipologia de ocupação baseada em qualificação toma por referência o trabalho doméstico remunerado. Espera-se, então, que as ocupações que demandem maior grau de qualificação paguem os maiores retornos, dado a escassez de mão-de-obra qualificada no país. O uso do trabalho doméstico remunerado como categoria de referência pode, em certa medida, superestimar os retornos dos homens. Para facilitar comparações entre homens e mulheres, opta-se por este padrão, sem, contudo, prejudicar significativamente a análise. Ressalta-se, ainda, que os resultados obtidos pela categoria Qualif 10 (Outras Ocupações) devem ser vistos com extremo cuidado devido à grande heterogeneidade das atividades nela incluídas. 13 Ver, por exemplo, em MENEZES FILHO (2000a, b) 53 Do mesmo modo, as dummies de posição na ocupação estão referenciadas nos trabalhadores com carteira assinada, inclusive emprego doméstico com carteira. Sinais positivos para os retornos indicam que a não posse da carteira assinada representa um ganho no rendimento de trabalhadores pertencentes a estas posições na ocupação. Os homens brancos ocupados têm seus retornos dispostos na Tabela 12, que permite a observação de que os retornos à condição de chefe de família são maiores para os indivíduos mais pobres, ou condicionais ao primeiro quantil, durante os dois primeiros anos de pesquisa. Em 2001, no entanto, são os chefes de família mais ricos, entre os homens brancos, que apresentam maiores retornos marginais. A magnitude dos retornos demonstra a relevância do rendimento do chefe no sustento familiar, mas estes têm experimentado intensas reduções ao longo dos anos, sobretudo nos quantis mais baixos da distribuição. Entre 1987 e 2001, os chefes de família mais pobres acumulam reduções de 12,26 pontos percentuais em seus retornos, enquanto os mais ricos assistem a uma redução inferior, da ordem de 4,37 pontos. Quanto aos retornos sobre a idade dos indivíduos, aqui empregada como proxy de experiência, estes possuem valores crescentes na medida em que se avança para quantis mais altos da distribuição condicional do rendimento-hora, indicando que os mais ricos são mais sucedidos na tarefa de transformar experiência em renda do trabalho. Fato semelhante parece ocorrer com a educação, que, em 2001, adquire uma diferença de 3,73 pontos percentuais a favor dos mais ricos. Os retornos de idade e educação também apresentam uma tendência de queda ao longo dos anos, sobretudo a educação. Mas deve-se observar que as reduções foram mais percebidas pelos trabalhadores mais pobres que, em média, possuem menor escolaridade. Como o que mais avançou foi o acesso ao ensino fundamental e não ao ensino superior, os retornos dos indivíduos mais pobres, caracterizados por baixo nível educacional, decaíram de forma mais rápida do que os retornos no quantil superior, onde os ocupados apresentam um nível de escolaridade média mais elevada. Importante ressaltar, neste ponto, que a variável de interação entre idade e educação não retornou sinal negativo em nenhuma situação, apesar dos baixos valores encontrados na maior parte dos casos14, a convergência entre os rendimentos associados à educação com aqueles referentes ao tempo de experiência não se confirma com os dados e regressões aqui empregados. 14 Ver as regressões completas nos anexos. 54 Para as regiões do país, tomadas em relação ao resto do Brasil, o Sul e o Sudeste fornecem retornos mais elevados para os ocupados situados na cauda esquerda da distribuição de rendimentos, sendo não significativos em alguns casos para os mais ricos. Na média, os homens brancos apresentam maiores retornos na região Sudeste em todos os quantis condicionais analisados. Os mais pobres residentes nas regiões mais desenvolvidas do país são beneficiados ainda em relação a outras regiões, com aumentos contínuos nos retornos regionais, situação diversa da encontrada nos dois seguintes quantis, que enfrentam algumas reduções entre os anos de 1995 e 2001. Todavia, este aumento observado aponta para uma piora nas diferenças regionais entre os 25% mais pobres brancos do sexo masculino, fazendo com que os pobres das demais regiões se tornem mais pobres ainda em relação ao Sul e Sudeste. Para os grupos de ocupação baseados em qualificação, sempre em relação às ocupações domésticas remuneradas (Qualif 9), todos os retornos significativos possuem sinal positivo, indicando a melhor remuneração recebida pelos homens brancos. Os grupos ocupacionais superior compatível e sobre-qualificada (Qualif 1 e 2) pagam os maiores retornos aos trabalhadores, enquanto o grupo manual compatível (Qualif 5) fornece os menores retornos em relação à categoria de referência, sendo inclusive não significativa em alguns momentos. No grupo de qualificação superior, tem-se os maiores retornos aos trabalhadores mais pobres, mas deve-se lembrar que os 25% mais pobres não compõem parcela significativa das ocupações superiores, concentrando-se nas ocupações manuais. Estas, por sua vez, também pagam retornos mais elevados para os trabalhadores brancos do primeiro quantil, enquanto os demais grupos são mais vantajosos para os indivíduos do último quantil. No geral, os retornos das ocupações são caracterizados por reduções, com algumas exceções mais significativas para as ocupações superiores entre os mais pobres e na mediana da distribuição. Finalmente, os grupos de posição na ocupação, tendo por base os trabalhadores com carteira assinada (Posição 1), apresentam sinais negativos para o primeiro quantil e positivos para o último quantil, podendo isto ser interpretado como indicação de que a ausência de carteira assinada tende a prejudicar os 25% mais pobres e a beneficiar os 10% mais ricos. Muito provavelmente, este resultado é fruto da heterogeneidade da posição sem carteira, que reúne empregados sem carteira assinada, sobre-representados nos 25% mais pobres e funcionários públicos, sobre-representados entre os 10% mais ricos. 55 Tabela 12 – Retorno nos quantis condicionais - Homens Brancos Chefe Idade Educação Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 1987 31.21 4.12 6.50 11.73 18.48 107.05 102.27 75.90 46.26 32.28 52.44 37.74 38.59 35.74 -18.20 1.55* 25º 1995 24.40 3.65 5.66 20.65 25.77 117.81 91.32 70.13 36.88 8.94 44.70 38.82 33.90 38.55 -11.99 -4.31 2001 18.96 3.27 3.91 22.50 26.57 122.82 81.77 54.86 29.49 -4.10* 31.83 30.82 14.91 36.25 -12.71 -14.80 1987 29.61 4.83 7.57 8.02 17.57 113.92 113.55 84.19 57.09 44.85 58.67 49.35 45.42 50.31 -12.38 12.45 50º 1995 22.59 4.08 6.60 17.08 24.26 111.75 96.17 72.42 39.36 11.50* 43.03 38.31 37.05 38.66 -4.42 7.02 2001 19.02 4.05 4.83 16.13 23.03 116.95 86.44 58.81 32.66 2.39* 28.36 29.00 16.49 40.53 -4.83 -0.86* 1987 26.36 5.91 9.00 -2.64* 8.09 123.89 148.29 104.51 80.51 69.70 68.77 65.19 62.19 71.63 -2.35 31.24 90º 1995 20.46 4.96 8.87 6.60 15.03 93.52 102.67 62.29 42.22 14.55* 29.41 29.70 35.93 37.29 9.99 30.65 2001 21.99 5.15 7.64 2.62* 11.33 114.78 104.43 66.18 40.25 16.13* 19.10 23.55 24.64 46.70 10.88 25.95 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. (*) Não significativos a 10%. A situação dos homens não-brancos é analisada por meio da Tabela 13. Ao contrário dos homens brancos, os chefes de família do quantil mais pobre recebem menores retornos do que os chefes situados no topo da distribuição de rendimentos, em todos os anos, refletindo, possivelmente, uma maior inserção no mercado de trabalho dos membros de famílias mais pobres. De acordo com JATOBÁ (1990), a taxa de participação da família no mercado de trabalho, calculada para refletir a entrada dos membros no mercado, tende a ser maior nas famílias de mais baixa renda, o que pode estar sendo aqui refletido no menor retorno dos chefes familiares. Também de forma distinta do ocorrido para a população branca, os retornos dos chefes de família têm decaído mais acentuadamente entre os 10% mais ricos. Assim como na população masculina branca, são observados melhores desempenhos dos trabalhadores mais ricos nos retornos à idade, seus retornos são de até 3,04 pontos percentuais mais altos que os dos indivíduos mais pobres. Nota-se, ainda, que a idade tem seus retornos reduzidos até a mediana da distribuição, mas possui inexivo aumento para os condicionais ao 90º quantil. Os retornos à educação também apresentam reduções mais acentuadas no quantil superior, contradizendo o resultado dos trabalhadores brancos. Por outro lado, quando se observa os menores retornos obtidos pelos indivíduos não-brancos, e as maiores reduções sofridas nos retornos dos trabalhadores brancos, pode-se apontar para uma possível equalização dos retornos à educação dos homens. 56 Quanto às regiões, os homens não-brancos tendem a se beneficiar mais por residir na região Sudeste, uma vez que ela fornece retornos maiores que a região Sul, relativamente ao resto do país. Contudo, no ano de 2001, os 25% mais pobres passam a ter melhor remuneração marginal na região Sul do país. As divergências regionais captadas foram reduzidas entre 1995 e 2001 em todos os quantis, e não apenas após a mediana, como no caso dos homens brancos. A situação dos trabalhadores não-brancos parece ser menos desigual quando as três categorias regionais aqui adotadas são comparadas, mas estes continuam atuando de forma intensa na determinação da renda individual, sobretudo para os mais pobres. Homens não-brancos estão melhor remunerados, em relação às ocupações de referência, no 90º quantil. Neste caso, no entanto, a mediana apresenta os menores retornos para os grupos superior, média sobre-qualificada e manuais sobre-qualificadas na indústria e em serviços. No que tange à posição na ocupação, os resultados são semelhantes aos achados para a população branca masculina. Tabela 13 – Retorno nos quantis condicionais - Homens Não-Brancos 1987 Chefe 21.77 Idade 3.35 Educação 1.93 Sul 3.88 Sudeste 6.99 Qualif 1 117.68 Qualif 2 102.32 Qualif 3 75.57 Qualif 4 51.76 Qualif 5 31.62 Qualif 6 56.59 Qualif 7 47.88 Qualif 8 38.98 Qualif 10 44.11 Posição 2 -18.57 Posição 3 5.32 25º 1995 19.17 2.85 1.39 23.25 21.89 107.00 88.88 63.95 32.13 6.86 39.40 32.29 26.22 31.34 -11.93 -5.82 2001 11.85 2.84 1.15 19.11 18.50 114.31 69.68 45.07 23.21 -7.56* 25.81 26.38 5.68* 24.46 -16.41 -23.53 1987 23.14 4.26 4.07 4.36 7.65 109.70 102.23 67.58 43.49 21.73 44.36 36.07 27.96 35.39 -15.38 15.08 50º 1995 20.29 3.83 3.27 22.56 24.23 116.21 102.67 71.72 40.11 13.13 42.84 40.66 34.83 36.96 -6.15 8.41 2001 14.12 3.50 1.90 16.60 18.43 113.03 76.46 50.37 20.85 -6.89* 20.99 24.56 9.15 25.22 -8.73 -8.00 1987 26.20 5.33 7.10 -4.12* 2.95* 146.40 162.05 101.71 85.27 65.61 71.73 72.62 76.15 75.96 -4.92 28.70 90º 1995 21.79 5.38 6.55 14.43 19.24 131.96 133.68 88.35 53.99 25.08 42.37 50.35 47.68 54.33 7.24 28.98 2001 15.40 5.41 5.21 2.41* 12.56 128.22 106.89 71.22 43.22 11.88 26.54 34.55 24.71 55.51 3.82 13.65 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. (*) Não significativos a 10%. Análise semelhante pode ser empregada para se explorar o caso da PEA ocupada feminina, cujos resultados estão expostos nas Tabelas 14 e 15. A chefia familiar exerce menor impacto no rendimento das mulheres brancas, tendo em vista a menor magnitude de seus retornos ao longo da distribuição condicional do rendimento quando comparados aos 57 obtidos pelos homens. Mulheres chefes de família compõem uma minoria na PEA ocupada mas, como já mencionado, sua proporção tem crescido nos últimos vinte anos. Contudo, tal crescimento parece vir acompanhado por um aumento da inserção familiar no mercado de trabalho, o que pode contribuir para as reduções observadas nos retornos a este fator. As mulheres brancas do 90º quantil obtém maiores retornos por ano a mais de experiência e por ano adicional de educação, mas reduções são observadas em todos os quantis e, de forma mais intensa, na mediana da distribuição. Entre os anos de 1995 e 2001, as mulheres do primeiro quantil obtiveram um leve aumento em seu retorno à idade, enquanto as pertencentes ao último décimo assistiram a uma redução no mesmo. Quanto ao retorno à educação, as reduções são consistentes com a tese de que o ensino básico de maior acesso reduziu os retornos dos grupos de menor escolaridade e pouco afetou os retornos à educação superior (MENEZES FILHO, 2000a, b) As diferenças regionais são mais relevantes para as trabalhadoras mais pobres, que possuem maiores retornos, principalmente na região Sudeste, mas estes retornos decaem de 1995 até 2001. O grupo superior de ocupações paga retornos mais altos para as pertencentes ao último quantil, e o mesmo é observado para as ocupações manuais no comércio e em outras atividades, tomadas em relação ao trabalho doméstico remunerado. As trabalhadoras mais pobres estão em vantagem nas ocupações manuais na indústria e em serviços. Deve-se atentar para o fato de que as mulheres mais pobres estão concentradas no serviço doméstico remunerado. Em termos de posição na ocupação, a ausência de carteira assinada não parece ter beneficiado as trabalhadoras condicionadas ao primeiro quantil, as 25% mais pobres, mas atua de forma a produzir retornos positivos para as mais ricas. A posição de conta-própria passa a ser vantajosa já a partir da mediana da distribuição, mas fornece os maiores retornos paras as mulheres brancas mais ricas. 58 Tabela 14 – Retorno nos quantis condicionais – Mulheres Brancas Chefe Idade Educação Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 1987 2.54 4.44 6.53 22.46 24.50 106.25 74.80 80.04 43.11 38.19 35.02 28.32 61.30 54.05 -18.67 -10.93 25º 1995 2.42* 3.18 6.20 29.26 28.73 114.41 68.65 70.28 30.06 12.09 20.25 17.55 42.63 40.17 -7.83 -5.03 2001 -0.79* 3.48 5.09 25.44 27.09 115.29 74.09 71.27 30.14 -3.55* 18.06 21.08 17.86 32.32 -10.80 -21.06 1987 3.40 4.82 6.76 14.40 21.18 109.85 79.83 87.03 47.61 31.40 31.05 22.33 69.67 61.26 -14.07 7.31 50º 1995 3.17 3.83 7.14 25.85 26.53 114.26 67.54 83.22 32.78 10.85 15.31 16.97 40.57 43.40 -5.20 14.69 2001 2.67 3.64 5.71 19.60 24.28 117.30 74.08 80.03 28.00 -4.52* 10.54 15.41 21.88 37.35 -4.48 0.35* 1987 3.82 5.77 7.05 0.44* 11.34 117.98 91.52 109.49 65.63 33.63 27.04 22.25 83.25 77.02 -1.71* 35.84 90º 1995 5.25 5.01 8.39 16.03 17.61 103.84 65.67 77.50 31.18 6.08* -2.32* 1.96* 41.35 49.59 15.71 41.66 2001 4.01 4.84 7.66 8.50 15.72 120.93 74.76 78.71 30.05 -0.96* -6.68 0.50* 24.19 47.76 11.77 36.48 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. (*) Não significativos a 10%. No que tange às trabalhadoras não-brancas, a Tabela 15 mostra que a chefia familiar exerce influência ainda menor em toda a distribuição condicional do rendimento ao longo dos anos. A incidência de mulheres não-brancas é maior entre os 25% mais pobres, onde também estão concentradas as ocupações manuais, sobretudo o emprego doméstico remunerado (Qualif 9) Desta forma, os retornos das mulheres chefes de família tendem a não se diferenciar significativamente das demais mulheres. De 1995 a 2001, as mulheres não-brancas experimentaram um aumento nos retornos à idade, fato que não se repete para as demais partições da distribuição. Isso faz com que, em 2001, a mediana apresente o menor retorno a esta covariada, e não mais o primeiro quantil. Para a educação, as mulheres mais pobres também obtiveram aumentos em seus retornos no mesmo período. Vale observar que a magnitude dos retornos para as mulheres é superior aos retornos obtidos pelos homens, principalmente quando apenas indivíduos nãobrancos são comparados. A residência na região Sul do país se mostra mais benéfica para as mais pobres nos anos de 1987 e 1995. Mas, em 2001, seus retornos são ultrapassados pelos da região Sudeste. Na mediana da distribuição, contudo, a primeira região continua a exercer maior influência, enquanto o Sudeste é mais relevante para as mulheres não-brancas mais ricas, exceto em 1995. 59 As maiores vantagens para as mulheres não-brancas situadas na cauda esquerda da distribuição de rendimentos, em termos das características dos postos de trabalho, estão nos grupos de ocupações manuais na indústria, em serviços e no comércio (Qualif 6, 7 e 8) Para as mais ricas, seus maiores retornos estão presentes nos grupos de ocupações superiores (Qualif 1), média compatível (Qualif 3) e média sobre-qualificada (Qualif 4) No caso das mulheres situadas na mediana da distribuição, as ocupações mais vantajosas pertencem aos grupos superior sobre-qualificada (Qualif 2) e manual compatível (Qualif 5), esta última atuando, inclusive, de modo a penalizar as mulheres do último quantil que atuam em suas atividades. Quanto à posição na ocupação, a posse da carteira assinada parece ser a estratégia mais vantajosa para as mulheres não-brancas nos dois primeiros quantis pesquisados, vis à vis os sinais negativos retornados pelas demais posições, principalmente a de conta-própria. Esta, por sua vez, oferece altos retornos para as mulheres não-brancas do último quantil, quando se tem por referência a posição com carteira assinada. Tabela 15 – Retorno nos quantis condicionais – Mulheres Não-Brancas Chefe Idade Educação Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 1987 2.39* 3.64 3.66 26.01 18.29 125.29 76.66 91.38 48.49 34.34 33.48 34.68 81.84 57.97 -28.80 -30.62 25º 1995 3.31 2.53 2.13 33.97 23.83 108.71 65.91 76.14 34.15 5.85* 22.94 23.80 43.78 31.90 -7.05 -9.41 2001 -0.30* 3.00 3.42 21.80 23.25 109.03 73.77 62.59 31.86 -25.02 15.81 26.39 31.71 30.01 -14.85 -47.65 1987 1.90* 4.15 3.93 18.68 16.45 134.56 82.53 95.62 51.92 25.97 25.74 29.00 74.74 60.16 -18.81 1.36* 50º 1995 1.14* 3.45 3.22 37.68 28.22 128.03 72.41 96.73 40.17 10.30 22.54 23.33 51.71 40.79 -1.40* 7.85 2001 0.25* 2.76 2.60 23.58 22.73 122.38 77.94 70.31 31.57 -15.98 13.24 23.06 27.42 30.91 -5.83 -14.07 1987 -0.08* 5.10 5.40 6.43 12.86 147.45 98.78 116.43 70.00 34.81 26.35 30.52 88.02 73.14 -9.04 31.70 90º 1995 1.22* 5.37 6.11 35.90 30.88 123.57 67.71 97.14 38.15 -4.52* 0.70* 8.51 42.47 51.06 15.31 45.88 2001 4.23 4.38 4.36 22.78 24.05 134.14 75.36 82.34 35.97 -29.48 -2.69* 9.99 23.76 45.42 13.83 36.78 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. (*) Não significativo a 10%. Esta caracterização dos retornos permite constatar a presença de diferenciais nos rendimentos, entre os trabalhadores 10% mais ricos e os 25% mais pobres, constituindo gap ou diferencial interquantílico, cujas variáveis determinantes, a próxima seção busca identificar por meio de regressões interquantílicas. A partir disto, pode-se então determinar 60 em que medida tais variáveis contribuíram para a melhoria na situação dos trabalhadores do primeiro quarto da distribuição, ou seja, os 25% mais pobres, no que diz respeito a seu aumento de participação no total de rendimentos. Além disso, tendo em vista a sobrerepresentação de não-brancos entre os 25% mais pobres, o estudo é aprofundado pela análise dos diferenciais de rendimentos entre brancos e não-brancos. 4.2. Análise interquantílica do diferencial Uma vez que se observa aumento na participação dos mais pobres na apropriação da renda, é de se esperar que tal aumento esteja relacionado com reduções nas diferenças entre os retornos dos indivíduos mais ricos e dos mais pobres. Tendo isto em vista, esta seção apresenta a estimativa de regressões interquantílicas, que mensuram a diferença entre os retornos condicionais ao 90º quantil e ao 25º quantil, captando assim o gap de rendimentos entre os 10% mais ricos e os 25% mais pobres. Os resultados estão, novamente, multiplicados por 100 e trazem o respectivo p-value dos coeficientes, com o output completo em anexo. As regressões interquantílicas são estimadas para as quatro amostras pesquisadas (homens e mulheres brancos e não-brancos), e os coeficientes de cada covariada podem ser entendidos como uma medida do gap do rendimento entre os quantis, mantendo tudo mais constante. No caso das variáveis contínuas, educação e idade, o sinal positivo do coeficiente pode ser interpretado como acréscimo no gap do rendimento entre o 90o quantil e o 25o quantil, quando se observa um ano adicional de estudo ou de idade. No caso das variáveis dummies, o sinal positivo do coeficiente pode ser interpretado como aumento do gap interquantílico, em relação à categoria de referência. Assim, na comparação entre os anos, o acréscimo da participação dos mais pobres na apropriação da renda deve estar relacionado a reduções no valor dos coeficientes com sinal positivo e, ou, a aumentos nos valores dos coeficientes com sinal negativo. Na Tabela 16 estão dispostos os resultados das regressões interquantílicas para homens brancos. Ser chefe de família reduz o gap de rendimento entre os dois quantis em 4,85%, em relação aos não-chefes em 1987. No ano de 1995, também se observa redução (3,94%), porém em valor absoluto inferior ao ano anterior. Em 2001, o coeficiente não é estatisticamente significativo, indicando que esta variável deixa de ser relevante para explicar gap do rendimento entre os dois quantis selecionados. 61 No que tange à idade, os coeficientes apontam para uma relação positiva entre anos adicionais de vida e gap interquantílico e, ao longo do tempo, mantém-se praticamente estável. Assim sendo, pode-se concluir que a experiência exerce significativa influência no diferencial de rendimentos. Os coeficientes positivos da educação mostram que anos adicionais de estudo geram aumentos de 1,67% no gap interquantílico em 1987 e este impacto torna-se mais efetivo com o passar dos anos, atingindo 2,78% em 2001. Isso significa que, apesar das reduções observadas nos retornos à educação, em todas as partições da renda nas regressões quantílicas, os trabalhadores situados no topo da distribuição foram os que menos sofreram com tais reduções, ao longo do período pesquisado, porque estão sobre-representados nos níveis de escolaridade mais altos15. Homens brancos que residem nas regiões Sul e Sudeste estão sujeitos a menor gap interquantílico em relação aos que residem nas demais regiões, nos três anos em destaque. Residir na região Sul reduz o diferencial de rendimento em cerca de 14% nos dois primeiros anos e em 19,88%, no último ano, em relação à categoria outras regiões. Na região Sudeste, o decréscimo do gap é de, aproximadamente, 10% nos anos de 1987 e 1995, passando para 15,24%, no ano de 2001. Residir nas duas regiões mais desenvolvidas do país têm, ao longo dos anos, representado convergência dos rendimentos entre os dois quantis quando comparado com a categoria outras regiões. As características dos postos de trabalho, ocupação e posição na ocupação, apresentam os coeficientes de maior magnitude. No entanto, os coeficientes das categorias ocupacionais são estatisticamente significativos apenas no ano de 1987. Neste ano, todos as categorias possuem sinais positivos, evidência que caracteriza maior gap interquantílico nas diversas ocupações em relação à categoria de referência, trabalho doméstico remunerado. As ocupações superiores sobre-qualificadas (Qualif 2) e manuais compatíveis (Qualif 5) são as que apresentam maior diferencial de rendimento entre os dois quantis, 46,02% e 37,42%, respectivamente. Em 1995, apenas a categoria de ocupações superior compatível (Qualif 1) é relevante para explicar o diferencial interquantílico. Estar nesta categoria reduz em 24,29% o gap interquantílico em relação à categoria trabalhador doméstico remunerado. Em 2001, as únicas ocupações com relevância na dispersão são superior sobre-qualificada (Qualif 2) e manual compatível (Qualif 5), e estas aumentam o gap entre os dois quantis 15 Os resultados de idade ao quadrado e de interação entre idade e educação não são analisados, porque, em sua maioria, não são estatisticamente significativos. 62 analisados, quando comparadas às categorias de referência. Deve-se notar, ainda, que os valores dos coeficientes destas categorias são menores no último ano, o que deve ser visto como fator de redução das diferenças de rendimentos entre os 10% mais ricos e os 25% mais pobres. Estar ocupado sem carteira assinada aumenta o diferencial de rendimento entre ricos e pobres para os homens brancos, quando comparado com empregados com carteira assinada em todos os anos de pesquisa. O gap interquantílico tende a aumentar ao longo dos anos, tanto para a posição híbrida, que combina trabalhadores sem carteira com funcionários públicos e militares, como para os trabalhadores por conta-própria. Tabela 16 – Resultados de regressão interquantílica - Homens Brancos 1987 Coef. /p-value/ Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 -4.85 1.89 -0.01 1.67 -0.01 -14.36 -10.39 16.84 46.02 28.61 34.24 37.42 16.33 27.46 23.60 35.90 15.85 29.69 0.044 0 0.028 0.016 0.672 0 0 0.224 0.001 0.029 0.015 0.013 0.224 0.059 0.093 0.008 0 0 1995 Coef. /p-value/ -3.94 1.12 0.00 2.49 -0.02 -14.04 -10.74 -24.29 11.35 -7.85 5.34 5.61 -15.29 -9.12 2.02 -1.26 21.98 34.96 0.032 0.01 0.695 0.001 0.428 0 0 0.029 0.246 0.466 0.6 0.604 0.131 0.358 0.846 0.904 0 0 2001 Coef. /p-value/ 3.04 1.87 -0.01 2.78 0.00 -19.88 -15.24 -8.05 22.66 11.32 10.76 20.23 -12.74 -7.27 9.73 10.45 23.58 40.74 0.171 0 0.014 0 0.875 0 0 0.484 0.036 0.291 0.301 0.041 0.227 0.476 0.398 0.352 0 0 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Nas regressões interquantílicas, para a amostra de homens não-brancos, os coeficientes de chefe de família são positivos, ao contrário do observado para homens brancos. Nos anos de 1987 e 2001, estes coeficientes são estatisticamente significativos, sugerindo relevância desta variável na explicação do gap interquantílico. Deste modo, ser chefe de família aumenta o gap em 4,43% em relação aos não-chefes, em 1987, e em 3,55%, no ano de 2001 (Tabela 17) Este diferencial já havia sido identificado na análise quantílica, quando se verifica que os retornos dos chefes de famílias não-brancos ricos eram superiores aos retornos dos chefes pobres em relação aos homens não-chefes. 63 Quanto à idade, esta se mostra como um fator significativo na determinação do gap interquantílico, e um ano adicional de vida representa acréscimo no diferencial de rendimentos entre ricos e pobres, assim como para os homens brancos. No entanto, a evolução temporal do gap é diferente do padrão observado para os homens brancos, porque há um aumento, até o ano de 1995, e posterior redução, sem, contudo, alcançar o nível de 1987. Os resultados mostram, portanto, que a variável idade afeta de forma mais intensa o gap interquantílico entre os homens não-brancos do que entre homens brancos. Embora anos adicionais de estudo ampliem o diferencial entre os quantis, observa-se uma redução do seu efeito no período analisado. Desta forma, um ano adicional de escolaridade aumenta o gap interquantílico em 4,19%, quando o ano de 1987 é considerado, passando para 2,77%, em 2001. O aumento no nível educacional parece, com isso, ter sido mais favorável para os homens não-brancos mais pobres, tendo em vista a redução do diferencial associada a esta variável. Os coeficientes das dummies regionais, assim como para os homens brancos, possuem sinais negativos. A diferença de rendimento entre o 90o e o 25o quantil é menor nestas regiões quando comparada à categoria outras regiões, sobretudo na região Sul, onde o valor absoluto do coeficiente é mais elevado nos anos de 1987 e 2001. No que tange às categorias ocupacionais, estas se mostram mais importantes para explicar o gap interquantílico de rendimento, na amostra de homens não-brancos, tendo em vista não apenas os maiores valores dos coeficientes, mas também a maior significância estatística dos mesmos nos anos de 1995 e 2001. Em 1987, a categoria que mais exerce influência no gap interquantílico é a superior sobre-qualificada. Estar nesta ocupação aumenta o gap em 57,73% dado a categoria de referência, sendo que apenas as ocupações manuais na indústria não apresentam diferencial significativo. Todas as categorias ocupacionais experimentam reduções no gap interquantílico em relação à categoria trabalhador doméstico remunerado no período de 1987 a 1995. Entre 1995 e 2001, apenas as categorias média sobre-qualificada (Qualif 3), manual compatível (Qualif 5) e outras (Qualif 10) apresentam aumento no diferencial interquantílico. Para a posição na ocupação, resultados semelhantes ao caso dos homens brancos são obtidos, com uma tendência de aumento no tempo, mas em valores menores nos coeficientes. 64 Tabela 17 – Resultados de regressão interquantílica - Homens Não-Brancos Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 Coef. 1987 /p-value/ Coef. 1995 /p-value/ Coef. 2001 /p-value/ 4.43 1.80 -0.01 4.19 -0.05 -8.01 -4.04 28.72 59.73 26.14 33.51 33.99 15.14 24.74 37.18 31.85 13.65 23.38 0.029 0.005 0.146 0 0.019 0.007 0.064 0.055 0 0.063 0.008 0.009 0.231 0.049 0.019 0.017 0 0 2.63 2.69 -0.02 4.13 -0.03 -8.82 -2.65 24.96 44.80 24.40 21.86 18.23 2.97 18.06 21.46 23.00 19.17 34.80 0.235 0 0 0 0.096 0.002 0.161 0.012 0 0.003 0.002 0.032 0.661 0.014 0.002 0.001 0 0 3.55 2.44 -0.02 2.77 0.02 -16.70 -5.94 13.91 37.21 26.15 20.02 19.44 0.73 8.17 19.02 31.05 20.23 37.18 0.031 0 0.001 0 0.207 0 0.006 0.214 0 0 0.003 0 0.892 0.091 0.003 0 0 0 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. No caso de mulheres brancas, a posição de chefe de família interfere no gap interquantílico apenas no último ano de pesquisa, quando ser chefe acresce o diferencial em 4,80% , como mostra a Tabela 18. O gap interquantílico é afetado por aumentos na idade a partir de 1995. O sinal positivo indica que a cada ano de vida, o diferencial entre ricas e mais pobres amplia em 2,21%. No ano de 2001, o gap é reduzido para 1,17%, evidenciando relativa convergência de rendimentos entre o 90o e 25o quantil da distribuição de rendimentos de mulheres brancas. A educação, também, torna-se variável significativa para explicação do gap somente a partir de 1995, apresentando um aumento no ano de 2001. Assim como para os homens, residir nas regiões Sul e Sudeste, reduz o diferencial interquantílico para as mulheres em relação às residentes na categoria outras regiões. Contudo, ao contrário do observado para as amostras de homens, seus efeitos apresentam reduções no período analisado. A maioria das ocupações é significativa no primeiro ano. A principal categoria a interferir no gap interquantílico, entre as mulheres brancas, é a de ocupações médias compatíveis (Qualif 3), mas a mesma perde relevância nos anos seguintes. A categoria manual sobrequalificada na indústria (Qualif 6) possui coeficientes negativos e, em termos absolutos, crescentes ao longo dos três anos. Estar inserida nesta categoria ocupacional diminui o gap interquantílico em 7,98%, em relação à de referência em 1987, e em 24,74%, no ano de 65 2001. Após 1995, com exceção de Qualif 10 (Outras ocupações), todas as categorias com coeficientes significativos têm por característica a redução do diferencial entre o 90º e o 25º quantil, novamente em relação ao trabalho doméstico remunerado. As dummies de posição na ocupação apresentam coeficientes positivos e o valor destes tende a aumentar ao longo dos anos, com exceção da Posição 2, em 2001. É interessante observar, ainda, que os rendimentos femininos são mais dispersos quando controlados por posição na ocupação do que no caso masculino. Tabela 18 – Resultados de regressão interquantílica - Mulheres Brancas 1987 Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 1995 2001 Coef. /p-value/ Coef. /p-value/ Coef. /p-value/ 1.28 -0.35 0.01 -0.96 0.04 -22.02 -13.16 11.73 16.72 29.45 22.51 -4.56 -7.98 -6.08 21.95 22.96 16.96 46.77 0.747 0.597 0.11 0.23 0.063 0 0 0.067 0.001 0 0 0.607 0.024 0.13 0.005 0.005 0 0 2.83 2.21 -0.02 1.47 0.02 -13.23 -11.12 -10.57 -2.98 7.22 1.13 -6.01 -22.57 -15.59 -1.28 9.42 23.55 46.68 0.225 0 0 0.071 0.305 0 0 0.032 0.451 0.251 0.742 0.459 0 0 0.811 0.044 0 0 4.80 1.17 0.00 1.96 0.02 -16.94 -11.37 5.64 0.68 7.45 -0.09 2.59 -24.74 -20.58 6.33 15.45 22.58 57.54 0.058 0.071 0.659 0.013 0.377 0 0 0.283 0.811 0.143 0.978 0.783 0 0 0.372 0.003 0 0 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Para as mulheres não-brancas, com resultados dispostos na Tabela 19, o diferencial entre as mais ricas e as mais pobres é afetado pela posição de chefe de família apenas em 2001, de modo semelhante às mulheres brancas, aumentando o gap em 4,53% em relação às nãochefes. Observa-se ainda que, apesar do efeito significativo apenas em 2001, os coeficientes interquantílicos das mulheres se mostram superiores aos dos homens neste ano em questão. Desta forma, a despeito do menor valor dos retornos marginais sobre o rendimento das mulheres chefes de família, fato apontado pelas regressões quantílicas da seção anterior, ser chefe de família contribui para maior diferencial interquantílico quando comparado à posição não-chefe, tanto para mulheres brancas como não-brancas. Idade e educação possuem resultados semelhantes, em termos de evolução, sendo significativas apenas em 1995. Neste ano, para cada ano adicional de idade, há um 66 aumento de 3,56% no diferencial de rendimentos entre as 10% mais ricas e as 25% mais pobres. Raciocínio idêntico é empregado para a educação, posto que um ano adicional de estudo tende a aumentar em 3,29% o gap interquantílico. A residência na região Sul possui maior efeito sobre o diferencial interquantílico no ano de 1987, reduzindo o gap em 19,58% para as mulheres não-brancas nela habitantes. Com relação à região Sudeste, seu coeficiente muda de sinal entre 1987 e 1995, deixando de ser estatisticamente significativo em 2001. Desta forma, residir na região Sudeste reduz o gap interquantílico em 5,42% no ano de 1987 e aumenta em 7,05% em relação à residência nas demais regiões no ano de 1995. Com respeito às características dos postos de trabalho, no ano de 1987 a maior parte das categorias de ocupação afeta de modo a aumentar o diferencial entre os quantis em relação ao trabalho doméstico remunerado. A exceção fica, mais uma vez, a cargo da categoria sobre-qualificadas na indústria, que apresenta um aumento em seu impacto sobre o gap interquantílico em 1995 e, posteriormente, uma redução em 2001. Durante o ano de 1995, o trabalho em ocupações manuais sobre-qualificadas em serviços também passa a reduzir o gap interquantílico. Da mesma forma que nos casos anteriores, a não posse da carteira assinada aumenta a dispersão dos rendimentos, com tendência crescente entre os anos. Tabela 19 – Resultado de regressões interquantílicas - Mulheres Não-Brancas Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 Coef. 1987 /p-value/ Coef. 1995 /p-value/ Coef. 2001 /p-value/ -2.46 -0.03 0.01 0.27 0.01 -19.58 -5.42 22.16 22.12 25.06 21.51 0.47 -7.12 -4.17 6.17 15.17 19.77 62.32 0.506 0.964 0.559 0.837 0.66 0 0.013 0.049 0.001 0.021 0 0.947 0.058 0.201 0.55 0.01 0 0 -2.09 3.56 -0.03 3.29 -0.02 1.93 7.05 14.86 1.81 21.01 4.00 -10.38 -22.24 -15.29 -1.31 19.16 22.36 55.29 0.444 0 0.001 0.008 0.567 0.466 0.004 0.118 0.602 0.026 0.278 0.391 0 0 0.84 0.002 0 0 4.53 0.69 -0.01 -0.24 0.07 0.98 0.80 25.10 1.58 19.74 4.11 -4.46 -18.50 -16.39 -7.95 15.41 28.68 84.43 0.007 0.121 0.28 0.739 0.001 0.845 0.727 0.004 0.682 0.026 0.192 0.635 0 0 0.222 0 0 0 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. 67 A descrição dos resultados obtidos evidencia que a posição na família não influencia significativamente o gap de rendimentos interquantílico, a não ser no caso das mulheres. Os ganhos de experiência, interpretados a partir da variável idade, contribuem para ampliar o diferencial de rendimentos entre os 10% mais ricos e os 25% mais pobres e, em maior medida, para os ocupados não-brancos do sexo masculino. Efeito contrário é observado quando se controla por anos de estudo. Neste caso, o diferencial interquantílico é maior para a população branca (homens e mulheres) e seu valor tende a aumentar no tempo, ao passo que, para os homens não-brancos, o valor tende a diminuir. Assim, tornar mais democrático o acesso ao ensino básico foi mais vantajoso do ponto de vista da redução da desigualdade de renda para a população não-branca. A análise regional interquantílica reforça as evidências dos retornos regionais. Residir no Sudeste ou na região Sul representa estar sujeito a uma dispersão de rendimentos menor do que a observada no conjunto das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, exceto na transição entre os anos de 1987 e 1995 no caso dos homens não-brancos e das mulheres brancas na região Sudeste. Isto mostra que, além de possuir um menor desenvolvimento relativo, as demais regiões tendem a apresentar um maior índice de desigualdade, o que pode ser confirmado pelo valor do índice de Gini, já apresentado anteriormente. Inserção ocupacional se mostra como a variável de destaque na determinação do diferencial entre os quantis analisados, em termos da maior magnitude de seus coeficientes e em termos da maior variação que os mesmos sofrem ao longo dos anos. De modo geral, são as categorias ocupações médias e superiores que detém os aumentos mais elevados no diferencial interquantílico, ao passo que as manuais possuem menores diferenciais, contribuindo para reduzir o gap no caso das mulheres ocupadas. Contudo, deve-se observar que nas ocupações médias ocorre uma sobre-representação dos trabalhadores 25% mais pobres, ao passo que os mais ricos encontram-se predominantemente nas categorias superiores. Por sua vez, as posições na ocupação não vinculadas à assinatura da carteira assinada contribuíram para ampliar o gap interquantílico nos quatro segmentos da população aqui analisados. Sendo assim, entre 1987 e 2001, o acréscimo na participação dos 25% mais pobres na renda total pode ser atribuído a uma combinação de fatores. No caso dos homens, a residência nas regiões Sul e Sudeste favorece a população mais pobre e, entre os nãobrancos, o aumento no nível de escolaridade. Além disso, estar ocupado nas categorias 68 superior sobre-qualificadas e manual compatível assegura uma redistribuição de renda em favor dos mais pobres, sejam homens brancos ou não-brancos. E no caso deste último contingente, também, nas categorias média sobre-qualificada, manual sobre-qualificada no comércio e manual sobre-qualificada nos serviços. Em relação às mulheres, pode-se observar o efeito positivo da inserção nas categorias ocupacionais manual sobrequalificada na indústria e sobre-qualificada no serviço, especialmente para as não-brancas, também, estar ocupada na categoria média compatível. 4.3. Decomposição do hiato segundo cor por Oaxaca A presente seção tem por objetivo analisar o diferencial de rendimentos entre indivíduos brancos e não-brancos, nos três anos selecionados. Mais do que isso, pretende-se avaliar como se comporta este diferencial entre trabalhadores em partições distintas da distribuição condicional do rendimento, aplicando-se o método desenvolvido por OAXACA (1973) aos resultados obtidos a partir das regressões quantílicas. Este método permite decompor o diferencial em efeito das características observáveis e em efeitos de características não controladas. O primeiro efeito se refere à diferença nas dotações médias dos atributos, nas amostras selecionadas da população ocupada. O segundo efeito diz respeito às diferenças ocasionadas por fatores não observáveis, ou efeito preços, também interpretados como proxy de discriminação. Considerando retorno médio do branco no caso do diferencial de dotação média e a dotação média de um atributo qualquer dos não-brancos como referência no caso do diferencial de retornos, sinais positivos para o diferencial de retorno e sinais positivos para diferencial de dotação implicam, necessariamente, efeito-preço e efeito-composição positivos, ou seja, o diferencial de rendimentos entre brancos e não-brancos se deve à discriminação assim como a diferenças na dotação. Assim sendo, o diferencial de renda entre os dois contingentes seria anulado caso os trabalhadores não-brancos fossem remunerados e dotados da mesma forma que os indivíduos brancos. É possível, também, que ambos os grupos demográficos tenham a mesma dotação média do fator, porém o sinal do diferencial de rendimentos ser positivo, dado que os retornos são diferentes. Neste caso, todo o diferencial seria atribuído ao efeito-preço, indicando possibilidade de discriminação do não-branco. 69 Nas tabelas seguintes, os resultados da decomposição são sintetizados. Estão multiplicados por 100 e com os percentuais de cada parcela entre parênteses. As decomposições completas, discriminando a contribuição de cada covariada, encontram-se em anexo. Por meio da Tabela 20, onde estão dispostos os resultados dos homens, pode-se observar aumento nos diferenciais totais em todos os quantis, com algum decréscimo entre 1995 e 2001, para os trabalhadores situados na mediana e para os condicionados ao primeiro quantil, o que não se mostra, contudo, suficiente para retornar aos valores de 1987. Além disso, verifica-se acréscimo neste, na medida em que se avança para a direita da distribuição condicional de rendimentos, também, em todos os três anos analisados. No entanto, a contribuição do efeito-preço no diferencial total, ou seja, a presença de fatores relacionados à discriminação, é menor no 90o quantil, exceto no ano de 2001. Isoladamente, as variáveis de idade e educação são as que contribuem de forma mais intensa para o diferencial em termos de efeito-preço, principalmente entre os trabalhadores do último quantil. A partir de 1995, contudo, a idade passa a apresentar sinal negativo em seu termo não observável entre os trabalhadores mais ricos, indicando que, o retorno condicional à idade é maior para os não-brancos, conforme já verificado na seção 4.1. Os fatores não observáveis compõem a menor proporção dos diferenciais relacionados às características regionais, em todos os quantis16, sobretudo entre os homens mais ricos. Quanto aos mais pobres, estes possuem os maiores efeitos regionais nos diferenciais de rendimento, sobretudo, em decorrência do efeito quantidades, ou seja, os não-brancos estão sobre-representados na categoria outras regiões ao passo que os brancos se encontram sobre-representados no Sul e Sudeste17. As categorias de ocupações influenciam de forma menos intensa que as demais covariadas o gap de rendimentos de brancos e não-brancos. Alguns resultados são negativos, tanto para o efeito quantidades quanto para o efeito preço, sobretudo no último quantil, o que evidencia uma posição de vantagem para os não-brancos. Em relação às categorias de ocupação manual (Qualif 6, 7 e 8) deste mesmo quantil, ambos são sempre negativos. No caso do efeito dotação, tal sinal decorre da sobre-representação dos não-brancos nestas 16 Com exceção para o ano de 1987, quando então, os fatores não observáveis respondem por cerca de 50% do gap relacionado às regiões, entre os 25% mais pobres. 17 Além disso, de acordo com OAXACA e RANSOM (1999), a magnitude da parcela não explicada por uma dummy pode variar, de acordo com a categoria de referência. Contudo, o termo constante se encarrega de captar tais variações, deixando inalterado o resultado total. 70 categorias. Controlando por posição na ocupação, o componente de discriminação aumenta na medida em que se avança nos quantis. Tabela 20 – Resultados da Decomposição de Oaxaca - Homens Brancos e Não-Brancos 25º Quant N. Obs Total 11.58 6.76 18.34 (63%) (37%) 50º Quant N. Obs Total 8.96 12.17 21.12 (42%) (58%) 90º Quant N. Obs Total 29.65 9.04 38.69 (77%) (23%) 1995 16.77 10.41 27.18 (62%) (38%) 12.71 16.50 29.21 (44%) (56%) 29.57 14.13 43.70 (68%) (32%) 2001 14.12 7.77 21.89 (65%) (35%) 12.87 13.83 26.70 (48%) (52%) 28.89 23.83 52.72 (55%) (45%) 1987 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. No caso das mulheres (Tabela 21), o hiato é menor entre as situadas na mediana da distribuição condicional de rendimentos e maior entre as mais ricas, exceto no primeiro ano, quando as mulheres 25% mais pobres asseguram o menor gap. É observada uma relativa estabilidade do hiato entre as mulheres mais pobres, ao longo dos anos, ao passo que, entre as mais ricas, ocorre uma continua tendência de aumento. A contribuição das características não observadas e de fatores relativos à discriminação aumenta de 1987 para 2001 nas duas primeiras partições da distribuição condicional do rendimento. Contudo, entre as mulheres mais pobres, o efeito da discriminação sobre o hiato de rendimento é menor. Observa-se, também, no caso das mulheres, que maior proporção do diferencial decorre das variáveis idade e educação, além dos efeitos regionais que são, em média, mais percebidos no diferencial entre a população ocupada condicionada ao primeiro quantil e relativamente reduzidos entre as mulheres mais ricas. A componente não observável assume, freqüentemente, sinal negativo, em virtude da menor presença de mulheres nãobrancas no 90º quantil residentes nestas regiões, sobretudo no Sul, fazendo com que o retorno destas últimas seja mais alto do que o recebido pelas mulheres brancas em relação às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Porém, esta vantagem é mais do que contrabalançada pela maior dotação de mulheres brancas no Sul, resultando em um diferencial total positivo para as regiões. Em termos de categorias ocupacionais, nota-se padrão semelhante ao da distribuição masculina. Para as posições na ocupação, nos anos de 1987 e 2001, o hiato de rendimento se reduz nos quantis mais elevados, sendo que as mulheres não-brancas possuem maior 71 dotação no último quantil. Além disso, o diferencial das mulheres mais pobres é mais afetado por fatores não observados ou devido à discriminação. Tabela 21 – Resultados Decomposição de Oaxaca - Mulheres Brancas e Não-Brancas 25º Quant N. Obs Total 16.08 10.50 26.59 (60%) (40%) 50º Quant N. Obs Total 11.86 9.34 21.20 (56%) (44%) 90º Quant N. Obs Total 9.84 15.47 25.31 (39%) (61%) 1995 17.69 7.81 25.50 (69%) (31%) 11.92 13.71 25.63 (47%) (53%) 21.19 20.10 41.29 (51%) (49%) 2001 15.40 10.57 25.97 (59%) (41%) 10.08 13.24 23.32 (43%) (57%) 22.62 28.55 51.17 (44%) (56%) 1987 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. De modo geral, os resultados apontam para a presença de um menor diferencial entre trabalhadores brancos e não-brancos, para aqueles situados na partição mais pobre da distribuição condicional de rendimentos, tendo a educação contribuído para este resultado, uma vez que afeta em menor magnitude estes indivíduos, sendo seu efeito mais intenso sobre os trabalhadores condicionados ao último quantil. A desigualdade regional possui maiores efeitos para a população ocupada mais pobre, evidenciando que o problema das disparidades regionais de renda está concentrado entre os trabalhadores mais pobres (NETO e CAMPÊLO, 2003) Em termos de dotação média, os trabalhadores brancos estão mais bem localizados, entendendo como bem localizado residir nas regiões Sul ou Sudeste. Quanto aos postos de trabalho, a contribuição individual de cada variável dummy é relativamente pequena, mas evidenciam a presença de fatores ligados à discriminação nas ocupações superiores e médias. São observadas, ainda, reduções no diferencial entre os trabalhadores mais pobres, apesar da relativa estabilidade no caso das mulheres. Contudo, é preciso considerar outros fatores além dos efeitos preço e quantidade, tais como a posição dos indivíduos não-brancos dentro da distribuição condicional dos trabalhadores brancos e variações nos resíduos. Considerando estes quatro elementos, a próxima seção busca aprofundar a análise das mudanças ocorridas nos diferenciais segundo cor ao longo do período analisado. 72 4.4. Decomposição J.M.P. Finalizando a parte empírica deste capítulo, a presente seção busca isolar os efeitos de mudanças nas dotações dos atributos e em seus retornos, do efeito da discriminação, sobre o hiato de rendimentos entre brancos e não-brancos ao longo do período analisado. A decomposição da mudança intertemporal do gap de rendimentos dos ocupados do sexo masculino encontra-se na Tabela 22. Uma comparação entre os dois subperíodos, 1987 – 1995 e 1995 – 2001, permite observar uma melhoria entre os homens condicionados ao primeiro quantil, tanto em termos da distribuição dos atributos produtivos analisados entre brancos e não-brancos, como também em termos de variações nos retornos dos homens brancos, dada pela redução dos efeitos quantidade e preço sobre o hiato de rendimentos. No entanto, a discriminação no mercado de trabalho, captada pelo efeito-gap, impede que o ganho decorrente da diminuição dos efeitos quantidade e preço seja ainda maior. Entre os homens, o efeito-gap somente é reduzido para os condicionados ao 90º quantil da distribuição, assegurando uma redução do hiato de rendimentos dentro deste grupo específico (-5,0808), reduções estas que se comparam, em valores absolutos, aos aumentos do hiato entre os 25% mais pobres (5,2296) e entre os situados na mediana da distribuição (5,5547) ao longo do período como um todo. Tabela 22 – Decomposição J.M.P. do hiato segundo cor – Homens t – t-1 Total Quant. Obs. Preço Obs. Gap N. Obs 1995 – 1987 25º 2001 – 1995 2001 – 1987 1995 – 1987 50º 2001 – 1995 2001 – 1987 5.83980 -0.61020 5.22960 3.83457 1.72018 5.55475 3.10762 -1.92689 1.18073 0.74184 1.01902 1.76086 1.35564 -0.72634 0.62930 2.15170 -0.85813 1.29358 1.35363 2.04259 3.39623 0.89908 1.53646 2.43554 0.02291 0.00044 0.02334 0.04194 0.02283 0.06478 1995 – 1987 90º 2001 – 1995 2001 – 1987 -3.73931 -1.34148 -5.08079 -3.27781 0.06744 -3.21036 2.45764 -0.74103 1.71661 -2.88175 -0.67108 -3.55283 -0.03740 0.00318 -0.03421 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. Para as mulheres condicionadas ao 25º quantil são observadas reduções no gap de rendimentos entre brancas e não-brancas em ambos os sub-períodos pesquisados, motivadas, sobretudo, pelo efeito-preço (Tabela 23) No primeiro sub-período, o efeitoquantidade positivo indica uma deterioração na dotação média das mulheres não-brancas em relação às mulheres brancas, ou seja, um aumento na heterogeneidade na posse dos 73 atributos pessoais e/ou na distribuição de características regionais ou do posto de trabalho. Por outro lado, as variações nos retornos das mulheres brancas fazem com que este diferencial em dotação fosse desvalorizado no período, contribuindo para a homogeneização dos rendimentos. No segundo sub-período, tanto o efeito-quantidade quanto o efeito-preço passam a atuar no sentido de reduzir o hiato, evidenciando, respectivamente, reduções nas diferenças de dotação e que tais diferenças estão sendo cada vez menos valorizadas. De igual modo ao caso masculino, a PEA ocupada feminina mais pobre sofre com aumentos no termo de discriminação. Tabela 23 – Decomposição J.M.P. do hiato segundo cor – Mulheres t – t-1 Total Quant. Obs. Preço Obs. Gap N. Obs 1995 – 1987 25º 2001 – 1995 2001 – 1987 -0.09457 -1.86987 -1.96444 2.78595 -0.57187 2.21408 -2.89400 -1.71468 -4.60868 0.01963 0.42635 0.44598 -0.00614 -0.00967 -0.01582 1995 – 1987 50º 2001 – 1995 2001 – 1987 -4.58699 -0.36409 -4.95108 -0.63368 0.25125 -0.38242 -1.39767 -2.09474 -3.49241 -2.54461 1.46852 -1.07609 -0.01104 0.01087 -0.00016 1995 – 1987 90º 2001 – 1995 2001 – 1987 10.53694 -0.509160 10.02778 9.25122 1.83640 11.08763 1.68963 -0.41159 1.27804 -0.40610 -1.93501 -2.34110 0.00218 0.00103 0.00321 Fonte: Microdados PNAD, 1987, 1995 e 2001. De modo geral, os resultados apontam para um estreitamento do hiato de rendimentos, entre os grupos demográficos por cor situados na cauda inferior da distribuição condicional, principalmente quando a população ocupada feminina é considerada. A distribuição menos desigual dos atributos no período, em especial educação e localização regional, diminuiu a distância entre brancos e não-brancos, permitindo, assim, reduções no hiato associado a estas dotações, como evidencia o efeito-quantidade. Além disso, percebese que o decréscimo nos retornos dos fatores, constatado por meio das regressões quantílicas, entre 1987 e 2001, agiu de modo a penalizar mais a população branca, relativamente à não-branca, refletindo-se aqui nos sinais negativos obtidos para o efeitopreço. Nota-se, no entanto, que o efeito-gap tem limitado estes ganhos distributivos. Mantendo-se constante a desigualdade residual de rendimentos dos brancos, a posição percentil dos nãobrancos muda em direção à maior desigualdade, que pode ser indício de discriminação ou 74 de mudanças na dotação de atributos não considerados. No caso deste último fator, captado pelo efeito-preço não observável, a contribuição é negligenciável. 4.5. Síntese dos resultados: a redução dos diferenciais entre os 25% mais pobres A análise das regressões quantílicas permite identificar e comparar os retornos dos fatores ao longo das diversas partições da distribuição condicional de rendimentos e, por conseqüência, avaliar os diferenciais de rendimentos entre os trabalhadores nestas partições. Tendo em vista a observada melhoria em termos de apropriação da renda total por parte dos trabalhadores mais pobres, o presente capítulo recorre ao uso de regressões interquantílicas para melhor caracterizar este ganho de participação. Os sinais dos coeficientes da análise interquantílica do hiato de rendimentos indicam se há aumento (no caso de serem positivos) ou redução (no caso de serem negativos) no diferencial de rendimentos entre os situados no 90º e no 25º quantil da distribuição condicional. Reduções no hiato devem, portanto, ser interpretados como acréscimo na participação dos 25% mais pobres na renda. Desta forma, no período analisado e para as amostras selecionadas, esta redução é resultado de um conjunto de fatores. No caso dos homens, a residência nas regiões Sul e Sudeste favorece a população mais pobre e, entre os não-brancos, o aumento no nível de escolaridade. Além disso, estar ocupado nas categorias superior sobre-qualificadas e manual compatível assegura uma redistribuição de renda em favor dos mais pobres, sejam homens brancos ou não-brancos. E no caso deste último contingente, também, nas categorias média sobre-qualificada, manual sobre-qualificada no comércio e manual sobre-qualificada nos serviços. Em relação às mulheres, pode-se observar o efeito positivo da inserção nas categorias ocupacionais manual sobre-qualificada na indústria e sobre-qualificada no serviço, especialmente para as não-brancas, também, estar ocupada na categoria média compatível. Adicionalmente, busca-se avaliar alguns aspectos do diferencial de rendimentos dentro deste grupo específico de indivíduos, ou seja, os 25% mais pobres. Para tal, opta-se por realizar uma análise do hiato entre as amostras de brancos e não-brancos, decompondo este o mesmo em parcelas devidas à heterogeneidade de dotação dos atributos e características dos postos de trabalho e aquelas relacionadas a fatores não observados, dentre eles, discriminação. 75 Quando comparados aos demais quantis condicionais selecionados, os indivíduos mais pobres apresentam um menor gap de rendimentos entre brancos e não-brancos, devido, sobretudo, à menor influência da educação. Em termos percentuais, os mais pobres também estão sujeitos a menor incidência da discriminação na composição do hiato, exceto no caso masculino nos dois primeiros anos. Avaliado ao longo do tempo, o hiato de rendimentos entre brancos e não-brancos é reduzido no caso dos 25% mais pobres. Contudo, a existência de fatores relacionados à discriminação no mercado de trabalho tem atuado desde o final de década de 80, limitando a convergência de rendimentos. A despeito disso, os motivos que levaram, entre 1987 e 2001 (ou entre 1995 e 2001, no caso dos homens) à redução do hiato por cor para os trabalhadores mais pobres podem ser assim sintetizados: - Mudanças na distribuição dos atributos, reduzindo a heterogeneidade entre brancos e não-brancos. - Convergência dos retornos dos fatores de brancos e não-brancos, beneficiando, em média, estes últimos. Sendo assim, constata-se a melhoria na situação dos trabalhadores mais pobres, no período de 1987 a 2001, em decorrência não apenas do aumento de participação na renda, mas também em termos de redução dos diferenciais por cor. Nestes resultados, a população ocupada feminina aparece em posição de destaque, ao apresentar os resultados mais positivos em ambos os casos. No caso da população ocupada masculina, os resultados positivos tornam-se evidentes no sub-período 1995 - 2001. 76 CONCLUSÃO Esta dissertação tem por principal objetivo analisar a situação dos 25% mais pobres ocupados no Brasil metropolitano. Tendo em vista o observado aumento da participação destes indivíduos na absorção da renda total, busca-se determinar em que medida os atributos pessoais, regionais e do mercado de trabalho têm atuado de modo a contribuir para tal resultado. Entendendo que persistência da má distribuição de renda gera uma herança histórica, transferindo entre gerações esta situação perversa, esta dissertação emprega a estimativa de regressões quantílicas, para captar o efeito da posição relativa do indivíduo ao longo da distribuição condicional de rendimentos. A estimativa das regressões é precedida de uma análise descritiva do modo como os trabalhadores estão alocados dentro da distribuição condicional, permitindo observar a existência de uma sobre-representação dos trabalhadores não-brancos entre os 25% mais pobres, ao passo que os trabalhadores brancos representam a maior parcela dentre os 10% mais ricos. Contata-se, também, que é maior a participação feminina na posição de chefe de família entre as trabalhadoras mais pobres, reflexo das mudanças ocorridas nos arranjos familiares brasileiros ao longo dos últimos vinte anos. A população mais pobre também é caracterizada por ser relativamente mais jovem, sobretudo a não-branca. Com relação à educação, este trabalho constitui-se em mais uma evidência da tendência de aumento da escolaridade média do brasileiro, embora os indivíduos não-brancos continuem com um nível mais baixo. Em termos de localização regional dos indivíduos de partições diferentes da distribuição do rendimento-hora, observa-se a maior concentração dos 25% mais pobres nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, regiões que também concentram a maior parte da população não-branca. A análise por categorias ocupacionais aponta a maior participação dos trabalhadores nãobrancos nas categorias de ocupações manuais. É possível observar que as ocupações manuais concentram ainda os trabalhadores condicionados ao 25º quantil da distribuição, sobretudo a manual sobre-qualificada na indústria, no caso dos homens, o emprego doméstico remunerado, para o caso das mulheres. Em contraste, os condicionados ao 90º quantil estão mais presentes nas categorias de ocupação superior e média. Quanto à 77 posição na ocupação, tem-se um aumento da participação da categoria híbrida de trabalhadores sem carteira assinada, funcionários públicos e militares em todos os quantis. Desta forma, é possível verificar que os atributos pessoais, regionais e do mercado de trabalho não se encontram homogeneamente alocadas ao longo da distribuição condicional de rendimentos. A estimação de regressões quantílicas, condicionais aos quantis 25°, 50º e 90°, possibilita identificar diferenças nos retornos dos fatores ao longo das partições condicionais. De modo geral, os trabalhadores condicionados ao 90º quantil recebem os maiores retornos para as características pessoais, com exceção da posição de chefe de família, em algumas situações. As diferenças regionais são mais relevantes para os trabalhadores mais pobres, que possuem maiores retornos, principalmente na região Sudeste. Quanto às categorias de ocupação, estas apresentam os resultados mais distintos, destacando-se os maiores retornos das ocupações superiores e médias. Em termos de posição na ocupação, a ausência de carteira assinada não parece ter beneficiado os trabalhadores condicionados ao primeiro quantil, mas tende a atuar de forma a produzir retornos positivos para os trabalhadores mais ricos. Esta caracterização dos retornos permite constatar a presença de diferenciais nos rendimentos, entre os trabalhadores 10% mais ricos e os 25% mais pobres, constituindo-se no gap interquantílico. Com este instrumento, pode-se determinar em que medida tais variáveis contribuíram para a melhoria na situação dos trabalhadores do primeiro quarto da distribuição, ou seja, os 25% mais pobres, no que diz respeito a seu aumento de participação no total de rendimentos. Inserção ocupacional se mostra como a variável de destaque na determinação do diferencial entre os quantis analisados, em termos da maior magnitude de seus coeficientes e em termos da maior variação que os mesmos sofrem ao longo dos anos selecionados. São as categorias ocupações médias e superiores que detém os aumentos mais elevados no diferencial interquantílico, ao passo que as manuais possuem menores diferenciais, contribuindo para reduzir o gap no caso das mulheres ocupadas. As posições na ocupação não vinculadas à assinatura da carteira assinada contribuíram para ampliar o gap interquantílico nos quatro segmentos da população aqui analisados. Além disso, no caso dos homens, a residência nas regiões Sul e Sudeste favorece a população mais pobre e, entre os não-brancos, o aumento no nível de escolaridade. 78 Considerando-se a sobre-representação de não-brancos entre os 25% mais pobres, a análise é aprofundada pela determinação dos diferenciais de rendimentos entre brancos e nãobrancos, buscando identificar se, além da melhoria na absorção relativa, ocorreram também reduções nos diferenciais entre brancos e não-brancos condicionados ao primeiro quantil. Por meio da decomposição do hiato de rendimentos entre brancos e não-brancos, pode-se identificar distintos padrões assumidos por este diferencial ao longo da distribuição condicional. De modo geral, os resultados indicam a presença de um menor diferencial entre trabalhadores brancos e não-brancos, para aqueles situados na partição mais pobre da distribuição condicional de rendimentos, tendo a educação contribuído para este resultado, uma vez que afeta em menor magnitude estes indivíduos, sendo seu efeito mais intenso sobre os trabalhadores condicionados ao último quantil. Avaliado ao longo do tempo, o hiato de rendimentos entre brancos e não-brancos sofre uma redução, no caso dos 25% mais pobres. Contudo, a existência de outros fatores não controlados impede um decréscimo ainda maior. Estes fatores tendem a ocasionar uma maior desigualdade residual de rendimentos entre os não-brancos, o que os deixa em posição percentil inferior dentro da distribuição dos brancos. Esta dissertação é, portanto, mais um trabalho de caráter descritivo que busca contribuir para o tratamento do pior problema socioeconômico brasileiro, a desigualdade de renda. Em que pese a redistribuição de renda em favor do mais pobres, há muito ainda para ser feito. 79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMADEO, E., et. al. A natureza e o funcionamento do mercado de trabalho brasileiro. Rio de Janeiro: IPEA, 1994. 33p. (Texto para discussão; 353). AMEMIYA, A. Advanced econometrics. Cambridge, Massachusetts: Havard University, 1985. 521p. ARABSHEIBANI, G. R., CARNEIRO, F. G., HENLEY, A. Human capital and earnings inequality in Brazil 1988-1998: quantile regression evidence. University of Wales Aberystwyth / Universidade Católica de Brasília. 2002. Disponível em: <http://www.users.abec.ac.uk/arh/brazil_educationreturns.pdf>.Acesso em: out. 2003. __________. Gender wage differentials in Brazil: trends over turbulent era. 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Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 5961 -0.23 0.39 -3.49 0.20 8108 -0.26 0.39 -3.59 0.20 5961 0.58 0.49 0.00 1.00 8108 0.60 0.49 0.00 1.00 5961 32.94 13.32 18.00 65.00 8108 32.52 12.79 18.00 65.00 5961 1262.22 1024.29 324.00 4225.00 8108 1221.50 976.72 324.00 4225.00 5961 4.26 3.28 0.00 16.00 8108 3.47 3.08 0.00 16.00 5961 122.75 98.57 0.00 1024.00 8108 97.30 87.81 0.00 594.00 5961 0.22 0.41 0.00 1.00 8108 0.05 0.23 0.00 1.00 5961 0.35 0.48 0.00 1.00 8108 0.27 0.44 0.00 1.00 5961 0.43 0.50 0.00 1.00 8108 0.68 0.47 0.00 1.00 5961 0.00 0.04 0.00 1.00 8108 0.00 0.03 0.00 1.00 5961 0.02 0.15 0.00 1.00 8108 0.01 0.12 0.00 1.00 5961 0.01 0.12 0.00 1.00 8108 0.01 0.11 0.00 1.00 5961 0.15 0.36 0.00 1.00 8108 0.11 0.31 0.00 1.00 5961 0.13 0.34 0.00 1.00 8108 0.16 0.36 0.00 1.00 5961 0.27 0.45 0.00 1.00 8108 0.31 0.46 0.00 1.00 5961 0.20 0.40 0.00 1.00 8108 0.18 0.39 0.00 1.00 5961 0.03 0.16 0.00 1.00 8108 0.03 0.16 0.00 1.00 5961 0.01 0.11 0.00 1.00 8108 0.01 0.10 0.00 1.00 5961 0.17 0.37 0.00 1.00 8108 0.18 0.38 0.00 1.00 5961 0.46 0.50 0.00 1.00 8108 0.42 0.49 0.00 1.00 5961 0.35 0.48 0.00 1.00 8108 0.38 0.49 0.00 1.00 5961 0.19 0.40 0.00 1.00 8108 0.19 0.40 0.00 1.00 Tabela A2. Estatísticas descritivas – Homens, 1987, 50º quantil Variável Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Média Std. Dev. Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 6543 0.52 0.17 0.20 0.79 5940 0.51 0.17 0.20 0.79 6543 0.68 0.47 0.00 1.00 5940 0.73 0.45 0.00 1.00 6543 33.63 12.10 18.00 65.00 5940 33.89 11.35 18.00 65.00 6543 1277.59 932.86 324.00 4225.00 5940 1277.56 866.65 324.00 4225.00 6543 5.35 3.42 0.00 16.00 5940 4.61 3.28 0.00 16.00 6543 162.75 106.51 0.00 900.00 5940 141.98 102.43 0.00 880.00 6543 0.27 0.44 0.00 1.00 5940 0.06 0.24 0.00 1.00 6543 0.44 0.50 0.00 1.00 5940 0.33 0.47 0.00 1.00 6543 0.29 0.46 0.00 1.00 5940 0.61 0.49 0.00 1.00 6543 0.01 0.08 0.00 1.00 5940 0.00 0.06 0.00 1.00 6543 0.05 0.22 0.00 1.00 5940 0.04 0.19 0.00 1.00 6543 0.03 0.18 0.00 1.00 5940 0.02 0.16 0.00 1.00 6543 0.17 0.38 0.00 1.00 5940 0.13 0.34 0.00 1.00 6543 0.06 0.24 0.00 1.00 5940 0.06 0.24 0.00 1.00 6543 0.34 0.47 0.00 1.00 5940 0.38 0.49 0.00 1.00 6543 0.20 0.40 0.00 1.00 5940 0.20 0.40 0.00 1.00 6543 0.02 0.14 0.00 1.00 5940 0.03 0.16 0.00 1.00 6543 0.00 0.05 0.00 1.00 5940 0.00 0.03 0.00 1.00 6543 0.11 0.32 0.00 1.00 5940 0.13 0.34 0.00 1.00 6543 0.61 0.49 0.00 1.00 5940 0.55 0.50 0.00 1.00 6543 0.19 0.39 0.00 1.00 5940 0.21 0.41 0.00 1.00 6543 0.20 0.40 0.00 1.00 5940 0.25 0.43 0.00 1.00 87 Tabela A3. Estatísticas descritivas – Homens, 1987, 90º quantil Variável Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Média Std. Dev. Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 3861 2.78 0.51 2.18 6.17 1112 2.71 0.47 2.18 5.91 3861 0.92 0.27 0.00 1.00 1112 0.91 0.28 0.00 1.00 3861 39.36 10.03 18.00 65.00 1112 38.80 9.77 18.00 65.00 3861 1649.74 844.16 324.00 4225.00 1112 1600.51 812.33 324.00 4225.00 3861 12.04 3.89 0.00 16.00 1112 10.48 4.39 0.00 16.00 3861 467.22 191.98 0.00 1040.00 1112 396.09 189.87 0.00 1024.00 3861 0.22 0.41 0.00 1.00 1112 0.04 0.19 0.00 1.00 3861 0.46 0.50 0.00 1.00 1112 0.25 0.43 0.00 1.00 3861 0.32 0.47 0.00 1.00 1112 0.71 0.45 0.00 1.00 3861 0.23 0.42 0.00 1.00 1112 0.17 0.38 0.00 1.00 3861 0.36 0.48 0.00 1.00 1112 0.29 0.45 0.00 1.00 3861 0.09 0.28 0.00 1.00 1112 0.10 0.29 0.00 1.00 3861 0.13 0.34 0.00 1.00 1112 0.15 0.35 0.00 1.00 3861 0.03 0.18 0.00 1.00 1112 0.05 0.22 0.00 1.00 3861 0.04 0.19 0.00 1.00 1112 0.08 0.27 0.00 1.00 3861 0.04 0.19 0.00 1.00 1112 0.08 0.26 0.00 1.00 3861 0.01 0.08 0.00 1.00 1112 0.01 0.11 0.00 1.00 3861 0.00 0.00 0.00 0.00 1112 0.00 0.00 0.00 0.00 3861 0.07 0.26 0.00 1.00 1112 0.08 0.27 0.00 1.00 3861 0.52 0.50 0.00 1.00 1112 0.50 0.50 0.00 1.00 3861 0.31 0.46 0.00 1.00 1112 0.32 0.47 0.00 1.00 3861 0.16 0.37 0.00 1.00 1112 0.18 0.39 0.00 1.00 Tabela A4. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1987, 25º quantil Variável Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 25º 25º Brancos Não Brancos Obs Média Std. Dev. Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 3205 -0.73 0.50 -3.30 -0.23 4657 -0.84 0.56 -4.05 -0.23 3205 0.21 0.41 0.00 1.00 4657 0.25 0.43 0.00 1.00 3205 33.27 12.50 18.00 65.00 4657 33.15 12.37 18.00 65.00 3205 1263.04 942.68 324.00 4225.00 4657 1252.00 929.18 324.00 4225.00 3205 4.23 3.24 0.00 15.00 4657 3.51 3.09 0.00 15.00 3205 124.97 99.99 0.00 826.00 4657 101.23 91.65 0.00 720.00 3205 0.20 0.40 0.00 1.00 4657 0.05 0.22 0.00 1.00 3205 0.35 0.48 0.00 1.00 4657 0.29 0.45 0.00 1.00 3205 0.44 0.50 0.00 1.00 4657 0.66 0.48 0.00 1.00 3205 0.00 0.06 0.00 1.00 4657 0.00 0.05 0.00 1.00 3205 0.03 0.17 0.00 1.00 4657 0.02 0.16 0.00 1.00 3205 0.00 0.06 0.00 1.00 4657 0.00 0.05 0.00 1.00 3205 0.14 0.34 0.00 1.00 4657 0.09 0.28 0.00 1.00 3205 0.03 0.17 0.00 1.00 4657 0.04 0.19 0.00 1.00 3205 0.16 0.37 0.00 1.00 4657 0.13 0.34 0.00 1.00 3205 0.21 0.40 0.00 1.00 4657 0.23 0.42 0.00 1.00 3205 0.02 0.15 0.00 1.00 4657 0.02 0.13 0.00 1.00 3205 0.37 0.48 0.00 1.00 4657 0.44 0.50 0.00 1.00 3205 0.03 0.18 0.00 1.00 4657 0.03 0.17 0.00 1.00 3205 0.27 0.45 0.00 1.00 4657 0.22 0.42 0.00 1.00 3205 0.47 0.50 0.00 1.00 4657 0.51 0.50 0.00 1.00 3205 0.26 0.44 0.00 1.00 4657 0.26 0.44 0.00 1.00 88 Tabela A5. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1987, 50º quantil Variável Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Média Std. Dev. Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 4373 0.09 0.19 -0.23 0.38 3906 0.08 0.19 -0.23 0.38 4373 0.20 0.40 0.00 1.00 3906 0.25 0.43 0.00 1.00 4373 32.68 11.32 18.00 65.00 3906 33.47 11.13 18.00 65.00 4373 1196.39 834.54 324.00 4225.00 3906 1244.17 834.09 324.00 4225.00 4373 5.88 3.62 0.00 16.00 3906 5.16 3.59 0.00 16.00 4373 174.46 109.09 0.00 848.00 3906 154.10 104.45 0.00 660.00 4373 0.29 0.45 0.00 1.00 3906 0.08 0.27 0.00 1.00 4373 0.40 0.49 0.00 1.00 3906 0.35 0.48 0.00 1.00 4373 0.32 0.47 0.00 1.00 3906 0.57 0.50 0.00 1.00 4373 0.01 0.08 0.00 1.00 3906 0.01 0.07 0.00 1.00 4373 0.08 0.27 0.00 1.00 3906 0.07 0.25 0.00 1.00 4373 0.02 0.12 0.00 1.00 3906 0.02 0.13 0.00 1.00 4373 0.25 0.44 0.00 1.00 3906 0.19 0.40 0.00 1.00 4373 0.02 0.13 0.00 1.00 3906 0.02 0.15 0.00 1.00 4373 0.19 0.39 0.00 1.00 3906 0.16 0.37 0.00 1.00 4373 0.24 0.43 0.00 1.00 3906 0.30 0.46 0.00 1.00 4373 0.02 0.14 0.00 1.00 3906 0.03 0.16 0.00 1.00 4373 0.13 0.34 0.00 1.00 3906 0.16 0.37 0.00 1.00 4373 0.04 0.20 0.00 1.00 3906 0.04 0.21 0.00 1.00 4373 0.57 0.50 0.00 1.00 3906 0.53 0.50 0.00 1.00 4373 0.23 0.42 0.00 1.00 3906 0.24 0.43 0.00 1.00 4373 0.20 0.40 0.00 1.00 3906 0.23 0.42 0.00 1.00 Tabela A6. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1987, 90º quantil Variável Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Média Std. Dev. Min Max Obs Média Std. Dev. Min Max 2335 2.33 0.45 1.77 5.09 718 2.29 0.44 1.78 4.48 2335 0.21 0.41 0.00 1.00 718 0.23 0.42 0.00 1.00 2335 36.37 9.22 18.00 65.00 718 36.05 8.67 18.00 63.00 2335 1407.69 732.43 324.00 4225.00 718 1374.78 674.53 324.00 3969.00 2335 12.77 3.28 0.00 16.00 718 12.01 3.77 0.00 16.00 2335 458.20 158.15 0.00 1008.00 718 426.94 165.12 0.00 930.00 2335 0.21 0.41 0.00 1.00 718 0.04 0.19 0.00 1.00 2335 0.43 0.50 0.00 1.00 718 0.23 0.42 0.00 1.00 2335 0.36 0.48 0.00 1.00 718 0.73 0.45 0.00 1.00 2335 0.24 0.42 0.00 1.00 718 0.25 0.43 0.00 1.00 2335 0.35 0.48 0.00 1.00 718 0.32 0.47 0.00 1.00 2335 0.09 0.29 0.00 1.00 718 0.11 0.32 0.00 1.00 2335 0.19 0.40 0.00 1.00 718 0.19 0.39 0.00 1.00 2335 0.01 0.07 0.00 1.00 718 0.01 0.08 0.00 1.00 2335 0.02 0.12 0.00 1.00 718 0.02 0.13 0.00 1.00 2335 0.01 0.11 0.00 1.00 718 0.03 0.16 0.00 1.00 2335 0.03 0.17 0.00 1.00 718 0.04 0.19 0.00 1.00 2335 0.00 0.03 0.00 1.00 718 0.00 0.04 0.00 1.00 2335 0.07 0.25 0.00 1.00 718 0.05 0.21 0.00 1.00 2335 0.52 0.50 0.00 1.00 718 0.52 0.50 0.00 1.00 2335 0.33 0.47 0.00 1.00 718 0.30 0.46 0.00 1.00 2335 0.16 0.36 0.00 1.00 718 0.18 0.39 0.00 1.00 89 Tabela A7. Estatísticas descritivas – Homens, 1995, 25º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 25º 25º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 5878 -0.10 0.36 -3.66 0.32 10401 -0.18 0.40 -3.35 0.32 5878 0.63 0.48 0.00 1.00 10401 0.63 0.48 0.00 1.00 5878 33.75 13.06 18.00 65.00 10401 33.23 12.50 18.00 65.00 5878 1309.80 1010.26 324.00 4225.00 10401 1260.29 958.01 324.00 4225.00 5878 5.67 3.42 1.00 16.00 10401 4.77 3.26 1.00 16.00 5878 175.16 113.95 18.00 1040.00 10401 144.25 101.50 18.00 992.00 5878 0.24 0.43 0.00 1.00 10401 0.04 0.21 0.00 1.00 5878 0.35 0.48 0.00 1.00 10401 0.22 0.41 0.00 1.00 5878 0.41 0.49 0.00 1.00 10401 0.73 0.44 0.00 1.00 5878 0.00 0.05 0.00 1.00 10401 0.00 0.05 0.00 1.00 5878 0.03 0.16 0.00 1.00 10401 0.01 0.12 0.00 1.00 5878 0.01 0.10 0.00 1.00 10401 0.01 0.10 0.00 1.00 5878 0.16 0.37 0.00 1.00 10401 0.11 0.32 0.00 1.00 5878 0.16 0.36 0.00 1.00 10401 0.18 0.38 0.00 1.00 5878 0.26 0.44 0.00 1.00 10401 0.30 0.46 0.00 1.00 5878 0.17 0.38 0.00 1.00 10401 0.17 0.38 0.00 1.00 5878 0.04 0.19 0.00 1.00 10401 0.04 0.19 0.00 1.00 5878 0.02 0.13 0.00 1.00 10401 0.02 0.13 0.00 1.00 5878 0.15 0.35 0.00 1.00 10401 0.15 0.36 0.00 1.00 5878 0.36 0.48 0.00 1.00 10401 0.33 0.47 0.00 1.00 5878 0.37 0.48 0.00 1.00 10401 0.42 0.49 0.00 1.00 5878 0.27 0.44 0.00 1.00 10401 0.25 0.44 0.00 1.00 Tabela A8. Estatísticas descritivas – Homens, 1995, 25º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 7544 0.62 0.16 0.33 0.90 7449 0.60 0.16 0.32 0.90 7544 0.72 0.45 0.00 1.00 7449 0.74 0.44 0.00 1.00 7544 34.58 11.86 18.00 65.00 7449 34.41 11.21 18.00 65.00 7544 1336.23 921.15 324.00 4225.00 7449 1309.44 860.29 324.00 4225.00 7544 6.86 3.44 1.00 16.00 7449 6.19 3.43 1.00 16.00 7544 222.88 121.28 18.00 1008.00 7449 199.97 115.96 18.00 960.00 7544 0.30 0.46 0.00 1.00 7449 0.08 0.27 0.00 1.00 7544 0.43 0.49 0.00 1.00 7449 0.33 0.47 0.00 1.00 7544 0.27 0.45 0.00 1.00 7449 0.59 0.49 0.00 1.00 7544 0.00 0.07 0.00 1.00 7449 0.01 0.07 0.00 1.00 7544 0.05 0.22 0.00 1.00 7449 0.04 0.19 0.00 1.00 7544 0.03 0.16 0.00 1.00 7449 0.02 0.15 0.00 1.00 7544 0.17 0.37 0.00 1.00 7449 0.13 0.33 0.00 1.00 7544 0.06 0.23 0.00 1.00 7449 0.06 0.23 0.00 1.00 7544 0.32 0.47 0.00 1.00 7449 0.36 0.48 0.00 1.00 7544 0.21 0.41 0.00 1.00 7449 0.21 0.41 0.00 1.00 7544 0.03 0.17 0.00 1.00 7449 0.04 0.19 0.00 1.00 7544 0.01 0.09 0.00 1.00 7449 0.01 0.09 0.00 1.00 7544 0.12 0.32 0.00 1.00 7449 0.14 0.34 0.00 1.00 7544 0.50 0.50 0.00 1.00 7449 0.47 0.50 0.00 1.00 7544 0.25 0.43 0.00 1.00 7449 0.27 0.44 0.00 1.00 7544 0.24 0.43 0.00 1.00 7449 0.26 0.44 0.00 1.00 90 Tabela A9. Estatísticas descritivas – Homens, 1995, 90º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 4350 2.97 0.52 2.34 7.45 1231 2.89 0.50 2.34 5.84 4350 0.91 0.28 0.00 1.00 1231 0.91 0.28 0.00 1.00 4350 41.04 9.82 18.00 65.00 1231 39.81 9.34 18.00 65.00 4350 1780.79 836.84 324.00 4225.00 1231 1671.99 766.35 324.00 4225.00 4350 13.18 3.63 1.00 16.00 1231 11.79 4.10 1.00 16.00 4350 538.32 198.25 30.00 1040.00 1231 468.54 201.87 22.00 1024.00 4350 0.26 0.44 0.00 1.00 1231 0.06 0.24 0.00 1.00 4350 0.47 0.50 0.00 1.00 1231 0.29 0.45 0.00 1.00 4350 0.26 0.44 0.00 1.00 1231 0.65 0.48 0.00 1.00 4350 0.24 0.42 0.00 1.00 1231 0.17 0.38 0.00 1.00 4350 0.37 0.48 0.00 1.00 1231 0.31 0.46 0.00 1.00 4350 0.06 0.24 0.00 1.00 1231 0.08 0.26 0.00 1.00 4350 0.14 0.34 0.00 1.00 1231 0.15 0.36 0.00 1.00 4350 0.02 0.14 0.00 1.00 1231 0.03 0.17 0.00 1.00 4350 0.04 0.20 0.00 1.00 1231 0.06 0.23 0.00 1.00 4350 0.05 0.21 0.00 1.00 1231 0.07 0.26 0.00 1.00 4350 0.01 0.11 0.00 1.00 1231 0.02 0.12 0.00 1.00 4350 0.00 0.03 0.00 1.00 1231 0.00 0.03 0.00 1.00 4350 0.08 0.27 0.00 1.00 1231 0.12 0.32 0.00 1.00 4350 0.36 0.48 0.00 1.00 1231 0.29 0.46 0.00 1.00 4350 0.45 0.50 0.00 1.00 1231 0.50 0.50 0.00 1.00 4350 0.20 0.40 0.00 1.00 1231 0.21 0.41 0.00 1.00 Tabela A10. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1995, 25º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 25º 25º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 4080 -0.37 0.34 -2.45 0.03 6593 -0.45 0.39 -4.80 0.03 4080 0.22 0.42 0.00 1.00 6593 0.26 0.44 0.00 1.00 4080 33.40 11.79 18.00 65.00 6593 33.17 11.61 18.00 65.00 4080 1254.28 880.82 324.00 4225.00 6593 1234.98 873.03 324.00 4225.00 4080 6.29 3.56 1.00 16.00 6593 5.52 3.45 1.00 16.00 4080 193.93 116.51 18.00 952.00 6593 167.34 106.18 18.00 744.00 4080 0.23 0.42 0.00 1.00 6593 0.05 0.21 0.00 1.00 4080 0.36 0.48 0.00 1.00 6593 0.24 0.43 0.00 1.00 4080 0.42 0.49 0.00 1.00 6593 0.72 0.45 0.00 1.00 4080 0.01 0.07 0.00 1.00 6593 0.00 0.05 0.00 1.00 4080 0.04 0.19 0.00 1.00 6593 0.03 0.18 0.00 1.00 4080 0.01 0.07 0.00 1.00 6593 0.00 0.06 0.00 1.00 4080 0.18 0.38 0.00 1.00 6593 0.12 0.33 0.00 1.00 4080 0.02 0.13 0.00 1.00 6593 0.03 0.17 0.00 1.00 4080 0.13 0.34 0.00 1.00 6593 0.10 0.31 0.00 1.00 4080 0.16 0.36 0.00 1.00 6593 0.16 0.37 0.00 1.00 4080 0.03 0.18 0.00 1.00 6593 0.03 0.18 0.00 1.00 4080 0.39 0.49 0.00 1.00 6593 0.47 0.50 0.00 1.00 4080 0.04 0.19 0.00 1.00 6593 0.03 0.18 0.00 1.00 4080 0.28 0.45 0.00 1.00 6593 0.26 0.44 0.00 1.00 4080 0.51 0.50 0.00 1.00 6593 0.55 0.50 0.00 1.00 4080 0.20 0.40 0.00 1.00 6593 0.19 0.39 0.00 1.00 91 Tabela A11. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1995, 50º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 5395 0.32 0.16 0.03 0.54 4779 0.30 0.17 0.03 0.54 5395 0.21 0.41 0.00 1.00 4779 0.27 0.45 0.00 1.00 5395 34.19 11.48 18.00 65.00 4779 34.55 10.85 18.00 65.00 5395 1300.32 864.93 324.00 4225.00 4779 1311.39 824.35 324.00 4225.00 5395 7.67 3.69 1.00 16.00 4779 7.09 3.79 1.00 16.00 5395 245.03 125.98 18.00 976.00 4779 228.45 126.17 18.00 1020.00 5395 0.29 0.45 0.00 1.00 4779 0.08 0.27 0.00 1.00 5395 0.43 0.49 0.00 1.00 4779 0.32 0.47 0.00 1.00 5395 0.28 0.45 0.00 1.00 4779 0.60 0.49 0.00 1.00 5395 0.01 0.09 0.00 1.00 4779 0.01 0.08 0.00 1.00 5395 0.07 0.26 0.00 1.00 4779 0.09 0.29 0.00 1.00 5395 0.02 0.14 0.00 1.00 4779 0.02 0.13 0.00 1.00 5395 0.27 0.44 0.00 1.00 4779 0.20 0.40 0.00 1.00 5395 0.01 0.11 0.00 1.00 4779 0.02 0.13 0.00 1.00 5395 0.18 0.38 0.00 1.00 4779 0.12 0.33 0.00 1.00 5395 0.19 0.39 0.00 1.00 4779 0.23 0.42 0.00 1.00 5395 0.03 0.18 0.00 1.00 4779 0.05 0.23 0.00 1.00 5395 0.18 0.38 0.00 1.00 4779 0.21 0.41 0.00 1.00 5395 0.05 0.21 0.00 1.00 4779 0.05 0.21 0.00 1.00 5395 0.48 0.50 0.00 1.00 4779 0.41 0.49 0.00 1.00 5395 0.33 0.47 0.00 1.00 4779 0.38 0.48 0.00 1.00 5395 0.19 0.39 0.00 1.00 4779 0.21 0.41 0.00 1.00 Tabela A12. Estatísticas descritivas – Mulheres, 1995, 90º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 3059 2.58 0.49 1.97 5.01 861 2.50 0.47 1.97 5.48 3059 0.25 0.43 0.00 1.00 861 0.27 0.44 0.00 1.00 3059 37.83 9.07 18.00 65.00 861 38.00 8.98 18.00 64.00 3059 1513.16 721.11 324.00 4225.00 861 1524.74 707.87 324.00 4096.00 3059 13.94 2.98 1.00 16.00 861 12.78 3.60 1.00 16.00 3059 525.11 167.83 22.00 1040.00 861 482.93 174.88 27.00 1024.00 3059 0.24 0.43 0.00 1.00 861 0.06 0.24 0.00 1.00 3059 0.47 0.50 0.00 1.00 861 0.31 0.46 0.00 1.00 3059 0.29 0.45 0.00 1.00 861 0.63 0.48 0.00 1.00 3059 0.27 0.44 0.00 1.00 861 0.19 0.40 0.00 1.00 3059 0.33 0.47 0.00 1.00 861 0.32 0.47 0.00 1.00 3059 0.09 0.28 0.00 1.00 861 0.10 0.31 0.00 1.00 3059 0.18 0.38 0.00 1.00 861 0.18 0.38 0.00 1.00 3059 0.00 0.06 0.00 1.00 861 0.01 0.10 0.00 1.00 3059 0.02 0.14 0.00 1.00 861 0.02 0.15 0.00 1.00 3059 0.02 0.14 0.00 1.00 861 0.04 0.20 0.00 1.00 3059 0.03 0.16 0.00 1.00 861 0.05 0.23 0.00 1.00 3059 0.01 0.07 0.00 1.00 861 0.02 0.12 0.00 1.00 3059 0.06 0.23 0.00 1.00 861 0.06 0.24 0.00 1.00 3059 0.33 0.47 0.00 1.00 861 0.27 0.44 0.00 1.00 3059 0.49 0.50 0.00 1.00 861 0.51 0.50 0.00 1.00 3059 0.18 0.39 0.00 1.00 861 0.21 0.41 0.00 1.00 92 Tabela A13. Estatísticas descritivas – Homens, 2001, 25º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 25º 25º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 6491 -0.18 0.41 -3.25 0.23 12865 -0.24 0.45 -4.45 0.23 6491 0.62 0.49 0.00 1.00 12865 0.64 0.48 0.00 1.00 6491 34.06 12.98 18.00 65.00 12865 33.42 12.23 18.00 65.00 6491 1328.20 1001.40 324.00 4225.00 12865 1266.12 933.07 324.00 4225.00 6491 6.48 3.76 1.00 16.00 12865 5.56 3.68 1.00 16.00 6491 200.79 124.66 18.00 1040.00 12865 169.22 116.39 18.00 928.00 6491 0.21 0.41 0.00 1.00 12865 0.04 0.20 0.00 1.00 6491 0.28 0.45 0.00 1.00 12865 0.19 0.39 0.00 1.00 6491 0.51 0.50 0.00 1.00 12865 0.77 0.42 0.00 1.00 6491 0.00 0.04 0.00 1.00 12865 0.00 0.03 0.00 1.00 6491 0.02 0.15 0.00 1.00 12865 0.02 0.12 0.00 1.00 6491 0.01 0.10 0.00 1.00 12865 0.01 0.09 0.00 1.00 6491 0.16 0.37 0.00 1.00 12865 0.11 0.31 0.00 1.00 6491 0.15 0.36 0.00 1.00 12865 0.18 0.38 0.00 1.00 6491 0.30 0.46 0.00 1.00 12865 0.31 0.46 0.00 1.00 6491 0.17 0.37 0.00 1.00 12865 0.15 0.36 0.00 1.00 6491 0.03 0.18 0.00 1.00 12865 0.04 0.21 0.00 1.00 6491 0.02 0.13 0.00 1.00 12865 0.02 0.13 0.00 1.00 6491 0.14 0.35 0.00 1.00 12865 0.16 0.37 0.00 1.00 6491 0.29 0.45 0.00 1.00 12865 0.27 0.44 0.00 1.00 6491 0.41 0.49 0.00 1.00 12865 0.43 0.50 0.00 1.00 6491 0.30 0.46 0.00 1.00 12865 0.30 0.46 0.00 1.00 Tabela A14. Estatísticas descritivas – Homens, 2001, 50º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 8728 0.51 0.15 0.23 0.75 9677 0.50 0.15 0.23 0.75 8728 0.67 0.47 0.00 1.00 9677 0.71 0.45 0.00 1.00 8728 33.97 11.74 18.00 65.00 9677 34.36 11.12 18.00 65.00 8728 1291.77 895.68 324.00 4225.00 9677 1303.98 849.19 324.00 4225.00 8728 7.86 3.67 1.00 16.00 9677 7.01 3.74 1.00 16.00 8728 250.28 129.14 18.00 969.00 9677 225.95 129.03 18.00 1024.00 8728 0.32 0.46 0.00 1.00 9677 0.06 0.24 0.00 1.00 8728 0.39 0.49 0.00 1.00 9677 0.28 0.45 0.00 1.00 8728 0.30 0.46 0.00 1.00 9677 0.66 0.48 0.00 1.00 8728 0.01 0.08 0.00 1.00 9677 0.00 0.07 0.00 1.00 8728 0.05 0.22 0.00 1.00 9677 0.04 0.19 0.00 1.00 8728 0.02 0.15 0.00 1.00 9677 0.02 0.14 0.00 1.00 8728 0.18 0.38 0.00 1.00 9677 0.13 0.34 0.00 1.00 8728 0.05 0.22 0.00 1.00 9677 0.06 0.23 0.00 1.00 8728 0.33 0.47 0.00 1.00 9677 0.36 0.48 0.00 1.00 8728 0.22 0.41 0.00 1.00 9677 0.21 0.41 0.00 1.00 8728 0.02 0.14 0.00 1.00 9677 0.03 0.16 0.00 1.00 8728 0.01 0.08 0.00 1.00 9677 0.01 0.10 0.00 1.00 8728 0.12 0.32 0.00 1.00 9677 0.14 0.35 0.00 1.00 8728 0.51 0.50 0.00 1.00 9677 0.47 0.50 0.00 1.00 8728 0.26 0.44 0.00 1.00 9677 0.29 0.45 0.00 1.00 8728 0.22 0.42 0.00 1.00 9677 0.25 0.43 0.00 1.00 93 Tabela A15. Estatísticas descritivas – Homens, 2001, 90º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 5206 2.80 0.57 2.16 6.55 1692 2.70 0.52 2.16 6.84 5206 0.87 0.33 0.00 1.00 1692 0.86 0.35 0.00 1.00 5206 41.53 9.87 18.00 65.00 1692 41.00 9.76 18.00 65.00 5206 1821.89 839.69 324.00 4225.00 1692 1776.31 815.70 324.00 4225.00 5206 13.55 3.22 1.00 16.00 1692 12.17 3.85 1.00 16.00 5206 561.25 191.38 24.00 1040.00 1692 498.83 204.94 24.00 1040.00 5206 0.24 0.42 0.00 1.00 1692 0.04 0.20 0.00 1.00 5206 0.43 0.50 0.00 1.00 1692 0.27 0.44 0.00 1.00 5206 0.33 0.47 0.00 1.00 1692 0.69 0.46 0.00 1.00 5206 0.25 0.43 0.00 1.00 1692 0.18 0.39 0.00 1.00 5206 0.35 0.48 0.00 1.00 1692 0.27 0.45 0.00 1.00 5206 0.05 0.22 0.00 1.00 1692 0.06 0.23 0.00 1.00 5206 0.13 0.34 0.00 1.00 1692 0.13 0.34 0.00 1.00 5206 0.02 0.13 0.00 1.00 1692 0.03 0.17 0.00 1.00 5206 0.04 0.20 0.00 1.00 1692 0.06 0.25 0.00 1.00 5206 0.05 0.21 0.00 1.00 1692 0.07 0.26 0.00 1.00 5206 0.01 0.07 0.00 1.00 1692 0.01 0.10 0.00 1.00 5206 0.00 0.02 0.00 1.00 1692 0.00 0.02 0.00 1.00 5206 0.11 0.31 0.00 1.00 1692 0.18 0.38 0.00 1.00 5206 0.34 0.47 0.00 1.00 1692 0.27 0.45 0.00 1.00 5206 0.47 0.50 0.00 1.00 1692 0.51 0.50 0.00 1.00 5206 0.20 0.40 0.00 1.00 1692 0.22 0.41 0.00 1.00 Tabela A16. Estatísticas descritivas – Mulheres, 2001, 25º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 25º 25º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 4989 -0.35 0.45 -3.59 0.05 8699 -0.42 0.49 -3.72 0.05 4989 0.28 0.45 0.00 1.00 8699 0.31 0.46 0.00 1.00 4989 34.59 12.07 18.00 65.00 8699 33.86 11.54 18.00 65.00 4989 1342.16 917.55 324.00 4225.00 8699 1279.81 869.33 324.00 4225.00 4989 7.31 3.78 1.00 16.00 8699 6.58 3.87 1.00 16.00 4989 234.80 132.25 18.00 944.00 8699 204.71 125.74 18.00 986.00 4989 0.21 0.40 0.00 1.00 8699 0.03 0.18 0.00 1.00 4989 0.31 0.46 0.00 1.00 8699 0.20 0.40 0.00 1.00 4989 0.49 0.50 0.00 1.00 8699 0.76 0.42 0.00 1.00 4989 0.00 0.05 0.00 1.00 8699 0.00 0.05 0.00 1.00 4989 0.03 0.18 0.00 1.00 8699 0.03 0.16 0.00 1.00 4989 0.00 0.06 0.00 1.00 8699 0.00 0.06 0.00 1.00 4989 0.20 0.40 0.00 1.00 8699 0.14 0.35 0.00 1.00 4989 0.02 0.14 0.00 1.00 8699 0.03 0.17 0.00 1.00 4989 0.14 0.34 0.00 1.00 8699 0.10 0.30 0.00 1.00 4989 0.12 0.33 0.00 1.00 8699 0.14 0.35 0.00 1.00 4989 0.05 0.22 0.00 1.00 8699 0.06 0.23 0.00 1.00 4989 0.38 0.48 0.00 1.00 8699 0.45 0.50 0.00 1.00 4989 0.05 0.23 0.00 1.00 8699 0.04 0.21 0.00 1.00 4989 0.26 0.44 0.00 1.00 8699 0.23 0.42 0.00 1.00 4989 0.50 0.50 0.00 1.00 8699 0.54 0.50 0.00 1.00 4989 0.24 0.42 0.00 1.00 8699 0.23 0.42 0.00 1.00 94 Tabela A17. Estatísticas descritivas – Mulheres, 2001, 50º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 50º 50º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 6767 0.33 0.15 0.05 0.56 5945 0.32 0.15 0.05 0.56 6767 0.26 0.44 0.00 1.00 5945 0.30 0.46 0.00 1.00 6767 34.04 11.33 18.00 65.00 5945 34.81 10.95 18.00 65.00 6767 1286.91 849.69 324.00 4225.00 5945 1331.65 829.07 324.00 4225.00 6767 8.76 3.68 1.00 16.00 5945 8.09 3.87 1.00 16.00 6767 280.25 131.59 18.00 1008.00 5945 263.81 135.90 19.00 960.00 6767 0.32 0.47 0.00 1.00 5945 0.07 0.26 0.00 1.00 6767 0.37 0.48 0.00 1.00 5945 0.31 0.46 0.00 1.00 6767 0.30 0.46 0.00 1.00 5945 0.61 0.49 0.00 1.00 6767 0.01 0.10 0.00 1.00 5945 0.01 0.09 0.00 1.00 6767 0.06 0.24 0.00 1.00 5945 0.07 0.26 0.00 1.00 6767 0.01 0.12 0.00 1.00 5945 0.01 0.12 0.00 1.00 6767 0.29 0.46 0.00 1.00 5945 0.23 0.42 0.00 1.00 6767 0.01 0.09 0.00 1.00 5945 0.01 0.10 0.00 1.00 6767 0.16 0.36 0.00 1.00 5945 0.11 0.31 0.00 1.00 6767 0.18 0.38 0.00 1.00 5945 0.21 0.41 0.00 1.00 6767 0.03 0.17 0.00 1.00 5945 0.05 0.21 0.00 1.00 6767 0.19 0.39 0.00 1.00 5945 0.24 0.43 0.00 1.00 6767 0.05 0.23 0.00 1.00 5945 0.06 0.24 0.00 1.00 6767 0.51 0.50 0.00 1.00 5945 0.46 0.50 0.00 1.00 6767 0.34 0.47 0.00 1.00 5945 0.38 0.48 0.00 1.00 6767 0.15 0.36 0.00 1.00 5945 0.16 0.37 0.00 1.00 Tabela A18. Estatísticas descritivas – Mulheres, 2001, 90º quantil Variable Y Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Outras Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 9 Qualif 10 Posição 1 Posição 2 Posição 3 90º 90º Brancos Não Brancos Obs Mean Std. Dev. Min Max Obs Mean Std. Dev. Min Max 3506 2.58 0.51 1.95 5.85 1017 2.52 0.52 1.95 6.14 3506 0.31 0.46 0.00 1.00 1017 0.34 0.47 0.00 1.00 3506 39.76 9.69 18.00 65.00 1017 39.44 9.82 18.00 65.00 3506 1674.48 795.59 324.00 4225.00 1017 1651.89 799.15 324.00 4225.00 3506 14.32 2.74 1.00 16.00 1017 13.24 3.55 1.00 16.00 3506 566.83 173.50 26.00 1040.00 1017 520.23 190.18 19.00 1024.00 3506 0.22 0.41 0.00 1.00 1017 0.05 0.22 0.00 1.00 3506 0.44 0.50 0.00 1.00 1017 0.30 0.46 0.00 1.00 3506 0.34 0.47 0.00 1.00 1017 0.65 0.48 0.00 1.00 3506 0.30 0.46 0.00 1.00 1017 0.22 0.42 0.00 1.00 3506 0.36 0.48 0.00 1.00 1017 0.34 0.47 0.00 1.00 3506 0.06 0.24 0.00 1.00 1017 0.06 0.24 0.00 1.00 3506 0.15 0.36 0.00 1.00 1017 0.16 0.37 0.00 1.00 3506 0.00 0.05 0.00 1.00 1017 0.00 0.06 0.00 1.00 3506 0.02 0.13 0.00 1.00 1017 0.02 0.15 0.00 1.00 3506 0.02 0.14 0.00 1.00 1017 0.04 0.20 0.00 1.00 3506 0.02 0.13 0.00 1.00 1017 0.04 0.21 0.00 1.00 3506 0.01 0.09 0.00 1.00 1017 0.03 0.17 0.00 1.00 3506 0.07 0.25 0.00 1.00 1017 0.07 0.26 0.00 1.00 3506 0.32 0.46 0.00 1.00 1017 0.23 0.42 0.00 1.00 3506 0.51 0.50 0.00 1.00 1017 0.59 0.49 0.00 1.00 3506 0.18 0.38 0.00 1.00 1017 0.18 0.39 0.00 1.00 95 Tabela A19. Número de observações da amostra expandida -----------------------------------------------------------| (1987) ------ 25 ------ quantis e cor ------ 50 ------ ------ 90 ------ Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos ---------+--------------------------------------------------Mulheres | 1838838 1471601 1523286 2053435 246765 1066713 Homens | 3210639 2764006 2364685 3292261 386989 1850980 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------| (1995) quantis e cor ------ 25 ----------- 50 ----------- 90 -----Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos -----------------------------------------------------------Mulheres |2559325 1798468 1880674 2512163 329157 1386992 Homens |4157536 2632933 2969627 3562689 476175 2044537 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------| (2001) quantis e cor ------ 25 ----------- 50 ----------- 90 -----Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos Não-Brancos Brancos -----------------------------------------------------------Mulheres |3294271 2206551 2380943 3211448 383674 1638867 Homens |5011091 2862367 3837785 4188496 640000 2504042 -----------------------------------------------------------Nota: Comando usado para expansão no Stata 7: fweight 96 Tabela A20. Distribuição dos homens ocupados nas categorias ocupacionais - 1987, 1995 e 2001 (%) Total 25º 1987 1995 2001 50º Brancos 90º 25º 50º Não Brancos 90º 25º 50º 90º Qualif 1 0.12 0.47 21.47 0.16 0.53 22.60 0.09 0.39 16.09 Qualif 2 1.89 4.31 35.47 2.47 5.02 36.53 1.39 3.33 30.37 Qualif 3 1.10 2.61 8.47 1.24 2.96 8.37 0.97 2.12 8.92 Qualif 4 12.12 15.02 13.40 14.74 16.91 13.32 9.87 12.39 13.78 Qualif 5 16.72 6.54 4.13 14.73 6.80 3.78 18.43 6.19 5.80 Qualif 6 29.93 37.13 4.75 27.71 34.59 4.11 31.85 40.66 7.81 Qualif 7 18.05 19.69 4.58 19.17 20.07 3.77 17.08 19.16 8.44 Qualif 8 2.64 2.21 0.65 2.66 1.99 0.57 2.62 2.51 1.06 Qualif 9 0.96 0.14 0.00 1.03 0.17 0.00 0.90 0.10 0.00 Qualif 10 16.47 11.87 7.08 16.09 10.96 6.94 16.79 13.14 7.73 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Qualif 1 0.20 0.50 21.31 0.21 0.46 22.43 0.19 0.55 16.48 Qualif 2 2.02 4.25 36.80 2.81 4.91 37.99 1.51 3.45 31.69 Qualif 3 0.91 2.33 6.23 1.05 2.59 5.98 0.83 2.03 7.31 Qualif 4 12.64 14.57 13.62 15.64 16.56 13.42 10.73 12.18 14.48 Qualif 5 20.56 6.74 2.31 18.28 6.61 2.10 22.01 6.89 3.20 Qualif 6 27.65 33.74 5.09 25.82 31.88 4.81 28.80 35.97 6.30 Qualif 7 16.30 21.22 5.27 16.59 21.42 4.65 16.11 20.97 7.97 Qualif 8 3.44 3.24 1.36 3.38 3.01 1.30 3.48 3.51 1.62 Qualif 9 1.66 0.81 0.11 1.74 0.74 0.11 1.60 0.90 0.12 Qualif 10 14.63 12.60 7.89 14.47 11.80 7.21 14.73 13.55 10.83 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Qualif 1 0.12 0.45 22.43 0.16 0.50 23.54 0.10 0.39 18.11 Qualif 2 1.74 4.40 34.08 2.21 5.13 35.60 1.47 3.61 28.14 Qualif 3 0.83 2.05 5.33 0.97 2.23 5.30 0.75 1.86 5.48 Qualif 4 12.48 14.92 13.43 15.78 17.10 13.51 10.60 12.56 13.13 Qualif 5 19.12 5.89 1.99 16.94 5.54 1.66 20.37 6.27 3.30 Qualif 6 30.51 35.02 5.35 29.36 33.26 4.86 31.17 36.95 7.29 Qualif 7 14.92 21.37 5.50 16.07 21.95 4.84 14.26 20.74 8.07 Qualif 8 3.74 2.26 0.66 3.28 1.96 0.60 4.01 2.58 0.87 Qualif 9 1.57 0.78 0.06 1.51 0.57 0.06 1.60 1.01 0.06 Qualif 10 14.97 12.85 11.17 13.73 11.76 10.04 15.67 14.04 15.55 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 97 Tabela A21. Distribuição das mulheres ocupadas nas categorias ocupacionais - 1987, 1995 e 2001 (%) Total 25º 1987 1995 2001 50º Brancos 90º 25º 50º Não Brancos 90º 25º 50º 90º Qualif 1 0.30 0.68 21.66 0.35 0.73 21.52 0.26 0.60 22.22 Qualif 2 2.71 6.92 36.98 3.10 7.32 37.93 2.39 6.38 32.86 Qualif 3 0.28 1.33 8.41 0.37 1.25 7.96 0.20 1.45 10.36 Qualif 4 10.53 21.36 19.90 13.63 24.59 20.24 8.04 16.99 18.46 Qualif 5 4.38 2.70 0.64 3.48 2.50 0.63 5.10 2.97 0.71 Qualif 6 14.27 18.73 1.74 16.35 20.38 1.69 12.60 16.50 1.94 Qualif 7 21.42 25.87 1.68 19.79 23.85 1.24 22.72 28.59 3.57 Qualif 8 2.05 2.14 2.99 2.09 1.85 2.47 2.02 2.53 5.23 Qualif 9 40.91 16.28 0.12 37.81 13.56 0.11 43.40 19.95 0.18 Qualif 10 3.15 3.99 5.88 3.03 3.96 6.21 3.25 4.04 4.47 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Qualif 1 0.40 0.65 23.66 0.55 0.71 24.93 0.29 0.58 18.28 Qualif 2 3.74 7.73 33.57 3.52 6.84 33.83 3.90 8.91 32.51 Qualif 3 0.47 1.74 9.02 0.49 1.84 8.58 0.47 1.61 10.86 Qualif 4 14.22 22.83 18.33 17.60 26.09 18.39 11.84 18.47 18.04 Qualif 5 3.41 1.85 0.41 2.30 1.61 0.33 4.19 2.17 0.73 Qualif 6 11.33 15.47 2.08 13.26 17.76 2.04 9.97 12.40 2.21 Qualif 7 15.89 20.43 2.73 15.13 18.65 2.44 16.42 22.81 3.92 Qualif 8 3.37 3.93 3.51 3.37 3.06 2.83 3.38 5.09 6.42 Qualif 9 43.56 21.01 0.83 40.08 19.04 0.61 46.02 23.63 1.74 Qualif 10 3.61 4.37 5.88 3.70 4.40 6.01 3.54 4.33 5.30 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Qualif 1 0.25 0.85 26.51 0.24 0.91 27.59 0.25 0.77 21.90 Qualif 2 2.62 6.30 36.83 2.94 5.80 37.15 2.40 6.97 35.44 Qualif 3 0.33 1.31 6.06 0.37 1.24 6.11 0.31 1.40 5.82 Qualif 4 16.31 25.68 16.07 19.33 28.85 16.03 14.29 21.41 16.25 Qualif 5 3.36 1.26 0.20 2.55 1.23 0.19 3.91 1.30 0.25 Qualif 6 11.99 13.79 1.91 14.01 15.60 1.76 10.63 11.35 2.58 Qualif 7 12.83 19.21 2.63 11.95 17.58 2.20 13.42 21.41 4.46 Qualif 8 5.09 3.38 2.01 4.55 2.63 1.52 5.45 4.39 4.08 Qualif 9 42.41 22.77 1.25 38.76 20.95 0.77 44.85 25.23 3.31 Qualif 10 4.82 5.45 6.54 5.30 5.22 6.68 4.50 5.77 5.91 Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 98 Tabela A22. Regressões quantílicas – Homens Brancos (1987) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = 28268 .25 Pseudo R2 = 0.2693 .50 Pseudo R2 = 0.3108 .90 Pseudo R2 = 0.3510 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .3121202 .0144937 21.53 0.000 .2837119 .3405285 idade | .0609154 .0032173 18.93 0.000 .0546093 .0672215 idade2 | -.0007513 .0000369 -20.38 0.000 -.0008236 -.000679 educacao | .0599612 .0050106 11.97 0.000 .0501401 .0697823 ie | .0011775 .0001206 9.76 0.000 .0009411 .001414 sul | .117261 .0152258 7.70 0.000 .0874177 .1471042 sudeste | .1847723 .0186725 9.90 0.000 .1481734 .2213712 qualif1 | 1.070479 .0812554 13.17 0.000 .9112141 1.229743 qualif2 | 1.022694 .0637766 16.04 0.000 .8976887 1.147699 qualif3 | .758995 .0510727 14.86 0.000 .65889 .8591 qualif4 | .462608 .0551497 8.39 0.000 .3545118 .5707041 qualif5 | .3228488 .0483445 6.68 0.000 .2280913 .4176062 qualif6 | .5244331 .0492369 10.65 0.000 .4279264 .6209399 qualif7 | .3773596 .051559 7.32 0.000 .2763016 .4784177 qualif8 | .3858787 .0659909 5.85 0.000 .2565334 .5152241 qualif10 | .3573848 .0625276 5.72 0.000 .2348277 .4799419 posicao2 | -.181953 .0152951 -11.90 0.000 -.2119322 -.1519738 posicao3 | .015505 .015034 1.03 0.302 -.0139623 .0449723 _cons | -2.085246 .0848379 -24.58 0.000 -2.251532 -1.91896 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .2960869 .0125668 23.56 0.000 .2714553 .3207185 idade | .0697412 .0038966 17.90 0.000 .0621037 .0773787 idade2 | -.0008277 .0000466 -17.75 0.000 -.000919 -.0007363 educacao | .069338 .0033282 20.83 0.000 .0628145 .0758615 ie | .0011907 .0001142 10.42 0.000 .0009668 .0014146 sul | .0801788 .0150848 5.32 0.000 .0506119 .1097457 sudeste | .1757312 .0146028 12.03 0.000 .1471091 .2043534 qualif1 | 1.13922 .0578765 19.68 0.000 1.025779 1.252661 qualif2 | 1.135504 .0610232 18.61 0.000 1.015896 1.255113 qualif3 | .8419382 .0476783 17.66 0.000 .7484865 .93539 qualif4 | .5709011 .0535481 10.66 0.000 .4659444 .6758579 qualif5 | .4484599 .050501 8.88 0.000 .3494756 .5474442 qualif6 | .5866922 .0499438 11.75 0.000 .4887999 .6845845 qualif7 | .4935266 .0501564 9.84 0.000 .3952176 .5918355 qualif8 | .4541924 .0605968 7.50 0.000 .3354198 .5729649 qualif10 | .5031307 .0539481 9.33 0.000 .3973898 .6088716 posicao2 | -.1237759 .014409 -8.59 0.000 -.1520183 -.0955336 posicao3 | .1244859 .0153949 8.09 0.000 .0943111 .1546607 _cons | -2.014592 .0857947 -23.48 0.000 -2.182754 -1.84643 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .2636451 .0283571 9.30 0.000 .2080639 .3192264 idade | .0798461 .005743 13.90 0.000 .0685895 .0911028 idade2 | -.0008676 .0000755 -11.49 0.000 -.0010156 -.0007195 educacao | .0766257 .0029047 26.38 0.000 .0709323 .0823191 ie | .0011104 .000087 12.76 0.000 .0009398 .0012809 sul | -.026372 .0250255 -1.05 0.292 -.0754232 .0226791 sudeste | .080896 .0157219 5.15 0.000 .0500804 .1117115 qualif1 | 1.238912 .1225795 10.11 0.000 .9986503 1.479174 qualif2 | 1.482888 .1315927 11.27 0.000 1.22496 1.740816 qualif3 | 1.045099 .1229592 8.50 0.000 .8040932 1.286105 qualif4 | .8050566 .1287927 6.25 0.000 .5526169 1.057496 qualif5 | .6970184 .1359259 5.13 0.000 .4305971 .9634397 qualif6 | .6877315 .1263627 5.44 0.000 .4400546 .9354084 qualif7 | .6519442 .1261953 5.17 0.000 .4045953 .899293 qualif8 | .6218817 .1128933 5.51 0.000 .4006054 .843158 (Continua) 99 qualif10 | .7163423 .1284721 5.58 0.000 .464531 .9681537 posicao2 | -.0234568 .009968 -2.35 0.019 -.0429945 -.003919 posicao3 | .3123723 .0211166 14.79 0.000 .2709827 .3537618 _cons | -1.636342 .1306328 -12.53 0.000 -1.892388 -1.380295 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A23. Regressões quantílicas – Homens Não-Brancos (1987) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = 22069 .25 Pseudo R2 = 0.1918 .50 Pseudo R2 = 0.2290 .90 Pseudo R2 = 0.2844 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .2176608 .0136414 15.96 0.000 .1909227 .2443989 idade | .045585 .0028718 15.87 0.000 .0399561 .0512139 idade2 | -.0006004 .000037 -16.21 0.000 -.000673 -.0005278 educacao | .0118615 .0053875 2.20 0.028 .0013015 .0224214 ie | .0021454 .0001471 14.59 0.000 .0018571 .0024337 sul | .0388331 .0179678 2.16 0.031 .003615 .0740512 sudeste | .0699265 .018251 3.83 0.000 .0341532 .1056998 qualif1 | 1.176786 .099901 11.78 0.000 .9809734 1.372599 qualif2 | 1.023152 .1093582 9.36 0.000 .8088015 1.237502 qualif3 | .755674 .1046653 7.22 0.000 .5505225 .9608254 qualif4 | .5175562 .0997359 5.19 0.000 .3220666 .7130457 qualif5 | .3162129 .0977454 3.24 0.001 .124625 .5078009 qualif6 | .5659339 .0962919 5.88 0.000 .3771949 .7546729 qualif7 | .4788069 .0971164 4.93 0.000 .2884518 .6691621 qualif8 | .3897666 .1166115 3.34 0.001 .1611998 .6183335 qualif10 | .4411011 .096514 4.57 0.000 .2519267 .6302755 posicao2 | -.1856779 .0156566 -11.86 0.000 -.2163659 -.1549899 posicao3 | .0532404 .0139012 3.83 0.000 .025993 .0804877 _cons | -1.731601 .0903436 -19.17 0.000 -1.908681 -1.554521 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .2313765 .0095719 24.17 0.000 .2126149 .250138 idade | .057781 .0036367 15.89 0.000 .0506527 .0649092 idade2 | -.0007203 .0000429 -16.78 0.000 -.0008045 -.0006362 educacao | .0314386 .0048533 6.48 0.000 .0219259 .0409513 ie | .0019997 .0001549 12.91 0.000 .0016962 .0023033 sul | .0435828 .023319 1.87 0.062 -.0021241 .0892897 sudeste | .0765406 .0155623 4.92 0.000 .0460374 .1070438 qualif1 | 1.096962 .0802136 13.68 0.000 .939738 1.254187 qualif2 | 1.022313 .0809154 12.63 0.000 .8637127 1.180913 qualif3 | .6758151 .0915835 7.38 0.000 .4963048 .8553253 qualif4 | .4349438 .077364 5.62 0.000 .2833049 .5865827 qualif5 | .2173149 .0670412 3.24 0.001 .0859093 .3487204 qualif6 | .4435826 .070474 6.29 0.000 .3054485 .5817167 qualif7 | .3606666 .0719846 5.01 0.000 .2195716 .5017617 qualif8 | .2795969 .0990212 2.82 0.005 .0855083 .4736855 qualif10 | .3539159 .0761703 4.65 0.000 .2046167 .5032152 posicao2 | -.1538101 .017373 -8.85 0.000 -.1878625 -.1197578 posicao3 | .1508207 .0189596 7.95 0.000 .1136587 .1879828 _cons | -1.580819 .0924498 -17.10 0.000 -1.762027 -1.39961 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .2619654 .0179848 14.57 0.000 .2267138 .2972169 idade | .0635871 .0067169 9.47 0.000 .0504216 .0767527 idade2 | -.0007108 .0000789 -9.01 0.000 -.0008654 -.0005562 educacao | .0537195 .0095298 5.64 0.000 .0350404 .0723987 ie | .0016489 .0002651 6.22 0.000 .0011293 .0021685 sul | -.0412448 .0304382 -1.36 0.175 -.1009059 .0184163 sudeste | .0295218 .019535 1.51 0.131 -.0087682 .0678118 qualif1 | 1.464019 .1027415 14.25 0.000 1.262638 1.6654 qualif2 | 1.620451 .102004 15.89 0.000 1.420516 1.820386 (Continua) 100 qualif3 | 1.017075 .1076696 9.45 0.000 .8060348 1.228115 qualif4 | .8526802 .1018684 8.37 0.000 .6530109 1.05235 qualif5 | .656142 .0964601 6.80 0.000 .4670733 .8452108 qualif6 | .7173003 .100333 7.15 0.000 .5206404 .9139602 qualif7 | .7261758 .1043377 6.96 0.000 .5216665 .9306851 qualif8 | .7615416 .1420629 5.36 0.000 .4830881 1.039995 qualif10 | .759552 .1114528 6.82 0.000 .5410965 .9780075 posicao2 | -.0491552 .0203366 -2.42 0.016 -.0890164 -.0092939 posicao3 | .2870325 .0348177 8.24 0.000 .2187873 .3552777 _cons | -1.386203 .1370184 -10.12 0.000 -1.654769 -1.117637 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A24. Regressões quantílicas – Homens Brancos (1995) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = 32345 .25 Pseudo R2 = 0.2545 .50 Pseudo R2 = 0.2947 .90 Pseudo R2 = 0.3309 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .2439753 .0110501 22.08 0.000 .2223168 .2656339 idade | .0501142 .0037662 13.31 0.000 .0427323 .0574961 idade2 | -.0006058 .0000453 -13.38 0.000 -.0006945 -.0005171 educacao | .0497887 .0039632 12.56 0.000 .0420208 .0575567 ie | .0012093 .0001097 11.02 0.000 .0009943 .0014243 sul | .2064583 .0123576 16.71 0.000 .1822369 .2306798 sudeste | .2577229 .014424 17.87 0.000 .2294514 .2859944 qualif1 | 1.1781 .0483682 24.36 0.000 1.083296 1.272903 qualif2 | .9131778 .0483084 18.90 0.000 .8184916 1.007864 qualif3 | .7013145 .0422511 16.60 0.000 .6185008 .7841281 qualif4 | .3687605 .0395423 9.33 0.000 .2912561 .446265 qualif5 | .0893922 .0425211 2.10 0.036 .0060492 .1727352 qualif6 | .4470345 .0411606 10.86 0.000 .3663583 .5277107 qualif7 | .3881852 .0450117 8.62 0.000 .2999606 .4764097 qualif8 | .3390339 .057905 5.86 0.000 .2255381 .4525298 qualif10 | .3854794 .0453762 8.50 0.000 .2965404 .4744184 posicao2 | -.1199139 .0119401 -10.04 0.000 -.1433169 -.0965108 posicao3 | -.043101 .0142994 -3.01 0.003 -.0711284 -.0150737 _cons | -1.805642 .0884729 -20.41 0.000 -1.979052 -1.632231 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .2258816 .0119291 18.94 0.000 .2025 .2492632 idade | .0531038 .0023443 22.65 0.000 .0485089 .0576987 idade2 | -.0006162 .0000275 -22.42 0.000 -.00067 -.0005623 educacao | .0569489 .003954 14.40 0.000 .0491989 .0646989 ie | .0013156 .0001113 11.82 0.000 .0010975 .0015338 sul | .1707879 .0118502 14.41 0.000 .1475611 .1940148 sudeste | .242577 .0136555 17.76 0.000 .2158117 .2693422 qualif1 | 1.117529 .0918083 12.17 0.000 .9375815 1.297477 qualif2 | .9616888 .0879589 10.93 0.000 .789286 1.134092 qualif3 | .7241922 .0795967 9.10 0.000 .5681796 .8802048 qualif4 | .3936068 .0740445 5.32 0.000 .2484768 .5387367 qualif5 | .1150177 .0934762 1.23 0.219 -.0681992 .2982346 qualif6 | .4303197 .0813516 5.29 0.000 .2708674 .5897719 qualif7 | .3831004 .0766487 5.00 0.000 .2328662 .5333347 qualif8 | .3704899 .0946312 3.92 0.000 .1850092 .5559706 qualif10 | .3866303 .0795915 4.86 0.000 .2306281 .5426326 posicao2 | -.0441911 .0132293 -3.34 0.001 -.0701211 -.0182611 posicao3 | .0702156 .0110152 6.37 0.000 .0486254 .0918058 _cons | -1.569364 .0856472 -18.32 0.000 -1.737236 -1.401492 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .2046074 .0207754 9.85 0.000 .1638869 .245328 idade | .0613258 .0047389 12.94 0.000 .0520375 .0706142 idade2 | -.0006246 .0000545 -11.46 0.000 -.0007314 -.0005178 (Continua) 101 educacao | .0747002 .0046364 16.11 0.000 .0656126 .0837878 ie | .0010592 .0001117 9.48 0.000 .0008403 .0012781 sul | .0660366 .0176827 3.73 0.000 .0313779 .1006953 sudeste | .1502887 .0195899 7.67 0.000 .1118917 .1886857 qualif1 | .935167 .1077928 8.68 0.000 .7238892 1.146445 qualif2 | 1.026718 .0973796 10.54 0.000 .8358499 1.217585 qualif3 | .6228575 .1012881 6.15 0.000 .424329 .8213861 qualif4 | .4222012 .0931656 4.53 0.000 .2395931 .6048093 qualif5 | .1455396 .1171809 1.24 0.214 -.0841393 .3752186 qualif6 | .294105 .0902167 3.26 0.001 .1172768 .4709331 qualif7 | .2969875 .0915538 3.24 0.001 .1175386 .4764364 qualif8 | .3592599 .1117131 3.22 0.001 .140298 .5782217 qualif10 | .3728884 .0926953 4.02 0.000 .1912021 .5545747 posicao2 | .0998919 .0175334 5.70 0.000 .0655259 .134258 posicao3 | .3065006 .0161325 19.00 0.000 .2748802 .3381209 _cons | -.9872252 .1122746 -8.79 0.000 -1.207288 -.7671628 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A25. Regressões quantílicas – Homens Não-Brancos (1995) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 27260 0.1991 0.2304 0.2904 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .1916668 .0123515 15.52 0.000 .1674571 .2158764 idade | .0345382 .0028787 12.00 0.000 .0288957 .0401806 idade2 | -.0004732 .0000358 -13.20 0.000 -.0005434 -.0004029 educacao | .0042759 .0045438 0.94 0.347 -.0046301 .013182 ie | .0020204 .0001243 16.26 0.000 .0017768 .002264 sul | .2324711 .0140007 16.60 0.000 .2050289 .2599133 sudeste | .2189086 .0086051 25.44 0.000 .2020423 .235775 qualif1 | 1.07 .0565278 18.93 0.000 .9592022 1.180797 qualif2 | .8887909 .0358606 24.78 0.000 .8185023 .9590795 qualif3 | .6395022 .0290045 22.05 0.000 .5826519 .6963525 qualif4 | .32126 .0300135 10.70 0.000 .2624319 .380088 qualif5 | .0685503 .0316938 2.16 0.031 .0064289 .1306718 qualif6 | .394003 .029102 13.54 0.000 .3369615 .4510445 qualif7 | .322874 .0288738 11.18 0.000 .26628 .3794681 qualif8 | .2622465 .0379493 6.91 0.000 .187864 .336629 qualif10 | .3133623 .0260519 12.03 0.000 .2622992 .3644255 posicao2 | -.1192996 .0130142 -9.17 0.000 -.144808 -.0937911 posicao3 | -.0581678 .0170842 -3.40 0.001 -.0916537 -.024682 _cons | -1.363501 .070868 -19.24 0.000 -1.502406 -1.224596 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .2028852 .0103111 19.68 0.000 .182675 .2230954 idade | .0464784 .0030102 15.44 0.000 .0405781 .0523786 idade2 | -.000598 .0000379 -15.78 0.000 -.0006723 -.0005237 educacao | .0203001 .0045916 4.42 0.000 .0113005 .0292998 ie | .0019948 .0001247 15.99 0.000 .0017504 .0022393 sul | .2255619 .0180694 12.48 0.000 .190145 .2609788 sudeste | .2423137 .011339 21.37 0.000 .2200887 .2645387 qualif1 | 1.162114 .0573465 20.26 0.000 1.049712 1.274516 qualif2 | 1.026749 .0468087 21.94 0.000 .9350014 1.118496 qualif3 | .7171662 .0416672 17.21 0.000 .6354963 .798836 qualif4 | .4011452 .0493893 8.12 0.000 .3043397 .4979507 qualif5 | .1312915 .0435711 3.01 0.003 .0458899 .2166932 qualif6 | .4284299 .0432221 9.91 0.000 .3437123 .5131474 qualif7 | .4066278 .0453667 8.96 0.000 .3177067 .4955488 qualif8 | .3482589 .0600981 5.79 0.000 .2304635 .4660543 qualif10 | .3695628 .0448752 8.24 0.000 .2816051 .4575205 (Continua) 102 posicao2 | -.0614811 .0103839 -5.92 0.000 -.081834 -.0411281 posicao3 | .0841392 .0164162 5.13 0.000 .0519626 .1163159 _cons | -1.430836 .0655657 -21.82 0.000 -1.559349 -1.302324 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .2179497 .018148 12.01 0.000 .1823787 .2535208 idade | .0613976 .0049427 12.42 0.000 .0517096 .0710856 idade2 | -.0006914 .0000616 -11.22 0.000 -.0008121 -.0005706 educacao | .0455726 .0062028 7.35 0.000 .0334148 .0577305 ie | .0016864 .0001908 8.84 0.000 .0013123 .0020604 sul | .1443112 .0256913 5.62 0.000 .0939549 .1946675 sudeste | .1923892 .0188927 10.18 0.000 .1553586 .2294198 qualif1 | 1.319633 .1056506 12.49 0.000 1.112553 1.526714 qualif2 | 1.336784 .0742604 18.00 0.000 1.19123 1.482338 qualif3 | .8835183 .1036916 8.52 0.000 .6802775 1.086759 qualif4 | .5399073 .0772269 6.99 0.000 .3885385 .691276 qualif5 | .2508013 .0742343 3.38 0.001 .1052983 .3963044 qualif6 | .4236534 .0720655 5.88 0.000 .2824015 .5649054 qualif7 | .5034824 .0833831 6.04 0.000 .3400473 .6669176 qualif8 | .4768021 .080149 5.95 0.000 .3197059 .6338982 qualif10 | .5433494 .06812 7.98 0.000 .4098307 .6768682 posicao2 | .0723849 .0182964 3.96 0.000 .0365232 .1082467 posicao3 | .2898233 .0204816 14.15 0.000 .2496783 .3299683 _cons | -1.229018 .1080845 -11.37 0.000 -1.440869 -1.017167 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A26. Regressões quantílicas – Homens Brancos (2001) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 36486 0.2429 0.2851 0.3408 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .1895658 .0102634 18.47 0.000 .1694491 .2096824 idade | .0413173 .0028683 14.40 0.000 .0356953 .0469393 idade2 | -.0004978 .0000355 -14.02 0.000 -.0005673 -.0004282 educacao | .0307216 .0036874 8.33 0.000 .0234941 .037949 ie | .0012925 .0000883 14.64 0.000 .0011194 .0014655 sul | .2249642 .008188 27.47 0.000 .2089156 .2410129 sudeste | .2657301 .007649 34.74 0.000 .2507378 .2807223 qualif1 | 1.228235 .05435 22.60 0.000 1.121707 1.334762 qualif2 | .8177048 .0504486 16.21 0.000 .718824 .9165855 qualif3 | .5486439 .0576061 9.52 0.000 .4357342 .6615535 qualif4 | .2948974 .0520132 5.67 0.000 .19295 .3968447 qualif5 | -.0410334 .0575724 -0.71 0.476 -.1538769 .0718101 qualif6 | .3183139 .0486635 6.54 0.000 .2229321 .4136957 qualif7 | .308182 .0501824 6.14 0.000 .2098231 .4065409 qualif8 | .1490902 .079263 1.88 0.060 -.0062676 .3044479 qualif10 | .3625207 .0512522 7.07 0.000 .2620649 .4629764 posicao2 | -.1270599 .0070632 -17.99 0.000 -.1409039 -.1132158 posicao3 | -.1479639 .0107258 -13.80 0.000 -.1689868 -.1269409 _cons | -1.522501 .0855466 -17.80 0.000 -1.690174 -1.354827 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .1901891 .0149718 12.70 0.000 .160844 .2195342 idade | .0470745 .0029369 16.03 0.000 .041318 .0528309 idade2 | -.0005444 .0000361 -15.08 0.000 -.0006152 -.0004737 educacao | .0363633 .0035243 10.32 0.000 .0294555 .0432711 ie | .001513 .0000701 21.58 0.000 .0013756 .0016505 sul | .1613007 .0103324 15.61 0.000 .1410488 .1815526 sudeste | .2302503 .0079356 29.01 0.000 .2146962 .2458043 qualif1 | 1.169506 .0389273 30.04 0.000 1.093208 1.245805 (Continua) 103 qualif2 | .864447 .0285506 30.28 0.000 .8084871 .920407 qualif3 | .5880692 .0435244 13.51 0.000 .5027601 .6733784 qualif4 | .3265916 .0379153 8.61 0.000 .2522765 .4009068 qualif5 | .0239495 .0376445 0.64 0.525 -.0498348 .0977338 qualif6 | .2836207 .0317346 8.94 0.000 .22142 .3458215 qualif7 | .2900096 .0318908 9.09 0.000 .2275027 .3525165 qualif8 | .1649083 .0591047 2.79 0.005 .0490614 .2807552 qualif10 | .4053168 .0315466 12.85 0.000 .3434846 .467149 posicao2 | -.0482653 .0114952 -4.20 0.000 -.0707962 -.0257344 posicao3 | -.0085604 .0089876 -0.95 0.341 -.0261764 .0090557 _cons | -1.39321 .0683897 -20.37 0.000 -1.527256 -1.259164 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .2199402 .0191884 11.46 0.000 .1823303 .25755 idade | .0599773 .0050953 11.77 0.000 .0499904 .0699641 idade2 | -.000634 .0000567 -11.18 0.000 -.0007451 -.0005229 educacao | .0585211 .0050303 11.63 0.000 .0486615 .0683807 ie | .0013193 .0001295 10.19 0.000 .0010656 .0015731 sul | .0261944 .019301 1.36 0.175 -.0116361 .0640248 sudeste | .1133128 .019513 5.81 0.000 .0750666 .1515589 qualif1 | 1.147759 .0951082 12.07 0.000 .9613441 1.334174 qualif2 | 1.044273 .082066 12.72 0.000 .8834217 1.205125 qualif3 | .661827 .0754536 8.77 0.000 .5139358 .8097182 qualif4 | .4025126 .0699182 5.76 0.000 .2654709 .5395544 qualif5 | .1612689 .1062622 1.52 0.129 -.0470081 .369546 qualif6 | .1909556 .0732294 2.61 0.009 .0474238 .3344874 qualif7 | .2355267 .0708648 3.32 0.001 .0966296 .3744238 qualif8 | .2463603 .0763248 3.23 0.001 .0967614 .3959592 qualif10 | .4669799 .0733782 6.36 0.000 .3231565 .6108033 posicao2 | .1087613 .0127552 8.53 0.000 .0837607 .1337619 posicao3 | .2594772 .0152722 16.99 0.000 .2295432 .2894111 _cons | -1.055071 .1318563 -8.00 0.000 -1.313513 -.7966284 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A27. Regressões quantílicas – Homens Não Brancos (2001) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 34714 0.1745 0.2090 0.2805 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .1184908 .0103582 11.44 0.000 .0981884 .1387933 idade | .0336808 .002633 12.79 0.000 .02852 .0388416 idade2 | -.0004258 .0000312 -13.67 0.000 -.0004868 -.0003647 educacao | .002494 .0036178 0.69 0.491 -.004597 .0095851 ie | .0016112 .000099 16.27 0.000 .0014171 .0018053 sul | .1910823 .0178471 10.71 0.000 .1561014 .2260632 sudeste | .1849805 .0069526 26.61 0.000 .1713531 .1986079 qualif1 | 1.143144 .0773352 14.78 0.000 .9915642 1.294723 qualif2 | .6967879 .0456742 15.26 0.000 .6072649 .7863108 qualif3 | .4507008 .061875 7.28 0.000 .3294239 .5719778 qualif4 | .2320539 .0528188 4.39 0.000 .1285272 .3355805 qualif5 | -.075559 .0467026 -1.62 0.106 -.1670976 .0159796 qualif6 | .2581196 .0495931 5.20 0.000 .1609155 .3553236 qualif7 | .2637759 .0476467 5.54 0.000 .1703868 .3571649 qualif8 | .0568097 .0599047 0.95 0.343 -.0606053 .1742248 qualif10 | .2445546 .0527973 4.63 0.000 .1410702 .348039 posicao2 | -.1641236 .0080212 -20.46 0.000 -.1798454 -.1484017 posicao3 | -.2352868 .013815 -17.03 0.000 -.2623646 -.2082089 _cons | -1.164136 .0847484 -13.74 0.000 -1.330245 -.9980263 (Continua) 104 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .1412041 .0124951 11.30 0.000 .1167134 .1656949 idade | .0368121 .002376 15.49 0.000 .0321552 .0414691 idade2 | -.0004436 .0000282 -15.75 0.000 -.0004988 -.0003884 educacao | .0055881 .0028511 1.96 0.050 -2.27e-07 .0111764 ie | .0019144 .0000848 22.56 0.000 .0017481 .0020806 sul | .1660232 .0176389 9.41 0.000 .1314504 .200596 sudeste | .1842657 .0090158 20.44 0.000 .1665945 .2019369 qualif1 | 1.130303 .0495439 22.81 0.000 1.033195 1.227411 qualif2 | .7645588 .0421605 18.13 0.000 .6819228 .8471947 qualif3 | .5037485 .0475688 10.59 0.000 .4105121 .5969849 qualif4 | .2085038 .0492672 4.23 0.000 .1119385 .3050692 qualif5 | -.0688501 .0489265 -1.41 0.159 -.1647477 .0270475 qualif6 | .2098807 .0431799 4.86 0.000 .1252468 .2945146 qualif7 | .2456057 .0468083 5.25 0.000 .1538598 .3373515 qualif8 | .0915024 .0548866 1.67 0.096 -.0160772 .199082 qualif10 | .2522122 .0464165 5.43 0.000 .1612344 .34319 posicao2 | -.0872916 .0079193 -11.02 0.000 -.1028136 -.0717696 posicao3 | -.0800099 .0146527 -5.46 0.000 -.1087297 -.0512901 _cons | -1.023437 .0709275 -14.43 0.000 -1.162457 -.8844171 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .1539691 .0189616 8.12 0.000 .1168037 .1911344 idade | .0580623 .0048072 12.08 0.000 .0486401 .0674845 idade2 | -.0006308 .000061 -10.33 0.000 -.0007504 -.0005111 educacao | .0302346 .0045571 6.63 0.000 .0213026 .0391666 ie | .0017989 .0001517 11.86 0.000 .0015016 .0020962 sul | .0240849 .0237361 1.01 0.310 -.0224386 .0706084 sudeste | .1255638 .0160807 7.81 0.000 .094045 .1570826 qualif1 | 1.282222 .0929745 13.79 0.000 1.099989 1.464455 qualif2 | 1.068881 .0738166 14.48 0.000 .9241987 1.213564 qualif3 | .7121789 .0865655 8.23 0.000 .5425077 .8818501 qualif4 | .4322047 .066459 6.50 0.000 .301943 .5624664 qualif5 | .1187983 .0622411 1.91 0.056 -.0031963 .240793 qualif6 | .2653709 .0646289 4.11 0.000 .1386961 .3920457 qualif7 | .3454585 .0681503 5.07 0.000 .2118817 .4790352 qualif8 | .2470554 .0719426 3.43 0.001 .1060456 .3880653 qualif10 | .5550911 .0775352 7.16 0.000 .4031197 .7070626 posicao2 | .0381827 .0148434 2.57 0.010 .0090892 .0672762 posicao3 | .1365336 .0155407 8.79 0.000 .1060733 .1669939 _cons | -1.064581 .1023495 -10.40 0.000 -1.265189 -.8639727 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A28. Regressões quantílicas – Mulheres Brancas (1987) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 16991 0.2954 0.3342 0.3373 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .0253591 .0135759 1.87 0.062 -.0012511 .0519692 idade | .0668898 .004142 16.15 0.000 .058771 .0750087 idade2 | -.0008216 .0000524 -15.68 0.000 -.0009244 -.0007189 educacao | .0603822 .0059593 10.13 0.000 .0487013 .0720631 ie | .0011558 .0001357 8.52 0.000 .0008899 .0014217 sul | .2245745 .0203705 11.02 0.000 .1846462 .2645028 sudeste | .244958 .0210633 11.63 0.000 .2036717 .2862442 qualif1 | 1.062455 .0528012 20.12 0.000 .9589592 1.165951 qualif2 | .7480378 .0289444 25.84 0.000 .6913038 .8047717 qualif3 | .8003987 .0401647 19.93 0.000 .7216716 .8791257 qualif4 | .4311295 .0246073 17.52 0.000 .3828966 .4793623 qualif5 | .3819496 .0363647 10.50 0.000 .310671 .4532282 (Continua) 105 qualif6 | .3501787 .0303541 11.54 0.000 .2906816 .4096758 qualif7 | .2832248 .0344622 8.22 0.000 .2156754 .3507742 qualif8 | .6129641 .0783298 7.83 0.000 .4594296 .7664986 qualif10 | .5405495 .0505018 10.70 0.000 .4415607 .6395382 posicao2 | -.1866568 .0166941 -11.18 0.000 -.219379 -.1539345 posicao3 | -.1093188 .0256198 -4.27 0.000 -.1595362 -.0591014 _cons | -2.35049 .0854158 -27.52 0.000 -2.517914 -2.183066 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .0339835 .0198179 1.71 0.086 -.0048617 .0728287 idade | .0674642 .0041528 16.25 0.000 .0593242 .0756041 idade2 | -.0008071 .000059 -13.69 0.000 -.0009227 -.0006916 educacao | .0604876 .0064874 9.32 0.000 .0477715 .0732036 ie | .0012093 .0001472 8.22 0.000 .0009208 .0014978 sul | .1440086 .0166366 8.66 0.000 .1113991 .1766181 sudeste | .2117872 .0168492 12.57 0.000 .1787609 .2448135 qualif1 | 1.098451 .0428197 25.65 0.000 1.01452 1.182382 qualif2 | .7982773 .0316549 25.22 0.000 .7362303 .8603242 qualif3 | .8702882 .0409911 21.23 0.000 .7899414 .9506349 qualif4 | .4761326 .0266623 17.86 0.000 .4238717 .5283934 qualif5 | .3140165 .0480296 6.54 0.000 .2198735 .4081596 qualif6 | .3105015 .0329972 9.41 0.000 .2458235 .3751795 qualif7 | .2232863 .0258781 8.63 0.000 .1725625 .2740101 qualif8 | .6967085 .0650804 10.71 0.000 .5691442 .8242727 qualif10 | .6126429 .0339327 18.05 0.000 .5461313 .6791545 posicao2 | -.1406838 .02435 -5.78 0.000 -.1884122 -.0929554 posicao3 | .0730882 .0247478 2.95 0.003 .0245799 .1215965 _cons | -1.993372 .076343 -26.11 0.000 -2.143012 -1.843732 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .0381804 .0226378 1.69 0.092 -.0061921 .0825529 idade | .0633889 .0056312 11.26 0.000 .0523512 .0744267 idade2 | -.0006963 .0000711 -9.79 0.000 -.0008357 -.000557 educacao | .0508171 .0081884 6.21 0.000 .0347671 .0668672 ie | .0015388 .0002164 7.11 0.000 .0011146 .0019629 sul | .0044233 .0314567 0.14 0.888 -.0572351 .0660818 sudeste | .1133989 .0267163 4.24 0.000 .0610322 .1657656 qualif1 | 1.179781 .0583963 20.20 0.000 1.065318 1.294243 qualif2 | .9152109 .0622054 14.71 0.000 .793282 1.03714 qualif3 | 1.094851 .0607464 18.02 0.000 .9757817 1.21392 qualif4 | .6562578 .039374 16.67 0.000 .5790806 .733435 qualif5 | .3363423 .0640459 5.25 0.000 .2108057 .4618789 qualif6 | .270407 .0338743 7.98 0.000 .2040098 .3368042 qualif7 | .2224588 .037511 5.93 0.000 .1489333 .2959842 qualif8 | .8324514 .0876859 9.49 0.000 .660578 1.004325 qualif10 | .7701845 .064768 11.89 0.000 .6432326 .8971364 posicao2 | -.0170925 .0304586 -0.56 0.575 -.0767945 .0426095 posicao3 | .3584104 .033504 10.70 0.000 .292739 .4240817 _cons | -1.247035 .1101512 -11.32 0.000 -1.462942 -1.031127 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A29. Regressões quantílicas – Mulheres Não-Brancas (1987) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 13181 0.2586 0.2744 0.3392 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .0238574 .0172775 1.38 0.167 -.0100091 .0577239 idade | .0528414 .0042997 12.29 0.000 .0444134 .0612694 idade2 | -.0006558 .0000554 -11.83 0.000 -.0007644 -.0005471 educacao | .0313159 .0087499 3.58 0.000 .0141648 .048467 ie | .0015131 .0002701 5.60 0.000 .0009836 .0020426 (Continua) 106 sul | .2600909 .0288726 9.01 0.000 .2034965 .3166854 sudeste | .1828621 .011328 16.14 0.000 .1606577 .2050666 qualif1 | 1.252913 .0918563 13.64 0.000 1.072861 1.432965 qualif2 | .7665585 .0449331 17.06 0.000 .6784831 .8546339 qualif3 | .9137611 .0563913 16.20 0.000 .8032259 1.024296 qualif4 | .4848869 .0293063 16.55 0.000 .4274423 .5423316 qualif5 | .343406 .0428291 8.02 0.000 .2594549 .4273572 qualif6 | .334757 .0275858 12.14 0.000 .2806849 .388829 qualif7 | .3468219 .0279683 12.40 0.000 .2920001 .4016438 qualif8 | .8184461 .0985931 8.30 0.000 .6251895 1.011703 qualif10 | .5797392 .0501874 11.55 0.000 .4813647 .6781137 posicao2 | -.2880444 .0184913 -15.58 0.000 -.32429 -.2517988 posicao3 | -.306232 .0366179 -8.36 0.000 -.3780083 -.2344557 _cons | -2.032572 .080696 -25.19 0.000 -2.190748 -1.874397 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .0189699 .0194665 0.97 0.330 -.0191874 .0571271 idade | .0563822 .0035042 16.09 0.000 .0495135 .0632509 idade2 | -.0006897 .0000431 -15.99 0.000 -.0007743 -.0006052 educacao | .0311512 .0076938 4.05 0.000 .0160703 .0462321 ie | .0015878 .0001757 9.04 0.000 .0012434 .0019322 sul | .1868142 .0241753 7.73 0.000 .1394271 .2342014 sudeste | .1645493 .0093878 17.53 0.000 .1461479 .1829507 qualif1 | 1.345558 .0666522 20.19 0.000 1.21491 1.476206 qualif2 | .8252954 .0386672 21.34 0.000 .7495021 .9010888 qualif3 | .9562155 .0654866 14.60 0.000 .8278523 1.084579 qualif4 | .5192057 .0283639 18.31 0.000 .4636084 .574803 qualif5 | .259749 .0380718 6.82 0.000 .1851229 .3343751 qualif6 | .257378 .0221886 11.60 0.000 .2138851 .3008709 qualif7 | .2899772 .0216726 13.38 0.000 .2474958 .3324586 qualif8 | .74744 .0576508 12.96 0.000 .6344361 .860444 qualif10 | .6015771 .04559 13.20 0.000 .5122141 .69094 posicao2 | -.1881086 .0171211 -10.99 0.000 -.2216685 -.1545487 posicao3 | .0135903 .0231604 0.59 0.557 -.0318073 .0589879 _cons | -1.751159 .0797282 -21.96 0.000 -1.907438 -1.594881 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | -.0007632 .033141 -0.02 0.982 -.0657243 .0641979 idade | .0525029 .0076662 6.85 0.000 .037476 .0675297 idade2 | -.0005949 .0000948 -6.28 0.000 -.0007806 -.0004091 educacao | .034046 .0082026 4.15 0.000 .0179678 .0501242 ie | .0016585 .0002619 6.33 0.000 .0011452 .0021718 sul | .0642902 .0338441 1.90 0.058 -.0020492 .1306296 sudeste | .128623 .0267587 4.81 0.000 .0761721 .1810738 qualif1 | 1.474483 .0796839 18.50 0.000 1.318291 1.630675 qualif2 | .9877512 .0533255 18.52 0.000 .8832255 1.092277 qualif3 | 1.164324 .0617047 18.87 0.000 1.043374 1.285274 qualif4 | .7000353 .053221 13.15 0.000 .5957144 .8043561 qualif5 | .3480888 .0667035 5.22 0.000 .2173403 .4788373 qualif6 | .2635104 .0373103 7.06 0.000 .1903767 .336644 qualif7 | .3051587 .0344874 8.85 0.000 .2375585 .372759 qualif8 | .8801793 .0932133 9.44 0.000 .6974678 1.062891 qualif10 | .7313993 .0570379 12.82 0.000 .6195968 .8432019 posicao2 | -.0903582 .0265082 -3.41 0.001 -.1423181 -.0383983 posicao3 | .3169941 .0340945 9.30 0.000 .2501639 .3838243 _cons | -1.079768 .1488059 -7.26 0.000 -1.371449 -.788087 ------------------------------------------------------------------------------ 107 Tabela A30. Regressões quantílicas – Mulheres Brancas (1995) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 22469 0.2574 0.2913 0.3067 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .0241986 .0166161 1.46 0.145 -.0083701 .0567674 idade | .0437895 .0033258 13.17 0.000 .0372707 .0503083 idade2 | -.0004624 .0000391 -11.83 0.000 -.0005389 -.0003858 educacao | .0585765 .0046282 12.66 0.000 .0495048 .0676481 ie | .0005518 .0001171 4.71 0.000 .0003224 .0007813 sul | .2925712 .0109303 26.77 0.000 .271147 .3139954 sudeste | .2872948 .010514 27.32 0.000 .2666865 .307903 qualif1 | 1.144142 .0301689 37.92 0.000 1.085009 1.203275 qualif2 | .6865411 .0218211 31.46 0.000 .6437702 .729312 qualif3 | .7028196 .0565801 12.42 0.000 .5919187 .8137204 qualif4 | .3005549 .0160092 18.77 0.000 .2691758 .331934 qualif5 | .1209021 .0391999 3.08 0.002 .0440675 .1977366 qualif6 | .20246 .0156224 12.96 0.000 .171839 .2330809 qualif7 | .1755413 .020749 8.46 0.000 .1348719 .2162107 qualif8 | .4262957 .0455826 9.35 0.000 .3369506 .5156408 qualif10 | .4017136 .0397906 10.10 0.000 .3237213 .4797059 posicao2 | -.0783159 .0114233 -6.86 0.000 -.1007063 -.0559255 posicao3 | -.0502652 .0206921 -2.43 0.015 -.0908232 -.0097073 _cons | -1.759017 .0662581 -26.55 0.000 -1.888887 -1.629146 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .0317127 .0120252 2.64 0.008 .0081426 .0552829 idade | .0537417 .0040795 13.17 0.000 .0457456 .0617377 idade2 | -.0005695 .000052 -10.95 0.000 -.0006715 -.0004676 educacao | .0673944 .0033941 19.86 0.000 .0607417 .0740471 ie | .0005269 .0001073 4.91 0.000 .0003166 .0007372 sul | .2585382 .0187855 13.76 0.000 .2217173 .295359 sudeste | .2653414 .0131833 20.13 0.000 .2395013 .2911815 qualif1 | 1.142612 .0325683 35.08 0.000 1.078776 1.206449 qualif2 | .6753632 .0253303 26.66 0.000 .625714 .7250124 qualif3 | .8322317 .050045 16.63 0.000 .7341399 .9303234 qualif4 | .3278006 .0183027 17.91 0.000 .291926 .3636753 qualif5 | .1085018 .060539 1.79 0.073 -.0101588 .2271624 qualif6 | .1530573 .0144805 10.57 0.000 .1246745 .1814401 qualif7 | .1696642 .0238597 7.11 0.000 .1228975 .216431 qualif8 | .4056961 .0354018 11.46 0.000 .3363061 .4750861 qualif10 | .4340304 .0373442 11.62 0.000 .3608331 .5072277 posicao2 | -.0519969 .0137282 -3.79 0.000 -.0789051 -.0250887 posicao3 | .146877 .0238865 6.15 0.000 .1000579 .1936962 _cons | -1.655626 .0723997 -22.87 0.000 -1.797535 -1.513718 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .0524755 .0193933 2.71 0.007 .0144632 .0904877 idade | .0659394 .005715 11.54 0.000 .0547376 .0771411 idade2 | -.0006977 .0000671 -10.40 0.000 -.0008291 -.0005662 educacao | .0732982 .0083964 8.73 0.000 .0568407 .0897557 ie | .000758 .0002062 3.68 0.000 .0003538 .0011622 sul | .1602819 .018234 8.79 0.000 .1245419 .1960219 sudeste | .1761095 .0233186 7.55 0.000 .1304034 .2218157 qualif1 | 1.038442 .048841 21.26 0.000 .9427107 1.134174 qualif2 | .6567421 .0479533 13.70 0.000 .5627503 .750734 qualif3 | .7750008 .0527339 14.70 0.000 .6716386 .8783629 qualif4 | .3118082 .0420993 7.41 0.000 .2292906 .3943259 qualif5 | .06084 .099404 0.61 0.541 -.1339988 .2556788 qualif6 | -.0232369 .029074 -0.80 0.424 -.0802241 .0337502 qualif7 | .0195978 .0331765 0.59 0.555 -.0454304 .084626 (Continua) 108 qualif8 | .4134982 .0566928 7.29 0.000 .3023763 .52462 qualif10 | .495936 .0593656 8.35 0.000 .3795752 .6122967 posicao2 | .1571359 .0213766 7.35 0.000 .1152363 .1990355 posicao3 | .4165829 .0296329 14.06 0.000 .3585003 .4746655 _cons | -1.12478 .1168079 -9.63 0.000 -1.353732 -.8958287 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A31. Regressões quantílicas – Mulheres Não-Brancas (1995) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 17425 0.1980 0.2365 0.2689 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | .0330586 .0139619 2.37 0.018 .0056918 .0604254 idade | .030002 .0028816 10.41 0.000 .0243539 .0356501 idade2 | -.0003574 .0000399 -8.95 0.000 -.0004357 -.0002791 educacao | .0141986 .0064636 2.20 0.028 .0015293 .0268678 ie | .0012902 .0001729 7.46 0.000 .0009513 .0016291 sul | .3396674 .0221358 15.34 0.000 .296279 .3830559 sudeste | .238261 .0138582 17.19 0.000 .2110974 .2654245 qualif1 | 1.087096 .0461539 23.55 0.000 .9966299 1.177562 qualif2 | .6590526 .0196451 33.55 0.000 .6205463 .6975589 qualif3 | .7613704 .0649966 11.71 0.000 .6339705 .8887704 qualif4 | .3414921 .013224 25.82 0.000 .3155716 .3674125 qualif5 | .0585495 .0468075 1.25 0.211 -.0331979 .1502968 qualif6 | .2294481 .016114 14.24 0.000 .197863 .2610332 qualif7 | .2380042 .0154701 15.38 0.000 .2076812 .2683272 qualif8 | .4377549 .0393908 11.11 0.000 .3605449 .5149649 qualif10 | .3190372 .021913 14.56 0.000 .2760856 .3619888 posicao2 | -.0705184 .0087703 -8.04 0.000 -.0877092 -.0533277 posicao3 | -.0941171 .0131644 -7.15 0.000 -.1199206 -.0683135 _cons | -1.389514 .0590317 -23.54 0.000 -1.505222 -1.273806 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .011441 .0157487 0.73 0.468 -.0194281 .04231 idade | .0428948 .0036117 11.88 0.000 .0358156 .0499741 idade2 | -.0004948 .0000454 -10.91 0.000 -.0005837 -.0004059 educacao | .0234853 .0035554 6.61 0.000 .0165164 .0304542 ie | .0012317 .0001099 11.21 0.000 .0010163 .0014471 sul | .3768057 .017167 21.95 0.000 .3431567 .4104547 sudeste | .2821653 .0139393 20.24 0.000 .2548428 .3094879 qualif1 | 1.280292 .0489687 26.15 0.000 1.184308 1.376275 qualif2 | .7240815 .0172439 41.99 0.000 .6902818 .7578812 qualif3 | .967314 .0855837 11.30 0.000 .7995614 1.135067 qualif4 | .4017422 .0157515 25.51 0.000 .3708677 .4326167 qualif5 | .1030137 .0361181 2.85 0.004 .0322186 .1738087 qualif6 | .2254491 .0208271 10.82 0.000 .1846258 .2662723 qualif7 | .2332955 .016093 14.50 0.000 .2017516 .2648393 qualif8 | .5170896 .031525 16.40 0.000 .4552975 .5788818 qualif10 | .4079114 .029274 13.93 0.000 .3505315 .4652913 posicao2 | -.0140379 .0144273 -0.97 0.331 -.0423168 .0142409 posicao3 | .0785385 .018483 4.25 0.000 .0423099 .114767 _cons | -1.425184 .065492 -21.76 0.000 -1.553555 -1.296813 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .0121911 .0219964 0.55 0.579 -.0309241 .0553062 idade | .0656207 .0060442 10.86 0.000 .0537735 .077468 idade2 | -.0006809 .0000763 -8.92 0.000 -.0008305 -.0005314 educacao | .0471136 .0074763 6.30 0.000 .0324592 .061768 ie | .0010921 .0001975 5.53 0.000 .000705 .0014792 sul | .3589669 .0313735 11.44 0.000 .2974717 .4204622 (Continua) 109 sudeste | .3087765 .0185281 16.67 0.000 .2724595 .3450934 qualif1 | 1.235685 .0893739 13.83 0.000 1.060503 1.410866 qualif2 | .6771186 .0372598 18.17 0.000 .6040856 .7501516 qualif3 | .9714288 .0877358 11.07 0.000 .7994579 1.1434 qualif4 | .3814728 .0300524 12.69 0.000 .322567 .4403785 qualif5 | -.0452491 .1342277 -0.34 0.736 -.3083488 .2178505 qualif6 | .0070141 .0426203 0.16 0.869 -.0765259 .0905541 qualif7 | .0851151 .032982 2.58 0.010 .0204671 .1497631 qualif8 | .4246843 .0516423 8.22 0.000 .3234603 .5259084 qualif10 | .5105873 .0694227 7.35 0.000 .3745119 .6466627 posicao2 | .1531112 .0206247 7.42 0.000 .1126847 .1935377 posicao3 | .4587621 .0429367 10.68 0.000 .3746019 .5429223 _cons | -1.296627 .116607 -11.12 0.000 -1.525189 -1.068066 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A32. Regressões quantílicas – Mulheres Brancas (2001) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 27479 0.2472 0.2869 0.3117 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | -.0079391 .0131102 -0.61 0.545 -.0336357 .0177575 idade | .0492921 .0042734 11.53 0.000 .0409159 .0576682 idade2 | -.0005295 .0000511 -10.36 0.000 -.0006297 -.0004293 educacao | .0470888 .0047204 9.98 0.000 .0378367 .0563409 ie | .0005193 .0001391 3.73 0.000 .0002466 .000792 sul | .2544247 .0146159 17.41 0.000 .2257768 .2830726 sudeste | .2708841 .0121578 22.28 0.000 .2470543 .294714 qualif1 | 1.152915 .0335707 34.34 0.000 1.087115 1.218715 qualif2 | .7408882 .0228568 32.41 0.000 .6960877 .7856886 qualif3 | .7126843 .0362025 19.69 0.000 .6417257 .783643 qualif4 | .3013865 .0153995 19.57 0.000 .2712028 .3315702 qualif5 | -.0355137 .0554052 -0.64 0.522 -.1441107 .0730833 qualif6 | .180571 .015596 11.58 0.000 .1500021 .2111399 qualif7 | .2107909 .0106733 19.75 0.000 .1898708 .2317111 qualif8 | .1786355 .0508008 3.52 0.000 .0790634 .2782076 qualif10 | .3231523 .020487 15.77 0.000 .2829969 .3633078 posicao2 | -.1080086 .0080527 -13.41 0.000 -.1237924 -.0922249 posicao3 | -.2105552 .0137331 -15.33 0.000 -.2374726 -.1836377 _cons | -1.737274 .0882974 -19.68 0.000 -1.910341 -1.564207 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .0267255 .0133143 2.01 0.045 .0006288 .0528223 idade | .0477089 .0031842 14.98 0.000 .0414677 .05395 idade2 | -.0004956 .0000361 -13.72 0.000 -.0005663 -.0004248 educacao | .051469 .0039368 13.07 0.000 .0437527 .0591853 ie | .0006391 .0000911 7.02 0.000 .0004606 .0008176 sul | .1959902 .0128322 15.27 0.000 .1708385 .221142 sudeste | .24278 .0149452 16.24 0.000 .2134867 .2720734 qualif1 | 1.173016 .0359454 32.63 0.000 1.102562 1.243471 qualif2 | .7407903 .0202729 36.54 0.000 .7010543 .7805262 qualif3 | .800337 .0465649 17.19 0.000 .7090674 .8916066 qualif4 | .2799582 .0162434 17.24 0.000 .2481204 .3117961 qualif5 | -.0452087 .0304064 -1.49 0.137 -.1048067 .0143894 qualif6 | .1053605 .0175159 6.02 0.000 .0710284 .1396926 qualif7 | .1540798 .0127813 12.06 0.000 .1290277 .1791319 qualif8 | .2187699 .0366142 5.98 0.000 .1470043 .2905355 qualif10 | .3735274 .0229286 16.29 0.000 .3285861 .4184687 posicao2 | -.0447898 .0102328 -4.38 0.000 -.0648465 -.024733 posicao3 | .003526 .0150761 0.23 0.815 -.0260239 .033076 (Continua) 110 _cons | -1.44927 .0623387 -23.25 0.000 -1.571457 -1.327083 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .0400872 .0188657 2.12 0.034 .0031094 .077065 idade | .0609827 .0045906 13.28 0.000 .0519849 .0699805 idade2 | -.0005655 .0000599 -9.44 0.000 -.0006829 -.0004481 educacao | .066724 .0059508 11.21 0.000 .0550601 .0783878 ie | .0006924 .0001442 4.80 0.000 .0004098 .000975 sul | .085031 .0189989 4.48 0.000 .0477922 .1222697 sudeste | .1572058 .0162399 9.68 0.000 .1253748 .1890367 qualif1 | 1.209291 .0490749 24.64 0.000 1.113102 1.30548 qualif2 | .7476491 .0360401 20.74 0.000 .6770088 .8182895 qualif3 | .78714 .0476907 16.51 0.000 .6936638 .8806162 qualif4 | .3004953 .0319775 9.40 0.000 .2378178 .3631727 qualif5 | -.0095711 .0494974 -0.19 0.847 -.1065885 .0874463 qualif6 | -.0667849 .0215293 -3.10 0.002 -.1089835 -.0245864 qualif7 | .0050305 .0276665 0.18 0.856 -.0491972 .0592582 qualif8 | .2418972 .0815204 2.97 0.003 .0821132 .4016812 qualif10 | .4776084 .0504774 9.46 0.000 .3786702 .5765466 posicao2 | .1177433 .0214429 5.49 0.000 .0757142 .1597724 posicao3 | .3648379 .0389922 9.36 0.000 .2884112 .4412647 _cons | -1.161241 .0964954 -12.03 0.000 -1.350377 -.9721048 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A33. Regressões quantílicas – Mulheres Não-Brancas (2001) Simultaneous quantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs .25 Pseudo R2 .50 Pseudo R2 .90 Pseudo R2 = = = = 22638 0.1950 0.2146 0.2566 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------q25 | chefe | -.0030053 .0103869 -0.29 0.772 -.0233643 .0173537 idade | .0414764 .0037805 10.97 0.000 .0340663 .0488865 idade2 | -.0004261 .0000422 -10.10 0.000 -.0005088 -.0003434 educacao | .0312958 .0051258 6.11 0.000 .0212489 .0413427 ie | .0004456 .0001248 3.57 0.000 .0002009 .0006903 sul | .2180005 .0240731 9.06 0.000 .1708155 .2651855 sudeste | .2324682 .0127464 18.24 0.000 .2074845 .257452 qualif1 | 1.090346 .0534716 20.39 0.000 .9855383 1.195154 qualif2 | .7377355 .0211718 34.85 0.000 .6962374 .7792337 qualif3 | .6259172 .0364396 17.18 0.000 .5544931 .6973412 qualif4 | .3185546 .0191346 16.65 0.000 .2810495 .3560598 qualif5 | -.2501539 .0576637 -4.34 0.000 -.3631788 -.1371291 qualif6 | .1580542 .0185341 8.53 0.000 .121726 .1943823 qualif7 | .2638534 .0149455 17.65 0.000 .2345593 .2931475 qualif8 | .3170633 .0342535 9.26 0.000 .249924 .3842025 qualif10 | .3000838 .0160608 18.68 0.000 .2686035 .3315642 posicao2 | -.1484851 .0104693 -14.18 0.000 -.1690056 -.1279645 posicao3 | -.4764846 .0344772 -13.82 0.000 -.5440622 -.408907 _cons | -1.509974 .0824866 -18.31 0.000 -1.671654 -1.348295 -------------+---------------------------------------------------------------q50 | chefe | .0024802 .0122943 0.20 0.840 -.0216175 .0265778 idade | .0309067 .0043627 7.08 0.000 .0223556 .0394579 idade2 | -.0003145 .0000518 -6.07 0.000 -.0004161 -.000213 educacao | .0184326 .0045794 4.03 0.000 .0094567 .0274085 ie | .0009402 .0001317 7.14 0.000 .0006821 .0011984 sul | .2358416 .0200839 11.74 0.000 .1964757 .2752074 sudeste | .2273172 .0105272 21.59 0.000 .2066831 .2479512 qualif1 | 1.22383 .0550967 22.21 0.000 1.115837 1.331824 qualif2 | .7793662 .0175282 44.46 0.000 .7450097 .8137227 qualif3 | .7030696 .0513073 13.70 0.000 .6025038 .8036353 (Continua) 111 qualif4 | .3157276 .0188817 16.72 0.000 .2787182 .352737 qualif5 | -.1597753 .0385662 -4.14 0.000 -.2353677 -.0841829 qualif6 | .1324232 .0242867 5.45 0.000 .0848195 .1800269 qualif7 | .2306273 .0148223 15.56 0.000 .2015745 .2596801 qualif8 | .2742065 .0416597 6.58 0.000 .1925507 .3558624 qualif10 | .3090851 .0219906 14.06 0.000 .265982 .3521881 posicao2 | -.0583247 .0089587 -6.51 0.000 -.0758844 -.040765 posicao3 | -.1407491 .0311961 -4.51 0.000 -.2018956 -.0796027 _cons | -1.038736 .0868054 -11.97 0.000 -1.20888 -.8685912 -------------+---------------------------------------------------------------q90 | chefe | .0423004 .0249897 1.69 0.091 -.0066811 .0912818 idade | .048426 .006337 7.64 0.000 .036005 .0608469 idade2 | -.0004897 .0000697 -7.03 0.000 -.0006263 -.0003532 educacao | .0288933 .0085637 3.37 0.001 .0121079 .0456788 ie | .0011101 .0002062 5.38 0.000 .000706 .0015142 sul | .2277917 .0410463 5.55 0.000 .147338 .3082453 sudeste | .2405126 .0174211 13.81 0.000 .2063661 .2746591 qualif1 | 1.341356 .0793273 16.91 0.000 1.185869 1.496843 qualif2 | .7535689 .032032 23.53 0.000 .690784 .8163539 qualif3 | .8233576 .082476 9.98 0.000 .661699 .9850163 qualif4 | .3596607 .0313709 11.46 0.000 .2981716 .4211497 qualif5 | -.2947861 .0646918 -4.56 0.000 -.4215864 -.1679857 qualif6 | -.0269153 .0277205 -0.97 0.332 -.0812495 .0274188 qualif7 | .0999076 .0298116 3.35 0.001 .0414747 .1583404 qualif8 | .2375608 .0476006 4.99 0.000 .1442603 .3308613 qualif10 | .4541753 .0559799 8.11 0.000 .344451 .5638997 posicao2 | .1383472 .0162657 8.51 0.000 .1064653 .1702292 posicao3 | .3677775 .0316705 11.61 0.000 .3057012 .4298539 _cons | -.8836846 .1287688 -6.86 0.000 -1.13608 -.631289 ------------------------------------------------------------------------------ 112 Tabela A34. Testes F de significância 1987 25º 50º 90º 25º 50º 90º 25º 50º 90º 25º 50º 90º F (gl 1, gl2) F( 18, 28249) 10342.17 Prob > F 0 F( 18, 28249) 65549.1 Prob > F 0 F( 18, 28249) 34868.99 1995 Homens Brancos F (gl 1, gl2) F( 18, 32326) 13627.4 Prob > F 0 F( 18, 32326) 4708.92 Prob > F 0 F( 18, 32326) 5676.31 F (gl 1, gl2) F( 18, 36467) 5728.31 Prob > F 0 F( 18, 36467) 13175.57 Prob > F 0 F( 18, 36467) 4464.48 Prob > F Prob > F Prob > F 0 0 2001 0 F( 18, 22050) 4185.65 Prob > F 0 F( 18, 22050) 2808.88 Prob > F 0 F( 18, 22050) 6863.78 Homens Não-Brancos F( 18, 27241) 3010.82 Prob > F 0 F( 18, 27241) 14715.16 Prob > F 0 F( 18, 27241) 46695.01 F( 18, 34695) 446825.4 Prob > F 0 F( 18, 34695) 28610.58 Prob > F 0 F( 18, 34695) 26216.4 Prob > F Prob > F Prob > F 0 0 0 F( 18, 16972) 7714.6 Prob > F 0 F( 18, 16972) 9222.14 Prob > F 0 F( 18, 16972) 6319.44 Mulheres Brancas F( 18, 22450) 5103.57 Prob > F 0 F( 18, 22450) 9021.84 Prob > F 0 F( 18, 22450) 1436.77 F( 18, 27460) 2255.21 Prob > F 0 F( 18, 27460) 6080.06 Prob > F 0 F( 18, 27460) 5573.95 Prob > F Prob > F Prob > F 0 0 0 F( 18, 13162) 1666.2 Prob > F 0 F( 18, 13162) 2200.58 Prob > F 0 F( 18, 13162) 32321.38 Mulheres Não-Brancas F( 18, 17406) 17226.23 Prob > F 0 F( 18, 17406) 12836.92 Prob > F 0 F( 18, 17406) 2000.94 F( 18, 22619) 32471.33 Prob > F 0 F( 18, 22619) 21361.02 Prob > F 0 F( 18, 22619) 666713.3 Prob > F Prob > F Prob > F 0 0 0 113 Tabela A35. Regressões interquantílicas – Homens Brancos (1987) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 28268 0.3510 0.2693 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | -.0484751 .0240855 -2.01 0.044 -.0956837 -.0012664 idade | .0189307 .0044585 4.25 0.000 .0101918 .0276697 idade2 | -.0001163 .0000531 -2.19 0.028 -.0002203 -.0000123 educacao | .0166645 .0068912 2.42 0.016 .0031574 .0301716 ie | -.0000672 .0001585 -0.42 0.672 -.0003778 .0002434 sul | -.143633 .0197617 -7.27 0.000 -.1823668 -.1048992 sudeste | -.1038764 .019209 -5.41 0.000 -.141527 -.0662258 qualif1 | .1684334 .1385552 1.22 0.224 -.1031415 .4400083 qualif2 | .4601939 .1445904 3.18 0.001 .1767899 .743598 qualif3 | .2861041 .1313061 2.18 0.029 .0287378 .5434703 qualif4 | .3424487 .1411517 2.43 0.015 .0657846 .6191127 qualif5 | .3741696 .1507043 2.48 0.013 .0787819 .6695573 qualif6 | .1632984 .1344152 1.21 0.224 -.1001619 .4267587 qualif7 | .2745845 .1456697 1.88 0.059 -.010935 .5601041 qualif8 | .236003 .1405438 1.68 0.093 -.0394696 .5114756 qualif10 | .3589575 .1362575 2.63 0.008 .0918862 .6260288 posicao2 | .1584962 .0183917 8.62 0.000 .1224476 .1945448 posicao3 | .2968672 .0250915 11.83 0.000 .2476867 .3460478 _cons | .4489045 .13384 3.35 0.001 .1865718 .7112373 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A36. Regressões interquantílicas – Homens Não-Brancos (1987) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 22069 0.2844 0.1918 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0443045 .0202473 2.19 0.029 .0046183 .0839908 idade | .0180021 .0063386 2.84 0.005 .005578 .0304262 idade2 | -.0001104 .0000759 -1.45 0.146 -.0002592 .0000384 educacao | .0418581 .0068395 6.12 0.000 .0284523 .0552639 ie | -.0004965 .0002125 -2.34 0.019 -.000913 -.0000801 sul | -.0800779 .0297707 -2.69 0.007 -.1384306 -.0217252 sudeste | -.0404047 .0217742 -1.86 0.064 -.0830837 .0022743 qualif1 | .2872327 .1498082 1.92 0.055 -.0064022 .5808676 qualif2 | .5972993 .1342506 4.45 0.000 .3341586 .8604401 qualif3 | .261401 .1405939 1.86 0.063 -.014173 .536975 qualif4 | .3351241 .1257308 2.67 0.008 .0886828 .5815654 qualif5 | .3399291 .1291758 2.63 0.009 .0867353 .5931229 qualif6 | .1513664 .1263845 1.20 0.231 -.0963562 .399089 qualif7 | .2473689 .1257742 1.97 0.049 .0008425 .4938953 qualif8 | .371775 .1582153 2.35 0.019 .0616616 .6818884 qualif10 | .3184509 .1331072 2.39 0.017 .0575512 .5793505 posicao2 | .1365227 .0267764 5.10 0.000 .084039 .1890065 posicao3 | .2337922 .0330437 7.08 0.000 .1690242 .2985601 _cons | .3453977 .1656863 2.08 0.037 .0206407 .6701547 ------------------------------------------------------------------------------ 114 Tabela A37. Regressões interquantílicas – Homens Brancos (1995) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 32345 0.3309 0.2545 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | -.0393679 .018336 -2.15 0.032 -.0753071 -.0034287 idade | .0112116 .004331 2.59 0.010 .0027227 .0197006 idade2 | -.0000188 .0000479 -0.39 0.695 -.0001128 .0000751 educacao | .0249115 .0073808 3.38 0.001 .0104448 .0393782 ie | -.0001501 .0001893 -0.79 0.428 -.0005212 .0002209 sul | -.1404217 .0235448 -5.96 0.000 -.1865704 -.094273 sudeste | -.1074343 .0193032 -5.57 0.000 -.1452693 -.0695993 qualif1 | -.2429328 .1114411 -2.18 0.029 -.4613615 -.0245041 qualif2 | .1135398 .09782 1.16 0.246 -.0781911 .3052706 qualif3 | -.0784569 .1076772 -0.73 0.466 -.2895082 .1325943 qualif4 | .0534407 .1017728 0.53 0.600 -.1460378 .2529192 qualif5 | .0561474 .1081302 0.52 0.604 -.1557919 .2680867 qualif6 | -.1529296 .1012018 -1.51 0.131 -.3512889 .0454297 qualif7 | -.0911977 .0991509 -0.92 0.358 -.2855371 .1031417 qualif8 | .0202259 .1043135 0.19 0.846 -.1842325 .2246844 qualif10 | -.012591 .1042619 -0.12 0.904 -.2169483 .1917662 posicao2 | .2198058 .0207635 10.59 0.000 .1791086 .260503 posicao3 | .3496016 .032288 10.83 0.000 .2863159 .4128873 _cons | .8184164 .150231 5.45 0.000 .5239581 1.112875 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A38. Regressões interquantílicas – Homens Não-Brancos (1995) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 27260 0.2904 0.1991 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .026283 .0221181 1.19 0.235 -.0170697 .0696356 idade | .0268595 .0044558 6.03 0.000 .0181258 .0355931 idade2 | -.0002182 .000058 -3.76 0.000 -.0003318 -.0001046 educacao | .0412967 .0072557 5.69 0.000 .0270752 .0555181 ie | -.0003341 .0002005 -1.67 0.096 -.0007271 .0000589 sul | -.0881599 .0282322 -3.12 0.002 -.1434964 -.0328234 sudeste | -.0265194 .0189203 -1.40 0.161 -.0636041 .0105653 qualif1 | .2496338 .0999106 2.50 0.012 .053804 .4454636 qualif2 | .447993 .0788201 5.68 0.000 .2935017 .6024844 qualif3 | .2440161 .0833516 2.93 0.003 .0806428 .4073894 qualif4 | .2186473 .0715957 3.05 0.002 .078316 .3589786 qualif5 | .182251 .0850262 2.14 0.032 .0155952 .3489067 qualif6 | .0296504 .0675285 0.44 0.661 -.1027088 .1620097 qualif7 | .1806084 .0737529 2.45 0.014 .036049 .3251678 qualif8 | .2145555 .0697402 3.08 0.002 .0778611 .3512499 qualif10 | .2299871 .0686829 3.35 0.001 .095365 .3646092 posicao2 | .1916845 .0195931 9.78 0.000 .1532811 .2300879 posicao3 | .3479912 .0177426 19.61 0.000 .3132147 .3827676 _cons | .1344836 .1229029 1.09 0.274 -.1064123 .3753795 ------------------------------------------------------------------------------ 115 Tabela A39. Regressões interquantílicas – Homens Brancos (2001) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 36486 0.3408 0.2429 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0303744 .0221997 1.37 0.171 -.0131376 .0738864 idade | .01866 .0049288 3.79 0.000 .0089994 .0283206 idade2 | -.0001362 .0000556 -2.45 0.014 -.0002452 -.0000272 educacao | .0277995 .0066565 4.18 0.000 .0147526 .0408464 ie | .0000268 .0001705 0.16 0.875 -.0003074 .0003611 sul | -.1987698 .0203381 -9.77 0.000 -.2386331 -.1589065 sudeste | -.1524173 .0183263 -8.32 0.000 -.1883375 -.1164971 qualif1 | -.0804758 .1151047 -0.70 0.484 -.3060844 .1451328 qualif2 | .2265686 .1078282 2.10 0.036 .0152222 .437915 qualif3 | .1131831 .1071939 1.06 0.291 -.09692 .3232862 qualif4 | .1076152 .1041328 1.03 0.301 -.0964881 .3117186 qualif5 | .2023023 .0988442 2.05 0.041 .0085649 .3960398 qualif6 | -.1273583 .1054653 -1.21 0.227 -.3340732 .0793567 qualif7 | -.0726553 .1018455 -0.71 0.476 -.2722754 .1269647 qualif8 | .0972701 .1151405 0.84 0.398 -.1284087 .3229489 qualif10 | .1044592 .1122419 0.93 0.352 -.1155381 .3244565 posicao2 | .2358211 .0161388 14.61 0.000 .2041886 .2674537 posicao3 | .407441 .0216904 18.78 0.000 .3649271 .4499549 _cons | .46743 .149706 3.12 0.002 .1740019 .760858 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A40. Regressões interquantílicas – Homens Não Brancos (2001) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 34714 0.2805 0.1745 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0354782 .0164896 2.15 0.031 .0031582 .0677983 idade | .0243815 .0054713 4.46 0.000 .0136576 .0351054 idade2 | -.000205 .0000629 -3.26 0.001 -.0003284 -.0000816 educacao | .0277406 .0056634 4.90 0.000 .0166401 .038841 ie | .0001877 .0001488 1.26 0.207 -.0001039 .0004793 sul | -.1669973 .0371197 -4.50 0.000 -.2397532 -.0942414 sudeste | -.0594167 .0214407 -2.77 0.006 -.1014411 -.0173923 qualif1 | .1390783 .1119858 1.24 0.214 -.0804173 .358574 qualif2 | .3720936 .0644831 5.77 0.000 .2457047 .4984826 qualif3 | .261478 .0735009 3.56 0.000 .117414 .4055421 qualif4 | .2001508 .0674858 2.97 0.003 .0678764 .3324253 qualif5 | .1943573 .0544747 3.57 0.000 .0875852 .3011294 qualif6 | .0072513 .0532986 0.14 0.892 -.0972157 .1117182 qualif7 | .0816826 .0482667 1.69 0.091 -.0129216 .1762868 qualif8 | .1902457 .0650096 2.93 0.003 .0628248 .3176666 qualif10 | .3105366 .0618353 5.02 0.000 .1893374 .4317358 posicao2 | .2023062 .0148124 13.66 0.000 .1732734 .2313391 posicao3 | .3718204 .0191326 19.43 0.000 .3343198 .4093209 _cons | .0995548 .1002198 0.99 0.321 -.0968792 .2959887 ------------------------------------------------------------------------------ 116 Tabela A41. Regressões interquantílicas – Mulheres Brancas (1987) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 16991 0.3373 0.2954 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0128213 .03977 0.32 0.747 -.0651319 .0907746 idade | -.0035009 .0066253 -0.53 0.597 -.0164872 .0094854 idade2 | .0001253 .0000785 1.60 0.110 -.0000286 .0002791 educacao | -.0095651 .0079705 -1.20 0.230 -.0251881 .006058 ie | .000383 .0002056 1.86 0.063 -.00002 .0007859 sul | -.2201511 .028076 -7.84 0.000 -.275183 -.1651192 sudeste | -.1315591 .0178584 -7.37 0.000 -.1665633 -.0965548 qualif1 | .1173255 .0640365 1.83 0.067 -.0081927 .2428437 qualif2 | .1671732 .0514561 3.25 0.001 .0663138 .2680325 qualif3 | .2944523 .0643764 4.57 0.000 .1682678 .4206368 qualif4 | .2251283 .0421938 5.34 0.000 .1424242 .3078324 qualif5 | -.0456072 .0885733 -0.51 0.607 -.2192202 .1280057 qualif6 | -.0797717 .035343 -2.26 0.024 -.1490477 -.0104957 qualif7 | -.060766 .0400963 -1.52 0.130 -.1393589 .0178269 qualif8 | .2194874 .0783071 2.80 0.005 .0659973 .3729774 qualif10 | .229635 .0813295 2.82 0.005 .0702207 .3890493 posicao2 | .1695643 .0206237 8.22 0.000 .1291396 .2099889 posicao3 | .4677292 .0378951 12.34 0.000 .3934509 .5420076 _cons | 1.103455 .1507454 7.32 0.000 .8079784 1.398932 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A42. Regressões interquantílicas – Mulheres Não-Brancas (1987) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 13181 0.3392 0.2586 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | -.0246206 .0370368 -0.66 0.506 -.0972181 .0479769 idade | -.0003385 .0075629 -0.04 0.964 -.0151629 .0144859 idade2 | .0000609 .0001041 0.59 0.559 -.0001432 .000265 educacao | .0027301 .0132695 0.21 0.837 -.0232801 .0287403 ie | .0001453 .0003304 0.44 0.660 -.0005023 .000793 sul | -.1958007 .0349451 -5.60 0.000 -.2642981 -.1273033 sudeste | -.0542392 .0219323 -2.47 0.013 -.0972297 -.0112487 qualif1 | .2215704 .1127437 1.97 0.049 .0005764 .4425644 qualif2 | .2211927 .0672395 3.29 0.001 .0893936 .3529918 qualif3 | .2505631 .1085018 2.31 0.021 .037884 .4632423 qualif4 | .2151483 .0478278 4.50 0.000 .1213989 .3088978 qualif5 | .0046828 .0703457 0.07 0.947 -.1332049 .1425705 qualif6 | -.0712466 .0376343 -1.89 0.058 -.1450152 .002522 qualif7 | -.0416632 .0325488 -1.28 0.201 -.1054635 .0221371 qualif8 | .0617332 .1031777 0.60 0.550 -.14051 .2639765 qualif10 | .1516601 .0588054 2.58 0.010 .0363931 .2669271 posicao2 | .1976862 .0284392 6.95 0.000 .1419412 .2534312 posicao3 | .6232261 .0454849 13.70 0.000 .5340691 .7123831 _cons | .9528043 .1209625 7.88 0.000 .7157003 1.189908 ------------------------------------------------------------------------------ 117 Tabela A43. Regressões interquantílicas – Mulheres Brancas (1995) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 22469 0.3067 0.2574 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0282768 .0233089 1.21 0.225 -.0174102 .0739639 idade | .0221499 .0047786 4.64 0.000 .0127836 .0315162 idade2 | -.0002353 .0000545 -4.32 0.000 -.0003422 -.0001285 educacao | .0147217 .0081502 1.81 0.071 -.0012534 .0306967 ie | .0002061 .0002011 1.02 0.305 -.0001881 .0006004 sul | -.1322893 .0218156 -6.06 0.000 -.1750494 -.0895292 sudeste | -.1111852 .0217448 -5.11 0.000 -.1538065 -.068564 qualif1 | -.1056999 .0493567 -2.14 0.032 -.2024425 -.0089573 qualif2 | -.029799 .0395244 -0.75 0.451 -.1072695 .0476715 qualif3 | .0721812 .0628948 1.15 0.251 -.051097 .1954594 qualif4 | .0112533 .0341993 0.33 0.742 -.0557797 .0782864 qualif5 | -.0600621 .0810337 -0.74 0.459 -.2188938 .0987696 qualif6 | -.2256969 .0380099 -5.94 0.000 -.300199 -.1511948 qualif7 | -.1559435 .0369203 -4.22 0.000 -.2283099 -.0835771 qualif8 | -.0127976 .0535181 -0.24 0.811 -.1176967 .0921016 qualif10 | .0942224 .0467512 2.02 0.044 .0025869 .185858 posicao2 | .2354518 .0216189 10.89 0.000 .1930773 .2778263 posicao3 | .4668482 .0347244 13.44 0.000 .3987859 .5349105 _cons | .6342364 .1033585 6.14 0.000 .4316466 .8368262 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A44. Regressões interquantílicas – Mulheres Não-Brancas (1995) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 17425 0.2689 0.1980 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | -.0208675 .0272449 -0.77 0.444 -.0742703 .0325353 idade | .0356187 .0089527 3.98 0.000 .0180706 .0531669 idade2 | -.0003235 .0000953 -3.39 0.001 -.0005104 -.0001367 educacao | .0329151 .0124346 2.65 0.008 .008542 .0572882 ie | -.0001981 .000346 -0.57 0.567 -.0008763 .0004802 sul | .0192995 .0264439 0.73 0.466 -.0325331 .0711321 sudeste | .0705155 .0244525 2.88 0.004 .0225862 .1184448 qualif1 | .1485883 .0949648 1.56 0.118 -.0375522 .3347288 qualif2 | .0180659 .0346791 0.52 0.602 -.0499086 .0860405 qualif3 | .2100584 .094106 2.23 0.026 .0256011 .3945157 qualif4 | .0399807 .0368551 1.08 0.278 -.032259 .1122204 qualif5 | -.1037986 .1209842 -0.86 0.391 -.3409398 .1333427 qualif6 | -.222434 .0309057 -7.20 0.000 -.2830122 -.1618558 qualif7 | -.1528891 .0177971 -8.59 0.000 -.1877731 -.1180051 qualif8 | -.0130705 .0649202 -0.20 0.840 -.1403207 .1141796 qualif10 | .1915501 .0604992 3.17 0.002 .0729656 .3101346 posicao2 | .2236296 .0205073 10.90 0.000 .1834332 .263826 posicao3 | .5528792 .0561565 9.85 0.000 .4428069 .6629515 _cons | .0928865 .1979634 0.47 0.639 -.2951416 .4809145 ------------------------------------------------------------------------------ 118 Tabela A45. Regressões interquantílicas – Mulheres Brancas (2001) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 27479 0.3117 0.2472 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0480263 .0253137 1.90 0.058 -.0015899 .0976425 idade | .0116906 .0064669 1.81 0.071 -.0009847 .024366 idade2 | -.000036 .0000816 -0.44 0.659 -.000196 .000124 educacao | .0196352 .0079401 2.47 0.013 .0040722 .0351982 ie | .0001731 .000196 0.88 0.377 -.0002112 .0005573 sul | -.1693938 .0229207 -7.39 0.000 -.2143195 -.124468 sudeste | -.1136784 .0193072 -5.89 0.000 -.1515213 -.0758354 qualif1 | .0563759 .0525538 1.07 0.283 -.0466322 .159384 qualif2 | .006761 .0283176 0.24 0.811 -.0487429 .0622648 qualif3 | .0744557 .0508771 1.46 0.143 -.0252659 .1741773 qualif4 | -.0008913 .0322567 -0.03 0.978 -.064116 .0623334 qualif5 | .0259426 .0943916 0.27 0.783 -.1590697 .2109549 qualif6 | -.2473559 .0326415 -7.58 0.000 -.311335 -.1833769 qualif7 | -.2057605 .0363448 -5.66 0.000 -.2769981 -.1345228 qualif8 | .0632617 .0709014 0.89 0.372 -.0757085 .2022319 qualif10 | .1544561 .0526025 2.94 0.003 .0513526 .2575595 posicao2 | .2257519 .0204651 11.03 0.000 .1856394 .2658645 posicao3 | .5753931 .0297916 19.31 0.000 .5169999 .6337862 _cons | .5760335 .1528088 3.77 0.000 .2765205 .8755464 ------------------------------------------------------------------------------ Tabela A46. Regressões interquantílicas – Mulheres Não-Brancas (2001) .9-.25 Interquantile regression bootstrap(20) SEs Number of obs = .90 Pseudo R2 = .25 Pseudo R2 = 22638 0.2566 0.1950 -----------------------------------------------------------------------------| Bootstrap y | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------chefe | .0453056 .0169173 2.68 0.007 .0121467 .0784646 idade | .0069496 .004479 1.55 0.121 -.0018296 .0157287 idade2 | -.0000636 .0000589 -1.08 0.280 -.0001791 .0000519 educacao | -.0024024 .0072178 -0.33 0.739 -.0165497 .0117449 ie | .0006645 .0001961 3.39 0.001 .0002801 .0010488 sul | .0097912 .0500816 0.20 0.845 -.0883723 .1079546 sudeste | .0080444 .0230297 0.35 0.727 -.0370955 .0531842 qualif1 | .2510092 .087761 2.86 0.004 .0789916 .4230269 qualif2 | .0158334 .0386145 0.41 0.682 -.0598538 .0915206 qualif3 | .1974405 .0888361 2.22 0.026 .0233157 .3715653 qualif4 | .041106 .0315109 1.30 0.192 -.0206575 .1028695 qualif5 | -.0446321 .0940386 -0.47 0.635 -.2289542 .13969 qualif6 | -.1849695 .0284885 -6.49 0.000 -.2408088 -.1291301 qualif7 | -.1639458 .0255912 -6.41 0.000 -.2141064 -.1137852 qualif8 | -.0795025 .0651193 -1.22 0.222 -.2071408 .0481358 qualif10 | .1540915 .043404 3.55 0.000 .0690167 .2391662 posicao2 | .2868323 .0190833 15.03 0.000 .2494277 .3242369 posicao3 | .8442622 .0400972 21.06 0.000 .765669 .9228554 _cons | .6262896 .0842809 7.43 0.000 .4610933 .7914859 ------------------------------------------------------------------------------ 119 Tabela A47. Categorias de ocupação baseadas em qualificação (Qualifs) 1) Superior compatível: 1. Engenheiros, arquitetos e especialistas assemelhados 2. Químicos, farmacêuticos, físicos e especialistas assemelhados 3. Agrônomos, biologistas, veterinários e especialistas assemelhados 4. Médicos, dentistas e especialistas assemelhados 5. Matemáticos, estatísticos e analistas de sistemas 6. Economistas, contadores e técnicos de administração 7. Cientistas sociais 8. Magistrados, advogados e especialistas assemelhados 9. Escritores e jornalistas 10. Outras ocupações técnicas, científicas e assemelhadas 11. Diretores e chefes na administração pública 12. Ocupações do transporte aéreo 14. Orientador educacional 15. Oficial da Marinha 2) Superior Sobre-Qualificada: 1. Ocupações auxiliares da engenharia e arquitetura 2. Ocupações auxiliares da química, farmácia e física 3. Ocupações auxiliares da medicina e odontologia 4. Ocupações auxiliares da contabilidade, estatística e análise de sistemas 5. Professores 6. Empregadores 7. Administradores e gerentes de empresas 3) Média Compatível: 1. Inspetor de alunos 2. Chefes e encarregados de seção de serviços administrativos de empresas 4) Média Sobre-Qualificada: 1. Ocupações auxiliares da justiça 2. Funções burocráticas ou de escritório 3. Lojistas 4. Viajantes, representantes e pracistas 7. 5. Outras ocupações do comércio 6. Ocupações das Comunicações Fiscal de Transportes 5) Manual Compatível: 1. Trabalhadores da agropecuária e aquicultura 2. Caçadores e pescadores 3. Trabalhadores florestais 4. Mestres, contramestres e técnicos de indústrias de transformação e construção civil 120 5. Vendedores de jornais e revistas 6. Operadores de máquinas de extração e beneficiamento de minérios e pedras 7. Trabalhadores de extração de petróleo e gás 8. Salineiros 10. Sondadores de poços (exclusive de petróleo e gás) 6) Manual Sobre-Qualificada na Indústria: 1. Ocupações das indústrias mecânicas e metalúrgicas 2. Ocupações da indústria têxtil 3. Ocupações da indústria do couro 4. Ocupações da indústria do vestuário 5. Ocupações das indústrias de madeira e móveis 6. Ocupações da indústria da construção civil 7. Ocupações das indústrias de alimentação e bebidas 8. Ocupações da indústria gráfica 9. Ocupações das indústrias de cerâmica e vidro 10. Outras ocupações das indústrias de transformação 11. Mineiros 12. Canteiros e marroeiros 13. Garimpeiros 7) Manual Sobre-Qualificada nos Serviços: 1. Eletricistas 2. Trabalhadores na conservação de rodovias 3. Ocupações dos serviços portuários 4. Ocupações dos transportes ferroviários 5. Ocupações dos transportes rodoviário e animal 6. Outras ocupações dos transportes 7. Ocupações dos serviços de alojamento e alimentação 8. Ocupações dos serviços de higiene pessoal 9. Oficial de máquina e de convés 10. Auxiliar de máquina e de convés 11. Trabalhador na conservação de ferrovias 12. Auxiliar Administrativo 8) Manual Sobre-Qualificada no Comércio Vendedores Ambulantes 9) Ocupações Domésticas Remuneradas Ocupações Domésticas Remuneradas 10) Outras 1. Religiosos 2. Atletas, Profissionais e Funções Afins 3. Artistas, Ocupações Afins e Auxiliares 4. Proprietários nos serviços, conta-própria, não classificados anteriormente 5. Ocupações da defesa nacional e segurança pública 6. Outras ocupações, ocupações mal definidas ou não declaradas 121 Tabela A48. Decomposição de OAXACA – Homens (1987) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs -0.54 5.67 2.52 49.86 -3.06 -18.43 4.77 16.68 3.00 -9.42 1.90 0.42 1.63 3.06 0.11 -0.01 1.01 0.00 0.12 0.00 2.14 -0.58 -0.84 0.10 -2.14 -1.31 0.56 -1.86 -0.03 -0.01 -0.25 -1.47 0.68 0.14 0.00 -0.73 0.00 -35.36 11.58 6.76 Total 5.13 52.38 -21.49 21.45 -6.42 2.32 4.69 0.10 1.01 0.12 1.56 -0.74 -3.44 -1.30 -0.04 -1.72 0.82 -0.73 -35.36 18.34 50º Obs N. Obs -1.41 4.71 -1.83 40.54 0.00 -13.72 5.18 17.46 2.47 -11.49 1.63 0.23 2.04 3.22 0.18 0.02 1.78 0.40 0.73 0.41 2.27 1.80 -0.13 1.44 -2.54 5.47 0.28 2.63 -0.24 0.46 -1.07 1.99 0.18 0.62 -0.57 -0.65 0.00 -43.38 8.96 12.17 Total 3.30 38.71 -13.72 22.64 -9.01 1.85 5.26 0.20 2.18 1.15 4.07 1.31 2.93 2.92 0.22 0.92 0.80 -1.22 -43.38 21.12 90º Obs N. Obs 0.14 0.15 4.49 63.08 -4.27 -25.10 11.95 24.00 7.90 -21.33 -0.47 0.06 1.73 1.27 7.49 -3.85 10.89 -4.00 -0.98 0.27 -0.96 -0.70 -1.29 0.21 -2.69 -0.23 -2.54 -0.56 -0.37 -0.16 -0.71 -0.35 0.01 0.82 -0.65 0.46 0.00 -25.01 29.65 9.04 Total 0.29 67.57 -29.37 35.95 -13.43 -0.42 3.00 3.64 6.89 -0.71 -1.66 -1.08 -2.92 -3.10 -0.54 -1.06 0.83 -0.18 -25.01 38.69 90º Obs N. Obs 0.00 -1.22 7.56 -0.29 -6.80 11.17 10.39 34.33 7.39 -29.39 1.32 -0.48 2.80 -1.21 5.91 -6.62 6.42 -9.62 -0.98 -1.97 -0.55 -1.75 -0.14 -0.32 -0.53 -0.76 -0.81 -1.51 -0.14 -0.18 -1.42 -1.97 -0.52 1.37 -0.34 0.35 0.00 24.18 29.57 14.13 Total -1.22 7.28 4.37 44.73 -22.00 0.84 1.59 -0.71 -3.20 -2.95 -2.30 -0.45 -1.29 -2.32 -0.32 -3.39 0.85 0.01 24.18 43.70 Tabela A49. Decomposição de OAXACA – Homens (1995) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs -0.17 3.32 2.64 51.75 -3.00 -16.71 4.47 21.73 3.74 -11.70 4.08 -0.12 3.29 0.86 0.04 0.02 1.19 0.04 0.07 0.06 1.75 0.54 -0.20 0.38 -1.47 1.58 0.14 1.12 -0.04 0.29 -0.29 1.11 0.60 -0.03 -0.05 0.38 0.00 -44.21 16.77 10.41 Total 3.15 54.39 -19.71 26.20 -7.96 3.97 4.14 0.06 1.23 0.13 2.29 0.17 0.11 1.26 0.25 0.82 0.57 0.33 -44.21 27.18 50º Obs N. Obs -0.49 1.71 0.92 22.80 -1.65 -2.38 3.83 22.69 3.01 -13.58 3.74 -0.44 2.45 0.01 -0.10 -0.02 1.56 -0.23 0.35 0.02 1.70 -0.09 -0.01 -0.10 -1.57 0.07 0.03 -0.50 -0.21 0.08 -0.83 0.23 0.08 0.47 -0.13 -0.36 0.00 -13.85 12.71 16.50 Total 1.22 23.71 -4.03 26.52 -10.57 3.30 2.46 -0.12 1.33 0.37 1.61 -0.10 -1.51 -0.47 -0.13 -0.59 0.55 -0.49 -13.85 29.21 122 Tabela A50. Decomposição de OAXACA – Homens (2001) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs -0.38 4.55 2.65 25.52 -3.09 -9.12 2.82 15.70 4.08 -5.39 3.79 0.14 2.54 1.53 0.07 0.01 0.57 0.19 0.14 0.08 1.53 0.68 0.11 0.61 -0.59 1.89 0.48 0.67 -0.15 0.41 -0.73 1.93 0.32 1.60 -0.03 2.63 0.00 -35.84 14.12 7.77 Total 4.16 28.16 -12.21 18.52 -1.31 3.92 4.07 0.08 0.76 0.21 2.21 0.72 1.30 1.15 0.26 1.20 1.92 2.60 -35.84 21.89 50º Obs N. Obs -0.74 3.47 -1.82 35.26 0.66 -13.14 3.09 21.56 3.68 -9.07 4.09 -0.03 2.41 1.30 0.18 0.02 1.18 0.38 0.27 0.16 1.40 1.57 -0.02 0.52 -0.79 2.64 0.23 0.94 -0.13 0.20 -0.94 2.17 0.11 1.12 0.02 1.76 0.00 -36.98 12.87 13.83 Total 2.73 33.44 -12.48 24.65 -5.39 4.06 3.70 0.20 1.55 0.43 2.96 0.50 1.85 1.17 0.07 1.23 1.22 1.78 -36.98 26.70 90º Obs N. Obs 0.31 5.66 3.15 7.85 -2.89 -0.57 8.06 34.44 8.24 -23.92 0.51 0.01 1.83 -0.33 7.73 -2.43 7.99 -0.67 -0.25 -0.28 -0.10 -0.40 -0.20 0.12 -0.42 -0.48 -0.64 -0.80 -0.13 0.00 -3.30 -1.57 -0.47 3.60 -0.53 2.66 0.00 0.95 28.89 23.83 Total 5.97 11.01 -3.46 42.50 -15.69 0.52 1.50 5.30 7.32 -0.53 -0.49 -0.07 -0.90 -1.44 -0.14 -4.87 3.13 2.13 0.95 52.72 90º Obs N. Obs -0.07 0.90 2.01 39.25 -2.29 -13.94 3.84 20.14 4.81 -5.11 0.08 -0.23 2.25 -0.36 -1.34 -7.26 2.93 -2.29 -2.27 -0.78 0.39 -0.82 -0.05 -0.01 -0.06 0.01 -0.31 -0.22 -0.60 -0.18 1.51 0.18 -0.05 2.17 -0.94 0.76 0.00 -16.73 9.84 15.47 Total 0.83 41.26 -16.23 23.99 -0.30 -0.16 1.90 -8.61 0.64 -3.05 -0.43 -0.06 -0.05 -0.53 -0.78 1.69 2.12 -0.18 -16.73 25.31 Tabela A51. Decomposição de OAXACA – Mulheres (1987) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs -0.10 0.04 0.78 46.57 -0.91 -20.76 4.30 10.21 2.74 -3.62 3.43 -0.18 1.43 1.81 0.20 -0.04 0.35 -0.05 0.13 -0.02 2.24 -0.46 -0.37 0.15 1.17 0.20 -0.69 -1.46 0.37 -0.37 0.11 -0.12 0.86 5.20 0.04 5.20 0.00 -31.79 16.08 10.50 Total -0.06 47.35 -21.67 14.51 -0.87 3.25 3.24 0.16 0.31 0.10 1.78 -0.23 1.37 -2.15 0.00 -0.01 6.06 5.23 -31.79 26.59 50º Obs N. Obs -0.19 0.38 -5.31 37.09 3.86 -14.61 4.37 15.14 2.46 -5.83 2.97 -0.35 0.98 1.65 0.19 -0.13 0.83 -0.18 -0.05 -0.14 2.82 -0.84 -0.13 0.12 1.06 0.84 -1.27 -1.99 -0.49 -0.14 -0.28 0.05 0.19 1.15 -0.16 1.34 0.00 -24.22 11.86 9.34 Total 0.19 31.78 -10.75 19.51 -3.37 2.62 2.63 0.06 0.64 -0.19 1.98 0.00 1.91 -3.25 -0.63 -0.23 1.34 1.19 -24.22 21.20 123 Tabela A52. Decomposição de OAXACA – Mulheres (1995) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs -0.09 -0.23 1.00 45.73 -0.89 -12.97 4.55 24.48 1.47 -12.36 5.27 -0.21 3.41 1.17 0.31 0.01 0.09 0.09 0.07 -0.02 1.74 -0.50 -0.15 0.19 0.58 -0.28 -0.09 -1.00 0.00 -0.04 0.18 0.29 0.30 -0.43 -0.06 0.84 0.00 -36.95 17.69 7.81 Total -0.32 46.73 -13.86 29.03 -10.89 5.06 4.58 0.33 0.19 0.05 1.24 0.04 0.30 -1.09 -0.04 0.47 -0.13 0.78 -36.95 25.50 50º Obs N. Obs -0.21 0.56 -1.95 37.47 0.63 -9.80 3.90 31.15 0.87 -16.10 5.55 -0.92 2.78 -0.55 0.22 -0.08 -1.52 -0.46 0.26 -0.23 2.25 -1.46 -0.04 0.01 0.87 -0.89 -0.75 -1.47 -0.88 -0.61 0.05 0.12 0.21 -1.42 -0.31 1.44 0.00 -23.04 11.92 13.71 Total 0.35 35.52 -9.17 35.04 -15.23 4.63 2.24 0.14 -1.98 0.03 0.79 -0.03 -0.02 -2.23 -1.49 0.17 -1.21 1.13 -23.04 25.63 90º Obs N. Obs -0.13 1.09 -1.16 1.21 0.81 -2.56 8.46 33.47 3.20 -16.13 2.86 -1.18 2.84 -4.11 7.86 -3.83 1.10 -0.65 -1.26 -2.05 -0.12 -1.25 -0.04 0.10 0.01 -0.07 -0.04 -0.27 -1.22 -0.06 -0.18 -0.09 -0.45 0.21 -1.35 -0.91 0.00 17.18 21.19 20.10 Total 0.96 0.05 -1.75 41.93 -12.94 1.68 -1.27 4.04 0.45 -3.31 -1.37 0.06 -0.06 -0.31 -1.28 -0.27 -0.24 -2.26 17.18 41.29 90º Obs N. Obs -0.13 -0.08 1.93 49.52 -1.28 -12.52 7.21 50.09 3.23 -21.73 1.40 -0.73 2.25 -2.48 8.74 -2.95 1.26 -0.20 0.20 -0.22 -0.18 -0.94 0.00 0.11 0.04 -0.09 -0.01 -0.40 -0.67 0.02 -0.18 0.17 -0.90 -1.21 -0.29 -0.05 0.00 -27.76 22.62 28.55 Total -0.21 51.45 -13.80 57.29 -18.50 0.67 -0.23 5.79 1.06 -0.02 -1.13 0.11 -0.05 -0.41 -0.65 -0.01 -2.10 -0.34 -27.76 51.17 Tabela A53. Decomposição de OAXACA – Mulheres (2001) Chefe Idade Idade2 Educação Ie Sul Sudeste Qualif 1 Qualif 2 Qualif 3 Qualif 4 Qualif 5 Qualif 6 Qualif 7 Qualif 8 Qualif 10 Posição 2 Posição 3 _Cons Total 25º Obs N. Obs 0.03 -0.15 3.58 26.47 -3.30 -13.23 3.45 10.39 1.56 1.51 4.37 0.12 2.82 0.77 -0.05 0.02 0.55 0.01 0.04 0.03 1.65 -0.25 0.04 0.64 0.64 0.23 -0.29 -0.73 -0.16 -0.81 0.31 0.10 0.39 2.19 -0.23 5.99 0.00 -22.73 15.40 10.57 Total -0.12 30.05 -16.53 13.85 3.07 4.49 3.60 -0.03 0.56 0.07 1.41 0.68 0.87 -1.02 -0.97 0.41 2.58 5.77 -22.73 25.97 50º Obs N. Obs -0.13 0.74 -3.68 58.49 2.22 -24.12 3.44 26.74 1.05 -7.94 4.94 -0.29 1.44 0.49 0.23 -0.04 -0.83 -0.29 -0.03 0.14 1.81 -0.82 0.00 0.11 0.49 -0.30 -0.50 -1.61 -0.36 -0.25 -0.15 0.38 0.16 0.51 0.00 2.36 0.00 -41.05 10.08 13.24 Total 0.61 54.81 -21.90 30.18 -6.89 4.65 1.92 0.18 -1.12 0.11 0.99 0.12 0.19 -2.11 -0.61 0.23 0.67 2.35 -41.05 23.32 124