IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO A DERIVADA Introdução: O cálculo é a matemática das variações. O instrumento principal do cálculo para estudar as taxas de variação é um método conhecido como derivação. Neste estudo, vamos descrever esse método e mostrar como ele pode ser usado para determinar a taxa de variação de uma função [em qualquer um de seus pontos] e também a inclinação de qualquer reta tangente a uma curva. Exemplo intuitivo: Num experimento científico em laboratório, um móvel se desloca sobre uma trajetória retilínea obedecendo à função horária S(t) = 3t2 – 5t + 2 [sendo S em metros e t em segundos]. Assim: a) b) c) d) e) f) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , 4 ] ? Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , 3 ] ? Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 2,1 ] ? Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , (2 + h) ], com h ≠ 0? Como você interpreta fisicamente a velocidade média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero? Qual a velocidade da partícula no instante t = 2 s? Resolução: Cálculos auxiliares: a) A velocidade média Vm de um móvel num certo intervalo de tempo é definida S (t ) 3t 5t 2 pelo quociente entre o espaço percorrido tempo gasto para percorrê-lo Vm S t S final S inicial t final t inicial S S final Sinicial e o intervalo de t t final tinicial . Assim: S (4) S (2) 30 4 26 13 42 2 2 2 2 S (2) 3(2) 5(2) 2 S (2) 3(4) 10 2 S (2) 12 8 S (2) 4 2 S (t ) 3t 5t 2 2 Logo: Vm 13 m / s S (4) 3(4) 5(4) 2 b) Neste item, temos: S (4) 48 18 S (4) 30 Vm S t S (4) 3(16) 20 2 S final S inicial t final t inicial S (3) S (2) 14 4 10 10 3 2 1 1 S (3) 27 13 S (3) 14 c) E neste item, temos: Vm t 2 S (3) 3(3) 5(3) 2 S (3) 3(9) 15 2 Logo: Vm 10 m / s S 2 S (t ) 3t 5t 2 S final S inicial t final t inicial S (2,1) S (2) 4,73 4 0,73 7,3 2,1 2 0,1 0,1 Logo: Vm 7,3 m / s 2 S (t ) 3t 5t 2 2 S (2,1) 3(2,1) 5(2,1) 2 S (2,1) 13,23 10,5 2 S (2,1) 4,73 d) Neste caso, calcularemos primeiramente S (2 h) . Ao h denominamos ”incremento”. Então: 2 S (t ) 3t 5t 2 2 S (2 h) 3(2 h) 5(2 h) 2 2 S (2 h) 3(4 4h h ) 10 5h 2 2 S (2 h) 12 12h 3h 8 5h S (2 h) 4 7h 3h Vm S t 2 S final S inicial t final tinicial S (2 h) S (2) [4 7h 3h 2 ] [4] 7h 3h 2 h(7 3h) 7 3h 2h2 h h h Página 1 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Logo: Vm [ 7 3h ] m / s Observe que este item com o incremento genérico No item (a) temos: h2 s No item (b) temos: h1 s No item (c) temos: h 0,1 s h na verdade engloba os itens calculados anteriormente. Veja: Vm 7 3.(2) 7 6 13 m / s Vm 7 3.(1) 7 3 10 m / s Vm 7 3.(0,1) 7 0,3 7,3 m / s e) No item anterior [d] obtivemos a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , (2 h) ] , com h 0 . h tende a zero [ h 0 ] , o segundo extremo de intervalo de tempo tende a 2 e o referido intervalo tende para [ 2 , 2 ] , que podemos definir como um “intervalo de amplitude nula”, caracterizando exatamente o instante t 2 s . Assim, fisicamente, quando h tende a zero [ h 0 ] , a velocidade média tenderá para o que chamaremos de velocidade instantânea da partícula no instante t 2 s e esta velocidade poderá ser denotada por V (2) . Quando f) Considerando o exposto no item [e], concluímos que: V (2) lim [ 7 3h ] 7 m / s h0 2 Nota: O gráfico abaixo representa a função S (t ) 3t 5t 2 do exemplo intuitivo em questão. Trace a reta secante para t 2 s e t 4 s e observe os valores utilizados para calcular a velocidade média nesse intervalo. Trace também a reta tangente para t 2 s e observe que isso resultou no cálculo da velocidade instantânea para esse instante. Observação: Taxas de variação normalmente podem ser identificadas através de suas unidades. São exemplos de taxas de variação: m/s km/h ºC/min m/s2 g/dia habitantes/m2 litros/h peças/min libras/pol2 g/cm3 entre outras. A velocidade média é uma TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA [TVM], pois indica a variação entre duas grandezas [o espaço percorrido em relação ao tempo gasto para percorrê-lo] e é definida como: S t Vm . Quando calculamos a velocidade no instante t 2 s encontramos a velocidade instantânea, e assim, temos neste caso uma TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA [TVI], que chamaremos de derivada de “S” em relação à “t” no instante 2 s, e podemos denotar por: dS dt V (2) 7 m / s t 2 De maneira análoga, para funções com as variáveis x e relação à x , e podemos denotar por: dy y, a derivada é a taxa de variação instantânea de . dx Página 2 de 47 y em IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Agora podemos formalizar o conceito de derivada: DEFINIÇÃO Derivada de uma função: A derivada de uma função f (x) em relação à x é a função f (x) [que se lê: “f linha de x”] dada por: f ( x) lim f ( x h) f ( x ) h0 Uma função h f (x) é derivável [ou diferenciável] num ponto x c , se f (x) existe, ou seja, se o limite [acima] existe no ponto em que x c . Observação: O processo para calcular uma derivada é chamado de derivação. Notação de derivada [Operadores]: f (x) muitas vezes é escrita na forma y , ou ainda, na forma: A derivada da função f no ponto em que x a , ou seja, f (a) , é escrito na forma: dy . Nesta última notação, o valor da derivada dx dy dx . Assim: dy f (a) dx x a x a Pronúncias e outras notações: y [lê-se: “y linha”, ou melhor: derivada de y] y(x) [lê-se: “y linha de x”, ou melhor: derivada de y em relação à x] [lê-se: “dê y sobre dê x”, ou melhor: derivada de y em relação à x]. y [lê-se: “y ponto”, ou melhor: derivada de y] Dx f [lê-se: “dê-f de x”, ou melhor: derivada de f em relação à x] [lê-se: “dê f sobre dê x”, ou melhor: derivada de f em relação à x]. dy dx df dx Algumas similaridades de operadores: Com indicação que a derivada é no ponto x a : Apenas a indicação do operador de derivação: f (a) f ( x) dy dx dy dx y(a) y df dx x a df (a) dx Dx f Dx f ( a ) y Notas: A notação dy Veja e Reflita: é devida a Leibnitz. dx Na TVM temos: A notação f (x) é atribuída a Lagrange. A notação y é atribuída a Newton. Na TVI temos: y x dy dx Página 3 de 47 TVM = f ( x2 ) f ( x1 ) TVI = lim h0 x2 x1 f ( x1 h) f ( x1 ) x1 h x1 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Agora, revisitando o exemplo intuitivo visto anteriormente... Para encontrarmos a velocidade no instante que t 2 s , calculamos a derivada da função S (t ) 3t 2 5t 2 no ponto em t 2 s . Assim: dS dt S (2) V (2) 7 m / s t 2 Isso implica em dizer que a derivada da função horária da posição nos fornece a função da velocidade, ou seja: dS dt V (t ) Veremos a seguir que, a derivada da função horária da velocidade nos fornece a função da aceleração, ou seja: dV dt a (t ) A derivada como coeficiente angular da reta tangente à curva num determinado ponto Seja f uma função derivável [qualquer] representada no gráfico abaixo: y f P f(x) x x Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto, vamos supor o ponto P( x , y ) , que representaremos por P( x , f (x)) . Sabemos que o coeficiente angular de uma reta nos dá a inclinação da mesma. Sendo assim, vamos encontrar o coeficiente angular da reta tangente à curva [gráfico] no ponto P( x , f (x)) . y f s P f(x) x x P( x , f (x)) e Q( x h , f ( x h)) dois pontos da função f onde h [incremento] representa a diferença entre as abscissas de P e Q . Já é de nosso conhecimento como determinar o coeficiente angular da reta que passa por P e Q utilizando os conceitos de trigonometria no triângulo retângulo PQR . Então: Agora, sejam Página 4 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Seja s a reta secante ao gráfico de f pelos pontos P e Q . f(x) y s Q f(x+h) P f(x) f R x Observando o triângulo x+h x PQR , sabemos que o coeficiente angular ms da reta secante s é dado por: ms tg cat. op. QR cat. adj. PR Agora, vamos considerar no gráfico de ms f ( x h) f ( x ) ms xhx f ( x h) f ( x ) h f os pontos Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn posicionados cada vez mais próximos de P . Imagine que a reta s permaneça passando pelo ponto P, entretanto, o ponto Q será trocado gradativamente pelos Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn que se aproximam de P . Isso fará com que a reta s que é secante à curva, “tenda” para a posição de tangência no ponto P [tornando-se a reta t ] fazendo, consequentemente, o acréscimo [ou incremento] h , tender a zero. f(x) y s Q f(x+h) Q1 t Q2 f P f(x) Q3 R x Assim, o coeficiente angular mt da reta tangente t x+h à curva no ponto x P , será dado por: mt lim h0 f ( x h) f ( x ) . h Note que o valor de mt coincide com o valor da derivada de uma função, conceito este visto anteriormente. Assim concluímos que: mt f ( x) lim h 0 f ( x h) f ( x ) h Conclusivamente: A derivada de uma função f [diferenciável] no ponto P(a , f (a)) é: O coeficiente angular mt da reta tangente à curva da função ou A [TVI] taxa de variação instantânea Simbolicamente temos: f nesse ponto P . f (a) [da grandeza f (x) em relação à x ] nesse ponto P . mt f (a) lim h0 f ( a h) f ( a ) h Página 5 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Considere o movimento de um corpo ao cair de uma grande altura. De acordo com a física clássica, em queda, o corpo percorre uma distância S (t ) 4,9t velocidade do corpo após 2 2 t segundos de metros. Suponha que estejamos interessados em determinar a segundos. A menos que o corpo caia equipado por um velocímetro, é difícil medir diretamente a velocidade. Entretanto podemos determinar a distância percorrida pelo corpo entre o instante a velocidade média durante esse intervalo de tempo e, fazendo t 2 e t 2 h e calcular h 0 , teremos a velocidade instantânea em t 2 s . Resolução: Vm S t S (2 h) S (2) 2h2 4,9.(2 h) 2 4,9.(2) 2 h 4,9.(4 4h h 2 ) 4,9.(4) h 19,6h 4,9h 2 h 19,6 4,9h h é pequeno, a velocidade média está próxima da velocidade instantânea no instante t 2 s . Assim, é razoável determinar a velocidade instantânea tomando o limite da expressão anterior quando h tende a zero: Se o intervalo de tempo V (2) lim [ 19,6 4,9h ] 19,6 m / s ou, usando a notação de Leibnitz: h0 Dessa forma, após 2 dS segundos de queda, o corpo estará viajando a uma velocidade de 2) [FLEMMING] Uma região X 19,6 m / s dt t 2 19,6 m / s . é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por: N (t ) 64t t3 3 Pergunta-se: t 4? b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t 8 ? c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no 5º dia? a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo Resolução: A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função N (t ) em relação à t . Aplicaremos a definição de derivada para resolver os itens [a] e [b]. a) Para t 4 dias : N (4) lim Aplicando a definição, temos: h0 N (4 h) N (4) ( 4 h) 4 lim h0 N (h 4) N (4) h (h 4) 3 (4) 3 (h 3 12h 2 48h 64) 704 64 ( h 4 ) 64 . 4 64 h 256 3 3 3 3 N (4) lim lim h0 N (4) lim 144h h 3 12h 2 h0 h0 h 3h lim h.(144 h 2 12h) h0 Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: b) Para t 8 dias : lim (144 h 2 12h) h0 3h dN dt Aplicando a definição, temos: h 3 48 48 pessoas atingidas/ dia t 4 N (8) lim h0 Página 6 de 47 N (8 h) N (8) (8 h) 8 lim h0 N (h 8) N (8) h IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO (h 8) 3 (8) 3 (h 3 24h 2 192h 512) 1024 64 .( h 8 ) 64 . 8 64 h 512 3 3 3 3 N (8) lim lim h0 N (8) lim h0 h h 3 16h 2 h0 lim h.(h 2 16h) h0 3h lim (h 2 16h) h0 3h h 3 0 Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: dN dt 0 pessoas atingidas/ dia t 8 Qual o significado deste resultado? Ao lado, a representação gráfica de N (t ) 64t t3 . 3 Nota: Poderíamos “otimizar” os cálculos das questões [a] e [b] calculando a derivada da função N (t ) genericamente para t h e somente ao final, substituir os valores de t 4 e t 8 [Veja o exemplo (2) de sala de aula, indicado a seguir!]. c) Para determinarmos quantas pessoas foram atingidas pela epidemia no 5º dia, basta calcular N (5) N (4) . Assim: (5) 3 (4) 3 835 704 131 N (5) N (4) 64.(5) 64.(4) 3 3 3 3 43,66... 3 Logo, no 5º dia serão atingidas pela epidemia aproximadamente 44 pessoas. 3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória retilínea de modo que sua velocidade obedece à função V (t ) 8t 2 , com V em m/s e t em segundos. Determine a aceleração da partícula no instante t 4 s . Resolução: Para obter a aceleração instantânea da partícula no instante mesma no intervalo de tempo A aceleração média Assim: V t [ 4 , (4 h) ] . a m de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo quociente entre a variação de velocidade V V final Vinicial am e o intervalo de tempo correspondente: V final Vinicia l t final t inicial t t final tinicial . Assim: V (4 h) V (4) [8.(4 h) 2] [8.(4) 2] [30 8h] [30] 8h 8 ( 4 h) 4 h h h am 8 m / s 2 Para obtermos a aceleração instantânea em uma função independente de Veja: t 4 s , deve-se inicialmente calcular a aceleração média da t 4 s , devemos calcular a(4) fazendo com que h 0 . Como am 8 é h [função constante], quando h 0 , a am continua sendo 8 , ou seja: a(4) 8 m / s 2 . a(4) lim [ 8 ] 8 m / s 2 [Quando a aceleração é constante temos um MUV!] h0 Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: dV dt 8 m / s2 t 4 Página 7 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Observe que a derivada da velocidade em função do tempo nos fornece a função aceleração: dV dt V (t ) a(t ) . Notação: Quando derivamos a função horária da posição encontramos a velocidade. Se a derivarmos novamente encontramos a aceleração. Sendo assim, podemos dizer que a aceleração é a segunda derivada da posição e indicamos por: S (t ) dS dt V (t ) S (t ) e d 2S dt 2 a(t ) Nota: Abordaremos esse conteúdo [derivadas sucessivas] com detalhes mais adiante! 4) Obtenha a equação da reta tangente à curva y x 2 no ponto A(1 , 1) . Resolução: Inicialmente, vamos calcular o coeficiente angular abscissas ms da reta secante à parábola dada, que passa pelos seus pontos de x 1 e x 1 h . Assim: (1 h) 2 (1) 2 (1 2h h 2 ) 1 2h h 2 h.(2 h) ms 2h 1 h 1 h h h O coeficiente angular mt da reta tangente à parábola no seu ponto A(1 , 1) será obtido a partir de ms , fazendo-se h tender a zero. Desta forma: mt lim [ 2 h ] 2 h0 Então, a reta tangente à parábola no ponto Substituindo em . A(1 , 1) tem coeficiente angular mt 2 . y y A m( x x A ) temos: y 1 2.( x 1 ) Logo, a equação da reta tangente à curva y 1 2x 2 y x 2 no ponto A(1 , 1) é: y 2x 1 y 2x 1 . EXEMPLOS ADICIONAIS [resolução em sala]: 1) Determine a [fórmula da] derivada da função f ( x) x 2 5 x 6 , através da definição de derivada. f ( x) x 2 5 x 6 , determine: a) a TVI quando x 4 . b) a equação da reta t tangente à curva f (x) no ponto em que x 4 . c) o coeficiente angular da reta tangente à curva f (x) no ponto em que x 0 . [veja observação abaixo] 2) Dada a função 3) Encontre a derivada da função f ( x) 3x 2 12x através da definição e calcule f (1) , f (2) e f (6) . 4) [Relembrando] Escreva a equação da reta na forma geral e reduzida, sabendo que ela passa pelo ponto tem coeficiente angular igual a 3. y 5) [Relembrando] A reta “ r ” está representada graficamente ao lado. Escreva a equação desta reta nas formas: segmentária, geral e reduzida. Observação: Para simplificar o texto, poderemos escrever a questão 2(c) assim: Determine o coeficiente angular da curva f (x ) no ponto x 0. Página 8 de 47 ●5 0 4 ● x P( 1 , 2) e IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO RELEMBRANDO: TIPOS [FORMAS] DE EQUAÇÃO DE UMA RETA [NO PLANO] A equação de uma reta [no plano] pode ser escrita na forma: ↳ Geral ↳ Reduzida ↳ Segmentária ↳ Paramétrica Nota: Nem todas as retas podem ser representadas em todas as formas citadas ao lado. Detalhando um pouco, temos: ax by c 0 Equação Geral: by ax c temos: Agora, separando o denominador: a c y x b b Assim temos a equação da reta na sua forma reduzida: y mx n Equação Reduzida: ↳ y Coeficiente angular: ou e b n c b ax c b y a c y x b b y y mx n m tg a ax by c 0 Observe que, se na forma geral: Isolarmos o termo em m Sendo que na equação geral: y n● y yA m B xB x A ● ●n 0 ● 0 x x m0 m0 Nota: A função polinomial do 1º grau é representada pela equação reduzida da reta. Equação Segmentária: ↳ Sendo que q p intercepto x q intercepto y Sendo que: Equações Paramétricas: ↳ y x y 1 p q t ● p ● 0 x x f (t ) y g (t ) é um parâmetro comum às equações. Veja um exemplo: x 4t 7 y 2 t RELEMBRANDO: COMO ENCONTRAR [CALCULAR] A EQUAÇÃO DE UMA RETA Quando conhecemos: 2 pontos 1 ponto A( x A , y A ) e B( xB , y B ) : Substitua os pontos em: P( xP , y P ) + o coeficiente angular “ m ”: y mx n Aplique em: Página 9 de 47 ou aplique: x y 1 xA xB yA 1 0 yB 1 y y P m( x xP ) ↳ “Equação Fundamental da Reta” IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – DEFINIÇÃO DE DERIVADA 1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer de modo que sua velocidade obedece à função: v(t) = t2 – 4t [sendo: “v” em m/s e “t” em segundos]. Sabe-se que a aceleração média da partícula [am] num certo intervalo de tempo, é dada por am = ∆v/∆t , determine: a) b) c) d) e) f) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 , 1 ] ? Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,5 ] ? Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,1 ] ? Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 , h ] , com h ≠ 0? Como você interpreta fisicamente a aceleração média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero? Qual a aceleração da partícula no instante t = 0 s? 2) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t3 + t2 – 2t + 3 [com S em metros e t em segundos]. Determinar a velocidade no instante t = 5 s. 3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t2 – 7t + 10 [com S em metros e t em segundos]. Assim: a) b) c) d) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo. Calcular a velocidade da partícula no instante t = 3 s Obter a lei de sua aceleração em função do tempo. Calcular a aceleração da partícula no instante t = 3 s. 4) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo a função horária: S(t) = 4t3 – 5t2 + 8t +1 [sendo S em metros e t em segundos]. Então: a) b) c) d) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo. Calcular a velocidade da partícula no instante t = 1 s Obter a lei de sua aceleração em função do tempo. Calcular a aceleração da partícula no instante t = 4 s. 5) Encontre a equação da reta tangente à curva y = x2 – 2x + 1 no ponto (2 , 1). 6) Determine a equação da reta tangente à curva y = 2x2 +3 no ponto P(2 , 11). 7) Dada a função f(x) = 5x2 + 6x –1, calcule f’(2). 8) Dada a função f(x) = 3x2 – 1 e g(x) = 5 – 2x, determinar: a) f’(1) b) g’(1) c) f’(1) + g’(1) 9) Usando a definição, determinar a derivada das seguintes funções: a) f(x) = 1 – 4x2 b) g(x) = 2x2 – x –1 d) y = x3 c) h(x) = 3x + 2 10) A população inicial de uma colônia de bactérias é 10000. Depois de t horas a colônia terá uma população P(t) que obedece a lei: P(t) = 10000 + 8600t + 10000t2. Assim: a) Determine o número de bactérias presentes depois de 10 horas. b) Encontre a lei que dá a taxa de variação da população P em relação ao tempo t. c) Determine a taxa de variação [instantânea] da população quando t = 10 horas. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) –3 m/s2 1b) –3,5 m/s2 1c) –3,9 m/s2 3a) v(t) = 2t – 7 3b) v(3) = –1 m/s 4b) v(1) = 10 m/s 4c) a(t) = 24t – 10 8a) f’(1) = 6 8b) g’(1) = –2 10a) P(10) = 1.096.000 bactérias 8c) 4 1d) h 4 1e) aceleração instantânea 3d) a(3) = 2 m/s2 3c) a(t) = 2 4d) a(4) = 86 m/s2 5) y = 2x – 3 9a) f’(x) = –8x 9b) g’(x) = 4x – 1 10b) dP/dt = 8600 + 20000t 1f) – 4 m/s2 2) 83 m/s 4a) v(t) = 12t2 – 10t + 8 6) y = 8x – 5 9c) h’(x) = 3 7) f’(2) = 26 9d) y’ = 3x2 10c) 208600 bactérias/hora Para refletir: O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. Página 10 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS EXTRAS – DEFINIÇÃO DE DERIVADA Nota: Com o objetivo de simplificar o “texto”, 1. Determine: onde escrevemos: “o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto P”, 1 escreveremos: “o coeficiente angular da no ponto em que x 3 . x curva no ponto P”. 1 1 b) para qual valor de “ x ”, o coeficiente angular da curva y será ? 4 x 1 c) o coeficiente angular da curva y no ponto em que x a e avalie o seu sinal [quando será positivo e/ou negativo]. x a) o coeficiente angular da curva y Observação: represente graficamente a função y 1 para avaliar melhor seus resultados. x 2. [Queda livre em Júpiter] A equação para a queda livre na superfície de Júpiter é S = 11,44t 2 , com S em metros e t em segundos. Suponha que uma esfera de aço seja largada do topo de um penhasco de 500m de altura. Determine a velocidade [em km/h] e a aceleração dessa esfera [em m/s2], quando t = 2s. 3. [Círculo de área variável] Qual é a taxa de variação da área de um círculo em relação ao raio, quando r = 3? Lembre-se que a área do círculo é: A(r ) .r 2 . 4. Mostre que a reta y = mx + n é sua própria tangente em qualquer um de seus pontos (x0 , mx0 + n). Os exercícios extras acima foram extraídos/adaptados do livro: THOMAS, George B. Cálculo. V. 1. Pearson. São Paulo: 2002. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) –1/9 1b) para x = 2 1c) m < 0 para a * 2) v(2) = 164,736 km/h e a(2) = 22,88 m/s2 3) dA/dr = 6 Para refletir: Não aprenda a desejar aquilo que não merece. [retirado de um biscoito da sorte chinês] Espaço para Anotações: Página 11 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO REGRAS E TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO [Usando a Tabela de Derivadas] Inicialmente, vamos determinar a derivada de algumas funções “bem elementares”... Nota: você deverá ter em mãos a “nossa” tabela de derivadas [que também está apresentada no final deste material]. Derivada de uma Função Constante: f ( x) 3 Outras notações: y f ( x) 0 df 0 dx d (3) 0 dx x yk Generalizando, temos: y 0 [ com k R ] Derivada de uma Função do 1º Grau: f ( x) 2 x f ( x) 2 Regra 1 da Tabela! g ( x) 3x 1 g ( x) 3 y y x x y Nota: “Função Identidade” yx y 1 x Generalizando, temos: y mx n y m [ com mR* e n R ] Página 12 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO A Derivação é uma TRANSFORMAÇÃO LINEAR. Sejam: u u (x) v v(x) a,k R u é uma função com variável independente v é uma função com variável independente a e Assim, dada a função genérica: (x) . (x) . k são constantes reais. f ( x) a.u k.v , a sua derivada [genérica] será: d d d (a.u k .v) a (u ) k (v) dx dx dx [Propriedade da Linearidade da Derivação] f ( x) a . u k . v Ou simplesmente: Nota: A Regra 2 da Tabela, indica como derivar uma função u que é multiplicada por uma constante y k. u k . Veja: y k . u “para derivar uma função que é multiplicada por uma constante, basta multiplicar a constante pela derivada da função”. Derivada de uma Função Polinomial [de qualquer grau]: Observe a Regra 3 da Tabela: y ua y a . u a1. u Exemplos: a) f ( x) x 4 b) g ( x) 3 x 5 c) h( x) 2 x 3 4 x 2 3x 14 d) y 2 5 x2 x x 3 5 4 Para concluir, veja: f (x) f (x) x 1 x2 2x x3 3x 2 Página 13 de 47 x4 4x 3 x5 5x 4 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Derivada de Funções Trigonométricas: Veja na tabela: Regra 11: y sen u y u. cos u Regra 12: y cos u y u.sen u Regra 13: y tg u y u. sec 2 u Nota: Observe as regras [14 a 20] da nossa tabela de derivadas. Elas envolvem outras funções trigonométricas, inversas de trigonométricas e trigonométricas hiperbólicas. Exemplos: a) f ( x) sen( x) b) y 2 cos(3x 2 1) Outra notação: d ( sen x) cos x dx Derivada de “Outras” Funções: Exemplos: a) A( x) (2 x 3) 4 [Aplicaremos a Regra 3]: y ua y a . u a1. u b) B ( x ) 4 2 x 3 [Aplicaremos a Regra 4]: y au y ln a . a u . u c) C ( x) (2 x 3) 4 x [Aplicaremos a Regra 10]: y v . u v1. u u v . ln u . v y uv Observação: As Regras 3 e 4 são casos particulares da Regra 10. Página 14 de 47 IFSC / Cálculo I d) D( x) e 4 x1 Prof. Júlio César TOMIO [Aplicaremos a Regra 5]: y eu y e u . u Nota: Para: y ex Temos: y e x Observação: Note que a Regra 5 é um caso particular da Regra 4. e) E ( x) log (4 x 2 ) [Aplicaremos a Regra 6]: y loga u y 1 u ln a u Derivada de Funções com Radicais: Você não encontrará na tabela, funções com “raízes”. Assim, para funções que contenham radicais, faremos inicialmente uma preparação para aplicarmos adequadamente alguma regra, geralmente, a Regra 3 da tabela. A Regra 3 da Tabela: yu a y a . u a 1 . u Exemplo: y 10 3x 1 Página 15 de 47 Lembre-se que: a m n n am IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Derivada de Multiplicação [Produto] de Funções: y uv Regra 8: y u. v u . v Exemplos: a) f ( x) x 3 ( 2 x 2 4 x) b) y 4 x 2 . sen ( x) Derivada de Divisão [Quociente] de Funções: y Regra 9: u v y u. v u . v v2 Exemplos: a) b1) y 3x 2 1 7x y 4 3 2 x 14 Página 16 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Nota: Em alguns casos, como este, pode ser “interessante” evitarmos a aplicação da “Regra da Divisão”. Veja: b2) y 4 3 2 x 14 Dica do Prof. Tomio! Para encontrar a derivada de funções [utilizando as regras e a tabela], seguiremos basicamente três passos: 1) identificar a(s) função(ões) a ser(em) derivada(s) e observar se é necessário “preparar” a expressão para melhor adaptála à(s) regra(s) de derivação correspondente(s). 2) realizar a operação de derivação através da(s) regra(s), observando atentamente cada procedimento. 3) simplificar e organizar a expressão o máximo possível. Resumidamente, temos: 1) identificar função / prepará-la, se necessário. 2) derivar através da(s) regra(s). 3) simplificar a expressão. Para descontrair [se puder] com o Calvin... Página 17 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO REGRA DA CADEIA [Para Funções Compostas] Inicialmente, vamos relembrar de forma simples e breve, o conceito de composição de funções através de um exemplo. Veja: Sejam as funções por f ( x) x 5 6 e g ( x) 2 x 3 4 . Vamos encontrar a função composta de f com g , que é indicada f ( g ( x)) . Assim: Notação: A função composta f ( g ( x)) , também pode ser representada por f g ou ainda por ( f g )(x) . Como se lê: f ( g ( x)) f composta com simplesmente f g f g ou f de g (x) . composta com simplesmente g ou f bola g . Observação: Com as funções f e g também podemos gerar outras funções compostas, tais como: g ( f ( x)) , f ( f ( x)) , f ( g ( f ( x))) , entre outras. Agora... Em muitas situações, a taxa de variação de uma grandeza pode ser expressa como um produto de outras taxas. Por exemplo, um automóvel que esteja viajando a 80 km / h e o consumo de gasolina a esta velocidade seja de 0,1 / km . Para calcularmos o consumo de gasolina, em litros por hora, basta multiplicarmos as duas taxas em questão. Veja: 0,1 km 80 km h 8 /h Atente que, na situação acima, multiplicamos duas taxas de variação do problema para encontrar a taxa de variação de interesse. Essa expressão é um caso particular de uma regra importante conhecida como Regra da Cadeia. A partir dessa “ideia”, podemos diferenciar [derivar] funções compostas, aplicando o processo de diferenciação [derivação] separadamente nas funções que compõem essa função composta. Assim: A Regra da Cadeia: f e g forem diferenciáveis [deriváveis] e a função composta de f com g definida por y f ( g ( x)) , então y é diferenciável e y é dada pelo produto: Se y f ( g ( x)) g ( x) Na notação de Leibniz, se y f (u ) e u g (x) forem funções deriváveis, então: dy dx dy du du dx Reflita: O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta. [Benjamim Franklin] Página 18 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Exemplo: 1) Calcule a derivada de y (2 x 3 4) 5 6 utilizando a regra da cadeia. 2) Utilizando a regra da cadeia, determine dy para y tg [5 sen(2t )] . dt Para descontrair... Coleção: As Melhores Tiras – Cebolinha / Autor: Maurício de Souza / Editora: Globo Página 19 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO APLICAÇÕES DE DERIVAÇÃO: Taxas de Variação A abordagem deste tema se dará através da resolução e discussão de situações-problema, dadas a seguir. 1) Um copo de limonada a uma temperatura de 40º F é colocado em uma sala com temperatura constante de 70º F . Considerando um princípio da Física, denominado Lei de Resfriamento/Aquecimento de Newton, pode-se mostrar que, se a temperatura da limonada atingir 52º F em uma hora, então a temperatura T da limonada como função do tempo 0, 5t decorrido é modelada aproximadamente pela expressão T (t ) 70 30.e , onde T é dado em º F e t , em horas. Responda: a) Qual a fórmula que define a taxa de variação [instantânea] da temperatura b) Qual a taxa de variação quando t 1 e t 5 c) Represente graficamente a função T em relação ao tempo t? horas? [Explique o significado dos resultados encontrados] T (t ) . 2) Analistas de produção verificaram que, em uma determinada fábrica montadora, o número de peças produzidas nas primeiras x horas diárias de trabalho é dado por: 50.( x 2 x) , f ( x) 200.( x 1) , para 0 x 4 para 4 x 8 Pergunta-se: a) Qual a razão de produção (em peças por hora) ao final de 3 horas de trabalho? b) E ao final de 7 horas? c) Quantas peças são produzidas na oitava hora de trabalho? Página 20 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO APLICAÇÕES DE DERIVAÇÃO: Problemas de Reta Tangente à Curva Já fizemos uma abordagem deste tema no momento em que estudamos a derivada de uma função através da sua definição. Com o objetivo de relembrar e fixar alguns conceitos, vamos resolver e discutir os problemas dados a seguir. 1) Dada a função f ( x) x 2 6 x 5 , determine: f (x) no ponto em que x 5 . [veja observação abaixo] f (x) no ponto em que x 5 . c) o coeficiente angular da curva f (x) no ponto em que x 0 . d) o ponto de f (x) em que a reta tangente a essa curva é horizontal. a) o coeficiente angular da reta tangente à curva b) a equação da reta t tangente à curva Observação: Para simplificar o texto, poderemos escrever a questão 1(a) assim: Determine o coeficiente angular da curva f (x ) no ponto 2) Dada a função a) a derivada dy dx y x 5. sen ( x) , determine: x . b) o coeficiente angular da curva no ponto em que x 0. c) o que se pode concluir com o resultado encontrado em (b)? Nota: Os gráficos acima foram plotados no Maple 13. Página 21 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Regras e Técnicas de Derivação [Usando a Tabela de Derivadas] 1) Determine a derivada das funções dadas a seguir [as respostas estão na coluna da direita]. 5 f ( x) (2 x 1) 2 y Página 22 de 47 3x 2 5 . 5 ( x 3 1) 6 3x 2 2x 1 4 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO y 3 sec(3x) tg (3x) y e x sen (e x ) Curiosidade: Dizem que nenhum pedaço de papel pode ser dobrado ao meio mais de 7 vezes. Será verdade? Página 23 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 2) Calcule a derivada das funções e encontre a taxa de variação indicada [as respostas estão na coluna da direita]. a) A(r ) . r 2 b) y (3x 5 1)(2 x 4 ) A(r ) 2. . r A(10) ? dy dx e A(10) 20 dy 27 x 8 30 x 4 4 x 3 dx ? x 1 c) f ( x) 2 x. e x f (6) ? f ( x) 2. e x (1 x) d) h( x ) x2 2x 3 h(0) ? h( x) e) y dy dx dy e x (1 x) 2 dx (1 x 2 ) 2 ex 1 x2 ? x 1 7 (2 x 3) 2 f) g ( x) 3 5 5 4 x x g (1) ? g ( x) g) y ( x) x 1 (3x 2 6 x) x2 y (0) ? y ( x) 12 25 6 x5 x dy dx 1 x 1 f (6) 14. e 6 e h(0) e e e 7 9 dy dx x 1 e g (1) 37 0 6 x 3 27 x 2 36 x 12 ( x 2) 2 e y (0) 3 3) Derive as funções dadas a seguir, aplicando a Regra da Cadeia [as respostas estão na coluna da direita]. 2x x 3 a) f ( x) ln ( x 2 3) f ( x) b) g ( x) sen (4 x) g ( x) 4 cos (4 x) c) h(t ) cos (8t 2 ) h(t ) 16t . sen (8t 2 ) d) y 2 ln(2t 1) dy 4 dt 2t 1 e) y e 5 x dy 5. e 5 x dx f) f (t ) (t 2 3) 4 df 8t.(t 2 3) 3 dt g) y 3x 1 y 4) Em quais pontos do gráfico da função 1 3 y x3 x 2 2x 3 2 2 3 2. 3x 1 é possível traçarmos uma reta tangente horizontal a essa curva? Utilize um software gráfico para “visualizar” a resposta. Resposta: Os pontos procurados são: Página 24 de 47 5 1 , 6 e 2 2 , . 3 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Aplicações de Derivação: Taxas de Variação 1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t3 + t2 – 2t + 3 [com S em metros e t em segundos]. Determinar a velocidade no instante t = 5 s. 2) [Queda livre em Júpiter] A equação para a queda livre na superfície de Júpiter é S = 11,44t2 , com S em metros e t em segundos. Suponha que uma esfera de aço seja largada do topo de um penhasco de 300m de altura. Determine a velocidade [em km/h], quando t = 3 s. 3) [FLEMMING / Adaptada] Uma região X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por: N (t ) 64 t t3 3 A representação gráfica desse fenômeno se encontra ao lado. Pergunta-se: t 4? b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t 8 ? a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia em 8 dias? d) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no 8º dia? 4) A população inicial de uma colônia de bactérias é obedece a lei: 10.000 . Depois de t horas, a colônia terá a população P(t ) que P(t ) 10.000 (1,2) t . a) Qual o número de bactérias depois de 10 horas? b) Encontre a lei que dá a variação da população P em relação ao tempo c) Determine essa variação instantânea da população quando t 10 t. horas. 5) Uma partícula se move segundo a equação S(t) = t3 – 2t2 + 5t – 1, sendo S medido em metros e t em segundos. Em que instante a sua velocidade vale 9 m/s? 6) Mariscos Zebra são mariscos de água doce que se agarram a qualquer coisa que possam achar. Apareceram primeiro no Rio St. Lawrence no começo da década de 80. Estão subindo o rio e podem se espalhar pelos Grandes Lagos. Suponha que numa pequena baía o número de mariscos zebra ao tempo t seja dado por Z (t ) 300t , onde 2 t é medido em meses desde que esses mariscos apareceram nesse lugar. Assim: a) Quantos mariscos zebra existirão na baía depois de quatro meses? b) A que taxa a população está crescendo em quatro meses? 7) Um reservatório de água está sendo esvaziado e a função V (t ) 200(30 t ) presente no reservatório no tempo t [em minutos], com 2 indica o volume [em litros] de água 0 t 30 . Pergunta-se: a) Qual a quantidade de água existente no reservatório depois de 8 minutos de escoamento? b) A que taxa o volume de água do reservatório varia após 8 minutos? c) Qual a taxa média de variação do volume de água durante os primeiros 8 minutos? 8) Sabe-se que o volume V de um cubo é função de seu lado. Assim, determine a taxa de variação do volume em relação ao lado quando este mede 5 uc. [Nota: pense em como você indicará a unidade da taxa de variação] Página 25 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 9) [FLEMMING] Numa granja experimental, constatou-se que uma ave em desenvolvimento pesa, em gramas: 1 20 (t 4) 2 , para 0 t 60 w(t ) 2 24,4t 604 , para 60 t 90 , onde t é medido em dias. a) Qual a razão do aumento do peso da ave quando t = 50 dias? b) Quanto esta ave aumentará no 51º dia? c) Qual a razão de aumento de peso quando t = 80 dias? 10) Um paraquedista salta de um avião. Supondo que a distância que ele cai, antes de abrir o paraquedas, é de S (t ) 986(0,835t 1) 176t , onde S está em pés e paraquedista quando t 15 t em segundos; calcule a velocidade instantânea (em m/s) do segundos. Observação: 1 pé = 0,3048 m. 11) De uma pequena comunidade se obteve uma estimativa que, daqui a P(t ) 20 5 t 1 t anos, a sua população será de milhares de pessoas. Daqui a 18 meses, qual será a taxa de variação da população desta comunidade? 12) Certa imobiliária aluga salas comerciais por R$ 600,00 mensais. Este aluguel sofre um reajuste mensal de 2%. Calcule a taxa de variação do aluguel daqui a 10 meses. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) 83m/s 2) v(3) = 247,104 km/h 3a) N’(4) = 48 pessoas atingidas/dia 3b) N’(8) = 0 pessoas atingidas/dia 3c) N(8) 341 pessoas 4a) P(10) = 61917 bactérias 4b) P’(t) 1823.(1,2)t 4c) P’(10) = 11288 bactérias/hora 5) t = 2 s 6a) Z(4) = 4800 mariscos 7a) V(8) = 96.800 6b) Z’(4) = 2400 mariscos/mês 7b) V’(8) = – 8800 /min 7c) Vm = –10400 /min 8) V’(5) = 75 ua/uc 9a) w’(50) = 54 g/dia 9b) w(51) – w(50) = 54,5 g 9c) w’(80) = 24,4 g/dia 10) v(15) 164,1 pés/s 50 m/s 11) P’(1,5) = 800 pessoas/ano 12) aprox. 14,48 reais/mês Para descontrair com o Calvin… Página 26 de 47 3d) N(8) – N(7) 8 pessoas IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Aplicações de Derivação: Problemas de Reta Tangente à Curva y x 4 2 x 2 2 e seu gráfico representado abaixo. 1) Seja a função y a) Determine dy . dx b) Calcule dy dx e x 1 / 2 dy dx . x 3 / 2 c) Qual o significado geométrico dos valores encontrados no item (b)? d) Encontre os valores de x , para os quais dy dx 0. x e) O que os valores de x , encontrados no item (d), representam geometricamente? NOTA: Com o objetivo de simplificar o “texto”, onde escrevemos: “o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto P”, escreveremos: “o coeficiente angular da curva no ponto P”. 2) Determine: 1 no ponto em que x 3 . x 1 1 b) para qual valor de “ x ”, o coeficiente angular da curva y será ? 4 x 1 c) o coeficiente angular da curva y no ponto em que x a e avalie o seu sinal [quando será positivo e/ou x a) o coeficiente angular da curva y negativo]. Observação: represente graficamente a função y 1 para avaliar melhor seus resultados. x 3) Determine a equação da reta tangente à curva f ( x) 2 x 2 3 no ponto P(2 , 11) . 4) Determine a equação da reta tangente à curva f ( x) sen ( x) no ponto Q( , 0) . 5) Mostre [através do processo de derivação] que a abscissa do vértice de uma parábola qualquer y ax bx c pode 2 ser encontrada através da fórmula xV b . 2a RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 2a) dy 4x3 4x dx m 1 9 3) y 8 x 5 1b) dy dx 2b) Para 4) x 1 / 2 3 2 dy dx e x 2 ou x 2 x 3 / 2 15 2 2c) y x Página 27 de 47 1d) {1, 0 , 1} m 1 a2 1c–1e) Resposta teórica e m será negativo para a R * IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO DERIVADAS SUCESSIVAS [Derivadas de Ordem Superior] As derivadas sucessivas [ou de ordem superior] têm diversas aplicações. Algumas delas estão na: Construção e Interpretação de Gráficos; Otimização de Funções [Máximos e Mínimos]; Cálculo Avançado [Equações Diferenciais, Séries, etc.]; Física Superior, Áreas Aplicadas da Tecnologia/Engenharia, entre outras. Neste momento, vamos abordar o tema através de alguns exemplos. Veja: f ( x) x 5 3x 2 3 , determine sua derivada de 6ª ordem. 1) Dada a função polinomial de 5º grau: Notações: f (x) f (x) y dy dx 2 f (x) d y dx 2 3 f (x) d y dx 3 4 f ( 4) ( x) d y dx 4 5 f ( 5) ( x) dx 2) Sendo y 2 ln(x) , determine d4y dx 4 Lembre-se da similaridade das notações: d y 5 n f . (n) ( x) d y dx y (n) f (n) dn f dny ( x) dxn dxn Página 28 de 47 Dxn f D n f ( x) n IFSC / Cálculo I 3) Determine Prof. Júlio César TOMIO Dx27 (cos x) , ou seja, para y cos ( x) , encontre y ( 27) . S (t ) 2t 3 10t 2 8t 5 de um móvel em certa trajetória [no SI], determine a sua velocidade, aceleração e arranque, no instante t 3 s. 4) Dada a função horária das posições Nota: o arranque [também chamado de arranco ou de sobreaceleração] é a taxa de variação da aceleração em relação ao tempo. No SI, sua unidade é o m/s3. A letra [símbolo] utilizada para representá-lo é o “j” [Jota], provavelmente oriundo da palavra inglesa “jerk” que tem significado similar. Reveja as Notações: dS v(t ) dt Velocidade: v(t ) S (t ) Aceleração: a(t ) S (t ) a(t ) v(t ) S (t ) d 2S a (t ) dt 2 Arranque: j (t ) S (t ) j (t ) a(t ) v(t ) S (t ) d 3S dt 3 Página 29 de 47 j (t ) IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Utilizando derivadas para encontrar [calcular] LIMITES A REGRA DE L'HOPITAL [ou L'Hôspital] Ocorrendo, em limites, a forma indeterminada lim x a 0 0 ou f ( x) f ( x) f ( x) lim lim x a g ( x) x a g ( x) g ( x) , então: até que “desapareça” a indeterminação! Nota: aR ou a . Caso ocorra, num limite, uma das outras 5 indeterminações: , 0 , 0 , , 1 , poderemos “transformá-la” 0 em 0 ou para então aplicarmos a regra de L’Hopital, caso seja de interesse. 0 Exemplos: Calcule os limites: a) lim 2x e 1 b) lim x sen( x) x3 c) lim x2 x 6 x 2 3x 2 d) x 0 x 0 x 2 lim x x ln x 2 x Página 30 de 47 0 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Derivadas Sucessivas [Derivadas de Ordem Superior] + Regra de L'Hopital 1) Encontre as derivadas primeira e segunda das funções dadas a seguir. a) e) b) f) c) g) d) h) 2) Determine 3) Se 4) Se para . , encontre , encontre 5) Encontre uma fórmula para 6) Determine . . . Nota: Você poderá optar por utilizar, em algum momento, a relação: sabendo que: . . 7) Encontre um polinômio de 2º grau , tal que , e . 8) Dois móveis têm seus movimentos sobre uma mesma trajetória retilínea, dados pelas equações e . Determine as velocidades e as posições desses móveis quando as suas acelerações forem iguais. Considere em metros e em segundos. 9) Num equipamento automatizado, um dispositivo móvel descreve uma trajetória definida pela equação centímetros e 10) Seja em segundos]. Determine a velocidade e a aceleração do dispositivo após se deslocar . Verifique que: 11) A equação e . Para que valores de [ em cm. . é chamada equação diferencial pois envolve a função desconhecida , a função satisfaz a equação diferencial em questão? 12) Um objeto preso a uma mola vertical tem função posição dada por oscilação e é uma constante. Assim: , onde a) Encontre a velocidade e a aceleração como função do tempo. b) Mostre que a aceleração é proporcional ao deslocamento . c) Mostre que a velocidade é máxima quando a aceleração é zero. 13) Calcule os limites [caso existam] aplicando a regra de L'Hopital, adequadamente. a) b) c) d) Página 31 de 47 – e suas derivadas é a amplitude de sua IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO e) f) g) h) – i) j) k) l) Observação: O limite da letra [k]: na forma: forma – pode aparecer, principalmente em livros de origem norte-americana, . Lembre-se que a maioria das calculadoras científicas apresenta a função . Ambas representam a função inversa de na . Fique ligado! 14) Mostre, através da aplicação da regra de L'Hopital, que os limites fundamentais: a) 15) Prove que c) – b) para todo inteiro positivo. Note que isso mostra que a função exponencial tende mais rapidamente ao infinito que qualquer potência de . 16) Se um montante inicial de dinheiro investimento após anos será: for investido a uma taxa de juros composta vezes ao ano, o valor do Se fizermos , chamamos isso de juros compostos contínuos. Use a regra de L'Hopital para mostrar que se os juros forem compostos continuamente, então o montante após anos será: RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 1b) e e 1c) e 1d) 1e) e 1f) e 1g) e 1h) e e 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 12a) e com e e 11) e 13a) 13b) 13c) 13d) 13e) 13f) 13g) 13h) 13i) 13j) 13k) 13l) As Origens da Regra de L'Hopital: A regra de L'Hopital foi publicada pela primeira vez em 1696, no livro Analyse des Infiniment Petits, do matemático Guillaume François Antoine, o Marquês de L'Hopital, mas na verdade ela foi descoberta em 1694 pelo matemático suíço John (Johann) Bernoulli. Uma explicação para esse fato é que esses dois matemáticos fizeram um curioso acordo, que dava ao Marquês de L'Hopital os direitos das descobertas de Bernoulli. Entretanto, parece não existir um consenso sobre a história do tal “acordo”. Baseado num texto de: STEWART, James. Cálculo. v.1. 5. ed. São Paulo: Thomson, 2006. Página 32 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO DIFERENCIAÇÃO OU DERIVAÇÃO IMPLÍCITA [Notas de Aula] Introdução: Funções Explícitas: y x 5 14x 2 3 f ( x) 3x 2 1 g ( x) x sen ( x) Funções Implícitas: y y x x x 2 y 2 25 y 5 3x 2 y 2 5 x 4 12 y y x x x 3 y 3 6 xy [Fólio de Descartes] [Forma Polar: Outros exemplos: y 3 sen ( x 2 y) y e 3 x y 4 2 xy 3. ln( y) sen ( x) 1 ( x 2 y 2 ) 3 9( x 2 y 2 ) 2 Página 33 de 47 r 3 cos (2 ) ] IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Exemplos: 1) Derive as expressões dadas a seguir: a) 3x 2 y 12 0 b) x 2 y 2 25 Tópico Extra! [b1] Derive explicitamente as c) xy 1 d) x 3 y 3 6 xy e) funções de x 2 y 2 25 . [b2] Determine o coeficiente angular da reta tangente à curva x 2 y 2 25 no ponto em que x 3 , do 1º quadrante. y 3 sen ( x 2 y) y e 3 x Espaço para Anotações: Para refletir: A Álgebra é generosa; ela frequentemente contribui com mais do que foi pedido. Jean le Rond d’ Alembert (1717-1783) In Carl B. Boyer: A History of Mathematics [Wiley, 1968, p. 481] Página 34 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Derivação Implícita 1) Determine implicitamente a derivada a) das funções dadas a seguir. [] b) h) [] i) c) j) d) k) e) l) f) m) g) n) [] Construa o gráfico das funções indicadas utilizando um software adequado! [] é conhecida como curva do diabo! [] 2) Dada a equação , chamada Quártica Especial de Lamé [sendo, às vezes, apelidada de círculo gordo], determine e e utilize um software para representá-la graficamente, confirmando seu singelo “apelido”. Ao final da aula de cálculo, o professor pergunta: alguma dúvida? RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 1b) 1c) 1d) 1e) 1f) 1g) 1h) 1i) 1j) 1k) 1l) 1m) – 1n) – 2) e Para refletir: A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo. (Lair Ribeiro) Página 35 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Resolução do Exercício 2 – Derivação Implícita x 4 y 4 16 Calculando a 1ª derivada: 4 x 3 4 y 3 y 0 Derivação Implícita em relação à variável x. 4 y 3 y 4 x 3 y 4x3 4 y3 x3 y 3 y Logo, a 1ª derivada é: x y y 3 Calculando a 2ª derivada: Inicialmente, vamos “preparar” a expressão y x 3 y x3 y3 para facilitar o cálculo da 2ª derivada. Assim: 1 y3 y x 3 . y 3 Agora, fazendo a Derivação [pela Regra da Multiplicação] y ( 3x 2 ).( y 3 ) ( x 3 ).(3 y 4. y ) y 3x 2 y 3 3x 3 y 4.( y) Lembre-se que: y x 3. y 3 y 3x 2 y 3 3x 3 y 4 .( x 3. y 3 ) y 3x 2 y 3 3x 6 y 7 y 3x 2 1 1 3x 6 7 3 y y y 3x 2 3x 6 y3 y7 Tirando o MMC y 3x 2 y 4 3x 6 y7 Note que: x 4 y 4 16 de y3 e y7 y 4 16 x 4 3x 2.(16 x 4 ) 3x 6 y y7 y 48 x 2 3x 6 3x 6 y7 48 x 2 y y7 Logo, a 2ª derivada é: Página 36 de 47 y 48 x 2 y7 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO CONSTRUINDO E INTERPRETANDO GRÁFICOS ATRAVÉS DE DERIVADAS [Máximos e Mínimos] Relembrando... O que o valor da derivada nos diz quando analisamos graficamente uma função? Considere uma função f(x). Onde f’ é positiva [f’ > 0], a reta tangente ao gráfico de f(x) está “subindo”. Onde f’ é negativa [f’ < 0], a reta tangente ao gráfico de f(x) está “descendo”. Onde f’ é nula [f’ = 0], a reta tangente ao gráfico de f(x) não está “subindo e nem descendo”, está na horizontal. Assim, temos que o sinal de f’ nos diz se f(x) é crescente ou decrescente. Logo: Se f’ > 0 em um intervalo, então f é crescente nesse intervalo. Se f’ < 0 em um intervalo, então f é decrescente nesse intervalo. Se f’ = 0 em um intervalo, então f é constante nesse intervalo. Além disso, o valor absoluto da derivada nos dá a taxa de variação. Logo, se f’ é grande em módulo (positiva ou negativa), então o gráfico de f(x) é bastante inclinado (para cima ou para baixo), enquanto, se f’ é pequena em módulo, o gráfico de f(x) tem inclinação “mais suave” (mais próximo da horizontal). Com isso em mente, podemos entender melhor o comportamento de uma função através do comportamento de sua derivada. y y Derivadas Positivas Derivadas Negativas x x Texto acima adaptado do Livro: HUGUES-HALLETT, Deborah et al. Cálculo de uma Variável. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. Pontos Críticos Seja f(x) uma função definida no intervalo fechado [ a , b ] definida pelo gráfico abaixo. Vamos identificar, através dos valores de “x”, os pontos críticos, os extremos relativos e os extremos absolutos. Y Página 37 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Os pontos críticos de uma função são aqueles em que a derivada é zero ou que a derivada não existe. Esses pontos podem ser extremos relativos, ou ainda, pontos de inflexão, ou mesmo, “bicos” no gráfico. Pontos Críticos: f ( x) 0 : x1 , x2 , x4 , x6 , x7 f (x) : x3 , x5 , x8 Nota: O ponto de uma curva em que a função muda sua concavidade é chamado ponto de inflexão. Extremos Relativos: [Local] Valores Máximos Relativos: Valores Mínimos Relativos: f(x4) e f(x6) f(x2) , f(x5) e f(x7) Extremos Absolutos: [Global] Valor Máximo Absoluto: Valor Mínimo Absoluto: f(a) f(x5) Observe, no gráfico, que o valor mínimo relativo f(x2) é MAIOR do que o valor máximo relativo f(x6). Considere também que os pontos críticos da função em: x1 , x3 e x8 NÃO representam um extremo relativo. Fonte: http://www.uff.br/webmat/Calc1_LivroOnLine/Cap15_Calc1.html [i] Critério da Derivada Primeira: a) Para determinar quais são os extremos relativos de uma função f (x) , devemos encontrar os valores para os quais a derivada de uma função é igual a zero, ou seja, f ( x) 0 . Veja o esquema abaixo: c b) Para determinar se os extremos relativos de uma função f (x) são valores de máximo ou de mínimo, analisamos: – + f (x) é decrescente f ( x) 0 para x c f (x) é crescente Logo, f (x) tem mínimo relativo em c c + f ( x) 0 para x c – c f ( x) 0 para x c f (x) é crescente f ( x) 0 para x c f (x) é decrescente Logo, f (x) tem máximo relativo em c [ii] Critério da Derivada Segunda: P Note que no exemplo ao lado, em ambos os lados do ponto P, o gráfico da função é crescente, mas à esquerda de P a concavidade está para baixo e à direita de P a concavidade está para cima. O ponto em que uma função muda sua concavidade é chamado ponto de inflexão, nesse caso, o ponto P. Página 38 de 47 IFSC / Cálculo I Assim: Prof. Júlio César TOMIO a) Para determinarmos o(s) ponto(s) de inflexão [caso exista(m)], devemos encontrar o(s) ponto(s) em que a derivada segunda se anula, ou seja, f ( x) 0 . b) Para determinar a concavidade de uma função, ou seja, se a função é côncava para cima ou côncava para baixo, num dado intervalo, analisamos: y Com f (x) crescendo, a função f (x) é côncava para cima [nesse intervalo] x y Com f (x) decrescendo, a função f (x) é côncava para baixo [nesse intervalo] x Então, concluímos que: Se f ( x) 0 então a curva de f (x) é côncava para cima. Se f ( x) 0 então a curva de f (x) é côncava para baixo. Exemplos: 1) Avalie os pontos críticos e as concavidades das funções: a) f ( x) x 2 6 x 10 b) g ( x) x 3 1 Página 39 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 2) Construa o gráfico da função f ( x) x 3 3x 2 4 e identifique os pontos críticos. Note que: 3 2 lim ( x 3x 4) x Revisando: Página 40 de 47 e 3 2 lim ( x 3x 4) . x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Construindo e Interpretando Gráficos Através de Derivadas 1) Construa o gráfico da função f ( x) x 3 3x 3 , indicando os extremos relativos e os pontos de inflexão. 2) Construa o gráfico da função f ( x) x 4 2 x 2 2 , indicando os extremos relativos e os pontos de inflexão. 3) Construa o gráfico da função g ( x) x 4 4 x 3 10 , indicando os extremos relativos e os pontos de inflexão. 4) Construa o gráfico da função h( x) 64x x3 , determinando todos os pontos críticos. 3 5) Construa o gráfico da função y ( x 2 3). e x , indicando os extremos relativos e o ponto de inflexão. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) 2) 3) 4) 5) Para refletir: As ciências têm as raízes amargas, porém os frutos são doces. [Aristóteles] Página 41 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO [MÁXIMOS E MÍNIMOS] EXEMPLO 1: Quais devem ser as dimensões [em cm] de uma lata com capacidade de 1 litro e com a forma de um cilindro reto, de modo que se utilize o mínimo de material? Observação: Ignore a espessura do material e o ‘desperdício’ na fabricação. Eu estava furioso por não ter sapatos; então encontrei um homem que não tinha pés e me dei por muito satisfeito. [Provérbio Chinês] Página 42 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXEMPLO 2: Suponha que, numa empresa, a receita seja definida por R( x) 9 x e que o custo de produção seja definido por C ( x) x 3 6 x 2 15 x , ambos em reais, onde “x” representa milhares de unidades de um produto. Qual o nível de produção que maximiza o lucro? Dica do Prof. Tomio! Na resolução dos problemas de otimização, você deve “montar” uma função [obviamente, respeitando os dados do problema] em que a variável dependente [costumamos representá-la por “y”] é aquela que representa a grandeza do problema que necessitamos otimizar, ou seja, calcular o seu valor máximo ou mínimo. Página 43 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Problemas de Otimização [Máximos e Mínimos] 1) Uma caixa aberta deve ser feita com uma folha de papelão, medindo 8 cm de largura por 15 cm de comprimento, cortando-se quadrados iguais dos 4 cantos e dobrando-se os lados. Qual deve ser o tamanho dos quadrados cortados para a obtenção de uma caixa com o máximo volume? 2) Um terreno retangular é cercado por 1500 m de cerca. Quais as dimensões desse terreno para que a sua área seja a maior possível? E qual a área máxima? 2 3) [ROCHA] Um tipógrafo quer imprimir diplomas retangulares com 512 cm de texto impresso, margens superior e inferior de 6 cm e margens laterais de 3 cm cada uma. Quais as dimensões da folha para minimizar o gasto de papel? 4) Uma área retangular está limitada por uma cerca de arame em três de seus lados e por um rio reto no quarto lado. Ache as dimensões do terreno de área máxima que pode ser cercado com 1.000 m de arame. 5) [ANTON] Um terreno retangular deve ser cercado de duas formas. Dois lados opostos devem receber uma cerca reforçada que custa R$ 3,00 o metro, enquanto os outros dois restantes recebem uma cerca-padrão de R$ 2,00 o metro. Quais são as dimensões do terreno de maior área que pode ser cercado com R$ 6.000,00? 6) O rio da figura a seguir tem uma largura de 100m e o ponto C está deslocado de 400m do ponto A, na outra margem. Deseja-se ir do ponto A ao ponto C, fazendo o percurso AB remando e depois BC correndo pela margem. Sabendo que se pode remar a 40m/min e correr a 100m/min, qual deve ser o valor do segmento “BC” para que essa travessia seja feita no menor tempo possível? Qual é o menor tempo que será gasto para executar tal travessia? Lembre-se que: V S t 3 7) [ANTON] Um recipiente em forma de paralelepípedo com base quadrada deve ter um volume de 2.250 cm . O material 2 2 para a base e a tampa do recipiente custa R$ 2,00 por cm e o dos lados R$ 3,00 por cm . Quais as dimensões do recipiente de menor custo? 8) Uma lata cilíndrica fechada tem capacidade de 1 litro. Mostre que a lata de área mínima é obtida quando a altura do cilindro for igual ao diâmetro da base. 9) Um grupo de escoteiros possui uma peça de lona circular de 3 m de raio. Cortando-se um setor circular pode-se construir uma tenda de forma cônica. Quais as dimensões da tenda para que seu volume seja máximo? 2 10) Uma folha de papel para um cartaz tem 2 m de área. As margens no topo e na base são de 25 cm e nas laterais 15 cm. Quais as dimensões da folha para que a área limitada pelas margens seja máxima? 11) Um fazendeiro tem 200 bois, cada um pesando 300kg. Até agora ele gastou R$ 380.000,00 para criá-los e continuará gastando R$ 2,00 por dia para manter cada boi. O gado aumenta de peso a uma razão de 1,5 kg/dia. Seu preço de venda hoje é R$ 18,00 o quilograma, entretanto o preço cai 5 centavos por dia. Quantos dias deveria o fazendeiro aguardar para ter o maior lucro possível? Página 44 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 12) [ANTON] Ache o raio e a altura de um cilindro circular reto com o maior volume, o qual pode ser inscrito em um cone reto com 10 cm de altura e 6 cm de raio. 13) Dois terrenos retangulares, com dimensões x e y e um lado comum x, como mostra a figura, devem ser murados. Cada 2 terreno tem uma área de 400 m . Determinar as dimensões de cada terreno para que o comprimento do muro seja o menor possível. 14) Certa fábrica produz embalagens retangulares de papelão. Um de seus compradores exige que as caixas tenham 1 m 3 de comprimento e volume de 2 m . Quais as dimensões de cada caixa para que o fabricante use a menor quantidade de papelão? 15) [FLEMMING] Um retângulo é inscrito num triângulo retângulo de catetos medindo 9 cm e 12 cm. Encontre as dimensões do retângulo com maior área, supondo que a sua posição é dada na figura ao lado. 3 16) Um agricultor deseja construir um reservatório cilíndrico, fechado em cima, com capacidade de 6.280 m . Sabendo 2 que o custo da chapa de aço é de R$50,00 o m , determine: a) o raio e a altura do reservatório de modo que o custo seja mínimo; b) o custo mínimo. 3 2 17) [FERREIRA] Sendo 5.832 cm o volume de um reservatório de água sem tampa com base quadrada, R$ 3,00 por cm o 2 preço do material da base e R$ 1,50 por cm o valor do material para os lados, calcule as dimensões desse reservatório de modo que o custo total do material seja mínimo. 18) Uma forma líquida de penicilina produzida a granel por uma indústria farmacêutica, é vendida a granel a um preço de 2 R$ 200,00 a unidade. Se o custo total de produção para “x” unidades for C(x) = 500.000 + 80x + 0,003x e se a capacidade de produção da fábrica for, de no máximo, 30.000 unidades por mês, quantas unidades de penicilina devem ser fabricadas e vendidas nesse período para que o lucro seja máximo? E qual o valor do lucro máximo? 19) Uma certa indústria vende seu produto por R$ 100,00 a unidade. Se o custo da produção total diária, em R$, para “x” 2 unidades for C(x) = 0,0025x + 50x + 100.000 e se a capacidade de produção mensal for, de no máximo, 15000 unidades, quantas unidades desse produto devem ser fabricadas e vendidas mensalmente para que o lucro seja máximo? 20) [FLEMMING] Uma fábrica produz “x” milhares de unidades mensais de um determinado artigo. Se o custo da produção 3 2 2 desta fábrica é dado por C = 2x + 6x + 18x + 60, e o valor obtido na venda é dado por V = 60x – 12x , determinar o número ótimo de unidades mensais que maximiza o lucro L = V – C. Página 45 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 21) Suponha que o número de bactérias em uma cultura no instante “t” é dada por N = 5000.(25 + t.e número de bactérias durante o intervalo de tempo: 0 t 100. –t/20 ). Ache o maior 22) [MUNEM] Uma centena de animais pertencendo a uma espécie em perigo estão colocados numa reserva de proteção. Depois de “t” anos a população “p” desses animais na reserva é dada por p 100 t 2 5t 25 t 2 25 . Após quanto tempo a população será máxima? 3 23) Um tanque para peixes, de base quadrada, deve ser construído de forma que seu volume seja 2500 m . O material do 2 2 fundo do tanque (base) vai custar R$ 1200,00 por m e o material das paredes (laterais), R$ 980,00 por m . Encontre as dimensões do tanque de modo que o custo material seja mínimo. 24) Um cilindro deve ser fabricado para conter 6 litros. Que medidas [raio e altura] devem ter esse cilindro para custar o mínimo possível, sabendo que: 2 2 O material do fundo custa R$ 5,00/dm ; O material da lateral custa R$ 3,00/dm ; 2 3 O material da tampa custa R$ 2,00/dm ; 1 litro = 1 dm . 2 25) Um clube campestre será construído, tendo uma área de 12.100 m . A prefeitura exige que exista um “pedaço” livre, com 25m na frente, 20m nos fundos e 12m em cada lado do terreno. Encontre as dimensões do lote [retangular] que tenha área mínima na qual possa ser construído esse clube. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 01) 5/3 cm 14) Largura = altura = 02) 375 m por 375 m e 140.625 m 2 m 15) 4,5 cm por 6 cm 03) 22 cm por 44 cm 16a) r = 10 m e h = 20 m 04) 250 m por 500 m 17) Base de 18 cm por 18 cm e altura de 18 cm 05) 500 m por 750 m 18) 20.000 unidades e R$ 700.000,00 06) x = 356,36 m e t = 6,29 min 19) 10.000 unidades 07) Base de 15 cm por 15 cm e altura de 10 cm 20) 1.000 unidades 08) h = 2r = 10,8 cm 21) t = 20 N 161.788 bactérias 09) r = m e h= 16b) R$ 94.200,00 22) Após 5 anos m 10) 1,09 m por 1,83 m 23) 15,98 m e 9,79 m 11) 66,67 dias 24) r = 0,935 dm e h = 2,185 dm 12) r = 4 cm e h = 10/3 cm 25) 104,33 m por 195,62 m 13) x = m e y= m Para descontrair! [se puderes] Página 46 de 47 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO TABELA DE DERIVADAS Considere: u u( x ) , v v( x ) , Propriedade da Linearidade: y' dy dx u' e du dx e ainda “k” e “a” como constantes d d d (k u v ) k (u) (v) dx dx dx Fórmulas: 1) y k y' 0 11) y senu y ' u ' cos u 2) y k u y' k u' 12) y cos u y ' u ' sen u 3) y u y ' u 1 u ' 13) y tg u y ' u ' sec 2 u 4) y au , a 1 e a 0 y ' ln a au u ' 14) y cotg u y ' u ' cosec 2 u 5) y eu y ' eu u ' 15) y sec u y ' u ' tg u sec u 6) y log a u y' 1 u' ln a u 16) y cosec u y ' u ' cotg u cosec u 7) y ln u y' u' u 17) y arcsenu y' y' u.v' v.u' 18) y arctg u y' v.u' u.v' v2 19) y senh u y ' u ' coshu 20) y cosh u y ' u ' senhu 8) y u . v 9) y u v 10) y uv Função Composta: y' y ' v uv 1 u ' uv ln u v ' Se u u (x) e x x(t ) , então: du dt du dx dx dt 1 1 u2 u' 1 u' 1 u2 [Regra da Cadeia] dy Função Paramétrica: Se y y(t ) e x x(t ) , então: dy dx dt dx dt Função Inversa: Se y f (x) admite inversa, então: dy dx 1 dx / dy Para refletir: A verdadeira viagem de descoberta não está em procurar novas paisagens, mas em adquirir novos olhos. [Marcel Proust, Em busca do tempo perdido] Página 47 de 47