RELATO DE CASO Anelise Carpiné Carlos Augusto Schreiner Rafael Cipriani Paciente T.S., 56 anos, gênero feminino, natural e procedente de Cascavel, sem antecedentes mórbidos conhecidos, apresentava nódulo em quadrante superior de mama direita, indolor, bem circunscrito, imóvel e com dimensões de 6,0 x 4,0 x 2,0 cm. HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS Mastite Cistos Mamários Fibroadenoma Lipoma Hamartoma Adenomas Rabdomioma Carcinoma Lobular Carcinoma Ductal Sarcoma Granulocítico Linfoma de Mama Foi submetida à nodulectomia sem esvaziamento axilar ipsilateral. O laudo anatomopatológico evidenciou proliferação monótona de células linfocitárias atípicas, sendo compatível com Linfoma Maligno Não-Hodgkin, de baixo grau, padrão folicular de pequenas células difusas, com áreas difusas Microphotograph showing Non Hodgkin Lymphoma Realizou-se, em seguida, imunohistoquímica, apresentando resultado positivo para Ki-67, CD10, CD20, bcl-2 e bcl-6, o que determinou o diagnóstico de Linfoma Folicular de Pequenas e Grandes Células (grau 2) com imunofenótipo B (CD 20%) e índice de proliferação celular de 10%. Tabela 1 – Estudo imunohistoquímico de Nódulo mamário Clone Resultado Ki-67 MIB1 Positivo CD10 56C6 Positivo CD20 L26 Positivo CD23 CD23 Negativo CD3 SP7 Negativo Ciclina- D1 SP4 Negativo Bcl-2 124 Positivo Blc- 6 564 Positivo Anticorpos Com a possibilidade de acometimento da medula óssea, extraiu-se dela dois fragmentos que foram preparados em bloco de parafina. O laudo anatomopatológico evidenciou nódulo linfóide paratrabecular com aumento moderado da reticulogênese e séries granulocítica, eritrocítica e megacariocítica discretamente hipocelulares e com manutenção da maturação. A bone marrow biopsy can reveal malignant lymphoma. Here, there is a peritrabecular infiltrate of small blue cells which is the lymphomatous infiltrate. A imunohistoquímica foi focalmente positiva para CD10 e positiva para CD20, indicando uma infiltração por neoplasia linfóide B de pequenas células com moderada carga tumoral e moderada reserva hematopoiética. Tabela 2 – Estudo imunohistoquímico de Fragmento de Medula Óssea Clone Resultado CD10 56C6 Focalmente positivo CD20 L26 Positivo CD3 SP7 Negativo Mieloperoxidase MPO- 7 Negativo Anticorpos LINFOMA NÃO- HODGKIN PRIMÁRIO DE MAMA LINFOMA NÃO- HODGKIN PRIMÁRIO DE MAMA Linfomas Não-Hodgking primários de mama apresentam uma incidência baixa, variando de 0,04 a 0,53%, segundo diferentes publicações. Estima-se que sua freqüência seja menor que 1/1000 de todos os tumores malignos mamários. Seu diagnóstico deve se basear em pacientes que não apresentam evidências de linfoma sistêmico ou leucemia. LINFOMA NÃO- HODGKIN PRIMÁRIO DE MAMA Caracteriza-se, geralmente, por nódulo único, indolor, bem circunscrito e de rápido crescimento, podendo comprometer pele, vista através de ulcerações e/ou múltiplos nódulos subcutâneos. Não apresenta uma imagem mamográfica característica e não se associa a microcalcificações mamárias. LINFOMA NÃO- HODGKIN PRIMÁRIO DE MAMA A idade de apresentação de Linfomas Primários de Mama é bastante variável, oscilando dos 15 aos 86 anos. Não há características clínicas que o distingue dos demais tumores mamários, exceto o rápido crescimento, a tendência a acometer a mama direita e a não retração ou descarga mamilar. Seu tamanho varia de 1 a 12 cm, com média de 3 cm e, ocasionalmente, é bilateral. LINFOMA NÃO- HODGKIN PRIMÁRIO DE MAMA O tratamento baseia-se em quimioterapia e radioterapia, sendo a cirurgia indicada apenas para obter amostras de tecido para biópsia. A mastectomia não garante o controle local, devendo ser indicada em casos especiais, como infecções e grandes lesões ulceradas. A sobrevida varia conforme o estádio clínico e tipo histológico, com média global após o tratamento de 40-66% em 5-10 anos. OBRIGADO! REFERÊNCIAS 1. FRETER C.: Other Cancers of the Breast. Cap 43. En: Harris J, Lippman ME, Morrow M, Osborne CK: Deseases of the Breast, 2nd Edition, Philadelphia, USA, Wolters Kluwer & Co 2000; 683-9. 2. SMITH M, BRUSTEIN S et al: Localized Non-Hodgkin's Lymphoma of the Breast. Cancer 1987; 59: 351-4. 3. SUZUKI Y.; TOKUDA Y.; OKUMURA A.; SAITO Y.: Masatoshi Ohta three cases of malignant lymphoma of the breast Departments of surgery and Pathology. Tokai University School of Medicine, Isehara, Kanagawa, Japan: Japanese J Clin Oncol 2000; 30: 33-6 4.LETZKUS, Jaime; PERALTA, Octavio; IVANOVA, Galina, GAMBOA, Jorge; BELMAR, Alejandro; DEL CASTILLO, Cesar, et al, editors.Tumor Primario de la Mama. Revista Chilena de obstetricia y ginecología, Santiago, v. 67, n.2, p. 148- 152, jul. 2002.