V PLENÁRIA REGIONAL DE CONSELHOS DE SAÚDE - REGIÃO SUDESTE 23, 24 E 25 DE JULHO DE 2008 SESC - GUARAPARI - ES 1 V PLENÁRIA REGIONAL DE CONSELHOS DE SAÚDE - REGIÃO SUDESTE 23, 24 E 25 DE JULHO DE 2008 SESC - GUARAPARI - ES Dia 23/07/2008 Solenidade de Abertura A mesa de abertura foi composta por: Anselmo Tozi - Secretário Estadual de Saúde Márcia Andriollo - Presidente do COSEMS - ES Benito Bahiense Pimenta - Representante do Prefeito de Guarapari Aylton Simoneli Júnior - Coordenador Geral deste evento Maria Maruza Carlesso - Coordenadora Nacional de Plenária de CES - ES Elias José da Silva - Coordenador Nacional de Plenária do CES - RJ Arnaldo Marcolino da Silva Filho - Coordenador Nacional de Plenária do CES - SP Renato Almeida de Barros - Coordenador Nacional de Plenária do CES - MG Jaqueline Pascolar Lírio - Secretária Adjunta de Saúde de Guarapari Inicialmente, a Coordenadora Nacional de Plenária do CES ES, Maria Maruza Carlesso, cumprimentou os componentes da mesa e agradeceu ao Conselho Estadual de Saúde a escolha do seu nome e o apoio irrestrito dado a este evento. À Secretaria de Estado da Saúde que não mediu esforços para a realização desta plenária. Ressaltou a importância da participação de todos neste evento para o fortalecimento e a construção de um SUS público, sem terceirização. Em seguida, o Coordenador Geral deste evento, Aylton Simoneli Júnior, cumprimentou os componentes da mesa, os Secretários de Municipais de Saúde presentes, agradeceu especialmente à Secretaria de Estado da Saúde, ao Secretário de Saúde do Espírito Santo, aos Coordenadores de Plenária, Conselheiros de Saúde e Comissão Organizadora. Relembrou, emocionado, a importância da reabertura do Conselho Estadual de Saúde do ES há cinco anos, o que possibilitou reabrir efetivamente as portas do Controle Social no ES e o atual reconhecimento e posição do Conselho Estadual de Saúde na sociedade. Sente-se muito feliz que o Estado tenha sido escolhido para sediar a V Plenária Regional de Conselhos de Saúde, por ser um evento de tão grande porte e receber os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Márcia Andriollo comprimentou os integrantes da mesa e disse estar representando o Presidente do CONASEMS, além do próprio COSEMS-ES, do qual é Presidente. Referiuse a importância dos Secretários de Saúde em ser cúmplice do Controle Social, pois dividimos o compromisso de contribuir com a construção do SUS e da Gestão pública em saúde. Ressaltou a situação complicada dos gestores em atender o que a lei diz e o que pode ser feito. 2 Finalizando a solenidade o Secretário Estadual de Saúde, Anselmo Tozi, cumprimentou os representantes estaduais presentes e os componentes da mesa. Fez uma alusão ao perfil do Estado do Espírito Santo, em que esse ostenta um grande crescimento econômico e social e, conseqüentemente, atraindo novos investimentos. Fez um paralelo entre a situação anterior e o governo atual, referindo que o quadro anterior era crítico, com muitas manchetes policiais, corrupção, salários atrasados e intensa desigualdade social até então existente. Este quadro está mudando para melhor. Em seguida passou-se à Aprovação do Regulamento da V Plenária Regional da Região Sudeste, compondo a mesa os Coordenadores Nacionais de Plenárias de Conselhos de Saúde dos Estados da Região Sudeste: Maria Maruza Carlesso - Coordenadora Nacional de Plenária de CES - ES, Elias José da Silva - Coordenador Nacional de Plenária do CES - RJ, Arnaldo Marcoli da Silva Filho - Coordenador Nacional de Plenária do CES - SP, Renato Almeida de Barros - Coordenador Nacional de Plenária do CES - MG. Foram alterados os seguintes Artigos: 10 e 12, sendo o restante do Regulamento aprovado na íntegra (Anexo I). Dia 24/07/2008 MESA 1: RESGATE HISTÓRICO DOS ENCONTROS DE CONSELHEIROS DE SAÚDE Coordenadora da Mesa: Maria Maruza Carlesso Palestrantes: Renato Almeida Barros Iracema Vieira Polidoro Alexandre de Oliveira Fraga Benedito Augusto de Oliveira Maria Maruza Carlesso, em sua fala inicial relembrou que os componentes da Mesa começaram com sua militância em favor do SUS, a história do controle social e passou a fala para o primeiro palestrante. RENATO ALMEIDA BARROS Iniciou falando da era Collor, quando foi vetada a participação popular, pois não aceitava a realização da IX Conferência Nacional de Saúde, daí à necessidade de mobilização social para a realização da mesma. Relembrou o processo constituinte, a participação social e sua necessidade de organização. O Congresso da ABRASCO em 1994 em Recife culminou como um momento inicial de organização do I Congresso de Conselheiros de Saúde em Salvador em 1995. Naquele evento que teve como temas centrais o papel dos Conselhos e Conselheiros, a organização e articulação entre os Conselhos, e a formação de Conselheiros, observou-se a necessidade de mobilização representativa de todos os Estados para construção de uma Plenária Nacional de Conselheiros de Saúde. Ocorreu a I Plenária Nacional Brasília, em 1996, que tinha como pauta principal a aprovação da PEC 169/93, que regulamentava o financiamento da saúde, e a contestação do modelo neoliberal do governo do Fernando Henrique Cardoso, que limitaria a universalidade da saúde garantida no Sistema Único de Saúde. 3 Em 1997 ocorreu a II Plenária Nacional que aprovou um manifesto em defesa do SUS com forte crítica ao projeto neoliberal e que reivindicava ainda, a realização das Plenárias Regionais e Municipais com financiamento público. Enfatizou, ainda, a responsabilidade das Plenárias de Conselhos de Saúde, de mobilização de contestação das OSs e OCIPs e Fundações Estatais, que coloca em risco o controle social e o SUS. IRACEMA VIEIRA POLIDORO Relembrou a luta de conselheiros pelo SUS, com a articulação dos conselheiros da região Sudeste, para organização do I Congresso de Conselheiros de Saúde em Salvador. Existia a dificuldade dos Conselheiros para a organização do controle social, com necessidade dos Conselhos de investir nesse processo. Havendo a necessidade de unir os usuários e conselheiros cada vez mais, com articulação e entendimento do que era a participação do controle social. Falou da importância da participação do Usuário que deve ser voltada para o controle social. ALEXANDRE DE OLIVEIRA FRAGA Resgatou a história das plenárias da região sudeste, como um espaço onde o país inteiro tem participação, espaço que deve ser preservado. Na VII Plenária Nacional de Conselheiros de Saúde, foram eleitos 2 representantes por região, com a presença na coordenação nacional de plenárias o companheiro Paulo Carvalho - MG, Santinha - RJ, Maria Elisa e Alexandre Fraga na suplência. Durante a VII Plenária Nacional foram eleitos 2 representantes para cada regional com a exceção do Nordeste que tinha 3 representantes, e, a partir daí começaram a se reunir periodicamente e a discutir a preparação da I Plenária da Região Sudeste. Na época a política neoliberal era imposta à saúde, e a luta pela aprovação da EC 29 que teve como combustível a participação social. Relatou a importância de Gilson Cantarino no processo de manutenção das Plenárias Nacionais de Saúde. Daquela época para cá o movimento só tem crescido com a participação social e apoio da Coordenação Nacional de Plenárias. Os Coordenadores de Plenária tiveram importante participação durante a XI Conferência, com um papel decisivo para esta Conferência. Enfatizou a necessidade da não institucionalização das Plenárias. BENEDITO AUGUSTO DE OLIVEIRA Observou ser o participante da mesa, mais recente a entrar no movimento em 2004, relembrando o projeto neoliberal da época e enfatizando a necessidade de debate de uma reforma de Estado no país. Durante sua participação na Plenária Nacional de 2004 percebeu a importância da organização nacional de Conselhos de Saúde, um espaço de contestação ao programa neoliberal e encontrando na Coordenação de Plenárias as mesmas angústias percebidas no seu Conselho de origem, viu também a necessidade de implementar no Conselho Estadual de Saúde de São Paulo o debate contra o processo 4 neoliberal. Viu que o debate político deveria ser voltado para o controle social. Relembrou que o PSDB não previa em São Paulo a participação popular, como conselho gestor, trabalhador concursado, enfim não previa o SUS. A partir daí foi desencadeado uma luta contra as OSs e OSCIPs e a XIII Conferência Nacional posicionou-se contra o projeto de fundação estatal, mas em desrespeito ao controle social há projetos de lei à respeito da mesma tramitando no congresso. Para finalizar disse que OSs, OSCIPs e Fundações ferem a legislação e a universalidade e conclamou os presentes a se engajarem num processo de mudança de estado criando uma agenda de luta de todos os movimentos contra esse processo, e a importância que esta plenária tem de contestar essa lógica. MESA 2 – FORTALECIMENTO DO CONTROLE SOCIAL Coordenador da Mesa: Elias José da Silva Palestrantes: Arnaldo Marcolino da Silva Filho Urquilei dos Santos Pinheiros Aldérico Tófoli Maria Juliana de Moura O Coordenador da mesa Elias abriu os trabalhos sobre o Fortalecimento do Controle Social e convidou o palestrante, Arnaldo Marcolino, a iniciar sua fala. ARNALDO MARCOLINO Relatou que entende o SUS como uma Política de Estado, e que o nosso primeiro modelo de gestão foi a escravidão dos indígenas. Questionou em sua fala “qual a política que o Estado tem para o trabalhador público?” em seguida apresentou slides enfocando os indicadores de acidentes de trabalho e a necessidade de políticas públicas específicas para os mesmos. Lembrou que os planos de saúde não cobrem todas as despesas, relacionadas à saúde de seus clientes, como as vacinas, que são todas bancadas pelo SUS. Observou que na saúde somos obrigados ao contato pessoal, e nesse trabalho deve prevalecer o amor, que quando a saúde passa a ter preço, passa também a ser uma coisa que se comercializa e perde seu valor moral. Terminou sua fala com o a seguinte frase de James Baldwin “Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado, mas nada será modificado se não for enfrentado”. ALDÉRICO TÓFOLI Iniciou dizendo que devemos ter amor ao SUS. Fez referência ao filme “Sicko”, alguns países desenvolvidos que são grandes potências mundiais, são também muito deficientes em suas políticas públicas de saúde. Observou que para ser um bom conselheiro deve-se conhecer bem a legislação, a estrutura e o funcionamento da instituição à qual o conselho se vincula, informando-se sobre recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis. Relatou ser necessário melhorar o diálogo com o segmento que representa, criando estratégias para ouvir a população, dando visibilidade às deliberações do Conselho de Saúde divulgando o não funcionamento do poder deliberativo. Deve ser cobrado das entidades formular projetos de educação continuada para que as executem junto com seus conselheiros eleitos. Finalizando defendeu que os profissionais de saúde devem ser indicados pelos seus respectivos sindicatos e não pelos seus gestores. 5 MARIA JULIANA DE MOURA Enfocou inicialmente que a história da Reforma Sanitária tinha como ator importante o CEBES que reivindicava a implantação de um Sistema Único, relembrando o cenário que antecedeu a implantação do SUS, resumido pelo fracasso do sistema de saúde, com uma população sem saneamento básico, desvalorização dos médicos e hospitais falidos. Destacou as contradições do Sistema Único de Saúde que se faz real no capitalismo que promove um avanço na tecnologia, produz desigualdade e fome, mas tem por base ideológica uma proposta socializante. Relatou a necessidade de uma repolitização do movimento saúde, resgatando os Princípios da Saúde e a necessidade da defesa da democracia e consciência sanitária. URQUILEI DOS SANTOS PINHEIROS Iniciou sua apresentação com um vídeo baseado no livro “Quem mexeu no meu queijo?” Mencionou a necessidade dos Conselhos de Saúde em cumprir suas atribuições estabelecidas na Lei, obedecendo a definição de que o SUS é uma Política de Estado e não de Governo. Atentou para o fato da descaracterização do SUS e para a falta de decisão por parte dos Conselhos de Saúde na contenção dessa realidade. Relatou, também, a importância da responsabilidade da militância pela saúde, acentuando a urgência de mudarmos a dinâmica de trabalho, a fim de não perder a essência do Sistema Único. Questionou a consciência dos Conselheiros de Saúde na Sociedade sobre a função dos Conselhos de Saúde e sua importância. MESA 3 - “GESTÃO DO TRABALHO NO SUS E EC 29” Coordenador da Mesa: Renato Almeida Barros Palestrantes : Eni Carajá Filho Maria Aparecida do A. Godoy Faria Márcia da Cruz Pereira Andriolo MÁRCIA DA CRUZ PEREIRA ANDRIOLO Fez referência à necessidade do gestor ter formação em gestão em saúde para que tenham um posicionamento adequado e que sejam convincentes na defesa da Saúde. Tais posicionamentos devem ser baseados no conhecimento das leis, portarias e normas que norteiam as ações de saúde. São desafios do gestor: trabalhar juntos às instituições de ensino, para formação profissional, voltado à compreensão da integralidade do ser humano, promover a educação permanente para todos os servidores da saúde e criar ambiente de trabalho adequado para estimular e sensibilizar os profissionais. A palestrante ressaltou que em 2005, 56,4% dos empregos em saúde no Brasil foram da rede pública. Para uma valorização do controle social, faz-se necessário incentivar a participação social, promover a formação de conselheiros e de outras lideranças capazes de compreender o processo de gestão, criar um processo de educação permanente junto aos usuários e tornar o controle social um cúmplice das ações propostas para o Município. 6 Finalizou afirmando que: ”o financiamento do SUS não está sendo proporcional à demanda, porém deve-se ter também uma boa gestão por parte de todos.” MARIA APARECIDA GODOY FARIA Iniciou dizendo que não se pode pensar em fazer saúde sem pensar na prevenção. Sem esquecer também dos profissionais que trabalham em prol da saúde pública, e discorreu sobre as formas de contratação do SUS: Regime Estatutário do setor público, Regime Celetista, Regime Estatutário no setor privado, Contratos Temporários, Cargos Comissionados, Credenciamento Médico, Concurso Público, Terceirização e Triangulação. Os anos 90 foram marcados pela precarização das relações de trabalho no SUS, e exemplos disso são as contratações sem concurso público, ausência de espaços de negociação e a terceirização. A falta de estímulo profissional e desvio de função são algumas das conseqüências da precarização das relações de trabalho. A NOB-RH/SUS é importante instrumento que estabelece regras para a operacionalização dos dispositivos legais que regem o SUS para as três esferas de governo. Os desafios propostos pela palestrante no que tange a gestão do trabalho no SUS são: sensibilizar usuários, gestores, controle social e os próprios trabalhadores de que Recursos Humanos é questão estratégica para a qualificação do SUS bem como a implantação dos Princípios e Diretrizes da NOB-RH/SUS, a ampliação e fortalecimento dos espaços de negociação, a conquista dos trabalhadores da seguridade social, especialmente do setor saúde, para a proposta do SUS que defendemos e a ampliação da oferta da qualificação e requalificação profissional com reformulação de conteúdos e metodologias para formar trabalhadores comprometidos com o SUS que queremos. ENI CARAJÁ FILHO Sua apresentação teve como título: Gestão e Educação na Saúde: financiamento do SUS. Iniciou citando Jairnilson Paim “A reforma sanitária brasileira é um projeto político-cultural nascido da sociedade civil, no interior dos movimentos sociais pela democratização da saúde”. Lembrando que fazer SUS significa ousar, cumprir e fazer cumprir a lei, nem sempre garantida e afirmada pelas portarias e pela prática. Deu ênfase ao Pacto de Gestão que se baseia em um tripé composto por participação e controle social, gestão de trabalho e educação em saúde, que contribui para a consolidação do SUS. O atual processo de aproximação das políticas e ações do MEC, MS e CNS, em torno da gestão do trabalho e da educação na saúde representa valorização do ensino-serviço, a humanização da atenção e a ampliação da concepção e prática da integralidade. Relembra a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 200, inciso III, que determina: “ao SUS compete, ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde". Reafirma os princípios da Educação Permanente em Saúde como norteadores para a construção dos Planos Regionais de Educação Permanente em Saúde e das ações 7 educativas na saúde. Recoloca a questão de que as demandas para a formação e desenvolvimento dos trabalhadores no SUS não sejam definidas somente a partir de uma lista de necessidades individuais de atualização e da capacidade de oferta e experiência comprovada de uma instituição de ensino, mas consideram, prioritariamente, os problemas cotidianos referentes à atenção à saúde e à organização do trabalho. Almejou enquanto conselheiro de saúde uma política de Gestão da Força do Trabalho, em todos os Municípios e Estados para o pleno funcionamento do SUS. MESA 4 Coordenador da Mesa: Renato Almeida Barros Palestrantes: Francisco Batista Junior José Adalberto Dazzi Anselmo Dantas O coordenador da Mesa passou a palavra para o primeiro palestrante. FRANCISCO BATISTA JUNIOR Este agradeceu o convite ao Conselho Nacional de Saúde para compor a mesa e referiuse a região Sudeste como uma das mais organizadas e que melhor constrói o controle social. Iniciou sua palestra, falando da necessidade de entender a gestão do SUS e a proposta que está tramitando no Congresso Nacional, de Projeto de Lei de Fundação Estatal de Direito Privado, falando que este termo é incorreto juridicamente e que passará a usar o termo certo que é: Fundação de Direito Privado. Destacou a importância de debater a gestão do Sistema Único de Saúde, entendendo que nossa história é patrimonialista, referindo-se à mídia como formadora de uma opinião homogênea centrada no estado mínimo e a omitem, que quem realmente manda são os grupos e corporações privadas, que dominam o Estado Brasileiro. A privatização no SUS é feita com a contratação de terceiros, pagamento de procedimentos, terceirização de trabalhadores, da gestão do sistema e da gerência dos serviços. O modelo de atenção tem íntima relação com a gestão, aquele sendo hospitalocêntrico, centrado no médico, no medicamento, em exames de alta complexidade, pois com esse modelo de atenção não temos como promover melhorias. As relações de trabalho influenciam o modelo de gestão com o corporativismo, fisiologismo, precarização, desqualificação, contratos temporários, terceirização e quarteirização, voluntariado, bolsa de trabalho, Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS, Programa de Saúde da Família - PSF, estímulo à múltipla militância, o código 7, desqualificação das funções comissionadas, mercantilização. Relatou que é um ponto importante no questionamento das Fundações de Direito Privado que pagam o salário de acordo com o mercado. Existem problemas na gestão do Sistema e gerência dos serviços como: falta de autonomia, financiamento insuficiente, descumprimento da legislação trabalhista e estruturante, indicações pessoais e políticas, desresponsabilização através das terceirizações das OSs e OSCIPs. 8 A única diferença entre Fundação de Direito Privado e OSCIPs, é que as OSCIPs tem um proprietário privado. Os idealistas das fundações estão usando as seguintes considerações que são: reforma do estado que é ineficiente, “pesado” e caro, atividades “exclusivas” do estado, administração com objetivos, resultados e lógica contratual, contratação através da CLT, salários de acordo com o mercado com planos de cargos por serviço e autonomia gerencial e orçamentária – “romper com o formato engessado”; não se sujeita aos limites de gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal, não se submete ao teto salarial constitucionalmente instituído, isenção tributária e flexibilização. São conseqüências das Fundações: oficialização e instituição das discrepâncias de remuneração (haverá diferença salarial da mesma categoria profissional); aprofundamento da mercantilização nas relações de trabalho; extinção do serviço público estatal; eliminação dos vínculos profissional-serviço-cliente; empoderamento da estrutura administrativo financeira. Colocou como propostas: priorizar a inversão do modelo de atenção a partir da prevenção, promoção da saúde e da atuação da equipe multidisciplinar e da intersetorialidade, reestruturação e fortalecimento da rede pública estatal, concurso público e responsabilidade tripartite pela contratação e remuneração do trabalho, de acordo com as Diretrizes Nacionais do PCCS. É necessário “Romper com o formato engessado”, relatou que a legislação do SUS é avançada e que não necessita de um novo modelo e sim colocar em prática aquilo que está colocado na legislação do SUS. Se colocado em prática o Art. 37 e o inciso VIII da Constituição Federal dá conta de melhorar a gestão. Defendeu também a valorização da dedicação exclusiva aos serviços no SUS, avaliação do desempenho profissional e institucional, gestão democrática e participativa, reestruturação curricular, residência multiprofissional, critérios para a abertura de novos cursos e fiscalização dos já existentes, na área da saúde, serviço civil em saúde, autonomia administrativa, política e financeira sob o controle único de gestão. JOSÉ ADALBERTO DAZZI Relatou como fato mais importante da implementação do SUS a participação da comunidade que se dá formalmente pelo controle social. Tudo na saúde só tem valor jurídico se estiver no Plano de Saúde e com a aprovação do Conselho de Saúde. Se tivéssemos que escolher um símbolo para o SUS escolheríamos uma espiral, pois por estar em constante evolução pode ser sempre melhorado. A Constituição Federal diz que saúde é direito social e de aplicação imediata, e para isso devemos materializar os nossos sonhos e as nossas utopias e eles devem constar dos Planos Municipais de Saúde e devem ser aprovados pelo Conselho de Saúde. O Plano de Saúde - PPA 2010-2013 deve ser apreciado e aprovado pelo Conselho de Saúde. O ideal é criar uma comissão de conselheiros para acompanhar o desenvolvimento do plano. Todos os anos o relatório anual deve ser apreciado e aprovado pelo Conselho. Devemos ver quais os indicadores foram pactuados para indagamos as causas caso não forem cumpridos. O SUS diz que a iniciativa privada pode participar do SUS em forma de contrato, mas, em muitos municípios estes contratos são pactuados verbalmente. Há uma precarização da gestão do trabalho e devemos colocar 9 isso como desafio, realizando concursos e colocando o PCCS em prática, com um modelo de gestão horizontal. É importante repensar o corporativismo e a necessidade de capacitação dos conselheiros, pois o Sistema Único de Saúde está evoluindo. Dizer que a gestão do trabalho dentro do sistema público brasileiro não resolve é um engano, pois encontramos no sistema privado instituições que não são eficientes na prestação de serviços. Assim é necessário partir para o profissionalismo na gestão em saúde. Relatou ainda a melhoria da Assistência Farmacêutica no ES. Existem várias deficiências na Estratégia Saúde da Família (ESF), que devem ser corrigidas e o grande desafio está na desprecarização da gestão do trabalho. Essa estratégia atende a demanda espontânea e isso não é o ideal, pois a demanda programada é o principal foco. ANSELMO DANTAS Lembrou que em 2008 fazemos 60 anos de OMS. Assim é necessário o fortalecimento das Políticas de Estado, como é o caso da saúde. Quem mais tem organização social no seu arcabouço institucional é o governo federal, realizando ações típicas e não típicas do estado, quando falamos que o mau exemplo vem de cima. Lembra que temos o Hospital Conceição que é de modelo misto, e vários outros modelos de gestão privados e de organizações sociais: OSs, OSCIPs e Fundação. Saúde é direito de todos e dever do Estado e deve ser centrada na dignidade humana. Os recursos financeiros que a esfera federal investe são menores do que a população gasta com o privado. De todos os gastos sociais do Brasil, 40% são com a saúde. Lembra que nenhum país do planeta conseguiu descentralizar a saúde como o Brasil fez e se cada município brasileiro resolver fazer integralidade não dará conta de promover saúde, por isso foram criados dentro da legislação do SUS os consórcios municipais. Lembra que estamos em ano eleitoral e devemos prestar atenção nas plataformas dos candidatos. Sobre o Controle Social relatou que não gosta muito desse termo porque o SUS é um direito de cidadania e cidadania significa ser parte de um todo, faltando apropriação do Estado pelo cidadão. Assim precisamos ser donos do Estado, pois se isso não acontecer as Políticas Públicas de Estado vão continuar como políticas periféricas e a construção do SUS não estará acabada. A Atenção Primária ainda não recebe a atenção que merece, respondendo por 85% do que o povo precisa. Ela é vista como uma coisa menor e a visão hospitalocêntrica, ainda prevalece. Lembra da mercantilização da educação e que a escolha da carreira de saúde não pode ser mercantilista, pois não coloca as pessoas na centralidade da prática. Precisamos fazer uma reforma política que leve em conta a necessidade da maioria da população. Hoje o SUS se faz com gente, pela gente e para a gente e é preciso desprivatizar o Estado Brasileiro. Quanto ao Pacto Pela Saúde acrescenta que poucas políticas públicas estão tão bem organizadas como na nossa área. Dentro do pacto pela vida temos como exemplo, mortalidade infantil e materna, a saúde do idoso e a promoção da saúde, entre outros. 10 “Precisamos de muito pouca coisa, apenas uns dos outros” citando Carlito Maia. Termina dizendo que defender o SUS é defender a solidariedade e as pessoas. Plenária Final Componentes da mesa: - Maria Maruza Carlesso - Coordenadora Nacional de Plenárias de Conselhos de Saúde ES. - Elias José de Barros - Coordenador Nacional de Plenárias de Conselhos de Saúde - RJ. - José Guilherme de Andrade - Sub-Coordenador Nacional de Plenárias de Conselhos de Saúde - SP. -Renato Almeida Barros - Coordenador Nacional de Plenárias de Conselhos de Saúde MG. As propostas foram aprovadas como segue: Propostas MESA 1 1 - Convocar uma plenária extraordinária antes da votação da EC 29 e do projeto de Fundação de Direito Privado. 2 - Mobilizar-se para manifestação contra a Fundação de Direito Privado e regulamentação da EC 29, durante a plenária extraordinária. 3 - Dar retorno das Conferências de Saúde e Plenárias para os Municípios. 4 - Divulgar amplamente o Controle Social. 5 - Incluir nas discussões a participação dos conselhos de zona rural. 6 - Disponibilizar o filme “Sicko” dublado para todos os conselhos municipais de saúde da região Sudeste. 7 - Garantir que as três esferas de governo apliquem os recursos financeiros, prioritariamente, na rede própria do SUS. 8 - Constituir Assessorias Jurídicas e Financeiras para os Conselhos de Saúde. 9 - Criar mecanismos para que as indicações de cargos de chefia obedeçam a critérios técnicos. 10 - Garantir dotação orçamentária para que os Conselhos de Saúde cumpram todas as suas funções com autonomia de decisão. 11 - Investir em capacitação para planejamento das ações do Controle Social. 12 - Garantir concurso público e a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários no SUS. 11 Propostas MESA 2 1 - Promover política de conscientização dos direitos e deveres em relação ao SUS para a sociedade usuária. 2 - Garantir aos Conselhos de Saúde mecanismos de controle dos repasses financeiros às entidades filantrópicas. 3 - Lutar pela implantação da NOB/RH/SUS (Norma Operacional Básica em Recursos Humanos do SUS). 4 - Propiciar mais encontros de Conselhos de Saúde de acordo com a conjuntura, nas regiões e estados. 5 - Incluir Políticas Públicas de Saúde na grade curricular desde o nível fundamental até o superior. 6 - Criar mecanismos de comunicação/informação dos repasses de verbas para os municípios, nas 03 esferas de governo para os Conselhos de Saúde e população. 7 - Apoiar PL 306/2008 na forma do substitutivo do relator Pepe Vargas que define o que são ações e serviços de saúde, mecanismos de controle social, obriga a vinculação dos três entes federados, cria a Contribuição Social da Saúde como fonte adicional de financiamento, isenta aposentados, pensionistas e quem ganha até R$ 3.100,00 e taxa todos em 0,1% sobre as contribuições financeiras o social da Saúde, como forma de Regulamentar a EC 29/00. Propostas MESA 3 1 - Melhorar a qualidade da formação dos profissionais de saúde, com critérios rígidos para a abertura de novos cursos na área de saúde. 2 - Mobilizar, amplamente, por meio do Controle Social contra a aprovação do projeto de Lei do Senador Tião Viana que acaba com o cargo de Auxiliar de Enfermagem, com a retirada do mesmo de tramitação. Propostas MESA 4 1 - Solicitar ao Conselho Nacional de Saúde orientação/capacitação aos Conselheiros Municipais e Estaduais enquanto ferramentas para o exercício do controle social. 2 - Enviar a lista de presença da V Plenária, por evento da programação, para todos os Conselhos de Saúde presentes. 12 3 - Avaliar e fiscalizar continuamente os diversos instrumentos de diagnóstico e tratamento, principalmente, do setor privado e público. 4 - Aplicar o mínimo de 12% de recursos da saúde pela Secretaria Estadual de Saúde do ES em cumprimento à EC 29. 5 - Aprovar nesta V Plenária o fim da compra de serviços das cooperativas pelas Secretarias Estaduais e Municipais nos estados do ES, RJ, MG e SP. 6 - Que o CNS mobilize todos os Conselhos e a sociedade, em caráter de urgência, urgentíssima, a presença destes em Brasília, o mais breve possível, impedindo assim a votação do Projeto de Lei da Fundação de Direito Privado; pois se esperarmos a Plenária Nacional, poderá ser tarde e comprometer a Universalidade do SUS e Controle Social. 7 - Priorizar a inversão do Modelo de Atenção a partir da prevenção, promoção da saúde e da atuação da equipe multiprofissional e da intersetorialidade. 8 - Reestruturar e fortalecer a rede pública realizando concurso público, remunerando o trabalho de acordo com as Diretrizes Nacionais do Plano de Cargos, Carreira e Salários do SUS. 9 - Conclamar as pessoas a não votar em candidatos que tiveram ou tenham algum tipo de problema com a Justiça. 10 - Acabar com a imunidade de políticos corruptos. 11 - Garantir que a verba para a RENAST venha carimbada para que as comissões de Saúde do Trabalhador e os CERESTs venham atuar nas questões relativas à prevenção da Saúde do Trabalhador (existe a Portaria nº 2437/GM de 7/12/2005, que dispõe sobre o fortalecimento da RENAST no SUS). 12 - Cobrar que a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Espírito Santo elabore um planejamento estratégico para assumir, diretamente, as prestações de serviços de média e alta complexidade, avaliando-o em audiências públicas realizadas na região metropolitana e demais regiões do Estado e aprovada pelo Conselho Estadual de Saúde. 13 - Elaborar carta compromisso/manifesto da Região Sudeste respeitando o que foi votado na XIII Conferência Nacional de Saúde, contra a Fundação de Direito Privado e a favor do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). (Anexo II) ANEXO I V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste Regulamento Aprovado CAPÍTULO I DO CREDENCIAMENTO 13 ART. 1º - O credenciamento dos participantes (delegados e convidados) previamente inscritos será realizado junto à Comissão Organizadora no local do evento, a partir das 14 horas com encerramento às 18 horas do dia 23 de julho de 2008 e das 8 horas às 10 horas do dia 24 de julho de 2008. CAPÍTULO II DO OBJETIVO ART. 2º - A V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste é um espaço de caráter consultivo e propositivo, objetivando a troca de experiências que contribuam para o processo de organização e discussão política visando o bom funcionamento dos conselhos e o fortalecimento da participação social na implementação das ações do Sistema Único de Saúde. CAPÍTULO III DO TEMÁRIO ART. 3º - O temário da V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste tratará da organização e articulação dos conselhos de saúde da Região rumo à XV Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, assim como, da elaboração de propostas que contribuam com os debates da referida Plenária. CAPÍTULO IV DOS DEBATES ART. 4º - Após as exposições dos palestrantes será facultado a qualquer participante credenciado da Plenária, por ordem e mediante prévia inscrição junto à Mesa Coordenadora dos trabalhos, manifestar-se verbalmente ou por escrito durante o período dos debates, através de perguntas ou observações pertinentes ao tema, pelo tempo de 03 (três) minutos para cada intervenção. O participante será avisado pela mesa quando faltar um minuto, respeitando-se o tempo limite de acordo com a Programação. CAPÍTULO V DA PLENÁRIA ART. 5º - A Plenária é instância máxima de consensuação para os participantes credenciados na V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste. § 1º – Os delegados terão direito a voz e voto; os convidados terão direito a voz. § 2º – É prerrogativa dos delegados aprovar ou rejeitar, em parte ou na totalidade, as conclusões e propostas relacionadas com o temário, observando-se a Programação e este Regulamento. ART. 6º - As propostas apresentadas e discutidas durante os debates da V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste serão encaminhadas à Comissão Organizadora que fará sua sistematização para apreciação e consenso na Plenária Final. 14 ART. 7º - As decisões da Plenária serão tomadas por maioria dos participantes. ART. 8º - Serão levadas à Plenária Final as moções entregues à Comissão Organizadora, por escrito, até às 10 horas do dia 25 de julho de 2008, contendo assinaturas de no mínimo 50 (cinqüenta) delegados. ART. 9º - Assegura-se aos delegados o questionamento, pela ordem, encaminhamento à Mesa, sempre que não esteja sendo cumprido este Regulamento. de PARÁGRAFO ÚNICO - Durante o processo de votação serão vetados os levantamentos de questões de ordem. CAPÍTULO VI DO CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO ART. 10º - Serão delegados da V Plenária Regional de Conselhos de Saúde – Região Sudeste, os conselheiros: § 1º - Conselheiros Estaduais de Saúde dos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, designados como natos. § 2º - Na ausência do Conselheiro Titular, o suplente o substituirá. § 3º - Conselheiros Municipais de Saúde, num total de 04 (quatro) por Conselho, respeitando-se a paridade dos municípios da Região Sudeste. CAPÍTULO VII DO FINANCIAMENTO ART. 11 - As despesas com transporte e hospedagem dos delegados serão custeadas pelos seus Conselhos de origem. CAPÍTULO VIII DA DISPOSIÇÃO FINAL ART. 12 - Os casos omissos neste Regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora ouvindo o plenário. Comissão Organizadora ANEXO II Manifesto da V Plenária Regional de Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde da Região Sudeste Ao Conselho Nacional de Saúde À Coordenação Nacional de Plenária de Conselhos de Saúde Ao Ministério da Saúde 15 À Sociedade Brasileira A V Plenária Regional de Conselhos de Saúde da Região Sudeste que contou com a participação de conselheiros estaduais e municipais de saúde dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ocorrida na cidade de Guarapari Espírito Santo no período de 23 a 25 de julho de 2008, ao analisar a conjuntura da saúde pública no Brasil, percebeu que há muitos e grandes desafios, sendo o maior deles o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, enquanto política pública de Estado, visando a qualidade de vida e o direito a cidadania de forma sustentável para toda a população. Desta forma, expressamos neste Manifesto os principais desafios para implementação desta política: • Que sejam homologadas e publicadas as deliberações da 13ª Conferência Nacional de Saúde, assegurando o cumprimento destas deliberações pelo poder público e seu monitoramento pelo controle social. • Priorizar a inversão do modelo de atenção - do curativo para a promoção e prevenção da saúde. • Concurso público com responsabilidade tripartite pela contratação e remuneração do trabalho de acordo com Diretrizes do Plano Nacional de Cargos, Carreiras e Salários do SUS, elaborado pela Mesa Permanente Nacional de Negociação do SUS. • Reestruturação curricular desde o ensino fundamental, inserindo matéria sobre o Sistema Único de Saúde. • Implementar no SUS as residências multiprofissionais. • Ampliar o rigor na análise de pedidos de abertura e renovação de cursos na área de saúde, atendendo a demanda social com fiscalização dos cursos já existentes. • Resgatar o comando único do SUS, com autonomia administrativa, política e financeira de gestão, impedindo que a mesma se dê pelo caixa único do Ministério da Fazenda. • Serviço civil em saúde - compromisso dos estudantes da saúde formados em escolas públicas com prestação de serviços no setor da saúde pública no Brasil, como forma compensatória. • Garantia de financiamento para as atividades de Controle Social, inclusive para a autonomia financeira dos Conselhos de Saúde. • Rejeição do Projeto de Lei nº 092/2007 que pretende criar Fundação de Direito Privado na saúde e outras políticas públicas. • Defesa da aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 por meio do Projeto de Lei nº 306/2008 na forma de seu substitutivo apresentado pelo Deputado Pepe Vargas. • Que o Conselho Nacional de Saúde e a Coordenação Nacional de Plenária de Conselhos de Saúde convoquem em caráter extraordinário uma Plenária Nacional para mobilização e pressão junto ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto para garantir a regulamentação da EC 29 e retirada do PL que cria as Fundações de Direito Privado. 16 Para finalizar, a V Plenária Regional de Conselhos da Região Sudeste sugere que seja promovido atos e manifestações unificadas nos Estados e Municípios em todo o País, com a presença de parlamentares, organizadas pelos respectivos Conselhos de Saúde e movimentos sociais, em defesa intransigente do Sistema Único de Saúde, garantia de financiamento da gestão pública da saúde e contra as propostas e ações de privatização e terceirização das ações e serviços de saúde em curso nos Estados e Municípios. Guarapari, 25 de julho de 2008. ANEXO III Moções 1 - Estabelecer pisos salariais compatíveis com a realidade por nível de escolaridade para todos os trabalhadores do Sistema Único de Saúde, melhorando assim sua qualidade de vida, melhorando também a humanização no atendimento aos usuários, garantindo a não privatização do SUS, a sua Equidade, Integralidade, Universalidade e Controle Social. 2 - Para a homologação das moções da XIII Conferência Nacional de Saúde (Brasília). ANEXO IV Resenha do filme “Sicko” – Michael Moore Caros (as) participantes das Plenárias de Conselhos de Saúde Informamos que no dia 23/07 (quarta-feira) às 16horas estaremos exibindo um documentário Sicko do diretor americano Michael Moore, sobre o serviço de saúde americano. Não percam !!!!!. Abaixo a resenha do filme. Maria Maruza Carlesso - Relatora “Sicko” – Michael Moore. Durante duas horas que alternam a mais profunda tristeza com uma bem dosada comédia, Moore desfila casos de morte, ruína, perdas catastróficas e aleijamento causadas por um único vilão: o sistema de saúde pública dos Estados Unidos. Ou melhor, a falta dele. Como "Sicko" mostra com detalhes, nos EUA o único serviço público de saúde, gratuito, é a vacinação mais básica e a emergência mais absoluta. Tudo além disso é cobrado, e cobrado alto. E – ponto central do documentário – ter um seguro de saúde não garante muita coisa. Se a felizarda ou felizardo consegue ser aprovado por um plano de saúde (o filme também mostra que há gente que não consegue por ser alto ou baixo demais, por exemplo, e dois casos arrepiantes do que acontece a quem não consegue) o dedutível, as restrições, as negativas, o preço de serviços, medicamentos e remédios não incluídos na cobertura somam valores tão altos que podem levar famílias à ruína financeira – como é o 17 caso de Donna e Larry Smith, que perderam tudo para pagar as contas “extras” cardíacos dele e do câncer dela. E ainda há a lentidão na aprovação de internações e exames – uma mulher que sofreu um acidente de automóvel quase fatal, foi penalizada por não ter ligado para a seguradora logo depois do acidente… e isto quando estava inconsciente numa ambulância… -, as negativas absurdas – uma jovem de 27 anos com câncer recebeu um não para o seu tratamento por ser “jovem demais para ter câncer” - e várias mortes - de crianças, inclusive - por simples recusa de tratamento. Moore documenta como esse sistema perverso de saúde-a-lucro foi posto em prática a partir de uma iniciativa de Richard Nixon em 1971 e – parte que mais envergonha e delicia as platéias – compara a situação dos EUA, em 37º lugar no ranking da Organização Mundial de Saúde, com a da França, primeiro lugar, do Reino Unido, 18º lugar, e do vizinho Canadá, 30º lugar (o Brasil, por comparação, está no 125º, à frente da Bolívia, mas imediatamente após o Butão, a Micronésia, o Paquistão e Niue). O "timing" de Moore, como sempre, é perfeito – neste momento transitam pelo Congresso Americano dois projetos de lei propostos por deputados do Partido Democrata que, essencialmente, instituem um sistema universal de saúde pública gratuita nos Estados Unidos. Como “Sicko” mostra, é uma batalha que já foi perdida nos anos 90, por Hillary Clinton, que bateu de frente com os poderosíssimos lobbies da indústria farmacêutica e dos planos de saúde – exatamente as que mais apresentam lucros, hoje. Será que agora, com a alavanca midiática de Moore, a cura será possível? ANEXO V COMISSÃO ORGANIZADORA COMISSÃO EXECUTIVA Presidente: Anselmo Tozi Coordenador Geral: Aylton Simoneli Júnior Secretário Geral: Antônio Odilon Araújo Rocha Secretário Adjunto: Lenine Fernandes Rangel Relatora Geral: Maria Maruza Carlesso Relator Adjunto: Erivelto Pires Martins COMISSÃO DE TEMÁTICA E RELATORIA • Coordenador: Maria Maruza Carlesso • • • • • Sub-Relatores: Amanda Weberling Coelho Moreira Diego José Brandão Fabiola Cristiane Macêdo Motta Luciana Perini do Amaral 18 • • Rafaela Ramos Araújo Rômulo Silva da Costa COMISSÃO DE INFRA – ESTRUTURA • Coordenador: Romildo da Penha Lyrio Sub-Coordenação Executiva: • Felipe Castilho Vizeu • Henrique José Bonaldi • João Deocleciano Dias de Mello • Márcia Marino Soares Eiras • Marcos Pereira • Maria do Socorro Rodrigues Lopes Fernandes • Ruan Tadeu Machado Carreiro • Uyara Moulin Novaes • Wanderson Lozório Queiroz Sub-Coordenação de Auditório: • Heliamar Maria Vidal • Juana Zanchetta Vieira • Kelly Fonseca Nasr • Marlo Milanez Calmon Fernandes Sub-Coordenação de Apoio: • Carla Cristina Pinto de Araújo • Fausto Ribeiro Tancredi • Leonardo Costa Teixeira • Milena Pereira do Nascimento Cordeiro • Rodrigo César Marcondes do Bonfim • Vitor Fernandes Bersot Sub-Coordenação de Hospedagem: • André Oliveira Lourenço • Paulo Tadeu Penedo Júnior Sub-Coordenação de Alimentação: • Diego Augusto dos Reis Gama • Eduardo Barcelos Ribeiro • Maria Helena da Silva Balestrero Sub-Coordenação de Credenciamento: • Adriana de Oliveira Carneiro • Adriana Aparecida de Miranda • Joicy de Souza Mota • Vitor Goullart Campos Sub-Coordenação de Transporte: • Igor Zambon Ferreira • Maria da Penha de Oliveira Perez • Rafael Vulpi Caliari Sub-Coordenação de Materiais e Suprimentos: 19 • Gilmara Faria Barbosa Cheschim Sub-Coordenação do Estado do Espírito Santo: Maria Maruza Carlesso - Titular Antônio Odilon Araújo Rocha - Suplente Sub-Coordenação do Estado do Rio de Janeiro: Elias José da Silva - Titular Ana Alice Silva Martins Jurema Rodrigues Vieira Utinga Urquilei dos Santos Pinheiro Sub-Coordenação do Estado de São Paulo: Arnaldo Marcolino da Silva Filho - Titular Sub-Coordenação do Estado de Minas Gerais: Renato Almeida Barros - Titular ANEXO VI Coordenação Nacional de Plenárias de Conselhos de Saúde Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro Conselho Estadual de Saúde do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro V PLENÁRIA DE CONSELHOS DE SAÚDE DA REGIÃO SUDESTE Local: SESC – Guarapari – Rodovia do Sol – 01/ES – Muquiçaba – Guarapari/ES Programação 23 de Julho de 2008 14 às 18 h – Credenciamento 16 h – Apresentação “Sicko” (filme sobre os sistemas de saúde nos países considerados de 1º mundo) 19 h – Abertura Oficial 20 h – Aprovação do Regulamento 21 h – Coquetel de Boas Vindas 24 de julho de 2008 08 às 10 h – Credenciamento 08:30 h – Mesa I – “Resgate histórico dos Encontros de Conselheiros de Saúde” Coordenador da mesa: Maria Maruza Carlesso 20 Palestrantes: MG – Renato Almeida Barros RJ – Iracema Polidoro ES – Alexandre de Oliveira Fraga SP – Benedito Augusto de Oliveira 10 h – Debate 12 h – Almoço 13:30 h – Mesa II - “Fortalecimento do Controle Social” Coordenador da mesa: Elias José da Silva Palestrantes: Arnaldo Marcolino - SP Urquilei dos Santos Pinheiros - RJ Aldérico Tófoli - ES Maria Juliana de Moura - RS – 14:30 h – Debate 15 h – Coffe-Break 15:30 h – Mesa III – “Gestão do Trabalho no SUS e EC 29” Coordenador: Arnaldo Marcolino da Silva Filho Palestrantes: Eni Carajá - CNS Maria Aparecida do A. Godoy Faria - CNTSS Márcia da Cruz Pereira Andriolo - COSEMS/ES 17 h – Debate 20 h – Jantar Cultural 25 de julho de 2008 08:30 h – Mesa IV - “Fortalecimento da Gestão Pública no SUS” Coordenador da mesa: Renato Almeida Barros Palestrantes: Francisco Batista Junior - Conselho Nacional de Saúde José Adalberto Dazzi - Ministério Público Anselmo Dantas - Secretaria de Estado da Saúde 10 h – Debate 12 h – Almoço 13 h – Plenária Final 17 h – Solenidade de Encerramento 19 h – Jantar 21