Ansiedade
Eliana Eliana Melcher Martins
Mestre em Ciências pelo Depto de Psicobiologia da
UNIFESP
Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP
Psicóloga Clínica Cognitivo - Comportamental
1
Definições
• A ansiedade é, provavelmente, a mais comum
e universal das emoções. Um acontecimento
normal na vida humana.
• “Uma emoção desagradável, induzida pela
expectativa de perigo ou frustração que
ameaça a segurança, a homeostase ou a
própria vida da pessoa, ou do grupo biossocial
a que ela pertence.”
2
Definições
Pode ser normal quando:
• motiva o indivíduo a ir buscar seus objetivos.
• A experimentamos diante de um acontecimento
brusco (iminência de um desastre, terminar
tarefas dentro de limites determinados).
• Serve de proteção contra possíveis perigos (luta
ou fuga).
3
Medo
Ansiedade
• Medo é a resposta a uma ameaça externa,
definida e conhecida.
• Ansiedade é uma resposta a uma ameaça
interna, vaga e desconhecida.
4
Ansiedade Patológica
• Caracteriza-se pela frequência, intensidade e
duração da emoção ansiosa, interferindo
negativamente no bem-estar e no rendimento
das atividades cotidianas.
• Perde seu valor adaptativo e passa a ter uma
atuação inadequada.
5
Caráter Ansioso
Estado Ansioso
• Caráter ansioso – predisposição a reagir de forma
ansiogênica a uma grande variedade de
estímulos.
• Genética
• Resultado de certas experiências da vida
• TRAÇO DE PERSONALIDADE
6
Estado Ansioso
• Condição emocional transitória, de
intensidade e duração variável.
• Persistente, fixo, de intensidade alta diante de
circunstâncias que a pessoa avalia como
ameaçadoras, independentemente da
existência de um perigo real.
• Ser (caráter)
Estar Ansioso (estado)
7
A ansiedade possui:
• Componente Psicológico
• Componente Somático
8
Psicológico
• Inquietação desagradável até mesmo insuportável
• Acompanhada de insegurança
• Apreensão com:
futuro
a própria saúde ou dos familiares
Com as finanças
Com relação às próprias aptidões
Capacidade de relacionamentos sociais
• Antecipa problemas
• Teme perigos e desastres
• Procura o apoio de terceiros
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Somático
• Sistema Sudomotor: suor frio e úmido nas palmas das mãos, axilas
e testa.
• Sistema Cardiovascular:
Taquicardia
Aumento da pressão arterial
Vasoconstrição periférica (palidez e baixa temperatura nas
extremidades)
• Sistema respiratório:
Respiração superficial, rápida e entrecortada, geralmente por suspiros
Sensação de sufoco e opressão torácica
• Sistema gastrointestinal:
Diminuição salivar
Náuseas, dispepsias
Constipação/diarréia
Inapetência/compulsão alimentar
10
11
Etiopatologia da Ansiedade
•
Teorias biológicas: papel dos neurotransmissores (noradrenalina, serotonina,
ácido gama-aminobutírico (GABA)). Deficiência deles no sistema nervoso
central.
•
Teorias psicológicas comportamentais cognitivas: resposta condicionada a
estímulos ambientais específicos. Crenças errôneas que subestimam a
capacidade de enfrentamento de condições adversas e superestimam a
ameaça e os perigos.
•
•
Reação: reduz ou tenta controlar a ansiedade – a esquiva – conduz às fobias
Outras reações: negação, somatização, ingestão de comida, uso exagerado de
cigarros, bebidas, riso, choro, fala excessiva, devaneios, exercícios físicos ou
fuga na fantasia.
•
Há componentes hereditários, principalmente no pânico, fobias e no TOC.
•
Na ansiedade generalizada há predisposição familiar (não necessariamente
genética e sim de compartilhamento)
12
Transtorno de Ansiedade
• Doença Moderna:
Boa parcela dos indivíduos sofrerá de um transtorno de
ansiedade no futuro. Mais do que a depressão.
Afeta a vida cotidiana mais do que se pensa:
No trabalho
Na vida social
Em viagens (locomoção em geral)
Em relações afetivas
Em geral não conseguem dormir bem, podem tornar-se
reclusas. Algumas precisam de hospitalização
13
Transtorno de Ansiedade
• Pode levar à depressão (dando a impressão de sofrer das duas
condições)
• Uso de substâncias
• Associado a problemas cardíacos, hipertensão, desconforto
gastrointestinal, doenças respiratórias, diabete, asma, artrite,
problemas de pele, fadiga dentre outros.
• Afeta 16% das crianças – impacto em seu desenvolvimento
problemas acadêmicos e sociais.
• Doença de repercussão grave.
• Custo financeiro alto para o sistema de saúde pois as pessoas ficam
menos produtivas e usam mais os serviços médicos.
14
Uma questão a considerar:
• Por que os problemas com ansiedade estão
aumentando se vivemos com maiores facilidades do
que no passado?
• Se estamos mais protegidos das catástrofes, nosso
nível de ansiedade deveria diminuir na mesma
proporção.
• Porém essa proporção de ansiedade aumentou!!!!
• Por quê?
15
Nível de “Conexão Social”
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Menos laços afetivos com outras pessoas
O divórcio é mais comum
As famílias estão mais divididas e espalhadas
As famílias estendidas já vivem longe
Comunidades locais menos coesas (mobilidade econômica, estradas
e automóveis)
Locais de compras e de diversão mais distantes
Crescimento das cidades
As pessoas vivem mais sozinhas
Aumento da criminalidade
Terrorismo
Falta de estabilidade no trabalho
Aposentadoria inadequada na velhice
• O apoio da “tribo” não está mais disponível como antes
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Como pensamos a vida hoje
• Expectativa em relação ao conforto material aumentou
• Identidade enquanto consumidores
• Sentimento de querer sempre mais é reforçado pela mídia
• Quanto mais se consome mais solitários nos sentimos
• A economia oferece várias opções e cresce a dúvida se a escolha
foi a melhor
• Expectativas em relação à beleza e ao sucesso levam a uma
insatisfação crescente e a uma tentativa desesperada de um
sentido de vida mais feliz
17
Origem da Ansiedade
• Parte de nossa herança biológica
• Nossos ancestrais viviam em um mundo cheio de perigos: predadores,
fome, plantas tóxicas, vizinhos hostis, alturas, doenças, afogamentos,
etc.
• As qualidades necessárias para evitar o perigo foram as qualidades
desenvolvidas em nós pela evolução.
• O medo tinha a função de proteger.
• Tínhamos de estar atentos a muitas coisas para sobreviver.
• Em nossa formação psicológica essa cautela originou nossas mais
profundas aversões e fobias.
• Esses medos eram adaptativos – instintos de sobrevivência dos tempos
18
primitivos
A ansiedade como adaptação
Stanley
• “Como a ansiedade ajudou nossos ancestrais a sobreviverem em
um ambiente primitivo?”
• Função de um medo particular ter servido para nos guiar e proteger
diante de determinadas situações:
•
•
•
•
•
Os lugares altos eram perigosos
A comida poderia estar estragada
Era arriscado ofender os vizinhos
Num campo aberto poderia encontrar animal perigoso
Guardar comida para matar a fome no inverno
• Os ansiosos sobreviveram por se preocuparem com situações reais
de subsistência.
19
Psicologia evolutiva
• A linguagem como ferramenta conceitual tornou claro que temos mente e
que pensamos.
• Temos também a capacidade de imaginar como o outro pensa e sente e
como estes pensamentos e sentimentos são parecidos com os nossos.
• Nas tribos e comunidades isso é levado em consideração.
• No cérebro é o córtex orbitofrontal responsável por essa área (lesão nessa
área a pessoa não sabe como agir com o outro). Ex. autismo.
• No processo evolutivo as crianças passaram por um longo período de
desamparo. Elas se tornavam adultos antes da adolescência.
• Foram melhores cuidadas e protegidas graças ao interesse do grupo cuidar
de crianças que ficavam órfãs prematuramente.
• O grupo passou a ser mais integrado para garantir a sobrevivência de
todos
20
Psicologia evolutiva
• Um grupo organizado tinha muito mais chances de lidar com
sucesso com os perigos do ambiente primitivo do que aqueles que
se dedicavam à guerra.
• O sentido de cooperação foi desenvolvido para garantir nossa
sobrevivência.
• A linguagem facilitou esse desenvolvimento (compartilhar
informações)
• Armazenar informações para criar a “cultura do grupo”. Passar
adiante o conhecimento coletivo essencial a uma existência
planejada.
• Embora a linguagem tenha nos dado as ferramentas, as emoções
eram ainda a força motriz do comportamento humano.
21
A ansiedade foi uma das principais
emoções
As características evolutivas que mais aparecem hoje em dia são as que tendem ao
cuidado e ao comedimento. Por exemplo:
•
Aqueles que demonstrassem respeito ou deferência eram menos atacados.
•
Os que demonstravam vontade de cooperar evitavam confrontos, às vezes
mortais.
•
Impulsos de precaução evitavam a morte.
•
O medo de altura, de águas profundas ou áreas abertas evitavam situações
perigosas.
•
A cautela com estranhos foi uma atitude de proteção evitando um possível
desastre num encontro com uma tribo hostil.
•
A preocupação em guardar alimentos para o inverno seguinte poderia ajudar a
tribo a chegar na próxima primavera.
22
Todos os nossos medos tem uma sua base na
sobrevivência.
A evolução trouxe os transtornos (Melhor prevenir do que remediar):
TOC – medo extremo de se contaminar (as doenças contagiosas na idade préhistórica matavam, especialmente em populações mais numerosas)
• Acumular coisas foi útil num ambiente primitivo de recursos escassos.
• Medo obsessivo de perder o controle e se tornar violento seria considerado
prudência nos idos primitivos.
AGORAFOBIA – medo de estar em espaços abertos e públicos
• Vulnerabilidade do homem primitivo ao se expor em locais onde havia feras
ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO – maneira de nos mantermos longe de perigos
experimentados ou presenciados, como testemunhas ou quase vítimas.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA – versão moderna dessa
possibilidade de ver longe, de ter cautela.
23
Origem da Ansiedade
• Esses medos herdados já não são mais adaptativos
(linguagem e civilização).
• Nosso cérebro continua a funcionar como se nada tivesse
mudado.
•
•
•
•
Agimos de acordo com regras ultrapassadas:
Tigre faminto
Cão latindo
Comida contaminada
prato sujo de comida
Reação agressiva de desconhecido antes
hoje
• A evolução programou essas regras para nos proteger
dos riscos
24
Origem da Ansiedade
• Temos que obedecer a essas regras como um
software instalado há milhões de anos para nos
manter a salvo.
• Questionar essas regras
a ansiedade
eis a solução para
• Examinar as crenças disfuncionais em que elas se
baseiam, pois exercem uma influência oculta,
poderosa sobre os pensamentos e os
comportamentos.
25
Quais são os transtornos de Ansiedade?
• Fobia Específica - medo de um estímulo ou situação específica:
avião, elevador, água, certos animais.
• Crença Subjacente – o estímulo ou situação são perigosos em si
mesmos. Ex.: “o avião pode cair”, “o rato vai me atacar”.
• Transtorno de Pânico – medo das próprias reações fisiológicas e
psicológicas a um estímulo – em essência, medo de um ataque de
pânico.
• Crença Subjacente - respiração acelerada ou batimentos cardíacos
acelerados, vertigens, suores ou tremores são vistos como sinais de
colapso iminente, insanidade ou morte.
• Agorafobia – evitação que acompanha as situações de pânico,
limitando de maneira grave a mobilidade das pessoas.
26
Quais são os transtornos de Ansiedade?
•
•
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) – a pessoa tem pensamentos recorrentes
ou imagens (obsessões) que considera estressantes. Ex.: pensar que está sendo
contaminada, perdendo o controle, cometendo um erro ou se comportando de
maneira inadequada. Há necessidade urgente de realizar certos comportamentos
(compulsões) que neutralizarão essas imagens: lavar-se, realizar rituais arbitrários,
fazer verificações constantes.
Em geral leva à depressão.
•
Crença subjacente – se não realizar esses rituais, algo de muito ruim poderá
acontecer comigo ou com alguém querido.
•
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) – tendência a se preocupar
continuamente com muitas coisas. Os pensamentos se voltam para a imaginação
de todas as possíveis consequências negativas e de maneiras de impedi-las.
Acompanhado, às vezes, por sintomas físicos de estresse: insônia, tensão
muscular, problemas gastrointestinais, etc.
•
Crença subjacente – preciso estar sempre alerta, caso contrário, não conseguirei
impedir consequência gravíssimas.
27
Quais são os transtornos de Ansiedade?
•
•
Transtorno de Ansiedade Social (TAS) ou Fobia Social – medo de ser julgado
pelos outros, especialmente na situações sociais: apresentações, festas,
encontros, comer em locais públicos, usar banheiros públicos, escrever ou
assinar na frente de outras pessoas, ou simplesmente encontrar novas
pessoas.
Sintomas – tensão extrema, “paralisia”, preocupação obsessiva com
interações sociais e uma tendência ao isolamento e à solidão. Pode vir
acompanhado pelo uso de drogas e ou álcool.
•
Crença subjacente – se me expuser as pessoas podem ver minha incapacidade
em vários aspectos da minha vida.
•
Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT)– medo excessivo causado por
exposição anterior a uma ameaça ou dano. Traumas comuns são estupro,
violência física, acidentes graves e exposição a guerras. As pessoas
reexperimentam seus traumas sob a forma de pesadelos ou flashbacks e
evitam situações que tragam lembranças perturbadoras. Pode exibir
irritabilidade, tensão e hipervigilância. O álcool e o abuso de drogas são
endêmicos, assim como os sentimentos depressivos e a falta de esperança.
•
Crença subjacente – o mundo é muito hostil. O que fiz para merecer esse
sofrimento.
28
Instrumentos para avaliar a Ansiedade
Escalas de Ansiedade para serem aplicadas pelo profissional
• Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A) (Hamilton, 1959)
• Escala de Ansiedade de Beck (Beck et al., 1988)
• Escala de Ansiedade Clínica (Snaith et al., 1982)
• Escala Breve de Ansiedade (Tyrer et al., 1984)
Escalas de Ansiedade para serem aplicadas pelo paciente
• Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) (Spieberger et al.,
1970)
• Escala de Ansiedade de Zung (Zung, 1971)
• Escala de Ansiedade Manifesta de Taylor (Taylor, 1953)
• Subescala de Ansiedade do Symptom Checklist (SGL-90) (Derogatis
et al., 1973)
29
Como tratar a Ansiedade
30
Tratamento Medicamentoso:
• Antidepressivos ou ansiolíticos? Stahl (2002)
• Antigamente eram bem definidos os quadros de depressão e
ansiedade.
• Atualmente há uma sobreposição (isoladas ou associadas).
• 1960 – Ansiedade – Benzodiazepínicos (BZD) – menos sedativos e
causavam menos dependência.
• Posteriormente antidepressivos tricíclicos e inibidores da MAO
eram eficazes.
• 1990 – ISRS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina)
drogas de 1ª.linha para o tratamento dos transtornos ansiosos,
deixando aos anteriores papel secundário.
31
• Segundo Stahl (2002), há de se reconhecer que nem
todos os ansiolíticos são antidepressivos ou vice-versa.
• A desipramina (antidepressivo tricíclico) e a bupropiona
(antidepressivo), por exemplo, são de pouca utilidade
para tratar os diversos tipos de transtornos de ansiedade,
da mesma forma que a buspirona (ansiolítico) combate a
ansiedade generalizada, mas não a depressão.
• Nesses casos, há de se associar duas drogas
concomitantes, uma com ação ansiolítica, outra com
ação antidepressiva.
32
Tratamento com TCC
33
Aspectos-chave da Teoria da Aprendizagem
1. Um estímulo (não condicionado) inicial provoca
uma resposta (não condicionada) de medo que
se torna generalizada a outros estímulos
condicionados, os quais produzem respostas
condicionadas.
Por ex.: o lugar onde uma pessoa foi assaltada
(ENC) passa a provocar (EC) medo e a pessoa não
retorna àquele lugar, pois teme ser assaltada
novamente.
34
Aspectos-chave da Teoria da Aprendizagem
2. Um padrão de evitação de estímulos temidos
reforça a crença do paciente de que ele não
consegue lidar com o objeto ameaçador ou com
a situação.
No ex. do assalto a pessoa passa a desencadear
sintomas de ansiedade toda vez que passa por
aquele local. Para evitar ela deixa de sair de
casa.
35
Aspectos-chave da Teoria da Aprendizagem
3. O padrão de evitação deve ser rompido para o
paciente conseguir superar a ansiedade.
36
Processos Cognitivos no tratamento dos
transtornos de ansiedade
•
Enriquecem o modelo comportamental
• Pesquisas mostram o pensamento catastrófico ilógico dos
ansiosos (maximiza o perigo e minimiza o poder de
enfrentamento).
• Experiências de medo podem ser aprendidas na infância
com pessoas que confirmam crenças sobre risco, perigo e a
capacidade dessas pessoas lidarem com isso.
• O estímulo original de medo que desencadeou o padrão de
estímulos condicionados e evitação nem sempre é
identificado facilmente (TAG, Pânico, TOC).
• Enriquecem o modelo comportamental.
37
Rompendo a conexão estímuloresposta
• Desfazer o pareamento
ENC/EC e RNC/RC.
• Inibição Recíproca e Exposição
38
Inibição Recíproca
• Processo de redução da excitação emocional,
fazendo com que o paciente vivencie uma
emoção positiva ou saudável que se
contraponha à resposta disfórica
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Inibição Recíproca
Método
• Relaxamento profundo da musculatura
voluntária
=calma (incompatível com a ansiedade)
• Usado regularmente diminui o poder do
estímulo de evocar o medo
40
Respiração diafragmática
• Primeiro, é preciso tomar contato com sua forma de respirar,
buscando alcançar uma frequência lenta e mais prolongada.
• A sua mente deve estar sempre concentrada no ato de respirar.
• Escolha um lugar tranquilo e quieto onde você possa se sentar
confortavelmente e espere alguns minutos para se acalmar.
• Comece contando suas respirações: inspire totalizando 4 segundos
e expire em mais 5.
• Não tome muito ar. Apenas respire devagar, leve e facilmente.
• Puxe o ar com os músculos do abdômen, empurrando-o para fora
enquanto você inspira e contraindo para dentro ao expirar.
• Para facilitar a desaceleração da respiração, faça uma pequena
pausa após cada expiração.
41
Meditação Concentrativa
Durante o treinamento de respiração diafragmática
pense na palavra:
RESPIRAÇÃO
Não deixe que outros pensamentos invadam sua
mente
42
Técnicas de Relaxamento
• Relaxamento: pode ser complementado com
exercícios de imaginação e autosugestão.
• Estimula-se a prática do relaxamento nas mais
diversas posições e situações até que o paciente
esteja apto a utilizá-Io nas situações
desencadeantes de ansiedade ou de ataques de
pânico.
• É importante lembrar que em pacientes com
transtorno de pânico é muito comum o
relaxamento desencadear crises de ansiedade e,
por isso, no início, deve ser feito sob supervisão.
43
Relaxamento Bioprogressivo
Jacobson
• Tensionar-se grupos de músculos numa
contagem até 10 e depois processa-se o
relaxamento e a respiração diafragmática.
• Pode-se iniciar com os músculos dos membros
inferiores até se atingir os músculos faciais ou
vice-versa.
44
Técnicas Específicas
para o tratamento dos diversos
Transtornos de Ansiedade
45
Fobia Específica (fobia simples)
• Medo acentuado e persistente ou irracional de objetos
ou situações claramente discerníveis e circunscritas
(DSMIV).
• A exposição ao estímulo fóbico causa uma resposta de
ansiedade, que pode chegar à intensidade de um
ataque de pânico.
• Há evitação do elemento fóbico e isso causa prejuízo
no cotidiano das pessoas interferindo em seu
desempenho ou na vida social, causando grande
sofrimento.
46
Fobia Específica
Alguns subtipos
• Animal – animais ou insetos
• Ambiente natural – tempestades, alturas ou água
• Sangue – injeção – ferimentos – a visão de sangue e
ferimentos, tomar injeção ou submeter-se a cirurgias
(queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial,
náusea e desmaio”fingir-se de morto”no olhar primitivo)
• Situacional – túneis, pontes, lugares fechados, aviões ou
dirigir
• Medo de doenças, de espaços abertos, de engasgar,
vomitar, ou de situações que poderiam levar à asfixia
47
Etiologia
• Nem sempre uma fobia acontece devido a um trauma, como
muita gente pensa. Ele pode ser inato.
• Sua manifestação diante de um evento, como um elevador
enguiçar, significa que a pessoa já traz esse medo consigo.
• De alguma forma evitar certos perigos levou o homem a
sobreviver.
• O medo pode ser aprendido através do condicionamento
pavloviano (caso do menino Albert de Watson).
48
Etiologia
• O medo pode ser mantido através do condicionamento
operante: evitar a ameaça leva à redução do medo. A evitação
é recompensada. Passa-se a ter uma associação positiva, mas
ao mesmo tempo o medo ao estímulo se mantém.
• Não há medicação eficaz nesses casos. Às vezes a
administração de BZD interfere no processo de habituação.
• Se o medo pode se manter pela evitação, ele, também, pode
ser desaprendido pela experimentação do objeto temido e
pela constatação de que ele é inócuo.
49
Tratamento na TCC
• Inibição recíproca através da respiração
diafragmática e relaxamento progressivo.
• Dessensibilização Sistemática
• Exposição ao vivo
• RPD com pensamentos catastróficos
50
Vencendo a fobia específica
• Identificar os medos
• Identificar comportamentos de
segurança/evitação
• Desenvolver motivação para a mudança
• Construir uma hierarquia do medo
• Avaliar a racionalidade do medo
• Fazer uma imagem-teste do medo
• Praticar a exposição na vida real
• Comprometer-se com uma estratégia a longo
prazo
51
Identificar os medos
diagnósticos diferenciais
• Um medo não vem sozinho
• Não se inclui medos de natureza psicológica (ansiedade social,
pânico...)
• “O elevador vai cair”
• “O cachorro vai me atacar”
• “A cobra vai me picar”
• Medo imediato, não depende de reflexão
• É uma resposta instantânea do sistema nervoso a algo do
ambiente. Não significa que a mente não esteja envolvida.
• A fobia específica geralmente está associada a algo a que você
esteja predisposto a temer.
52
Medir o medo específico
• Escala de Avaliação do Medo
Escolha um número da escala abaixo que demonstre o quanto vc teme cada
uma das situações listadas, escrevendo o número ao lado de cada uma delas.
0______________25__________50______________75___________100
Nada
Um
Moderadamente
Muito Extremamente
Pouco
1. Viagem de avião
6. Animais
11. Exercícios
2. Elevadores
7. Sangue ou injeções
12. Trovões
3. Insetos
8. Ratos
13. Críticas
4. Cobras
9. Água
14. Ônibus
5. Encontros com estranhos
10. Espaços Fechados
15. Escuridão
53
Identificar Comportamentos de
Segurança/Evitação
•
•
•
•
•
•
•
•
Tensionar o corpo ou agarrar-se a algo
Examinar o ambiente
Pedir confirmação
Rezar
Repetir frases memorizadas
Cantar para si mesmo
Alterar a respiração
Permanecer imóvel
Uma crença supersticiosa sobre o medo e sobre buscar
segurança
54
Identificar Comportamentos de
Segurança/Evitação
• Tanto os comportamentos de segurança quanto a
evitação confirmam, ao longo do tempo, que não
se consegue lidar com os medos.
• Quanto mais se confiar neles mais a fobia
aumenta. Ex. fazer viagens desnecessárias de
ônibus quando se podia ir de avião, etc.
• Portanto precisam ser eliminados
55
Motivação para a mudança
Custos e benefícios de superar um medo:
Prejuízos:
• Fazer coisas desconfortáveis
• Gastar dinheiro e tempo
• Arriscar o fracasso para superar o medo
Benefícios:
Não precisar evitar situações amedrontadoras
Viajar com mais facilidade
Preocupar-se menos com situações temidas
Sentir mais controle sobre a própria vida
Técnica: Vantagens e Desvantagens de ter essa fobia
56
Motivação para a mudança
• Se não houver disposição para a superação da
fobia, pode ocorrer o fenômeno da
generalização, ou seja o medo poderá atingir
outras situações.
• Por ex.: se você ceder ao medo de elevador
poderá evitar outras coisas com as quais se
sinta desconfortável.
57
Hierarquia para enfrentar o medo
• Pode ser usada no tratamento de todos os
transtornos de ansiedade.
• Faz-se uma lista de todas as situações
relacionadas com o medo em questão
• Da mais até a menos assustadora.
• Ex. Medo de elevador
58
Um caso de medo de elevador
• Adolescente trazido pelos pais com trauma de elevador há 1 ano
e meio.
• Ele não teria vindo por iniciativa própria.
• Nenhum antecedente traumático anterior.
• Terapeuta o tranquilizou dizendo que teria alívio do sofrimento
em pouco tempo.
• Conseguia usar elevadores panorâmicos desde que tivessem
ascensorista
• Estar em elevador sozinho sem interfone e sem o dispositivo
indicador de andares era problemático.
• Sentia taquicardia, tremor, fraqueza nas pernas, e, às vezes,
enjoo.
• Usava exclusivamente as escadas, mesmo precisando ir ao
20º.andar de um prédio. Foi construída a seguinte hierarquia:59
Medo de elevador
• Usar o elevador de serviço do prédio sozinho – 80
• Usar o elevador de serviço do prédio dos avós – 60
• Usar o elevador de serviço do seu prédio com seus
amigos – 50
• Usar o elevador social do seu prédio sozinho – 40
• Usar o elevador de serviço do prédio dos avós com eles
– 35
• Usar o elevador social do prédio dos avós sozinho – 30
• Usar o elevador social do seu prédio com sua mãe – 30
• Usar o elevador social do seu prédio com seu avô ou
com sua avó – 20
60
As exposições foram feitas da seguinte forma:
• Usar o elevador social do seu prédio com seu avô ou
com sua avó – 20
• Usar o elevador social do seu prédio com sua mãe – 30
• Usar o elevador social do prédio dos avós sozinho – 30
• Usar o elevador de serviço do prédio dos avós com eles
– 35
• Usar o elevador social do seu prédio sozinho – 40
• Usar o elevador de serviço do seu prédio com seus
amigos – 50
• Usar o elevador de serviço do prédio dos avós – 60
• Usar o elevador de serviço do prédio sozinho – 80
61
Registro de Ansiedade
durante a exposição imaginária e ao vivo
Data/hora
Etapa da Hierarquia Ansiedade antes
Ansiedade depois
12/09/12
Das 10:00 às 10:15
Usar o elevador social
do seu prédio com seu
avô ou com sua avó –
20
10
15/09/12
Das 10:00 às 10:15
Usar o elevador social
do seu prédio com seu
avô ou com sua avó –
10
0
20/09/12
Das 12:00 às 12:15
Usar o elevador social
do seu prédio com sua
mãe
30
10
22/09/12
Das 12:00 às 12:10
Usar o elevador social
do seu prédio com sua
mãe
10
0
62
As hierarquias podem ser construídas com
outras fobias:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Avião
Altura
Dentista
Fobias alimentares (medo de engasgar com alimentos
sólidos ou aversão a algum tipo de alimento)
Animais e insetos
Dirigir
Chuva, trovões e raios (criar simulacro)
Escuridão
Doenças
63
Sangue-ferimentos-Injeção
• Intensa náusea que pode ser seguida de desmaio.
• Evitação de qualquer situação que envolva esses 3
elementos. Difícil evitar.
• Resposta fisiológica diferente de outras fobias: o coração
após um breve período de aceleração, passa a bater cada
vez mais devagar, chegando a parar de bater por um breve
período, o que leva a pessoa a desmaiar por uma
diminuição da oxigenação no cérebro (hipoxia).
• 67% dos pacientes apresentam esse quadro por fatores
genéticos
64
Sangue-ferimentos-Injeção
Tratamento diferenciado
•
Exposição aos estímulos fóbicos (hierarquia).Usada juntamente com a técnica
descrita abaixo.
•
A pessoa deve estar deitada ou recostada numa poltrona.
Técnica da “tensão aplicada” para impedir que a síncope ocorra:
• Tensione os músculos dos braços, tronco e pernas
• Mantenha-os tensionados até sentir um calor surgindo na face (10 a 20
segundos)
• Alivie a tensão, mas não relaxe a musculatura. Apenas retorne ao estado inicial
• Aguarde meio minuto e repita o procedimento até completar um total de 5
ciclos
• Pratique a técnica realizando os 5 ciclos 5 vezes ao dia, como tarefa de casa
•
Acompanhante terapêutico é importante durante as exposições ao vivo.
65
Avaliar a racionalidade do medo
• Seu medo é racional ou extremo?
• Observar as chances reais dos perigos, (ou probabilidades) sejam
eles de qualquer natureza, pode ajudar testando a ideia de que os
medos podem ser irracionais.
• Analisar os fatos reais, as estatísticas para questionar a
probabilidade de que algo ruim possa acontecer e reforçar suas
fobias.
• Pode-se confrontar o medo fóbico pensando na probabilidade de
ele acontecer de fato.
• Tais reflexões podem não aliviar a ansiedade, mas podem oferecer
um ambiente ou contexto para se trabalhar ao confrontar os
medos. (Debate Socrático)
66
Fazer uma imagem-teste do medo
• Observar as pessoas que fazem o que se teme. Ex.: ver as pessoas
chegando a salvo de uma viagem de avião. Pessoas que entram e saem do
elevador, etc.
• Praticar imaginar as diferentes situações que se teme, conforme a lista da
hierarquia construída (dessensibilização sistemática)
• Exposição à situação real. Começar com o menos até o mais assustador.
Observar os comportamentos de segurança para depois eliminá-los
também.
• Fazer imaginação do “encontro” com o medo (exposição imaginária).
Ensaio para a realidade.
• À medida que o valores altos da hierarquia vão diminuindo a pessoa se
aproxima cada vez mais do fenômeno da HABITUAÇÃO e a ansiedade
tende a diminuir.
67
Dessensibilização sistemática ou
exposição na imaginação
• Pacientes que encontram obstáculos para iniciar o programa de
exposição ao vivo, a técnica de exposição na imaginação é bastante
útil.
• Quando sentir ansiedade, o paciente deve assinalar (levantando o
dedo, por ex.) e utilizar as técnicas de relaxamento.
• À medida que o paciente não sente mais ansiedade em
determinado item da hierarquia, passa-se para o seguinte.
• Quando o paciente estiver dominando essas técnicas, passa-se para
a exposição ao vivo e para a associação de técnicas de indução de
ataques de pânico ou exposição interoceptiva.
• Exposição a estímulos interoceptivos e indução aos ataques de
pânico: os ataques de pânico podem ser desencadeados por
condicionamento, simplesmente pela sua ocorrência em situações,
como: sair de casa, ir a uma rua movimentada, etc.
68
Dessensibilização sistemática ou
exposição na imaginação
• Também podem ser provocados pela simples
visualização na imaginação das situações em que
costumam acontecer.
• Algumas vezes, precisa-se estimular a imaginação
das sensações desencadeantes ou
experimentadas durante o ataque de pânico.
• Com frequência o desencadeante é um
pensamento, com características catastróficas,
por exemplo: "vou desmaiar!" ou "vai acontecer
de novo!"
69
Exposição ao vivo
Praticar a exposição na vida real
• Estratégia de enfrentamento.
• Se exposta intencionalmente ao objeto fóbico a pessoa
sentirá medo, mas o medo tem tempo limitado, pois a
excitação fisiológica não pode ser mantida
indefinidamente.
• Ocorre fadiga e não havendo outros estímulos
excitatórios, a pessoa se adapta à situação.
• Com a repetição, a resposta fisiológica à situação
temida diminui, à medida que a pessoa conclui que o
estímulo pode ser enfrentado e controlado.
70
Terapia de exposição
• É o fator essencial do tratamento. Consiste em permanecer em
contato por tempo prolongado com os desencadeantes da
ansiedade e ou com as situações de esquiva fóbica.
• Para ser eficaz, deve durar até que a ansiedade diminua de
maneira significativa ou cesse, deve ser planejada, repetida
sistematicamente e a atenção deve estar voltada para o
exercício.
• Deve-se estimular a autoexposição, embora nas primeiras vezes
o paciente pode ser acompanhado por um familiar ou amigo.
• É importante que o paciente perceba que a exposição é o
instrumento mais poderoso de que dispomos atualmente para
ajudá-Io a controlar seu problema, devido à habituação.
Gina no elevador
71
Pensamentos automáticos irracionais e racionais
RPD (técnica)
Pensamento Automático
Tipo de Distorção
Resposta racional
“O elevador vai cair”
Advinhação
Pensamento Catastrófico
A chance de o elevador cair e
de eu morrer é de 1 em
398.000.000. Fiz essas
previsões antes e elas nunca
aconteceram.
“Sim – mas desta vez poderia
acontecer. Não tenho garantia
alguma de que não cairá”.
Desqualificando o positivo
Perfeccionismo
Exigência de certeza
É claro que qualquer coisa
pode acontecer, mas a vida
tem de ser vivida com o que é
provável, não com o que
minha imaginação diz.
“Não devo entrar no elevador
até que me sinta à vontade.”
Exigência de certeza
Necessidade de estar pronto
A única maneira de progredir é
fazer coisas quando você não
está pronto – exercitando e
enfrentando seus medos. Na
verdade, é preciso que eu
sinta o medo para poder
superá-lo.
72
Comprometa-se com uma estratégia a longo prazo
• Um medo alimentado por anos de história evolutiva não acaba
para sempre.
• No caso de estresse ou fadiga pode haver recaída.
• Não representam fracasso, mas oportunidades de se lidar com
elas.
• Utilize as estratégias aprendidas com a terapia.
• Se houver recaída a exposição imaginária pode ser útil num
primeiro momento e depois a exposição in vivo.
• É como meditar: estar presente, mesmo com o desconforto, é a
73
melhor maneira de garantir a liberdade no futuro.
Transtorno de Pânico
• Caracteriza-se pela presença de ataques de pânico:
• crises espontâneas, súbitas, de mal-estar e sensação de
perigo ou morte iminente, acompanhadas de diversos
sintomas físicos e cognitivos que, em geral, atingem seu
ponto máximo em segundos ou minutos e decrescem logo
após.
• O primeiro ataque de pânico é, em geral, seguido de
outros, em lugares e situações diversas.
• Por medo de uma nova crise, a pessoa passa a evitar esses
lugares (agorafobia), principalmente aqueles onde a
passagem ou a saída é mais difícil, como: supermercados
cheios, trânsito congestionado, meios de transportes
coletivos, etc.
74
Diagnóstico
• Em geral, os ataques de pânico, não são
espontâneos e estão associados a:
•
•
•
•
fatores de estresse
situações específicas
pensamentos ansiogênicos
sensações corporais (palpitação, pressão no
peito, falta de ar, dores,tensão muscular,
tonturas, etc.)
• A presença de depressão e a necessidade de
medicação antidepressiva ou a retirada de
tranquilizantes devem ser avaliados.
75
Tratamento com Técnicas
Comportamentais
•
•
•
•
•
•
Técnica de Respiração Diafragmática
Técnicas de Relaxamento Progressivo
Hierarquia de enfrentamento (Agorafobia)
Dessensibilização Sistemática
Exposição ao vivo
Exposição interoceptiva
76
Exposição Interoceptiva
77
Os exercícios
•
No.1
•
Sentado em uma cadeira ou poltrona balance rapidamente a cabeça de um lado
para o outro, como se estivesse expressando um “não”
•
Procure fazer um giro amplo de cabeça e mantenha os olhos SEMPRE abertos
•
Duração do exercício: 30 segundos
•
A seguir inicie imediatamente o controle da respiração até que a tontura passe
•
Vá para o segundo exercício
•
No. 2
•
Sentado na cadeira, incline o tronco para frente,deixando-o repousar sobre as coxas
(se possível) e soltando os braços para baixo.
•
Deixe que suas mãos toquem o chão, mas evite ter uma lombalgia por forçar
excessivamente o movimento de flexão.
•
Permaneça nessa posição por 30 segundos e erga rapidamente o tronco retornando à
posição original.
•
Faça o controle da respiração até que volte a se sentir bem
•
Poucas pessoas sentem mais que uma vertigem discreta com esse exercício
•
No.3
•
Fique de pé e corra parado no mesmo lugar, acelerado, durante 1 minuto
•
Ou então, suba e desça um lance de escada (sem correr) durante 3 ou 4 minutos
•
O importante é que o exercício produza algum grau de taquicardia e falta de ar
•
Aumente o tempo no caso de não se obter esse efeito
•
Retorne ao controle da respiração e não se preocupe se tiver mais dificuldade para obter
controle
•
Lembre-se que se exercitou e há falta de ar
•
Aos poucos o rítmo respiratório volta ao normal
•
No. 4
•
Pegue uma cadeira e ponha no meio da sala, longe de objetos e quinas
•
Caminhe rapidamente ou corra ao redor da cadeira, usando uma de suas mãos ou
os dedos sobre a sua borda como guia deste movimento circular
•
Faça isso durante 1 minuto e a seguir sente-se na cadeira
•
O exercício deve provocar uma tontura giratória
•
Controle a respiração até que o desconforto passe
•
No.5
•
Sentado na cadeira, respire rápida e profundamente com a boca aberta e usando o
tórax durante 30 segundos
•
Exercício de HIPERVENTILAÇÃO provoca estranheza, tontura e formigamento nas
mãos
•
Aumente o tempo para 1 minuto se não houver esses sintomas, ou respire mais
rápido e com mais profundidade
•
Controle a respiração logo a seguir
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Data
Exercício
Ansiedade
antes
Ansiedade
depois
25/07
No.1
Girar a cabeça
3
6
“
No.2
Tronco inclinado
6
2
“
No.3
Correr no lugar
4
7
“
No.4
Correr em volta
da cadeira
4
8
“
No.5
Hiperventilação
3
7
Técnicas Cognitivas
filme do Jô
Ajudam no processo de despareamento
Facilitam a resposta de relaxamento
Promovem envolvimento em intervenções de
exposição
Reduzem ou desligam PANs e diminuem a tensão
84
Técnicas Cognitivas
Análise dos erros Cognitivos
Auto Sugestão
Parada de Pensamento
Distração
Descatastrofização
Reatribuição
Teste de Hipótese
85
Análise dos erros de lógica
• Analisar os pensamentos não como fatos, mas como hipóteses ou teorias
a serem investigadas. Procura-se questioná-Ios de modo que o paciente
perceba quando está cometendo um erro.
• Delineando as consequências específicas do acontecimento temido, pode,
no início, ocorrer um aumento da ansiedade, mas em geral verifica-se que
sempre há alternativas e que as consequências são manejáveis,
suportáveis e limitadas no tempo.
• Fatores de ajuda: a discussão detalhada dos fatores temidos permite a
exploração de medidas que podem ser tomadas para corrigir essas
situações e que não foram levadas em consideração anteriormente pelo
paciente.
Pensamentos Distorcidos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Vou morrer
Vou ter um ataque cardíaco
Vou ter um derrame
Vou ficar louco
Vou desmaiar e todos vão rir de mim
Sou um fraco
Vou perder o controle e bater o carro
Não posso praticar esportes ou ter relações sexuais porque
vou morrer
Tenho que controlar tudo
Não posso me emocionar ou chorar para não perder o
controle
Se eu não dormir, vou enlouquecer
Não posso ficar sozinho
Autosugestão
• Pode ser útil para ajudar o paciente a lidar com medos, crenças ou
a realizar uma tarefa que desencadeia ansiedade.
- O paciente deve formular frases que melhoram seu autocontrole
quando:
• se prepara para uma situação ansiogênica
• se defronta com a situação de estresse
• está se sentindo encurralado pela situação
• após a situação temida.
• O objetivo é lembrar ao paciente que ele tem controle sobre si
próprio, mesmo na vigência de um ataque de pânico; que apesar
do desconforto provocado por deliberadamente tentar entrar na
situação, pode, conversando consigo mesmo, conseguir
permanecer nela.
A partir do confronto com a situação e da avaliação correta e realista
dos sintomas que são obtidos os melhores efeitos terapêuticos.
Parada de Pensamentos
1.
Reconheça que está ativo um PAN
2. Dê um autocomando para interromper o pensamento-diga a si
mesmo em tom de comando:”PARE”(stop) ou “DEIXE DE
PENSAR ASSIM”. Pode ser um pensamento interno ou falado
em voz alta
3. Evoque uma imagem visual para reforçar o comando, como um
sinal de “pare”, um semáforo vermelho ou a mão de um guarda
de trânsito
4. Mude a imagem de um sinal de “pare”para uma cena agradável
ou relaxante (trabalhe essa imagem). Teste na sessão antes da
TCasa
Distração
• Parada de Pensamento = Distração
• Imagens mentais
• Ler
• Ir ao cinema
• Hobby
• Trabalhos manuais
• Socializar-se
• Internet
• Pode ser mais útil no TOC do que a Parada de Pensamento
Cuidar para que não sejam comportamentos para evitar as
situações fóbicas
Descatastrofização
(vídeo 2)
1.
Faça uma estimativa da probabilidade de ocorrer um resultado
catastrófico. após a análise dos erros de lógica, pode-se perguntar:
"Vamos supor que o pior aconteça, qual será a sua conseqüência?" e
continuar perguntando "e se... acontecer?", "e daí?".
2.
Classificar a crença em uma escala de 0 a 100%. Anote as respostas
3.
Avalie as evidências contra e a favor de ocorrência do evento.
4.
Monitore a ocorrência de erros cognitivos e utilize o questionamento
socrático para ajudá-lo a discriminar entre temores e fatos
Descatastrofização
5. Revise a lista de evidências e peça ao paciente para
refazer as estimativas da probabilidade de ocorrer
uma catástrofe
6. Avalie a percepção do controle, pedindo ao paciente
para classificar até que ponto acredita ter controle
sobre a ocorrência ou o resultado do evento. Anote
Descatastrofização
7. Crie um plano de ação, fazendo um brainstorm das estratégias para
redução da probabilidade de que a catástrofe ocorra. Colocar no papel.
8. Desenvolva um plano para enfrentar a catástrofe, caso ocorra
9. Reavalie a percepção da probabilidade do resultado catastrófico, bem
como o grau de percepção do controle sobre o resultado. Compare-os
com os originais e discuta as diferenças
10. Faça uma análise, perguntando ao paciente como foi
falar sobre seus pensamentos catastróficos dessa
maneira. Reforce esse processo.
Reatribuição:
• O paciente ansioso tende a assumir responsabilidade total
sobre um dado evento e a se preocupar com outros tantos
sobre os quais não tem nenhum controle.
• Deve-se levantar os aspectos do problema sobre os quais o
paciente não tem controle ou responsabilidade, focalizando
aqueles em que pode atuar de maneira mais eficaz e nos
quais uma mudança possa ser efetuada.
94
Teste de hipóteses
• Testar se uma determinada antecipação é verdadeira
ou não, através de uma pequena experiência
planejada em que o paciente tenha condição de
sucesso.
Fobia Social ou Ansiedade Social
• Caracteriza-se por medo persistente e irracional que
compele o indivíduo a evitar situações em que possa ser
observado, avaliado pelos outros e encontrar-se em
posição humilhante ou embaraçosa.
• As situações sociais mais comuns incluem falar em público,
escrever, comer e beber diante de outras pessoas, usar o
banheiro público, falar ao telefone, relacionar-se com
pessoas em posição de autoridade e a maioria das
situações que envolvem contato interpessoal, como festas
e reuniões, onde o indivíduo teme dizer coisas tolas ou ser
incapaz de responder a perguntas.
• Os sintomas mais frequentes decorrentes da exposição a
essas situações são tremor, rubor, sudorese, taquicardia,
tensão e/ou abalos musculares e "dar branco na mente".
96
Tratamento na TCC
•
•
•
•
•
•
Exposição ao vivo
Dessensibilização sistemática
Reestruturação cognitiva - RPD
Treino de habilidades sociais
Respiração diafragmática
Relaxamento
Filme do Roberto
97
Transtorno Obsessivo Compulsivo
TOC
Avaliação:
• Escala de sintomas obsessivo-compulsivos
de Yale-Brown (Y-Bocs),
• Entrevista semi-estruturada
• Lista de comportamentos evitativos;
• Diário de auto registro e outros
• Avaliação médica psiquiátrica
98
O que é TOC?
• Obsessão – pensamentos ou imagens
intrusivos e recorrente dos quais o indivíduo
quer se livrar por serem desagradáveis e
indesejáveis.
• Compulsão – comportamento com o qual o
indivíduo tenta se livrar das obsessões.
99
Sequência típica do TOC
• Surgimento de certos pensamentos sem uma razão
aparente
• Sentimento de que tais pensamentos são
desagradáveis
• Urgência em suprimir ou expurgar tais pensamentos da
mente
• Urgência simultânea de aplacar esses pensamentos por
meio de certos comportamentos compulsivos
100
Pensamentos Obsessivos
Você:
• Corre o risco de ser contaminado
• Não tenha percebido um erro
• Tenha inadvertidamente causado dano a alguém
• Tenha deixado algo inacabado
• Precise organizar as coisas de maneira específica
• Esteja prestes a dizer ou fazer algo inadequado
101
Compulsões típicas
• Verificar as fechaduras das portas
constantemente
• Lavar as mãos repetidamente
• Evitar qualquer contato com sujeira
• Perfeccionismo extremo em relação às tarefas
• Guardar objetos desnecessários
• Buscar constantemente o apoio dos outros
102
Rituais Mentais
• Repetir silenciosamente um pensamento.
• Substituir um pensamento indesejável por uma imagem ou
repetir um pensamento neutralizador, tal como uma reza ou
outra forma de falar consigo mesmo.
• Crença Subjacente: Se esses impulsos forem obedecidos, se
todos os pequenos rituais forem realizados, os pensamentos
indesejados desaparecerão da mente.
• Porém isso não ocorre e o desaparecimento é bastante
temporário.
• Necessidade de usar medicação. Encaminhamento para
psiquiatra.
103
• O TOC pode levar a depressão na maioria dos casos.
• Outras comorbidades são comuns: pânico e fobias
específicas.
• Geralmente ocorre no início da vida adulta ou na
adolescência. Embora se tenha notícia de crianças
portadoras de TOC.
• Uma boa porcentagem das pessoas com TOC passa por
situações de conflito com seus parceiros íntimos. Suas
obsessões e compulsões interferem na vida do casal e
produzem estresse e conflito.
104
Etiologia
•
•
•
•
•
•
•
•
Predisposição genética
Probabilidade de anormalidade do nascimento
Traumatismos cranianos
Epilepsia
Encefalite
Meningite
Coreia de Sindenham (devido à febre reumática)
Leves sinais neurológicos
105
Tratamento na TCC
• Respiração Diafragmática
• Relaxamento Progressivo ou outro equivalente
• Exposição in vivo (Hierarquia das obsessões e
compulsões)
• Prevenção de Resposta
• Flooding (inundação)
• RPD
106
Prevenção de Resposta
• Encoraje o paciente a se expor em situações temidas e
ao mesmo tempo não pode utilizar as respostas
habituais de evitação.
• Um paciente obsessivo compulsivo apresenta um
aumento do grau de ansiedade, quando as obsessões
lhe vêm a mente ou quando é exposto a situações
específicas.
• Em seguida a urgência em ritualizar, que aumenta até
que o paciente execute o ritual, durante o qual e nos
momentos que se seguem o paciente sente alívio
transitório da ansiedade, o que contribui para manter o
problema.
107
Prevenção de Resposta
• Se exposto a uma situação desencadeante e impedido de
ritualizar, a ansiedade e a urgência em ritualizar aumentam
até atingir um platô, para então começar a cair
gradualmente.
• Se essa experiência for repetida de forma sistemática, tanto
a ansiedade como a urgência em ritualizar diminui, mas de
forma duradoura. É o princípio da Habituação.
• A técnica de exposição inclui o confronto repetido com os
estímulos temidos, até que ocorra a extinção da resposta
de medo.
• Tal exposição deve ser feita ao vivo ou na imaginação, ser
de curta ou longa duração e provocar alta ou baixa
ansiedade.
108
Estresse Pós-Traumático
TEPT
• Costuma se manifestar como resposta tardia a
um evento estressante de curta ou longa
duração, de natureza ameaçadora ou catastrófica.
• O desencadeante é a própria experiência
traumática vivida pela pessoa.
• Resposta condicionada a um evento traumático:
109
Evento traumático:
• Desastres naturais ou causados pelo homem: inundações,
incêndios, desabamentos.
• Acidentes sérios: de carro, avião, transporte coletivo.
• Testemunhar morte violenta ou tortura ou ser vítima de
tortura, terrorismo, estupro, assalto, sequestro.
• Guerras.
• Confinamento em campo de concentração.
• Morte súbita ou doença inesperada de um membro da família
• Privações, fome.
110
Características importantes do TEPT
• Diante do evento traumático, a pessoa experimenta medo,
desamparo e sensação de impotência.
Sintomas:
• Episódios repetidos de revivescência do trauma sob a forma de
flashbacks e pesadelos
• Irritabilidade
• Raiva
• Tensão
• Depressão
• Insônia
• Sobressaltos
• Esquiva de tudo que possa lembrar o fato
• Pode evoluir por meses ou anos
111
Características importantes do TEPT
• Pode acontecer de a pessoa com TEPT ter entorpecimento ou
anestesia emocional.
• A pessoa fica apática, indiferente, sobretudo se a esquiva das
situações que a fizeram lembrar do trauma não for possível.
• Essa indiferença parece proteger a pessoa da sensação
aversiva que se instala quando o evento original é lembrado.
• Pode haver também abuso de álcool e drogas.
• Pode ocorrer vitimização ( Por que isso aconteceu comigo?)
• Pode ocorrer culpa (trabalhar o dizer “não”)
112
Tratamento do TEPT pela TCC
• Medicamentoso: Imipramina (Tofranil)
mostra-se eficaz na diminuição das imagens
intrusivas (flashbacks) e promove a redução
dos sintomas físicos. Pouco eficaz na esquiva
de situações relacionadas ao trauma.
• Poucos trabalhos sobre a eficácia de técnicas
cognitivas e comportamentais para esse
tratamento. Mas...
113
• ...para Foa e colaboradores “quando alguém associa
algo negativo com a resposta de medo (“É horrível
ser ansioso”), a exposição repetida às situações de
medo altera o seu valor negativo.”
• Ao reviver as cenas de um evento traumático, a
pessoa sente grande dor e ansiedade, mas através da
exposição repetida isso pode ser modificado com a
diminuição da ansiedade, fazendo com que reduza o
valor atribuído àquele evento.
114
Exposição
Imaginária:
• As cenas relacionadas ao trauma são listadas
• Ordenadas da menor para a maior intensidade da
ansiedade (nota de 0 a 100)
• A pessoa se expõe a cenas de menor para maior
intensidade
• Pode ser gravado ou escrito, com sua própria voz em
primeira pessoa, o conteúdo das revivescências
traumáticas.
• Explicitadas com a maior riqueza de detalhes possível
115
Exposição
Ao vivo (em relação às situações que são evitadas):
• Construir hierarquia.
• O número de itens pode ser menor (5 ou 10).
• Durante a exposição poderá ocorrer o aparecimento de
memórias traumáticas esquecidas.
• Se isso ocorrer faz-se a exposição imaginária com esse
conteúdo.
Caso Viviam (pg.171 – Sem medo de ter Medo)
116
Trabalho sobre Ansiedade
Livro: Livre de Ansiedade, Robert L.Leahy
Leitura dos Capítulos:
• 4-“Isso é perigoso!”: Fobia Específica – 48
• 5- “Estou perdendo o controle.”: T.de Pânico e Agorafobia – 70
• 6- “Nunca é o suficiente.”: TOC – 91
• 7- “Sim, mas e se...?”: T. Ansiedade Generalizada – 116
• 8- “Estou tão envergonhado!”: T. de Ansiedade Social - 138
• 9- “Está acontecendo de novo.”: T. Estresse Pós Traumático - 162
117
Referências Bibliográficas
Wright J.H.,Basco M.R. & Thase M.E. Aprendendo a Terapia
Cognitivo-Comportamental, um guia ilustrado.Artmed: Porto
Alegre, 2008.
Tito Paes de Barros Neto. Sem medo de ter medo. Artmed.
Robert L.Leahy. Livre de Ansiedade
Download

Ansiedade