Chávez compra submarinos
Alexander Nemenov/AP
Longe das negociações comerciais do Mercosul, o presidente Hugo Chávez fez
negócios com seu atual parceiro prioritário no ramo do material bélico e seguiu viagem
para adquirir mais equipamento militar. Antes de Chávez deixar Moscou, a estatal russa
Rosoboronexport confirmou que o chefe de Estado venezuelano está acertando a
compra de cinco modernos submarinos não-nucleares, o suficiente para equiparar sua
frota à de vizinhos como Brasil e Argentina. Da Rússia, ele seguiu para a Bielorrússia,
que oferece à Venezuela novos sistemas de defesa antiaérea.
Innokenty Naletov, representante da estatal, informou à agência russa de notícias
Itar-Tass que os submarinos em negociação são do modelo Project 636, da classe Kilo,
equipados com reatores a diesel e armados com torpedos teleguiados de alta precisão.
Lançado no final da década passada, e adquirido desde então pela China, é classificado
pelo site Global Security como um dos mais avançados submarinos não-movidos a
energia nuclear, inclusive pela mobilidade e capacidade de eludir os sonares. Por essas
características, o Project 636 se encaixa na finalidade declarada por Chávez para
justificar o interesse: a defesa de bases navais na costa e de plataformas de petróleo
marítimas contra os sempre denunciados “planos de agressão” dos Estados Unidos.
Nos últimos anos, Chávez transformou seu país em um dos mais fiéis clientes da
indústria bélica russa, graças a compras da ordem de US$ 3 bilhões. A Venezuela já
começou a receber as primeiras unidades de um lote de 53 helicópteros militares, e
recentemente fechou também a aquisição de 24 modernos caças Sukhoi Su-30. Também
começaram a ser entregues 100 mil fuzis Kalashnikov que causaram preocupação aos
EUA — em especial porque o contrato inclui a instalação no país de uma fábrica.
Jornal CORREIO BRAZILIENSE
http://www.exercito.gov.br/resenha-Acessado em 30062007