XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental XI-014 - SISTEMA COMPUTACIONAL DE GESTÃO ENERGÉTICA DA SANEAGO Renato Milhomem de Oliveira(1) Técnico Industrial em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal de Goiás. Aperfeiçoamento em Automação de Sistemas Industriais pelo CEFET-GO. Graduando de Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás. Trabalha desde 1985 na Saneamento de Goiás S/A - SANEAGO, nas áreas de desenvolvimento da manutenção eletromecânica, conservação de energia, automação de sistemas de saneamento e manutenção preditiva. Endereço(1): Avenida Vereador José Monteiro, 1957 - Setor Negrão de Lima- Goiânia - GO CEP: 74650-230 - Brasil - Tel: (62) 202-4060 - e-mail: [email protected] RESUMO É apresentado neste trabalho, o Sistema Computacional de Gestão Energética da Saneamento de Goiás S/ASANEAGO, definido como uma ferramenta de características corporativas baseada em computadores de grande porte (mainframes), que possibilita a administração das informações relativas à energia elétrica consumida pela empresa de forma concentrada com processamento distribuído. Através dos dados disponibilizados pelo Sistema, é realizado o gerenciamento energético da SANEAGO em um âmbito global e setorial, assegurando-se o pagamento correto da energia consumida e a sua minimização de custos, além de obter-se o aumento na eficácia de sua utilização. PALAVRAS-CHAVE: Energia Elétrica, Sistema Computacional de Gestão Energética, Conservação de Energia, Gestão Energética. INTRODUÇÃO A conservação de energia é na atualidade, uma das principais preocupações das grandes e pequenas empresas. No setor de saneamento ambiental essa necessidade não é diferente, pois o insumo energia elétrica é o segundo item de despesa das companhias. A situação é agravada pela elevação dos custos de produção elétrica, cuja tendência é irreversível face ao esgotamento dos recursos naturais de maior viabilidade econômica, principalmente os hídricos, premidos pelo crescente aumento de demanda. Atualmente a energia elétrica do setor de saneamento ambiental é subsidiada em 15%, e a tendência é de que este subsídio acabe em função do tempo, tornando o custo de produção ainda maior. O quadro se completa pelas perspectivas significativas de elevação do consumo de energia elétrica no setor, devido ao incremento de demanda de água e esgoto, necessidade de criação de novos sistemas e aumento do consumo específico (kW/m3). Entende-se como Gestão Energética (GE), a execução do conjunto de procedimentos técnicos e administrativos implementados para alcançar a eficácia na utilização da energia consumida em uma determinada empresa. Asseguram-se portanto, o pagamento correto da energia consumida e a sua minimização de custos, além do aumento da eficácia na sua utilização. O principal instrumento para o desenvolvimento deste processo baseia-se no Sistema de Gestão Energética, definido como procedimentos estabelecidos pelas diversas áreas da empresa a fim de organizar e manter os dados da utilização da energia, permitindo extrair informações que subsidiem a tomada de ações para alcançar a eficácia na sua utilização. Um Sistema de Gestão Energética pode ser implementado nas formas automática (através de ferramentas computacionais específicas) e não automática (de forma manual). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental A análise dos resultados obtidos pela GE executada na SANEAGO durante o período de 1991 a 1995, direcionou os trabalhos em consonância com a necessidade urgente de um sistema computacional que gerenciasse a base de informações relativa à energia elétrica consumida pela empresa. Aspectos como o processo de expansão gradativa da SANEAGO a partir de 1995 (implicando também no aumento do volume de informações relativas ao gerenciamento de energia elétrica), a busca de melhores índices de eficiência energética (devido às perspectivas de elevação de custos), aliado ao quadro de complexidade cada vez mais acentuado; no que se refere às atividades relativas a este trabalho; fizeram com que a concepção do SGE fosse definida como uma prioridade para o ano de 1995; concepção essa, desenvolvida de forma totalmente ímpar no país e plenamente adaptada às particularidades técnicooperacionais da empresa. Devido ao padrão da base de dados existente e à estrutura do processamento de informações já sedimentada na companhia, a opção recaiu num SGE com características corporativas, baseado em plataforma de grande porte (mainframes). O SGE passou a operar de forma contínua a partir de julho de 1998, disponibilizando as informações relativas à energia elétrica consumida pela SANEAGO através de 800 estações de trabalho tipo microcomputador padrão IBM PC em 90 pontos geográficos distintos no Estado de Goiás, possibilitando o desenvolvimento da GE na companhia de forma setorial e global. A ESTRUTURA PARA PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES DA SANEAGO No início da década, as grandes empresas procuraram se modernizar, descentralizando as atividades e tornado ágeis os processos de decisões. Os mainframes, computadores de grande porte, deram a tônica de um modelo de administração concentrado, aliando-se processamento das informações de forma distribuída. O Mainframe foi lançado pela IBM em 1964, adaptando-se gradativamente à evolução tecnológica, mantendo a confiança característica da plataforma. Esta confiança é traduzida no fato de que 99 % das operações realmente críticas das corporações gigantes, rodam no mainframe; acrescendo-se ainda como vantagens; aspectos como a operacionalização ininterrupta durante anos, a escalabilidade ilimitada e o controle de segurança com total integridade. Buscando mudanças, que recaísse em uma nova geração de produtos, a IBM (a partir de 1993), reestruturou suas áreas de hardware, software e suporte. Na área de hardware, a principal mudança foi o lançamento dos processadores CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor), uma alternativa viável aos antigos sistemas bipolares com refrigeração à água. A Segunda mudança recaiu sobre o software. A IBM anunciou a nova versão do MVS, ambiente operacional que suporta um grande volume de transações e de usuários, com alto desempenho e segurança em um ambiente multi-sistema. O mainframe permite com que as informações sejam gerenciadas de forma centralizada, mas com processamento distribuído (contextualiza o PC como um usuário). A SANEAGO baseia toda sua estrutura de processamento de informações em grande porte (mainframe). Possui uma Máquina IBM 9672, modelo RB 54, com capacidade para processamento de 58 mips (milhões de instruções por segundo); máquina esta; quando na sua instalação, era a segunda unidade na América Latina. O seu sistema operacional é o MVS / ESA, com Banco de Dados DB2 e memória em disco rígido de 84 GB (RAM de 1 GB). Procede o gerenciamento de 800 estações de trabalho tipo microcomputador padrão IBM PC, em 90 pontos geográficos distintos no Estado de Goiás. A filosofia da SANEAGO para o gerenciamento de sua base de informações possui diretrizes de desenvolvimento baseadas no modelo de administração concentrado, com o processamento sendo feito de forma distribuída. Os sistemas têm caráter corporativo, sendo as informações disponibilizadas aos servidores e corpo gerencial da companhia, respeitados os devidos níveis de autorização. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental A empresa possui seus maiores sistemas para gerenciamento de informações, implementados em grande porte: Sistema de Orçamento Programa, Sistema de Recursos Humanos, Sistema Comercial de Faturamento, Sistema de Contabilidade, Sistema de Suprimento, Sistema para Controle de Qualidade da Água, Sistema de Indicadores de Desempenho Operacional, Sistema de Produção, Sistema de Patrimônio, Sistema de Gestão Energética, etc. CONSCIÊNCIA DA NECESSIDADE DE UM SGE A análise dos resultados obtidos pela GE executada na SANEAGO durante o período de 1991 a 1995, direcionou os trabalhos em consonância com a necessidade urgente de um sistema computacional que gerenciasse a base de informações relativa à energia elétrica consumida pela empresa. Aspectos como o processo de expansão gradativa da SANEAGO a partir de 1995 (implicando também no aumento do volume de informações relativas ao gerenciamento de energia elétrica), a busca de melhores índices de eficiência energética (devido às perspectivas de elevação de custos), aliado ao quadro de complexidade cada vez mais acentuado; no que se refere às atividades relativas a este trabalho; fizeram com que a concepção do SGE fosse definida como uma prioridade para o ano de 1995; concepção essa, desenvolvida de forma totalmente ímpar no país e plenamente adaptada às particularidades técnicooperacionais da empresa. Devido à estruturação existente, à filosofia para o gerenciamento de informações já há muito sedimentada na SANEAGO, e à extrema necessidade de difusão do know-how relativo à GE junto ao corpo de técnicos e engenheiros da companhia; a definição recaiu sobre um sistema corporativo que efetuasse o controle da informações relativas à energia elétrica, em estrutura de grande porte com processamento distribuído. BUSCA DE REFERENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO SGE Em virtude da opção feita pela empresa, buscou-se o referencial junto as demais companhias de saneamento ambiental estaduais que também possuíam trabalhos sedimentados na área de GE: COPASA (MG), SABESP (SP), CORSAN (RS), SANESUL (MS), SANEPAR (PR), CAESB (DF),etc. Verificou-se que, naquele momento, nenhuma empresa do Brasil, possuía um aplicativo à altura para efetuar o gerenciamento energético em estrutura de grande porte. Alguns aplicativos computacionais existentes em algumas companhias de saneamento, efetuavam o gerenciamento da base de informações relativa à energia elétrica, de forma ainda incipiente e limitada. Todas as companhias detentoras de um aplicativo para o gerenciamento de energia elétrica, o possuíam baseado em topologia de rede cliente-servidor, onde o processamento das informações se faz de forma concentrada. Pelos aspectos anteriormente relatados, verifica-se que a SANEAGO foi a primeira companhia de saneamento ambiental do Brasil a buscar de forma efetiva, soluções para o gerenciamento da base de informações da energia elétrica baseando-se em um aplicativo computacional de grande porte. ESTRATÉGIA DE PROJETO PARA A CONCEPÇÃO DE UM SGE ADEQUADO À SANEAGO Definida a metodologia para gerenciamento das informações, e não havendo referencial por nenhuma outra companhia de saneamento ambiental, que pudesse auxiliar no processo de concepção do SGE, o grupo de especialistas da área de controle de energia da SANEAGO, juntamente com a direção da empresa, decidiu que: a) A responsabilidade e autoridade sobre os âmbitos inicial e final do projeto (inclusive a respeito da sistemática para desenvolvimento do mesmo), ficaria a cargo de um grupo sênior de usuários composto por dois integrantes do quadro funcional da companhia; com conhecimentos específicos; dominados por pelo menos um dos dois integrantes, nas áreas de gestão de energia elétrica, lógica de programação e desenvolvimento de sistemas de informações; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental b) Seria da responsabilidade de um dos integrantes do grupo sênior de usuários, a concepção do instrumento que funcionaria como o vetor para direcionamento da elaboração do Projeto Lógico do SGE, além da definição de sua Base de Dados e sistemática para análise de informações: o Modelo Diagramático; c) Subseqüentemente, a companhia procederia a contratação de profissionais da área de desenvolvimento de sistemas (extra-quadro), a fim de delimitação do Projeto Lógico do Sistema e suas nuances de programação. O fato é justificado por ser o SGE o primeiro Sistema de Engenharia da empresa, contrapondo-se à sistemática de trabalho dos profissionais da área de informática da companhia na época, acostumados a sistemas comerciais; d) Caberia ao grupo sênior de usuários, a co-autoria do Projeto Lógico do Sistema, poder de interferência, crítica e modificação de toda e qualquer particularidade técnica, conceitual e operacional relativa ao modo de funcionamento do SGE; objetivando, tanto adequá-lo perfeitamente ao contexto da SANEAGO; quanto deter conhecimentos específicos o suficiente (ao nível de projeto), para manter o universo de controle sobre o sistema junto ao quadro interno de profissionais da companhia (e não de terceiros); e) Todas e quaisquer informações técnicas, organizacionais e particulares ao contexto da SANEAGO, a serem disponibilizadas aos analistas de sistema, ficaria à cargo do grupo sênior de usuários do SGE; f) Findado o Projeto Lógico, a programação dos subsistemas (ou partições) que compõem o SGE, seria acompanhada particularmente pelo grupo sênior de usuários. Este acompanhamento incluiria também os módulos de teste, com total responsabilidade pela aprovação dos mesmos; g) Caberia ao grupo sênior de usuários, a responsabilidade pelo direcionamento do desenvolvimento de um Sistema Computacional de Gestão Energética, plenamente concebido e contextualizado às particularidades estruturais, funcionais e técnicas da SANEAGO. QUADRO DE ATUAÇÃO DE UM SISTEMA MULTIDEPARTAMENTAL DE INFORMAÇÕES O desenvolvimento do projeto (e a implementação de propriamente dita) de um sistema de informações com características multidepartamentais, implica em mudanças. Quanto mais partes da empresa forem impactadas pelo sistema, maior a possibilidade para a mudança das atividades profissionais diárias das pessoas envolvidas, e a formação de estruturas de resistência à implementação do mesmo. A análise deste contexto deve levar em consideração, duas das mais significativas estruturas de resistência: a das pessoas cujo poder possa ser diminuído como resultado do sistema, e a das pessoas cujos trabalhos tenderão a agregar maiores níveis de responsabilidade e complexidade como resultado do sistema. No que se refere do impacto do sistema junto às estruturas organizacionais da empresa, destaca-se o fato de que as características corporativas do SGE, permitirão em curto espaço de tempo, que os integrantes do corpo gerencial também passem a ter acesso a toda a base de informações relativa à energia elétrica, assim como aos principais indicadores de desempenho energético dos Sistemas de Abastecimento de Água (SAA’s) de sua responsabilidade. Gradativamente, as atividades mais simples relativas à gestão de energia, serão compartilhadas junto ao corpo gerencial da SANEAGO (fato que agregará um elemento de responsabilidade a mais às atividades rotineiras destas pessoas). Em relação à formação de estruturas de resistência à implementação do sistema, no que se refere à diminuição de poder de algumas pessoas; acreditou-se que a operação do SGE não mudaria em qualquer aspecto o quadro de decisões estratégicas relativas ao gerenciamento da energia elétrica na empresa. Passar-se-ia de um controle centralizado e manual, efetuado por um grupo de especialistas, para um contexto em que permanecerá o controle central das mesmas atividades (com exclusividade de decisões de caráter estratégico), mas com compartilhamento e a disponibilização das informações da gestão de energia por toda a empresa (fato este ocorrido integralmente). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental Este quadro permitirá com que as atividades consideradas rotineiras e básicas em termos de gestão energética, sejam gradativamente repassadas às unidades organizacionais da SANEAGO (a responsabilidade caberá ao profissional da área de eletricidade, técnico ou engenheiro, e na falta destes, ao gerente). Quanto à estrutura de resistência formada pela reação das pessoas que acreditam que o funcionamento do SGE agregará níveis de complexidade e de responsabilidade crescentes às suas atividades, acresce-se uma especial atenção. Por ser um aspecto de realidade, mereceu dos integrantes do grupo de controle de energia elétrica, diretoria e profissionais da área de recursos humanos, especial empenho na definição de mecanismos adequados à conscientização quanto a importância da conservação da energia elétrica. Um aspecto a se ressaltar neste quadro, é o de que o descontrole de informações e a falta de colaboração das pessoas no desenvolvimento da GE, podem transformar este insumo; em fator de própria inviabilidade financeira da empresa, e conseqüente extinção da mesma. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE DIFERENCIAÇÃO DE SGE ADEQUADO À SANEAGO Algumas particularidades em relação ao SGE, foram agregadas ao contexto de definição da sua modelagem, a fim de direcionamento do Projeto Lógico do mesmo, em função das particularidades estruturais, funcionais e técnicas da SANEAGO: a) Sistema de caráter corporativo, baseado em plataforma de grande porte, seguindo-se um modelo de administração concentrado com processamento distribuído; b) Toda a formatação de sua base de informações, deverá seguir o modelo SANEAGO, implementado em Banco de Dados padrão DB2; c) O SGE deverá possuir modelo de operação simplificado quanto possível, de modo que sua utilização pelo corpo gerencial, de técnicos e de engenheiros da companhia, seja executada de forma a permitir a descentralização gradativa das atividades da GE; d) O SGE deverá ser concebido visando ser o primeiro instrumento normativo da cultura de conservação da energia na SANEAGO, levando os seus princípios a todos os segmentos da empresa; e) Deverá disponibilizar aos seus usuários, de forma confiável e objetiva, toda a base de informações relativa à energia elétrica consumida pela empresa, desde as mais simples às mais complexas combinações de dados, indicadores de desempenho energético e históricos de informações; f) Deverá possuir concepção considerando o conjunto das três atividades que mais ganhos proporcionaram à companhia, em termos de redução da conta de energia: correção dos erros de faturamento, conferência dos dados cadastrais de cada conta de energia (em conformidade com a legislação do setor) e implementação de contratos na modalidade tarifária horo-sazonal; g) O SGE deverá possuir mecanismos internos que sejam capazes de conferir toda a sistemática de cálculo executada pelas concessionárias de energia (no que se refere ao valor da conta, inclusive com identificação de erro de faturamento e sugestão de prováveis ações a serem tomadas visando a eliminação de anormalidades); h) Deverá monitorar todas as anormalidades cadastrais das contas de energia elétrica, inclusive aqueles aspectos que impliquem em alterações na sistemática de cálculo do valor devido em energia às concessionárias. Este mecanismo deverá ainda gerar ocorrências, para que seja possível efetuar reclamações junto às concessionárias; i) O sistema deverá ser dotado de recursos para análise, avaliação e redirecionamento dos contratos atuais na modalidade THS, assim como deverá identificar as Unidades Operacionais Consumidoras de Energia Elétrica (UOC’s) com potencial para inclusão nesta modalidade de tarifação; j) Deverá comportar o cadastro técnico de todas as cargas motrizes pertencentes à SANEAGO (motores elétricos, transformadores, capacitores estáticos, bombas submersas, bombas submersíveis, iluminação, etc.) no intuito de se proceder o gerenciamento de potência elétrica (troca ou permuta de equipamentos das UOC’s onde estes estejam subutilizados ou inaproveitados, avaliação de demanda instalada, demanda de reserva, etc.); ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental k) O SGE deverá disponibilizar (através de modelagem matemática), a avaliação do nível de utilização de potência mecânica disponível por carga motriz (essencialmente motores elétricos de indução), definindo as regiões de operação em que a condição energeticamente eficiente é obtida. O SGE deverá iniciar a análise neste tocante, através do Banco de Dados de Medições Elétricas (a ser alimentado através das medições de campo, com instrumental e pessoal técnico da SANEAGO) e de Características de Desempenho dos Equipamentos (fornecidas pelos fabricantes). Em uma instância superior, SGE deverá compartilhar informações juntamente com o Laboratório para Avaliação de Desempenho Energético de Motores de Indução da SANEAGO (em processo final de estruturação), estágio no qual; pela gama de variáveis consideradas, e pelo nível de diagnóstico a ser executado pelo sistema (identificação de equipamentos ineficientes energeticamente ou aproveitados de forma incorreta); ter-se-á uma ferramenta estrategicamente poderosa; l) O SGE deverá possuir mecanismos para estimação das principais variáveis elétricas das UOC’s, de forma totalizada, baseando-se nas características técnicas das cargas monitoradas e nas medições efetuadas pela SANEAGO; m) Constará no SGE, uma ferramenta específica, capaz de proceder a monitoração das condições de desempenho energético das UOC’s, gerando um conjunto de ações de caráter direcionado para eliminação das anormalidades ou ineficiências relativas à utilização da energia elétrica; n) O SGE deverá possuir padrões de relatórios diferenciados: gerenciais (condensados) e estratégicos; agregando diversas combinações de informações referentes ao controle da energia elétrica; o) Será possível formar um centro de custos relativo à energia elétrica consumida pela SANEAGO, a fim de fornecimento de subsídios à direção da empresa no que se refere à previsão de gastos com este insumo; p) O SGE deverá fornecer os níveis de energia ativa consumida e os valores gastos com a energia elétrica, por Sistema de Abastecimento de Água, ao Sistema Corporativo de Indicadores de Desempenho Operacional (IDO), para formação dos indicadores de desempenho referenciados; PROTOTIPAGEM ESCOLHIDA E MÉTODO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO O modelo de desenvolvimento de protótipo escolhido foi através da técnica de refinamento. A escolha baseou-se no fato de que esta ferramenta, reduz significativamente os riscos de perda de controle sobre as fronteiras do sistema e sobre os conteúdos estruturais, conceituais e operacionais deste. Reduz os riscos de iterações sucessivas no tocante à estrutura do sistema, pelo fato de se desenvolver a análise do mesmo a partir de seu Diagrama de Fluxo de Dados (diagrama que mostra as interações e os deslocamentos das informações pelo sistema). A técnica de refinamento desenvolve a abordagem do sistema em um nível em que se permite maior controle sobre o mesmo. Essa abordagem se faz através das Unidades Procedimentais do sistema, a partir do momento em que surgem. As Unidades Procedimentais são partições de procedimentos automatizados e/ou manuais, uma lista de comandos ou mesmo um programa, que podem ser executados e desenvolvidos de forma unitária. Quanto ao método para implementação do projeto, foi adotada a Metodologia de Implementação de Cima para Baixo. Esta metodologia foi escolhida porque evita riscos, testando os interfaces dos subsistemas (partições do próprio sistema) no início de codificação. Acresce-se que a técnica adotada, reduz significativamente os riscos de fracasso do projeto, haja vista que, quanto maior e mais complexo é o projeto, mais recomendada é esta técnica, pois insere características de modularidade ao sistema. VARIAÇÃO TEMPORAL DOS ATRIBUTOS Outro aspecto de suma importância a ser agregado à definição da modelagem do SGE, diz respeito à variação temporal relativa às entidades do sistema. A variação temporal é definida pela possibilidade de transformação de um ou mais atributos (características particulares) de uma entidade em função do tempo. A entidade é definida como sendo origens e/ou destinos de fluxos de dados pelo sistema. Podem ser objetos ou eventos que persistem através do tempo. Quando essas transformações são importantes para efeito de gestão da energia elétrica, a modelagem deve conceituar os históricos de dados a serem disponibilizados aos gestores do sistema (para que as decisões a serem tomadas possuam um nível de consistência considerável). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental MODELAGEM DIAGRAMÁTICA DO SGE O Modelo Diagramático é definido como uma representação simbólica do comportamento de um sistema. Permite a visualização dos procedimentos operacionais e passos de processamento das informações, utilizando-se as convenções de representação através de Diagrama de Blocos. A utilização dessa ferramenta quanto à concepção estrutural, conceitual e lógica do SGE em um nível básico, é apresentada através da Figura 01. São observadas as principais estruturas de formação do referido modelo, numa abordagem geral. As estruturas primordiais são relativas ao Banco de Dados do Sistema (que engloba todas as características relativas ao conteúdo de informações), Centro de Custos da Energia Elétrica (responsável pela previsão de gastos com energia elétrica pela empresa), kWh Consumido por UOC (fornece ao Sistema Corporativo de Indicadores Operacionais, os subsídios para formação dos principais parâmetros de desempenho operacional da SANEAGO), Cadastro Técnico das Contas de Energia Elétrica (responsável pela atualização e manutenção dos dados relativos às contas de energia elétrica), Sistemática para Cálculo da Energia Consumida (diz respeito à toda rotina de cálculo do valor a pagar em energia elétrica às concessionárias), Análise dos Contratos de Fornecimento de Energia Elétrica (analisa e reavalia os contratos de fornecimento de energia elétrica, visando redução de custos) e o Módulo Avançado (gerador dos relatórios estratégicos, concebidos em função da análise dos parâmetros de medição de variáveis elétricas e das características de desempenho energético das principais cargas motrizes). O Módulo Avançado referencia-se às ações a serem executadas pela companhia, no sentido de modificação do perfil operacional dos SAA’s, visando a conservação de energia em um nível nunca antes adentrado. Figura 1: Modelo Diagramático do SGE. BANCO DE DADOS CENTRO DE CUSTOS DA ENERGIA ELÉTRICA VALOR CONSUMIDO POR UOC CADASTRO TÉCNICO DAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA SISTEMÁTICA PARA CÁLCULO DA ENERGIA CONSUMIDA ANÁLISE DOS CONTRATOS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA MÓDULO AVANÇADO MONITORAÇÃO DA BASE DE DADOS CONSOLIDAÇÃO GERAÇÃO DE RELATÓRIOS RELATÓRIOS FINAIS ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental Os conjuntos de informações relativas às estruturas principais do SGE, convergem para o módulo de Monitoração da Base de Dados. Este módulo processa os conteúdos envolvidos através de Unidades Procedimentais específicas, desenvolvendo todo o cerne da análise de informações, visando a gestão e a conservação da energia elétrica consumida na companhia em um âmbito global. Após o processo de monitoração, as informações são consolidadas e condensadas nos Relatórios Finais, que traduzem o conjunto de procedimentos a serem executados em busca, tanto do gerenciamento, quanto da conservação da energia elétrica. O Módulo Avançado é a estrutura do SGE que resulta no diferencial deste, em relação aos aplicativos computacionais em topologia de rede cliente-servidor que não utilizam recursos de gerenciamento em tempo real. Esse módulo estende a concepção da análise de informações do SGE, ao nível da célula de consumo de energia elétrica de um grande e complexo sistema como a SANEAGO: a carga motriz. BANCO DE DADOS DO SGE O conteúdo do Banco de Dados referente à Unidade Operacional Consumidora de Energia Elétrica é apresentado em seqüência na Tabela 01. Tabela 1: Depósito de Dados Referente à Unidade Operacional Consumidora de Energia Elétrica. NOME DB2 LINHA DESCRIÇÃO CD_UM_CONS CODIGO-UOC Identifica a unidade consumidora de energia CD_UM_ORGANIZ CODIGO-UO Identifica a unidade organizacional NO_UM_OP NOME Identifica descritivamente qual o nome da unidade cons. De energia: eab,eta,eat, etc. CD_CIDADE CD-CIDADE Identifica a cidade CD_BAIRRO CD-BAIRRO Identifica o bairro do imóvel CD_LOGR CD-LOGR Identifica o logradouro do imóvel NU_QD_LOGR NU-QD-LOGR Identifica a quadra do imóvel NU_LT_LOGR NU-LT-LOGR Identifica o lote do imóvel NU_IMOV_LOGR NU-IMOV-LOGR identifica o numero do imóvel DEM_INSTL DEMANDA INST demanda Instalada u.op. em KW (demanda operada) DEM_MED DEMANDAMED demanda medida (SANEAGO) em KW DEM_RERV DEMANDARESERV demanda de reserva da u.op. em KW (poderá vir a ser utilizada na mudança do perfil do sistema, emergências, expansão) TP S C C TAM 5 6 50 S S S S S S D D D 4 4 4 3 3 3 5,4 5,4 5,4 As informações foram codificadas seguindo-se o padrão SANEAGO, apresentando-se ainda, a descrição pormenorizada de cada informação, tipo (S - smallint, I - integer, D - decimal, * - date, C - char e V varchar ) e tamanho. A Tabela 02 apresenta o conteúdo do Banco de Dados referente à Conta de Energia Elétrica. São definidas as principais variáveis inerentes ao gerenciamento da conta de energia elétrica de uma UOC genérica. Tabela 2: Depósito de Dados de Unidade Operacional Consumidora de Energia Elétrica. NOME DB2 LINHA DESCRIÇÃO NU_CNT_EN CONTA identifica o numero da conta CONTRATO identifica o numero do contrato CD_UN_CONS CÓDIGO UOC identifica a unidade consumidora de energia CD_ULT_MEDD CODIGO-MEDIDOR identifica todos os tipos de medidores da conta CD_RZ_EM CODIGO-RAZAO identifica a razão da conta CD_CIDADE CODIGO-CIDADE identifica a cidade CD_CLAS CODIGOidentifica a classificação do contrato junto a CELG CLASSIFICACAO DT_INI_CNT DATA-INICIO data inicio do contrato ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental TP C D S S S S I TAM 13 13 5 5 5 3 7 * 10 8 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental NOME DB2 DT_FIM_CNT DEM_CTD_PTA_SEC A DEM_CTD_PTA_UMI D DEM_CTD_FPTA_SE CA DEM_CTD_FPTA_UM ID TENSAO_CNT CD_ATI LINHA DATA-FIM DEMANDA-CONTPONTA-SECA DEMANDA-CONTPONTA-UMIDA DEMANDA -CONTFORAPONTA-SECA DEMANDA-CONTFORAPONTA-UMIDA TENSÃO CÓDIGO ATIVIDADE DESCRIÇÃO data fim do contrato demanda contratada na ponta seca (KW) TP TAM * 10 I 5 demanda contratada na ponta úmida (KW) I 5 demanda contratada fora de ponta seca (KW) I 5 demanda contratada fora de ponta úmida (KW) I 5 tensão de fornecimento (KV) código da atividade D S 2,2 4 RESULTADOS DA MONITORAÇÃO DE DADOS É apresentado a seguir através da Figura 02, um exemplo sugestivo inerente à monitoração da base de dados do SGE. O exemplo refere-se à conta de energia elétrica do Sistema Meia Ponte, que responde por 40% do abastecimento da grande Goiânia (monitoração referente ao mês 06/2000). O relatório apresentado a seguir, demonstra as discrepâncias verificadas entre o cálculo efetuado pelo SGE e o valor faturado pela concessionária de energia elétrica. Em relação ao consumo de energia ativa do Sistema Meia Ponte, o SGE calculou o valor de 330.016 kW enquanto a concessionária, 209.983 Kw. Em relação à demanda de ultrapassagem no horário fora de ponta em tarifação horo-sazonal, a anormalidade se repete: o SGE calculou 633 kW enquanto a concessionária registrou valor zero. Discrepâncias de faturamento desta ordem, apesar de aparentemente serem vantajosas para a SANEAGO (pois são valores cobrados à menor), foram resolvidas de forma oficial junto à concessionária na forma de serem evitadas diferenças em energia cobradas num futuro próximo. Figura 2: Relatório de Monitoração de Conta de Energia Elétrica. 0286: EN410B OUTPUT Command input ===> SPD99b Lrecl: 132 Line 1 of 10 SANEAGO - SANEAMENTO DE GOIAS S/A S G E - SISTEMA DE GESTAO ENERGETICA Cols 001 to 080 PAG. - 01 DATA - 27/08/2000 EN410B - GERA MONITORACAO 06/2000 HORA 13:16:23 -------------------------------------------------------------------------CONTA DE ENERGIA.: 000001259465-9 UNID. CONSUMIDORA: EAB ETA EAT MEIA PONTE CON.E.ATIVA THS VERDE/AZUL INCORRETO D.ULTR.VERD-AZUL F.P.SECA A3A/A4 INC. CIDADE.: GOIANIA 330.016,00 633,00 209.983,00 0,00 ***** CONTA MONITORADA COM ERROS. ***** -----< FIM >-------------------------------------------------------------*** END OF FILE *** 1=Hlp 2=Loc 3=Qui 4= 5=Rep 6=Pur 7=Scb 8=Scf 9=Top 10=Scr 11=Scl 12=Bot O exemplo apresentado, demonstra que a sistemática de cálculo tarifário implementada no SGE apresenta um padrão de confiabilidade o suficiente para identificar diferenças de faturamento à menor ou à maior em relação ao cobrado pela concessionária, atingindo-se a meta de gestão plena das informações relativas aos valores dispendidos em energia elétrica, entre outros aspectos. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental CONCLUSÃO A Gestão Energética é uma atividade extremamente complexa de ser implementada, qualquer que seja a empresa. No exemplo enfocado neste Trabalho (uma companhia de saneamento ambiental), os agravantes foram a distribuição física da empresa, que possui Unidades Consumidoras de Energia Elétrica em todos os municípios do Estado de Goiás e a falta de pessoal especializado em quantidade o suficiente para o desenvolvimento das atividades técnicas. A decisão pelo desenvolvimento de um Sistema Computacional de Gestão Energética, sem haver qualquer referencial dentro do setor de saneamento; foi no mínimo; uma meta tecnicamente ambiciosa. Cuidados preciosos no sentido de sucesso do trabalho, foram tomados, através do envolvimento e delegação de responsabilidade técnica individualizada aos especialistas envolvidos no projeto. A utilização de um Modelo Diagramático para concepção do projeto, foi uma ferramenta preciosa no tocante à paridade entre os modelos lógico e técnico-operacional do SGE. O Modelo Diagramático, e sua utilização, permitiu que a linha de desenvolvimento do projeto se mantivesse em um só padrão (sem perda do projeto e atrasos substanciais). Desta forma, as conceituações lógica, estrutural e operacional do SGE foram na verdade, otimizadas pelo referido modelo. Avaliando-se o quadro de complexidades inerentes ao projeto, dificilmente se conceberia; sem ferramentas desse nível de especificidade, um Sistema com um modus operandi tão abrangente e promissor quanto o SGE: gerenciamento de um consumo mensal de energia em torno de 16.000 MWh, de 1.450 contas de energia elétrica, aproximadamente 7.500 cargas motrizes, etc. A opção de desenvolvimento do sistema através da similaridade estrutural proporcionada pelo Modelo Diagramático, permitiu que não ocorresse com a SANEAGO, o que foi realidade em algumas companhias de saneamento ambiental do país: fracasso e abandono do projeto, mudança de metodologia de concepção durante o desenvolvimento do mesmo, velocidade de desenvolvimento inadequada, dificuldades de ordem técnica insuperável, etc. Brevemente, instrumentalizados tanto o treinamento de capacitação para operação do SGE; quanto o treinamento específico relativo aos aspectos teóricos e operacionais da Gestão Energética junto ao corpo de técnicos e engenheiros (no intuito de multiplicação do know-how); partir-se-á, então, para a descentralização de fato. O SGE se traduz como um aplicativo computacional que propicia a verdadeira diferenciação da GE realizada na SANEAGO, em relação às outras companhias similares. O Sistema possibilita a extensão dos valores da cultura de racionalização do uso da energia elétrica a todos os segmentos da empresa; sejam eles; administrativo, estratégico, gerencial e mesmo técnico-operacional. Se contextualiza como o mais significativo suporte de preparação necessário ao desenvolvimento dos valores culturais, técnicos e gerenciais da companhia, imprescindíveis à administração da GE num futuro próximo. Proximamente, conservar energia implicará em pesados investimentos a serem feitos pela companhia em seus sistemas consumidores; englobando troca de equipamentos por equivalentes de melhor desempenho energético, mudança e otimização nas formas de acionamento e controle de máquinas, montagem de estruturas operativas para avaliação de desempenho energético de equipamentos consumidores de energia; e principalmente; em modificações substanciais nos perfis operacional e de reservação de água dos SAA. Em função das perspectivas de desenvolvimento da GE num futuro próximo, o SGE se insere em um nível de importância bastante significativa, pois neste âmbito, a utilização de ferramentas de gestão corporativas serão imprescindíveis ao quadro de complexidades cada vez mais presentes. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 10 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. PROCEL Manual de Conservação de Energia Elétrica na Indústria. Ministério das Minas e Energia do Brasil, 1994. ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL ESTADUAIS DO BRASIL Gestão Energética ,1988. BAZZO, W.A. Introdução à Engenharia. Editora UFSC,1993. DA ROCHA, L. Organização e Métodos. Editora Atlas, 1989. GANE, C. Desenvolvimento Rápido de Sistemas.Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1989. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 11