Arte clássica e arte moderna
Vanguardas Européias
• Espírito polêmico da Belle Époque
• Movimentos de rupturas
• Imperava o experimentalismo para além
das estéticas convencionais.
• Representam: choque, ruptura, abertura,
mudança e evolução.
• Renovação estético-literária.
Movimentos de Vanguarda
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Futurismo
Cubismo
Dadaísmo
Expressionismo
Surrealismo
Futurismo
F.-T. Marinetti (1876-1944)
• A história do Futurismo de Marinetti pode ser dividida em três fases:
a) 1905-1909: Defesa do verso livre.
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b) 1909-1914: Movimento intenso de redação de manifestos, em
defesa da imaginação sem fios e das palavras em liberdade.
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c) 1919 em diante: Fundação do Fascismo com o Futurismo
sendo o seu porta-voz.
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O Futurismo apresenta como propostas doutrinárias:
a) Exaltação da vida moderna, agitada e das massas em movimento
b) Culto da máquina e da velocidade
c) Destruição do passado
d) Palavras em liberdade com a abolição da sintaxe tradicional
e) Abolição da expressão literária convencional
Expressionismo
O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na
Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos
da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro,
dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura,
coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria
ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das
chamadas "vanguardas históricas". Mais do que meramente um
estilo com características em comum, o Expressionismo é sinónimo
de um amplo movimento heterogéneo, de uma atitude e de uma
nova forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de
várias tendências, formações e níveis intelectuais. O movimento
surge como uma reacção ao positivismo associado aos movimentos
impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva,
onde predominasse a visão interior do artista – a "expressão" – em
oposição à mera observação da realidade – a "impressão".
O expressionismo compreende a deformação da realidade
para expressar de forma subjectiva a natureza e o ser
humano, dando primazia à expressão de sentimentos
em relação à simples descrição objetiva da realidade.
Entendido desta forma, o expressionismo não tem uma
época ou um espaço geográfico definidos, e pode
mesmo classificar-se como expressionista a obra de
autores tão diversos como Matthias Grünewald, Pieter
Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya.
Alguns historiadores, de forma a estabelecer uma
distinção entre termos, preferem o uso de
"expressionismo" – em minúsculas – como termo
genérico, e "Expressionismo" –com inicial maiúscula–
para o movimento alemão
Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às
temáticas da solidão e da miséria, o expressionismo é um reflexo da
angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais
da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (19141918) e que se prolongaria até ao fim do período entre-guerras (19181939). Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a vida,
de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística.
O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da
subjectividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o
excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. Pretendeu ser o reflexo
de uma visão subjectiva e emocional da realidade, materializada através da
expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma dimensão
metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Muitas vezes visto como
genuína expressão da alma alemã, o seu carácter existencialista, o seu
anseio metafísico e a sua visão trágica do ser humano são características
inerentes a uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às
questões da vida e da morte. Fruto das peculiares circunstâncias históricas
em que surge, o expressionismo veio revelar o lado pessimista da vida e a
angústia existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna,
industrializada, se vê alienado e isolado.
Lovis Corinth (1925)
Franz Marc (Caliban ) 1914
Três banhistas (1913), de Ernst Ludwig Kirchner, Galeria
de Arte de Nova Gales do Sul.
Os grandes cavalos azuis (1911), de Franz Marc, Walker Art Center,
Minneapolis
Nu deitado (1919), de Amedeo Modigliani, Museum of Modern Art,
Nova York
Expressionismo (1910)
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Surgimento através da revista Der Sturm (A Tempestade)
Manifesto de Expressionismo só surge em 1917, elaborado por
Kasimir Edschmid:
a) Buscar a arte sob o impacto da expressão, com as palavras
em liberdade, daí a sua ligação com o Futurismo.
b) Tentativa de reprodução do mundo interior obscuro e
alógico, rompendo com o equilíbrio clássico.
c) Linguagem contundente e sintaxe pesada da poesia
pretendiam exprimir a fome, a miséria e o sentimento burguês.
O Expressionismo foi “uma espécie de ‘barroco’ extemporâneo, mas
profundamente significativo”, correspondendo a um estado de
espírito alemão
Dadaísmo - 1916
• O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo
foi um movimento artístico da chamada
vanguarda artística moderna iniciado em
Zurich, em 1916 durante a Primeira
Guerra Mundial, no Cabaret Voltaire.
Formado por um grupo de escritores,
poetas e artistas plásticos, dois deles
desertores do serviço militar alemão,
liderados por Tristan Tzara (Samy
Rosenstock),Hugo Ball e Hans Arp.
• Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de
madeira, sua utilização marca o non-sense ou falta de
sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um
bebê). Para reforçar esta ideia foi estabelecido o mito de
que o nome foi escolhido aleatoriamente, desta forma,
abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se
um estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o
caráter antirracional do movimento, claramente contrário
à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte
estabelecida na época. Em poucos anos o movimento
alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona,
Berlim, Colônia, Hanover, NY e Paris. Muitos de seus
seguidores deram início posteriormente ao Surrealismo
e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.
• O Dadaísmo é a reunião de Futurismo, Expressionismo e Cubismo,
radicalizando a tendência revolucionária destes movimentos.
• A influência do espírito pessimista da primeira guerra mundial, com
uma possível vitória da Alemanha, foi fundamental para a sua
criação.
• O Dadaísmo apresenta como características a irracionalidade, o
automatismo psíquico, a livre associação de palavras e metáforas, o
letrismo e a invenção de palavras sem significado, cujo maior
exemplo talvez seja o poema “A Batalha”, do alemão Ludwig
Kassak:
• Berr... bum, bumbum, bum...
• Ssi... bum, papapa bum, bumm
• Zazzzau... Dum, bum, bumbumbum
• Prä, prä, prä... rä, äh-ah, aa...
• Haho!... (p. 133)
Dadaísmo define-se como nada, com o nome DADÁ surgindo ao
acaso, quando Tzara abre, ao acaso, com uma espátula, uma página
do Petit Larousse e dá de cara com a palavra.
•
O radicalismo do Dadaísmo, pretendendo a abolição da arte, leva Tzara a
dar uma receita de poema dadaísta:
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e
mete-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda
que incompreendido do público.
“Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo
portanto certas coisas e sou por princípios
contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto
para mostrar que é possível fazer as ações
opostas simultaneamente, numa única fresca
respiração; sou contra a ação pela contínua
contradição, pela afirmação também, eu não
sou nem para nem contra e não explico por que
odeio o bom-senso”
Tristan Tzara
O impacto causado pelo Dadaísmo justifica-se plenamente
pela atmosfera de confusão e desafio à lógica por ele
desencadeado. Tzara opta por expressar de modo
inconfundível suas opiniões acerca da arte oficial, e
também das próprias vanguardas("sou por princípio
contra o manifestos, como sou também contra
princípios"). Dada vem para abolir de vez a lógica, a
organização, a postura racional, trazendo para arte um
caráter de espontaneísmo e gratuidade total. A falta de
sentido, aliás presente no nome escolhido para a
vanguarda. Segundo o próprio Tzara:
“Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os
negros Krou denominam a cauda da vaca santa: Dada.
O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um
cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em
russo e em romeno: Dada. Sábios jornalistas viram nela
uma arte para os bebês, outros jesus chamando
criancinhas do dia, o retorno a primitivismo seco e
barulhento, barulhento e monótono. Não se constrói a
sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção
converge para a perfeição que aborrece, a ideia
estagnante de um pântano dourado, relativo ao produto
humano.”
Tristan Tzara
• O principal problema de todas as manifestações artísticas estava,
segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar
o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações
retumbantes, Tzara decreta: "A obra de arte não deve ser a beleza
em si mesma, porque a beleza está morta".
• No seu esforço para expressar a negação de todos os valores
estéticos e artísticos correntes, os dadaístas usaram, com
frequência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas
pinturas e esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar
pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos que
haviam sido jogados fora.
• Foi na literatura, porém que a, ilogicidade e o espontaneísmo
alcançaram sua expressão máxima. No último manifesto que
divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "o
pensamento se faz na boca". Como uma afirmação desse tipo é
evidentemente incompreensível, ele procurou orientar melhor os
seus seguidores dando uma receita para fazer um poema dadaísta.
Cubismo
• é um movimento artístico que surgiu no séc. XX, nas
artes plásticas tendo como principais fundadores Pablo
Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a
literatura e a poesia pela influência de escritores como
Guillaume Apollinaire e Vladmir Maiakovski. O quadro
Les demoiselles d’Avignon, de Picasso, 1907, é
conhecido como marco inicial do Cubismo. Nele ficam
evidentes as referências a máscaras africanas que
inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a
obra de Paul Cézanne.
• O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de
figuras geométricas, representando as partes de um
objeto no mesmo plano. A representação do mundo
passava a não ter nenhum compromisso com a
aparência real das coisas.
• Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois
para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se
fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram
mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos
com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles
estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano
frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de
decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade
com a aparência real das coisas.
• O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões,
numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio
de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos
ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno
deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo,
percebendo todos os planos e volumes.
Características:
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Geometrização das formas e volumes;
Renúncia à perspectiva;
O claro-escuro perde sua função;
Representação do volume colorido sobre
superfícies planas;
• Sensação de pintura escultórica;
• Cores austeras, do branco ao negro passando
pelo cinza, por um ocre apagado ou um
castanho suave.
• Cores fechadas
O Cubismo encarna o espírito eclético das artes do início
do século, em que pintura, escultura, música e literatura
sofreram uma interinfluência, ajudando a criar novas
linguagens.
Apesar de não haver um manifesto do Cubismo, mas
existe um artigo de Guillaume Apollinaire (1880-1918) –
Méditations esthétiques/ Sur la peinture – , de 1913, é
geralmente visto como um dos manifestos do
movimento.
Apollinaire está para a poesia cubista, com a sua
decomposição da realidade em figuras geométricas, de
planos superpostos e simultâneos, como Picasso está
para a pintura cubista.
O encontro dos dois em 1905 é decisivo para que a pintura
ganhe o nome de cubista (1909) e depois a literatura
assuma a mesma denominação (1917). Além de cubista,
Apollinaire cunha a expressão Espírito Novo (L’Esprit
Nouveau), que tanto seria utilizada na imprensa
brasileira, na ocasião do Modernismo.
• Gilberto Mendonça Telles aponta algumas
características dessa poesia:
• Ilogismo
• Humor
• Antiintelectualismo
• Instantaneísmo
• Simultaneidade
• Linguagem predominantemente nominal e mais
ou menos caótica
Juan Gris
SURREALISMO (1924)
• foi um movimento artístico e literário nascido em
Paris na década de 1920, inserido no contexto
das vanguardas que viriam a definir o
modernismo no período entre as duas Grandes
Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente
ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão
mundial. Fortemente influenciado pelas teorias
psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud
(1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do
inconsciente na atividade criativa. Um dos seus
objetivos foi produzir uma arte que, segundo o
movimento, estava sendo destruída pelo
racionalismo. O poeta e crítico André Breton
(1896-1966) é o principal líder e mentor deste
movimento.
• A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada
em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire
(1886-1918), jovem artista ligado ao Cubismo, e
autor da peça teatral As Mamas de Tirésias
(1917), considerada uma precursora do
movimento.
• Um dos principais manifestos do movimento é o
Manifesto Surrealista de (1924). Além de Breton,
seus representantes mais conhecidos são
Antonin Artaud no teatro, Luis Buñuel no cinema
e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no
campo das artes plásticas.
Salvador Dalí
René Magritte
Les deux mysteres
•
Salvador Dalí
Mary Jane West
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