Boletim Informativo do Sindicato dos Professores do ABC Abril/2007 - Nº 303 CAMPANHA SALARIAL EMENDA 3 Trabalhadores dizem não à Emenda 3! Cláusulas sociais dominam pauta das negociações no Ensino Superior de receber direitos garantidos na CLT e na Foto: Raquel Camargo/CUT C om a mesma garra e determinação do último dia 10, voltaremos às ruas no próximo dia 23, somando-nos às paralisações, marchas, panfletagens, e atos em apoio à manutenção do veto, do presidente Lula, à emenda 3. A unidade e a amplitude da manifestação convocada pela CUT e as demais centrais são um recado aos deputados e senadores que tentaram um golpe para roubar nosso 13º, férias remuneradas, FGTS, vale-transporte, valerefeição, licença-maternidade e paternidade, assistência médica e até a aposentadoria. A emenda 3 abre espaço para transformar todo empregado em “PJ”, forçando o trabalhador a tornar-se pessoa jurídica (PJ) e a emitir nota fiscal por serviços prestados, inclusive AULAS. É isso mesmo, cada professor será uma empresa, ou seja, será seu próprio empregador, e conseqüentemente deixará Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), além do que, terá que pagar, do próprio bolso, o transporte até seu local de trabalho, a refeição e até o INSS, caso queira se aposentar. Além disso, precisará pagar imposto de renda, impostos para a Prefeitura e outras taxas e serviços, se quiser continuar trabalhando. Para completar, a emenda ainda proíbe os fiscais do governo de denunciarem os maus patrões, que querem passar a mão nos nossos direitos e conquistas. Diante desta ameaça, vamos nos manter unidos e mobilizados, em estado de alerta contra toda e qualquer tentativa patronal de implementar a lei da selva. O golpe não vai passar. Vamos à luta e à vitória! Novas mobilizações acontecerão para garantir que a emenda 3 não volte. Leia mais sobre o assunto no site da CUT www.cut.org.br José Jorge Maggio, diretor de Organização de Base do SINPRO ABC O Super-Receita, um Super Ataque aos direitos dos trabalhadores De forma silenciosa tramita no Congresso Nacional uma reforma nociva aos interesses nacionais, trata-se do Projeto de Lei n. 20 (PLC 20), que tramita no Senado Federal, e altera a estrutura de nossos sistemas tributário e previdenciário de forma inaceitável. A transferência das receitas, da Previdência Social para o Caixa da União, põe em risco o pagamento futuro dos benefícios aos trabalhadores. Isto poderá sujeitar as receitas da Previdência advindas do empregado/ empregador, a cortes através da DRU (Desvinculação das Receitas da União) ou do contingenciamento, ou ainda, a desvios de sua finalidade constitucional, como já é praticado com a CSL e COFINS, que nas contas do governo não integram o orçamento da seguridade, um verdadeiro saque das receitas da Previdência Social. O PLC 20 fere o caráter democrático e descentralizado da Previdência, como estrutura autárquica e de comando quadripartite, formado por trabalhadores, empregados, aposentados e governo. É atribuição do INSS captar administrativamente seus recursos mediante ação da Secretaria da Receita Previdenciária. É também importante destacar que os orçamentos referentes à Seguridade Social e à Previdência são distintos, não se confundindo com o orçamento da União como determina nossa Constituição Federal. A inclusão no projeto de artigos do Código de Defesa do Contribuinte, já denominado “Código de Defesa do Sonegador”, que reduz o prazo de fiscalização, de tramitação de processos, dificulta a desconsideração de personalidade jurídica a empresas de fachada - “laranjas”, etc. que, a pretexto de proteger o contribuinte, na verdade, protege o grande sonegador da ação do Estado. No tocante às relações trabalhistas, dificultará também o combate ao trabalho escravo, às cooperativas fraudulentas e à terceirização irregular nas empresas. As ameaças colocadas pelo governo e o capital exigem uma resposta das entidades sindicais, dos trabalhadores e de toda sociedade contra as reformas neo-liberais, cujo objetivo é retirar direitos consolidados dos trabalhadores. José Jorge Maggio, Diretor de Organização de Base e Alcides de Souza Pinta. D epois do cancelamento de duas reuniões, ocorreu no dia 19/03 uma nova rodada de negociação com o SEMESP, sindicato patronal do ensino superior. Foram mais de três horas de reunião, ao longo das quais discutiram-se as seguintes cláusulas sociais: estabilidade na préaposentadoria, proibição de mudança unilateral de disciplina, nº de aulas e horário de trabalho, garantia semestral de salário, plano de saúde, atestados médicos, férias, recesso e natureza da atividade docente. Também foram discutidas algumas cláusulas econômicas, como adicional noturno, salário inicial do professor contatado e indenização por demissão sem justa causa. O SEMESP apresentou por escrito sua contra-proposta às reivindicações dos professores. A maior parte dessas reivindicações foi recusada. Exemplo disso é a garantia semestral de salários. Nossa proposta, recusada pelo SEMESP, prevê a redução de 18 para 12 meses o tempo de casa mínimo para o professor adquirir direito á garantia semestral. Os SINPROs, por sua vez, recusaram alguns pontos apresentados pelos patrões, como a redução do adicional noturno de 25% para 20% e da indenização proporcional por tempo de serviços nas demissões sem justa causa (o SEMESP propôs reduzir a multa de três para um dia ao ano trabalhado). A FEPESP voltou a reclamar um piso salarial para a categoria e a normatização dos planos de carreira. O reajuste salarial deve ser objeto das próximas reuniões, assim que a discussão sobre as cláusulas sociais estiverem mais avançadas. Fonte: FEPESP Professores do SESI e do SENAI Mobilização dos professores garante conquistas Na campanha salarial 2007 ficou novamente comprovado que somente com resistência, união e mobilização, podemos sensibilizar e obter conquistas no campo das relações trabalhistas. Mas não é motivo para se acomodar. Os professores são permanentemente desafiados, por isso devemos conservar esta integração para manter ou até ampliar as conquistas e os direitos. Proposta final aprovada na assembléia de 24/03: Reajuste de 4% (quatro por cento) a partir de 01/03, a ser aplicado sobre os salários de fevereiro 2007. 2 – Aumento de 2% (dois por cento) a partir de 01/04 exceto aos professores de Ensino Médio e Instrutores de Informática Educacional, a ser aplicado sobre os salários de março de 2007 já reajustados. Total acumulado = 6,08% 3 – Recesso Escolar: de 13 a 29/07/2007 (17 dias) e de 22/12/2007 a 03/01/2008 (13 dias). 4 – Férias: de 04/01 a02/02/2008 (30 dias) 5 – Cartão alimentação 6 – Quanto aos Instrutores de Informática Educacional: a) Jornada de 8 horas/dia, 40 horas semanais; b) 15% da jornada destinar-se-á a “preparação de atividades” (6 horas semanais); c) Férias de 27/12/2007 a 25/01/2008; d) Recesso escolar 13 a 24/07/2007 e de 21 a 26/12/2007. 7 – Quanto aos professores do SENAI: a) Férias de 02 a 16/07/2007 e de 02/01 a 16/01/2008. b) Recesso escolar b.1) Professores de 22/06 a 01/07/2007 (10 dias) e de 17 a 22/07/2007 (6 dias) b.2) Professor e técnico de Ensino de 22/12/2007 a 01/01/2008 (11 dias) e de 17 a 20/01/2008 (4 dias) O Professor artigo CONTEE O novo ministério de “ampla coalizão” O presidente Lula demorou meses para anunciar seu novo ministério, período dedicado a negociações políticas, em particular com o PMDB (que tem a maior bancada na Câmara dos Deputados), um partido heterogêneo, dividido entre vários caciques regionais, que se situa do centro para a direita do espectro político. A composição do ministério, ligada à construção da base governista no Congresso Nacional, envolve além do PT, mais oito partidos: os tradicionais aliados PCdoB e PSB, mais PMDB, PP, PDT, PR, PTB e PV, contando ainda com ministros sem partido. Aqui cabe destacar o lugar privilegiado que passa a ocupar o PMDB, que ficou com 5 ministérios que juntos controlam quase 45% do Orçamento federal. Henrique Meirelles segue presidente do Banco Central, enquanto assume o Ministério do Desenvolvimento e Indústria Miguel Jorge, ex-executivo da Volkswagen e do Banco Santander no Brasil. Na Agricultura, na falta de um nome ligado diretamente ao agro-negócio, entrou Reinhold Stephanes (PMDB), que já foi ministro de Collor de Mello e de Fernando Henrique Cardoso. Essa composição ministerial, somada à base de sustentação do governo no Congresso Nacional (11 partidos), preocupa aqueles que, como nós e o grosso da classe trabalhadora e setores oprimidos da sociedade, votamos em Lula, renovando o seu mandato para que mudasse de política econômica e passasse a atender as urgentes reivindicações de Reforma Agrária, valorização continuada do Salário Mínimo, investimentos maciços em Saúde e Educação Públicas, dentre outras demandas represadas. Ao mesmo tempo que montava seu novo ministério e costurava alianças políticas no Congresso, Lula entrevistou-se com Bush duas vezes no mês de março (9 no Brasil e 31 de março nos EUA), com quem assinou um Memorando para uma “parceria” na produção de etanol, envolvendo inclusive outros países da América Latina como áreas de produção de cana de açúcar para produzir álcool. Criticado pelo MST, pela CUT e, em nível continental, por Chávez da Venezuela e Fidel Castro, a implementação de tal parceria se chocaria com a reforma agrária (já que as melhores terras estão nas mãos do agro-negócio exportador) e ameaçaria áreas de cultivo alimentar com a extensão da monocultura canavieira. Hoje a contradição entre a “base governista” e a base social que elegeu Lula explode na questão da Emenda 3 – que abre as portas para a liquidação de direitos trabalhistas – que corretamente foi vetada por Lula, a pedido da CUT e demais centrais sindicais, mas que foi apoiada por grande parte dos deputados que fariam parte da base de Lula no Congresso. Conclusão, diante de tais contradições, a situação só pode ser alterada em favor dos interesses dos trabalhadores com o aumento da pressão, através de mobilizações que se dirijam à Lula cobrando as reivindicações que estiveram na base do voto popular dado a ele para um segundo mandato. SINPRO ABC discute morosidade e ilegalidade no processo de atribuição de aulas da Fundação Santo André alteração verbal e ilegal da Res. 040/06 e seu anexo; contratação de palestrantes para ministrarem aulas na Graduação; precarização das relações de trabalho. Após discussão exaustiva sobre as questões acima, para as quais a Instituição apresentou sua versão, da qual discordamos, ficou pré-agendada nova reunião para dia 24/04/07, às 14h, no SINPRO ABC, a ser confirmada pelos representantes da Instituição, para fechamento da discussão e regularização do processo de atribuição, de acordo com a CCT. O Professor - Boletim Informativo do Sindicato dos Professores do ABC - ISSN: 1673-8473 - EXPEDIENTE O SINPRO ABC participou do 13.º Consind, que ocorreu nos dias 13 e 14 de abril, no Rios Presidente Hotel, no centro da cidade do Rio de Janeiro. A programação do evento incluiu análises e discussões que versaram sobre: a sustentação financeira da Confederação; conjunturas nacional e internacional; a convocação de um congresso extraordinário em 2008, proposta aprovada pelos sindicatos e a Federação presentes. Na abertura do Conselho Sindical realizou-se o lançamento oficial da Campanha Contra a Desnacionalização da Educação Superior que apresenta o tema “Educação não é mercadoria”. Diretores do SINPRO: Célia Regina Ferrari, vicepresidente; Aloísio Alves da Silva, presidente e Paulo Ostroski, departamento jurídico Julio Turra, sócio fundador do SINPRO ABC e membro da executiva da CUT FSA Nossos questionamentos: a lisura do procedimento; precariedade na comunicação entre a Instituição e os docentes; engessamento de horário das aulas oferecidas; oferecimento de disciplinas em blocos; não atendimento à cláusula 21 da CCT; excesso de burocracia; tempo exíguo na comunicação dos procedimentos; falta de informações concretas sobre o procedimento de atribuição de aulas; morosidade no processo de atribuição de aulas; inexistência de resposta, expressa e fundamentada da FSA para os recursos interpostos pelos docentes; Finanças, conjuntura e congresso extraordinário pautam o 13º Conselho Sindical da CONTEE Diretoria executiva: Aloisio Alves da Silva, Célia Regina Ferrari; Denise Filomena L. Marques, José Carlos Oliveira Costa, José Jorge Maggio, Paulo Cardoso de Souza, Paulo Ostroski e Paulo Roberto Yamaçake; • Presidente: Aloísio Alves da Silva; • Diretora de Imprensa: Denise Filomena L. Marques • Responsáveis pela edição:Denise Filomena L. Marques e Israel Barbosa • Diagramação e ilustração: Israel Barbosa • Tiragem: 4000 exemplares • Data de fechamento: 18/04/2007 • Site: www.sinpro-abc.org.br Rua Pirituba, 65 - B. Casa Branca - Santo André - SP Cep: 09015-540 - Fone: (11)4994-0700 PAUTA: a) Análise, discussão e deliberação sobre as propostas apresentadas pela Entidade Patronal para a respectiva Convenção Coletiva de Trabalho; b) Autorização para a manutenção das negociações com o representante patronal e instauração de Dissídio Coletivo na hipótese de fracasso nas negociações. PARTICIPEM DAS NOVAS MOBILIZAÇÕES!! NÃO À EMENDA 3! TRABALHADORES, VAMOS AMPLIAR A PRESSÃO PELA MANUTENÇÃO DO VETO PRESIDENCIAL EDITAL Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária dia 23/04/2007. O Presidente do Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul – SINPRO ABC, no uso dos poderes que lhe são conferidos pelo Estatuto Social, convoca todos os professores de Ensino Superior de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, em pleno gozo de seus direitos sindicais, para que compareçam à Assembléia Geral Extraordinária, que realizar-se-á na sede do SINPRO ABC, sito à Rua Pirituba, 61/65 – Bairro Casa Branca – Santo André – SP, no dia 23 de abril de 2007, em primeira convocação às 16 horas e 30 minutos e em segunda convocação às 17 horas. Tal Assembléia tem como finalidade: a) Análise, discussão e deliberação sobre as propostas apresentadas pela Entidade Patronal para a respectiva Convenção Coletiva de Trabalho; b) Autorização para a manutenção das negociações com o representante patronal e instauração de Dissídio Coletivo na hipótese de fracasso nas negociações. Santo André, 18 de abril de 2007 – Aloísio Alves da Silva – Presidente.