Universidade Estadual de Maringá
26 e 27/05/2011
A RELAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS COM A INTERNET:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
BALADELI, Ana Paula Domingos (UEM)
ALTOÉ, Anair (Orientadora/UEM)
Introdução
A constante evolução das tecnologias da informação e comunicação - TIC em
diferentes setores da atividade humana tem feito com que a educação tenha seus
modelos didáticos repensados. De acordo com Kenski (2003) “a ampliação das
possibilidades de comunicação e de informação, por meio de equipamentos como o
telefone e o computador, altera nossa forma de viver e de aprender na atualidade”
(KENSKI, 2003, p. 24).
No contexto do ensino e da aprendizagem de Língua Inglesa na educação básica,
o uso de tecnologias como o computador e a Internet podem representar alternativas
para a ampliação dos espaços de construção de conhecimento do aprendiz (BALADELI,
2009; BALADELI, ALTOÉ, 2010). Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – Língua Estrangeira Moderna (PARANÁ, 2008) a realização de práticas
pedagógicas diferenciadas possibilitam ao aprendiz conhecer a cultura bem como
compreender e utilizar a linguagem nas diferentes manifestações, verbal, não-verbal,
formal e informal.
No entanto, a realidade da escola pública nem sempre favorece a realização de
práticas pedagógicas diferenciadas como atestam (PERIN, 2003; OLIVEIRA, 2009;
BALADELI, 2009) cujas pesquisas evidenciam as dificuldades e os entraves do ensino
de Língua Inglesa na escola pública. Fatores como sala de aula com muitos alunos, falta
de material didático de apoio e de recursos apropriados para o desenvolvimento das
habilidades (listening, speaking, writing, reading). Soma-se ainda a constante
rotatividade dos professores e até mesmo a falta de proficiência destes no idioma.
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Diante disso, pensar o uso das TIC em uma abordagem de educação que permita
o desenvolvimento da autonomia e amplie as oportunidades para a aprendizagem do
idioma tornam-se mais um desafio para o professor (VALENTE, 2002; ALTOÉ, 2001,
2005).
A Internet como fonte de pesquisa e canal de comunicação oferece muitos
recursos para a construção de conhecimento em Língua Inglesa (PAIVA, 2001;
BALADELI, 2009). Tarefa essa nem sempre possível de ser realizada tendo em vista
atenuantes como: pouco interesse dos alunos, desprestígio da disciplina no contexto
escolar, desmotivação do professor, além dos novos desafios trazidos pela ampliação do
uso das tecnologias da informação e comunicação. Diante disso, na medida em que
cresce o número de pesquisas cujo objeto é o uso de tecnologias na educação reforça-se
o argumento de que a formação do professor para o uso destas em sua prática requer
emergente reformulação (VALENTE, 1999; ALTOÉ, 2001, 2005, 2008; BRITO,
PURIFICAÇÃO, 2008). Essas mesmas pesquisas apontam a necessidade de
reconfiguração do papel do professor como o agente responsável por promover o
desenvolvimento da habilidade de análise crítica e reflexiva dos sujeitos para atuarem
em um contexto social cada vez mais imerso em tecnologias (BRITO, PURIFICAÇÃO,
2008; BALADELI, 2009).
No ensino presencial de Língua Inglesa, os conteúdos e os materiais disponíveis
na rede mundial de computadores ampliam o acesso do aprendiz ao idioma (PAIVA,
2001). Alguns exemplos de recursos são os dicionários on-line, os sites educacionais,
periódicos, sites com letras de música, vídeos e filmes além de grande acervo de
documentos digitalizados e e-books. Outros recursos interessantes para o estudo da
Língua Inglesa são as enciclopédias, bibliotecas, jornais e revistas on-line que auxiliam
a ampliação do vocabulário no idioma. Todavia, esses espaços na rede precisam ser
conhecidos e explorados primeiro pelo professor, tendo em vista que ele tem condições
de avaliar a relevância das informações e/ou conteúdos na formação do aluno
(WARSCHAUER, 2000; BRITO, PURIFICAÇÃO, 2008; BALADELI, ALTOÉ, 2010).
Partimos do pressuposto de que o uso dos conteúdos disponíveis na web,
interface gráfica da Internet, pode colaborar no processo de construção de
conhecimento, tendo em vista a variedade de recursos disponíveis em texto, áudio e
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vídeo. Tendo a WWW como fonte de pesquisa os professores podem elaborar suas
atividades a partir do perfil e das necessidades dos alunos com os quais convive
(WARSCHAUER, 2000). Entretanto, a utilização dessa tecnologia como ferramenta de
aprendizagem no contexto da escola pública ainda apresenta-se tímida, dado que aponta
a necessidade de inserção do tema informática na educação na formação continuada do
professor.
A perspectiva construcionista na formação do professor
O construcionismo como abordagem educacional fundamenta-se na necessidade
de a escola criar condições para que o aprendiz construa conhecimento por meio da
descoberta e de situações desafiadoras que o motivem a participar ativamente das
atividades (ALTOÉ, 2001). Dessa forma, em um ambiente de aprendizagem
construcionista, o uso da informática pelo aprendiz ocorre de maneira diferenciada até
porque “[...] o aluno figura como o principal agente do seu próprio aprendizado. Porém,
isso não acontece no vazio, o aluno é ajudado e orientado pelo professor” (ALTÓE,
2008, p. 204).
Conforme Valente (1999, 2002) o uso da Internet na educação possibilita que os
aprendizes acessem e explorem bancos de dados e se envolvam ativamente em projetos
e atividades pedagógicas. Além disso, a Internet como uma tecnologia da informação e
comunicação possibilita a interação dos aprendizes de inglês com falantes nativos e o
possibilita (re)conhecer diferentes discursos materializados em inúmeros gêneros
textuais/digitais relevantes para a ampliação de seu repertório linguístico e discursivo
(BALADELI, 2009).
Na abordagem de educação que acreditamos, o uso do computador possibilita a
construção do conhecimento do aprendiz quando este atua sobre a ferramenta e não o
contrário. Para tanto, o aprendiz precisa compreender que o computador é uma
ferramenta que favorece a aprendizagem na medida em que é programado e comandado
pelo próprio aprendiz (PAPERT, 2008; VALENTE, 1999; ALTOÉ, 2001). Nesse
sentido, a aplicação dos recursos da informática na educação requer um conjunto de
mudanças que vão desde a metodologia mais apropriada até o desvelamento do papel do
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professor e do aprendiz num contexto em que as novas tecnologias passam a ser
utilizadas como ferramentas (ALTOÉ, 2001, 2008; BRITO, PURIFICAÇÃO, 2008).
No entanto, a integração do computador ou da Internet na educação não pode
resumir-se à transposição de atividades realizadas na sala de aula convencional para a
tela do computador, até porque se caracterizaria na mudança dos meios para o mesmo
fim (VALENTE 1999; KENSKI, 2003). Ao utilizar a Internet como ferramenta torna-se
necessário que o professor conheça (suas limitações e potencialidades) e numa atitude
reflexiva relacione o uso desta à ampliação de situações de aprendizagem na disciplina
em que atua.
Segundo Warschauer (2000), no planejamento de atividades para a
aprendizagem de línguas on-line alguns aspectos devem ser previstos a fim de tornar as
atividades mais objetivas e efetivas. Dentre elas o autor destaca a necessidade de as
atividades serem centradas no aprendiz, outra necessidade é estar fundamentada na
comunicação autêntica apropriada para a ferramenta; estar vinculada de alguma forma à
realidade do aprendiz; e por fim, fornecer aos aprendizes uma oportunidade de explorar
e expressar sua própria identidade.
Sendo assim, concordamos com Altoé (2005) quando enfatiza que para a
inserção do computador na educação torna-se necessário “[...]entender o computador
como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um
redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão
de novas ideias e valores” (ALTOÉ, 2005, p. 44).
Para a realização da presente pesquisa a metodologia da pesquisa-ação foi
adotada por fundamentar uma intervenção com foco na reflexão dos sujeitos da
pesquisa. Para Thiollent (2002) uma pesquisa-ação oferece ao pesquisador maior
flexibilidade na formulação de hipóteses, haja vista que as mesmas são construídas ao
longo da pesquisa. “Uma pesquisa pode ser qualificada de pesquisa-ação quando houver
realmente uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no problema sob
observação” (THIOLLENT, 2002, p.15).
Ao acreditarmos que a formação continuada do professor possa fornecer
subsídios para a apropriação crítica das tecnologias optou-se por realizar um curso de
extensão para um grupo de professores que atuam na rede estadual a fim de suscitar a
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reflexão acerca do tema informática na educação. Nossa pesquisa se caracterizou como
uma pesquisa-ação tendo em vista que promoveu uma intervenção da pesquisadora no
lócus pesquisado via curso de extensão.
Discutindo alguns resultados
O uso da informática na educação segundo Valente (1999, 2002) pode
fundamentar-se em duas abordagens de educação diferentes. A primeira delas em que a
tecnologia é utilizada como um recurso para ensinar algo ao aprendiz, conhecida por
abordagem tecnicista. A segunda é concebida como uma abordagem em que a
tecnologia é utilizada como uma ferramenta a ser conduzida pelo aprendiz, conhecida
por construcionista (PAPERT, 2008; VALENTE, 1999; ALTOÉ, 2001, 2005).
Os pressupostos da abordagem construcionista de educação nos subsidiaram na
organização e na implementação de um curso de extensão para professores de Língua
Inglesa como parte integrante do processo de coleta de dados de pesquisa de mestrado.
Sendo assim, em 2008 foi realizada uma pesquisa-ação no contexto do Programa
de Pós-Graduação em Educação – PPE, cujo objetivo foi diagnosticar o conhecimento
de um grupo de professores de Inglês da escola pública acerca das possibilidades de
ensino e aprendizagem do idioma com os recursos da web. Nossa análise buscou nos
fundamentos do construcionismo difundidos por Seymour Papert o aporte teórico
necessário para situarmos a Internet como uma ferramenta favorável ao aprendizado da
Língua Inglesa. A abordagem construcionista parte do princípio da promoção da
aprendizagem com o mínimo de ensino (PAPERT, 2008). O construcionismo prevê o
uso da informática como ferramenta para a construção do conhecimento (PAPERT,
2008; VALENTE, 1999; ALTOÉ, 2001, 2005).
Assim, de posse das reflexões suscitadas pela perspectiva construcionista de
educação foi realizado um curso de extensão com atividades presenciais e a distância
para um grupo de professores da rede estadual de ensino da cidade de Cascavel no
período de Agosto a Setembro de 2008. A pesquisa foi norteada pela seguinte questão
problematizadora; é possível criar um espaço colaborativo para professores de Língua
Inglesa para o estudo e a pesquisa das potencialidades da Internet no ensino e na
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aprendizagem desse idioma? Além disso, a pesquisa pretendia naquela ocasião;
problematizar o uso da Internet na sala de aula de Língua Inglesa; analisar as
concepções pedagógicas dos professores de Língua Inglesa sobre o uso da Internet no
ensino desse idioma e também favorecer a construção de uma prática reflexiva com o
uso pedagógico desta tecnologia (BALADELI, 2009).
Ao longo do curso de extensão foram utilizados instrumentos de coleta de dados
e registro de atividades formativas em que os sujeitos da pesquisa registraram seus
dados; impressões sobre o tema estudado; dificuldades ao longo dos encontros
presenciais. O curso foi realizado em dois momentos, o primeiro contemplou 5
encontros presenciais (4h) no laboratório de informática de uma escola pública da
cidade, totalizando 20h. As demais 20h foi realizada a distância através da ferramenta
colaborativa e-grupo disponível no portal Yahoo, em que a população da pesquisa
participou de enquetes, acessou os conteúdos do curso e postaram suas atividades.
Os instrumentos de coleta de dados utilizados no referido curso de extensão
apresentou o propósito de conhecer os usos que a população da pesquisa composta por
17 colaboradores fazem com a Internet. Para tanto, foram elaboradas questões que
permitissem aos colaboradores a descrição e a argumentação sobre as ações que
realizam com essa tecnologia.
Para os limites desta comunicação foram selecionadas 02 questões que nos
permitem conhecer a relação da população de pesquisa com a Internet. Atendendo ao
propósito de garantir o sigilo e a privacidade dos dados fornecidos pelos colaboradores,
neste trabalho são relacionados como colaborador 01, colaborador 02 e assim por
diante. Dessa forma, o instrumento de coleta de dados n. 04 aplicado no quarto dia do
curso apresentou as seguintes questões.
Você já frequentou o laboratório de informática da sua escola com
seus alunos? Comente.
“Sim, foi muito produtiva a aula” (colaborador 01).
“Sim, a aula não foi muito produtiva devido a problemas técnicos. As
máquinas travaram pelo acesso simultâneo e faltaram computadores
para os alunos. Na minha escola não tem uma pessoa responsável por
essa área e isso tem dificultado as tarefas envolvendo o laboratório de
informática” (colaborador 02).
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“Sim. Os alunos, por ex. de 7ª série nem sabiam o que fazer com o
computador. Quando aprenderam alguns comandos, eles sempre
pediam para ir” (colaborador 03).
“Não estou em sala no momento”(colaborador 04).
“Ainda não, mas pretendo levá-los” (colaborador 05).
“Não, ficamos sem ter um responsável pelo setor (que pudesse me
auxiliar se tivesse algum problema) e este ano todo estávamos em
reforma – o que impossibilitou o uso” (colaborador 06).
“Sim. Fizemos um trabalho sobre turismo, os alunos deveriam
pesquisar sobre os lugares turísticos, fotos, comidas típicas, clima,
política, depois apresentar em formato PowerPoint” (colaborador 07).
“Sim. Numa das ocasiões eles conheceram, produziram e enviaram emails a partir de um tema trabalhado. Em outra, ele s pesquisaram
conceitos de publicidade dentro de um trabalho sobre consumismo.
Em outra ocasião acesso o código de defesa do consumidor”
(colaborador 08).
O colaborador 01 afirma ter utilizado o laboratório de informática com os
alunos, entretanto, não descreve quais atividades foram propostas e como foi o
desenvolvimento da aula.
A dificuldade em propor atividade nesse espaço e a necessidade de uma pessoa
responsável pelo laboratório para auxiliar o professor foi enfatizada pelos colaboradores
02 e 06. Os colaboradores 04,05 e 06 afirmaram ainda não terem utilizado o laboratório
de informática por razões diferentes. Dado que merece destaque, é o uso do laboratório
para a realização de atividades de pesquisa, como relatam os colaboradores 07 e 08. Em
ambas as atividades a pesquisa proposta foi adequada para a ferramenta. No relato do
colaborador 07 a pesquisa por informações na Internet deveria preceder a elaboração de
uma apresentação em slides. Já o colaborador 08 relata uma atividade de pesquisa
norteada pela elaboração de um gênero digital, o e-mail e em outra em que a pesquisa
foi realizada a partir de um tema em específico.
Entretanto, conhecendo a realidade da escola pública da cidade de Cascavel/PR
vale ressaltar que para um professor com 40 alunos em sala de aula, o uso do laboratório
de informática sem um conhecimento razoável no manuseio da ferramenta pode
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corroborar para a realização de práticas pedagógicas descontextualizadas de um projeto
maior ou da continuidade dos conteúdos trabalhados em sala de aula.
A segunda questão selecionada para análise nesta comunicação foi assim
apresentada no instrumento de coleta de dados 04.
Qual o papel do professor em situações de aprendizagem em que o
computador e a Internet são utilizados?
“ Orientador”(colaborador 01).
“Orientar as ações dos alunos mediando sua interação com o
computador” (colaborador 02).
“O mesmo papel que ele desempenha em sala de aula: orientador,
educador” (colaborador 03).
“O professor representa o mediador, seu papel continua
imprescindível e o recurso aparece como facilitador não como o foco
da aula” (colaborador 04).
“Importantíssimo, pois é o professor quem vai delimitar o tema e de
que forma a pesquisa será realizada” colaborador 05).
“Ele deve ser um mediador auxiliando os que têm necessidade, além
de mostrar aos alunos o que algum colega viu num site” (colaborador
06).
“Precisa conhecer bem a linguagem hipertexto para orientar os alunos
durante as pesquisas. Seu papel é de criar situações e mostrar os
caminhos que levam ao conhecimento, não só a informação, mas o
conhecimento elaborado, ajudando o aluno a construir sua
aprendizagem” (colaborador 07).
As respostas apresentadas por todos os 08 colaboradores apontam o papel do
professor como o mediador das situações de aprendizagem. De acordo com Altoé
(2005) o papel do professor precisa ser aquele que proporciona ao aprendiz opções, até
porque, “o professor precisa apontar caminhos, orientar, às vezes guiar, corrigir”
(ALTOÉ, 2005, p. 45).
Diante disso, retomamos a relevância dos cursos de formação inicial e
continuada na criação de espaços para pesquisa, análise e reflexão acerca das
possibilidades de aprendizagem que a Internet apresenta. Além de conhecer as
possibilidades de trabalho que a tecnologia oferece no desenvolvimento da sua prática
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pedagógica, o professor que busca a Internet como fonte de informação e canal de
comunicação, precisa adequar a metodologia e os objetivos de acordo com o contexto
em que atua (WARSCHAUER, 2000; BALADELI 2009). No ensino e na aprendizagem
de uma língua estrangeira, nesse caso, da Língua Inglesa, os diferentes espaços de
comunicação disponíveis nas páginas WWW apresentam ao aprendiz o contato com a
língua em situações reais de uso (jornal, revista, e-mail, Orkut, Blog, chats entre outros).
Dado que deveria impulsionar o aprimoramento da competência linguística e discursiva
do professor rumo à seleção e a utilização desses conteúdos disponíveis em Língua
Inglesa em seu desenvolvimento profissional.
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Estrangeira
(DCE), o ensino de uma língua estrangeira deve estar pautado em práticas pedagógicas
contextualizadas que possibilitem ao aprendiz conhecer e fazer o uso da língua nas
diferentes manifestações na prática social (PARANÁ, 2008). A aprendizagem de uma
língua estrangeira deve possibilitar a criação de um espaço onde “[...] o aluno reconheça
e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se envolva
discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em relação ao
mundo em que vive” (PARANÁ, 2008, p. 53).
Segundo Baladeli (2009), a Internet pode tornar-se uma ferramenta para o
aperfeiçoamento linguístico tanto do professor quanto do aluno, uma vez que,
disponibiliza diferentes conteúdos em formato de textos, áudio e vídeo. No entanto, para
que o professor conheça as alternativas pedagógicas com os conteúdos da web, torna-se
emergente, que ele, o professor, explore e arrisque-se pelo emaranhado de links das
páginas WWW, aventurando-se por sites, jogos e arquivos, o que requer tempo e
coragem para o desafio que é compreender a Internet como ferramenta pedagógica.
Algumas considerações
Ao longo do levantamento e da análise de dados durante a pesquisa foi possível
constatar as potencialidades da Internet na aprendizagem de Língua Inglesa. Entretanto,
tornou-se evidente também que inserir essa tecnologia na prática pedagógica não é
tarefa fácil, uma vez que depende da ação planejada e intencional do professor em
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utilizar adequadamente essa ferramenta em sua prática. Além disso, constatamos que
em muitos casos, o próprio professor não tem acesso a essa tecnologia, o que aponta
para a necessidade de implementação de projetos para a inclusão digital do professor.
A realização de uma pesquisa-ação por meio de ações pedagógicas em um curso
de extensão para professores de Língua Inglesa da rede pública revelou a necessidade de
criação de novos espaços formativos nos quais os professores possam construir
conhecimentos sobre as tecnologias para então optarem em utilizá-las ou não em sua
prática.
Os dados coletados durante os encontros presenciais revelaram que o
conhecimento sobre informática na educação apresentação pela maioria da população
pesquisada estava no estágio inicial. Em contrapartida, ao longo do curso de extensão
evidenciou-se a crença de que a tecnologia per se é um diferencial no processo de
ensino e aprendizagem, dado que vai de encontro à proposta de pesquisa que
defendemos em que a tecnologia é uma ferramenta potencializadora da aprendizagem.
Vislumbrar alternativas para o uso dos recursos da web na prática pedagógica requer o
interesse, o conhecimento e a mudança de paradigma de educação já que em uma
proposta construcionista o computador dever ser utilizado como ferramenta capaz de
potencializar os conteúdos e as tarefas de diferentes áreas do conhecimento. Essa
construção ocorre quando o aprendiz utiliza-se do computador com autonomia
assumindo o controle sobre o seu processo formativo.
Acreditamos que a com a realização da pesquisa que teve propósito de criar um
espaço para o estudo, a pesquisa e a reflexão sobre as possibilidades de ensino e
aprendizagem de Língua Inglesa com os recursos da web. Sendo assim, os primeiros
passos foram dados pela população pesquisada rumo ao (re)conhecimento de práticas
pedagógicas com tecnologia, o que não esgota o tema, porém abre precedente para a
realização de novas ações formativas que contemplem o tema informática na educação,
ainda pouco acessível ao professor. No atual cenário de uso crescente de tecnologias, ao
professor, independente da área em que atua, não cabe mais uma postura de detentor do
conhecimento, sendo, portanto necessário conhecer as transformações que ocorrem na
escola e no seu entorno para então poder auxiliar os alunos no processo de construção
de conhecimento.
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