ECONOMIA E VIDA
“Vocês não podem servir
a Deus e ao dinheiro”
Notas sobre o Texto-Base e os
Desafios da CFE-2010
Marcos Arruda
Oficina CONIC
10-12/9/2009
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ESTRUTURA DO TEXTO-BASE
I – A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR – VER 19-45
Diagnóstico da economia atual, na ótica da
vida e dos valores bíblicos-evangélicos.
II – ECONOMIA PARA A VIDA – JULGAR 47-61
Economia para a Vida como referência para
avaliar a economia do capital, da competição
pelo lucro, do individualismo exacerbado.
III – PROMOVER A VIDA – AGIR 63-70
Propostas de ação:
– Pelas igrejas, sociedade e Estado
– Para transformar a economia insustentável do
lucro e da ganância em economia sustentável da
partilha e da solidariedade.
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CRITÉRIOS PARA ESTUDAR E
AVALIAR A ECONOMIA-MUNDO
• Consciência da interconexão e interdependência dos
humanos entre si e com a Natureza: família humana
• Economia da dádiva
• Economia solidária das primeiras comunidades
cristãs: altruísmo, partilha, um só coração e uma só
alma, ninguém sofria de necessidades não
atendidas.
• ÉTICA: economia deve ser considerada boa à
medida que cria reais condições de segurança e
oportunidade de desenvolvimento da vida de todas
as pessoas, desde as mais pobres e vulneráveis.
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PRIORIDADES INVERTIDAS
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BANCO MUNDIAL: ALÍVIO DA POBREZA
•
•
•
•
COMO O BANCO VAI SE REESTRUTURAR PARA
REALIZAR ESTA “META ABRANGENTE”?
IFC: “CANALIZANDO MAIS DINHEIRO AO SETOR
PRIVADO ELE OFERECE MAIS EMPREGO E MAIS
PRODUTOS E A POBREZA DIMINUI.”
POR QUE “ALIVIAR” EM VEZ DE “ERRADICAR” A
POBREZA?
BM: “PARA NÃO ELEVAR AS ESPERANÇAS
ACIMA DO QUE NA REALIDADE É POSSÍVEL.”
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PREMISSAS ANTROPOLÓGICAS
E SISTEMAS POLÍTICOS
“Nós, seres humanos, somos animais que
dependem do amor. Isto fica evidente no
fato de que ficamos doentes quando
privados de amor, em qualquer idade”
(Maturana)
A questão nuclear da Educação e da
Economia:
“Que Ser Humano queremos construir?”
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EU-SEM-NÓS =
EU SOLITÁRIO
EU-MESMO
OUTRAOUTRO
NATUREZA
EU-SOLITÁRIO
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EU-E-NÓS (SELF) =
EU SOLIDÁRIO
EU-MESMO
OUTRAOUTRO
NATUREZA
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PREMISSAS ANTROPOLÓGICAS
E SISTEMAS POLÍTICOS
1. EU-SEM-NÓS
> EGOCENTRISMO
> CORPORATOCRACIA
2. NÓS-SEM-EU
> COLETIVISMO MASSIFICANTES
> ESTATOCRACIA
3. EU-E-NÓS AO MESMO TEMPO
> INDIVÍDUO SOCIAL SOLIDÁRIO
> DEMOCRACIA
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CORAÇÃO DA ECONOMIA DE
SOLIDARIEDADE
• “Um novo mandamento vou dou: que VOS AMEIS
uns aos outros: como eu vos amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis.” (Jo. 13:34)
• COMO FAZER DA ATIVIDADE ECONÔMICA UM ATO
DE AMOR?
• “QUE TODOS SEJAM UM, COMO TU, PAI, E ÉS EM
MIM E EU EM TI; QUE TAMBÉM ELES SEJAM UM EM
NÓS...” (Jo. 17: 21)
• “E eu dei-lhes a glória que tu me deste, PARA QUE
SEJAM UM, COMO NÓS SOMOS UM. EU NELES E
TU EM MIM, PARA QUE SEJAM PERFEITOS EM
UNIDADE...” (Jo. 17: 22-23)
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11
DEZ MUDANÇAS QUE PODEM SE
TORNAR
METAS DA CAMPANHA
E DAS
SEMANAS SOCIAIS
FUTURAS
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1. VISÃO DE OUTRA ECONOMIA
•
•
•
CENTRADA NO SER HUMANO, nas suas
necessidades e fundada na cooperação e
na solidariedade.
ECONOMIA COMO GESTÃO DAS CASAS
em que habitamos – o corpo, a casa, a
comunidade, a comarca ou município, os
ecossistemas, o bioma, o país, o
continente, o Planeta.
SUJEITO POLÍTICO DA GESTÃO: O
CONJUNTO DOS HABITANTES E CADA UM
DELES
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2. DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
•
•
•
•
DESENVOLVIMENTO como LIBERDADE das
exigências da mera sobrevivência física e do
trabalho como cativeiro.
Visão e prática do desenvolvimento integral,
envolvendo todos os aspectos e dimensões da
vida humana.
Caracteriza-se como endógeno, soberano,
democrático, solidário, sustentável.
Leis e políticas fundadas na compreensão de que
o desenvolvimento econômico e técnico não é fim,
mas sim meio para promover o desenvolvimento
humano e social.
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3. DINHEIRO
•
•
•
•
•
A recriar como meio de troca de bens e
serviços, e não mais como mercadoria ou
reserva de valor.
Trabalhar pelo fim do sistema de juros e
usura.
Pela criação de uma taxa que corresponda
aos custos do empréstimo apenas.
Política tributária progressiva e
redistributiva
Reconhecimento do direito das
comunidades de criar moedas sociais e
outros meios simbólicos de troca.
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4. TRABALHO EMANCIPADO
•
•
•
•
Emancipado das amarras da mera sobrevivência
material: TRABALHO COMO EXPRESSÃO E
PROTEÇÃO DA VIDA!
Leis que garantam uma REMUNERAÇÃO BÁSICA
CIDADÃ a todos; e que obriguem as empresas a
PARTILHAR OS EXCEDENTES EQUITATIVAMENTE
com os trabalhadores.
Garantia de que estes podem aplicá-los na
redução do tempo de trabalho necessário sem
perda de remuneração.
Políticas de educação e orientação dos
trabalhadores para o BOM USO DO TEMPO
LIBERADO.
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5. PROPRIEDADE E POSSE
•
•
•
Leis que desvinculem a propriedade
do capital e a vinculem ao trabalho e
ao uso produtivo da mesma
Introdução do conceito de posse
relacionada ao uso dos bens
produtivos e recursos naturais
Leis retirando do trabalho, da terra e
do dinheiro o caráter de mercadoria,
resgatando assim sua dignidade e
sua função emancipadora
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6. RIQUEZAS-MEIOS
E RIQUEZAS-FINS
•
•
•
Redefinir riqueza de modo mais abrangente,
incluindo as materiais e as não-materiais e
desenvolvendo INDICADORES que incluam ambas.
Distinguir RIQUEZAS-MEIOS [bens materiais,
dinheiro] de RIQUEZAS-FINS [libertação dos
sofrimentos evitáveis, liberdade cidadã, igualdade
social, sentido de irmandade, paz de espírito, vida
de qualidade, convivência pacífica entre humanos
e com o meio natural, beleza, conhecimento,
diálogo, afeto, amor, paz].
Colocar LIMITES no crescimento da produção de
riquezas materiais: o suficiente, os limites do meio
natural, as gerações futuras.
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7. SEGURIDADE SOCIAL
•
•
Garantia integral de vida digna aos
idosos e portadores de deficiência, e
a todos que comprovem
impossibilidade de ganhar o
suficiente para manter-se e à sua
família.
Resgate do mandato constitucional da
Política de Seguridade Social, e
impedimento de desvio dos fundos
constitucionais para outros fins.
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8. ESTADO DEMOCRATIZADO
•
•
Sublinhar a importância de um Estado
desprivatizado e democraticamente forte
para ser o regente da diversidade da
nossa sociedade complexa.
Papel não de protagonista, mas de:
– regente do planejamento e
implementação do desenvolvimento de
forma participativa
– educador e facilitador do
empoderamento da população para o
protagonismo econômico e político
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9. DÍVIDA PÚBLICA
•
•
•
Promover a compreensão de que as
DÍVIDAS FINANCEIRAS – interna e externa
– têm sido pagas mediante taxas de juros
exorbitantes. AUDITORIA E CPI.
O pagamento desses juros desvia do
orçamento público recursos
indispensáveis para o investimento na
economia interna e nas demandas sociais e
ambientais.
Isto constitui a DÍVIDA SOCIAL E
AMBIENTAL, cuja credora é a população do
país, especialmente os mais pobres,
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oprimidos, excluídos.
10. FELICIDADE - FIB
•
•
•
•
Sentido maior da vida do ser humano: ser
feliz. Como ser social, ela/ele precisa do
outro para realizar-se.
Acolher o outro respeitando sua dignidade
chama-se amor.
O amor respeita a diversidade e busca no
diferente a complementaridade dos
talentos e recursos.
A economia de solidariedade baseia-se no
amor e gera uma felicidade que vai muito
além da posse de riquezas materiais.
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10. FELICIDADE - FIB
Apoiar o movimento que visa a construção de um
ÍNDICE, o FIB (FELICIDADE INTERNA BRUTA) que
mede tanto o bem estar material como a felicidade,
através de INDICADORES como:
–
–
–
–
–
–
–
–
–
desenvolvimento socioeconômico,
boa governança,
educação,
saúde,
resiliência ecológica,
diversidade cultural,
vitalidade comunitária,
uso equilibrado do tempo,
bem estar psíquico e espiritual.
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