Estatística & Direito I. II. A Estatística no Direito As Estatísticas do Direito Metodologia de Investigação Curso de Mestrado em Direito Ana Brochado, [email protected] IST-UTL & Autoridade da Concorrência I. A Estatística no Direito 1 Introdução 2 A Estatística nos Tribunais 3 Avaliação da Qualidade de um Relatório Estatístico 4 Case Study: Cálculo do Dano Económico em Carteis Bibliografia gratuita http://www.fjc.gov 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ►Kaye, David H. & Freedman, David A. (2000). Reference Guide on Statistics. In Reference Manual on Scientific Evidence, Federal Judicial Center, pp. 83-178 Bibliografia gratuita http://www.unr.edu/bench/ 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ► Dobbin, Shirley A. Ph.D. & Gatowski, Sophia I. (1999). A Judge's Deskbook on the Basic Philosophies and Methods of Science, a Model Curriculum, State Justice Institute. Livros (Editoras Comerciais) ► Zeisel, Hans & Kayne, David (1997). Prove it with Figures: Empirical Methods in Law and Litigation. Statistics for Social Science and Public Policy, Spriger ► Finkelstein, Michael & Levin. Bruce (2001). Statistics for Lawers. Statistics for Social Sciences and Public Policy. Springer, 2001. Livros (Editoras Comerciais) ► Gastwirth, Joseph L. (2000). Statistical Science in the Courtroom. Statistics for Social Science and Public Policy, Springer. ► Fienberg, Stephen, E. (1989). The Evolving Role of Statistical Assessments as Evidence in the Courts. Springer-Verland. Livros (Editoras Comerciais) ► Good, Phillip I. (2001). Applying Statistics In The Courtroom: A New Approach for Attorneys and Expert Witnesses. Chapman & Hall/CRC ► DeGroot, Morris H., Fienberg, E. & Kadane, Joseph B. (1994). Statistics and the Law Wiley-Interscience Livros (Editoras Comerciais) ► Finkelstein, Michael O. & Levin, Bruce (2001). Statistics for Lawyers. Springer. ► Giannelli, C. & Imwinkelried, Edward J. (2007). Scientific Evidence. LexisNexis (4.ª Edição) ► Faigmen, David L., Kaye, D. H., Saks, Michael J. and Standers, J. (2002). Science in the Law: Standards, Statistics, and Reserach Issues. West Group Revistas Internacionais 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos ►Vários casos envolvem a necessidade de provar (ou não ) as alegações com estatísticas. 4 Case Study – “Figures speak and when they do, Courts listen” (Brooks & Beto, 1966) A Estatística nos Tribunais 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais ► Estatística associada a outras áreas do conhecimento 3 Qualidade Estudos PERITAGEM 4 Case Study Economia Econometria Psicologia Psicometria Medicina Bioestatística … Definição de Estatística 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos ► “Statistics, broadly defined is the art and science gaining information from the data. For statistical purposes, data mean observations or measurements, expressed at numbers. 4 Case Study ► A Statistics may refer to a particular numerical value, derived from the data. ► The field of statistics included methods for (1) collecting data, (2) analysing data, and (3) drawing inferences from the data”. – Reference Manual on Scientific Evidence Avaliação de um estudo estatístico 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ►Como é que podemos assegurar que as estatísticas são úteis e fiáveis? – Recolha de dados – Análise de dados (técnicas) – Realização de inferências (interpretação) Recolha de dados 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study CENSO AMOSTRA Recolha de dados 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais Identificação da população-alvo 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Definição da base de sondagem Selecção do método de amostragem Determinação da dimensão da amostra Selecção da amostra (Trabalho de campo?) REPRESENTAÇÃO DE UM INQUÉRITO POR AMOSTRAGEM População alvo ou 1 Introdução População teórica População que se pretende conhecer 2 Estatística & Tribunais Concelhos 3 Qualidade Estudos by Column H 1 to1 (83) 4 Case Study População a inquirir ou população em estudo Amostra População acessível, de onde se retira a amostra Unidades seleccionadas para observação Classificação das técnicas de amostragem 1 Introdução Técnicas de amostragem 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Conveniência Aleatória simples Não Probabilísticas Julgamento Amostra sistemática Probabilísticas Por quotas Amostra estratificada Snowball Amostra por clusters Outras técnicas Representatividade da amostra 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Resultado do teste Grávida Não Grávida Total Actualmente grávida Actualmente não grávida 197 0 (falsos +) 1 (falsos -) 2 198 2 Fiabilidade = 99,5% Barnett, Arnold (1994). "How Numbers Can Trick You," Technology Review 1, p. 38-45. Realização de inferências Triumph – “as good or better than Merit” “national taste test winner” 1 Introdução vs. 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Triumph é muito melhor do que Merit Triumph é melhor do que Merit Triumph é igual a Merit Triumph é pior do que Merit Triumph é muito pior do que Merit 45 73 77 93 36 14% 22% 24% 29% 11% 36% 40% 60% Gastwirth, J.L. (2000). Statistical Science in the Courtroom. Springer CONCEITO 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ► A colusão entre empresas traduz-se numa prática de coordenação de decisões ou comportamentos que tenham por objecto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência, levando as empresas, nomeadamente, a prescindirem da sua autonomia na determinação de preços, condições de venda e selecção de mercados, com o objectivo de alcançarem ganhos superiores aos que seriam obtidos em condições de livre concorrência. Complementa, esta prática, uma decisão quanto à repartição posterior dos ganhos, directa ou indirecta, entre as empresas concertadas. ► A colusão entre empresas pode consubstanciar uma prática anticoncorrencial, enquadrando-se no n.º1 do artigo 4.º da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho Lei da Concorrência (Lei nº 18/2003 de 11 de Junho) 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ENQUADRAMENTO LEGAL Artigo 4.o Práticas proibidas 1 — São proibidos os acordos entre empresas, as decisões de associações de empresas e as práticas concertadas entre empresas, qualquer que seja a forma que revistam, que tenham por objecto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência no todo ou em parte do mercado nacional, nomeadamente os que se traduzam em: a) Fixar, de forma directa ou indirecta, os preços de compra ou de venda ou interferir na sua determinação pelo livre jogo do mercado, induzindo, artificialmente, quer a sua alta quer a sua baixa; b) Fixar, de forma directa ou indirecta, outras condições de transacção efectuadas no mesmo ou em diferentes estádios do processo económico; c) Limitar ou controlar a produção, a distribuição, o desenvolvimento técnico ou os investimentos; d) Repartir os mercados ou as fontes de abastecimento; e) Aplicar, de forma sistemática ou ocasional, condições discriminatórias de preço ou outras relativamente a prestações equivalentes; f) Recusar, directa ou indirectamente, a compra ou venda de bens e a prestação de serviços; g) Subordinar a celebração de contratos à aceitação de obrigações suplementares que, pela sua natureza ou segundo os usos comerciais, não tenham ligação com o objecto desses contratos. As Decisões da AdC 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study ► Comunicado n.º 1/2005 - Autoridade condena cartel de 5 empresas farmacêuticas em concurso público ► Comunicado n.º 7/2005 Autoridade condena Ordem dos Médicos Veterinários por imposição de preços mínimos ► Comunicado n.º 8/2005 Autoridade da Concorrência condena Ordem dos Médicos Dentistas por fixação de honorários mínimos ► Comunicado n.º 10/2005 Autoridade da Concorrência condena Ordem dos Médicos Dentistas por fixação de honorários mínimos ► Comunicado n.º 11/2005 Autoridade detecta cartel na indústria moageira - aplicada coima de 9 milhões de euros a 10 empresas ► Comunicado 17/2006 - Sofisticado cartel no sector do sal actuou durante oito anos provocando graves prejuízos aos consumidores e à indústria - Autoridade aplica coima de 910 mil euros ► Comunicado 8/2007 - AdC detecta cartel no Porto de Setúbal e aplica coima de 185 mil euros 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Artigo 43.o Coimas 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima que não pode exceder, para cada uma das empresas partes na infracção, 10% do volume de negócios no último ano: a) A violação do disposto nos artigos 4.o, 6.o e 7.o; Artigo 44.o Critérios de determinação da medida da coima As coimas a que se refere o artigo anterior são fixadas tendo em consideração, entre outras, as seguintes circunstâncias: a) A gravidade da infracção para a manutenção de uma concorrência efectiva no mercado nacional; b) As vantagens de que hajam beneficiado as empresas infractoras em consequência da infracção; c) O carácter reiterado ou ocasional da infracção; d) O grau de participação na infracção; e) A colaboração prestada à Autoridade, até ao termo do procedimento administrativo; f) O comportamento do infractor na eliminação das práticas proibidas e na reparação dos prejuízos causados à concorrência. Efeitos de um aumento (ilícito) do preço P 1 Introdução P=50 2 Estatística & Tribunais Procura 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Preço observado/ resulta da prática P=25 Preço não observado P=10 0 B C Q=125 A Q=200 Q=250 Q Dano Económico 1 Introdução Descrição gráfica 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos Cálculo Valor Efeito 1: transferência financeira para as empresas = (25-10)x 125=1875,0 u.m. Efeito 2: perda de excedente do consumidor associado à procura cessante (deadweight loss) =15 x (200-125) =562,5 u.m. 4 Case Study Dano Económico (Diminuição do Excedente dos Consumidores) + Valor Total: 1875,0 + 562,5 Benefício Económico 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Benefício económico das empresas (Variação das receitas globais das empresas) Descrição gráfica Total: 1865,0-750,0=1125 u.m. Cálculo Valor Efeito 1: Aumento preço unitário = (25-10)x 125=1875,0 u.m. Efeito 2: Redução de vendas em virtude da procura cessante =10 x (200125)=750 u.m. Como calcular o preço em concorrência? 1 Introdução 2 Estatística & Tribunais 3 Qualidade Estudos 4 Case Study Designação Método de cálculo Preço em concorrência Antes e depois Comparação de preços antes e depois da prática Preços antes da prática se ter iniciado “yardstick approach” Comparação de preços com mercados similares Preço noutro mercado Previsão econométrica Estimação da relação estatística entre o preço e os seus determinantes Estimativa do preço durante a prática usando os seus determinantes passados Simulação de mercado Modo oligopolista baseada em hipóteses de comportamento dos agentes e recorrendo a parâmetros estimados por via econométrica (ex. elasticidade da procura) Preço teórico de acordo as estimativas do modelo II. As Estatísticas do Direito 1 Análise descritiva dos dados através de gráficos 2 Cálculo de estatísticas descritivas Ficha: Estatísticas + ficheiro excel ► “For the rational study of the law the black letter man may be the man of the present, but the man of the future is the man of statistics and the master of economics”. – Holmes, Oliver Wendell, Jr. (1897). The Path of the Law, 10 Harvard Law Review, p. 457-469 ► “It is now generally recognized, even by the judiciary, that since all evidence is probabilistic – the are no metaphysical certainties – evidence should not be excluded merey because its accuracy can be expressed in explicity pobabilistic terms. – Posner, Richard A. (1999). “An Economic Approach to the Law of Science”. Standford Law Review, p. 1477-1508 ► Steward, Dwight, and M. Douglas Berg (2003). "Lies, Damn Lies, and Statistics: A View from a Statistical Expert", State Bar of Texas, Advanced Employment Law, February 21-22, 2003.