DESCRIÇÃO DO PROJETO PILOTO BAIRRO BELO HORIZONTE, ITAPETININGA, SP 2009 No início de 2009 o prefeito de Itapetininga, Dr. Roberto Ramalho Tavares, conheceu o projeto FIB através da experiência que o Instituto Visão Futuro realizou em Angatuba, uma cidade próxima. O prefeito imediatamente se encantou pelo projeto e decidiu realizá-lo em sua cidade. Esse projeto que trata do desenvolvimento integral do indivíduo e da sociedade, foi então lançado em Itapetininga como um programa referência que abarca o que toda sociedade e individuo buscam – bem-estar e felicidade para todos. ADULTOS, JOVENS e CRIANÇAS – PROCESSO “INTERGERACIONAL” Após a seleção do Bairro Vila Belo Horizonte, com aproximadamente 3000 habitantes, como local para aplicação do projeto FIB, as atividades começaram no segundo semestre de 2009, com o desafio inicial de sensibilizar a sociedade civil e as diversas instituições do bairro. A proposta FIB foi apresentada para a comunidade e os laços foram fortalecidos para articular a rede local. Simultaneamente dois programas começaram para sensibilizar os ícones inspiradores deste projeto: as crianças e os jovens, sendo que a metodologia do processo FIB abrange a totalidade da sociedade de forma intergeracional. No programa “Educação para a Felicidade”, 25 crianças da escola municipal local Hilda Weiss aprenderam a praticar diversas técnicas físicas e mentais para seu bem-estar, incluindo respiração diafragmática, ioga, auto-massagem e relaxamento profundo. Em cada encontro, elas focaram suas mentes no sentimento de amor no coração, e irradiaram esse amor para toda a família e a todo mundo ao seu redor. As crianças adoraram as histórias contadas no “Círculo Mágico” sobre valores tais como bondade, generosidade, gratidão e cooperatividade. Aliada a essa educação para felicidade, as crianças aprenderam técnicas de teatro e palhaço em aulas com um dos Doutores da Alegria, Angelo Brandini, e outros profissionais de teatro, para contagiar os adultos com ondas de felicidade e humor, mobilizando assim o entusiasmo de toda a comunidade. O próximo desafio foi como aplicar 400 questionários numa amostra randômica de moradores da Vila Belo Horizonte, e no processo gerar a mobilização social. A solução foi de envolver os jovens do próprio bairro que se voluntariaram em prol de um ideal comum, doando seu tempo e energia para o bem-estar da sua comunidade. Trinta jovens da escola Estadual Ernestina Loureiro Miranda foram capacitados na sede do Instituto Visão Futuro em Porangaba. Eles assistiram palestras sobre ciência hedônica (a ciência da felicidade); participaram de vivências que os sensibilizaram sobre aquilo que realmente faz o ser humano feliz ou infeliz; participaram de discussões escuta profunda e empática; e aprenderam como falar em público para se libertarem da timidez e mobilizarem a auto-confiança. O potencial dos jovens floresceu! Com os recursos aprendidos, eles passaram de porta em porta no bairro com o questionário, 1 motivando os moradores do bairro a responderem as perguntas, e a se integrarem no processo de melhoria de suas próprias vidas. Como disse o prefeito de Itapetininga: “Os jovens estão sendo formados com valores de cidadania, de ética – valores importantes para construir uma comunidade mais justa, uma sociedade mais fraterna e mais solidária”. REUNIÕES de MOBILIZAÇÃO Após a tabulação dos resultados, uma grande reunião na escola Hilda Weiss foi convocada e organizada, com a grande ajuda da diretora da escola, a Professora Sonia Aparecida Abreu Braga, e do professor de educação física, Guiliano Alves. Os jovens criaram “convites sonoros” (spots) para motivar o comparecimento da população do bairro na reunião, gravando num estúdio local um alegre e divertido CD que passou várias vezes num carro de som pelas principais ruas do bairro. Quando os resultados do questionário foram mostrados numa palestra com gráficos de powerpoint, a platéia ficou fascinada. Através da dinâmica World Café (Café Mundial), que mobiliza a inteligência coletiva de um grupo, a comunidade – adultos, jovens e crianças – refletiu sobre as dimensões do FIB no bairro, e discutiu soluções e planos de ação para melhorar sua qualidade de vida. A partir deste processo, um grupo de moradores voluntariou-se para formar um Comitê FIB na Vila Belo Horizonte, o qual, em coordenação com a prefeitura, participará da equipe do Orçamento Participativo, planejando ações para satisfazer as necessidades do bairro e da Cidade, especialmente em saúde, espaços verdes e lazer. A extensa e harmoniosa cooperação com a prefeitura deve-se em grande parte ao interesse pessoal do prefeito no Processo FIB, que constatou: “Nós achamos, aliás temos certeza, que nossos projetos possam ter sequência com a participação da população. Queremos levar qualidade de vida para a população, e encontramos no FIB o caminho para mais rapidamente atingir esses objetivos. Hoje a legislação exige a participação popular, e o FIB incentiva essa participação, e desenvolve a capacidade das pessoas a transformar mais rapidamente a sua realidade. E agora estamos programando a continuidade do projeto em outras escolas e outros bairros do município. Então em três anos a gente quer que o FIB esteja incorporado em Itapetininga, e que a nossa cidade possa servir de modelo para as demais cidades da região.” Disse um dos coordenadores do projeto, o educador Fernando Rebelo, “Percebemos como o FIB fortaleceu a vitalidade comunitária e ajudou a articular a comunidade para discutir e planejar estratégias de melhoria da sua qualidade de vida. Como resultado, percebemos o florescer de potencialidades locais e o semear de uma nova organização social, na qual o amor, a paz e ajuda mútua sejam os pilares”. 2