Enfermeiros do Centro lamentam atropelos à segurança dos doentes Lusa 16 Set, 2015, 15:57 | País (http://www.rtp.pt/noticias/pais) A Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) criticou hoje um "dos momentos mais difíceis da história da enfermagem, em que se vive uma fase de atropelos à qualidade e segurança" dos doentes. Em comunicado e em antecipação ao ato de entrega da cédula profissional, na quintafeira, a 685 novos enfermeiros dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, aquela secção da OE diz ainda que "têm sido poucas ou nulas as medidas governamentais para mudar esta realidade". E isto, sublinha a presidente da estrutura, Isabel Oliveira, "apesar dos grandes esforços e constantes alertas da Ordem dos Enfermeiros para o risco da saúde da população e a deterioração social, com desigualdades cada vez mais evidentes". Segundo a enfermeira, às dotações inseguras juntamse as "condições de trabalho indignas para os enfermeiros", na falta de reconhecimento remuneratório pela especificidade, risco e penosidade da profissão, que leva a maioria a emigrar. "Mais grave é a falta de acesso a cuidados de enfermagem, a falta de segurança e qualidade a que a população tem direito", realça. Além da insuficiente dotação de enfermeiros nos serviços de saúde, a presidente da SRC considera que se assiste "à privação da prestação de cuidados de saúde de qualidade e seguros em outros contextos igualmente relevantes para a sociedade", designadamente nos lares e unidades de cuidados continuados integrados. De acordo com Isabel Oliveira, "não existe legislação que verdadeiramente acautele a segurança dos doentes integrados neste tipo de instituições". "Lamentavelmente, o aspeto financeiro continua da ditar as regras de funcionamento de lares e dessas unidades", sublinhou. Para a dirigente, "o mais preocupante nesta situação são os efeitos danosos que a falta de cuidados de saúde acarreta, como a recorrência a serviços de urgência com maior frequência, o aumento das agudizações de situações crónicas, o aumento da incidência de úlceras de pressão, o aumento dos tempos de internamento, que são pagos diretamente pelos doentes e suas famílias". A presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC considera "urgente a intervenção e legislação que acautele interesses de utentes e suas famílias nos lares e unidades de cuidados continuados integrados". TÓPICOS: