UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROGRAMA DE DISCIPLINA Curso: Relações Internacionais Disciplina: BRI 0031 – Introdução às Negociações Internacionais Docentes responsáveis: Alberto Pfeifer ([email protected]) ( ) e Amâncio Jorge de Oliveira ([email protected]) Semestre: 1º de 2015 segundas-feiras, feiras, noturno Créditos: 04 Carga horária: 60 horas Monitor: Pietro Rodrigues ([email protected]) @gmail.com) OBJETIVO DO CURSO O curso tem por objetivo apresentar o estado da arte do debate da área de Negociações Internacionais no campo de estudo das Relações Internacionais e disciplinas afins. Esta apresentação apresentação será feita em dois níveis: I. no plano teórico e conceitual, e II. no plano prático e aplicado. A proposta é oferecer ferramentas pertinentes para o desempenho profissional e acadêmico dos alunos, seja no campo de análise de relações internacionais e de política externa, seja na aplicação direta nos ofícios a que venham a se dedicar, como operadores das relações internacionais de parte do Estado, do setor privado, da sociedade civil e de organizações intergovernamentais. Serão oferecidas perspectivas perspectiva históricas, exemplos e estudos de caso como forma de ilustrar e sedimentar as ferramentas analíticas oferecidas. Objetivos específicos: ao final do curso, o aluno deverá ser capaz de (1) compreender as origens da negociação internacional e discernir aspectos aspectos relativos à teoria da resolução de conflitos; (2) desenvolver um bom entendimento das teorias associadas aos processos e resultados das negociações internacionais; (3) aperfeiçoar suas próprias habilidades de negociação por meio da prática de simulações simulaçõ e estudos de casos; (4) expandir a capacidade de analisar conflitos internacionais e processos de negociação de maneira a permitir a elaboração de recomendações precisas quanto a políticas, estratégias e táticas de negociação. EMENTA DA DISCIPLINA “Negociação Internacional” refere--se se aos processos e métodos pelos quais atores e agentes internacionais alcançam seus objetivos e satisfazem seus interesses por meio de persuasão e de interações não-violentas. não Contudo, no âmbito internacional, a coerção encontra-se se sempre presente, de uma ou outra forma. Os negociadores, assim, necessitam usar suas habilidades não apenas para lidar com conflitos violentos, mas também quando ameaças de uso da violência ou outras medidas coercitivas são direcionadas a eles el ou a seus representados. Isto o posto, negociação internacional pode ser entendida como uma habilidade estratégica que integra conhecimento e destrezas analíticas, interpessoais, organizacionais, diplomáticas e outras. Um dos instrumentos basilares da resolução de conflitos internacionais é o emprego de análise e habilidades de barganha por indivíduos, organizações intergovernamentais, ONGs, Estados e empresas para resolver disputas internacionais e conceber acordos internacionais. O foco será direcionado direciona às condições sob as quais os atores internacionais se mostram aptos a negociar e a engendrar arranjos cooperativos e benéficos mesmo num contexto de conflito, desconfiança, traição e mesmo guerra e violência. Uma ampla gama de tipos e modos de negociações negociações internacionais são abarcadas no curso, a fim de se realçar as peculiaridades do sistema de negociação internacional vis-à-vis vis vis a negociação doméstica e da interpessoal, assim como realçar o papel do setor privado e das empresas empresa nos casos de negociação em e que seus interesses, mesmo quando representados por agentes estatais, são buscados. Serão adotados como conteúdos disciplinares acessórios elementos de teoria da interdependência e da cooperação internacional; Regimes Internacionais (princípios e conceitos); conceitos); Impacto doméstico das normas 1 internacionais; o papel das organizações intergovernamentais: Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio e outras; Regimes Internacionais de Segurança; Multilateralismo e Comércio; Regimes Internacionais de Direitos Humanos e de Meio Ambiente. METODOLOGIA DE TRABALHO E AVALIAÇÃO Metodologia didática: Aulas expositivas, seminários de discussão, estudos de caso e simulações. • Convidados externos poderão ser ocasionalmente trazidos à sala de aula para narrarem processos específicos de negociação e compartilharem suas impressões quanto às estratégias adotadas e aos resultados alcançados. • Leituras obrigatórias e complementares moodle):http://disciplinas.stoa.usp.br/course/view.php?id=4236 (textos disponíveis no Avaliação:1. Trabalho em Grupo (50%). 2. Exercícios em sala de aula (30%). 3. Leituras (resumos semanais), assiduidade e engajamento (20%). • Trabalho final: análise de um processo de negociação internacional (20 a 30 páginas). • Memorando analítico: recomendação estratégica referente a caso de negociação real. • Exercícios: serão aplicados exercícios ao longo do curso, tais como simulações de negociações internacionais ou atividades de sedimentação dos conceitos discorridos em classe e cobertos nas leituras. • Leituras: resumo sintético das leituras semanais, 2-3 parágrafos por texto. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA Conceitos essenciais de negociações. Patton, Bruce; Ury, William; Fisher, Roger. “Como chegar ao Sim – a negociação de acordos sem concessões.” Imago Ed., 2a. Ed, 2005. 216p. Simulações e Aprendizado Silvia, Chris. "The Impact of Simulations on Higher-Level Learning." Journal of Public Affairs Education (2012): 397422. http://www.naspaa.org/jpaemessenger/article/vol18-2/10_silva.pdf Harvard Law School. Teaching Negotiation: Understanding The Impact Of Role-Play Simulations. Harvard Program on Negotiation. http://www.pon.harvard.edu/freemium/new-teaching-negotiation-understanding-theimpact-of-role-play-simulations/ Material de Referência para o Desenvolvimento de Habilidades em Negociações Centro Brasileiro de Relações Internacionais. “Comércio e Negociações Internacionais para Jornalistas”. CEBRI, Rio de Janeiro, 2009. 178p. Ângelo, I.P., e Moraes, A. L. M. (orgs.) “Formação de negociadores em comércio exterior”. Brasília, ESAF, 2002. 500p. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Manual de Negociações Internacionais. Fiesp, junho 2003. http://www.fiec.org.br/artigos/negocios/manual_negociacoes_internacionais.pdf Centro Brasileiro de Relações Internacionais. “Comércio e Negociações Internacionais para Jornalistas”. CEBRI, Rio de Janeiro, 2009. 178p. 2 Concepções clássicas de negociação e diplomacia Cohen,R.“AllintheFamily:AncientNearEast Diplomacy,”InternationalNegotiationvol.1,no.1(1996) Hamilton,K.andR. Langhorne,ThePractice ofDiplomacy (London: Routledge, 1995), Ch. 1 “The Old World” Iklé,F.C.HowNations Negotiate(New York:Harper&Row,1964,1981ed.)ix-58,191-224 deCallieres,F.,ArtofDiplomacy(OntheMannerofNegotiatingwith Princes)ch.XVI“ObservationsontheWaysofNegotiating” Shakespeare,William,HamletPrinceofDenmark,excerpts,ActI:ii,1-48;ActII:ii,6084,(instructionsforambassadortoNorway) Maalouf,A.,TheCrusadesThroughArabEyes(SchockenBooks),pp.210-215(negotiationsbetweenSalahalDinandKingRichardtheLionheart) Aspectos políticos, sociais e cognitivos das negociações internacionais Kelman, H., “Social PsychologicalDimensions ofInternational Conflict,” in Zartman and Rasmussen, eds.,PeacemakinginInternationalConflict(USIP,2007) McDermott, R. “Prospect Theory andNegotiation,”inRudolfAvenhausandGunnarSjostedt,NegotiatedRisks:InternationalTalksonHazardousIssues(Spri nger,2009) Fisher, R. J., “PrenegotiationProblem-SolvingDiscussions,” inStein,J.G.,ed.,GettingtotheTable(JohnsHopkins,1989) Condicionantes domésticos e componentes estruturais das negociações internacionais Putnam, R., “Diplomacyand Domestic Organization,vol.42,no.3(1988):428-460 Politics: The LogicofTwo-LevelGames” Zartman,I. W., “TheStructure of ed.Kremenyuk,V.A.,InternationalNegotiation(JosseyBass,2002),Ch.5 Negotiation,” International in Assimetria nas negociações internacionais: a questão do poder Zartman, I. W.&Rubin,J. Z.,Powerand Negotiation. (UniversityofMichigan,2000)Chs.1,12 Waelchli, H. and Shah, D. “Crisis NegotiationsBetweenUnequals: Lessonsfrom a Classic Dialogue”NegotiationJournalvol.10,no.2(April1994) Empresariado e Estado: negociações econômicas internacionais Ângelo, I.P. e Moraes, A.L.M. (org.) “Formação de negociadores em comércio exterior”. Brasília, ESAF, 2002. 500p. Pfeifer F., A. The negotiations of the European Union-Mercosur Inter-regional cooperation agreement: a preliminary assessment. Dissertação (mestrado em Relações Internacionais), FletcherSchoolof Law andDiplomacy, Harvard/TuftsUniversity, Medford, 2002. Cruz e Silva, Érica. Atuação do empresariado brasileiro no governo Lula: o posicionamento da CNI sobre questões internacionais. Dissertação (mestrado em Ciência Política), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Oliveira, A. J. N. S. O papel da Coalizão Empresarial Brasileira e as negociações da ALCA. Tese (doutorado em Ciência Política), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. Costa, Lígia Maura. “A Indústria do conflito está em crescimento? Os brasileiros e os franceses e as negociações internacionais.” GV Pesquisa, 2009, 73p. http://gvpesquisa.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/publicacoes/L%C3%ADgia%20Maura%20%20NPP%20vers%C3%A3o%20final%20Negocia%C3%A7%C3%B5es%20Internacionais%20Brasileiros%20e% 20Franceses.pdf 3