Comunicação Audiovisual – Implantação da Tv Paulo Freire no Estado do Paraná Autor: Suyanne Tolentino de Souza – Mestre em Comunicação e Linguagens Pontifícia Universidade Católica do Paraná/ Complexo de Ensino Superior do Brasil [email protected] GT História da Mídia audiovisual Resumo: O presente estudo faz uma reflexão sobre a abertura de possibilidades frente a um mercado globalizado. Descreve a implantação de um projeto audiovisual destinado aos professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná. O canal de tv- TV Paulo Freire, ligado a SEED - Secretária Estadual de Educação do Estado do Paraná– que tem sua programação concebida para comunidade escolar. Trata-se de uma forma de capacitação do corpo docente e discente que permite a integração de diferentes realidades no âmbito da educação, pesquisa e extensão. Mostra como a mídia audiovisual atua como ferramenta de comunicação interna dentro de uma organização e está inserida no processo histórico de ensino aprendizagem propiciando a construção do conhecimento através de diferentes gêneros e formatações e sua evolução ao longo da história. Estudo de caso sobre a implantação de canal de televisão local apontando limites e possibilidades para se trabalhar a interface da comunicação da organização e da educação frente à revolução tecnológica de distribuição de sinais, desenvolvimento de processos de digitalização e formatação de linguagem. Palavras-chave: Mídia Audiovisual, educação, organização. INTRODUÇÃO Os desafios enfrentados em diferentes áreas da comunicação de organizações distintas incluem uma realidade em constante processo de mutação, e, sobretudo de aperfeiçoamentos tecnológicos. São fatores que afetam diretamente as práticas da comunicação formal e informal e o cotidiano dos profissionais da área de comunicação com suas interfaces. Neste caso em específico será tratada a forma de comunicar com os professores da rede pública de ensino do estado do Paraná através de mídia audiovisual desenvolvida especificamente para este público. O presente trabalho traz uma abordagem dos temas relevantes da comunicação organizacional, das novas tecnologias, da comunicação e da educação bem como os novos gêneros e formatos produzidos na televisão brasileira que passam por uma adaptação para serem utilizados institucionalmente. Primeiramente o trabalho apresenta uma contextualização histórica da comunicação empresarial/organizacional no Brasil situando a assessoria de imprensa. Mostra a implantação da mídia audiovisual corporativa como uma forma pouco explorada, e como uma possibilidade entre a comunicação e a educação. Aponta a TV Corporativa como uma aposta de canal de integração entre as corporações e seus públicos, já que este tipo de televisão poderá tornar-se um canal diferenciado como veículo empresarial. Para produção deste artigo foram utilizados depoimentos de pedagogos e profissionais da área de comunicação responsáveis pela implantação do canal, obtidos através de entrevistas direcionadas, além de levantamento bibliográfico sobre os temas. Também foi feita uma análise dos programas que estão divididos em três linhas: programas de formação, informação e conteúdos. Aqui estes serão apresentados apenas em forma de relato e resgate histórico. Uma abordagem relevante tratada no artigo levanta aspectos teóricos sobre a utilização da mídia audiovisual por organizações de diferentes segmentações como forma de educação continuada no processo histórico de ensino-aprendizagem. E a outra apresenta o exercício prático da implantação de um canal de televisão que serve como fonte entre o Estado, educadores e educandos da rede pública de ensino do estado do Paraná, a secretaria de Educação. Comunicação Empresarial/ Organizacional Qualquer tema que envolva a palavra comunicação deve ser situado no contexto sócio histórico e cultural em que acontece e que está sendo abordado. Falar sobre a mudança da era da informação para a era do conhecimento nos dias atuais, implica dizer que este envolve um processo amplo e lento. Torna-se importante observar que diante deste cenário ainda se vive o momento de excesso de informação, ou como afirma Ramonet, um momento baseado na “acumulação, na saturação, no excesso e na superabundância de informações” (RAMONET,1999, p.29) Diante deste quadro é possível afirmar que são os profissionais da área de comunicação que vão ter que operar diante desta sobrecarga informacional transmitida diariamente pelos veículos de comunicação de massa que muitas vezes chegam a comprometer a credibilidade do que é transmitido. Independente da segmentação de mercado com a qual se trabalha ou o setor produtivo de uma empresa no qual se esteja inserido as interfaces da comunicação estão cada vez mais presentes no dia a dia desta realidade cotidiana. A pós-modernidade, definida por Lyotard (1998, p.15) como “o estado da cultura após as transformações que afetam as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do século XIX”, também traz inovações nas formas de representação da mídia audiovisual, bem como um intercâmbio muito maior entre diferentes áreas do conhecimento. Fato percebido pelos próprios profissionais da área que passam a trabalhar a comunicação de forma integrada, ou seja, com diferentes habilitações da comunicação. Segundo Viana, “o caráter político do ambiente brasileiro exige que o comunicador seja menos um executor de tarefas e mais um formulador de alternativas.” (Viana, 2001 p.21).O objetivo neste caso passa a ser o de avaliar cenários e indicar caminhos frente a um mundo muito mais competitivo e com receptores mais segmentados. A comunicação organizacional no Brasil aponta para uma história que tem início com a própria Revolução Industrial, mas que traz seus reflexos um pouco mais tarde para o país. No início do século XX as atividades de comunicação não tinham o prestígio nem a denominação que assume hoje. Ou seja, é quando acontece uma mudança contratual dos operários das fábricas em que as relações empregatícias deixam de ser pessoais, paternalistas e até mesmo familiar para assumir relações contratuais e até certo ponto indiferentes. É um momento do contexto brasileiro em que as empresas precisam se prontificar frente aos seus operários que muitas vezes apresentam-se insatisfeitos com suas condições de trabalho e passam a reivindicar seus direitos. Neste período da história são criados os primeiros Trade Unions, ou seja, os sindicatos para reivindicação por melhores condições de trabalho. As empresas percebem a necessidade de se manifestar frente ao operariado. Pode-se afirmar então que o Jornalismo Empresarial é uma conseqüência da Revolução Industrial e que os comunicadores nas empresas surgem para mediar conflitos internos a favor das instituições. Alguns autores como Kopplin e Ferrareto (2001, p.21) e Lopes (2003, p.12) que a primeira assessoria de imprensa que surgiu no Brasil foi a Light em 1926, que durou três anos. Segundo Lopes, esta foi lançada por meio de ralações públicas por meio de atividades de comunicação institucional. Em 1950, empresas estrangeiras do setor privado começam a montar suas fábricas no Brasil e trouxeram de seus países modernos planos de comunicação. Duarte aponta que a pioneira em assessoria de imprensa no país foi a Volkswagen, “ela teria sido a primeira estrutura sistematizado e permanentemente com a imprensa, numa perspectiva estratégica.” (DUARTE, 2002 p.85). Os meios de comunicação de massa na condição atual passam a se adaptar as tendências da nova tecnologia. Segundo Margarida Kunch e Gaudêncio Torquato, autores brasileiros que são considerados referência nos estudos da comunicação nas organizações, à comunicação deve assumir a postura de comunicação integrada que vai além da integração das habilitações da área. Atualmente, não é mais possível separar a comunicação institucional da comunicação mercadológica as duas devem caminhar juntas. (KUNCH, 1997 p.15) TORQUATO( 2002,p.34) Em 1967, a associação brasileira de administração de Pessoal (Abape) realizou o I Concurso Nacional de Revistas e Jornais da Empresa. dois meses depois acontece a I Convenção Nacional de Editores de revistas e jornais empresariais (Aberje). As mudanças ocorridas na sociedade midiática na década de 1980 representa uma integração mundial de empresas, pessoas e sobretudo uma integração cultural. Com a abertura do mercado e a queda da ditadura os empresários sentem receio com relação a imprensa e ao mesmo tempo necessidade de falar. O regime democrático exige uma nova postura das organizações e também dos empresários. Nos anos noventa aumenta a responsabilidade das empresas com relação à sociedade dentro da qual ela se insere. A abertura de mercado traz um cliente muito mais consciente de seus direitos e mais exigente com relação aos produtos e serviços que consome. Dento deste contexto é possível afirmar que a aceleração da história rumo a tão esperada globalização traz dois eixos na área da comunicação que podem e devem ser pensados com urgência: o mercado e a técnica. Interfaces da Comunicação Organizacional –Educação dentro das empresas. As áreas da educação e da comunicação estão cada vez mais próximas e inter relacionadas. É importante salientar que não é apenas na sala de aula como recurso audiovisual que a mídia deve ser entendida, mas em um sentido mais amplo ela passa a formar o cidadão além da sala de aula e chega até as organizações. Os meios de comunicação de massa, e agora neste caso em específico o audiovisual, estão inseridos na sociedade e assumem papéis que vão além da comunicação e da informação, ou mesmo da atividade comercial exercida fortemente pelas empresas em canais abertos. Os produtos audiovisuais fazem parte do cotidiano do indivíduo comum. É perceptível, portanto, que as empresas já são influenciadas por esta mídia e já incorporam a necessidade de divulgar informação específica aos seus colaboradores e muitas vezes contribuir para o processo de formação deste cidadão, neste caso também denominado cliente-interno. Em 1986, no livro O processo de relações públicas, Hebe Wey já destacava os audiovisuais como um dos recursos usados em relações públicas. Segundo a autora a 3M do Brasil foi a primeira a implantar um vídeo jornal para seus funcionários que na época chegou a atingir 3,3 mil trabalhadores. Um carrinho levava vídeos cassete e televisores, seguindo um cronograma, para apresentar o programa nos diversos prédios da indústria. Embora, ainda seja possível considerar que dentro das diferentes formatações dos vídeos institucionais, na década de 1920 já haviam sido realizadas algumas produções documentais de empresas. Estas produções podiam ser vistas em categorias como cinejornais, filmes institucionais também intitulados filme de “cavações” – todo tipo de filme que era feito sob encomenda, registros de expedições, acontecimentos históricos e eventos sociais. Pode-se observar então que neste momento ainda não existe uma gramática audiovisual específica e que ele atua muitas vezes apenas como forma de registro. (Dados apresentados na dissertação de mestrado desta autora). Os meios de comunicação passaram a atuar na mediação entre a comunicação e a informação empresarial para a integrar e possibilitar a construção de competências intelectuais e emocionais para gestão do conhecimento. Democratizar a informação via satélite ou pela internet facilita a comunicação corporativa, permite que no treinamento as empresas estabeleçam uma relação educacional com seus colaboradores, uma melhor interação entre os gestores e também permite através de teleconferências, por exemplo, um contato com novas realidades a partir do conhecimento exposto por especialistas. A comunicação corporativa audiovisual interligada a outras ações de comunicação promove um controle mais direto no que se refere ao conhecimento de seus colaboradores, tem como principal aspecto ser de interesse comum. Portanto, proporcionar conhecimento através de estratégias de comunicação pode contribuir para a disseminação de conteúdos de diferentes interfaces, possibilitando uma troca democrática de poder nas empresas em benefício de seus colaboradores. TV Corporativa – Estudo de Caso da TV Paulo Freire Os meios de comunicação, as tecnologias da informação bem como os formatos audiovisuais apresentados nas empresas tornaram-se um desafio para profissionais da área de comunicação e também da educação. Neste caso trata-se da interface da comunicação com a educação, pois a implantação do canal de tv – TV Paulo Freire trabalha com profissionais dessas duas áreas do conhecimento. A televisão já está inserida na sala de aula e também já aparece no currículo dos cursos de pedagogia ainda que timidamente. A TV Escola foi lançado em 1996 pelo MEC e tratava-se de uma forma de utilizar o veículo a serviço da educação. É uma forma de atuar de maneira crítica na formação dos educadores e também de debater a mídia na sala de aula. A experiência televisiva que esta em análise, se insere em um contexto corporativo e possui público direcionado, o que faz dela um meio eficaz de fomento a cultura e a educação para o estado do Paraná. A implantação de um canal exclusivo para comunidade escolar, integrado com outras mídias já existentes, compõe o que se pode denominar de uma política pública midiática. Política que proporciona à Escola Pública uma educação articulada com os avanços do mundo contemporâneo e busca a qualidade do processo educacional. A televisão inserida na proposta escolar e além desta realidade, passando das fronteiras de sala de aula e agindo como mídia de integração e de educação continuada vem provar ainda mais a importância e o poder do veículo como ferramenta de comunicação organizacional. É uma forma de resgatar a televisão e suas programações educativas sem confundi-la com o papel da escola. Trata-se de aproveitar a linguagem audiovisual do veículo e incorpora-la como forma de transpor a sala de aula e as organizações. É uma inclusão de linguagem aliada ao processo de ensinoaprendizagem. Contextualizar historicamente a implantação da TV Paulo Freire significa mostrar uma nova dinâmica de espaço comunicativo regional que alcança 55 mil telespectadores em todo o estado do Paraná. As transmissões começaram no dia 27 de junho de 2006. Para implantação do canal foi feita uma pesquisa junto a professores, alunos e profissionais da rede pública de ensino. A criação do canal foi aprovada por 98% dos entrevistados, o que sinaliza um amplo público receptivo. A comunicação organizacional esta voltada exclusivamente para o público interno, partindo-se deste pressuposto faz-se necessário à análise dos produtos geradores para uma fatia de público que é de interesse organizacional por parte a SEED. Essa política pública midiática que traz o regional da informação a este público específico tem como recurso facilitador, a estrutura de equipamentos existentes nas escolas. São receptores digitais de satélites, antenas parabólicas e laboratórios de informática com conexão por meio de fibra ótica. Além de disponibilizar a transmissão da programação por meio do satélite Brasil-Sat. (Freqüência 3.983,65 khz) A criação do canal trouxe ações importantes entre emissores e receptores, além do trabalho conjunto de profissionais da área de comunicação e da pedagogia. É uma possibilidade de ampliar a política pública de formação continuada dos professores, através de mídias diferentes das já existentes. Ou seja, esta televisão também surge como uma ferramenta que dá suporte didático ao portal Dia a dia Educação que também pertence ao Governo do Estado do Paraná. Além de apresentar o conteúdo de forma ágil, regionalizado, reduz custos, atinge um número maior de receptores. É importante destacar que essa forma de capacitação atinge diferentes realidades regionais, no âmbito educacional, na medida em que professores de diversas localidades têm a possibilidade de interagir nos programas. A programação foi elaborada em consonância com as diretrizes curriculares e com as possíveis demandas desse público escolar. A proposta da programação foi submetida à análise junto a docentes, discentes e equipes pedagógicas de várias escolas do Estado do Paraná. No entanto, na programação produzida e analisada, pode-se afirmar que o público receptor é dado fundamental, pois a demanda escolar, o nível de interesse e as necessidades de formação se configuram como elementos fundamentais no processo. Aproximando do que já foi mencionado acima confirma o dado que o colaborador ou cliente-interno é peça fundamental no posicionamento da organização. Investir no colaborador neste caso, traz reflexos na qualidade de ensino da escola pública e representa avanços na prática docente. A programação está disposta em cinco categorias, aqui serão mencionadas apenas quatro visto que uma delas está em processo de produção. A Campanha de mobilização teve como tema no primeiro ano de implantação do canal “a alfabetização”, com o objetivo de despertar nos espaços escolares, ações que busquem a superação do analfabetismo. Esta campanha foi voltada principalmente ao público adulto, teve como objetivo dar voz aos sujeitos que buscavam alfabetizar-se. Trouxe uma linguagem poética e provocativa ao mesmo tempo composta com a beleza plástica das imagens captadas em diferentes regiões do Paraná. Posteriormente foram desenvolvidas campanhas para Educação no Trânsito e Dengue. Os programas informativos visam apresentar e discutir nas escolas as ações da SEED e também oferecem ao professores informações relacionadas ao universo educacional. O programa Dia-a-dia Educação que faz parte desta categoria tem como objetivo divulgar as iniciativas, programas educacionais e eventos relacionados às políticas públicas do governo. O programa Extra-classe é veiculado diariamente e traz as principais notícias do universo educacional Os programas de formação continuada são destinados à troca de experiência entre professores, à discussão metodológica e utilização dos diversos materiais didáticos e ao acesso as mais recentes discussões educacionais. Nesta categoria entram os programas Hora Atividade e Nós da Educação. O Hora Atividade é gravado em estúdio em formato de mesa redonda que discute alternativas metodológicas e o uso de tecnologias pelos professores de uma disciplina e conteúdo específico. O Nós da Educação é um programa de entrevista em estúdio que aprofunda temas específicos da educação. É importante mencionar que em todos os programas citados a voz do entrevistado fica em destaque em relação à mediação feita por profissionais da área de comunicação. Os programas de conteúdo apresentam assuntos complementares ao currículo escolar, como um recurso adicional, principalmente com relação à regionalidade dos temas abordados. Nesta categoria destaca-se o programa (Dês) Folhando que destaca a relação de amor entre o leitor e o livro, mostra a leitura como possibilidade de (re) significar a vida e como caminho para a alteridade e autonomia. Num primeiro momento apresenta depoimento de leitores sobres suas experiências, já no segundo bloco traz uma entrevista para discorrer sobre uma obra literária específica, aprofundando mais o tema e o escritor. Também é necessário citar o programa Eureka que é direcionado a preparação dos alunos para o ENEM e também para o vestibular. Na formatação traz uma espécie de vídeo-aula sobre conteúdos de disciplinas do currículo. O fluxo operacional de produção da programação passa pela pauta, roteiro, pré-produção, captação de imagens, edição de texto e imagem. Os programas têm duração de 3 minutos (programetes), 13, 26, 39 e 52 minutos. São veiculados de acordo com o funcionamento da escola em três turnos, com reprises. Dentro desta breve apresentação pode-se observar que as linguagens e as ferramentas de comunicação empresarial educacionais estão cada vez mais inseridas na realidade de educandos e educadores. O processo traz situações inovadoras tanto para área de comunicação como para pedagogia e outras interfaces que passam a se abrir com esse processo de segmentação regionalizada trazidos pelas tvs corporativas. É possível afirmar então que estes novos produtos audiovisuais trazem a possibilidade de um diálogo eficaz entre mídias, culturas, discurso pedagógico formal e o informal mediático. Traz novas aplicabilidades para produções que vão além da cobertura de eventos, lançamento de produtos ou mesmo campanhas de endomarketing ou comunicados internos. Apresenta uma nova forma de consolidar a imagem institucional de uma organização, possibilita humanizar um pouco mais os contatos de diversas áreas e compartilha o conteúdo como estratégia de negócio. Produzir audiovisuais com fins educativos dentro de empresas ou organizações envolve uma produção que não tem o mesmo ritmo das tvs comerciais, mas que trabalham com o tempo do conhecimento, pois não buscam necessariamente a índices de audiência. Buscam sim, manter a motivação e o compromisso de seu público alvo. Buscam a qualidade da informação e não a quantidade. Através de diferentes formas de representação fazem surgir uma nova relação entre as organizações e a mídia. As empresas hoje não podem mais ser meras repetidoras de informação para seus colaboradores, afinal outros meios como a própria internet já o faz de forma às vezes mais eficiente e atrativa. Assim, a empresa deve buscar desenvolver conteúdos que sejam significativos para os sujeitos envolvidos com o processo organizacional e educacional, neste caso específico da TV analisada. Pode-se afirmar que o sistema de comunicação deve lidar com todas as mensagens possíveis, tendo em vista a totalidade das coisas que o homem tem intenção de dizer, e as informações que tem necessidade de receber (sem questionar se estas são impostas ou não), ou se aproximar o máximo possível disto. É preciso perceber que, em função da escolaridade, tendo os índices como indicativos, toda e qualquer mensagem televisiva provocará resultados variáveis de acordo com o repertório de cada extrato social. Aqui também não se pode deixar de mencionar a importância da situação em que a mensagem está sendo recebida, e não apenas os códigos utilizados para transmissão daquela mensagem. Em verdade, as características do veículo também determinam a linguagem e a maneira de codificação da informação. Mas, o mais importante, ao se considerar fonte, canal, emissor e receptor é sobretudo a construção da cidadania que passa pelo acesso e o uso da informação, fazendo com essa não exclua, e não seja seletiva, mas sim segmentada. BIBLIOGRAFIA: CAPPARELLI, Sérgio e LIMA, Venício A. Comunicação e televisão – desafios da pós mundialização. São Paulo: Hacker, 2004. TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de Comunicação organizacional e política. São Paulo: Pioneira, 2002. KOPPLIN, Elisa; FERRARETO, Luis Arthur. Assessoria de imprensa – teoria e prática. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. LOPES, Boanerges. O que é assessoria de imprensa. São Paulo: Brasiliense , 2003. RAMONET, Ignácio. A tirania da comunicação.Petropolis, RJ: Vozes, 1999. WEY, Hebe. O processo de relações públicas. São Paulo: Summus, 1986.