UFU – FAGEN
Project Finance
PROJECT FINANCE
Apresentação elaborada para disciplina de
Projetos de Investimento de Capital –
Mestrado em Administração – UFU, com
o objetivo de discutir o uso do Project
Finance como arranjo de financiamento em
investimentos de infra-estrutura.
Professor:
Dr. Kléber Carlos Ribeiro Pinto
Alunos:
Ana Paula Pinheiro Zago, Bruno Roberto
Martins Arantes e Railene Oliveira Borges
15/06/2005 - Projetos de Investimento de Capital
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Project Finance
SUMÁRIO
1. Definições
2. Por que o Project Finance?
3. Vantagens e desvantagens
4. Estrutura do Project Finance (SPE)
5. Project Finance em investimentos de geração de energia: o caso
da UHE Cana Brava*
* Faria (2003)
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DEFINIÇÕES
1. Uma operação financeira?
2. Uma forma de engenharia financeira?
3. Uma modalidade de financiamento?
1. Financiamento de projeto economicamente viável através de SPE.
2. Atenuação dos riscos via compartilhamento entre as partes.
3. Complexos arranjos de garantias.
Portanto difere das modalidades de Corporate Finance
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POR QUE O PROJECT FINANCE?
Quando o projeto for grande e caro (notadamente os de infraestrutura) para ser implementado por uma única empresa (ou
governo), os riscos forem consideráveis, porém o potencial de
retorno for muito atrativo; o Project Finance pode ser a resposta
(baseado em Finnerty: 1998).
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QUAIS AS VANTAGENS?
1. Aumento da alavancagem financeira dos patrocinadores, permitindo que participem de diversos projetos (aumento da
capacidade de endividamento), alocando um volume menor de
capital e reduzindo o risco.
2. A segregação e o compartilhamento do risco entre os
participantes torna o projeto (com intensiva necessidade de
capital) mais atrativo.
3. Substituição de parte das garantias reais por garantias de
desempenho do projeto (convenants).
4. Os investidores possuem o controle sobre o destino do retorno
de seus investimentos.
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QUAIS AS DESVANTAGENS?
1. A complexidade contratual, devido a participação de várias
partes, de se fechar um arranjo de financiamento com
responsabilidades e garantias de cada um dos envolvidos, eleva
os custos de transação e demanda uma quantidade de tempo
superior ao exigido pelos financiamentos corporativos.
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A ESTRUTURA DO PROJECT FINANCE
Patrocinador
Ass. Financeiro
Construtor
Financiador
Fornecedor
SPE
Comprador
Operador
Ass. Jurídica
Seguradora
Poder Concedente
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ALGUMAS ESTRUTURAS DE PROJECT FINANCE:
1.BT: financia, constrói e transfere.
2.BLT: após a conclusão o projeto é locado e entregue ao governo.
3.BOT: constrói, opera e transfere ao poder concedente após
período de tempo predeterminado.
4.BOO: constrói, opera e detém a propriedade do projeto.
5.BTO: constrói, transfere e depois presta serviços na operação.
Para a legislação brasileira, os contratos são diferentes (supremacia do interesse público sobre o particular), ocasionando uma
deformação nessa estruturação.
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O PROJECT FINANCE EM INVESTIMENTOS EM ENERGIA
Apresentação do caso da UHE Cana Brava (GO)*
1. Primeiro projeto financiado via project finance no Brasil.
2. O projeto envolveu um produtor (concessão) e um comprador
privado onde as tarifas de energia elétrica foram fixadas
livremente entre as partes.
3. A produção que exceder a energia contratada poderá ser vendida
no mercado (MAE).
4. Foi criada uma SPE (a CEM – Cia Energética Meridional) para
desenvolver, projetar, financiar, segurar, construir, operar e
manter a UHE Cana Brava.
* Faria (2003)
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O PROJECT FINANCE EM INVESTIMENTOS EM ENERGIA
Apresentação do caso da UHE Cana Brava (GO)*
5. Construção via contrato de EPC (Engenharia, Suprimento,
Construção) com consórcio de 4 empresas: Odebrecht, Andrade
Gutierrez, Voith e Siemens.
6. A patrocinadora participou com 30% dos recursos necessários.
7. Os Financiadores: BNDES, BID, DrKW (banco de investimento),
Fortis (seguradora e banco de investimento), ANZ (instituição
financeira).
8. Alguns dos consultores contratados:
* Faria (2003)
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A ESTRUTURA DO PROJECT FINANCE UHE CANA BRAVA
Patrocinador
Tractebel Energia
Financiadores
BNDES
BID
Fortis Bank
ANZ
DrKW
Consultores
UFG
Machado Meyer
AON Risk Service
CEM
Construtores
CNO
Andrade Gutierrez
Fornecedores
Voith-Siemens
Operador
Tractebel Energia
Poder Concedente
ANEEL
Comprador
Tractebel Energia
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Riscos do Projeto1
Risco Causa Específica Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
1. Mudança de Lei
1. Suporte previsto no CSCP
1.1. Aumento do serviço 1.1.
da dívida
- Repasse para a tarifa de EE: CEM justificará a
origem e o valor do reajuste para que o comprador
de EE, por sua vez, repasse os custos para a
tarifa do consumidor.
- No caso de bloqueio do reajuste pela ANNEL ou
qualquer órgão do governo: a participação do
BNDS e do IDB são considerados fatores
mitigantes para este risco.
1.2. Não Acordada
1.2. Mudança nas
Circustâncias
Regulatório
1.1. Acordada²
1.2. CEM e o Comprador negociam de "boa fé"
uma forma de repassar estes custos para a tarifa.
(1 ) Esses riscos aplicam-se a todas as etapas do projeto.
(2) Custos previstos em contrato, como: CCC, uso de água, taxas e impostos
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Operacional
Riscos na Fase
Risco Causa Específica
Efeito sobre o Projeto
1. Atraso na obtenção 1. Atraso no início da
de Autorizações e
operação e na geração
de caixa do projeto
Licenças 1
de Contrução
Medidas Mitigadoras
1. A CEM é responsável pela obtenção das licenças:
todas as licenças e autorizações foram obtidas
dentro do prazo.
1.1. Órgãos
Governamentais
1.1. Atraso por parte das autoridades, acionar-se-á o
gatilho para extensão do prazo do contrato de
concessão da ANEEL.
1.2. CEM
1.2. O PPA não prevê multas por atraso, mas haverá
impacto sore a receita do projeto.
2. Planejamento estruturado; contratação de
profissionais experientes; apoio político.
2. Atraso no processo
de expropriação de
terras.
3. Atraso no
assentamento
4. Aumento de custo
de assentamento
5. Risco Tecnológico
2. Atraso no início da
operação e na geração
de caixa do projeto
3. Perda de receita:
impacto no fluxo de
caixa do projeto.
4. Aumento dos custos
totais do projeto
5. Perda de receita:
impacto no fluxo de
caixa do projeto.
3. Planejamento cuidadoso; baixa densidade
demográfica e atividade econômica inexistente:
ConsAss.
4. Planejamento cuidadoso; baixa densidade
demográfica e atividade econômica inexistente
(ConsAmb/Aporte Contigencial do
Patrocinador/CSCP).
5. Fornecedores experientes; tecnologia comprovada.
O SEB possui larga experiência na construção de
hidrelétrica.
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Operacional
Risco
Causa Específica
6. Defeitos não
solucionáveis
Riscos na Fase
Efeito sobre o Projeto
6. Perda de receita;
aumento dos custos de
operação; gasto de
capital adicional.
7. Falha nos testes de 7. Direitos de rejeição
aceitação ou outros
do projeto pela CEM,
aspectos de
ANEEL e EI.
comissionamento.
de Contrução
Medidas Mitigadoras
6. Garantia C&S do EPC; EPC experiente;
tecnologia comprovada; EPC oferece garantia total
nesse período e assume responsabilidade financeira
por defeitos.
7. Teste inspecionado pelo EI, baixo risco de falha
nos testes. Entendimento dos requerimentos da
ANEEL: Contrato de concessão requer uma planta
de 450MW e o Contrato de EPC garante uma planta
mínima de 471MW, provisionando uma margem de
4,5%. As possíveis P/M's performance seriam pagas
pela construtora até o cap. dependendo do problema.
8. Atraso do DOC
8. Possibilidade de
devido à inadimplência perda da concessão.
ou má administração a
construtora.
8. Penalidades previstas inibidoras, capazes de
cobrir o serviço da dívida. IE baixo risco de se aplicar
P/M Performance Bond² suficiente. O EPC cumpriu
as metas previstas e a data de conclusão foi
(1 ) A lista dos requerimentos necessários a viabilização do projeto antecipada.
e os respectivos Decretos, Resoluções, Licenças, Certidões,
Autorizações e Declarações emitidos pelos órgãos responsáveis.
(2) Performance Bond : Bônus por performance
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Financeiro
Risco
Causa Específica
1. Inflação
2. Desvalorização do
Real
3. Aumento da taxa de
juros
Riscos na Fase de Contrução
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
1. Aumento do custo de 1. Premissa de inflação conservadora: tarifa de
capital; insuficiência
energia elétrica é reajustada pelo IGP-M (PPA)
e/ou redução dos
fundos provisionados
2. Elevação do custo do
projeto
3. Aumento do serviço
da dívida
2. Custos do projeto são em Reais, minoria dos
componente importados (E)
3. Parcela em US$: taxa de financiamento fixa.
Atestada pela análise de sensibilidade realizada pelo
modelo financeiro dos financiadores (TR). Parcela em
R&: TJLP - variação acima da inflação é coberta pelo
CSCP.
4. Aumento dos
4. Redução do fundo de 4. EPC experiente; tecnologia comprovada;
custos do contrado de provisionamento: Aporte aprovação do EI.
EPC
contingencial limitado
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Risco
Causa Específica
5. Orçamento
insuficiente.
Financeiro
6. Falência do EPC.
Riscos na Fase de Contrução
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
5. Aumento do custo de 5. Orçamento adequado (EI); valor fixado no contrato
capital; insuficiência
de EPC.
e/ou redução dos
fundos provisionados.
6. Interrupção do
6. Consórcio de EPC tem responsabilidade C&S:
cronograma; perda de
Contrado de EPC/Performance Bond cobrem o
receita; possibilidade de término da construção; seguros de boa qualidade.
perda da concessão.
7. Risco de crédito do 7. Interrupção do
EPC.
cronograma; perda de
receita.
8. Capital Próprio
8. Deficiência de Cap(Equity ) não disponível ital; atraso no cronograquando programado.
ma; penalidades da
concessão.
9. Orçamento
9. Aumento do custo de
insuficiente
capital; insuficiência
e/ou redução dos
fundos provisionados.
7. Pagamento efetuado de acordo com as metas
atingidas; Performance Bond .
8. Disponível até o final da construção: Carta de
Fiança R$20 milhões e Aporte Contigencial de
Capital (8%) para construção (CSCP).
9. Orçamento adequado (EI); valor fixado no contrato
de EPC.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Força Maior
Risco
Causa Específica
1. Eventos Naturais
2. Atos do Princípe
Ambiental
1. Risco Geológico.
2. Danos irreparáveis
ao meio ambiente.
Riscos na Fase de Contrução
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
1. Aumento dos custos do 1. Seguro cobre a ocorrência de eventos naturais:
projeto; atraso no cronogra- incêndio, terremoto etc.
ma; impacto no fluxo de
caixa.
2. Aumento dos custos do 2. Contigência do patrocinador, extensivo ao PPA.
projeto; atraso no cronograma; impacto no fluxo de
caixa.
1. Aumento dos custos do 1. EPC assume o risco geológico, considerado baixo
projeto.
pelo EI.
2. Aumento dos custos do
projeto; pagamento de
multas ambientais; perda
da concessão.
1. Seguro contra terceiros provisionado e atestado
pela ConsSegu. Aporte contigencial dos
patrocinadores (CSCP). Contrato EPC estabelece
que a contratante não arcará com qualquer obrigação
na hipótese de descumprimento ou criação de
passivo ambiental resultante de qualquer ação ou
omissão do EPC ou do descumprimento, por parte
do EPC, de suas obrigações previstas no contrato.
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Hidrológico
Ambiental
Riscos na Fase de Contrução
Risco Causa Específica
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
3. Descobertas
3. Atraso no cronograma 3. Obrigação do EPC; baixo risco geológico; boa
arqueológicas ou
do projeto; perda de
qualidade de rochas; baixas escavações (IE). O EPC
geológicas relevantes. receita.
declara conhecimento e familiaridade com as
condições geológicas, sísmicas, hidrológicas,
subaquáticas, climáticas, meteorológias,
topográficas do solo e do subsolo, bem como de
todas as demais características locais.
4. Risco de
4. Atraso no desvio do rio 4. Baixo risco de alagamento. Risco potencial é de
alagamento
e no trabalho de
no máx. 2-4 meses para a construção e/ou retornar a
construção.
obra da ensecadeira (IE). Documento do ONS declara que o nível e o fluxo do rio serão controlados pela
UHE Serra da Mesa até o período de desvio do rio.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Operacional
Riscos na Fase
Risco Causa Específica
Efeito sobre o Projeto
1. Performance da
1. Redução da PerforOpeação: Falha na
mance da operação e
operação e
deterioração dos ativos;
manutenção da planta. perda de receita; multas
impostas pelo
NOS/ANEEL.
2. Performance da
2. Perda de receita;
Operação: Problemas multas impostas pela
mecânicos.
ONS.
3. Performance da
3. Perda de receita.
Opeação: Indisponibilidade da usina devido
à falha da CNS ou
falha no sistema.
de Operação
Medidas Mitigadoras
1. Programa extensivo de treinamento de operação
requerido. EPC/Gerasul operadores experientes.
Contrato de LP de O&M com multas apropriadas de
performance, que cobrem também as multas
impostas pelo ONS.
2. EPC: garantia de 6 anos para construção civil e 2
anos para equipamentos (ConsSeg).
3. MRE cobre falha do sistema e do CNS
(ConsMerc).
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Sistema
Operacional
Risco
Causa Específica
4. Energia não
dispachada quando
disponível.
4.1. NOS não
dispacha
4.2. Offtaker não está
preparado para receber
energia.
1. ANEEL altera o nível
da energia assegurada
da UHE Cana Brava.
Riscos na Fase de Operação
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
4.1. Não há geração de
energia elétrica.
4.2. Energia elétrica não
é entregue ao offtaker.
4.1. MRE garante o nível da energia assegurada
atra´ves do pagamento pelo preço de otimização.
4.2. Pagamento mensal do PPA ocorre independente
da utilização de energia elétrica.
1. CEM terá que reduzir 1. Redução da energia assegurada está limitada por
o nível da energia
regulamentação (Decreto 26.557).
contratada; perda de
receita.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Causa Específica
1. Inflação
2. Desvalorização do
Real.
2. Aumento do serviço
da dívida referente ao
empréstimo em US$.
3. Aumento da TJLP.
3. Aumento do serviço
da dívida relativo ao
empréstimo do BNDS.
Financeiro
Risco
Riscos na Fase de Operação
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
1. Aumento dos custos 1. Baixo custo de O&M; tarifa de energia elétrica
afetam a capacidade do reajustada anualmente pelo IGP-M (PPA).
serviço da dívida e/ou
retorno do capital.
2. Empréstimo em US$: menor parcela do
financiamento. Análise de sensibilidade satisfatória.
Cobertura da CCSD durante 8 meses. Gerasul se
compromete a fornecer fundos a CEM sempre que
necessário na forma de contribuições de capital e/ou
empréstimos do patrocinador limitado a um valor
definido como 15% do total da dívida do DOC. Esse
cap1. vale para TJLP e para US$ (CSCP).
3. Análise de sensibilidade satisfatória; cobertura da
CCSD durante 6 meses. Tractebel Energia
compromete-se a fornecer fundos a CEM sempre que
necessário na forma de contribuições de capital e/ou
Empréstimo do Patrocinador limitado a um valor
definido como 15% do total da dívida no DOC. Este
cap vale para TJLP e para o dólar (CSCP).
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Financeiro
Riscos na Fase
Risco Causa Específica
Efeito sobre o Projeto
4. Aumento das taxas 4. Aumento do serviço
de juros internacionais. da dívida relativo ao
empréstimo em US$.
5. Caixa disponível
insuficiente.
6. Custos de O&M
acima do orçamento.
Sistema
1. Risco Tractebel
Energia
de Operação
Medidas Mitigadoras
4. Análise de sensibilidade satisfatória: CCSD
assegura 6 meses um aumento da taxa de juros
acima do provisionado para o empréstimo B (taxa de
juros variável).
5. Serviço da dívida
5. Orçamento anual planejado pelos financiadores;
ameaçado.
Modelo financeiro dos financiadores compatível com
a política de dividendos; controle das contas do
projeto pelos financiadores (CSCP).
6. Aumento dos custos 6. Conta de Reserva de manutenção: Custo de O&M
operacionais.
compatível com o padrão do mercado (EI). Preços
fixos reajustados somente pela inflação brasileira.
1. Perda de receita.
1. CSCP estabelece como mitigante uma Carta de
Fiança com valor nominal equivalente a 20% dos
custos do projeto, caso a Gerasul não apresente
qualidade de crédito antes da operação (medida por
teste financeiro). O pagamento do Equity adicional,
de até 20% do custo do projeto, será coberto pelo
aval da Tractebel S.A (CSCP).
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Pagamento do Offtaker
Riscos na Fase de Operação
Risco Causa Específica
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
2. Suspensão do PPA: 2. Perda de receita.
2. CSCP cobre o pagamento da dívida por suspensão
inadimplência da
do PPA. A Gerasul se compromete a não demandar
CEM/Tractebel Energia
da CEM ressarcimento relacionado a rescisão do
como sócio/operador.
PPA.
3. Suspensão do PPA: 3. Perda de receita.
inadimplência de
terceiros.
3.1. Offtaker
3.2. Rescisão arbitrária
3.1. Tractebel Enercia se compromete perante ao
IDB a pagar a indenização pela rescisão do PPA por
terceiros.
3.2. Tractebel Energia paga sua parcela Pró-Rata
dos empréstimos menos qualquer valor devido a título
de indenização por rescisão que tenha sido pago.
(1) Segundo Fortuna (1997), o cap funciona como uma espécie de seguro, garantindo o pagamento da diferença entre o valor da
taxa estabelecida como máxima e o valor que ocorrer acima deste limite calculado sobre o valor do empréstimo.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Político
Risco
Causa Específica
1. Risco de
Conversibilidade /
Moratória /
Nacionalização da
usina; Guerra.
2.1. Reações de
interesse público
("encampação").
2.2. Perda da
concessão:
inadimplemento da
CEM.
Riscos na Fase
Efeito sobre o Projeto
1. Interrupção da
operação: perda de
receita.
de Operação
2.1. Interrupção da
operação: perda de
receita.
2.1. ANEEL paga indenização pela extinção da
concessão, prevista no contrato de concessão. Caso
o valor seja inferior a dívida da CEM com o IDB e o
BNDS, a Gerasul deverá apresentar uma Carta de
Fiança incondicional, irrevogável e renovável no valor
da diferença.
2.2. Gerasul assume a diferença entre o valor da
indenização pago pela extinção e o valor total da
dívida aberto com o IDB e o BNDS (CSCP). Caso a
perda da concessão seja decorrente de uma falha do
EPC ou do não cumprimento de suas obrigações
previstas no contrato, o EPC é obrigado a reembolsar
a contratante (não estarão sujeitas a Limitação de
Responsabilidade) a quantia paga pela contratante
ao Poder Concedente pela concessão e os demais
custos, como por exemplo, desapropriação,
execução das obras, etc.
2.2. Interrupção da
operação: perda de
receita.
Medidas Mitigadoras
1. Participação do IDB e do BNDS são fatores
mitigantes (Projeto está sob o "guarda-chuva" do IDB
e BNDS).
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Causa Específica
1. Mudança de Lei
1.1. Acordada²
Regulatório
Risco
1.2. Não Acordada
Riscos na Fase de Operação
Efeito sobre o Projeto
Medidas Mitigadoras
1. Suporte previsto no CSCP.
1.1. Aumento do serviço 1.1.
da dívida.
- Repasse para a tarifa da EE: CEM justificará a
origem e o valor do reajuste para que o comprador de
EE, por sua vez, repasse os custos para a tarifa do
consumidor final.
- No caso de bloqueio do reajuste pela ANEEL ou
qualquer órgão do governo: a participação do BNDS e
do IDB são considerados fatores mitigantes deste
risco.
1.2. Mudança nas
1.2. CEM e o comprador negociam de "boa fé" uma
Circustâncias
forma de repassar estes custos para a tarifa.
(2) Custos previstos em contrato, como: CCC, uso da água; ICMS; Taxas e Impostos.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Força Maior
Riscos na
Risco Causa Específica Efeito sobre o Projeto
1. Eventos
1. Destruição ou dano
Naturais que
que afete a usina e/ou
afetem a Usina.
sua operação que
desobrigue o
cumprimento do PPA.
2. Eventos
2. Destruição ou dano
Naturais que
que afete a usina e/ou
afetem Terceiros. sua operação que
desobrigue o
cumprimento do PPA.
3. Eventos
3. Destruição ou dano
Naturais que
que não afete a usina
afetem a
e/ou suas operações.
capacidade do
Offtaker receber
energia.
Fase de Operação
Medidas Mitigadoras
1. Política de seguro satisfatória para eventos naturais e
atos do Príncipe. Cobre os custos de reparo e perda de
receita (ConsAmb e ConsSeg). MRE cobre acidentes
naturais de Força Maior ao fornecer energia de otimização
(ConsMerc). PPA cobre extensão do DOC somente se a
planta estiver preparada para comissionamento ou
operação (ConsMerc; CSCP).
2. MRE cobre acidentes naturais de Força Maior causado
por outra planta do sistema (ConsMerc.).
3. A CEM obtendo sucesso no despacho e na entrega à
subestação, o pagamento do PPA deverá ser efetuado
independente da capacidade do Offtaker receber energia
(PPA).
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UHE CANA BRAVA – RISCOS LEVANTADOS
Hidrológico
Ambiental
Riscos na
Risco Causa Específica Efeito sobre o Projeto
1. Violação das
1. Interrupção da
normas
operação: perda de
ambientais.
receita.
Fase de Operação
Medidas Mitigadoras
1. Contrato de EPC assume grande parte dos riscos
ambientais, o que aumenta o comprometimento na fase de
construção. EPC experiente e com comprovado know-how
nessa área. Projeto comprovado pelo IDB, utilizando os
critérios rígidos do Banco Mundial.
1. Escassez de
1. Compromete a
1. Este risco era considerado de baixa probabilidade
água na Bacia da geração de energia;
(ConsMerc). Após o racionamento de energia ocorrido em
UHE Cana Brava racionamento; perda de 2001, este risco passa a ser de médio-alto. O PPA do
(Rio Tocantins).
receita.
projeto apresenta uma inovação: o ANEXO V adaptado,
estabelece que em condição de racionamento decretada
pelo MME 1, a energia contratada-base será reduzida, ou
seja, há um relaxamento dos dispositivos do PPA. Esta
alteração permite que numa situação hidrológica crítica, o
racionamento ocasione apenas uma perda de receita (risco
de projeto/negócio), sem que haja exposição da CEM ao
MAE (PPA).
2. Escassez de
2. Compromete a
2. MRE garante a realocação da energia; restrição de
água no mesmo geração de energia;
linhas de transmissão é mitigado através da venda da
sub-sistema.
racionamento; perda de energia no próprio subsistema:SE/CO (PPA).
receita.
(1) O Decreto 93.901 de 09 de janeiro de 1987, dispõe sobre o estabelecimento de Medidas e Procedimentos, relativos ao
Racionamento de Energia Elétrica.
Fonte: FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de energia elétrica
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•MERCADO
• Localização estratégica
• Custo da Geração
•ESTRUTURA FINANCEIRA
• Alavancagem de 70% do valor do projeto
• Vantagem – ganho financeiro referente a desvalorização cambial
• Negativo – descasamento do fluxo de caixa
•ECONOMIA BRASILEIRA
•Taxas de Juros alta, inflação e instabilidade cambial
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
CHAGAS, L.B. Project finance no Brasil: um estudo de caso múltiplo nos setores
de concessão rodoviária e geração de energia elétrica. Dissertação (Mestrado em
Administração de Empresas). Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2002.
FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de projetos de
energia elétrica: caso da UHE Cana Brava. Tese (Mestrado em Ciências em
Planejamento Energético) – COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2003.
FINNERTY, J.D. Project finance: engenharia financeira baseada em ativos. Rio
de Janeiro: Qualitymark, 1998.
MARQUES, M.C.M. A utilização de project finance em países em
desenvolvimento: as experiências brasileira e asiática no setor de óleo/gás e
energia elétrica. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas). Rio
de Janeiro: PUC-Rio, 2001.
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