Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Geometria Analı́tica Plana 1. Em cada um dos seis casos abaixo, esboce o subconjunto do plano formado pelos pontos cujas coordenadas (x, y) cumprem as condições estipuladas: (a) | x |≤ 1 e | y |≤ 1 (b) | x − a |≤ r e | y − b |≤ r (c) x ≥ a e y ≥ b (d) y ≥ x + 1 (e) x + y ≤ 1 (f) | x | + | y |= 1 2. Qual é o ponto da reta diagonal y=x mais próximodo ponto P = (a, b)? 3. Ache a curva de nı́vel −1 da função f (x, y) = x2 − y 2 + 2x. Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Geometria Analı́tica Plana - Soluções 1. Subconjuntos que cumprem as condições: (a) Quadrado cujos quatro vértices são (±1, ±1). (b) Quadrado de centro no ponto (a, b) e lados paralelos aos eixos, de comprimento 2r. (c) Interior mais lados do ângulo reto de vértice no ponto (a, b), lados paralelos aos eixos e abertura voltada para cima e para a direita. (d) Semi-plano superior limitado pela reta de inclinação 1, que passa pelos pontos (0, 1) e (−1, 0). (e) Semi-plano inferior limitado pela reta que liga os pontos (0, 1) e (1, 0). (f) Superfı́cie do quadrado cujas diagonais estão sobre os eixos e têm comprimento 2. 2. O ponto procurado tem coordenadas iguais e está sobre a reta de inclinação −1 que passa pelo ponto (a, b). A equação dessa reta é y = −x + a + b, logo x = −x + a + b . O ponto é ( a+b , a+b ). e x = (a+b) 2 2 2 3. A condição x2 − y 2 + 2x = −1 equivale a y 2 = (x + 1)2 , ou y = ±(x + 1). Assim o conjunto procurado é formado pelo par de retas perpendiculares y = x + 1 e y = −x − 1, que se cortam no ponto (−1, 0). Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Geometria Analítica no Espaço Exercícios 1) Considere o plano que contém o ponto P (5, 2, 2) e é perpendicular ao vetor v (1, 2, 3) . a) Determine a equação desse plano. b) Calcule o volume do tetraedro formado por esse plano e pelos planos XOY, YOZ e ZOX. 2) Um helicóptero parte de um ponto A e faz os seguintes movimentos sucessivos: 500m para cima 1300m para o norte 800m para o leste 300m para cima 400m para o sul 200m para oeste 100m para baixo chegando ao ponto B. Associe cada movimento a um vetor e calcule a distância aproximada entre os pontos A e B. 3) Encontre a equação do plano que contém os pontos (1, 1, 0) , (2, 1, 1) e (1, 0, 1) . 4) Considere um cubo de aresta 2 e escolha um sistema E H conveniente de coordenadas. a) Calcule o cosseno do ângulo entre duas diagonais. F G b) Calcule a distância entre os pontos médios de duas arestas reversas. A c) Escolha uma diagonal de uma face e uma diagonal D do cubo que não sejam concorrentes. Mostre que elas são ortogonais. d) Considerando a figura abaixo, mostre que a diagonal FD é perpendicular ao plano BGE. B C Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Geometria Analítica no Espaço Soluções 1) a) O plano perpendicular ao vetor v (1, 2, 3) tem equação x 2y 3z d . Para que P pertença a esse plano deve-se ter d 3 . A equação do plano é x 2y 3z 3. 3 1) b) Os pontos de interseção deste plano com os eixos são 3, 0, 0, 0, , 0 e 0, 0, 1. 2 O volume do tetraedro que tem esses três vértices mais a origem é: 1 3 3 V 3 1 . 6 2 4 2) Sejam: Eixo X – Direção leste-oeste Eixo Y – Direção norte-sul Eixo Z – Direção cima-baixo Escrevendo os movimentos na escala 1/100 temos: (0, 0, 5) (0, 13, 0) (8, 0, 0) (0, 0, 3) (0, 4, 0) (2, 0, 0) (0, 0, 1) (6, 9, 7) O módulo do vetor (6, 9, 7) é 166 12,88 . De acordo com a escala, a distância entre A e B é de 1288m, ou seja, aproximadamente 1290m. 3) Qualquer plano pode ser representado por uma equação do tipo Ax By Cz 1. Como os três pontos devem pertencer a esse plano devemos ter: A B 1 2 A B C 1 A C 1 1 3 5 Resolvendo o sistema encontramos A , B e C . A equação do plano é: 4 4 4 3 5 1 x y z 1 ou x 3y 5 z 4. 4 4 4 4) Considere o cubo com os seguintes vértices e faça uma figura. A = (0, 0, 0), B = (2, 0, 0), C = (2, 2, 0), D = (0, 2, 0), E = (0, 0, 2), F = (2, 0, 2), G = (2, 2, 2), H = (0, 2, 2). a) Sejam AG (2, 2, 2) e EC (2, 2, 0) (0, 0, 2) (2, 2,2) . Como AG EC 2 3 o cosseno do ângulo entre essas diagunais é cos 2 2 2 2 2(2) 1 . 3 2 32 3 b) O ponto médio de BC é M (2, 1, 0) . O ponto médio de DH é N (0, 2, 1). Temos então MN (2, 1, 1) . A distância entre M e N é 4 1 1 6 . c) Sendo AG (2, 2, 2) e BD (0, 2, 0) (2, 0, 0) (2, 2, 0) temos que o produto interno desses vetores é: 2 (2) 2 2 2 0 0 o que mostra que essas retas são ortogonais. d) Temos FD (2, 2, 2) , BG (0, 2, 2) e BE (2, 0, 2) . Como FD, BG 0 e FD, BE 0 então FD é ortogonal a BG e a BE. Logo, FD é perpendicular ao plano BGE. Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Sistemas - Exercícios 1. Calcule o valor de c para o qual o sistema linear abaixo tem solução. Nesse caso, qual é a figura geométrica de R3 formada por todas as soluções? 2. Verifique se a reta do espaço definida pelos pontos (0, 0, 0) e (1, 1, 2) intersecta a reta definida pelos pontos (1, 3, 5) e (4, 0, 2). 3. A tabela abaixo mostra as porcentagens de ferro, cromo e níquel em três ligas I, II e III. I II III Ferro 70% 80% 75% Cromo 20% 10% 10% Níquel 10% 10% 15% a) Diga quantos quilos de cada liga devemos tomar para formar 1 tonelada de uma outra liga contendo 75 % de ferro, 15% de cromo e 10% de níquel. b) Explique por que não é possível produzir, a partir das três ligas acima, uma liga contendo 70% de ferro, 15% de cromo e 15% de níquel. Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Sistemas - Soluções 1. Escalonando o sistema, temos 2 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2 2 2 3 1 5 0 1 5 1 0 1 5 1 0 0 0 c 7 0 1 5 c 6 3 4 1 c Para que o sistema tenha solução, deve-se ter c–7 = 0, ou seja, c = 7. O conjunto de soluções é uma reta do espaço (cada equação é combinação linear das outras duas, mas os planos correspondentes a cada equação não são paralelos entre si). 2. Os pontos da primeira reta são da forma (t, t, 2t), onde t R. Os pontos da segunda reta são da forma (1+3u, 3 – 3u, 5 – 3u), onde u R. As retas se intersectam se e somente se o sistema t 1 3u t 3 3u 2t 5 3u Resolvendo o sistema (por exemplo por substituição, verificamos que t = 2, u = 1/3 é a única solução. Logo, as retas se intersectam no ponto (2, 2, 4). 3. Para encontrar as quantidades de cada liga, devemos resolver o sistema 700 x 800 y 750 z 700 200 x 100 y 100 z 150 100 x 100 z 150 z 100 Reordenando as equações e resolvendo por escalonamento, obtemos 150 100 150 100 100 100 150 100 100 100 100 100 200 100 100 150 0 100 200 50 0 100 200 50 700 800 750 750 0 0 100 300 50 0 500 0 O sistema tem solução única. Temos: z=0 -100y -200z = -50 y = 0,5 100 x + 100 y + 150 z = 100 x = 0,5 Logo, para produzir a liga desejada, deve-se utilizar 500 kg da liga I, 500 kg da liga II e nada da liga III. Para a outra liga, só muda o lado direito da equação (pode-se aproveitar, portanto, o escalonamento que já foi feito). Temos: 150 150 150 150 100 100 150 150 100 100 100 100 200 100 100 150 0 100 200 150 0 100 200 50 700 800 750 700 0 0 100 300 350 0 500 500 Temos -500 z = -500 z = 1 -100y – 200z = -50 y = -1,5 100x + 100y + 150z = 150 x = 1,5 Embora o sistema tenha solução, ela envolve quantidades negativas de uma das ligas, o que não é fisicamente realizável. Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Aplicações de Geometria Analítica Exercícios 1) A base de um retângulo é o dobro de sua altura. Calcule o cosseno do ângulo entre as diagonais. 2) O trapézio (convexo) ABCD tem bases AB e CD. Os ângulos A e D são retos, a base AB mede 2m e o lado AD mede 1m. a) Determine o comprimento de CD para que as diagonais sejam perpendiculares. b) Determine o comprimento de CD para que as diagonais façam ângulo de 45o. 3) Para os pares de números reais x e y tais que x 3y 5 determine o valor mínimo da expressão E x 2 y 2 . Interprete geometricamente este problema. 4) Os pontos A e B são fixos sobre a reta r e P é um ponto variável sobre o segmento AB. De um mesmo lado da reta r construa os quadrados APCD e PBEF. a) Mostre que as retas AF e BC são perpendiculares. b) Que outras propriedades você pode descobrir nesta situação? Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Aplicações de Geometria Analítica Soluções 1) Considere o retângulo ABCD cujos vértices são A (2,1), B (2, 1) , C (2, 1) e D (2,1) . O cosseno do ângulo entre os vetores OA (2,1) e OB (2, 1) é: cos 2 2 1(1) 3 . 5 5 5 2) Sejam A (0, 0) , B (2, 0) , C (a, 1) e D (0, 1) . Temos AC (a, 1) e BD (2, 1) . Assim, AC, BD 2a 1, AC a 2 1 e BD 5 . a) 2a 1 0 b) cos 45 o 1 2 1 4a 2 4a 1 2 5a 2 5 a 1 2 2a 1 a2 1 5 3a 2 8a 3 0 . A única raiz que serve é a 3. 3) Naturalmente que uma solução algébrica é possível. Na solução analítica, seja r a reta 1 5 x 3y 5 , ou seja y x (coeficiente angular 1 3). 3 3 E expressão E x 2 y 2 representa o quadrado da distância do ponto (x, y) à origem e, para um ponto da reta r, o valor de E será mínimo no ponto P, interseção de r e s, perpendicular a s P O r r passando na origem. Neste lugar, ele estará o mais próximo possível da origem. A reta s a tem equação y 3x e resolvendo o sistema formado pelas duas equações 1 3 encontramos P , . 2 2 Para este ponto, temos E 1 9 5 . 4 4 2 4) a) E A F C D r A P B Sejam A (0, 0) , B (1, 0) e P (a, 0) . Assim, C (a, a), F (a, 1 a). Daí, AF ( a, 1 a) e CB (1 a, a) . Portanto, AF, CB a(1 a) a(1 a) 0. As retas AF e BC são perpendiculares. b) Outros fatos sobre a situação. 1) Se Q é o ponto de interseção de AF e BC, quando P percorre o segmento AB, o lugar geométrico de Q é a semicircunferência de diâmetro AB. 2) O ponto C é o ortocentro do triângulo AFB. Logo, AC é perpendicular a BF. Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Matrizes " # a b 1. Um número λ chama-se autovalor da matriz c d " # a − λ b quando é raiz da equação do 2o grau det = 0. c d−λ " # a b Prove que se a matriz simétrica admite o autovalor λ então λ é um número b c real. 2. Use a matriz de Gram para obter uma expressão para a área do triângulo cujos lados medem a, b e c. Considere, em seguida, o caso particular em que a = b = c. 3. Uma matriz quadrada m = [aij ] chama-se anti-simétrica quando aij = −aji para todo i e todo j. Mostre que o determinante de uma matriz anti-simétrica 3 × 3 é igual a zero. Vale o mesmo para matrizes 2 × 2? 4. O posto de uma matriz é o número máximo de linhas que são linearmente independentes. Dê exemplos de matrizes 3 × 3 com posto 0, posto 1, posto 2 e posto 3. 1 2 3 Determine o posto da matriz 4 5 6 7 8 9 Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Matrizes - Soluções 1. Se a matriz é simétrica, temos o trinômio # " a−λ b = λ2 − (a + c)λ − b2 , cujo discriminante é ∆ = (a + c)2 + b2 det b c−λ portanto ∆ ≥ 0 e a equação correspondente tem raı́zes reais. 2. Representando os lados do triângulo pelos vetores u, v, u − v, os comprimentos dos seus lados são a = |u|, b = |v| e c = |u − v|. Sua área A cumpre " # 2 |u| < u, v > A2 = λ4 det < u, v > |v|2 Levando em conta que |u − v|2 = |u|2 + |U |2 − 2 < u, U > e portanto < u, v >= 1 (|u|2 + |U |2 − |u − V |)2 = 21 (a2 + b2 − c2 ), temos 2 # " 1 2 2 2 2 a (a + b − c ) 2 = a2 b2 − 14 (a2 + b2 − c2 )2 4A2 = det 1 2 2 2 2 (a + b − c ) b 2 Logo A= 1 2 q a2 b2 − 41 (a2 + b2 − c2 )2 . 0 a b 3. Uma matriz simétrica 3 × 3 tem a forma −a 0 c , logo seu determinante, pelo −b −c 0 desenvolvimento de Laplace via primeira coluna " # é igual a abc−bac = 0. Para matrizes 0 1 2 × 2, o resultado não vale pois det = 1. −1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 4. As matrizes 0 0 0, 0 0 0, 0 1 0 e 0 1 0 têm respectivamente 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 postos 0, 1, 2 e 3. 1 2 3 O posto da matriz 4 5 6 é 2 pois suas duas primeiras linhas são independentes 7 8 9 mas a terceira é combunação linear das duas primeiras. Mais explicitamente, se chamarmos essas linhas de L1 L2 e L3 , teremos L3 = 2L2 − L1 . Números Complexos Prof.Luciano Monteiro de Castro 1. Resolva a equação x4 − 10x2 + 169 = 0 no universo dos números complexos. 2. Determine o valor máximo de |z + 1| quando |z − 2| = 1, (z ∈ C). 3. Dados os vértices A(3, 4) e C(5, 8) do quadrado ABCD, determine as coordenadas de B e D. √ 1 4. Dado w = −1 + 3i , 2 (a) calcule 89 X wn ; n=1 (b) verifique que o resultado da rotação de um complexo a em torno da origem por um ângulo de 120◦ no sentido trigonométrico é o complexo aw; (c) prove que os complexos a, b, c formam, nesta ordem, um triângulo equilátero no sentido trigonométrico se, e somente se, a + bw + cw2 = 0. Soluções 1. Temos x4 − 10x2 + 25 = −169 + 25, ou seja, (x2 − 5)2 = −144. Como as raı́zes quadradas de −144 são 12i e −12i, deduzimos que x2 = 5 ± 12i. Agora, para calcular as raı́zes quadradas de 5 ± 12i, podemos usar a fórmula de transfomação de radicais duplos ou então observar que 5±12i = 9−4±2·3·2i = (3±2i)2 . Logo as quatro raı́zes da equação são 3+2i, 3−2i, −3−2i, −3+2i. 2. |z − 2| = 1 significa que a imagem de z dista 1 do ponto A(2, 0), logo pertence à circunferência de centro A e raio 1. |z + 1| representa a distância da imagem de z à imagem do complexo −1, o ponto B(−1, 0). O ponto da circunferência mais distante de B deve pertencer à reta AB, logo é o ponto C(3, 0). Como BC = 4, o valor máximo de |z + 1| é igual a 4. 3. Seja M o ponto médio de AC, ou seja M 3+5 4+8 2 , 2 = (4, 6). Considerando os vértices A, B, C, D −−→ −−→ no sentido trigonométrico, temos que o vetor MD é o resultado da rotação de 90◦ do vetor MC, no sentido trigonométrico. Assim, identificando pontos e vetores com seus correspondentes afixos em −−→ −−→ C, temos MD = i · MC, ou seja, D − M = i(C − M) ⇔ D = 4 + 6i + i(5 + 8i − 4 − 6i) = 2 + 7i, −→ −→ ou seja, D(2, 7). Agora, uma das várias formas de calcular B é AB = DC ⇔ B − A = C − D ⇔ B = (3, 4) + (5, 8) − (2, 7) = (6, 5). 4. (a) Basta observar que w = cos 120◦ + i sen 120◦ . (b) O item anterior implica que w3 = 1 ⇔ (w − 1)(w2 + w + 1) = 0. Como w 6= 1, concluı́mos que 1 + w + w2 = 0. Agora, se n é maior ou igual a 3, seja r o resto da divisão de n por 3. Como q n = 3q + r, com q inteiro, deduzimos que wn = w3q+r = w3 · wr = wr . Assim, a soma de três parcelas consecutivas do somatório pedido é sempre igual a 1 + w + w2 , ou seja, igual a 87 89 X X zero. Como 87 é múltiplo de 3, temos wn = 0, logo wn = w88 + w89 = w + w2 = −1. n=1 n=1 (c) Identificando os complexos com suas imagens, a, b, c formam, nesta ordem, um triângulo → é a rotação de 120◦ do vetor equilátero no sentido trigonométrico se, e somente se, o vetor − ca − → bc, ou seja, a − c = w(c − b) ⇔ a + bw + (−1 − w)c = 0 ⇔ a + bw + bw2 = 0. (Usamos mais uma vez a igualdade w2 + w + 1 = 0). Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Polinômios - Exercícios 1. Usando o método dos coeficientes a determinar, calcule uma raiz quadrada do polinômio p(x) = x4 −10x3 + 37x2 − 60x + 36, isto é, um polinômio q(x) tal que p(x) = q(x)2. 2. Mostre que o resto da divisão de um polinômio P(x) por (x–a)(x–b), onde a b, é P(b) P (a ) R ( x) ( x a) ( x b) . ab ba 3. Sejam 1 , 2 e 3 as raízes do polinômio x3 – 4x2 + 5x – 2. Calcule: 1 1 1 a) 1 2 3 b) 1 2 + 2 2 + 3 2 Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio Janeiro/2011 Polinômios - Soluções 1. 2. O resto de P(x) por (x–a)(x–b) é um polinômio R(x) de grau menor ou igual a 1 tal que, para algum polinômio Q(x), tenhamos P(x) Q(x) (x–a)(x–b) + R(x) ou, equivalentemente, R(x) P(x) –Q(x) (x–a)(x–b). O lado direito da identidade, nos pontos x = a e x = b, vale, respectivamente P(a) e P(b). Como o P(b) P (a ) mesmo ocorre com o polinômio ( x a) ( x b) , concluímos que ele ba ab é o resto desejado. 3. 2 3 1 3 1 2 5 1 2 3 1 2 3 2 2 2 2 2 b) 1 + 2 + 3 = ( 1 + 2 + 3 ) – 2 ( 2 3 1 3 1 2 )= 42 – 2×5 = 6 a) 1 1 1 Polinômios 2 - Equações Polinomiais Prof.Luciano Monteiro de Castro 1. Seja α uma raiz da equação x3 − 3x + 1 = 0. Prove que α2 − 2 é outra raiz da mesma equação. 2. Sem utilizar calculadora (ou computador) encontre uma boa aproximação para √ 3 9. 3. Sabendo que i e 1+i são raı́zes da equação x7 −6x6 +15x5 −25x4 +28x3 −25x2 +14x−6, resolva-a no universo dos números complexos. Soluções 1. Substituindo x = α2 − 2 no lado esquerdo da equação, e usando o fato de que 3 α3 = 3α−1, obtemos α2 − 2 −3 α2 − 2 +1 = α6 −6α4 +12α2 −8−3α2 +6+1 = (3α − 1)2 − 6α (3α − 1) − 15α2 − 1 = 9α2 − 6α + 1 − 18α2 + 6α + 9α2 − 1 = 0, logo α2 − 2 é raiz da equação. Para ver que é, de fato, outra raiz, basta observar que se α2 − 2 = α, então α = 2 ou α = −1, mas nenhum desses dois valores representa uma raiz de x3 − 3x + 1 = 0. 2. Como 9 está bem próximo de 8, cuja raiz cúbica vale 2, podemos obter uma boa √ aproximação de 3 9 já na primeira interação do método de Newton, começando com a aproximação x0 = 2. Para isso, consideramos a função f(x) = x3 − 9, e calculamos a aproximação x1 fazendo a interseção da reta tangente ao gráfico de f no ponto (2, f(2)) = (2, −1) com o eixo das abscissas. O coeficiente angular desta tangente é 0 − (−1) 1 igual a f0 (2) = 3 · 22 = 12, logo = 12, e obtemos x1 = 2 12 = 2, 08333 . . ., x1 − 2 aproximação correta até a segunda casa decimal. 3. Como o polinômio tem coeficientes reais e i e 1+i são raı́zes, os conjugados −i e 1−i também são raı́zes. Isto significa que o polinômio é divisı́vel por (x2 +1)(x2 −2x+2) = x4 − 2x3 + 3x2 − 2x + 2. Façamos a divisão. x3 − 4x2 + 4x − 3 x4 − 2x3 + 3x2 − 2x + 2 x7 − 6x6 + 15x5 − 25x4 + 28x3 − 25x2 + 14x − 6 − x7 + 2x6 − 3x5 + 2x4 − 2x3 − 4x6 + 12x5 − 23x4 + 26x3 − 25x2 4x6 − 8x5 + 12x4 − 8x3 + 8x2 4x5 − 11x4 + 18x3 − 17x2 + 14x − 4x5 + 8x4 − 12x3 + 8x2 − 8x − 3x4 + 6x3 − 9x2 + 6x − 6 3x4 − 6x3 + 9x2 − 6x + 6 0 Agora, antes de tentar a fórmula de Cardano, vale a pena pesquisar possı́veis raı́zes inteiras (qualquer raiz racional deverá ser inteira) do quociente, x3 − 4x2 + 4x − 3. Os únicos candidatos são os divisores de −3, ou seja, 1, −1, 3, −3. Utilizando o algoritmo de Briot-Ruffini, descobrimos que a única raiz inteira é 3. 1 3 1 −4 4 −3 3 −3 3 −1 1 0 Para terminar, basta resolver a equação do segundo grau x2 − x + 1 = 0, cujas raı́zes são 1 2 √ ±i 3 . 2 √ √ Assim, o conjunto-solução da equação original é 3, i, −i, 1 + i, 1 − i, 21 + i 23 , 21 − i 23 .