e o Cidadão Enfermagem Editorial pág.03 TEMOS QUALIDADE… E ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE, TEMOS? Isabel de Jesus Oliveira* Temos consciência, comparando com a realidade europeia (e arrisco mundial), que efetivamente prestamos excelentes cuidados de saúde à população portuguesa. Os que prestamos, claro, e aqueles a que os cidadãos têm acesso… resta saber o que fica por prestar. Temos igualmente consciência de que nem todos os portugueses têm acesso ao mesmo tipo de cuidados e que nem todas as necessidades em cuidados de saúde são satisfeitas com qualidade e em tempo útil. Negar isto seria “tapar o sol com a peneira…” Evoluímos? Certamente! Os cuidados e o acesso aos cuidados de saúde são hoje melhores do que há 30 anos atrás. Mas corremos o risco, no presente, de retornar ao passado. Os profissionais de saúde existem nos serviços em número cada vez menor, com exigências técnicas, científicas e burocráticas cada vez maiores e pouco ou nenhum reconhecimento do valor que desempenham para a construção e crescimento de uma sociedade saudável e produtiva. Recentemente, em visita a um agrupamento de centros de saúde, pudémos verificar estas mesmas dificuldades. Cerca de 38 000 utentes sem enfermeiro de família… 38 000 mil cidadãos sem Ficha Técnica Dia Internacional da Criança 2014 – Ordem dos Enfermeiros Diretora Isabel Oliveira Coordenação, Produção e Edição Gabinete de Comunicação e Imagem - GCI Centro Colaboram neste número Ana Raquel Meira Costa, Ângela Quinteiro, António Alves, Cristina Manuela Santos, Diana Filipa Santos Pires, Francisco Fontes, Isabel de Jesus Oliveira, João Oliveira, José António Ferreira, José Carlos Januário, Maria João Nicolau, Marisa Rodrigues, Marta Cristina da Silva Gouveia, Paulo Jorge Santos Rosa, Susana M. F. Seca, Susana Oliveira Corado, Tânia Cameira Fotografia Isabel de Jesus Oliveira, José António Ferreira, Francisco Fontes, Piranha Tattoo, arquivo GCI Centro, autores acesso a cuidados de enfermagem. E porquê? Bem, a explicação é bem mais complicada do que seria expectável à primeira vista. Profissionais que se reformam e não são substituídos, dificuldades (quase impossibilidades, diria) na contratação de novos profissionais, concursos que abrem para a admissão de novos profissionais, mas que não fecham, nem andam para lado nenhum…! O discurso dos gestores destas unidades é inevitavelmente o mesmo: “Estamos dependentes de autorização da tutela. Já pedimos… já alertamos, mas não temos autorização para contratar mais” associado à frase “A ordem é cortar!” Cortar nos recursos humanos, nos materiais, na motivação, na resiliência, na esperança… Teremos que começar também a cortar na Saúde dos Portugueses…? De que nos serve termos os melhores cuidados de saúde que a ciência e tecnologia podem oferecer à população? De que nos serve termos dos melhores profissionais de saúde do mundo, se não existem em número suficiente e se a população não tem acesso a eles…? *Presidente do Conselho Diretivo Regional da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros Dia Internacional da Criança 2014 – Ordem dos Enfermeiros Contactos Telf.: 239 487 810; Fax.: 239 487 819 [email protected] Propriedade Ordem dos Enfermeiros Secção Regional do Centro Telf.: 239 487 810; Fax.: 239 487 819 E-mail: [email protected] Edição eletrónica http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/centro/Paginas/default.aspx Conteúdos vídeo https://www.youtube.com/channel/UCydm4zJs7ZVpab6hWTY-MFQ Ilustração António Alves, Alunos da EB1 de Ribeira de Frades (Coimbra) Conceção Gráfica Filipe Marques/Academia do Design Deposito Legal 178374/02 Tiragem 14.000 exp. Paginação Paulo Oliveira/PMP Distribuição GCI - Centro, Jornal de Notícias/Diário de Notícias