Manejo pré abate visando o bem estar animal e a qualidade da
carne
Ana Flávia Basso Royer¹, Edson S. Eguchi², Marcelo S. M. Pinheiro³, Jocilaine Garcia³.
¹Acadêmica do curso de Zootecnia-UNEMAT.Campus Universitário de Pontes e Lacerda-MT-email:
[email protected]
² Professor orientador- Depto de Zootecnia –UNEMAT- email: [email protected]
³ Professor colaborador - Depto de Zootecnia – email: [email protected];
Resumo: O bem estar animal está diretamente relacionado com a qualidade da
carne. Estudos mostraram que animais submetidos a estresse no pré abate tiveram
menor rendimento e qualidade da carcaça. Desenvolvido na cidade de Pontes e
Lacerda - MT, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência das instalações
frigoríficas no bem estar animal e na qualidade da carne. Considerando para isso o
comportamento do bovino e como o mesmo responde a situações estressantes. Nas
operações de embarque e desembarque foi observado maior resistência dos
animais a cercas ripadas. Com cercas fechadas os animais entraram e saíram dos
caminhões com maior facilidade dispensando o uso de choques elétricos.
Transportes de curto período e em caminhões com piso antiderrapante e cama,
mostraram-se menos prejudiciais ao bem estar dos animais, apresentando menores
perdas de peso e tempo de descanso nos currais de espera. Visitando instalações
frigoríficas observou-se que na grande maioria os currais de espera são
descobertos, impossibilitando o controle interno da temperatura. Trabalhou-se com a
possibilidade do uso de coberturas e o plantio de árvores de Nim (Azaradichta
indica) ao redor dos currais de espera, diminuindo a exposição dos animais a
radiação solar. Outro ponto observado foi a climatização com uso de aspersores que
devem proporcionar a umidificação do ar, sendo distribuídos de forma a permitir aos
animais a escolha de se posicionar sob eles quando sentirem calor. Pisos
antiderrapantes e lisos mostraram menores números de quedas causadas por
escorregões. Consequentemente menos lesões na carcaça. Assim como pisos com
baixa porosidade e declividade de 2% apresentaram maior facilidade de
higienização, não exalando odores, gerando menor desconforto animal. Os
bebedouros apresentavam-se pequenos e comuns a duas baias, sendo que o
recomendado são bebedouros individuais, de alvenaria, impermeáveis e com
espaçamento 60 cm/animal. Quanto ao banho de aspersão, o uso de paredes
fechadas e luz no final da rampa de acesso ao atordoamento, mostrou animais mais
tranqüilos e menos resistentes para avançar na linha de abate. O glicogênio
muscular é usado como reserva energética dos animais durante o processo de
abate, para a manutenção de suas funções fisiológicas, respondendo as situações
estressantes a que são submetidos no pré abate. A presença insatisfatória de
glicogênio muscular impede a formação de acido lático suficiente para a
transformação do músculo em carne, alterando o pH post mortem. Essa variação do
pH para alto e baixo está diretamente relacionado ao tempo de exposição do animal
ao estresse, ocasionando carcaças de menor qualidade e maior incidência de cortes
PSE (pálido, mole, exsudativo) e DFD (escuro, seco e duro). Pode-se então afirmar
que instalações mal projetadas influenciaram no manejo pré abate, aumentando o
estresse dos animais, assim como o tempo de avanço dos mesmos pela linha de
abate, finalizando carcaças de menor qualidade.
Palavras-chaves: Instalações, comportamento, estresse, carne.
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