VANGUARDAS ARTÍSTICAS
EUROPÉIAS
- “ISMOS” Vanguardas: em termos artísticos, designa aqueles que
prevêem e anunciam o futuro, os novos tempos.
Expressionismo
O Grito. Edvard Munch.
“Devemos pintar
pessoas que vivem,
respiram, sentem, sofrem
e amam.”
Expressionismo
A boba (1917), tela de
Anita Malfatti em que
sobressaem os
elementos dramático,
emocional e, enquanto
temática, marginal.
Expressionismo
Maternidade, AlmadaNegreiros. A tendência
expressionista calcada
no exagero atinge em
cheio os modernistas
portugueses.
Expressionismo
Crianças abandonadas,
Lasar Segall. O aspecto
quase caricatural da
realidade é o que a
pintura expressionista
traduz.
Expressionismo
Expressionismo na literatura:
•
Linguagem fragmentada, elíptica, constituída por frases
nominais (basicamente aglomeração de substantivos e
adjetivos), às vezes até sem sujeito;
•
Despreocupação com a organização do texto em
estrofes, com o emprego de rimas ou de musicalidade;
•
Combate à fome, a inércia e aos valores do mundo
burguês.
Expressionismo
•
Expressionismo nas Artes Plásticas:
•
A arte não é imitação, mas criação subjetiva e
livre. A arte é expressão dos sentimentos.
A realidade é horrível, por isso o artista a deforma
ou a elimina, criando a arte abstrata.
A razão é objeto de descrédito.
A arte é criada sem obstáculos convencionais, o
que representa um repúdio à repressão social.
A arte é desvinculada do conceito de belo e feio e
torna-se uma forma de contestação.
•
•
•
•
Expressionismo
Os Comedores de batatas.
(1885)
Vincent Van Goch.
“Não desejo que ninguém o
considere belo nem bom.”
Futurismo
Parada amorosa, 1917.
Nesta tela, o cubista
Picabia faz nítida
homenagem à máquina,
realçando a tendência
futurista de “valorizar os
mecanismos que movem
o mundo”, em suas
próprias palavras.
Futurismo
Automóvel
correndo,
de Giacomo
Bahia.
Futurismo
Futurismo na literatura:
•
A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;
•
O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da
linguagem;
•
A abolição dos adjetivos e dos advérbios;
•
O emprego do substantivo duplo (burguês-burguês, burguês-níquel,
mulher-golfo) em lugar do substantivo acompanhado de adjetivo;
•
A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais da
matemática (+) , (-) , (=) , (<) , (>) e pelos sinais musicais;
•
A destruição do eu , isto é, toda a psicologia;
•
Onomatopéias e imagens que incorporam o som das engrenagens
da máquina;
•
Percepção por analogia.
Futurismo
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim
(...)
Ah, pode exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Pode ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
(...)
(Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa)
Cubismo
Les Demoiselles
d’Avignon (1907), de
Pablo Picasso.
Cubismo
Carnaval em Madureira,
Tarsila do Amaral. De
Albert Gleizes, Tarsila
recebeu a chave do
Cubismo, que cultivou
com amor e sob uma
ótica construtivista.
Cubismo
Mulher com flor (1932), de
Pablo Picasso, que assim se
manifestou em certa ocasião:
“Toda a gente quer
compreender a arte. Por que
não tentam compreender as
canções de um pássaro? [...]
Pessoas que querem explicar
telas normalmente ladram para
a árvore errada”.
Cubismo
Cubismo na literatura:
•
Humor;
•
Antiintelectualismo;
•
Valorização dos cinco sentidos;
•
Superposição de planos – frases breves e
rápidas – cinematográficas;
•
Ilogismo – mais analógico que lógico.
Cubismo
Poeminha cinético
Era um homem bem vestido
Foi beber no botequim
Bebeu muito, bebeu tanto
Que
s a iu
de
lá
a s m.
s i
(Millôr Fernandes)
Cubismo
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanha?
Pernas e cabeças na calçada
(Oswald de Andrade)
Dadaísmo
Colagem-espelho,
obra de
Kurt Schwitters,
de 1920.
Dadaísmo
Marcel Duchamp
Dadaísmo
Dadaísmo na Literatura:
•
Agressividade, improvisação, desordem;
•
Rejeição a qualquer tipo de racionalização e
equilíbrio;
•
Livre associação de palavras – o acaso substitui a
inspiração, a brincadeira substitui a seriedade;
•
Invenção de palavras com base na exploração da
sonoridade.
Dadaísmo
Receita para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e
meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda
que incompreendido do público.
(Tristan Tzara)
Dadaísmo
A Batalha
Berr... bum, bumbum, bum...
Ssi... bum, papapa bum, bumm
Zazzau... Dum, bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... râ, äh-äh, aa...
Haho! ...
(Ludwig Kassak)
Surrealismo
Neste Rosto de Mae West
podendo ser utilizado como
apartamento surrealista,
Salvador Dalí apropria-se da
técnica de colagem dos
dadaístas, apresentando
objetos deslocados de suas
funções: os cabelos de atriz
transformados em continas; os
olhos, em quadros; o nariz, em
aparador; os lábios, em
poltrona.
Surrealismo
Sonho provocado pelo
vôo de uma abelha em
torno de uma romã, um
segundo antes do
despertar, data de 1944.
Salvador Dalí.
Surrealismo
A persistência da memória, de Salvador Dalí.
Surrealismo
Surrealismo na literatura:
•Imagens oníricas - extraídas do sonho, do imaginário;
•Metáforas surreais – realidade e sonho se conjugam;
Surrealismo
Estudo nº 6
Tua cabeça é uma dália gigante que se desfolha nos meus braços.
Nas tuas unhas se escondem algas vermelhas,
E da árvore de tuas pestanas
Nascem luzes atraídas pelas abelhas.
(...)
(Murilo Mendes)
Surrealismo
Poema da amiga
“Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e um branco
Escoando azuis profundos.
Eu tenho liberdade em ti.
Anoiteço feito um bairro,
Sem brilho algum.
Estamos no interior duma asa
Que fechou.”
(Mário de Andrade)
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