UGT reafirma necessidade da revisão dos valores da inflação Hoje foram divulgados os valores da inflação registados em Março e não são visíveis sinais de descida. A UGT exige que o Governo reveja o cenário macro-económico para 2005 para que salários, pensões e rendimentos cresçam em termos reais. Novo aumento de preços em Março No mês de Março, os preços cresceram 0.3% face a Fevereiro, valor idêntico ao mês homólogo de 2004, mas claramente acima do verificado em Fevereiro (0,0%). A taxa de inflação mantém-se nos 2.2% em termos homólogos e em 2.4% em termos anuais, não sendo visíveis tendências de descida. Uma das classes que mais contribui para o aumento mensal de preços é a dos Transportes, em muito impulsionada pela evolução do preço dos combustíveis. Perspectivas para Inflação em 2005 As recentes previsões internacionais continuam a apontar para uma taxa de inflação acima da previsão do Governo português, que se mantém em 2,0%, Com efeito, as Previsões da Primavera da Comissão Europeia apontam para uma inflação de 2,3% e as do FMI para 2,2%. Estas previsões assentam em cenários internacionais e nacionais que nem sempre têm em conta situações específicas nacionais, como a forte subida dos preços dos transportes agora anunciado. A evolução da taxa de inflação nos próximos meses continuará a ser condicionada por uma instabilidade dos preços do petróleo e pela actualização de alguns preços administrativos como os transportes, cujo aumento será de 3.7%. Valor que fica claramente acima da taxa de inflação prevista. Assim, tudo aponta para novos agravamentos de preços nos próximos meses. Nos últimos 6 meses (de Outubro 2004 a Março de 2005), a variação mensal de preços foi substancialmente mais elevada do que no período homólogo (77.1%). Se, até ao final do ano, se mantiver uma evolução idêntica à destes últimos 6 meses, a taxa de inflação em 2005 atingirá os 3.1%. Ou seja, muito acima dos 2.0% previstos pelo Governo. Uma vez mais, os dados relativos à inflação vêm reforçar a posição da UGT quanto ao irrealismo de uma previsão de 2.0% para a inflação em 2005. Por conseguinte, continuamos a defender uma estimativa de inflação em torno dos 2.5%. A UGT continuará a bater-se para que, em 2005, salários, pensões e rendimentos cresçam em termos reais traduzindo-se em efectivas melhorias do poder de compra e do nível de vida dos portugueses. Tal exige que o Governo reveja o cenário macro-económico para 2005 e, em conjunto com os parceiros sociais, apresente nova estimativa para a inflação. Mas exige, ainda, que por parte do Governo exista uma atitude responsável na definição de alguns aumentos de preços de bens e serviços que são da sua responsabilidade. Lisboa, 14 de Abril de 2005 A Comissão Permanente