O TRABALHO
NOS
CLÁSSICOS DA
SOCIOLOGIA
Karl Marx -1818-1883
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Textos Básicos:
1848
O Manifesto Comunista
1859
Prefácio à Contribuição à Crítica da
Economia Política
1863
O Capital
PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO
DA SOCIEDADE
Conceito de Homem
Conceito de Trabalho
Conceito de História
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
HOMEM
ser de necessidades
satisfação das
necessidades
produção de
bens materiais
produção de
bens materiais
TRABALHO
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Relações
A ) com a Natureza
Forças de Produção
(instrumentos de produção)
+
B ) dos Homens entre si
Relações de Produção
(divisão do trabalho)
modo de produção
História
Antigo Feudal Capitalista
“A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”
Nesses dois tipos de relação
aparece como intermediário um
elemento essencial: O TRABALHO HUMANO
Assim como Darwin havia descoberto a lei
da evolução das espécies, Marx descobriu
as leis da HISTÓRIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
INFRA ESTRUTURA
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de
uma sociedade forma sua base ou infra-estrutura que por sua vez é o
fundamento sobre o qual se constituem as instituições políticas e sociais.
Esta base material é o modo de produção que serve para caracterizar
distintas etapas da história humana.
SUPER ESTRUTURA
Na produção da vida os homens geram outra espécie de produtos que
não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas,
códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação,
o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de
sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida.
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de
consciência, encontra-se na base econômica e material da
sociedade, no modo como os homens estão organizados no
processo produtivo
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política
“O modo de produção da vida material condiciona o processo da
vida social, política e espiritual em geral”
“Não é a consciência do homem que determina a sua existência, mas ao
contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”
“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a
imensa superestrutura erigida sobre ela”
“Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele
pensa de si mesmo, não podemos julgar estas épocas de revolução pela
sua consciência, mas pelo contrário, é necessário explicar esta
consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito existente
entre as forças produtivas e as relações de produção”
“Nenhuma formação social desaparece antes que se desenvolvam
todas as forças produtivas que ela contem e jamais aparecem
relações de produção novas antes de amadurecerem no seio da
própria sociedade antiga as condições materiais para a sua
existência”
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
EXISTÊNCIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
MPC
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
NÃO PROPRIETÁRIOS
PROLETARIADO
BURGUESIA
CLASSE DOMINANTE
CLASSE DOMINADA
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
Prefacio à Contribuição à Crítica da Economia Política
A determinadas
forças
de
produção
correspondem
determinadas relações de produção que se expressam em
relações jurídicas e que constituem um modo de produção
FORÇAS DE
PRODUÇÃO (FP)
MODO DE PRODUÇÃO
RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO (RP)
As forças de produção são dinâmicas porque são dialéticas e as
relações de produção não acompanham o ritmo de seu
desenvolvimento
As forças de produção se chocam com as relações de produção
existentes, ou o que não é senão sua expressão jurídica, com as
relações de propriedade dentro das quais se desenvolveram até
ali. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas
relações se convertem em obstáculos a elas. E se abrem assim na
época de revolução social.
Prefacio à Contribuição à Crítica da Economia Política



“nenhuma formação social desaparece antes
que se desenvolvam todas as forças produtivas
que ela contem e jamais aparecem relações de
produção novas e mais altas antes de
amadurecerem no seio da sociedade antiga as
condições materiais de sua existência.”
“As relações burguesas de produção são a
ultima forma antagônica do processo social de
produção... As forças produtivas que se
desenvolvem criam as condições materiais para
a solução do antagonismo.”
“Com essa formação social se encerra a préhistória da sociedade humana”
ANÁLISE DA MERCADORIA
1. O duplo valor dos bens materiais
•
Valor de uso
•
Valor de troca
2. A determinação do valor de troca
3. Os processos históricos de troca
4. A força de trabalho como mercadoria
5. O processo da mais valia
6. O fetichismo da mercadoria
ANÁLISE DA MERCADORIA 1
1. O duplo valor dos bens materiais
homem
necessidades
satisfação
Valor de uso
produção de
bens materiais
Utilidade do bem material para o seu produtor
valor dos bens
Valor de troca
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu
produtor e este o coloca no mercado para troca:
MERCADORIA
Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem
embutido nela um valor de uso
ANÁLISE DA MERCADORIA 1
2. A determinação do valor de troca
O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?
QUANTIDADE ?
NECESSIDADE ?
FINALIDADE ?
EQUIVALÊNCIA (valores iguais)
ANÁLISE DA MERCADORIA 2
2. A determinação do valor de troca
equivalência
trabalho
equivalência
02 horas
02 horas
04 horas
tempo de trabalho necessário para
a sua produção
ANÁLISE DA MERCADORIA 2
2. A determinação do valor de troca
Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua
produção
Tempo médio
Socialmente
Tempo social
Exemplo : compra no supermercado
Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?
Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias, há
uma comparação de trabalho humano. Logo toda
mercadoria expressa relações sociais
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho
concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho
humano abstrato, o trabalho humano geral.
“Ao equiparar os seus diversos produtos na troca
como valores, os homens equiparam os seus diversos
trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta,
mas fazem-no”.
ANÁLISE DA MERCADORIA 3
3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista
a) Processo de circulação simples (troca direta)
A troca direta não dinamiza a troca
M
M
Há necessidade de um equivalente geral
b) Processo de circulação complexa (troca indireta)
M
D (equivalente geral)
M
O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO
II) Processo Capitalista
D
D
M
M
D Qual a vantagem ?
D+ Dinheiro tem valor de uso ?
D
M
D+
M
D++
M
D+++ ...
ANÁLISE DA MERCADORIA
O processo pré-capitalista
começa com M
O processo capitalista
começa com D
a mercadoria é produto do
trabalho
o dinheiro é necessariamente
produto do trabalho ?
Questão Básica
De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?
Comércio = troca de mercadoria, conquista, pirataria,
saque, exploração, suborno, fraude ...
“Se o dinheiro .... Vem ao mundo com uma mancha
congênita de sangue numa das faces, o capital vem
pingando da cabeça aos pés, de todos os poros,
sangue e lama” (Marx, O Capital, vol 1)
ANÁLISE DA MERCADORIA
máquina
matéria prima
(Capital constante)
D
M
D+
força de trabalho
(Capital variável)
No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma
mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua
força de trabalho: camponeses e artesãos
Camponeses = expulsos do campo
Artesãos = destituídos de suas ferramentas
ANÁLISE DA MERCADORIA 4
4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?
a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios
necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu dono,
o trabalhador
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios
necessários para que o trabalhador exista
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos meios
necessários à subsistência do trabalhador e sua reprodução
ANÁLISE DA MERCADORIA
Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa
quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de trabalho.
MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O
VALOR DA FORÇA DE TRABALHO
PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO
VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE
GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À
REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o
estritamente necessário ao futuro trabalhador.
É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o
assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e
o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.
A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
1. Economistas Clássicos
A força de trabalho como criação de valor
2. Marx
O trabalho provoca nos objetos uma espécie de “ressurreição”
3. Economistas Clássicos
O valor das mercadorias depende do tempo de trabalho gasto na
produção
4. Marx
Tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção
tempo médio
tempo social
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
Primeiro Modo
Hipótese: 08 horas
Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo
valor é igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de
trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente
um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das horas,
ainda que pague mais, estará aumentando a mais valia:
Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas tecnologias
diminuirá o tempo necessário estará aumentando a mais valia
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
Segundo Modo
5. Exemplo
Matéria
Prima
Produção de um par de sapatos
=
100 unit de
moeda
Desgaste
Instrumentos
=
20 unit de
moeda
Salário Diário
=
30 unit de
moeda
Como o capitalista
obtém o lucro?
Não é no âmbito da compra
e venda
É no âmbito da produção
O valor de um par de sapatos é a soma de todos os
valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção
ANÁLISE DA MERCADORIA
09 horas de
trabalho
01 par a cada
03 horas
Nessas 03h o trabalhador
cria uma quantidade de
valor correspondente ao
seu salário
Nas outras 06h produz
mais mercadorias que
geram um valor maior do
que lhe foi pago na forma
de salário
ANÁLISE DA MERCADORIA
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
=
150
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
x
03
=
390
=
130
03
MAIS VALIA
Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30
unidades de moeda e o seu trabalho rendeu o
dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda
em cada um dos pares de sapato. Este valor a
mais não retorna ao operário: incorpora-se ao
produto e é apropriado pelo capitalista
Assim como um boi produz mais do que consome
e enriquece o seu dono, a classe trabalhadora
produz mais valia do que consome e enriquece os
proprietários dos meios de produção. Os
trabalhadores são os bois do sistema capitalista
O FETICHISMO DA MERCADORIA
FETICHISMO
Adoração ou culto de fetiches
FETICHE
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela
natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e presta culto
FREUD
MARX
(1856 – 1939)
A aplicação do processo de
fetichismo ao
comportamento individual:
fetiches sexuais
(1818 – 1883)
A aplicação do processo do
fetichismo ao comportamento
social: a mercadoria e o
dinheiro são fetiches
O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias,
o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois,
relações sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de
valor de troca (preço)
Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria
menino-que-faz-pacotes
As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as
outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
O FETICHISMO DA MERCADORIA
As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais,
dotados de vida própria e os homens-mercadorias aparecem
como coisas
A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra:
uma coisa que existe por si e em si
A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes
COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?
As relações sociais de trabalho aparecem como relações
materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
Os homens são transformados em coisas e as coisas são
transformadas em “gente”
O FETICHISMO DA MERCADORIA
Os homens são transformados em coisas:
trabalhador
trabalho
proprietário
Uma coisa chamada força de trabalho
uma coisa chamada mercadoria que possui outra
coisa chamada preço
uma coisa chamada capital que possui outra
coisa chamada capacidade de ter lucros.
E a coisas são transformadas em “gente”:
Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir, poupar,
trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si mesmas,
independente dos homens que as realizam
Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem
sob a forma de coisas: reificação (Lucaks)
Questões Finais
Por que os homens conservam essa realidade ?
Como se explica que não percebam a reificação ?
Como entender que o trabalhador não se revolte contra uma
situação na qual não só lhe foi roubada a condição humana,
mas ainda é explorado naquilo que faz ?
Como explicar que essa realidade nos apareça como natural,
normal, racional, aceitável ?
De onde vem o obscurecimento da existência das contradições
e dos antagonismos sociais ?
De onde vem a não percepção da existência das contradições
e dos antagonismos sociais ?
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao
fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
ALIENAÇÃO
alienum = alheio - outro
Alienar um imóvel
Vender = separar o proprietário da propriedade
CAPITALISMO
ALIENAÇÃO ECONÔMICA
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de
produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas
simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o
salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na
vida cotidiana
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de
si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência
falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
IDEOLOGIA
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas
e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que
obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do
“sistema”, como se estivessem se comportando segundo sua
própria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia
da classe dominante nessa época.
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e
servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que
ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o
pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma
parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é
uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e
assumida pela classe dominada como se fosse sua.
SEGUNDA CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIOLOGIA
A preocupação em estabelecer normas que justifiquem a manutenção da
sociedade capitalista
Em sua obra A Divisão Social do Trabalho, procura compreender as
repercussões da divisão do trabalho e do aumento do individualismo na
integração social.
Durkheim tenta entender o funcionamento da sociedade da mesma forma
que a Biologia entende o funcionamento de um corpo. Cada indivíduo tem
uma função a cumprir que é importante para o funcionamento de todo o
corpo social.
Divisão Social do trabalho vem a ser a especialização de funções entre os
indivíduos de uma sociedade.
SEGUNDA CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIOLOGIA
Quanto mais for especializada sua atividade, mais o membro de uma
sociedade passa a depender dos outros membros.
Daí o efeito mais importante da divisão do trabalho não é o seu aspecto
econômico (aumento de produtividade) mas a integração e a união entre os
membros, que Durkheim denomina SOLIDARIEDADE.
SEGUNDA CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIOLOGIA
SOCIEDADE PRE-CAPITALISTA
SOCIEDADE CAPITALISTA
Tradicional
Moderna
Não diversificada
Diversificada
Pré-industrial
Industrial
Semelhanças de funções:
união
Especialização de funções:
dependência
Simples
Complexa
Muita coesão social
Pouca coesão social
Pouca divisão do trabalho
Muita divisão do trabalho
Solidariedade mecânica
Solidariedade orgânica
SOCIEDADE PRÉ- CAPITALISTA
Como a divisão do trabalho era pouco desenvolvida, não
havia um grande número de especializações. As pessoas se
uniam não porque dependiam do trabalho das outras, mas
porque tinham a mesma religião, as mesmas tradições, os
mesmos sentimentos, os mesmos valores. Esta sociedade
era constituída por SOLIDARIEDADE MECÂNICA
Nela a consciência coletiva era forte e pesava sobre o
comportamento de todos.
Predominava o Direito Repressivo (Penal) pois o crime feria
os sentimentos coletivos.
SOCIEDADE CAPITALISTA
Há divisão de trabalho porque há mais especialização de
funções.. O que une as pessoas é a interdependência das
funções sociais. Esta sociedade é constituída por
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA.
A consciência coletiva é fraca pois é difusa, difundindo-se
pelas diversas instituições
Predomina o Direito Restitutivo (Civil) , pois a função do
Direito mais do que punir o criminoso, é restabelecer a ordem
que foi violada.
Durkheim admite que a Solidariedade Orgânica é superior à
Mecânica, pois ao se especializarem as funções , a
individualidade de certo modo é ressaltada, permitindo maior
liberdade de ação
MAX WEBER
(1864/1920)
[email protected]
RELIGIÃO E CAPITALISMO

POR QUE O CAPITALISMO SE
DESENVOLVEU APENAS NO
OCIDENTE ?
6. RELIGIÃO E CAPITALISMO
“A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo” (1904)




ÉTICA PROTESTANTE
ETICA DA SALVAÇÃO
ÉTICA CALVINISTA
ASCETISMO
ESPIRITO DO CAPITALISMO
RACIONALIDADE
BUSCA RACIONAL DO LUCRO
VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO





DISCIPLINA
PARCIMÔNIA
DISCRIÇÃO
POUPANÇA
[email protected]
6. RELIGIÃO E CAPITALISMO
1- Weber objetivou compreender o
capitalismo como civilização = a
civilização do moderno mundo ocidental.
2- Para Weber o que marca a cultura
ocidental é a RACIONALIDADE.
3- O “impulso para o ganho” ou a “ânsia de
lucro” nada tem a ver em si com o
capitalismo.
[email protected]
4- Há dois elementos no capitalismo
ocidental:


a formação de um mercado de trabalho
formalmente livre
o uso da contabilidade racional
5- Sem estes dois elementos, a moderna
organização racional da empresa
capitalista não seria viável no Ocidente.
6- Weber investiga os princípios éticos que
estão na base do capitalismo,
constituindo o que ele denomina de o seu
“espírito”
7-
“Espírito do Capitalismo” : um conjunto
de convicções e valores defendidos pelos
primeiros mercadores e industriais
[email protected]
capitalistas
7. Para Weber, as atitudes envolvidas no
espírito capitalismo tinham sua origem na
teologia protestante
8- Weber relaciona o papel do
protestantismo, principalmente da ética
calvinista, na formação do comportamento
típico do capitalismo ocidental moderno.
9. A Ética Calvinista levou, ao extremo, a
noção de predestinação : o homem é salvo
por vontade de Deus. Nenhum homem
merece a salvação porque ninguém é
digno dela. A salvação existe para a maior
glória de Deus.
[email protected]
10. No protestantismo, o termo “vocação”
passou a significar “profissão” O homem é
“chamado” por Deus não apenas para que
tenha uma atitude contemplativa, mas sim
para cumprir sua missão no mundo através
do trabalho e de sua profissão.
11.O calvinismo difunde uma ética segundo
a qual o homem deve manter uma
contabilidade diária de seu tempo. O
desperdício do tempo é pecado pois o
homem deve empregá-lo para servir a
Deus e assegurar o seu lugar de “eleito”
12. A vivência espiritual da doutrina e
da conduta religiosa exigida pelo
protestantismo organizou uma
maneira de agir econômica,
necessária para a realização de um
lucro sistemático e racional.
13. Weber descobre que os valores do
protestantismo, como a disciplina
ascética, a poupança, a austeridade,
a vocação, o dever e a propensão ao
trabalho atuavam de maneira
decisiva sobre os indivíduos.
[email protected]
14. O objetivo do capitalismo é
aumentar a riqueza alcançada,
aumentar o capital. Esse processo de
enriquecimento constitui uma
indicação segura de que se está
“predestinado”
15. O calvinismo traz a formação de
uma nova mentalidade, um ethos
(visão de mundo) propício ao
capitalismo,
em
oposição
ao
“alheamento”
e [email protected]
à
atitude
16. Catolicismo :
1- Desprendimento dos bens materiais
deste mundo
2- Trabalho como verdadeira maldição,
somente para sobrevivência e não
como meio de salvação
3- A contemplação como elemento
fundamental
[email protected]
Protestantismo:
1- A vocação como sinônimo de
profissão
2- A realização de uma vocação por
meio do trabalho
3- Renúncia de todos os prazeres do
desperdício do tempo e da ociosidade
4-Valorização positiva do trabalho e da
riqueza criada pelo trabalho
5- Reinvestimento da riqueza:
assegurar o lugar de eleito, de
“salvo”
[email protected]
17- O capitalismo é a cristalização objetiva
destas premissas teológicas e éticas,
segundo as quais o homem, em virtude de
seu trabalho e da riqueza criada por este
trabalho, encontra um modo completo e
sensível de conquistar sua salvação
individual.
- O importante neste mundo é trabalhar
para criar riqueza e criar riqueza não para
o desfrute pessoal e esbanjamento, mas
para que se crie novamente trabalho. Esta
é a base da salvação do homem.
- Esta mentalidade acabou configurando a
[email protected]
tipologia do empresário moderno.
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O TRABALHO NOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA