VANGUARDAS EUROPEIAS Prof. Gildo Júnior Colégio Dom Bosco VANGUARDA EUROPEIA Mudança A de século : palavra vanguarda remete ao francês avant-garde que significa o que “marcha à frente”. Após o início do século XX, passa a designar correntes artísticas que trazem propostas inovadoras. nomeadas “correntes de vanguardas” as tendências da arte que surgem na Europa antes, durante e depois da 1ª Guerra Mundial. São As vanguardas caracterizavam-se pela publicação inicialmente de manifestos que foram publicados no período de 1909 a 1924. VANGUARDA EUROPEIA – Expressionismo – Cubismo – Dadaísmo – Surrealismo Futurismo Les demoiselles d`Avignon, de PABLO PICASSO O CUBISMO O marco inicial do Cubismo ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, de Pablo Picasso . Nesta obra, influenciado pela arte primitiva e pelas máscaras africanas, o artista espanhol retratou a nudez feminina de uma forma inusitada, onde as formas reais, naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas perfeitamente trabalhadas. O CUBISMO Surge em Paris, três anos após o Futurismo, nascido de experiências de Pablo Picasso e de Georges Braque. Proposta: Olha-se para um cubo e compreende-se a totalidade do objeto. “O trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo”(Picasso). Características: * geometrização das formas e volumes; * renúncia à perspectiva; * o claro-escuro perde sua função; * representação do volume colorido sobre superfícies planas; * sensação de pintura escultórica; PABLO PICASSO (1881 – 1973) "A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". Pablo Picasso Mulher Chorando (1937) - Picasso Georges Braque (1882 – 1963) Historicamente, o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. Duas formas de Cubismo: Cubismo Analítico Cubismo Sintético Analítico Caracterizado pela fragmentação da obra. O artista decompõe a obra em partes, registrando todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura em todos os ângulos no mesmo instante. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege. Analítico Sintético É a livre reconstituição da imagem do objeto decomposto, assim, este objeto não é desmontado em várias partes, mas sua fisionomia essencial é resumida. Ou seja, enquanto o Impressionismo procurava apreender a realidade “tal como a vemos”, através da percepção, o Cubismo tenta apresentar a realidade “tal como ela é”. Mas, paradoxalmente, o culto do objeto vai conduzir à destruição do real. O SURREALISMO A METAMORFOSE DE NARCISO, de SALVADOR DALI O Surrealismo foi um movimento artístico e literário que surge na França nos anos 20, reunindo artistas anteriormente ligados ao dadaísmo. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Defende que a arte deve libertarse das exigências da lógica e expressar o inconsciente e os sonhos, livre do controle da razão e de preocupações estéticas ou morais Rejeita os valores burgueses, como a pátria, a honra, a religião e a família. O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton, que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. O SURREALISMO A finalidade do movimento era colocar “o surreal fora do seu esconderijo”, realizando a fusão da realidade com o sonho. Daí a exaltação do maravilhoso que reside no estado onírico, na alucinação, no acaso, na psicopatologia. O SURREALISMO O Movimento Surrealista busca a transposição do universo dos sonhos para o plano artístico. O sonho, na concepção de Freud, é a manifestação das zonas ocultas da mente, o inconsciente e o subconsciente. Os surrealistas pretendiam criar uma arte livre da razão, uma arte produzida num estado de consciência em que o artista estaria “sonhando acordado”. O SURREALISMO Nessas duas linhas de pesquisa e trabalho são frequentes o ilogismo + o devaneio + o delírio + o sonho + a loucura + a hipnose + o estado de transe + o humor negro + as imagens surpreendentes e extravagantes+ o impacto do inusitado + a livre expressão dos impulsos sexuais. Salvador Dalí Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu em 11 de maio de 1904, na cidade espanhola de Figueres (Catalunha). Foi um dos mais importantes artistas plásticos (pintor e escultor) surrealistas da Espanha. Salvador Dalí Salvador Dalí Dalí liga-se aos surrealistas em 1929, porém, em 1922 já havia lido A Interpretação dos Sonhos de Freud, e pelo menos desde 1926, a sua pintura incorpora materiais oníricos e inconscientes. O pintor foi o mais extravagante dos surrealistas e os temas recorrentes em suas obras são: o sexo (e todas as atribulações: angústias, medos, frustrações, traumas), a memória (sua permanência ou dissipação), o sono e o sonho. O sono A persistência da memória Galáxia das Esferas Sonho causado pelo vôo de uma abelha em torno de uma romã, um segundo antes do despertar. O FUTURISMO Dinamismo de um cão na coleira, de Giacomo Balla O FUTURISMO O Futurismo foi um movimento artístico e literário iniciado oficialmente em 1909 com a publicação, no jornal francês Le Figaro, do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo Tommasio Marinetti (1876-1944), que surpreende os meios culturais europeus pelo caráter violento e radical de suas propostas. Muito mais do que por obras, o movimento futurista difunde-se por meio de manifestos (mais de 30) e conferências, tendo sempre à frente a figura de seu líder, Marinetti. O FUTURISMO Aspectos relevantes do Futurismo: Total identificação entre o movimento e seu líder = Futurismo = Marinetti. A adesão de Marinetti ao fascismo de Mussolini (1919), dadas as evidentes afinidades ideológicas entre eles. “Manifesto futurista” 1909 Por Fillipo Marinetti 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. 2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta. 3. Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade. 4. Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter agressivo. 5. Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo – o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas idéias que matam, e o menosprezo à mulher. 6. Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas e utilitárias. A palavra chave desse movimento era “dinamismo” e sua principal contribuição foi a ideia de reunir visualmente: som, luz e movimento. O carro passou, de Giacomo Balla FUTURISMO – LÂMPADA DE RUA, GIACOMO BALLA 1909 O EXPRESSIONISMO O GRITO (1893), de EDVARD MUNCH O grito, de Munch, expressa o desespero da figura humana em cima da ponte. Que ser grita? O grito é de angústia? As formas sinuosas do céu e da água e a forte diagonal da ponte, conduzem o olhar do espectador diretamente para a boca que se abre num grito. Parece expressar uma terrível solidão existencial. Duas figuras estão vindo em sua direção. Serão elas os motivos do grito? Serão elas a morte ou a salvação? O EXPRESSIONISMO O movimento expressionista surgiu em 1910, na Alemanha, trazendo uma forte herança da arte do final do século XIX, preocupada com as manifestações do mundo interior e com uma forma de expressá-las. Daí a importância da expressão, ou seja, da materialização, numa tela ou numa folha de papel, de imagens nascidas em nosso mundo interior, pouco importando os conceitos então vigentes de belo e feio. O EXPRESSIONISMO O objetivo dos expressionistas era combater o Impressionismo, tendência da qual eles provinham. O Impressionismo consistia em uma corrente da pintura que valorizava a impressão, isto é, era uma arte sensorial e subjetiva quanto ao modo de captação da realidade. Na relação entre o artista impressionista e a realidade, o movimento de criação vai do mundo exterior para o mundo interior. O EXPRESSIONISMO Já no Expressionismo ocorre o oposto: o movimento de criação parte da subjetividade do artista, do seu mundo interior, em direção ao mundo exterior. Assim, para o artista expressionista, a obra de arte é reflexo direto de seu mundo interior e toda a atenção é dada à expressão, isto é, ao modo como forma e conteúdo livremente se unem para dar vazão às sensações do artista no momento da criação. O Expressionismo foi uma corrente artística que, pela deformação ou exagero das figuras, buscava a expressão dos sentimentos e emoções do autor. O artista expressionista buscava a experiência emocional. Preocupando-se mais com as emoções do observador do que com a realidade externa. Os autênticos precursores do Expressionismo vanguardista apareceram no final do século XIX e começo do século XX. Entre eles, destacam-se: Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Edvard Munch. O principal pintor expressionista é o norueguês Edvard Munch, autor de quadros intensamente dramáticos. Vincent Van Gogh Paul Gauguin EDVARD MUNCH O EXPRESSIONISMO Durante e depois da 1ª Guerra Mundial, o Expressionismo assumiu um caráter mais social e combativo, denunciando os horrores da guerra, as condições de vida desumanas das populações carentes, etc. Possui um sentimento de fraternidade universal e desprezo pela civilização materialista, industrial, mecanizada. Fundamentos do Expressionismo: A arte não é imitação, mas criação subjetiva, livre. A arte é expressão dos sentimentos. A realidade que circunda o artista é horrível e, por isso, ele a deforma ou a elimina, criando a arte abstrata. A razão é objeto de descrédito. A arte é criada sem obstáculos convencionais, o que representa um repúdio à repressão social. Fundamentos do Expressionismo: A intimidade e a vivência da dor derivam do sentido trágico da vida e causam uma deformação significativa, torturada. A arte se desvincula do conceito de belo e feio e torna-se uma forma de contestação. A ARTE EXPRESSIONISTA Das artes plásticas, especialmente da pintura, a estética expressionista passou também a ser utilizada pela literatura, cinema, dança, música, teatro. Destacam-se os artistas, na pintura: Kandinski, Chagall, além de Van Gogh, Cézanne, Gauguin e Munch. O DADAÍSMO O elefante Celebes (1921) – Max Ernst O DADAÍSMO Em 1916, em plena guerra, um grupo de refugiados em Zurique, na Suíça, inicia o mais radical movimento da vanguarda europeia: o Dadaísmo, proposto pelo escritor Hugo Ball. O termo “dadá” foi escolhido ao acaso,, no Cabaré “Voltaire” (ponto de encontro do grupo dadaísta), de Zurique, por Tristan Tzara e outros artistas revoltados contra os horrores da guerra. O DADAÍSMO Caracterizou-se por um cunho fortemente anárquico, expressando a rebelião da geração jovem contra os poderosos círculos internacionais e a burguesia acomodada. Foi um movimento antiarte por excelência, pois, através de arruaças, exposições extravagantes, agitações anárquicas, banquetes excêntricos e tumultuados, os dadaístas gritavam a sua trágica revolta, ridicularizando tradições e valores institucionalizados. O DADAÍSMO Quanto às obras artísticas, é pequena a produção do Dadaísmo suíço. Mas o movimento se espalhou para o mundo, sendo cultivado especialmente em Nova Iorque. Max Ernst utiliza montagens e colagens em suas obras e Marcel Duchamp desenvolve a técnica do readymade, com a qual é satirizado o mito mercantilista da civilização capitalista. A técnica do ready-made consiste em extrair um objeto do seu uso cotidiano e, sem nenhuma ou com pequenas alterações, atribuir-lhe um valor. Os ready-mades de Duchamp Arte Depressão