ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária no 6 - fevereiro/março de 2001 ISSN 1518-6377 boletim informativo 6 Fiscalização de alimentos ganha sistema inovador págs. 4 e 5 Agência discute com estados treinamento de recursos humanos pág. 6 Técnicos estudam uso racional de antibióticos pela população Procuradoria tem êxito e mantém cobrança de taxas pela Anvisa pág. 6 pág. 8 ANVISA Boletim Informativo Editorial A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não foi criada para ser uma secretaria de vigilância melhorada. A Anvisa surgiu para promover mudanças e efetivar a instalação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. É preciso que todos tenham claro que a informatização das atividades de um órgão não serve apenas para modernizálo ou tornar mais fácil o trabalho, assim como a desregulamentação dos produtos alimentícios, com o fim do registro de alguns tipos deles, não se trata somente de um passo no caminho da desburocratização, ambos são ferramentas para as mudanças que ocorrem na Anvisa. A criação pela Anvisa do programa Produtos Dispensados da Obrigatoriedade de Registro (Prodir) representa uma nova forma de compromisso da Agência com a missão de garantir produtos seguros para a população. Esse novo modelo de trabalho tem como base o cadastro informatizado de informações fundamentais para a avaliação e controle de um grupo de 45 categorias de alimentos, que passam a estar dispensados de registro. Está fundamentado em três premissas básicas: 1)A responsabilidade pela qualidade é antes de tudo de quem produz; 2)O fator crítico para a qualidade e segurança dos alimentos é o processo produtivo; 3)A inspeção sanitária das indústrias de alimentos cabe à vigilância sanitária de estados e municípios. O sistema de informação de Produtos Dispensados de Registro (Prodir) foi construído durante um longo tempo e envolveu discussões conceituais e mudanças na forma de trabalho de todos os técnicos da Diretoria de Alimentos e Toxicologia em direção a um novo modelo de atuação da Gerência-Geral de Alimentos. É um sistema que permite acesso à informação para identificação de riscos, por meio das inspeções estaduais ou pela análise de alimentos no mercado feita pelos laboratórios de saúde pública. Ou seja, é um programa para ser usado fundamentalmente por nossos parceiros: estados, municípios e laboratórios. Essa forma de trabalho é uma tendência dentro da Anvisa e não deverá ficar restrita à área de alimentos. Servirá também como um modelo em discussões acerca do registro de produtos em outras áreas da Agência, como medicamentos, cosméticos, tecnologia de produtos para a saúde e outros. A implementação do Prodir envolve a capacitação interna da Gerência-geral de Alimentos, de todas as unidades federadas e de todos os laboratórios de Saúde Pública para sua utilização e manutenção, assim como uma discussão permanente com nossos parceiros estaduais e municipais para constante aperfeiçoamento. O Prodir é fruto do trabalho persistente e confiante da área de Alimentos e Toxicologia e da Gerência-Geral de Informação, constituindo-se num exemplo para outros setores da Anvisa. Ensaio Medicamentos A secretaria-executiva da Câmara de Medicamentos, exercida pela Anvisa, concluiu os processos contra cinco laboratórios que infringiram a legislação que regulamenta o mercado de medicamentos no país. Com base nos processos, o Comitê Técnico da Câmara decidiu multar três dos laboratórios, o TRB Pharma, o Stafford Miller e o Maragliano. Nesse momento, a secretaria-executiva trabalha em 32 processos. Relatório O Núcleo de Assessoramento à Gestão Estratégica (Naest) da Agência está divulgando o 3º Relatório de Avaliação de Desempenho Institucional da Anvisa, a partir de metas estabelecidas no contrato de gestão com o Ministério da Saúde. O contrato representa o principal instrumento de avaliação do desempenho operacional e administrativo da Agência. A consulta pode ser feita no endereço www.anvisa.gov.br (contrato de gestão). Genéricos A partir de abril, 2.800 similares vendidos pelo nome do princípio ativo deverão adotar nome de marca ou realizar teste de bioequivalência para se transformar em genéricos. A medida adotada pela Anvisa vai evitar confusão entre os dois produtos no balcão das farmácias. Os únicos que poderão ser vendidos pelo nome do princípio ativo serão os genéricos, que continuarão com a frase “Medicamento genérico Lei n° 9.787” no rótulo. Nota do Editor: Por problemas técnicos este número do Anvisa Boletim Informativo se refere às edições de fevereiro e março de 2001. Expediente Anvisa Boletim Informativo é uma publicação mensal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Conselho Editorial: Gonzalo Vecina Neto, Luiz Milton Veloso Costa, Luís Carlos Wanderley Lima, Luiz Felipe Moreira Lima e Ricardo Oliva Edição: Carlos Dias Lopes, registro MTb 7476/34/14/DF Textos: Simone Rodrigues e Nara Anchises Colaboração: Graça Guimarães, José Saad Neto e Frederico Carelli Brito Projeto e Design Gráfico: Gerência de Comunicação Multimídia Editoração e ilustração: Julien Gorovitz e João Carlos Machado Foto: Luiz Oliveira Secretária: Uiara Paulista Braúna Impressão: Coordenação de Processo Editorial/MS Tiragem: 15 mil exemplares Endereço: SEPN Quadra 515, Bloco B, Ed. Ômega Brasília (DF) CEP 70770-502 Telefones: (61) 448-1022 ou 448-1301 Fax: (61) 448-1252 E-mail: [email protected] ISSN: 1518-6377 2 fevereiro/março de 2001 Novo sistema de informações em Vigilância Sanitária O controle de produtos submetidos à vigilância sanitária, com o objetivo de promover a proteção da saúde da população, tem na inspeção de empresas para autorização de funcionamento e na análise técnica de produtos para registro seus instrumentos mais tradicionais. Desde o início da década de 1990, a prática desses instrumentos de controle tem sido parcialmente apoiada pelo Sistema de Informações em Vigilância Sanitária (SIVS), junto com o SIVS - Análise Técnica de Produtos (ATP) e com o Sistema Integrado de Protocolos e Arquivo (SINPAS), usado no protocolo. Esses sistemas atendiam, de maneira diversa, às áreas de medicamentos, saneantes, cosméticos e alimentos, utilizando bases de dados isoladas e com baixo grau de confiabilidade. O Comitê de Gestão do Sistema de Informações em Vigilância Sanitária (COSIS) da Anvisa teve como alvo prioritário, desde sua criação, a elaboração de um novo sistema de informação de produtos sujeitos à vigilância sanitária, que – ao contrário dos sistemas elaborados anteriormente – tratasse a atividade de vigilância sanitária de empresas, produtos e serviços de forma horizontal, considerando todas as áreas da Agência, e utilizasse bases integradas, garantindo maior confiabilidade aos dados. O prazo de conclusão e teste do novo sistema está previs- 3 to para o final do primeiro semestre de 2001, sendo colocado à disposição para operação no início do segundo semestre deste ano. Como os demais sistemas que vêm sendo elaborados pela Gerência-Geral de Informação (GGINF), o novo sistema de informação contempla a “horizontalização” de suas funcionalidades comuns por todas as áreas da Agência. Assim, é um sistema que abrange todas as empresas e produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária, e não apenas os das áreas servidas pelos antigos sistemas. Velocidade Os analistas de negócios, que representam as áreas técnicas da Agência no COSIS, e os técnicos dessas áreas são os responsáveis, juntamente com a GGINF, pela construção do novo sistema de informação. O trabalho ganhou velocidade com a contratação pontual de uma equipe de cinco analistas de sistemas, pois a equipe existente dedica-se quase exclusivamente à manutenção dos sistemas hoje em produção. O novo sistema de informação tem por objetivo geral controlar os pedidos de regulamentação, ou alterações, de produtos solicitados por empresas de todas as áreas sujeitas a esse tipo de controle sanitário, conforme a legislação, garantindo que não atuem no mercado produtos ou empresas que possam prejudicar a saúde da população. Toda a Anvisa será contemplada no novo sistema, totalizando a integração de 82 unidades. O novo sistema de informação está sendo desenvolvido em ambiente web, o que possibilitará, pelo módulo internet, a consulta pública (do público geral) e para inspeção (para os fiscais da Anvisa ou Visas), mediante o uso de senhas, dependendo da confidencialidade da informação procurada. O acesso e transferência de dados por parte das Visas poderá ser feito com segurança. Embora prioritário, o desenvolvimento do novo sistema de informação tem enfrentado dificuldades. Informações incorretas na base de dados do SIVS original representam, hoje, aproximadamente 70% do total. Essas informações só serão migradas para a nova base de dados quando forem revisadas. Há uma preocupação com a qualidade da informação . Os sistemas originais ainda em uso contabilizam, para registros de produto, 387.643 registros (maioria em cosméticos), enquanto o total de autorizações de funcionamento chega a 36.363(maioria em alimentos). O número de expedientes tramitados no protocolo é de 800.889, de acordo com valores constantes na base no dia 12 de março de 2001. Agência terá representação no Rio e em São Paulo Ouvidoria tem nova equipe de trabalho A Anvisa contará em breve com representações no Rio de Janeiro e em São Paulo. O objetivo é dar agilidade ao trabalho e ações da Agência nessas duas grandes cidades, onde constantemente o órgão está envolvido em atividades e compromissos. No Rio, além da Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras, haverá um gabinete para o diretor-presidente, um gabinete para os diretores e escritórios para as áreas de inspeção de medicamentos, alimentos e regulação do mercado de medicamentos. O escritório ocupará um andar inteiro no prédio do Banco do Brasil, onde funciona a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Funcionará também no Rio de Janeiro a Unidade Organizacional de Propriedade Intelectual, com sede no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Essa unidade cuidará da anuência prévia de patentes de produtos e processos farmacêuticos em tramitação no INPI. Em São Paulo, além dos setores já citados, o escritório da Anvisa deverá abrigar a Unidade de Avaliação de Ensaios de Bioequivalência, que está ligada à Gerência-Geral de Medicamentos Genéricos. A Ouvidoria da Anvisa passa a contar a partir deste mês com nova equipe de trabalho. As atividades de elaboração das regras para controle da propaganda de medicamentos foram concluídas com a publicação da Resolução RDC nº 102 e as ações do setor se voltam agora exclusivamente para o atendimento, análise, apuração e resposta às reclamações, sugestões e denúncias sobre o trabalho da Agência. As farmacêuticas Gilvania de Melo e Lennilza Albuquerque juntaram-se ao ouvidor Franklin Rubinstein e ao assistente de Ouvidoria Humberto Martins nessa tarefa. Para dar maior agilidade aos contatos com a população, a Ouvidoria está negociando com o Disque Saúde do ministério uma ligação on line para recebimento mais rápido de reclamações e sugestões sobre as ações da Agência que chegam àquele serviço. “Queremos aproveitar a estrutura do Disque Saúde”, diz Franklin. Os contatos com a Ouvidoria da Anvisa podem ser feitos pelos seguintes endereços: SEPN Quadra 515, Bloco B, Edifício Ômega, 1º subsolo, Brasília (DF) - CEP 70770-502. Telefones: (61) 448.1382/1235 e 1144. E-mail: [email protected]; Disque Saúde: 0800 61 1997. ANVISA Boletim Informativo Prodir aprimora fiscalização de alim A vigilância federal está colocando Na parte do programa que diz resem prática um sistema inovador para fis- peito às vigilâncias sanitárias, as consultas calização dos alimentos. É o programa Pro- ao programa podem ser feitas por produdutos Dispensados de Registros (Prodir), to, amostra analisada e laboratório de anáque torna possível o monitoramento pela lise, inspeção realizada ou a ser realizada e internet de 44 categorias de alimentos, dis- resultados dos laudos das análises fiscais. pensados de registro (ver lista) por ofereA população também poderá ter cerem pouco risco sanitário à população. acesso às informações dos produtos pelo Todas as vigilâncias sanitárias estaduais es- site da Anvisa. No link “Alimentos”, o contão informatizadas e poderão obter infor- sumidor ficará sabendo se a empresa semações atualizadas e completas sobre os gue as normas legais, qual o estabelecimenprodutos. to produtor de determinado produto e a O banco de dados de Produtos Dis- data de validade. Para Oliva, “a sociedade pensados de Registro (Prodir) permite que ganha mais um instrumento de educação as informações sobre o início de fabrica- e orientação para o consumo, já que desta ção/importação, necessárias para que o pro- maneira ela poderá se certificar da proceduto isento de registro possa ser dência e qualidade do produto”. comercializado, poderão ser consultadas no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br). No Cadastramento banco de dados, o interessado poderá saCerca de 80 mil empresas poderão ber se a empresa passou por inspeção, quais instalar o programa Prodir. O modo de produtos comercializa, que informações cadastramento para instalação no compuconstam nos rótulos e qual a composição tador estará disponível no site da Anvisa. do alimento. Quem não tem acesso à internet pode re“Este é um instrumento de vigilân- ceber o programa em disquete diretamencia sanitária que deve agir sobre o processo te na vigilância sanitária do seu estado. produtivo buscando garantir a qualidade “Cada empresa terá um responsável e a segurança dos produtos”, afirma o di- técnico designado para enviar os dados. retor da área de Alimentos da Anvisa, Esta medida garante a segurança do tráfeRicardo Oliva. Ele diz que a população go de informações e torna mais fácil a idenestá acostumada a tificação de hackers”, “A sociedade ganha associar o registro a explica o responsáalimento seguro, mais um instrumento vel pelo desenvolvimas - como saliende educação e mento do sistema ta - “estamos deProdir na Gerência orientação para o monstrando que é Geral de Informaconsumo.” possível ter controção da Anvisa, Luiz le da qualidade dos Roberto Reis. Ricardo Oliva alimentos isentos O cadastro de diretor da área de Alimentos de registro, que comunicação de inítambém são seguros e bons”. cio de fabricação/importação pode ser enO Prodir é uma ferramenta que será viado pelo site da Anvisa, por disquete ou utilizada por vigilâncias de estados, muni- por formulário em papel, que poderão ser cípios, empresas e consumidores. As in- entregues nas vigilâncias sanitárias estadudústrias poderão utilizar o programa para ais e municipais. “O sistema não exclui possibilitar acesso a informações sobre seus ninguém. Todas as empresas devem apreprodutos aos segmentos envolvidos na sentar o formulário preenchido para realicomercialização (produtores, atacadistas, zarmos as inspeções. É como o imposto de varejistas e representantes). renda: com a possibilidade da internet e Já as vigilâncias sanitárias poderão ter do disquete, o trabalho ficou mais ágil, e acesso ao cadastro de todas as empresas ainda é possível enviar o formulário em para se certificarem, por exemplo, se a in- papel, o que permite a todos a remessa dos dústria foi inspecionada e se o produto já dados”, garante Ricardo Oliva. foi interditado alguma vez. Também poA informatização diminuirá o derão pesquisar os autos de infração, os envolvimento dos técnicos da vigilância resultados dos laudos laboratoriais, as no- com processos, o que significará mais temtificações e o grau de risco do produto. po para atividades como inspeção. , AJUDA O consumidor tem alguns caminhos para tirar suas dúvidas ou denunciar problemas com a qualidade do alimento. São eles: n Vigilância sanitária do estado e do município n Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante (o número do telefone consta no rótulo do produto) n Procon n No caso de massas, a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) (11) 3815-3233 4 fevereiro/março de 2001 ção de alimentos isentos de registro Abima em sintonia com a Anvisa Treinamento de técnicos e controle de qualidade Além de colocar o Prodir à disposição das vigilâncias sanitárias dos estados, a Anvisa está treinando os técnicos para o uso do programa. A partir de abril, todas as vigilâncias estarão aptas a utilizar o sistema, oferecendo agilidade na autorização da produção e qualidade na fiscalização do processo produtivo. A Anvisa desenvolve, junto com esse trabalho, o Programa de Monitoramento da Qualidade de Produtos. O programa realiza inspeções na indústria para avaliar o padrão sanitário do processo produtivo dessas empresas desde outubro de 2000. Também faz parte da garantia da qualidade dos alimentos isentos de registro o certificado de Boas Práticas de Fabricação emitido pela Anvisa. Um exemplo da boa fiscalização destes produtos é a interdição de marcas de amendoim pela vigilância sanitária do Distrito Federal no início deste ano, em decorrência de análises laboratoriais que detectaram a presença de Aflotoxina, substância que pode causar doenças hepáticas em homens e animais. 5 Os empresários estão satisfeitos com a introdução do Prodir e a desburocratização do setor. No caso das massas alimentícias - representada pela Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) - eles até já trabalham em conjunto com a Anvisa na fiscalização da produção. Depois de introduzir o Programa Selo de Garantia Abima (PSGA), a Associação passou a realizar o monitoramento das empresas, o que envolve a coleta e a análise de produtos recolhidos aleatoriamente no mercado. As análises verificam não só parâmetros relacionados à segurança do produto mas também aspectos relacionados à sua composição. A Abima mantém a Anvisa periodicamente informada dos resultados obtidos pelo programa, o que têm proporcionado um trabalho de parceria muito importante para o setor. “Acredito que a existência deste programa demonstra a preocupação e maturidade do setor em se antecipar às tendências, buscando a melhoria contínua, sempre visando a preocupação com a segurança e a conformidade do pro- duto”, destaca Eliane Kay, superintendente da Abima. O PSGA, que é um programa de auto regulamentação, tem adesão espontânea e é privativo das empresas associadas. As bases técnicas do PSGA são a auditoria técnica da unidade fabril, baseada em Boas Práticas de Fabricação, e o monitoramento do produto no mercado. “A coleta de produtos também é feita em empresas que não participam do programa, uma vez que a nossa preocupação é com o setor como um todo e não somente com as empresas associadas”, enfatizou a superintendente. A Abima é uma associação civil, que reúne indústrias, fornecedores e também pessoas físicas, atuantes na produção, divulgação, comercialização, propaganda e desenvolvimento técnico e científico do setor de massas alimentícias. A Associação representa em todo o território nacional os fabricantes de massas alimentícias de pequeno, médio e grande porte. Juntas, essas empresas representam aproximadamente 95% do mercado nacional. AS 44 CATEGORIAS DISPENSADAS DE REGISTRO AÇÚCARES ALIMENTOS CONGELADOS AMIDOS E FÉCULAS BALAS, BOMBONS E SIMILARES BISCOITOS CAFÉS CEREAIS E DERIVADOS CHÁS COLORÍFICO CREMES VEGETAIS COMPOSTO DE ERVA-MATE CONDIMENTOS PREPARADOS CONSERVAS VEGETAIS (EXCETO PALMITO) DOCES ERVA-MATE ESPECIARIAS/ TEMPERO FARINHAS FRUTAS (DESSECADAS E OU LIOFILIZADAS) FRUTAS EM CONSERVA GELADOS COMESTÍVEIS GELÉIA DE MOCOTÓ GELÉIAS (FRUTAS) GELO MASSAS MULTIMISTURA PÓS OU MISTURAS PARA O PREPARO DE ALIMENTOS E BEBIDAS ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS PÃES PASTAS E PATÊS POLPA DE FRUTA POLPA DE VEGETAIS PREPARAÇÕES E PRODUTOS PARA TEMPERO A BASE DE SAL PRODUTOS DE C A C A U / CHOCOLATE PRODUTOS DE CÔCO PRODUTOS DE CONFEITARIA PRODUTOS DE FRUTAS, CEREAIS E LEGUMES P/ USO EM IOGURTE E SIMILARES PRODUTOS DE SOJA PRODUTOS DE TOMATE SAL SALGADINHOS SEMENTES OLEAGINOSAS SOBREMESAS E PÓS PARA SOBREMESA SOPAS DESIDRATADAS VEGETAIS (DESSECADOS E OU LIOFILIZADOS) ANVISA Boletim Informativo Comitê de recursos humanos promove oficinas regionais A Anvisa, por meio do Comitê de Política de Recursos Humanos em Vigilância Sanitária (COPRH), iniciou neste mês a realização de oficinas de trabalho regionais com o objetivo de apresentar e discutir o programa do Curso de Atualização em Gerência em Vigilância Sanitária, assim como os projetos de desenvolvimento de recursos humanos dos estados. Essas oficinas serão realizadas nas cinco macro-regiões do país e fazem parte de uma política de desenvolvimento de recursos humanos cuja finalidade é a consolidação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. As oficinas tiveram início nos dias 8 e 9 de março, em Belém, e reuniram os estados da Região Norte. Dando seqüência ao trabalho, nos dias 22 e 23 deste mês será a vez dos representantes dos estados da Região Centro-Oeste se encontrarem em Brasília. Para o mês de abril estão previstas as oficinas da Região Sul, dias 5 e 6, em Porto Alegre; e da Região Nordeste, dias 26 e 27, em Recife. A última etapa será realizada em Belo Horizonte, nos dias 7 e 8 de maio, com a Região Sudeste. Durante a realização das oficinas, o Comitê de Recursos Humanos da Agência discutirá as propostas de desenvolvimento de recursos humanos no país, buscando apoiar o processo de planejamento no nível estadual, de modo a facilitar o cumprimento das metas acertadas entre a Anvisa e os estados. “Vamos aprofundar e detalhar em conjunto os planos de desenvolvimento dos estados e vinculá-los às metas do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária”, explica a coordenadora do COPRH, Ana Figueiredo. O projeto básico do curso, assim como a metodologia para seu desenvolvimento, é o produto que vem sendo apresentado e colocado à disposição dos estados durante as oficinas. Além dos coordenadores estaduais de vigilância sanitária, foram convidados a Apoio participar das oficinas os coordenadores Na elaboração do curso a Anvisa con- de recursos humanos das secretarias estata com o apoio do Núcleo de Estudos em duais de Saúde e representantes das prinSaúde Coletiva (Nescon), da Faculdade de cipais instituições formadoras na área da Medicina da Universidade Federal de Saúde existentes nos estados. “A Anvisa, Minas Gerais. O curso procura sensibilizar tanto quanto possível, dará suporte às aros gestores para a importância do planeja- ticulações e proporá metodologias e opmento das ações em vigilância, introdu- ções pedagógicas”, acrescenta Ana. O obzindo os principais conceitos relativos à jetivo final é o de que, por meio dessas gestão em sistemas de saúde e sua aplica- parcerias, possam surgir verdadeiros pólos ção específica para a área de vigilância regionais de preparação de recursos husanitária. manos em vigilância sanitária. Diretrizes para formação do quadro de funcionários n Tornar viável a gestão e o desenvolvimento de recursos humanos como componentes fundamentais e estratégicos para o estabelecimento do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária n Constituir em conjunto com os estados e municípios um programa de capacitação vinculado e apoiado no sistema formal de ensino n Integrar a gestão e o desenvolvimento de recursos humanos em vigilância sanitária à política do Sistema Único de Saúde (SUS) com ênfase no planejamento, definição do perfil profissional e adequação funcional das equipes de trabalho e nos processos específicos de capacitação e educação continuada Dois grupos estudam uso racional de antibióticos Gerência de Tecnovigilância cuidará de reações adversas Estabelecer uma Política Nacional para o Uso Racional de Antimicrobianos é o principal objetivo de dois grupos de trabalho criados pela Anvisa neste ano. Resistência bacteriana e uso dos antibióticos são as duas linhas de estudo do grupo coordenado pela Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde. O outro grupo está sob coordenação da Gerência-Geral de Alimentos e estuda resíduos de medicamentos em alimentos. Nas discussões, os grupos estão identificando o padrão de resistência bacteriana com os antibióticos e as mudanças de comportamento dos médicos na prescrição desses produtos. Os grupos não têm data para finalização dos estudos, uma vez que o tema exige pesquisas minuciosas. Representantes do Hospital das Clínicas de São Paulo, de universidades públicas e privadas e de entidades filantrópicas participam das discussões. Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, Glória Maria de Andrade, a iniciativa coloca o Brasil no eixo das discussões mundiais sobre o uso de antibióticos. “Com esses estudos, nós estaremos inseridos no contexto internacional dos países desenvolvidos que têm políticas semelhantes, como Estados Unidos e França”, diz Glória de Andrade. A Anvisa conta com nova unidade de trabalho. É a Gerência de Tecnovigilância, que investigará reações adversas de medicamentos e equipamentos de saúde usados no Brasil. O sanitarista Davi Rumel será o gerente e a pediatra Evelinda Trindade atuará como consultora. A Tecnovigilância deverá criar um sistema de notificação de eventos, reações adversas e óbitos que funcionará em 50 hospitais, chamados de “sentinela”, que servirão de base para testar o sistema. A notificação será feita por Centros de Vigilância Hospitalar e Comissões de Investigação e Análise de Óbitos. Serão criadas também redes de “médicos sentinelas”, que notificarão eventos e reações adversas com próteses. O objetivo da Anvisa é ter em cada hospital centros de vigilância sanitária com capacidade para notificar efeitos e reações adversas de medicamentos, sangue e hemoderivados, equipamentos e artigos médicos. A nova gerência pretende promover ainda nesse primeiro semestre uma Oficina de Boas Práticas de Tecnovigilância em Hospitais. No próximo semestre o tema da oficina será a vigilância de fármacos e hemoderivados. Em 2002 pretende-se aumentar o número de hospitais sentinelas para 100. 6 fevereiro/março de 2001 Biblioteca guarda memória da vigilância A biblioteca da Anvisa ganhará novas instalações até março. Criada junto com a Agência, ela está capacitada para fornecer informações sobre todos os setores da vigilância federal, principalmente as relacionadas à legislação sanitária. O acervo conta com livros, periódicos e folhetos que são doados pelas gerências da Agência e também por usuários. São fontes de pesquisa ainda os bancos de dados do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen), do Congresso Nacional, da Presidência da República e do Ministério da Saúde. Um convênio permite também consultas bibliográficas via Internet no Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), em São Paulo. Os artigos científicos da área de saúde solicitados na Anvisa são pesquisados na base de dados do Bireme, que põe as informações à disposição. A Anvisa mantém ainda um intercâmbio com bibliotecas de Brasília, como por exemplo a da Universidade de Brasília (UnB), a do Senado e a da Câmara Federal. Três funcionários, uma bibliotecária 7 e dois auxiliares, atendem por telefone, via e-mail e pessoalmente. O pedido é anotado em uma ficha onde são relatados os dados do solicitante e a informação requerida. Em média, a biblioteca recebe por mês 50 solicitações, incluindo artigos científicos e legislação sanitária. A meta para este ano é a preservação da memória técnica institucional da Agência, que consiste em arquivar na biblioteca toda publicação elaborada pelos técnicos e consultores das diversas gerências da Anvisa. Algumas feitas pela Unidade de Promoção de Eventos já estão no acervo. “Esse projeto é o mais importante da biblioteca, pois com a divulgação dos trabalhos realizados pelos funcionários da Agência enriqueceremos nosso acervo e preservaremos a memória”, afirma a bibliotecária Brenda de Vasconcelos Moraes. Quem tiver produzido periódicos, monografias, relatórios e folhetos deve preencher um formulário que está à disposição na Intravisa - Serviços Internos - ou pode ser solicitado por telefone. Depois, a publicação e o formulário devem ser encaminhados à biblioteca. Outro projeto é a criação de uma biblioteca virtual, ou seja, a colocação na internet de todo o acervo e da legislação sanitária, o que possibilitará a pesquisa em rede pelo usuário. Com a ampliação das instalações, haverá um espaço destinado aos usuários para estudo, leitura de jornais e pesquisa. Aberta ao público diariamente das 8 às 18 horas, a biblioteca pode receber solicitações e fornecer informações pelo telefone 448.1335, pelo e-mail: [email protected] ou pessoalmente no endereço: SEPN 515, Bloco “B”, Ed. Ômega, Asa Norte, Brasília (DF). Hemovida torna mais ágil trabalho em hemocentros Dois agrotóxicos vão ter uso restringido Neste ano, 11 hemocentros de todo o País devem receber o softwear Projeto Hemovida - Sistema Informatizado de Suporte ao Gerenciamento. O Hemovida serve para controlar e tornar mais ágeis as atividades das unidades hemoterápicas, desde o cadastro dos doadores até o controle dos receptores. O sistema nasceu de uma parceria entre o Hemocentro de Brasília e o Datasus. O Hemovida é capaz de prover a vigilância sanitária do estado com informações como quem doou sangue, quem está impedido de doar, quais o hemocomponentes produzidos, quem os recebeu e quem realizou a transfusão. Isso possibilita, a qualquer momento, o rastreamento e o cruzamento de dados de determinada transfusão. Utiliza código de barras, eliminando a possibilidade de erro humano. Para permitir o atendimento em escala nacional com rapidez e garantia de suporte, o Datasus está trabalhando no credenciamento de empresas públicas e privadas de prestação de serviços de informática para instalação do Hemovida. O ministério garante a manutenção, correção, evolução e alterações legais do sistema e a instalação é financiada pelo Reforço e Reorganização do Sistema Único de Saúde (Reforsus). Além do Hemocentro de Brasília, têm Hemovida os hemocentros de Curitiba, Cascavel, Goiânia, Porto Alegre, Caxias do Sul e o Hospital Clementino Fraga Filho, no Rio. A Gerência-Geral de Toxicologia da Anvisa vai restringir o uso de dois produtos do grupo químico dos organofosforados. Os organofosforados são inseticidas usados em diversas lavouras e vêm sendo apontados como responsáveis por 80% das intoxicações agudas ocasionadas por agrotóxicos. Os produtos químicos Paration Metílico e Metamidofós foram reavaliados por uma comissão composta por integrantes da Anvisa, ministérios da Agricultura e Meio-Ambiente, Sindicato das Indústrias de Agrotóxicos e da Comunidade Científica. A restrição visa diminuir as intoxicações em trabalhadores da área rural e suas famílias pelos produtos. A utilização será permitida somente para culturas mais preparadas tecnicamente para manipulação e aplicação destes agrotóxicos.No caso do tomate, excluiu-se o uso do Paration e manteve-se o Metamidofós somente em plantios destinados ao uso industrial da cultura, onde as condições de aplicação do agrotóxico são melhor controladas. “Os avanços do conhecimento técnico e científico, a crescente disponibilidade de informações sobre os impactos para a saúde e ao meio ambiente e as restrições internacionais a diversas substâncias químicas vêm reforçando a necessidade de reavaliações toxicológicas dos agrotóxicos. Outros também poderão ter o uso restringido’’, diz o gerente de Análise Toxicológica, Luiz Cláudio Meirelles. ANVISA Boletim Informativo Entrevista Helio Pereira Dias Procuradoria defende direitos e legalidade dos atos da Anvisa O advogado Helio Pereira Dias, 62 anos, aposentado da carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), trabalha há quatro décadas no Ministério da Saúde, onde foi consultor jurídico por três vezes, entre 1972 e 1979, em 1989 e entre 1993 e 1994. Ao longo de sua carreira, Helio Dias tem se dedicando ao estudo e exame da legislação de saúde no Brasil, tema no qual é uma das maiores autoridades do país. Escreveu 12 livros sobre o assunto e produziu vários textos, em especial sobre a legislação básica de vigilância sanitária ora em vigor. Quando da criação da Anvisa foi nomeado procurador-geral e vem estruturando o setor para que consiga cumprir tarefas tão diversificadas e complexas quanto defender a Agência em contendas judiciais que digam respeito ao pagamento das taxas de vigilância sanitária pela empresas ou responder a pedidos de informações por parte do Ministério Público sobre os mais diversos assuntos. citações do Ministério Público; consolidar as regras jurídicas sanitárias importantes; examinar projetos de lei que envolvam assuntos de competência da Agência, participar da regulações técnicas da Anvisa, além de articular-se com a Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde, com a AGU e com as áreas técnicas da Anvisa para a defesa de assuntos que envolvam os interesses da nova autarquia. Helio: defesa da Agência na Justiça 1) Qual a relação da área de vigilância sanitária com o Direito de Saúde? O Direito de Saúde é garantido mediante políticas públicas e legislação específica, inclusive aquela que dispõe sobre a vigilância sanitária de atividades, serviços e produtos, ditados por lei e por regulamentos técnicos editados pela Anvisa. A legislação sanitária integra o repertório de normas consideradas como de ordem pública, estabelecendo direitos, obrigações e restrições, exigências e condições, no interesse da coletividade, para prevenir ou coibir situações de risco. Por isso, as normas de vigilância sanitária prevalecem quando em confronto com outras normas de igual validade formal. 2) Quais as principais atribuições da Procuradoria da Anvisa? Dar consultoria à Agência e fazer sua defesa judicial; asessorar juridicamente o diretor-presidente; fazer a inscrição e a cobrança da dívida ativa; julgar os processos administrativo-sanitários; responder às soli- 3) A vigilância federal antes da criação da Anvisa era defendida juridicamente pela AGU. A Procuradoria do novo órgão herdou muito trabalho? Quando a Agência foi criada, em fevereiro de 1999, havia aproximadamente oito mil processos administrativo-sanitários instaurados em diversos pontos do território nacional pelos servidores da vigilância federal. Hoje, temos somente 151 processos em andamento, sendo que depois da criação da Anvisa mais 2.253 processos foram instaurados. Além disso há ações judiciais que antes eram defendidas pela AGU e que agora também estão com a Procuradoria. Temos hoje 280 ações em julgamento sobre vários temas. 4) Em que área a Procuradoria mais tem trabalhado para defender a Agência? Grande tem sido a sustentação judicial para manter o direito da Agência de cobrar as taxas de fiscalização de vigilância sanitária, criadas junto com a Anvisa, e defesa de outras questões decorrentes da aplicação dos atos regulatórios por ela editados que contrariam grandes interesses econômicos. No que diz respeito às ações judiciais sobre as taxas, a Justiça Federal de primeira e segunda instâncias têm-se inclinado, na maioria da vezes, pelo reconhecimento da legalidade da cobrança, em face dos argumentos produzidos pela Procuradoria com apoio do Ministério Público Federal. Essa matéria, todavia, demanda acompanhamento e atenção extremos, em face das repercussões econômicas que tem para a economia da Agência. 5) Em nível interno, o que está sendo feito para aperfeiçoar o fluxo de trabalho da Procuradoria? Encontram-se em fase final de implantação os Sistemas de Controle de Dívida Ativa, em articulação com o Sistema de Inclusão no Cadastro de Inadimplentes (Cadin), a cargo da Gerência-Geral de Gestão Administrativa e Financeira, e o Sistema de Controle dos Autos de Infração. Todo esse aparato legal tem por finalidade o estrito cumprimento das atribuições e responsabilidades da Procuradoria. Com esse sistema informatizado é possível obter relatórios, com a freqüência desejada, sobre as cobranças de multas aplicadas pela Agência e julgadas pela Procuradoria. Além disso, foram padronizados e publicados no DOU os termos processuais-legais utilizados na aplicação da Lei nº 6.437, de 1977, que configura infrações à legislação sanitária federal e estabelece as penalidades. Também foi realizado trabalho inédito de identificação das infrações sanitárias mais freqüentes (mais de 200), em articulação com a Gerência-Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras, o que possibilitará um correto enquadramento legal das infrações e diminuirá os autos de infração com vícios insanáveis que podem anulá-los. A Procuradoria mantém ainda atualizado, mensalmente, o trabalho intitulado “Legislação consolidada de Vigilância Sanitária”, que contém o que há de mais relevante sobre o assunto. 8