UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS POR PEQUENOS AGRICULTORES
PRODUTORES DE UVA NA REGIÃO DE VIDEIRA
Fabiane Dal’Magro1; Eduardo Brancaleoni de Almeida2; Gilson Ribeiro Nachtigall3
1. Aluna do CTPNM em Agropecuária, Instituto Federal Catarinense - Câmpus Videira
2. Aluno do CTPNM em Agropecuária; Instituto Federal Catarinense Câmpus [email protected]
3. Orientador, professor do Instituto Federal Catarinense- Câmpus Videira - [email protected]
1 INTRODUÇÃO
A utilização de agrotóxicos causa contaminação ambiental, problemas de saúde
pública, intoxicações ao trabalhador rural e contaminação em alimentos. É um problema
maior em países em desenvolvimento onde ocorrem o maior número de mortes.
O aumento dos problemas relacionados aos agrotóxicos de uso agrícola,
principalmente, levou a criação da Lei dos Agrotóxicos em 1989, a partir de então o
Ministério da Saúde começou a implantar junto ao sistema de controle de informações
toxicológicas, a investigação dos acidentes com agrotóxicos, utilizando fichas de notificação e
atendimento. Esse monitoramento tem como objetivo primordial expor a situação das
intoxicações por agrotóxicos e delimitar campos de atuação, a fim de reduzir o número de
acidentes ( GARCIA ; BUSSACOS ; FISCHER 2005).
Estudos da ANVISA mostraram dados preocupantes relacionados a contaminação de
alimentos no Brasil, que também é uma preocupação de vários países em desenvolvimento
onde os agrotóxicos são amplamente utilizados na agricultura.
O Brasil, em 2008, tornou-se o maior consumidor mundial de venenos agrícolas
(733,9 milhões de toneladas), ultrapassando os Estados Unidos (646 milhões de toneladas).
Em 2007, as vendas no Brasil significaram 5,372 bilhões de dólares e em 2008, 7,125 bilhões.
No total, os herbicidas representam cerca de 45% das vendas, os inseticidas 29%, e os
fungicidas 21%. (GUAZZELLI,2009).
O mercado mundial, além da qualidade externa das frutas, passou a exigir controle e
registro sobre todo o sistema de produção, incluindo análises de resíduos de agrotóxicos nas
frutas e estudos sobre impacto ambiental da atividade, ou seja, é necessário que se tenha
rastreabilidade de toda a cadeia produtiva (SANSAVINI, 1995 e 2002).
Portanto, diagnósticos locais da utilização de agrotóxicos que buscam verificar
aspectos ligados a segurança alimentar são necessários e possibilitam uma visão da realidade
local.
2 OBJETIVOS
- Identificar os agrotóxicos utilizados pelos agricultores na cultura da videira na
região de Videira.
- Verificar como são utilizados os agrotóxicos e equipamentos de proteção individual
pelos agricultores produtores de uva.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica referente a contaminação de alimentos
baseado nos dados da ANVISA do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em
Alimentos – PARA.
Na pesquisa de campo foi realizada entrevista através de um questionário para 13
pequenos produtores de uva.
Os dados referentes aos inseticidas, fungicidas e herbicidas recomendados para a
cultura da videira foram analisados através no site do Agrofit.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os inseticidas com principio ativo dimetoato, cipermetrina, deltametrina, metidationa,
carbosulfano, não são recomendados para a cultura da videira e representam 50% dos
inseticidas utilizados pelos produtores; os fungicidas com princípios ativos azoxistrobina,
metiram, diclorana e tiofanato- matílico, também não são recomendados para a cultura da
videira e representam 19,35% dos fungicidas utilizados; o herbicida com principio ativo
dicloreto de paraquate, que também não é recomendado para cultura da uva, representa 16,67
dos fungicidas utilizados na cultura.
Quanto ao uso de Equipamento de Proteção Individual, 92,31 % responderam que
utilizam e 7,69 não utilizam.
Figura 1- Utilização de agrotóxicos e EPI por produtores de uva na região de Videira.
5 CONCLUSÕES
a) Os inseticidas não recomendados utilizados (50%) segundo o princípio ativo foram:
dimetoato, cipermetrina, deltametrina, metidationa e carbosulfano não são recomendados
para a cultura da videira;
b) Os fungicidas não recomendados utilizados (19,35%) segundo o princípio ativo foram:
azoxistrobina, metiram, diclorana e tiofanato- metílico não são recomendados para a
cultura da videira;
c) Os herbicidas não recomendados utilizados (16,67) segundo o princípio ativo foram
dicloreto de paraguate;
d) Cerca de 92,31 % dos produtores de uva utilizam o Equipamento de Proteção Individual.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GARCIA, E.G.; BUSSACOS, M.A.& FISCHER, F.M. Impacto da Legislação no Registro de
Agrotóxicos de Maior Toxidade no Brasil. Revista de saúde Pública. São Paulo, v.39, nº. 5,
outubro,2005.
GOMES, F.R.. Programa análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos- PARA. Disponível
em:
<http://www.portal.rn.gov.br/content/aplicacao/sesap_suvisa/arquivos/
gerados/para_natal _09.pdf>. Acesso em: 18 out. 2012
GUAZZELLI, M.J. Brasil. O maior consumidor de agrotóxicos agrícolas. IHU on line:
Agrotóxicos. Remédio ou veneno? Uma discussão.Unisinos, Porto Alegre.2009
SANSAVINI, S. Dalla frutticoltura integrata alla “Qualità Totale” della frutta. Rivista di
Frutticoltura, Bologna- Italia, n.3, p.13-23, 1995.
SANSAVINI, S. La rintracciabilitá delle produzioni ortofrutticole. Editorial - Rivista di
Frutticoltura, Bologna- Italia, n. 1, p. 5 –7, 2002
"O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq - Brasil".
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