CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
KEITH TAKANO MENDES
RENATO FREDERICI
LEVANTAMENTO DE CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS
PRESENTES EM INDIVÍDUOS PORTADORES DA
SÍNDROME DE DOWN NA REGIÃO DO ABC
SANTO ANDRÉ
2013
RESUMO
A Síndrome de Down, conhecida mundialmente e extremamente estudada,
ocorre a partir de um erro genético no cromossomo 21 que pode ser caracterizado
de três maneiras: a trissomia pura, a translocação ou o mosaicismo. Visando
abordar os possíveis tipos de erros deste cromossomo que caracterizam esta
síndrome, foram levantados e tabulados dados presentes em prontuários de alunos
matriculados nas APAEs das cidades de Santo André e São Caetano a fim de
mostrar as porcentagens de cada erro. Com isto, verificou-se que o erro mais
comum é a trissomia pura, e outros fatores como idade materna e algumas
comorbidades também foram evidenciados, mostrando que os dados encontrados
estão fortemente de acordo com o que a literatura mundial descreve até o momento.
Apesar de todas as informações levantadas, pouco ainda se sabe sobre esta
síndrome e suas exclusividades, e além do mais, neste levantamento nem todos os
indivíduos continham um diagnóstico concreto sobre a Síndrome de Down, o que
evidencia a falta de um acompanhamento genético.
Palavras-chave: Síndrome de down. Cromossomo 21. Anomalias Cromossômicas.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 - Diagnóstico genético da Síndrome de Down
14
Gráfico 2 - Comorbidades encontradas
15
Gráfico 3 - Comorbidades encontradas em um estudo sobre a síndrome
16
Grafico 4 - Idade aproximada das mães no momento da fecundação
20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cardiopatias encontradas em 44 pacientes com trissomia 21
17
Tabela 2 - Incidência de doenças genéticas e correlacionadas na família
18
Tabela 3 – Relação de doenças correlacionadas na família
19
Tabela 4 - Idade aproximada das mães na época da fecundação
19
Tabela 5 - Idade materna ao nascimento do propósito
20
Tabela 6 - Idade aproximada dos pais na fecundação
21
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
06
1.1
Histórico da Síndrome de Down
06
1.2
Os possíveis tipos de erro no Cromossomo 21
07
1.3
Fatores de risco, características e problemas da Síndrome de Down
08
1.4
Métodos para rastreio e diagnóstico da Síndrome de Down
09
2
OBJETIVOS GERAIS
12
2.1
Objetivos específicos
12
3
MATERIAL E MÉTODOS
13
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
14
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
22
REFERÊNCIAS
23
APÊNDICE A - Modelo de ficha de anamnese para o levantamento de dados
27
APÊNDICE B - Termo de consentimento livre e esclarecido
28
6
INTRODUÇÃO
1.1 Histórico da Síndrome de Down
Uma das alterações cromossômicas mais conhecidas no mundo é a
Síndrome de Down. Os estudos desta anomalia mostram que esta vem sendo
retratada desde aproximadamente o ano de 1500 através de pinturas religiosas na
Alemanha mostrando crianças contendo fenótipos desta síndrome (SNUSTAD,
2001; SCHWARTZMAN, 2012).
Alguns séculos depois dos registros artísticos, a Síndrome de Down foi
mencionada em um dicionário médico em 1838 por um psiquiatra chamado Esquirol,
na cidade de Paris. Além deste dicionário, Chambers em 1844 se referiu a essa
aberração como “idiotia do tipo mongoloide” e em 1846 Edouard Seguin também
caracterizou esta síndrome em um artigo chamando-a de “idiotia furfurácea”, onde
descrevia as características físicas do possível portador da Síndrome de Down.
Anos depois, após as observações de Chambers e Edouard Seguin, a “idiotia
mongolóide” viria a ser confundida com a “idiotia furfurácea” (SCHWARTZMAN,
2012).
No entanto, apesar de todas estas classificações, a constatação clínica da
Síndrome de Down só ocorreu após o trabalho do médico britânico John Langdon
Down (1866). Down, em seu trabalho entitulado “Observações sobre a classificação
étnica dos idiotas” conseguiu identificar e classificar clinicamente vários tipos de
idiotias, dentre elas a “idiotia mongoloide”, que mais tarde por Ireland em 1877, veio
a ser comprovada e diferenciada da “idiotia furfurácea” como sendo a Síndrome de
Down. O termo “Síndrome de Down” é utilizado para dar créditos a Jonh Langdon
Down, pois este descreveu as características mais significantes da síndrome
(PUESCHEL, 2009, SCHWARTZMAN, 2012).
Dando continuidade aos estudos sobre a Síndrome de Down, Telford Smith
em 1896 descobriu melhoras físicas e mentais em crianças com esta síndrome
utilizando hormônios tireoidianos. Apesar do avanço na parte anatômica e
fisiológica, as causas da síndrome ainda eram desconhecidas, porém foram geradas
7
hipóteses de que a Síndrome de Down surgira a partir de características
hereditárias, pois notava-se um grande número de casos em uma mesma família. Ao
mesmo tempo em que se acreditava na hereditariedade, observava-se que os casos
não ocorriam com frequência em uma mesma família. A partir desta visão, teorias
foram criadas tentando explicar a Síndrome de Down através de causas químicas
(alcoolismo, radiação e outros agentes químicos), virais (Rubéola e Influenza) e até
mesmo problemas de saúde das mães, nesse caso envolvendo diabetes, estresses
no início da gravidez e hepatite (PUESCHEL, 2009; SCHWARTZMAN, 2012).
Somente no ano de 1932, o oftalmologista holandês Waardenburg propôs que
a Síndrome de Down poderia ocorrer através de uma alteração cromossômica.
Seguindo este raciocínio, Adrian Bleyer em 1934 sugeriu que esta alteração poderia
ser na verdade uma trissomia cromossômica. Depois da comprovação por Tijo e
Levan no ano de 1956 de que o cariótipo humano era composto por 46
cromossomos e não 48 cromossomos como era afirmado até então, Jerome Lejeune
e Patricia Jacobs (1959) comprovaram a ideia de Adrian Bleyer mostrando que
realmente se tratava de uma trissomia cromossômica. Essa trissomia era encontrada
no cromossomo 21, sendo assim, o cariótipo de um portador da Síndrome continha
47 cromossomos ao invés dos 46 cromossomos que estariam presentes no cariótipo
de uma pessoa considerada normal (PUESCHEL, 2009; SCHWARTZMAN, 2012).
1.2 Os possíveis tipos de erro do cromossomo 21
Sabe-se atualmente que o cromossomo extra pode vir do espermatozóide, do
óvulo ou da primeira divisão mitótica errônea do zigoto que foi gerado após a
fertilização, onde entende-se como extra o par de cromossomos que não se
desvinculou no processo meiótico de formação dos gametas, ou seja, ao invés de
apenas um, dois cromossomos do mesmo par, de um mesmo genitor, serão
passados adiante para que haja a formação de um zigoto, sendo o normal a
passagem de apenas um. Estatísticas comprovam que a chance do espermatozóide
carregar um cromossomo a mais é de 20% a 30% contra as chances de 70% a 80%
de o cromossomo extra ser carregado pelo óvulo. Estudos recentes realizados na
Macedônia mostraram que em gêmeas uni vitelínicas portadoras da Síndrome de
8
Down, cujos pais normais genotipicamente, o cromossomo extra teve origem
paterna. Os casos em que ocorrem erros de divisão celular do zigoto são raros
(PUESCHEL, 2009; URUMOVA et al, 2012; SÍNDROME..., 2013).
A partir do descobrimento das causas da Síndrome de Down, o avanço dos
estudos permitiu a identificação de tipos diferentes de alterações no cromossomo
21, sendo estas a trissomia simples - onde o cromossomo extra fica inseparável do
par 21 e presente em todas as células do corpo -, a translocação robertsoniana - em
que neste caso o cromossomo 21 extra ou parte dele fica ligado a outros, mantendo
assim, apesar do material genético extra, a quantidade de 46 cromossomos em uma
célula devido à união deste excesso com outro cromossomo já existente, geralmente
no braço curto dos pares 14, 21 ou 22 -, e o mosaicismo - em que algumas células
do corpo do indivíduo possuirão 47 cromossomos (somando-se o cromossomo 21
extra) e outras células possuirão a quantidade normal de 46 cromossomos,
devendo-se este caso a possíveis erros nas primeiras divisões celulares do zigoto
(PUESCHEL, 2009; SCHWARTZMAN, 2012; SÍNDROME..., 2013).
1.3 Fatores de risco, características e problemas da Síndrome de Down
Dentre os fatores de risco que podem levar ao nascimento de crianças com
Síndrome de Down, a idade materna é o mais aceito e comprovado. Dados mostram
que em mulheres com mais de 30 anos a incidência de casos de Síndrome de Down
é maior. Isto está claramente relacionado com o fato de que o sistema reprodutor de
mulheres com esta faixa etária possuem óvulos que envelhecem mais rapidamente,
o que leva a uma menor capacidade de rejeição de zigotos anormais. Por outro lado,
mulheres com idade inferior á 35 anos também possuem riscos devido a outros
fatores. Portanto, é normal que profissionais da área da saúde recomendem às
mães com faixas de idade extremas exames pré-natais para checar se o feto possui
algum tipo de problema. Exames de ultra-som, amniocentese, amostras de vilocorial
ou translucência nucal podem concluir com muita precisão se o feto possui ou não
alguma anomalia genética (NICOLAIDES et al., 2007; PUESCHEL, 2009; ZAMPIERI
et al, 2012).
9
Indivíduos
com
Síndrome
de
Down
apresentam
muitos
problemas
cardiovasculares, oftalmológicos e auditivos, além de retardo mental, risco de
desenvolvimento de leucemia, defeitos nos sistemas imunológico e endócrino e
hipotonia muscular. Estima-se que um paciente sem problemas cardíacos e bem
cuidado viva mais do que 50 anos, porém, com a idade avançada, envelhecimento
rápido e doença de Alzheimer são comumente encontrados. Esta síndrome, que
está associada á vários tipos de fenótipos, deixa características marcantes e bem
comuns em seus portadores, como braquicefalia, excesso de pele na nuca, rosto
com perfil achatado, pregas epicânticas, língua grande e protusa, pregas únicas nas
palmas das mãos e dificuldades na fala (SILVA; DESSEN, 2002; NUSSBAUM;
MCINNES; WILLARD, 2002; PUESCHEL, 2009; SCHWARTZMAN, 2012).
1.4 Métodos para rastreio e diagnóstico da Síndrome de Down
Apesar de comumente percebida somente após o nascimento da criança, a
Síndrome de Down pode ser diagnosticada ainda no ventre materno a partir de
exames como a ultrassonografia fetal, que pode evidenciar malformações em órgãos
e estruturas corpóreas – das quais no caso podem aparecer alterações no osso
nasal, fêmur e até defeitos cardíacos – ou na translucência nucal, outro tipo de
ultrassonografia que detecta anomalias cromossômicas medindo o líquido presente
na região da nuca do feto durante a gravidez – onde o acúmulo deste líquido pode
caracterizar algum problema. Estudos realizados no Estado do Espírito Santo
demonstraram que em uma população de estudo envolvendo 1152 fetos, verificouse que os que possuíam algum tipo de anomalia genética estavam relacionados com
o aumento da translucência nucal (MURTA; FRANÇA, 2002; BERTELLI et al, 2005).
Outros tipos de exames de diagnóstico são realizados com amostras do feto e
acabam por gerar resultados bem mais precisos, mas com grande risco para a
criança em desenvolvimento, pois os métodos são invasivos. Dentre estes, que
consistem na análise cromossômica do indivíduo em formação, estão os exames de
biópsia de vilosidade coriônica - estrutura que promove aderência da placenta ao
útero e possui as mesmas características genéticas do feto - e amniocentese, que
consiste na retirada de uma pequena quantidade de líquido amniótico da placenta
10
para que se possa também fazer o exame de cariótipo, visto que este líquido possui
células do indivíduo em formação. Para realizar as técnicas de análise
cromossômica, as células precisam estar em fase de metáfase – onde os
cromossomos estarão condensados e migrarão para o centro da célula, facilitando
desta maneira sua visualização -, e dentre estas técnicas estão a coloração de
bandas dos cromossomos, no qual serão distinguidas as regiões contendo
pequenas ou grandes quantidades de informação genética. São caracterizadas
síndromes quando se observar que regiões que deveriam estar escuras, ou seja,
com
grande
quantidade
de
informação
genética,
estiverem
mais
claras,
evidenciando algum tipo de deleção de informação. O inverso também ocorre, pois
há outras síndromes, assim como a trissomia do cromossomo 21, que podem
caracterizar excesso de informação (BERTELLI et al, 2005; BRUNS, 2013;
CARIÓTIPO, 2013; TÉCNICAS, 2013).
Recentemente, cientistas de Londres descobriram um método que garante
com quase 100% de precisão o diagnóstico de trissomia do cromossomo 21
utilizando-se também DNA fetal encontrado no sangue das mulheres grávidas. E,
também, em busca de melhorias na citologia das células com Síndrome de Down,
cientistas de Massachusetts conseguiram - em células-tronco de portadores da
síndrome cultivadas em laboratório - silenciar o cromossomo 21 extra utilizando uma
espécie de RNA chamado XIST, inibindo desta maneira a expressão parcial de seus
genes. Com isto, de acordo com os cientistas, espera-se que futuramente sejam
descobertos os meios de como o cromossomo extra age em cada parte do corpo
para que sejam criados métodos de tratamento específicos (PARKINSON, 2013;
MOLE, 2013).
Identificar que a criança gerada possui Síndrome de Down no período prénatal é de suma importância, pois após o diagnóstico, além de preparar
psicologicamente os pais para algo que eles talvez nunca tenham vivenciado, é
possível procurar profissionais e locais especializados em crianças com estas
condições para que seja possível dar início à estimulação precoce, que consiste em
uma série de técnicas e medidas contínuas que tem por objetivo desenvolver as
áreas sensoriais e motoras nestas crianças, consequentemente melhorando sua
coordenação motora e percepção tátil. Estudos comprovam que estas técnicas de
estimulação, somadas ao apoio, dedicação e carinho de familiares, refletem em
11
bons resultados de desenvolvimento motor e cognitivo (CARSWELL, 1993;
MATTOS; BELLANI, 2013).
Neste estudo serão enfatizados os três tipos de alterações que podem ocorrer
no cromossomo 21 com base na análise de exames de cariótipos de indivíduos
portadores da Síndrome de Down que fazem ou já fizeram algum tipo de tratamento
nas APAEs de Santo André e São Caetano do Sul a fim de relatar qual é a
porcentagem de alteração cromossômica existente em cada umas destas cidades
além de avaliar outros possíveis fatores que acompanham esta síndrome.
12
2 OBJETIVOS GERAIS
Estabelecer entre as cidades de Santo André e São Caetano do Sul a
porcentagem de cada possível erro que pode ocorrer no cromossomo 21.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar as possíveis variáveis que acompanham a Síndrome de Down como
idade dos pais, comorbidades, cirurgias, dentre outros na região do grande
ABC;

Estabelecer os riscos dos genitores que já possuem filhos com a trissomia do
cromossomo 21 de gerarem novamente descendentes com esta síndrome.
13
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para avaliar a quantidade dos tipos de erros que ocorrem no cromossomo 21
e outros possíveis fatores ligados a este, esta pesquisa foi estruturada com base no
levantamento e na análise das informações contidas nos prontuários de indivíduos
portadores da Síndrome de Down das APAEs das cidades do grande ABC, mais
especificamente Santo André e São Caetano do Sul. Confeccionou-se uma ficha de
anamnese (que consta no apêndice A) que foi preenchida com o objetivo de abordar
os principais dados relacionados à síndrome em estudo, sendo estes o tipo de erro
cromossômico – encontrado nos exames de cariótipo anexados aos prontuários -,
idade dos pais no momento em que ocorreu a geração do zigoto com a trissomia,
possíveis outros casos de doença genética na família, comorbidades advindas,
cirurgias e medicações. Todos os dados obtidos foram previamente solicitados e
autorizados para estudo pelas APAES das duas cidades, que assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido (que consta no apêndice B) para que o projeto
pudesse ser executado.
Após o preenchimento das fichas, os dados foram tabulados e convertidos em
estatísticas. Obtiveram-se informações de 37 indivíduos da APAE de Santo André e
51 indivíduos da APAE de São Caetano do Sul que já passaram ou ainda passam
por estas instituições para realizarem sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia
ocupacional e psicologia, totalizando 88 fichas de anamnese para serem analisadas.
14
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados dos indivíduos de Santo André e São Caetano foram juntamente
analisados. Com isso, verificou-se que a maioria dos indivíduos que passam por
estas instituições para realizarem as sessões de estimulação estão compreendidos
atualmente na faixa etária de 1 a 8 anos (42,7%) e pertencentes ao sexo masculino
(57,9%). Nestas sessões, são realizadas diversas atividades com fisioterapeutas,
fonoaudiólogos e psicólogos para que todos tenham um bom desenvolvimento
intelectual, social e motor.
Quanto ao diagnóstico genético encontrado nos exames de cariótipo
anexados aos prontuários dos indivíduos estudados, está fortemente evidenciado
que a trissomia pura é o erro genético do cromossomo 21 mais comum nas duas
cidades (Gráfico 1). Não foram encontrados cariótipos que diagnosticassem
mosaicismos ou translocações e em alguns prontuários só havia o parecer de um
psicólogo ou neurologista afirmando a Síndrome de Down, portanto nestes casos
não há evidência sobre a trissomia. A trissomia pura é realmente o erro do
cromossomo 21 mais comum, assim como já comprovado em outros estudos, e
neste caso, a chance de se ter outro filho com esta síndrome é baixa, ou seja,
aproximadamente 1%, o que significa que qualquer um na população tem a mesma
chance de ter uma falha na divisão celular ou na maturação de suas células
reprodutivas (PUESCHEL, 2009, SÍNDROME..., 2013).
Trissomia Pura
19%
Sem cariótipo (Apenas
parecer do psicólogo ou do
neurologista)
81%
*Não foram encontrados
diagnósticos que comprovavam
Mosaicismo ou Translocação
Gráfico 1 - Diagnóstico genético da Síndrome de Down no grande ABC
15
Esta síndrome pode vir acompanhada de alguns problemas de saúde, e
dentre estes os mais comuns encontrados no grupo estudado são as cardiopatias,
alterações na tireóide (hipotireoidismo) e refluxo gastroesofágico (Gráfico 2). Devido
a estas e outras comorbidades, alguns dos indivíduos (22,7%) foram submetidos a
cirurgias para correção de malformações cardíacas e para contenção do refluxo.
Cirurgias para retirada de adenoide também foram realizadas (PUESCHEL, 2009).
3%
DEFICIENCIA MENTAL
SEVERA
27%
CARDIOPATIAS
REFLUXO
7%
63%
PROBLEMAS NA
TIREÓIDE
(HIPOTIREOIDISMO)
Gráfico 2 – Relação das comorbidades da Síndrome de Down encontradas no
grande ABC.
Outros estudos brasileiros que avaliaram fatores associados a infecções em
pacientes com Síndrome de Down vão de encontro aos nossos resultados e os
mesmos mostram que dentre os casos estudados a grande maioria dos indivíduos
possui a cardiopatia como principal comorbidade (RIBEIRO et al, 2003).
Nos dados levantados por nosso grupo obtivemos 63% dos indivíduos
apresentando cardiopatias e o mesmo pode ser observado no estudo realizado por
RIBEIRO e colaboradores em 2003 (Gráfico 3).
16
Cardiopatias
Infecções de vias aéreas superiores
Pneumonias
Sepse pregressa
Alterações de coluna cervical
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Gráfico 3 - Diagnóstico das comorbidades encontradas em um estudo envolvendo
45 crianças com Síndrome de Down. Fonte: RIBEIRO et al, 2003 modificado.
Em outro trabalho realizado no Rio de Janeiro, foi feito um levantamento
sobre os tipos de cardiopatias presentes nos indivíduos com Síndrome de Down e
estes pesquisadores encontraram mais de 12 tipos de alterações cardíacas
diferentes em 44 dos 86 pacientes estudados, o que evidencia a real necessidade
da utilização de medicamentos específicos nos tratamentos (GRANZOTTI et al,
1995) (Tabela 1).
Sendo assim, o Captopril® é frequentemente prescrito para hipertensão e a
Digoxina® como medicamento para insuficiência cardíaca congestiva. Também
verificamos a necessidade de medicação para controle do refluxo, e nestes casos os
mais utilizados que pudemos observar nos prontuários foram Bromoprida® e
Label®.
17
Tabela 1. Tipos de cardiopatias encontradas em 44 pacientes com trissomia 21
Tipo de cardiopatia
nº de casos
CIV isolada
13 (29,5%)
CIV + CIA
4 (9%)
CIV + EP
4 (9%)
CIV + PCA
3 (7%)
TF
3 (7%)
TF + CIA
3 (7%)
TF + DSA-V
2 (4,5%)
TF + PCA
1 (2,3%)
CIA Ostium Primum
3 (6,75%)
CIA Ostium Secundum
1 (2,25%)
PCA
3 (7%)
DSA-V
2 (4,5%)
Cardiopatia a esclarecer
2 (4,5%)
Total
44 (51%)
Fonte: GRANZOTTI et al, 1995 modificada.
No tocante ao aspecto nutricional, a grande maioria dos indivíduos faz uso de
medicação para complementar sua nutrição, mais especificamente complexos
vitamínicos para deficiência das vitaminas A, B e D além de minerais como o ferro.
Apesar da falta de nutrientes, constatou-se que certa porcentagem dos casos
estudados utilizava também diuréticos como o Lasix®, o que possivelmente leva a
crer que estes estavam acima do peso, e esta realidade em pessoas com Síndrome
de Down já foi constatada por pesquisadores de Santa Catarina e do Rio de Janeiro
onde cerca de 63% dos indivíduos estudados apresentavam índices de massa
corporal altos, o que lhes conferia diagnósticos de sobrepeso e obesidade. Estudos
de diversas outras partes do mundo também confirmam esta incidência (GIARETTA;
GHIORZI, 2009; SILVA et al, 2009).
Muitas vezes o alto índice de massa corpórea se deve a alterações na função
tireoidiana - que em alguns casos requer o uso de medicamentos, pois caso não
seja tratada também pode acarretar em prejuízos para o desenvolvimento intelectual
e retardar o crescimento.
18
O hipotireoidismo, que caracteriza a produção insuficiente de hormônios
tireoidianos, foi a alteração mais comum encontrada no nosso estudo em relação à
função tiroidiana. Esta alteração é de fato em parte responsável pelo aumento de
peso dos indivíduos por justamente gerar um aumento na retenção de líquidos,
sendo assim medicamentos como Puran T4® e Synthroid® foram os que verificamos
nos prontuários como sendo os frequentemente prescritos para suprimir a falta
hormonal (VARELLA, 2013).
Tanto o hipotireoidismo quanto os problemas do trato gastrointestinal,
frequentemente encontrados neste estudo, também estão de acordo com a literatura
e outros trabalhos recentes relacionados à Síndrome de Down que evidenciam estas
comorbidades (RIBEIRO et al, 2003; NISIHARA et al, 2006; PUESCHEL, 2009).
Em relação às doenças genéticas na família, observou-se que a maior parte
dos indivíduos não possui parentes com algum tipo de alteração genética levantada
nos prontuários avaliados (TABELA 2). Entretanto, nos casos em que há alterações
genéticas, grande parte dos casos possuía familiares com malformações cardíacas
e hipertensão. Diabetes, câncer e autismo também foram encontrados nesses
familiares e, quanto à síndrome em estudo, constatou-se que havia parentes de
origem paterna e materna e até mesmo casos de gemelaridade com trissomia do 21
(TABELA 3). Caso encontrássemos indivíduos com translocação do cromossomo 21
neste estudo, as chances de seus genitores gerarem outros descendentes com as
mesmas alterações seriam maiores, pois isto significaria que um deles estaria
carregando uma translocação equilibrada com o cromossomo 21 (SÍNDROME...,
2013).
Tabela 2. Incidência de doenças genéticas e correlacionadas na família
Sim
Não
Não Informado
Total
Nº de casos
19
43
26
88
frequência (%)
21,6
48,8
29,6
100%
19
Tabela 3. Relação de doenças correlacionadas na família
nº de casos
frequência (%)
Síndrome de Down
5
17,8
Cardiopatias
4
14,3
Hipertensão
8
28,6
Autismo
1
3,6
Câncer
4
14,3
Diabetes
6
21,4
Total
28
100%
Nota: Foi encontrada mais de uma alteração por família
Com relação ao fator idade, que é o mais levantado nos estudos para as
chances da trissomia ocorrer, verificou-se que a idade materna é certamente a
causa mais provável, visto que a partir dos 30 anos a frequência de aparecimento de
crianças com Síndrome de Down aumenta consideravelmente, especialmente dos
38 aos 42 anos (TABELA 4 e Gráfico 4) (SCHWARTZMAN, 2012; SÍNDROME...,
2013).
Tabela 4. Idade aproximada das mães na época da fecundação
nº de casos
frequência (%)
18 a 22 anos
6
8,2
22 a 26 anos
3
4,1
26 a 30 anos
7
9,6
30 a 34 anos
14
19,1
34 a 38 anos
13
17,8
38 a 42 anos
18
24,8
42 a 48 anos
12
16,4
Total
73
100%
Nota: Não foram informadas as idades de 15 mães.
20
30,00%
24,80%
25,00%
19,10%
20,00%
18 a 22 anos
17,80%
16,40%
26 a 30 anos
15,00%
10,00%
22 a 26 anos
9,60%
8,20%
4,10%
5,00%
30 a 34 anos
34 a 38 anos
38 a 42 anos
42 a 48 anos
0,00%
18 a 22 22 a 26 26 a 30 30 a 34 34 a 38 38 a 42 42 a 48
anos
anos
anos
anos
anos
anos
anos
Grafico 4 - Idade aproximada das mães no momento da fecundação.
Este estudo coincide com os resultados de pesquisas realizadas no Rio de
Janeiro, onde o fator idade materna também se mostrou com forte indício para a
geração de crianças com Síndrome de Down (TABELA 5). Em outro estudo
realizado no mesmo Estado e já anteriormente citado, a média de idade materna
para a geração de indivíduos com trissomia teve um aumento significativo em mães
acima dos 30 anos (BOY et al, 1995; GRANZOTTI et al, 1995).
Tabela 5. Idade materna ao nascimento do propósito
Idade Materna
15-24 anos
30-34 anos
35-39 anos
40-44 anos
Acima de 45 anos
Total
N
63
32
43
22
2
162
Fonte: BOY et al, 1995 modificada.
%
38,9
19,8
26,5
13,6
1,2
100%
21
Apesar do grande percentual relacionado ao fator idade materna, não se pode
descartar a hipótese de erros provenientes dos espermatozóides, pois assim como
nas mães os casos aumentam em pais com idades dos 32 aos 39 anos (TABELA 6).
Tabela 6. Idade aproximada dos pais na fecundação
18 a 25 anos
25 a 32 anos
32 a 39 anos
39 a 46 anos
46 a 53 anos
53 a 60 anos
60 a 67 anos
Total
nº de casos
frequência (%)
9
15
19
16
5
3
1
68
13,3
22,1
27,9
23,5
7,3
4,4
1,5
100%
Nota: Não foram informadas as idades de 20 pais.
22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo exposto, podemos concluir que ainda temos uma grande
lacuna no que diz respeito a dados concretos sobre a Síndrome de Down no nosso
país. Esta foi a primeira alteração cromossômica numérica humana descoberta e de
lá até os dias atuais não conseguimos um total conhecimento desta alteração.
Além disso, conseguimos observar através do contato com as APAEs do ABC
Paulista que ainda falta na maior parte dos indivíduos um diagnostico genético real,
pois estes só apresentavam o parecer de um psicólogo ou um encaminhamento do
neurologista. A grande maioria não tinha o cariótipo como exame comprobatório da
alteração e nem mesmo um acompanhamento por um geneticista.
23
REFERÊNCIAS
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genético-clínicos em Síndrome de Down. Revista Brasileira de Medicina. São José
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27
APÊNDICE A - Modelo de ficha de anamnese para o levantamento de dados
Indivíduo
Nome:
_________________________________________________________________
Idade: ____________ Data de Nascimento: _____/_____/_______
Filiação
Nome do pai:________________________________________Idade:_________________
Nome da mãe:_______________________________________Idade:_________________
Diagnóstico Genético
( ) Trissomia Pura
( ) Mosaicismo
( ) Translocação
Comorbidade: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Histórico familiar de doença genética: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais parentes possuem doença genética e qual a doença?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Cirurgias: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais cirurgias foram realizadas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Medicação Regular: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais medicamentos são utilizados?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
28
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido
1- TÍTULO:
“Levantamento de características genéticas presentes em indivíduos portadores da
Síndrome de Down na região do Grande ABC.”
2- OBJETIVO:
Essas informações estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária neste
estudo que visa avaliar características genéticas presentes em indivíduos portadores da
Síndrome de Down a fim de definir quais dos três possíveis erros no cromossomo 21 são
mais frequentemente observados. O trabalho irá abranger as cidades de Santo André e São
Caetano. Sabemos que a trissomia pura, o mosaicismo e a translocação possuem origens
diferentes, sendo assim, este trabalho tem como meta esclarecer dúvidas a respeito desta
síndrome, buscando também uma conscientização da sociedade em relação aos cuidados
adequados a pessoas com estas condições. O estudo é relevante, uma vez que a Síndrome
de Down é a que possui maior compatibilidade com a vida, devendo por isso ser
profundamente estudada com o todo o respeito às pessoas que a possuem.
Os indivíduos incluídos nesse estudo são pessoas portadoras da Síndrome de Down
cadastradas nas APAEs da região do Grande ABC.
3- PROCEDIMENTOS ROTINEIROS:
3.1- LEVANTAMENTO DE DADOS:
Os dados referentes aos indivíduos portadores da Síndrome de Down serão obtidos
através de levantamento nos prontuários existentes nas APAEs do Grande ABC.
4- DESCONFORTOS E RISCOS:
Não existem desconfortos e riscos para este estudo.
5- BENEFÍCIOS:
A análise dos dados obtidos poderá gerar dados estatísticos atualizados sobre as
alterações genéticas dos indivíduos com Síndrome de Down.
6- GARANTIA DE ACESSO:
Estamos a sua disposição para qualquer informação relacionada à pesquisa ou
qualquer problema relacionado a ela. Em qualquer etapa do estudo, o paciente terá acesso
aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O
principal investigador é a Cristina Valletta de Carvalho que pode ser encontrada no
Laboratório de Ginecologia Molecular no endereço: Rua Pedro de Toledo, 781 - 4° andar do
Edifício Acadêmico (telefone 5579-1534).
29
7- LIBERDADE:
A participação da Instituição no estudo é totalmente voluntária e caso deseje, esta
poderá se retirar do estudo a qualquer momento, sem nenhuma necessidade de justificativa
e sem nenhum prejuízo.
8- CONFIDENCIALIDADE:
Todas as informações colhidas e as identidades dos indivíduos serão mantidas em
sigilo como informação confidencial.
9- DIREITO DE INFORMAÇÃO:
A instituição terá o direito de ser mantida atualizada sobre os resultados parciais
desta pesquisa.
10- DESPESAS E COMPENSAÇÕES:
Não existem despesas para a Instituição em qualquer fase do nosso estudo.
Também não existirá compensação financeira relacionada à sua participação.
11- SIGILO:
A nossa equipe de pesquisadores se compromete a utilizar os dados coletados
somente para pesquisas deste estudo e de futuros relacionados a esta linha de pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo a pesquisa denominada “Levantamento de
características genéticas presentes em indivíduos portadores da Síndrome de Down na
região do Grande ABC”. Discuti com a pesquisadora responsável pelo estudo (Cristina V.
Carvalho) sobre minha decisão em participar dessa pesquisa. Ficaram claros para mim
quais os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de
confidencialidade e de esclarecimentos. Ficou claro também que a participação da
Instituição é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar desse estudo e
poderei retirar meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem
penalidade ou prejuízo ou perda de benefícios que eu possa ter adquirido, ou no meu
atendimento.
---------------------------------------------------------Assinatura da Instituição / representante legal
Data
_____/_____/_____
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido
desta Instituição ou representante legal para a participação neste estudo.
--------------------------------------------------------Assinatura do responsável pelo estudo
Data
_____/_____/_____
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