De Jovem
para
Jovem
Educação Entre Pares
RG
Redação
Maria Adrião
Realização
UNICEF – Anna Penido, Silvio Kaloustian, Ana Maria Silva, Denise Bueno
Apresentação
“Não existem pessoas sem conhecimento. Elas não chegam
vazias. Chegam cheias de coisas. Na maioria dos casos, trazem
juntas consigo opiniões sobre o mundo, sobre a vida.”
Paulo Freire
Revista Viração – Paulo Lima, Vivian Ragazzi, Camila Caringe
Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto – Ana Teresa de Castro Bonilha,
Sandra R. Francisco, Ana Maria Peres Silva
Jovens CEDOC
Ademir Franco Paré Junior
Camila dos Santos Frigatto
Camila Regina dos Santos
Eliene Santana Correia
Felipe Fortunato Rodrigues da Silva
Helber Pereira dos Santos
Juliana Camila Santos Celestino
Karina Ferreira da Cruz
Micaela Carolina Cyrino
Natiele Souza Santos
Rafael Neves Biazão
Renata Marley Silva Neri
Rodrigo Gomes Soares
Revisão Técnica
Viviane Castelo Branco – Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Revisão de Texto
Andréa Vidal
Diagramação
Vitor Massao
Flávio Yamamoto
William Haruo
Fotos
Arquivo Revista Viração e ONG Bom Parto
Ilustrações
Marcio Baraldi e Lentini
Foto da Capa
Fernanda Forato
Você já parou para pensar na importância de uma boa conversa? É através dela que
a gente coloca nossas ideias, opiniões e tira dúvidas sobre aquilo que a gente não
conhece. Este fascículo fala sobre isso... Ele foi elaborado pensando em você!
Ele trata especialmente da educação de jovem para jovem, de uma metodologia,
ou seja, um jeito de trabalhar que vem sendo utilizado em todo o mundo nas
ações realizadas entre os adolescentes e jovens para pautar os direitos sexuais
e reprodutivos. Tal metodologia é conhecida como educação entre pares, porque
valoriza a troca entre pessoas com experiências semelhantes.
Essa metodologia nada mais é que o jovem falar com outro jovem do seu jeito,
passando as informações e os conhecimentos de que ele dispõe. A primeira parte
deste fascículo explica o que é a educação entre pares e qual a sua importância,
e qual deve ser a postura de um educador de pares. No final, são dadas dicas de
como fazer isso, além de exemplos práticos de jovens que realizam atividades desse
tipo em vários lugares do Brasil.
Mas você não acha que tiramos todos os assuntos que estão aqui da cartola ou
somente da nossa cabeça, não é? Na verdade, este fascículo foi produzido com base
na experiência acumulada por organizações não-governamentais que trabalham
com adolescentes e jovens, em pesquisas na internet, em materiais produzidos pelo
governo e na troca de ideias com quem realiza a educação entre pares.
A proposta é que você reflita sobre essa proposta, conheça algumas experiências e
possa criar outras, levando em consideração o seu jeito de ser, as características da
sua comunidade e o seu objetivo com esse trabalho!
Então mãos à obra!
educação entre pares
O que é Educação
entre pares afinal?
A habilidade da comunicação faz parte da nossa vida desde o nosso nascimento
e nos acompanha até o final dela. Quando chorávamos pedindo comida, quando
apontávamos para determinado objeto para pedi-lo, já utilizávamos formas de
comunicação, que foram sendo aprimoradas com o tempo. Uma das ferramentas
mais ricas desse processo é a possibilidade de conversarmos, de dialogarmos
sobre determinados assuntos, pois dessa forma podemos trocar informações,
expor nosso ponto de vista, conhecer coisas novas e passar a outras pessoas
informações que talvez elas não saibam. Mas, afinal, o que é uma conversa?
Se procurarmos essa palavra no dicionário, encontraremos a seguinte definição:
“Comunicar-se ou trocar ideias ou informações, em geral pela fala”.
Não é novidade para ninguém que há muito tempo adolescentes e jovens de
todo o país vêm realizando ações sobre sexualidade e prevenção das DST/Aids
com outros adolescentes e jovens, nas escolas, nos serviços de saúde, nas
comunidades e em outros espaços. Afinal de contas, sabemos que essa moçada
vivencia experiências muito semelhantes – como a descoberta da sexualidade,
por exemplo –, o que facilita bastante a troca e o estabelecimento de um
diálogo mais aberto e sem constrangimentos.
um convite
Os adolescentes e jovens conversam bastante sobre os mais variados assuntos
e das mais diversas formas: pessoalmente, por telefone, por carta, pela internet
etc. Eles também conversam nos mais diversos espaços: nas rodas de amigos,
nas escolas, nas famílias, nas igrejas, nas festas... No entanto, ainda é tímida
a sua participação em ações mais formais, em que se pensam e debatem
assuntos que exigem um conhecimento prévio, como as realizadas nas escolas
e nas unidades de saúde, geralmente conduzidas por especialistas, como
professores e médicos.
Diversas iniciativas na contramão dessa realidade vêm
acontecendo Brasil afora, onde novos espaços surgem para
que adolescentes e jovens falem do seu jeito de assuntos
de seu interesse. Por isso, convidamos você que deseja
ser um agente de transformação a chamar seus
colegas da comunidade para pensar e debater
assuntos variados, que pouco a pouco promoverão
mudanças em suas próprias vidas e nas de
outras pessoas! Afinal, as transformações só
ocorrem de fato quando TODOS participam
desse processo. E jamais se esqueça de
que você tem o DIREITO de PARTICIPAR!
A educação entre pares ou educação de pares,
como o próprio nome já diz, é a troca de saberes
entre semelhantes, ou seja, entre pessoas ou
grupos que têm o mesmo perfil e compartilham
as mesmas vivências, o que facilita muito o
intercâmbio de conhecimentos e práticas.
No nosso caso, chamamos de educação entre pares esse importante
processo no qual adolescentes e jovens atuam como facilitadores e
multiplicadores de ações junto a outros adolescentes e jovens.
Isso não significa, porém, que eles precisem criar guetos ou grupos fechados,
conversando apenas entre si. É preciso estar aberto à contribuição dos adultos.
A maneira como os adolescentes e jovens debatem temas com outras pessoas
da mesma idade varia bastante. O que essas atividades de educação entre
pares têm em comum é que elas são conduzidas por eles próprios.
Pode ser através da realização de gincanas, de oficinas, de atividades artísticas
como o teatro... A educação entre pares também acontece em espaços
informais, como festas, clubes e churrascos. Basta eleger um tema e facilitar o
processo de discussão, trazendo informações, promovendo a troca de opiniões
e a reflexão sobre o assunto em questão.
Importância da
educação entre pares
A educação entre pares vem sendo bastante utilizada e apresentando
resultados positivos, pois, além de garantir a participação do jovem
na condução de todo o trabalho, promove o desenvolvimento de seus
conhecimentos, atitudes e habilidades. Ao assumir essa responsabilidade, eles
vão colocando cada vez mais
o seu jeito de ser e passam a
utilizar ferramentas próprias
da sua vivência, como a
dança, a música, o teatro
e a produção de fanzines,
sempre respeitando e
valorizando a cultura local.
Esses instrumentos, além de
facilitarem sua comunicação
com os participantes, tornam
as atividades que eles estão
realizando ainda mais interessantes.
A educação entre pares é uma metodologia interessante porque:
•todo mundo cresce e aprende com a experiência, desenvolve habilidades
de liderança e melhora sua capacidade de se comunicar e de tomar
decisões;
•os jovens conversam entre si no dia a dia, e isso gera uma afinidade
maior entre quem conduz a atividade e quem participa dela;
•sua flexibilidade permite que ela aconteça em qualquer lugar e com os
recursos disponíveis;
•a ação pode ser combinada com outras atividades educativas.
A educação entre pares também é importante para a discussão dos direitos
sexuais e reprodutivos, porque:
• muitos adultos ainda não se sentem à vontade para conversar sobre esse
tema com os adolescentes e jovens, e vice-versa;
• ela possibilita a reflexão e o debate sobre esses direitos entre os jovens,
com sua própria linguagem e forma de se expressar no mundo;
• facilita a conversa aberta sobre sexualidade e reprodução;
• permite que os adolescentes e jovens compartilhem suas experiências e
valores;
• os adolescentes e jovens podem pensar coletivamente em formas de
lutar pela garantia da livre expressão da sexualidade e do planejamento
de sua vida reprodutiva.
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mudar.
postura do
educador de pares
Na educação entre pares, o processo é todo educativo. Por isso, quanto
mais participativo, maior a troca entre todos e maiores as possibilidades de
mudanças. Assim, é superimportante considerar o conhecimento que os outros
trazem durante o debate; afinal, ninguém sabe tudo, mas sempre tem alguma
coisa importante a dizer!
Nesse sentido, o papel do educador de pares não é ensinar o outro jovem
porque sabe mais que o restante do grupo, mas facilitar a construção de novos
conhecimentos através da reflexão, do debate e do questionamento sobre
determinado assunto. Quer um exemplo? Em vez de simplesmente ensinar a
forma correta de usar a camisinha para prevenir as DSTs (doenças sexualmente
transmissíveis), pergunte aos adolescentes e jovens se eles sabem usá-la, se já
viram uma, o que acham disso, onde podem conseguir camisinhas etc. Dessa
forma, você faz o grupo pensar um pouco mais, se dar conta do que já sabe e
levantar possibilidades sobre o que ainda não conhece. Depois, arremata tudo
isso com as informações que você já tem sobre o uso correto da camisinha.
Por isso, o educador de pares necessita de algumas habilidades que podem ser
melhoradas com o tempo. O importante é levar estas dicas em consideração
para que o trabalho seja legal:
• saber trabalhar em grupo;
• ser curioso;
• ser capaz de construir uma relação de confiança com o grupo, fazendo
com que todos se sintam à vontade para se colocar;
• saber ouvir, mas também se fazer ouvir e entender pelo grupo;
• saber que você não é melhor do que os outros, segurar a onda,
considerar o que os jovens do grupo têm a falar sobre o assunto em
debate e valorizar as contribuições oferecidas;
• ter consciência de que ninguém pode saber de tudo, de que todos
têm limites. Por isso, talvez não consigamos responder a determinada
pergunta, cuja resposta vamos nos comprometer a pesquisar e trazer
para o grupo depois; você também pode incentivar o próprio grupo a
buscar as respostas;
• saber conviver com as diferenças: não somos iguais uns aos outros. Lidar
com a diversidade, além de fundamental, pode ser muito enriquecedor;
• ter criatividade e entusiasmo para despertar o interesse e mobilizar a
discussão no grupo;
• e, principalmente, estar verdadeiramente comprometido com o
desenvolvimento de todos os participantes.
A essa altura, você deve estar se perguntando: afinal de contas, qual o meu
papel nessa história? Olha aí:
• Planeje a atividade, considerando seu objetivo, público-alvo, data,
horário, local, materiais necessários e metodologia a ser utilizada;
• Conduza o encontro com base no planejamento realizado, mas sem
deixar de considerar possíveis imprevistos e fazer ajustes sempre que
necessário;
• Estabeleça regras básicas para a convivência no grupo (o horário de
início e de término da atividade, o que se espera de cada um, quem faz
o quê etc.) e combinar o comportamento (escutar quando o outro estiver
falando; desligar o celular; ser pontual etc.);
com a mão na massa
Assim como para viajar não podemos simplesmente pegar a mochila e cair
no mundo, para que um processo de educação entre pares dê certo não
basta termos boas ideias e partirmos para a ação. No caso da viagem,
precisamos planejar o roteiro com antecedência, definir se vamos sozinhos
ou acompanhados, comprar as passagens, arrumar a mochila prevendo o tipo
de roupas, sapatos e acessórios de que vamos precisar. Para cada tipo de
viagem, temos pontos importantes a observar. E cada um tem seu próprio jeito
de se organizar.
• Responsabilize-se pela organização do local, dos materiais, do lanche
e do cuidado com os horários, jamais se esquecendo dos objetivos
pensados para a ação;
• Garanta que todo mundo participe, respeitando aqueles que têm mais
dificuldade e aproveitando as opiniões que forem surgindo;
• Ajude a administrar os conflitos que surgirem, construindo a solução com
o próprio grupo;
• Quando ninguém souber responder a uma questão, comprometa-se a
pesquisar e a trazer a resposta para todos, ou a definir com o grupo quem
vai fazer isso;
• Faça um resumo dos itens discutidos, das reflexões e das ideias centrais
construídas pelo grupo;
• Avalie a atividade com o grupo todo, considerando as possíveis críticas,
sugestões e elogios;
• Registre o trabalho desenvolvido, compartilhando-o com o grupo e outros
interessados.
Num processo de educação entre pares, as coisas também precisam ser
planejadas e organizadas com carinho, levando-se em conta os objetivos
que se quer alcançar. E, mesmo com todo o planejamento, algumas viagens
nos reservam surpresas desagradáveis. Quando isso acontece, precisamos
mudar os planos e buscar alternativas para solucionar os problemas que
apareceram. Por isso é tão importante você se manter atento, ser flexível e
utilizar sua criatividade!
Como já mencionamos, existem várias maneiras de promover a educação entre
pares. Imagine, por exemplo, que os jovens da sua comunidade têm pouco
conhecimento sobre os principais métodos contraceptivos e que você quer
informá-los sobre esse assunto, discutindo-o com eles. Você pode simplesmente
apresentar esses métodos ao grupo, explicando como usá-los, onde
adquiri-los etc. Ou pode utilizar recursos do teatro, sugerindo que os
participantes dramatizem cenas de um casal negociando o melhor método
contraceptivo para evitar uma gravidez não planejada. O caminho que você
vai seguir vai depender do seu objetivo. Quanto mais o grupo tiver chance de
participar, de refletir sobre seus sentimentos, valores e preconceitos, maiores
vão ser as chances de mudanças no seu comportamento.
Claro que, para começar a atuar como educador de pares, você não precisa
saber fazer tudo isso, mas pode e deve ir aprendendo com os outros e com sua
própria experiência. Lembre-se de que, quanto melhor for sua condução, melhor
será o resultado do processo!
10
11
Segue uma sugestão de como planejar, realizar e avaliar uma atividade
educativa entre pares:
PLANEJANDO - O ANTES
1. Identifique a principal demanda ou necessidade que precisa ser trabalhada
junto ao grupo com o qual você vai atuar. Essa demanda pode ser percebida
por você, pelos próprios participantes do grupo ou por outras pessoas que
conheçam seus problemas; o ideal é que o próprio grupo possa expressar suas
necessidades;
2. Conheça os jovens com quem você irá trabalhar. Se possível, procure se
informar sobre quantos eles são, quais a idade e o sexo deles, os aspectos
socioculturais (onde moram, com quem, o que gostam de fazer, como gostam
de se divertir etc.), pois isso facilitará seu planejamento;
3. Planeje a forma mais adequada (palestra, oficina, dança, música, confecção
de cartazes etc.) para falar do assunto que será abordado com o público que se
pretende atingir;
4. Planeje a atividade definindo seu objetivo, ou seja, o que você deseja atingir,
qual a metodologia a ser usada, além de coisas mais operacionais, como a data,
o horário, o local e os materiais necessários;
5. O trabalho fica mais fácil e produtivo quando você compartilha a realização
da atividade com outra pessoa; nesse caso, é importante definir o papel de cada
um e dividir as tarefas;
6. Vá previamente ao local onde será realizada a atividade para organizá-lo e
se familiarizar com ele, além de conversar com o responsável pelo espaço, se
houver;
7. Programe bem o tempo para a realização da atividade;
8. Organize com antecedência os materiais que serão utilizados na atividade,
como papéis, canetas coloridas, textos, cartazes, a caixa de perguntas e a folha
de avaliação;
9. Leia livros e revistas, pesquise sites e converse com especialistas sobre o
tema. Lembre-se de que você é o facilitador do debate, por isso deve estar bem
informado;
10. Verifique as prioridades de sua atividade, definindo o que não poderá deixar
de abordar;
11. Estabeleça parcerias com ONGs, escolas, unidades de saúde, associações
comunitárias e até mesmo empresas que possam apoiar sua iniciativa.
12
REALIZANDO – O DURANTE
Para esta parte não existe um passo a
passo definido, já que ele depende muito
da metodologia que você vai utilizar. Por
exemplo, para apresentar um esquete
de teatro na quadra da escola, você
não precisa necessariamente seguir um
esquema mais rígido. O que vale mesmo
é a sua postura, aqueles toques que já
demos sobre como se colocar no grupo.
AVALIANDO – O DEPOIS
Avaliar a atividade realizada é bastante importante, pois as informações dadas
pelo grupo servirão de base para que você veja se o trabalho está dando certo
e faça as mudanças necessárias, considerando os acertos e os desacertos
da proposta. A avaliação também é uma importante forma de medir se os
objetivos foram alcançados satisfatoriamente. Ela serve tanto para quem realiza
o processo, quanto para quem participa dele. Portanto, você pode optar por
diferentes formas de avaliação, tanto em grupo, quanto individuais. Veja a seguir
alguns exemplos bem simples:
• Peça que, sozinhos ou em pequenos grupos, os participantes escrevam o
que foi bom, o que aprenderam, o que faltou ou foi ruim na atividade;
• Desenhe “carinhas” no flip chart ou no quadro. Em seguida, peça que
as pessoas indiquem a carinha que representa seu sentimento sobre a
oficina;
• Peça a cada pessoa que diga em uma única palavra o que a oficina
significou para ela.
Quando colocamos a mão na massa, a coisa muda de figura. No começo
você pode até sentir um friozinho na barriga, mas, à medida que for vendo os
resultados, vai se sentindo mais seguro. Nem sempre as coisas correm bem,
mas é importante não desistir, avaliando, re-planejando e seguindo em frente.
13
Que tal darmos um exemplo prático da mão na massa? O caso é o seguinte: foi
identificado na comunidade Feijão Dourado que os jovens possuem poucas
informações sobre as formas de transmissão e prevenção das DST/Aids, assim
como sobre a forma correta de usar a camisinha. Esses jovens têm poucas
opções de lazer, mas gostam bastante de teatro. A maioria mora com os pais, tem
em média de 15 a 18 anos de idade e estuda na maior escola pública do bairro.
1. Qual a demanda/o problema? Falta de informações sobre DST/Aids e uso da
camisinha.
2. De quem é a demanda? Dos alunos? Dos professores?
3. Vai ser obrigatório? Vai quem quer? Como mobilizar os alunos para
participar?
4. Qual a atividade mais adequada, considerando que os jovens têm de 15 a
18 anos, estudam numa grande escola pública e gostam de teatro? Pode ser a
realização de uma oficina com muitas dramatizações.
5. Qual o principal objetivo? Informar os adolescentes e jovens da comunidade
Feijão Dourado sobre como se pega e não se pega DST/Aids, com foco no uso
correto do preservativo.
6. Qual a metodologia? Exibição de vídeo educativo que fala sobre a prevenção
das DST/Aids, seguida de debate e dramatização de cena em que o casal
negocia o uso da camisinha.
7. Quais os materiais necessários? TV, DVD, vídeo educativo, papel e canetas
para registro das discussões nos subgrupos, flip chart e canetas piloto para
apresentações no grupo grande, camisinhas.
8. Data: 30/08
9. Horário: 9h–13h
10. Local: Escola Líder
11. Com quais parceiros posso contar? Escola Líder, em especial o professor
de geografia, Márcio; Jane, responsável pelo atendimento a adolescentes na
Unidade Básica de Saúde do bairro.
14
Se liga!
Processos de educação entre pares podem acontecer
em quaisquer espaços que possibilitem a realização das
atividades. Você pode utilizar o espaço da associação
comunitária, alguma escola do bairro, o posto de saúde ou o
salão da igreja.
É superlegal fazer parcerias com pessoas e projetos que já
desenvolvem atividades na sua comunidade, como famílias,
organizações não-governamentais (ONGs), associações
de moradores, grupos de organização juvenil, entidades
sindicais, associações profissionais, cooperativas que
envolvem adolescentes e jovens. O importante é que pessoas
de diferentes setores direta ou indiretamente ligados à
questão da juventude possam contribuir. Tipo conversar com
o grupo de jovens da escola que já realiza atividades com
outros jovens e pensar em como vocês podem se ajudar,
conversar com um professor ou com a enfermeira do posto.
Afinal, a união faz a força!
Ta na mão!
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15
as várias formas de fazer
O trabalho de educação entre pares compreende uma infinidade de
metodologias que vêm sendo utilizadas para abordar temas diversos,
especialmente na área do direito, da saúde sexual e da saúde reprodutiva. Veja
a seguir algumas atividades que, por sinal, são bastante utilizadas por jovens de
todo o país, algumas acompanhadas de exemplos reais. Oferecemos também
uma lista de opções1 que você pode utilizar para abordar qualquer assunto do
Fascículo Sexo e muito mais ou qualquer outro assunto do seu interesse. Lógico
que você pode conhecer outras opções e também inventar novas maneiras de
falar do que você quiser! Bom proveito!
a) Ações espontâneas com seus pares
Você pode aproveitar uma conversa informal para falar de um tema importante,
levantar alguns questionamentos, informar ou discutir atitudes com uma pessoa
ou um pequeno grupo. Essa é uma atividade simples e espontânea, que não
precisa ser planejada. Lembre-se de que você também pode ser um educador
de pares entre seus próprios amigos, quando vocês estiverem batendo papo
em casa, na praia, na festa ou em qualquer outro lugar. Não tenha medo de ser
chato. Lembre-se de que muitos adolescentes e jovens não se sentem à vontade
para discutir temas relacionados à sexualidade com os adultos e acabam se
informando com a turma. Se você puder ajudá-los, não perca essa chance.
b) Debates a partir de expressão artística
Embora essa atividade possa ser uma ação espontânea, que acontece no seu
dia a dia, ela também pode ser realizada de maneira mais planejada, utilizandose de pequenas estratégias para tornar o debate mais rico. Após terem
assistido a um filme ou a uma peça de teatro, ouvido uma música ou lido uma
poesia, incentive seus companheiros a refletirem sobre ideias ou personagens
polêmicas, dividindo o grupo entre defesa e acusação. Ou faça rodar a palavra
alternadamente com o tema: “Eu não gostei porque...”; “Eu concordo porque...”;
“Eu gostei porque...”; “Eu discordo porque...”. Ou use a criatividade para pensar:
“Se eu fosse o autor ou a autora, eu teria feito isso diferente...”. O importante
é, ao final, fazer um resumo das ideias principais que a obra trouxe para a
1.Os itens a a h foram adaptados do Guia de Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares.
Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Brasília [no prelo].
16
discussão. A utilização de filmes, vídeos, música e poesia sempre motiva
as discussões nesse tipo de atividade, pois a arte tem um grande poder de
emocionar as pessoas. Para que o grupo possa aproveitar melhor o conteúdo
utilizado nessas produções artísticas, você pode elaborar um roteiro para ajudar
nas discussões. Esse roteiro poderá conter algumas perguntas orientadoras:
• Qual a ideia central apresentada?
• Que outras ideias relevantes foram abordadas?
• Quais as questões polêmicas com que o material trabalha?
• Quais as comparações possíveis entre a realidade e o que foi apresentado
na obra?
• Com o que eles concordam?
• Do que eles discordam?
• Em que mudariam o texto ou o roteiro do filme ou da peça?
• Mudariam algo na vida das personagens?
• Mudariam o final da história? Como?
Esses poderiam ser alguns dos itens do roteiro a ser
elaborado e trabalhado em grupo.
c) Encontros
Sempre que possível, convide pessoas diferentes para falar,
como profissionais de saúde, professores, conselheiros de
saúde ou de direitos e assistentes. Os encontros sugeridos
por você ou por outra pessoa podem ter como objetivo esclarecer algum assunto
ou cobrar uma ação. Que tal convidar a enfermeira da unidade de saúde da sua
comunidade para explicar como é feito o atendimento de adolescentes no posto?
Ou um professor para discutir as situações de preconceito e discriminação que
as mães e os pais adolescentes vêm enfrentando na escola?
É importante deixar bem claro para o convidado o que deve ser abordado, quanto
tempo ele terá para falar, quem é o público e se ele vai poder usar algum recurso
audiovisual. É interessante que a apresentação seja breve (no máximo 20
minutos) para não cansar o público e para deixar bastante tempo para o debate.
Também podem ser organizados encontros com as famílias, que sempre devem
ser vistas como aliadas do trabalho. É difícil, para alguns adultos, romper com
antigas crenças e valores e compreender seus filhos. Muitos adolescentes e
17
jovens também têm dificuldade de dialogar com seus familiares. Nesse sentido,
a família deve ser conquistada com cuidado e compreensão. Seria interessante
contar com algum familiar (mãe, pai, tio, avô ou avó) que queira fazer parte
da equipe de trabalho e seja um elo entre as outras famílias e o grupo de
educação entre pares. Você pode organizar uma oficina entre as famílias e os
adolescentes para discutir a importância do diálogo sobre sexualidade entre
pais/responsáveis e filhos.
Se liga!
Quando se deseja abordar questões ligadas aos direitos sexuais e
reprodutivos, é muito importante fazer parcerias, principalmente com
os postos de saúde, as equipes de saúde da família, as escolas, a
Assistência Social e os Conselhos Tutelares. Na sua região, quem você
considera parceiros importantes? Você sabe onde se podem obter
camisinhas gratuitamente? Onde conseguir a pílula do dia seguinte?
Onde são atendidas as vítimas de violência sexual? É importante
ajudar a articular pessoas e serviços e contribuir para a troca de
informações.
d) Grupos de estudo e discussão - Trabalho de aprofundamento
dos temas
Após a realização de uma atividade educativa, pode ser que alguns de vocês
se interessem em continuar a conversa sobre o tema tratado. Nesse caso, é
interessante propor a formação de um grupo de estudo e discussão. Nesses
grupos, as pessoas se encontram com determinada frequência com o objetivo
de conhecer melhor algum assunto.
18
É interessante promover diferentes espaços de discussão sobre esses temas,
variar a forma como eles são abordados. Todas essas possibilidades se
complementam. Debates, conversas, filmes, discussão de artigos de jornais e
de revistas, levantamento de informações locais, acontecimentos específicos de
seu bairro ou de sua cidade que estejam relacionados à questão são algumas
das possibilidades. Ao fim de um encontro, já deve ser combinado o que se
deseja debater no encontro seguinte.
O Grupo Vhiver, ONG de Belo Horizonte/Minas Gerais que dá apoio e assistência
às pessoas que vivem com o HIV, realiza, através dos seus jovens educadores,
encontros quinzenais com um grupo de adolescentes chamado
Adolescer. A ideia surgiu de um jovem
que desejava reunir a galera para
conversar abertamente e aprofundar
a reflexão sobre alguns temas de
interesse dos adolescentes e jovens.
A proposta desses jovens é conversar
sobre sexualidade, cidadania, direitos
humanos, HIV/Aids através do estudo
de textos, de literatura, música, poesia
e vídeos.
e) Eventos
Trata-se de algo que acontece sem uma frequência fixa, normalmente
recebendo mais visibilidade e envolvendo um número maior de pessoas. É um
momento de sair da rotina. Pode ser um festival de arte e cultura, uma projeção
de filme com debate, um show de música ou dança, uma apresentação de
teatro, uma grande manifestação pública, elaboradas pelo próprio grupo de
adolescentes e jovens, por convidados de outros bairros ou escolas ou até
mesmo por artistas profissionais comprometidos com o tema. É um momento
especial, pois reúne muita gente em torno de uma atividade em que geralmente
circula muita alegria e emoção.
Olha um exemplo: o Grupo Juventude Força e Ação do Icaraí, em parceria com
a ONG ECOS Comunicação em Sexualidade de São Paulo, realiza atividades
educativas de prevenção das DST/Aids na sua comunidade. Num dia 1o de
19
dezembro, em que se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, eles
promoveram o I Festival Torcendo pela Saúde, lá na Vila Brasilândia. Essa
iniciativa partiu dos próprios jovens, que, mobilizados pela falta de opções
de lazer em sua comunidade e pela falta de informações sobre DST/Aids,
resolveram fazer um festival de futebol, no qual meninos e meninas jogaram e
participaram de oficinas sobre sexo seguro, apresentações de dança e hiphop. Eles fizeram parceria com a escola do bairro, onde foi realizado o festival,
com os profissionais que trabalham no posto de saúde e com os comerciantes
locais, que ofereceram lanches para todos os participantes do evento. O festival
envolveu os alunos da escola e outros jovens da comunidade, familiares,
professores e profissionais da saúde. Essa é uma boa estratégia para mobilizar
muita gente, pois alia atividades educativas, esportivas e culturais. Parece ser
uma receita infalível quando se deseja dar o recado de forma criativa!
f) Gincana solidária e cultural
É uma atividade pedagógica que alia a competição à cooperação entre
indivíduos e grupos. Nesse caso, recomendamos que seja uma gincana solidária
e temática, que não se dê ênfase à disputa, mas ao entusiasmo de cumprir
tarefas e aprender com elas. O caráter das tarefas deve ser sempre pedagógico
e solidário, e deve-se tomar o cuidado de estabelecer uma comissão julgadora
comprometida com o tema e atenta aos objetivos propostos. A gincana pode
focar, por exemplo, o tema de prevenção às DST/Aids. No caso, o objetivo dessa
atividade é, ao mesmo tempo, informar e formar uma cultura de solidariedade.
Uma comissão de adolescentes e professores deve elaborar as tarefas e seus
respectivos critérios de julgamento; indicar uma entidade a
ser beneficiada com a ação
solidária da gincana; formar
uma comissão julgadora
com representantes dos
adolescentes e jovens, dos
familiares, profissionais de
saúde, educadores, entre outros
integrantes da escola e da
comunidade. Por fim, é preciso
escolher um prêmio de
interesse coletivo.
20
g) Intervenção na Comunidade
É uma ação de maior alcance e impacto
que pode ter diferentes objetivos: uma
pesquisa sobre a situação do seu bairro,
a sensibilização da comunidade, um
diálogo mais sistemático com a escola e
outras instituições, uma feira de saúde
etc. Para que o trabalho a ser desenvolvido
seja consistente, é importante que ele seja
planejado detalhadamente e avaliado após
sua realização.
Você já parou para pensar na comunidade onde mora? Isso mesmo: como
ela surgiu, quantas famílias moram nela, se existe coleta de lixo, se tem
saneamento básico, quantas escolas existem e como está seu funcionamento,
se a unidade de saúde dispõe de métodos contraceptivos para adolescentes
etc. Essa é uma forma bacana de ter uma “foto” do seu bairro, ou seja, de
conhecer mais a situação real em que as pessoas vivem, considerando
o que tem de bom e o que precisa ser melhorado na comunidade. Como
existem muitos pontos a serem pesquisados, você pode escolher apenas
um, por exemplo, saber como funciona a distribuição de camisinhas para os
adolescentes e jovens na unidade de saúde. Junte a turma do bairro e marque
um encontro para definir como e por onde começar essa “fotografia”!
Sensibilizar sua comunidade para um tema que você considera importante que
todos conheçam e pensem um pouco também é superlegal! Você pode convidar
a galera para elaborar uns cartazes com desenhos e frases e colar nas casas
do comércio local (supermercados, padarias etc.), na escola e nos espaços
de circulação do pessoal. Depois proponha um debate com todos! Outra ideia
legal para sensibilizar a comunidade é fazer um espetáculo de dança ou de
teatro sobre o tema escolhido. De preferência, divulgue-o antes e realize-o num
local de fácil acesso para todos. Caso deseje, promova um debate depois do
espetáculo.
Bater na porta da escola ou da unidade de saúde para conversar com os
profissionais sobre alguma situação que te incomoda, ou mesmo para
esclarecer dúvidas e se informar, pode ser um estímulo para que as demais
21
pessoas da sua comunidade façam o mesmo! Também é uma maneira de se
aproximar dessas importantes instituições, que muito têm a contribuir para a
garantia dos direitos sexuais e direitos reprodutivos.
Realizar uma feira de saúde também é uma importante e estratégica
intervenção que você pode fazer na sua comunidade. O primeiro passo é
planejar muito bem essa atividade, pois ela exige um esforço maior. Fazer
parceria com as unidades de saúde, com as ONGs que estão atuando no seu
bairro, com os comerciantes e outras instituições pode ser a segunda coisa a
fazer. Realizar uma feira de saúde nada mais é do que levar até a comunidade
informações e serviços de saúde através de oficinas educativas de informação
e debate, apresentações artísticas, palestras realizadas pelos próprios
profissionais de saúde e pelos jovens. Esse é um importante espaço para
promover saúde no seu bairro!
em todas as relações sexuais; e onde consegui-las gratuitamente. Além disso,
precisam acreditar que podem dizer NÃO, que homens e mulheres têm direitos
iguais, que todos estamos em risco se não nos protegermos. Essa reflexão,
que deve ser feita com o público a quem o material se destina, pode ajudar na
elaboração desse material.
i) Oficina
É uma atividade que vai exigir um pouco mais de empenho, por ser o espaço
onde as informações e principalmente os debates ocorrem com maior
profundidade. Veja a seguir algumas dicas básicas que orientarão seu trabalho
na realização de uma oficina.
h) Elaboração e divulgação de material informativo
Criar materiais informativos para sua escola pode ser outra atividade
interessante. Produzir cartazes, panfletos, campanhas, faixas informativas,
jornais, boletins, mensagens para serem veiculadas nas rádios comunitárias
– são várias as possibilidades. Quanto maior o número de pessoas envolvidas,
melhor para todos. Já existem vários materiais produzidos por coordenações
estaduais e municipais de DST/Aids, pelos Ministérios e Secretarias da
Saúde e da Educação, pelas prefeituras municipais, pelos serviços de saúde
próximos às escolas, pelas ONGs, entre outras instituições. Esses materiais
também podem ser utilizados para apoiar suas atividades. O Fascículo de
Educomunicação (Eu Comunico Tu Comunicas Nós Educomunicamos) trata
especialmente desse assunto!
Sempre que se deseja criar algum material, é
importante ter em mente:
Qual o comportamento que se quer
incentivar? O que os jovens precisam saber
para ter esse comportamento? No que
precisam acreditar? Por exemplo, para usar
camisinha, os jovens precisam saber que
ela protege e como usá-la; que devem usá-la
22
1. Preparando o espaço: Prepare a sala/o local onde será realizada a atividade
de maneira que os participantes percebam que algo “novo” acontecerá ali.
Tente criar um ambiente acolhedor. Não se esqueça de organizar as cadeiras
em círculo para que todos possam se enxergar;
2. Apresentação: Inicie o processo dando boas-vindas a todos e dizendo quem
é você. Deixe os participantes se apresentarem e, se houver tempo, falarem um
pouco sobre suas expectativas. Apresente a proposta da oficina, informe sua
duração e descreva brevemente suas etapas.
23
3. Acordo de convivência: Crie com o grupo um acordo ou um contrato sobre
horários, atendimento telefônico, conversas paralelas, sigilo e outras questões
que você julgar importante para que os participantes se sintam seguros para
expor o que pensam e, acima de tudo, se sintam respeitados.
4. Explicando a atividade: Descreva os objetivos específicos de cada atividade,
dando instruções claras e informando o tempo disponível para sua realização.
Assegure que todas as pessoas compreendam as instruções. Pergunte se têm
dúvidas ou se gostariam de fazer alguma pergunta. Mostre que a participação
de todos é desejável e importante, e que todas as opiniões deverão ser
respeitadas.
5. Organizando o formato da atividade/discussão: Escolha o formato que se
dará ao debate, definindo se os participantes trabalharão em duplas ou em
subgrupos. Depois, siga um desses métodos:
a) numere as pessoas de acordo com o número de grupos necessários para que
depois os números iguais se juntem;
b) defina os grupos previamente e afixe a relação na parede;
c) prepare folhas de papel com o mesmo número de símbolos que o número de
grupos necessários. Em seguida, peça a cada pessoa que escolha um símbolo e
se junte com as pessoas que tiverem o mesmo símbolo;
d) permita que os grupos se formem naturalmente.
As discussões coletivas podem ser realizadas em pequenos grupos ou em
grupos maiores. É importante que o grupo escolha uma pessoa para resumir e
anotar as ideias gerais e outra para apresentá-las. Procure incentivar um rodízio
para que todos tenham a oportunidade de exercitar tanto a comunicação oral
quanto a escrita.
6. Conduzindo a atividade: Durante a atividade, dê orientação e ajuda conforme
necessário ou solicitado pelo grupo. Se possível, acompanhe o debate feito
pelos pequenos grupos, procurando interferir o mínimo possível, mas já
colhendo informações para o debate posterior.
7. Apresentação dos grupos: Dê um tempo para que cada subgrupo apresente
suas discussões e conclusões para o grande grupo. Em seguida, abra o debate.
8. Atividade de encerramento: É importante garantir que todas as pessoas
expressem o que sentiram, façam suas últimas reflexões etc. Procure finalizar
a atividade de maneira criativa. Nesse momento, também é possível entregar
certificados e agradecer aos participantes e colaboradores da atividade.
A participação das pessoas na oficina é a chave mestra para que ela dê certo;
por isso, proponha atividades que envolvam as pessoas e lhes permitam falar,
discutir e refletir. Para facilitar a vida, segue uma lista dos recursos que você
pode utilizar durante a oficina, além de algumas vantagens e desvantagens de
trabalhar com cada um deles2.
1. Discussões em grupo
O que é: Discutir o assunto abordado no grande grupo.
Vantagem: Todos têm oportunidade de obter informações e de expressar suas
opiniões. Essas discussões devem ser rápidas e fáceis. Elas são úteis no início
de uma oficina para fazer com que todos se envolvam.
Desvantagem: Podem ser desconfortáveis para pessoas tímidas, por forçá-las
a dizer algo. Ao iniciar uma discussão, sempre dê às pessoas a opção de não
responder.
2. Tempestade de ideias
O que é: O facilitador pede às pessoas que falem o que lhes vem à cabeça sobre
determinado assunto.
Vantagem: Encoraja uma participação ativa e criativa. Pode ser divertida
e energizante. O facilitador deve lembrar ao grupo que qualquer ideia é
apropriada, que discordar das ideias dos outros é possível, que construir sobre
elas é ótimo, mas que criticá-las não é aceitável.
Desvantagem: A participação das pessoas tímidas ou que não conhecem bem
o grupo pode ser difícil. Essa não é uma atividade apropriada para assuntos
mais delicados, que envolvem sentimentos e valores, demandando um ritmo
mais lento.
2. Extraído e adaptado do site www.portaldovoluntario.org.br em 09/07/2008.
24
25
3. Pequenos grupos
5. Debates
O que é: Dividir os
participantes em grupos
menores para realizar a
atividade proposta pelo
facilitador, como elaborar
um cartaz com recortes de
revista sobre o preconceito em
relação às pessoas que vivem
com o HIV.
O que é: Quando os participantes expõem seus pontos de vista sobre o assunto
abordado na oficina.
Vantagem: Uma das melhores maneiras de as pessoas aprenderem. O
facilitador deve começar com perguntas de como e por quê. Seu papel é resumir
os pontos principais periodicamente, dar foco à discussão se ela estiver se
perdendo, encorajar a participação do maior número de pessoas possível e
finalizar as discussões quando for hora de iniciar uma nova atividade.
Desvantagem: Um dos riscos é o de demorar demais caso não se consiga
manter o foco. Além disso, pode ser dominado por apenas algumas pessoas.
Vantagem: São mais confortáveis para pessoas que não se conhecem. Grupos
pequenos dão a oportunidade de trocar ideias mais livremente e conhecer
melhor as outras pessoas. A tarefa de discussão deve ser explicada de forma
clara e cuidadosa para manter a discussão no foco.
Desvantagem: Se o tópico não for claro ou relevante para os participantes, a
discussão pode resultar em uma conversa inútil. A apresentação das discussões
dos trabalhos para o grupo geral pode ser chata e repetitiva. Estruture uma
pergunta que resuma o essencial de uma discussão e proponha uma forma de
apresentação criativa.
4. Perguntas e respostas
O que é: O facilitador lança para o grupo perguntas sobre determinado assunto,
e o grupo tem de responder a elas.
Vantagem: Use perguntas fechadas (respostas SIM ou NÃO) para obter
informações. Use perguntas abertas (COMO e POR QUÊ) para promover
discussões e desenvolver ideias.
Desvantagem: Pode ser intimidante se os participantes acharem que são
obrigados a responder. Sempre dê a eles a opção de não responder.
6. Dramatização
O que é: Quando o facilitador solicita a pequenos grupos que elaborem uma
cena, como se fosse uma peça de teatro, relativa a uma situação proposta.
As personagens, as falas e a situação devem ser criadas pelos participantes.
Por exemplo, o tema da oficina é o respeito à escolha sexual das pessoas.
O facilitador pede ao grupo que elabore uma cena que reflita como os
26
27
homossexuais são percebidos pela sociedade. Criar os nomes e a idade das
personagens, dizer onde moram, se estudam ou não etc. ajuda a compor a
cena. Falaremos mais disso daqui a pouco!
8. Painéis
Vantagem: Forma concreta de se imaginar numa determinada situação e de
praticar novas habilidades. Pode ser divertido. A maneira mais eficiente de
entender e aprender novas habilidades.
Desvantagem: Algumas pessoas ficam nervosas e intimidadas ou são
resistentes em participar de dramatizações. A não ser que o facilitador tenha
muita experiência, é importante evitar que os jovens interpretem situações
vividas por eles, uma vez que o debate pode trazer críticas à sua postura,
gerando constrangimento.
Vantagem: Devem ser apresentações breves (cerca de 10 minutos) envolvendo
especialistas nos temas propostos e permitir discussões e debates após as
colocações. Boa maneira de aprofundar o assunto.
Desvantagem: Podem não ter foco ou interesse. Frequentemente é difícil
manter os palestrantes dentro do assunto e do tempo
determinado. Se eles não forem bons
comunicadores, os participantes
poderão não conseguir entendê-los ou
perder o interesse pelo painel.
O que é: Quando o facilitador convida um profissional ou especialista para falar
do assunto tratado na oficina.
7. Apresentações e pequenas palestras
O que é: Quando o facilitador ou outra pessoa faz uma apresentação ou
palestra sobre determinado assunto para o grupo de participantes.
Vantagem: Devem ser curtas e
simples, com vários exemplos
associados ao dia a dia
das pessoas. É uma forma
de transmitir informações
essenciais, mas deve ter uma
duração estritamente limitada
(no máximo 15 minutos). Ao final,
uma atividade diferente deve
ser introduzida para encorajar
os participantes a discutirem as
informações recebidas.
Desvantagem: Maneira
passiva de aprender. A não ser que seja feita de forma interativa, com a
participação intensa da plateia, ou seja, seguida de uma discussão, não exige
necessariamente a reflexão dos participantes.
28
9. Vídeos
O que é: Recurso audiovisual que conta
uma história fictícia ou baseada em
fatos reais.
Vantagem: Ferramentas úteis para
aumentar a conscientização sobre
temas diversos. Boa atividade para quem aprende visualmente. O vídeo
certo pode apresentar os vários aspectos de um assunto e conectar o conteúdo
à prática.
Desvantagem: Pode ser difícil achar um vídeo que seja relevante para o seu
grupo e para o assunto que você estiver discutindo. Assim como nas palestras, é
importante incentivar o debate.
10. Confecção de cartaz
O que é: O facilitador pede ao grupo que elabore um cartaz utilizando recortes
de jornais, de revistas e outras fontes sobre determinado tema.
Vantagem: Estimula a criação e a pesquisa sobre o tema de forma lúdica.
Desvantagem: Corre-se o risco de o grupo simplesmente recortar figuras avulsas
e de o trabalho perder o caráter educativo de pesquisa e debate sobre a relação
da figura com o tema.
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Vai aí um exemplo de uma oficina sobre as relações de gênero.
Oficina – Ser Homem e Ser Mulher[3]
Objetivos:
Discutir as diferenças entre homens e mulheres;
Por que essas diferenças se transformam em desigualdades;
E que o conceito de gênero é uma construção social.
Tempo necessário: 1 hora
Material: Tiras de papel; canetas; fita crepe
O que fazer:
• Distribua duas tiras de papel, uma caneta e dois pedaços de fita crepe
para cada participante.
• Peça-lhes que, individualmente, escrevam as características masculinas
e femininas e as diferentes mensagens passadas para os meninos e as
meninas. Lembre-os de que cada tira deve conter uma característica.
Dê-lhes alguns exemplos, como “menino não chora” ou “menina não se
senta de perna aberta”. Sugira também que eles pensem nos brinquedos
e nas brincadeiras atribuídos a meninos e meninas.
• Quando todos tiverem terminado de escrever suas tiras, peça a duas
pessoas (de preferência um homem e uma mulher) que vão até a frente
do grupo para servir de modelos. Solicite que levem consigo suas tiras
e a fita crepe. Na falta de um dos sexos, solicite que uma das pessoas
represente o sexo oposto.
• Peça à mulher que está na frente que cole no homem as tiras sobre as
características masculinas. Essa colagem deve ser feita na região do
corpo dele que ela achar mais adequada (por exemplo, força pode ser
colada no bíceps). Quando tiver terminado, peça ao homem que faça o
mesmo com as características que escreveu sobre a mulher.
• Depois, peça a cada pessoa que vá até a frente do grupo e faça o mesmo
com suas tiras. Lembre-as de que as tiras devem ser coladas na parte do
corpo que mais representa aquela característica/mensagem/brinquedo
ou brincadeira.
• Quando todos tiverem terminado, peça que examinem como ficaram os
modelos e digam que conclusões se pode tirar do exercício.
30
Pontos para discussão
• O que é ser homem?
• O que é ser mulher?
• Quais as diferenças entre ser homem e ser mulher?
• Quais dessas diferenças são biológicas? Quais são construídas
socialmente?
• Quais as situações em que essas diferenças se tornam desigualdades?
• Como a escola poderia contribuir para modificar essa situação?
Fechamento
• Esclareça que, quando falamos em sexo, nos referimos às características
físicas e biológicas de cada um, às diferenças entre um corpo de homem
e de mulher, de menino e de menina. Mas, quando falamos em gênero,
nos referimos às diferenças entre os homens e as mulheres que foram
construídas ao longo da história da humanidade por meio de costumes,
ideias, atitudes, crenças e regras criadas pela sociedade.
• Chame a atenção também para os estereótipos que existem em relação a
homens e mulheres, como “garotas são mais fracas, mais dependentes,
mais sensíveis, menos agressivas” e “garotos são mais fortes, mais
independentes, mais práticos, mais agressivos”.
• Explore as atividades consideradas masculinas e as consideradas
femininas, questionando o porquê dessa divisão de tarefas.
• Estimule discussões sobre os papéis do homem e da mulher na
sociedade. A finalidade é a interação entre os valores próprios de cada
sexo para a criação de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.
• Promova uma discussão sobre a responsabilidade de homens e
mulheres em certas situações, tais como: responsabilidade de ambos na
contracepção e na prevenção de DST/Aids etc.
• Lembre-se de que o grande desafio desse trabalho é sensibilizar os
jovens para ultrapassar as limitações impostas a cada gênero, fazendo
com que um seja capaz de ajudar o outro a se libertar das amarras
culturais, de modo que todos possam viver com mais igualdade e
solidariedade.
31
j)Teatro
Vamos à prática! Vamos contar a história de
um grupo de jovens da Zona Leste de São
Paulo que fazem parte do Projeto Tecer o
Futuro. Eles são conhecidos como CEDOC, e
uma das principais atividades que realizam é
a apresentação do espetáculo de teatro de
bonecos Fala Sério! Eles apresentam peças
sobre o HIV/Aids nas escolas, nas unidades
de saúde e nas comunidades da sua região. Tudo surgiu
em 2003, quando esse grupo de jovens percebeu que os adolescentes que
viviam com o vírus HIV sofriam muito preconceito e discriminação nas escolas e
que existiam poucas iniciativas que tratassem desse assunto. Eles resolveram,
então, elaborar o texto, construir os bonecos, aprender a manipulá-los e fazer
parcerias a fim de garantir espaços para suas apresentações.
O espetáculo fala da história de uma jovem
(Carol) que conta ao melhor amigo (Guto)
que vive com o vírus do HIV. Carol e Guto
conversam sobre as formas de transmissão
do vírus, o tratamento, a prevenção,
o preconceito e a inclusão. Durante a
apresentação, os bonecos convidam dois
casais para colocar um preservativo feminino
e um preservativo masculino, ensinando à
plateia a forma correta de armazenar e de
utilizar esses preservativos. No final, Carol
pergunta a Guto se deve ou não contar ao seu “ficante” que vive com o vírus
do HIV. Após a apresentação, o grupo debate com a plateia o direito que o
adolescente soropositivo tem de querer contar ou não às pessoas sobre a sua
situação, as formas de transmissão e de prevenção do HIV, o uso da camisinha,
a importância da solidariedade e de quanto é ruim sofrer preconceitos.
O Fala Sério! já foi assistido por mais de 7.000 adolescentes e jovens
em diversos espaços, como congressos, mostras, centros educacionais
comunitários, encontros estudantis, empresas, universidades, corporações
32
policiais e seminários em diversas cidades, como Ferraz de Vasconcelos,
Guarulhos, Recife, Brasília, Sorocaba, entre outras.
Fazer parcerias sempre é muito bom! – esses jovens contaram com o apoio
de profissionais. Uma dica legal é você pedir a ajuda dessas pessoas para
confeccionar os bonecos, que podem ser feitos de papelão, de pano ou de
sucata, para elaborar o texto ou para articular as apresentações para que elas
aconteçam.
O trabalho com o teatro é bastante flexível: você pode encenar uma peça,
trabalhar com jogos teatrais para aquecer o grupo antes de alguma atividade,
integrar os participantes e até mesmo embasar toda a atividade educativa. Os
jogos teatrais fazem com que o aprendizado aconteça de forma mais dinâmica.
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33
Aqui apresentamos alguns exemplos de jogos teatrais bem simples que você
pode utilizar nos trabalhos em grupo:
• Música e ritmo (para aquecer o grupo): Os participantes dançam pelo
espaço de olhos fechados, conforme a música. Depois dançam com cada
uma das partes do corpo separadamente: primeiro os braços, depois a
cabeça, em seguida as pernas...
• Roda rápida (apresentação das pessoas): Os participantes estão em
roda. Cada um fala seu nome, repetindo-o até três vezes para as pessoas
o fixarem bem. Depois que todos tiverem se apresentado, uma pessoa
começa falando o nome do outro participante e vai para o lugar dele.
Peça que todos façam o mesmo até que não falte ninguém se apresentar.
A brincadeira fica mais engraçada quando o facilitador pede que as
pessoas façam isso mais rápido.
• Espelho (trabalha a integração do grupo): Em duplas, o facilitador explica
que uma pessoa ficará no comando enquanto a outra tentará realizar os
mesmos gestos que ela como se estivesse na frente do espelho. Depois
as pessoas trocam de lugar. Se quiser, faça o mesmo exercício formando
outras duplas.
Outra forma simples de trabalhar com o teatro é construir esquetes (pequenas
peças ou cenas dramáticas com duração de aproxidamente 10 minutos)
baseados num tema à sua escolha. Aí vai um exemplo: inspirados num cartãopostal sobre a diversidade sexual elaborado pela Secretaria Municipal de
Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), o grupo de teatro do Adolescentro Paulo
Freire, unidade da SMS-Rio, elaborou um esquete de teatro sobre homofobia
a partir de “fofocas” na escola, situação frequente entre os jovens. De forma
delicada e bem-humorada, o esquete aborda o tema da homossexualidade e
reforça o direito que todos têm de viver plenamente sua orientação sexual. O
esquete é resultado da criação coletiva dos adolescentes a partir de estímulos
e da orientação do professor de teatro que dirige o grupo. A peça vem sendo
apresentada com grande sucesso a adolescentes, jovens e profissionais de
saúde, propiciando uma oportunidade de reflexão sobre um tema importante e
polêmico sobre o qual a maioria das pessoas tem dificuldade de conversar.
34
k) Artes plásticas
O pessoal do MIAL – Movimento de Intercâmbio de Adolescentes de Lavras/
Minas Gerais, em parceria com a UFAL – Universidade Federal de Lavras, teve
uma ideia bem legal para estimular as pessoas a saberem mais sobre um
assunto que dá muito o que falar. Esse pessoal criou uma tenda que mostra
como a sexualidade foi construída ao longo do tempo, utilizando gravuras,
pinturas, cartazes e recortes de jornais de várias épocas. Esses materiais
permitiram que o público conhecesse a história da sexualidade de forma lúdica
e interativa. Na entrada da tenda, havia uma vulva feita de cetim, em formato
de cortina, através da qual as pessoas entravam na barraca. Essa é uma forma
divertida e irreverente de trabalhar um tema polêmico, que possibilita uma série
de reflexões.
l) Dança, música e percussão
Não é novidade para ninguém que todas as pessoas, independentemente da
faixa etária, se identificam em maior ou menor grau com a nossa dança, a
nossa música e a nossa percussão; afinal, a nossa diversidade empolga. Temos
o hip-hop fortemente presente em São Paulo e já se alastrando por todas as
capitais do país. Temos o funk carioca, o frevo em Recife, o bumba-meu-boi no
Maranhão, o boi do mamão em Santa Catarina, o carimbó no Pará, e assim vai.
Por que, então, não utilizar tudo isso como um poderoso instrumento educativo?
Essa é a proposta. Você pode utilizar esses e outros recursos da sua região
como caminhos para abordar um assunto específico. Como as possibilidades de
trabalho com a nossa cultura são muitas, resolvemos dar alguns exemplos de
experiências realizadas por jovens nos quatro cantos do país.
No Rio de Janeiro, existe um projeto coordenado pela ABIA –Agência Brasileira
Interdisciplinar de Aids chamado Companhia da Saúde, que fala de arte e
alegria. O grupo é formado por jovens da Baixada Fluminense e da periferia do
Rio de Janeiro, que utilizam roupas coloridas, pernas de pau, percussão e dança
para falar da importância dos cuidados que devemos ter com a nossa saúde.
Os integrantes fazem de tudo para que a plateia participe do espetáculo, além
de repassar informações sobre as formas de infecção pelo HIV e de estimular
a solidariedade e o respeito às pessoas que vivem com o vírus. Esse grupo
também discute a questão do racismo, abordando os estereótipos associados à
população negra.
35
No interior de São Paulo, na cidade de Sumaré, a ONG Reprolatina desenvolveu
um projeto com adolescentes e jovens sobre prevenção das DST/Aids. Esses
jovens foram capacitados como agentes voluntários da saúde nas temáticas
sobre saúde sexual e saúde reprodutiva. Desse trabalho surgiu a ideia da
gravação de um CD de hip-hop com o nome “Só com educação é que se
pode mudar”. No CD há letras que informam sobre o HIV/Aids, fazendo a
gente pensar sobre o assunto através da música. Eles se apresentaram nas
comunidades dos bairros, nas escolas e unidades de saúde. Vai aí a letra de
uma das músicas compostas pelos próprios jovens.
Diga Não para o HIV
Somos adolescentes e jovens prevenindo o HIV/Aids
Aprendendo a cuidar da nossa saúde cada vez mais
Faça parte dessa ideia, busque informações
Sexo seguro é sexo com saúde, use sempre camisinha
m) Poesia
Pra quem acha que não existe espaço para a poesia neste mundo,
apresentamos a experiência do CRIA, uma ONG de Salvador que trabalha com
adolescentes utilizando a arte-educação, principalmente o teatro, o clown
(palhaço) e a poesia.
Grupos de adolescentes encontram-se para discutir poesia, ler e estudar
poetas – principalmente os poetas baianos – e escrevem suas próprias
poesias. O resultado desse trabalho é a montagem de um recital poético que
é apresentado nas comunidades onde esses adolescentes moram. Após a
apresentação do recital, o público é convidado a recitar poesias, criando um
espaço de convivência e de troca sobre as questões da comunidade. Além
dessa atividade, esses adolescentes realizam outras ações educativas, como
oficinas, palestras e grupos de teatro.
Diga não para o HIV e pra DST
Sem camisinha não faço nada com você
Tente entender, não vai se arrepender
Com camisinha é bom pra mim e pra você
Vamos usar camisinha pra não pegar DST
Usando camisinha a gente vai se proteger
Com DST a gente também pega HIV
Também tem a gravidez, pare pra pensar
Se ela rolar nossa vida vai mudar de vez
Sexo seguro de forma consciente
Use camisinha, seja inteligente
Preste atenção na nossa condição
Pra ter saúde prevenção é a solução
Vai vendo a cada ano que se passa cresce o número de pessoas
Infectadas com o vírus HIV, dos anos 90 pra cá, esse número vem
Crescendo principalmente entre as mulheres e os jovens
O Brasil possui o maior Programa de prevenção de DST/HIV/Aids
Mas ainda não possui a cura
Buscar a informação e se prevenir ainda é o melhor remédio
Seja vivo, viva a vida de forma saudável. Esse é o salve.
36
37
anotações
Este material foi testado com adolescentes das comunidades de Heliópolis e
Cantinho do Céu em São Paulo. Valeu Galera!
Heliópolis
Rafael Reis de Almeida
Daniel Nunes Pereira
Rafael Soares de Oliveira
Leonardo Belo da Silva
Eduardo Portela
Brenda Passos Santos
Daniel da Silva dos Santos
Mayara
Cintia L. Vieira
Wellington
Wesley Luiz
Alessandra dos Anjos
Fabiola Batista
Cantinho do Céu
Vanessa Da Conceição
Liliane dos Santos Mendes
Ellen Cristina Nascimento Nogueira
Luciane Morais
Francileide Oliveira
Jéssica Aparecida Almeida Costa
Lucas Gomes
Daniella de Sousa Cardoso
Andréia Sabino Estevão
Henrique Barbosa
Jéssica de Sousa Marques
Maxwell Rodrigues Mendes
Johnny Nogueira de Souza
Ana Carolina Rodrigues de Almeida
38
Felipe Tavares Pessoa
John Leno da Silva Vieria
Andreza dos Santos Silva
Kayone Caroline da Silva
Bruna Alves Campos
Crione de Sousa Ribeiro
Fernando Antônio
Raiane Myrele C. dos Santos
Aleni Rodrigues
Débora de S. P. dos Santos
Gessiára de Sousa
Augusto E. de C. R. da Silva
Henrique S. Vitorio
39
Iniciativa
Parcerias
Download

Educação de pares