UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries. Por: Sônia Cristina Martins Mendonça de Oliveira Orientador : Carlos Alberto Cereja RIO DE JANEIRO 2003 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries. OBJETIVOS: Fornecer subsídios para todos que estão envolvidos e preocupados com o insucesso de alguns alunos do ensino fundamental (1ª à 4ª séries) das escolas públicas do estado do Rio de Janeiro, Divulgando recursos como a recuperação paralela, interferindo diretamente melhor qualidade no ensino. para 3 AGRADECIMENTOS A todos os professores que compartilharam seus conhecimentos e suas experiências. 4 DEDICATÓRIA Dedico essa monografia a minha irmã Suzana Martins de Mendonça, que me substituiu como mãe para que eu pudesse realizar esta pós-graduação. Sônia Cristina Mendonça. 5 RESUMO A qualidade no ensino fundamental nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro foi e sempre será motivo para grandes narrações. Pais, alunos, professores, diretores, todos, nem sempre estão contentes com a qualidade no ensino. Cada qual tem o seu motivo e sua dificuldade que interfere diretamente no resultado final, que é o bom desempenho do aluno. Vários são os motivos que levam a criança a falhar. A pobreza, o trabalho infantil, a falta de incentivos para aprimorar a inteligência, a linguagem deficiete, são exemplos notórios desse contexto. Diante do insucesso dos discentes, os docentes se perguntam que método devem usar para diminuir este índice. É chegada a conclusão que os responsáveis pela educação da criança é um composto formado por pais, professores, diretores e até mesmo da comunidade. (NERICI, Imídeo.Introdução a didática geral, 1983). Os recursos como Conselho de Classe e da Avaliação de Alunos são primordiais para que seja realizada a Recuperação Paralela, ponto cuminante que dará ao aluno uma nova chance de compreender o que ficou perdido. Equiparando-os aos alunos com bom desempenho. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada se destina a apoiar professores, diretores, pais e comunidade que estão realmente preocupados com a qualidade no ensino nas escolas públicas do Rio de Janeiro, Curso fundamental de 1ª à 4ª séries. Fora feito um estudo com opiniões de autores gabaritados sobre o assunto educação. E algumas entrevistas com professores atuais que utilizam o método da Recuperação Paralela. Os interessados terão subsídios para melhor compreender por que nem todos os alunos tem um bom desempenho. Quem realmente são os culpados por essas falhas. Como as crianças podem e devem ser ajudadas. Passos simples que farão com que se chegue a qualidade desejada. Enfim, o que pode ser feito para que haja um bom aproveitamento ao final de cada ano letivo. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO 11 1.1 - Qualidade na Escola 12 1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental 12 (1ª a 4ª séries) do Rio de Janeiro 1.3 - Objetivos de um Ensino de Qualidade 12 1.4 – Ninguém está contente com o Ensino das Escolas Públicas 14 1.4.1 - Os Pais estão preocupados e Insatisfeitos 14 1.4.2 - Os Professores se sentem cansados e frustrados 15 1.4.3 - Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para eles 15 CAPÍTULO II FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO 2.1 – Por que as Crianças Falham 17 18 2.1.1 – Pobreza 18 2.1.2 - O Trabalho Infantil 20 2.1.3 - Inteligência (Falta?) 21 2.1.4 - Linguagem Deficiente 22 2.2 – Que Método adotar para melhor Qualidade no Ensino 2.2.1 - O professor em ação 2.3 – Pessoas envolvidas na Qualidade do Ensino 22 23 24 2.3.1 - Os Pais 26 2.3.2 - O Professor 29 2.3.2.1 – Importância do Professor 29 2.3.2.2 - Qualidades requeridas para o Magistério 30 2.3.2.3 - Tipos de Professor 32 2.3.3 - O Diretor 2.3.3.1 – Funções do Diretor 2.3.4 – A Comunidade 32 33 34 8 CAPÍTULO III COLABORADORES PARA O ENSINO DE QUALIDADE 35 3.1 – Conselho de Classe 36 3.2 – Avaliação 36 3.2.1 – Como o Aluno deve ser Avaliado 38 3.3 – Recuperação Paralela 40 3.3.1- Argumentação 40 3.3.2- No que Consiste este Sistema 40 3.3.3 – Importância da Motivação 41 3.3.4 – Como Realizar este tipo de Recuperação 42 3.3.5 – A Prática 42 3.3.5.1 - Aplicação 43 3.3.5.2 – Trabalhando com Exercícios 43 3.3.5.3 – Trabalhando com Pequenos Grupos 45 3.3 – Fatores que jutamente com a Recuperação Paralela melhoraria a Qualidade no Ensino 46 CONCLUSÃO 48 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50 ÍNDICE 52 FOLHA DE AVALIAÇAO 54 9 INTRODUÇÃO A importância do ensino de qualidade nas primeiras séries do Ensino Fundamental diz respeito à formação da criança-cidadã que deve atuar hoje no âmbito dessa sua condição. Espera-se que as crianças desenvolvam autonomia no pensar e no agir, percebendo também a significação da relação entre sujeito, no grupo, e isso leve a transformações de atitudes motivadas pelos valores humanos desenvolvidas no mesmo grupo. Cada ano letivo que se inicia é um “novo” ano. Novo em expectativas, novas experiências devem ser incorporadas às passadas, levando à esperança de perspectivias melhores e mais positivas. É mais ou menos assim que acontece com as pessoas que lutam para viver e sobreviver, porém, muito mais para quem está no limiar da vida e tem o futuro pela frente como a criança. Crescer por dentro, tornar-se cada vez mias consciente de sua identidade, conhecer suas potencialidades, seus talentos e limites. Adquirir conhecimentos, forjar a sua personlidade sadia, usar adequadamente a sua inteligência e todos os dons que Deus concedeu para ser a criatura que ele idealizou, tudo isso tarefa do aluno. A escola deve fazer um trablho sério, oferecendo ambiente adequado, condições, organização, colocando a disposição pessoas competentes para total apoio, assitência a facilitar o trabalho de aprendizagem. Cada professor deve ser um amigo ajudando os alunos em sua formação global, dando a eles oportunidades e condições de um bom trabalho. 10 Os pais e/ou responsáveis devem ser parceiros na educação e formação de seus filhos; os responsáveis depositam na escola todo um voto de confiança na formação de seus filhos, mas é necessário que estendam as mãos amigas, já que a escola tem a função de colaborada, pois a tarefa da educação compete primordialmente aos pais. Julgando o método que possui a melhor qualidade no ensino, conclui-se que é aquele que educa, estabelecendo um diálogo aberto entre professor e aluno, que permite o enriquecimento de ambas as partes no processo de aprendizagem, sendo assim, instrumento de crescimento tanto para o aluno, como para o próprio professor. Considerando que as crianças não são iguais e não apresentam um mesmo rítmo de aprendizagem, cabe ao professor o compromisso de atender às diferenças individuais de seu grupo de alunos, adaptando o método segundo sua necessidade. Qualidade no ensino é um processo difícil, trabalhoso e contínuo e aqui serão demonstradas algumas formas de se alcançar este objetivo fim. 11 CAPÍTULO I DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO “A busca para qualidade total deve acontecer a cada segundo em nossas vidas.” Sônia Mendonça. 12 1.1 - Qualidade na Escola A escola de qualidade tem a obrigação de evitar de todas as maneiras possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global, no sentido de que as crianças, em idade escolar entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que nela ingressarem. Em síntese, qualidade “implica consciência crítica e capacidade de ação saber e mudar (DEMO, 1994, p.19) 1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental (1ª à 4ª séries) – do Rio de Janeiro Diante dos argumentos sobre qualidade na escola podemos dizer que as escolas públicas do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) – do Rio de Janeiro – tem tudo para serem um símbolo de pluralidade. Não bastasse a diversidade cultural, que por si só serve de justificativa para o estabelecimento de diferentes formas de organização do processo de ensino-aprendizagem, como também pela produção de pesquisas acadêmicas apontando caminhos variados para um melhor aproveitamento do potencial do aluno. 1.3 - Objetivos de um Ensino de Qualidade Uma vez que o docente decida ensinar algo, se pretende ter êxito, é imprescindível que cumpra certos passos de suma importância. Deve, primero, fixar as metas a que pretende chegar ao fim do curso ou programa. Logo, deve selecionar os procedimentos, o conteúdo e os métodos que mais se ajustem aos objetivos e deve colocar o aluno em contato 13 com a matéria, de acordo com os princípios da aprendizagem. Como último passo, deve avaliar o aluno na base dos objetivos selecionados no começo. O primeiro destes passos, a descrição dos objetivos, é o tema a ser tratado. O interesse no preparo de cursos orientados devem ter seus objetivos bem claros e seu anunciado não deve conter enganos. Pois não se pode dedicar ao problema de selecionar melhor caminho possível sem antes saber onde se quer chegar. Um objetivo é a descrição de uma conduta determinada que o aluno deverá demonstrar. O enunciado dos objetivos de um curso deve especificar as destrezas observáveis e mensuráveis que o aluno deverá adquirir. De outra maneira, é imposível determinar se estão sendo alcançados os objetivos desejados. (MAGER, Robert F. Objetivos para o ensino efetivo, 1994). Os Objetivos seriam: Fazer com que os alunos conheçam, compreendam e desfrute de tudo que foi ensinado na sala de aula para o acúmulo de conhecimento e aplicação em questões simples de seu cotidiano. Os testes ou provas são os sinais que marcam o progresso no caminho da aprendizagem e se espera que eles indiquem, tanto ao docente como ao aluno, o grau do êxito por ambos alcançados. Mas o professor não deve deixar de lado o interesse do aluno em aprender as tarefas (em sala de aula e a domicílio) desenvolvidas, a participação em sala de aula e tudo que pode ser mensurado para avaliação dos discentes. 14 1.4 - Ninguém está Contente com o Ensino das Escolas Públicas Todo mundo vive se queixando da escola. Pais, professores e alunos reclamam que ela não está funcionando como deveria e que as coisas não podem continuar desse jeito. Mas cada um pensa que o culpado desse mau funcionamento são sempre os outros. Daí, que a discussão sobre a escola parece mais um coro em que cada um acusa o outro, cada um tem uma parte de razão, mas ninguém consegue se entender nem chegar à raiz do problema. 1.4.1 - Os Pais estão preocupados e insatisfeitos Os pais estão muito preocupados porque, nem todos os filhos conseguem ter vaga na escola e, mesmo os que conseguem, logo de cara começam a ter resultados muito ruins. São reprovados, têm que repetir o ano e correm o risco de sair da escola sem ter aprendido nada. E os pais sabem muito bem que esse fracasso escolar vai pesar muito no futuro dos filhos porque, sem diplomas e qualificação, quem é que pode arranjar um bom emprego? Para a maioria dos pais e mães, os responsáveis pelos maus resultados obtidos por seus filhos são as próprias crianças ou então os professores. Eles acham que as crianças não tiram boas notas porque são preguiçosas, pouco estudiosas e distraídas. Ou então, acham que a culpa é da professora que não obriga a criança a estudar. Eles acham que os professores faltam muito, não ajudam como deveriam, não se interessam realmente pelas crianças. Os pais também se sentem, eles próprios, meio culpados porque não são capazes de ajudar os filhos como gostariam nos deveres de casa e na preparação dos exames. Eles chegam exaustos do trabalho, ainda têm que se ocupar dos filhos menores e, muitas vezes, não dominam os conhecimentos e as matérias que a escola exige. 15 1.4.2 - Os Professores se sentem cansados e frustrados Os professores por sua vez se sentem sobrecarregados e desvalorizados em seu trabalho. Suas condições de trabalho são, de fato, muito ruins: classes superlotadas, falta de material didático, programas muito extensos e complicados, etc. Eles estão também descontentes com os salários irrisórios que recebem e que não lhes permitem viver dignamente. De uma maneira ou de outra, quando se encontram diante de uma turma de alunos, percebem que as crianças têm uma dificuldade enorme de seguir o programa. Também se dão conta de que eles próprio, professores, foram mal preparados para o trabalho que têm que fazer. Cercados por dificuldades de todos os lados,os professores se sentem cansados e desanimados. Eles têm que resolver sozinhos os problemas que aparecem na sala de aula sem ter quem os ajude. Para se defender de tudo isso, eles adotam, por vezes, uma atitude autoritária em relação aos alunos e aos pais ou então entregam os pontos e se desinteressam da “sorte” de seus alunos. 1.4.3 - Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para eles Para os alunos, a escola é um lugar no qual eles não se sentem bem, nem à vontade. Mesmo aqueles que, fora da escola, são faladores, espertos, curiosos e alegres, dentro da sala de aula vão ficando calados, passivos e tristes. 16 A escola não tem nada que ver com sua vida de todo o dia . Dentro dela não há lugar para seus problemas e preocupações. A professora, na maioria das vezes, não é vista como uma pessoa amiga que está ali para ajudar, mas sim como aquela pessoa que sabe o que eles não sabem, que fala enquanto eles têm que ficar quietos, que fala bonito e diz que eles se comportam mal, e que reprova quando eles não conseguem aprender o que tem que ser aprendido. Eles têm medo dela e, para se defender, se fecham em si mesmos ou tornam-se agressivos e indisciplinados. Tudo aquilo que eles sabem de experiência própria e bem vivida não é levado em conta na escola. A professora corrige sua maneira de falar, seus modos, sua maneira de vestir e, às vezes, diz abertamente que eles são incapazes de aprender e que não adianta perder tempo porque, de qualquer jeito, eles vão ser reprovados. Pouco a pouco, eles vão perdendo a motivação para continuar se esforçando, vão se sentindo realmente incapazes de aprender e vão se resignando a um fracasso que vai marcar o resto de suas vidas. 17 CAPÍTULO II FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO “O amanhã é outro dia para quem tem a coragem de recomeçar.” Lovely 18 2.1 - Por que as crianças falham 2.1.1 - A pobreza A pobreza é destituição, marginalidade e desproteção. Há um desequilíbrio entre o potencial econômico e a qualidade de vida das crianças. Fatores como: § Atenção e apoio à gestante; § Incentivo ao aleitamento materno; § Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança; § Imunização; § Reidratação oral (soro caseiro); § Melhoria da nutrição; § Identificação precose da criança normal ou deficiente; § Controle de infecções respiratórias e doenças comuns; § Orientação às mães para espaçamento entre partos ou controle familiar; nem sempre estão ao alcance dos pais. A conclusão é que as crianças carentes, quando chegam à escola, já chegam em situação de desvantagem sobre outras que tiveram a oportunidade de ter todos os fatores acima. (DREXEL, John. A criança e a miséria, vida ou morte, 1987). Já está comprovado que a má alimentação durante os primeiros meses de vida parece indicar uma provável perda de potencial intelectual. Inclusive, pode acontecer que esses efeitos sejam irreversíveis, caso o período de má nutrição tenha ocorrido suficientemente cedo na vida da criança. Como conseqüência de estar sub-alimentada, a criança pode também padecer de uma série de transtornos que travam seu bom rendimento: apatia, falta de vigor e 19 desinteresse. Além disso, e pelo mesmo motivo, essa criança torna-se mais vulnerável às enfermidades do que os outros alunos, ato que a obriga a faltar às aulas com freqüência. Influenciando diretamente em seu rendimento. As habitações são deficientes e no inverno, as crianças que vivem em casas precárias e muito úmidas são vítimas de repetidas bronquites e/ou resfriados. Como conseqüência, faltam repetidamente às aulas e vão se atrasando, em relação ao andamento do restante da classe. Outras residenciais são invadidas por águas ou terras que deslizam de morros o que abala profundamente o emocional do aluno. Alguns residem em favelas e em certos dias são obrigados a ficarem em casa, pois o “chefe do tráfico” determinou o toque de recolher impedindo que as pessoas circulem pela favela. Ou o “luto” de algum traficante que impede a abertura da escola. As diferenças culturais obrigam as crianças dos setores sociais mais baixas realizarem esforços extra para poder desenvolver-se num mundo onde se sentem estranhas, enquanto que outros agem como se estivesses em suas própria casa. As crianças das classes média e alta chegam à escola com uma série de aprendizagens prévias que facilitam as aprendizagem requeridas pela escola. Isso acontece graças aos estímulos intelectuais que seu meio lhes ofereceu: conversas, narrações, internet, televisão, professores particulares, informações que lhes são proporcionadas, atos que foram testemunhados e que são imitados. Falta de apoio familiar e a cooperação entre pais e mestres é vital no processo escolar, na prática, no entanto, as relações muitas vezes estão longe de serem harmônicas. A função educacional da família refere-se à transmissão dos hábitos, conhecimentos, informações, atitudes necessárias para a prole participar da vida em grupo. São os pais os primeiros educadores que irão transmitir conhecimentos, informações, atitudes, hábitos higiênicos, morais, religiosos e sociais a uma criança.Nos primeiros anos de vida a criança começa a desenvolver sua afetividade, personalidade,ou seja, o seu psicológico. Mas as mudanças sociais ocorridas na atualidade faz com que estas coisas 20 nem sempre sejam acompanhadas pela família. Hoje, é grande a necessidade da mulher trabalhar fora do lar, tendo que deixar os filhos a cuidados de terceiros como: avós, amigos, babás, creches, etc. Estas alternativas auxiliam a família mas não a substitui. A mãe que trabalha fora o dia inteiro, muitas das vezes, não tem tempo para o filho, quanto do fator escola. Chegam cansadas e ainda tem que fazer o serviço em seu lar. Outras, além de trabalharem, estudam à noite e pouco vêem seus filhos, que fará ajuda- los. E ainda há aquelas que sempre trabalharam fora, desde muito novas, e não tiveram a oportunidade de estudar, ou concluir os seus estudos, sendo assim, não tem base para dar um reforço em casa, deixando a criança sozinha par a resolver os exercícios de casa e estudar para os exames escolares. 2.1.2 - O Trabalho Infantil Devido às condições financeiras terríveis em que os pais se encontram, algumas crianças são obrigadas a trabalharem muito cedo. Algumas nem freqüentam a escola. Outras trabalham e estudam. Conseguem sub-empregos como vendedores ambulantes em semáforos, ônibus e trens: mini- empregadas domésticas; engraxates; catadores de papéis... o trabalho infantil sobrecarrega e explora, tirando a oportunidade de instrução, de lazer e mesmo de descanso. Influenciando diretamente naqueles que não tem ânimo para fazer suas tarefas de casa e estudar para as provas. Estas crianças ficam expostas a situações perigosas como atividades insalubres, riscos de serem atropeladas, ao clima, podendo pegar um resfriado ou uma insolação, e ainda, ficarem estafados com tantos afazeres. Para a criança despossuída, resta muito pouco da infância, e brincar certamente é o que desaparece de imediato de seu dia-a-dia. Isso é de fundamental importância, quando brinca, a criança se desenvolve e faz descobertas, elementos importantíssimos para seu desenvolvimento cultural. Mas seus talentos e méritos não são reconhecidos pela escola. Estas crianças aprendem desde cedo a se virar sozinhas, a cuidar dos irmãos menores e mesmo a trabalhar para ganhar algum dinheiro para ajudar a família. No entanto, essa mesmas crianças que, na rua, são espertas e faladoras, que improvisam jogos; na escola não entendem o que o professor diz, fecham-se em si mesmo, tornam-se caladas e passivas 21 ou então rebeldes e agressivas. Na escola, elas são vistas em geral como desprovidas de inteligência, de criatividade, de afetividade, de coordenação motora e muitas vezes classificadas como “débeis mentais”, “ especiais” , etc. 2.1.3 - Inteligência (falta?) A inteligência dos alunos influencia na qualidade do ensino? Como avaliar a inteligência de uma criança? Todas as pessoas normais são inteligentes, mas apresentam inteligências “diferentes”, e os que se saem melhor são sempre os que sabem usar sua capacidade de aprendizagem e suas inteligências diferentes melhor do que os outros (ANTUNES, Celso. A Grande Jogada. 2001). Logo, é inteligente quem aprende a aprender. Percebe-se que são inteligentes os que desenvolvem a capacidade de entrar na compreensão das coisas, escolhendo o melhor caminho. Mas esse ingresso não é feito pelo mesmo caminho por todos os indivíduos. Alguns têm um fator intelectual mais desenvolvido que os outros. Destacando-se pelo gosto da leitura, da matemática, música , biologia, desenho, expressão corporal, etc. A variação da inteligência de cada aluno varia em primeiro lugar em função da carga genética que se traz desde o nascimento, mas pode ser ampliada com estímulos, primeiramente familiar, depois na escola com os professores. Então não existe aluno “burro” ou desprovido de inteligência, e sim aluno desestimulado, já que todos possuem um tipo de inteligência específica para determinado objetivo . OBS: As crianças que encontram-se clinicamente encaixadas como deficientes mentais terão uma melhor assistência em núcleos previamente preparados para atende- las. 22 2.1.4 - Linguagem Deficiente A linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura, e é o principal instrumento para sua transmissão. É o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças ente grupos sociais e que gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes lingüísticas sociais escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos lingüísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante – padrão socialmente prestigiada. As crianças das camadas populares chegam à escola com uma linguagem deficiente, que as impede de obter sucesso nas atividades e aprendizagem: seu vocabulário é pobre, não sabem o nome de objetos comuns, usam frases incompletas, curtas, monossilábicas; sua sintaxe é confusa e inadequada à expressão do pensamento lógico; cometem erros de concordância, de regência, de pronúncia; comunicam-se muito mais através de recursos não- verbais que de recursos verbais. Isto leva-as a serem consideradas crianças “ deficitárias” lingüisticamente. 2.2 - Que Métodos Adotar Para Melhor Qualidade No Ensino Nenhum metodologia de ensino é 100% eficaz. Isto é natural. Não deve-se imaginar que seja possível a existência de uma metodologia de ensino perfeita, adequada a todas as crianças, pois isto será contrário a tudo o que se sabe sobre as diferenças individuais no processo de aprendizagem. Por outro lado, as pesquisas sobre ensino não permitem selecionar boas e más metodologias, pois todas parecem funcionar para algumas crianças, mas não para a totalidade dos aprendizes. Pode-se dizer que inúmeras crianças aprendem com a ajuda de professores, independemente da metodologia de ensino utilizada. Isto também é natural.. Submetidas a uma ou outra metodologia, as crianças, no contato 23 com as disciplinas, vão construindo suas concepões sobre assuntos aprendidos, pondo-os à prova, reformulando-os e assim aprendendo. 2.2.1 - O Professor em ação O professor deixa de ser um mero transmissor de conteúdos e técnicas e assume o papel de orientador, de facilitador a aprendizagem. Para isto, ele necessita, de um lado, aprofundar-se no conteúdo referente às questões ensinadas, de outro, ter um bom conhecimento das crianças que lhe são confiadas, um atitude positiva e atenta frente aos alunos, uma sensibilidade pelos interesses e possibilidades de cada um. Tem também de conhecer a realidade social de cada aluno; as questões do acesso aos bens culturais produzidos no passado e no presente. Somente o professor pode intuir o que convém fazer num determinado momento para ajudar o aluno com dificuldades. Este papel é muito mais difícil que o já consagrado, exige muito mais esforço do professor. Mais fácil seria ter um planejamento todo definido para ser cumprido passo a passo. No entanto, por melhor que seja um planejamento é impossível que ele dê conta de todas as questões inerentes ao processo de aprendizagem do aluno, uma vez que este processo é único, individual. Em sua prática cotidiana, o professor deve demonstrar situações que sirva a objetivos específicos,nas quais seus alunos possam encontrar sentido, e que ajudem também as próprias crianças a encontrarem seus objetivos. Não se dispõe de fórmulas para garantir que o ensino de todas as disciplinas sejam compreensíveis e prazerosas. Mas o professor pode motivar suas aulas para que se tornem interessantes para os alunos. O professor não pode e não deve confiar em uma metodologia especial, milagrosa, mas na sua experiência, fundamentada por sua competência pedagógica. É ele quem, observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e aprofundando, seus conhecimentos 24 pode compreender e atender às necessidades, às dificuldades e ao interesse de cada criança num dado momento. É naturalmente necessário que o professor conheça os materiais e técnicas pedagógicas, assim, como os programas de ensino. Mas para decidir como e quando utilizar cada um, é fundamental que o professor além destes conteúdos conheça o próprio aluno. Enfim, para ajudar uma criança em sua aprendizagem é necessário estar sensibilizado pelas complexidades da infância e dos conteúdos a serem aprendidos. Para a aprendizagem da criança o professor necessita recorrer a múltiplas atividades e com recursos de inúmeros materiais. Pode-se utilizar os materiais que já existem, mas também é bom quando o professor e as crianças escolhem e fabricam os próprios materiais. As atividades sempre devem colocar as crianças em situação mais próximas de sua realidade, nas diversas circunstâncias, utilizando as diferentes estratégias. A criatividade de cada professor é o limite. Assim, o professor pode variar os materiais e atividades, criando a cada dia situações novas, atraentes, afirmando o uso social do que foi aprendido, evitando o tradicional e não-significativo no uso escolar, sem objetivo ou sentido no ver das crianças. 2.3 - Pessoas Envolvidas na Qualidade do Ensino Os responsáveis pela educação de crianças são os pais, os professores, os diretores e até o mesmo a própria comunidade. São os que tem ação intencional direta sobre elas, com finalidade de educá- las. É justo que cada um tenha a sua parcela de responsabilidade e cada um tenha tarefas específicas a realizar, visando à educação da criança. 25 Apesar de tarefas diferentes, todos deverão agir em conjunto, harmonizando-se e coordenando-se, a fim de se tornarem mais eficientes no aspecto comum que é educar. O educando precisa sentir-se amparado, protegido e orientado pelos pais, professores, diretores e comunidade. Todos devem trabalhar de comum acordo, não contra o aluno e sim para melhor orientá- lo. É indispensável que estas forças se unam e acertem os rumos, para cada um realizar sua parcela na ação educativa em que estão comprometidos. O processo de recuperação paralela precisa de total apoio de pais, professores e diretores senão nada adiantará os esforços introduzidos para a educação. É preciso que os pais se convençam de que têm obrigação de amparar e orientar seus filhos, a fim de que eles possam chegar a ser, também outros pais. Os professores se convençam de que lecionam disciplinas como pretexto para se aproximarem da criança, afim de promover a sua educação. Que a disciplina deve ser um meio e não um fim, Devem ser selecionados os tópicos de maior valor funcional ou cultural da disciplina, para melhor formar o aluno, possibilitando uma ação mais efetiva na comunidade. Para formação das crianças, são tão importantes os elementos significativos da disciplina como o modo de orientar a aprendizagem, as atitudes assumidas em classe, o sentido moral dado ao uso dos conhecimentos e o reconhecimento das personalidade do educando, com respeito que lhe é devido. Os diretores das escolas públicas devem se convencer que na sua gestão deve haver uma harmonia entre pais, alunos e professores. Essa harmonia gerará os ideais e os objetivos gerais e específicos da escola. 26 É necessário não esquecer que a escola educará, segundo a fé e a confiança que se tiver nesses mesmos ideais e objetivos. O diretor deve estar convencido de que a escola é propriedade pública, não podendo nela imperar, simplesmente, a sua vontade,mas sim à realidade do aluno, às aspirações da família e às necessidades sociais. Então fica estabelecida a responsabilidade educacionais de cada parte interessada na educação da criança como : os pais, os professores, diretores e a ajuda da comunidade. 2.3.1 - Os Pais Queixam-se os pais da escola, que não educa; dos filhos, que não estudam, não aprendem e estão ficando piores. É dever dos pais acompanhar a vida não só escolar, como familiar e social dos filhos, dever de que não podem e não devem abrir mão. Sempre que há um fracasso da criança, na escola, as razões de tal fato deve ser pesquisadas nos setores que estão diretamente relacionados com os pais, professores e diretores. Com relação a família, deve-se fazer indagações que delimitarão os setores de sua responsabilidade, ressaltando os seus deveres. Tem os pais procurado compreender o filho na sua maneira de ser e nas suas dificuldades em enfrentar as situações sociais? Tem procurado aproximar-se dele como amigo e não só como repreensor? Tem procurado animar o filho nos seus fracassos, ou só tem recriminado essas ocorrências, como se fossem fruto exclusivo de negligência ou má vontade? Não tem contribuído, nesses momentos desagradáveis da vida, para mais aniquilálo como recriminação e injúrias? 27 Ninguém gosta de fracassar, pois o fracasso torna as pessoas tristes e humilhadas. A indiferença que a criança possa revelar diante do fracasso, é aparente; verdadeiramente ele está sofrendo. Depois dos fracassos escolares é comum surgir nelas idéia de abandonar os estudos; que não gostam de estudar, que já estão crescidos para trabalhar… Estas atitudes são reveladas, quase sempre, pelo fracasso nos trabalhos escolares, pela necessidade de fugir aos mesmos. Os pais não devem dar muita “importância” aos fracassos do filho, procurando compreender e pesquisar as causas que levaram ao insucessos com o intuito de ajudar a removê- las, no futuro. Tem-se lembrado o pai de elogiar algo que de bom tenha feito o filho, dentro ou fora da escola ou do lar? Tem procurado fazer sentir que, como pais, estão sempre a seu lado, quer para reconhecer- lhes as virtudes, quer para aceitar-lhe os defeitos, com o intuito de ajudá- lo a superar-se? Tem buscado inteirar-se das reais possiblidades do filho quanto às suas preferências, aptidões e limitações? Tem exigido mais ou exigido menos do que ele possa dar? Ou não tem exigido nada? Muitos pais nutrem verdadeira mania de querer o impossível dos filhos, que sejam perfeitos tornando a vida dos mesmos insuportável. Tem tentado, em casa, estabelecer um ambiente calmo, compreensivo, de carinho e segurança? Os filhos podem ser vítimas do excesso ou falta de carinho dados pelos pais. O excesso pode convencê- los de que são centro de tudo, e a falta pode ser um convite a verem o mundo com hostillidade. 28 Tem os pais procurado conhecer, por dentro, a escola em que o filho estuda? Está a par dos regulamentos da mesma? Os pais devem se inteirar na qualidade de ensino que vem sendo ministrada a seu filho. Tem estado presente nas reuniões de pais e professores? Tem atendido aos chamados da escola, em relação à educação do filho? Deve haver interesse em pedir informações e inteira-se das questões da escola, relacionadas, direta ou indiretamente com a educação do filho. Tem estado em contato com a diretoria da escola e com os professores do filho? É necessário que isto aconteça, pois é indispensável ouvir o relato das pessoas que atuam sobre os alunos, quais suas observações e opiniões sobre o comportamento e andamento da educação dos alunos. Tem buscado manter conversas, com o filho, sobre a escola, inteirando-se do que nela se passa, não como fiscal, mas como colaborador,amigo e orientador? Tem-se interessado em saber quais são os colegas do filho quanto à personalidade e hábitos dos mesmos? O melhor é tentar os pais serem amigos do filho, entrando em contato amigável com eles para melhor conhecê-los. Tem providenciado para que, em casa, haja ambiente para a criança estudar, como um “cantinho”, que seja seu, calmo e confortável, onde possa dedicar-se às tarefas escolares? Tem orientado para que as épocas de maiores obrigações escolares não fique esquecida? Agindo assim, estarão os pais colaborando com a escola, na obra comum, revelando que não abdicou de suas responsabilidades de pais e de supervisor da eduação de seu filho. 29 2.3.2 - Os Professor 2.3.2.1 - A Importância do Professor É grande a responsabilidade educacional do professor, uma vez que é ele que mantém contato mais prolongado, na escola, com o educando. Ele é peça fundamental e e insubstituível na ação educativa. Não há organização didática que possa substituí- lo. É possível educar só com o professor, mas é impossível fazê- lo só com material didático ou métodos. Tudo será insuficiente e ineficiente sem o professor que anima, dá vida e sentido a toda organização escolar. O professor do ensino fundamental, 1ª a 4ª séries, desempenha papel decisivo na formação da criança que está ampliando sua visão de ordem social, moral e religiosa. Para que possam ver o futuro com esperança, otimismo e coragem. O professor, apesar de todas as novas concepçõs pedagógicas, continua sendo elemento indispensável e fundamental no processo educativo. Dele depende, quase sempre, o sucesso ou insucesso do aluno. De nada vale um projeto de ensino fabuloso se não há por trás o espírito do professor a animar, a dar vida no processo ensino-aprendizagem. As relações entre professor e aluno são de suma importância no processo educativo. Quantos alunos se perdem, por não terem estabelecido estas relações de maneira conveniente. Muitos alunos têm alcançado a plenitude de suas possibilidades intelectuais, sociais e afetivas, graças à ajuda prestada pelo professor, pelas boas relações que se estabeleceram entre os dois. As tentativas de boas relações devem partir do professor, pois é ele quem está em condições de pô-las em prática, não só por causa da sua maturidade, como tambem pelas razões de obrigação profissional. 30 Um professor sem recursos materiais, mas convencido de sua missão de educador e convenientemente preparado realiza mais do que outro sem estas condições, mesmo sendo grande conhecedor da sua disciplina e dispondo de todos os recursos materiais imagináveis. O professor não deve ser visto com todas as perfeições desejáveis que a tudo tem de responder precisamente. É obrigatório ver o professor como criatura humana cheia de ideiais profissionais,mas também sujeito, como qualquer outro, a deficiências e limitações bem, como a períodos difíceis em sua carreira profissional. O professor, também, precisa ser visto com olhos humanos, necissitando, em certo momentos de sua vida, como qualquer outro, de compreensão, ajuda e simpatia. 2.3.2.2 - Qualidades Requeridas Para o Magistério Segundo os alunos as qualidades mais admiradas no professor são: justiça, bondade, polidez, calma, paciência, domínio de si mesmo, senso de humor, inteligência, simpatia, honestidade, pontualiade e capacidade de ensino. No ensino fundamental, 1ª a 4ª séries, as qualidades do professor sobressai a preocupação de ensinar de dirigir a aprendizagem por parte do professor, uma vez que ele deve: Dar o programa. Ajudar. Explicar bem. Explicar devagarinho e esclarecer. Saber ensinar. Ter linguagem clara. Ensinar de modo fácil. Ser assíduo. Ser pontual. Pelejar para que o aluno tenha um bom êxito. Ensinar claramente. Pronunciar bem as palavras. Dar exercícios todos os dias. Manter a matéria em dia. Adotar um material didático que satisfaça a turma. 31 Podem ser indicadas como qualidades necessárias para o exercício do magistério: § Capacidade de adaptação: sintonia do professor, o aluno e o seu meio. § Equilíbrio emotivo: o professor deve apresentar um comportamento e equilibrado e ponderado, de maeira a poder inspirar confiança em seus alunos. § Capacidade intuitiva: perceber dados, movimentos ou disposições de ânimo ou desânimo de seus alunos, não totalmente manifestados. § Senso do dever: responsabilidade leva à compenetração do trabalho a ser desenvolvido pelo professor. § Capacidade de liderança: que deve ser uma liderança democrática, a que esclarece, anima e estimula o aluno a andar e a pensar por si. § Amor ao próximo: a mais importante. A qualidade que revelaria a vocação para o magistério. § Sinceridade: toda ação, para educar, tem de ser autêntica. § Interesse científico, humanístico e estético: o professor deve cuidar, continuamente da sua cultura geral, lendo jornais, revistas, internet, participando de palestras seminários e estar a par de todos os movimentos sociais e culturais. Esta atitude ajuda numa inter-relação de disciplinas, tão útil para melhor integracão dos cionehcimentos. § Espírito de justiça: quando a criança julga um professor justo, também faz cresce o respeito e a admiração por ele. 32 § Disponibilidade: o professor deve estar pronto a ouvir o aluno com interesse e o atender ao primeiro sinal de que precisa de ajuda. 2.3.2.3 - Tipos de Professor § Instrutor : que se limita a transmitir os conhecimenots constantes aos programas. Realiza o que os programas pedem, na sua parte de conteúdo, julgando que os alunos devem estudar o que ele der em classe ou o que indicar. § Erudito: a disciplina é lecionada a fim de que haja mais condições para exibir a sua sapiência. O professor que dificilmente vê o aluno com um ser em aprendizagem que requer algumas condições especiais de trabalho para que algo fique realmente assimilado. § Pesquisador: que se esquece do preparo do nível mental de seus alunos que lhe são confiados, querendo, a todo custo, “continuar seus estudos”, através das aulas que tem de dar. § Educador: é o que consegue dosar os três tipos, tendo presente a realidade humana de seus alunos, segundo as suas possibilidades, visando a integrá- los na sociedade, em forma de cidadãos. 2.3.3 - O Diretor A função de diretor é altamente complexa, tendo em vista as partes interessadas no processo educativo: alunos, pais, professores e comunidade. 33 Quantas escolas dispondo de tudo para se tornarem atuantes, nada conseguem, arrastando-se na mais triste mediocridade, devido aos diretores que têm. O sucesso ou insucesso de uma escola, principalmente a pública, depende muitíssimo do Diretor, com sua preparação pedagógica, consciência dos problemas de educação, confiança na ação da escola e capacidade de liderança. 2.3.3.1 - Funções do Diretor § Administrativa : desempenha bem as tarefas burocráticas da escola, observando o que não funciona e providenciando modificações que torne a escola eficiente. § Social: ter a preocupação de integrar o educando na comunidade e formar cidadão. § Pedagógica: ter uma boa formação no magistério, didática para que os objetivos da escola sejam atingidos. § Relações Humanas: talvez a mais importante, onde haverá o empenho para transformar a escola em autêntica comunidade de ideais e de esforços entre direção, corpo administrativo e corpo docente e discente. Enfim, o diretor deve tornar-se amigo dos professores, conversar com eles o mais possível para sentir os problemas que os afligem, tendo em vista auxiliá- los a resolver esses problemas. 34 2.3.4 - A Comunidade A escola deve estar aberta para todos os problemas da comunidade, com o objetivo de com ela cooperar na melhoria e desenvolvimento da mesma, podendo, assim, ser chamada escola da comunidade. Com a finalidade voltada para a comunidade, aproveitando-se dela para educação de seus alunos e predispondo-os com ela a cooperar e nela se integrar como cidadãos atuantes. 35 CAPÍTULO III COLABORADORES PARA O ENSINO DE QUALIDADE. “Só com ensino de qualidade será possível construir uma democracia aceitável e enfrentar as mudanças sociais pelas quais estamos passando.” 36 3.1 - Conselho de Classe Os Conselhos de Classe foram instituídos a partir da Lei 5692/71 – lei de Diretrizes e Base do Ensino de 1º e 2º graus, hoje reformulada pela lei 9394/96 que regulamenta o ensino fundamental e médio. – para orientar os professores na avaliação permanente dos alunos e para analisar as causas de rendimentos altos e baixo, criando condições de assistência aos alunos fracos, aperfeiçoando o trabalho cotidiano do professor e desenvolvendo a avaliação contínua do próprio trabalho escolar. Com a reformulação da lei, os conselhos tiveram sua ação ampliada. Ele pode propor, orientar e planejar a ação pedagógica da escola levando em consideração a comunidade em que existe a escola e o aluno como sujeito e centro da ação educativa. O Núcleo Curricular Básico-Multieducação reconhece dos Conselho de Classe e propõe que eles levem em consideração: § perfil do aluno em todas as atividades e disciplinas. § desenvolvimento real e o potencial do aluno. § trabalho escolar desenvolvido com a turma (LDB-Lei de Diretrizes e Base da Educação, 1996). 3.2 - Avaliação A avaliação tradicional é realizada a partir de provas e teste que verificam conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as aulas dadas. Estas verificações, além de classificar os alunos em bons e maus, fracos e fortes, permitem que os professores sancionem as aprovações, recuperações. Quando a avaliação é realizada desta maneira corre-se o risco de restringir os alunos à apreensão de conteúdos 37 previamente escolhidos pela escola e pelo professor. Isto leva o aluno a somente a saber o que a escola, o professor e o livro didático determinam. O ideal é que isto não ocorra e que o aluno possa ir além das informações recebidas e previamente organizadas, liberando sua criatividade e inventividade. Por estas razões a avaliação tradicional tem sido criticada e, mais ainda, pela classificação que faz dos alunos a partir de notas ou conceitos e da estagnização do crescimento dos alunos. Entretanto, não obstantee todas as críticas existentes, é preciso afirmar que a avaliação tradicional foi praticada com várias gerações de alunos e deu ceto. Hoje, os alunos têm horizontes mais amplos, mais criativos e com genialidade. Seus saberes não podem continuar cristalizados, até porque os saberes socialmente produzidos são precários, transitórios e, constantemente, precisam ser superados. Algumas crianças saem melhor se expressando oralmente do que na escrita. A proposta sugerida é dar oportunidade àqueles alunos que não se saem bem nas avaliações escritas. Utilizando uma pedagogia dinâmica que transforme a sala de aula num espaço privilegiado de aprendizagens vivas e enriquecedoras na qual o aluno participa ativamente na construção de seu conhecimento. O conteúdo é um meio e não mais um fim em si mesmo. Prevendo um currículo integrado e não mais fragmentado, norteado pelos princípios pedagógicos da transposição didática, interdisciplinaridade, contextualização e o apoio da recuperação paralela. 38 3.2.1 - Como o aluno deve ser avaliado A cada bimestre, os professores devem avaliar o ensino que a escola está ministrando, e não apenas o desempenho individual dos alunos. O primeiro Conselho de Classe e Série do ano marca o momento de avaliar o trabalho realizado no bimestre. Direção, professor e professor-coordenador devem-se reunir para analisar o desempenho das classes e determinar formas de sanar possíveis falhas. A equipe escolar deve tornar o Conselho um meio de alcançar a melhoria da qualidade de ensino analisando os pontos a seguir: § Mudança do foco da avaliação individual para o coletivo. A classe deve ser avaliada como um todo, e não os casos particulares de alunos. O professor não pode estar satisfeito se 25% dos alunos vão muito bem, 50% se encontram na media e ‘apenas 25% estejam indo mal”. Todos os alunos devem estar aprendendo em uma sala de aula. Cabe à escola definir as estratégicas para que as dificuldades de um grupo específico de alunos sejam superadas. § Avaliar o ensino, não apenas a aprendizagem. O tema principal da reunião é a qualidade no ensino ministrado, relacionada aos resultados obtidos pelas classes, e não as notas alcançadas pelos estudantes. O trabalho desenvolvido em sala de aula deve ser analisado, inclusive a prática da avaliação. Relativar o papel das provas bimestrais somando-as a outros instrumentos, em função do aprendizado do aluno. § Procurar objetividade. É fundamental afastar preconceitos que possam interferir na avaliação. Os resultados obtidos pelos estudantes em termos do 39 domínio de conteúdos e habilidades devem ser analisados sem estigmatizá- los por suas caracterísitcas comportamentais, físicas, raciais ou socioeconômicas. § Contribuir para a dinâmica do Conselho. O professor-coordenador e o diretor, responsáveis pela preparação da reunião, deverão montar gráficos, ilustrando o desempenho das classes nas diferentes disciplinas, o que pode estimular as comparações. Os debates ficarão mais ricos com o relato de casos estudados em Conselhos anteriores ou em pesquisas que tiveram como objetivo de estudo as escolas da Rede. A colaboração do supervisor pode ser útil na análise da situação da escola. § Estabelecer estratégicas de mudanças. Ao final da reunião, a equipe deve estar ciente de que o problema da não-aprendizagem é da instituição, escola, e não do aluno. O segundo passo é admitir suas deficiências e determinar o tipo de capacitação que necessita. Cabe aos docentes sugerir temas para as próximas reuniões e propor projetos de reforços e recuperação. O grupo deve determinar formas para aprimorar os instrumentos de avaliação, alterar as sistemáticas de trabalho e diversificar os recursos utilizados em sala de aula. § Preparar-se para reunião de pais. O Conselho é um bom momento para planejar a reunião de pais. A reunião de pais é a melhor oportunidade para conhecer a fundo o desempenho dos alunos e tornar-se apto para esclarecer as dúvidas dos pais. As famílias devem não apenas receber as médias alcançadas pelos filhos, como também ser informados sobre a forma de ajudá- los em casa e sobre as ações da escola para sanar falhas detectadas. É essencial que o diretor e/ou professor participem da reunião, apresentando aos pais o projeto da escola e seus objetivos e ressaltando a importância de sua participação para o sucesso escolar do aluno. 40 3.3 - Recuperação Paralela 3.3.1 - Argumentação Sempre acontece de alguns alunos não alcançarem os objetivos propostos. Isso ocorre apesar do planejamento e do esforço desenvolvidopelo professor e pelos próprios alunos. Com essa defasagem o aluno não tem mais condições de acompanhar a programação regular. Por isso há a necessidade de atividades especiais para colocá-lo em condições de seguir regularmente o curso. Sendo as atividades acompanhadas por uma visão sistemática e contínua, será fácil detectar os problemas que forem surgindo, na medida em que se apresentarem. No momento em que o professor constatar a existência de deficiências em algum aluno ou num grupo, deverá tratar imediatamente. a fim de recuperar as falhas, para que estes possam acompanhar normalmente as atividades seguintes. Nisto consiste a recuperação paralela. É uma espécie de retomada do processo, para pôr os estudantes carentes em condições de continuar os estudos normalmente. 3.3.2 - No que consiste este Sistema A Recuperação Paralela é a assistência ao aluno durante todo o processo ensinoaprendizagem e se destina a: Rever os conteúdos não assimilados e possibilitar a nova chance de aprendê- los usando novas técnicas ou métodos; Propiciar a aquisição de habilidades específicas e necessárias à aprendizagem; 41 Atender a área afetiva possivelmente responsável pela deficiência do desempenho. (PILETTI, Claudino. Didática Geral, 2001) 3.3.3 - Importância da Motivação O aluno que entra na recupearção paralela se sente um tanto desmotivado. Primeiro por não ter alcançado a média desejada. Segundo por ter que cumprir um horário a mais do que os demais alunos. Cabe então, ao professor, motivar seus alunos já que a aprendizagem é um processo sensível, facilmente afetado por alterações no aprendiz ou no meio ambiente. A motivação sem aprendizagem redundará, simplesmente, numa atividade às cegas; aprendizagem sem motivação resultará, em inatividade, como sono. Recursos como: jornal escolar, troca de correspondências, cantinhos pedagógicos, trabalho em grupo, aulas-passeio, são mudanças na escola, que é teórica, desligada da vida, usados pelo professor no intuito de descobrir uma forma de tornar a escola viva, e mais prática. O professor observa seus alunos para perceber onde tem de intervir e como despertar neles a vontade de aprender. A interação entre o mestre e o estudante também é essencial para a aprendizagem. O professor consegue essa sintonia levando em consideraçào o conhecimento das crianças, fruto de seu meio. Estar em contato com a realidade em que vivem os alunos é fundamental. A escola traz o que está fora para dentro e procura dar sentido a todo o trabalho realizado por meio dessa relação de aplicabilidade na vida. 42 3.3.4 - Como Realizar este tipo de Recuperação As principais maneiras de realizá- las são as seguintes: § Intensificar os exercícios; § Concentrar mais atenção sobre os aspectos deficientes; § Promover tarefas e estudos individuais; § Organizar grupos específicos de estudo. Esta recuperação deverá constar no calendário escolar, com períodos e horários bem definidos, e atividades programadas de acordo com as necessidades dos alunos carentes. Não se trata de repetir simplesmente as aulas ou atividades anteriores. Exige-se uma programação especial, com métodos diversificados e atendimento às dificuldades características, apresentadas pelos educando. 3.3.5 - A Prática É aplicada para alunos que apresentam dificuldades para compreender as explicações e correlacioná- las às suas aplicações, desprendendo-as da teoria e associandoas à prática, em tarefas orais ou escritas, conforme a necessdiade no decorrer das aulas. A assistência dada pelo professro para melhor organização dos conteúdos, é realizada por disciplina com dias específicos. Assim, a criança possui a oportunidade de atentar para detalhes antes por ela não descobertos; indagar, questionar e objetivar suas dúvidas. Com relação ao tempo previsto para as aulas, serão realizadas fora do horário normal, com duas horas de duração em cada dia, totalizando cinco dias de Recuperação Paralela e dez horas de revisão de todo aprendizado trabalhado por bimestre. 43 No que diz respeito à frequência de alunos, também depende da disciplina, uma vez que para Matemática há sempre nas salas um número superior. Para Língua Portuguesa, Estudos Sociais e Ciências observa-se um número razoável de alunos. Então, deve-se aplicar pelo menos três aulas com apanhado dos pontos principais e mais importantes, em folhas de exercícios feitos em sala e em casa , um trabalho e uma verificação, visando que o aluno atinja a nota máxima. Se a criança conseguir um anota acima da que constou em seu boletim, será automaticamente substituída graças à sua dedicação e empenho nas aulas extras; Porém, será pré-estipulado que o aluno não ficará com a nota em grau maior equiparada a excelente, e sim a bom. 3.3.5.1 - Aplicação A postura do professor ao ensinar é, em geral, a de orientador dando instruções, paso a passo, de como fazer. Mas nem sempre este método dá certo. Ás vezes, o professor deve funcionar como incentivador e moderador das idéias geradas pelos próprios alunos. Nesse caso, as crianças participam ativamente, e não ficam passivamente “observando”. O professor deve encorajar o aluno a pensar por si mesmo, a levantar suas próprias hipóteses e a testá- las, a discutir com seus colegas como e por que aquela maneira se compreende melhor. Enfim, o papel do professor é manter os alunos pensando e gerando idéias produtivas. 3.3.5.2 - Trabalhando com Exercícios Trabalhando com a classe em recuperação. Apresenta-se a matéria em que o grupo teve maior dificuldade. Dá-se um tempo razoável para que os alunos leiam e compreendam o que está sendo exposto e verifique onde está sua maior dificuldade. Facilita-se a discussão entre eles ou efetua-se perguntas para esclarecer os pontos não compreendidos pelo grupo. Lembrando de que uma das maiores dificuldades do aluno é ler e compreender o texto. 44 Aplica-se exercícios, em seguida, dá-se um bom tempo para as crianças trabalharem, porque a resolução dos exercícios não pode se transformar numa competição de velocidade, e elas precisam muito mais de tempo para pensarem e trabalhar do que competir. Procura-se criar entre os alunos um clima de busca, exploração e descoberta, deixando claro que mais importante que obter resposta correta é pensar e trabalhar durante o tempo que for necessário para resolver as questões. O professor não deve dar respostas diretas, pois do contrário, as questões já estarão resolvidas e a criança não pensará mais. Copiando as respostas sem se preocupar em resolvê- las. O professor deve incentivar o aluno com frases do tipo: § Vamos pensar juntos. § Pense um pouco mais. § O que a questão está pedindo realmente para você fazer? § Discuta isso um pouco com seu colega. § Mostre ao seu colega o que você fez e peça para que ele também lhe conte como planeja resolver as questões. Com essas respostas do professor, os alunos continuam envolvidos com as questões e pouco a pouco vão perguntando menos e tornando-se mais independentes. Enquanto as criançaas trabalham , o professor percorre as carteiras ajudando, encorajando, dando idéias, pequenas “dicas”(sem contar como se chega à solução), deixando claro quais são os objetivos, os pontos, as condições de êxito. Depois que a maioria dos alunos solucinaram os exercícios, o professor pede que alguns venham ao quadro, um de cada vez, explicar o que fizeram e como fizeram, e o por que o seu método funcionou. O professor pode também, ele mesmo, ir registrando no 45 quadro as sugestões dos alunos. É comum aparecerem maneiras diferentes de resolver o mesmo exercício, inclusive algumas erradas, e é interessante que todas sejam discutidas e analisadas, pois isso incentiva as crianças a sempre tentarem vários métodos. Também é conveniente que todos os alunos copiem no caderno as diversas maneiras de resolver os exercícios, pois nos exercícios seguintes eles poderão tentar usar algumas dessas estratégias. Deve-se observar que um exercício não está necessariamente resolvido quando o aluno encontrou a resposta certa. Para estar verdadeiramente resolvido, o aluno precisa saber o que e como fez, e por que sua ação foi apropriada. E isso deve ser parte integrante da resolução dos exercícios, na etapa de retrospecto e verificação. 3.3.5.3 - Trabalhando com Pequenos Grupos Como os alunos são diferentes; as dúvidas e as matérias em dificuldades também, o professor poderar agrupar os alunos segundo as dificuldades por disciplica. Exemplo: Um grupo com deficiência em matemática, outro em língua portuguesa, outro em geografia, outro em história. Após a classe ser dividida em grupos por disciplina o professor apresenta exercícios para que discutam e trabalhem nele. A atitude do professor deve ser a mesma relatada anteriormente: ele circula entre os grupos incentivando-os e auxiliando apenas naquilo que é absolutamente necessário. Nada que as crianças possam descobrir por elas mesmas deve ser dito. A discussão entre o grupo sobre diferentes idéias que surgem para resolver o problema propicia uma integração valiosa. Quando todo o grupo já tiver chegado à resolução dos exercícios um representante deve reproduzí- la no quadro, explicando o procedimento adotado. Também aqui todas as soluções devem ser discutidas. Esse procedimento é muito bom, pois os alunos tentaram se 46 ajudar, um ao outro já que as dúvidas em um determinado assunto não é o mesmo para cada aluno. Um aluno pode ter dúvida no começo da matéria, outro não ter compreendido o meio e outro não ter conseguido chegar ao fim. Cada um trocará sua experiência. Assim, pode-se ter um todo, claro com o auxílio do professor. 3.4 - Fatores que Juntamente com a Recuperação Paralela Melhoraria a Qualidade do Ensino § Proporcionar curso de reciclagem para os professores afim de que estes não percam o entusiamo de ensinar com qualidade diante de tantas dificuldades encontradas em sala de aula. § Elevar o rendimento do magistério e alcançar aproveitamento mais eficiente do corpo docente, organizando o ensino de maneira que a dupla matrícula se faça na mesma unidade escolar. De forma que o professor estará na escola para aplicar a recuperação paralela mesmo trabalhando em dois horários. § Garantir uma refeição completa a cada criança. Já que criança nutrida leva a criança sadia e criança sadia tem mais disposição, concentração, força de vontade, ânimo que influencia diretamente em sua aprendizagem. § Fazer com que as escolas públicas forneçam assistência média e odontológica e funcionem como centros de uma ação preventiva de defesa da saúde de seus alunos. § Introdução por parte da escola da criança na cultura da cidade. Reconhecendo e valorizando a vivência e a experiência da criança pobre. A escola deve servir de ponte entre o reconhecimento prático que ela já adquiriu e o conhecimento formal que é exigido pela sociedade letrada. 47 § Quanto a inteligência, a principal tarefa do professor é ajudar os alunos a desenvolver seu raciocínio, para que aprendam a se colocar problemas e se sintam capazes de resolvê- los. § Pensamentos, linguagem e comunicação estão sempre interligados. O professor deve estimular os alunos a participarem das atividades sem medo de responder errado. Fazer com que alunos calados participem mais, estimulando seu raciocínio, desbloqueando-o e aumentado sua capacidade de pensar. § Brincar é uma atividade essencial no processo de aprendizagem. O recreio não é um favor que se faz ao aluno e a escola não é prisão. A escola é um lugar de vida e de alegria; o recreio é tão importante quanto a sala de aula. § Conscientizar pais que o aluno na escola terá um futuro melhor. Não tendo que passar por todas as dificuldades que talvez eles tenham passado. Isto diminuirá o número de crianças trabalhando ao invés de estarem estudando. 48 CONCLUSÃO Os assuntos aqui abordados tem o intuíto de melhorar a qualidade no ensino fundamental ( 1ª a 4ª séries), das escolas públicas do Rio de Janeiro. Visando atender ao aluno como pessoa humana em seu todo, proporcionando- lhe crescimento integral e pleno desenvolvimento de suas potencialidades para que alcance auto-realização, dentro de uma hierarquia de valores, justiça, formando- lhe a consciência crítica e o espírito de família, comunidade e responsabilidade. A fim de que venha a ser agente de transformação na relaidade em que está inserido. Não se deve deixar as crianças carentes de lado, e sim utilizar uma pedagogia criadora, dinâmica, pessoal, comunitária. Com objetivo maior de formar crianças criativas, capazes de realizar coisas novas e não simplesmente repetirem o que não conseguiram compreender. Essas crianças devem pensar, analisar, criticar, questionar a realidade na tentativa de buscar soluções e mudanças para melhor. Neste contexto, os professores têm que ser abertos, flexíveis e efetivamente estarem envolvidos no processo de mudanças. Não temerem passado que dão embasamento a construção do educando novo. Fazendo com que os alunos tomem consciência de seu próprio desenvolvimento, favorecendo a descoberta, o intercâmbio e o aprofundamento. Isto significa dizer que o conteúdo que o professor apresenta precisa ser trabalhado, refletido, re-elaborado para que venha a se constituir em conhecimento do aluno. Uma escola envolvida na Filosofia da Qualidade torna claro que trabalha em função do aluno. Para tanto, a escola precisa da parceria com os pais, professores e com toda a comunidade. 49 A partir da consciência de que a obtenção dos resultados só é possível através do esforço cooperativo das pessoas, torna-se necessário o comprometimento de enriquecer o aluno como ser humano e como cidadão. Felizmente, recursos como a Recuperação Paralela, traz um bom retorno àqueles mais dispostos e interessados a aprimorar seus conhecimentos. O mais gratificante é que nesse período a criança resgata a auto-confiança e credibilidade em seu potencial. Às vezes, a Recuperação surge como um sinal de alerta para o aluno; há muitos casos de crianças que assistem às aulas e melhoram seus rendimentos, porque percebe-se desgastada mentalmente e não querem passar por isso novamente. Conclui-se que o aluno-problema merece e deve ter uma nova chance para que concretize seu objetivo fim, ou seja, o êxito na aprendizagem. 50 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. ANTUNES, Celso. A Grande jogada: Manual Construtivista de como estudar. 8.ed. Petrópolis: Vozes, 2001. 101p . 2. BARBOSA, josé Iuvêncio. Alfabetização e Leitura, São Paulo: Cortez, 1991. 159 p. 3. CECCON, Claudius; OLIVEIRA, Miguel Darcy de, OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. A Vida na Escola e a Escola da Vida. 2 ed. Vozes, 1987 . 95 p. 4. CUNHA, Luis Antônio. Educação e Desenvolvimento Social no Brasil 4 ed. Rio de Janeiro: F. Alves,1985. 293 p. 5. DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. São Paulo: Ática, 2000. 176 p. 6. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança 7 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 187 p. 7. GONÇALVES, Romanda. Didática Geral. 12 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1992. 243 p. 8. HUNTER, Madeline. Teoria do Reforço para Professores. Petrópolis: Vozes, 1998. 187 p. 9. LEAL, Antonio. Fala Maria Favela: Uma experiência Criativa em Alfabetização. 9 ed. São Paulo: Ática, 1987. 110 p. 51 10. NERICI, Imídeo Giuseppe. Didática Geral. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1983. 512 p. 11. NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma Escola para o Povo. São Paulo: Brasiliense, 1993. 102 p. 12. RIBEIRO, Darcy. Nossa Escola é Uma Calamidade. Rio de Janeiro: Salamandra, 1984. 106 p. 13. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez e Moraes, 1988. 159 p. 14. SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma Perspecitiva Social. 10 ed. São Paulo: Ática, 1993. 95 p. 52 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO 1.1- Qualidade na Escola 11 12 1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries) do Rio de Janeiro 12 1.3- Objetivos de um Ensino de Qualidade 12 1.4– Ninguém está contente com o Ensino das Escolas Públicas 14 1.4.1 - Os Pais estão preocupados e Insatisfeitos 14 1.4.2 - Os Professores se sentem cansados e frustrados 15 1.4.3 - Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para eles 15 CAPÍTULO II FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO 2.1 – Por que as Crianças Falham 17 18 2.1.1 - Pobreza 18 2.1.2 - O Trabalho Infantil 20 2.1.3 - Inteligência (Falta?) 21 2.1.4 - Linguagem Deficiente 22 2.2 – Que Método adotar para melhor Qualidade no Ensino 2.2.1 - O professor em ação 2.3 – Pessoas envolvidas na Qualidade do Ensino 2.3.1 - Os Pais 22 23 24 26 53 2.3.2 - O Professor 29 2.3.2.1– Importância do Professor 29 2.3.2.2 - Qualidades requeridas para o Magistério 30 2.3.2.3 - Tipos de Professor 32 2.3.3 - O Diretor 2.3.3.1 – Funções do Diretor 2.3.4 - A Comunidade 32 33 34 CAPÍTULO III COLABORADORES PARAO ENSINO DE QUALIDADE 35 3.1 – Conselho de Classe 36 3.2 – Avaliação 36 3.2.1– Como o Aluno deve ser Avaliado 38 3.3 – Recuperação Paralela 40 3.3.1- Argumentação 40 3.3.2- No que Consiste este Sistema 40 3.3.3 – Importância da Motivação 41 3.3.4 – Como Realizar este tipo de Recuperação 42 3.3.5 – A Prática 42 3.3.5.1 - Aplicação 43 3.3.5.2 – Trabalhando com Exercícios 43 3.3.5.3 – Trabalhando com Pequenos Grupos 45 3.4 – Fatores que jutamente com a Recuperação Paralela melhoraria a Qualidade no Ensino 46 CONCLUSÃO 48 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50 ÍNDICE 52 54 FOLHA DE AVALIAÇÃO Universidade Cândido Mendes Projeto A Vez do Metre Pós-Graduação “ Lato Sensu” Título da Monografia: QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries. Autor: Sônia Cristina Martins Mendonça Oliveira Data da entrega: 22 de fevereiro de 2003. Avaliado por: Carlos Cereja Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito Final: 55 Oliveira, Sônia Cristina Martins Mendonça de. Qualidade no Ensino das Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro : Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries – Rio de Janeiro: / s.n. / , 2003. 54 p.; 30 cm 1. Qualidade na Educação. 2 . Qualidade no Ensino. I. Título