A INFLUENCIA DOS PROGRAMAS VIOLENTOS COMPORTAMENTO INFANTIL DA TELEVISAO NO Elisandra Cecilia Schwanka A INFLUENCIA DOS PROGRAMAS VIOLENTOS COMPORTAMENTO DA TELEVISAO NO INFANTIL Momografia apresentada ao curso de Pedagogia (4VNB) da Faculdade de Ciencias Humanas, Letras e Aries da Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para a obten98o do titulo de Pedagoga. Orientador: Prof. Mestre Renato Gross Curitiba 2004 ~ ,. t. Universidade Tuiuti dQ Parana l' '. FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, Curso LETRAS E ARTES de Pedagogia TERMO DE APROVA~AO NOME DO ALUNO: ELiSANDRA CECILIA SCHWANKA A Influencia dos Programas Violentos da Televisc10no TITULO: Comportamento Infantil. TRABALHO DE CONCLUSAO PARA A OBTEN~AO PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE DE CURSO APROVADO DO GRAU DE LlCENCIADO FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, TUIUTI DO PARANA. MEMBROS DA COMISSAO AV~DORA: PROF(a). RENATO GROSS >wW ORIENTADOR PROF(a). MAILDE ADELIA CASAGRANDE MEMBRO DA BANCA PROF(a) OLGA MARIA MATTOS MEMBRO DA BANCA DATA: MEDIA: 11 /11/2004 _JQ\-9 _ CURITIBA - PARANA 2004 COMO REQUISITO PARCIAL EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE LETRAS E ARTES, DA RESUMO A Televisao esta presente de forma qualitativa e quantitativa na vida diaria de adultos e crian9as. As formas de rea9ao ela por parte dos adultos e das crian9as e outra. Esta pesquisa analisa "A influencia dos programas de televisao no comportamento infantil, sendo fonte importante para 0 desencadeamento da violencia, conforme indicam dados reais de um grupo de crian9as curitibanas dentro da faixa etaria de 5 a 6 anos. Aponta tambem iniciativas para mudan9a de comportamento tanto dos sujeitos envolvidos, como dos seus familiares. No entanto, conforme pesquisa empirica e teorica, percebe-se de maneira geral que a influencia da televisao e significativa. Neste sentido 0 papel dos pais nao e apenas proibir as crian9as de certos conteudos da midia, mas proporciona-Ihe a liberdade de expressar suas opini6es, trabalhando de maneira a dar mais enfase constru9ao do pensamento critico distinguindo fantasia da realidade, proporcionando um contexto adequado para isso. 0 papel do professor e semelhante ao dos pais, pois deve interferir nos programas mostrando pontos positiv~s e negativos dando oportunidades para que os alunos deem seu ponto de vista com 0 intuito de evitar uma atitude passiva diante da televisao. Ja a midia tem a fun9ao de selecionar melhor os programas a serem exibidos e em horarios adequados. a a Palavras chave: violencia, violencia na televisao, comportamento/agressividade infantil. Dedico esta monografia a Deus que sempre esteve comigo em lodos os momentos, se nao fosse seu amor para comigo, dando-me animo e capacidade de reflexiio niio teria conseguido chegar onde cheguei e a todos aqueles que acreditaram, incentivaram e contribuiram para a realizagiio deste meu ideal. AGRADECIMENTOS A Deus atraves de minha fe, de minhas ora<;iies, de meu amor, Te agrade<;o por tudo que fui, que sou e ainda serei e, principalmente, por nunca ter me deixado nos momentos diffceis e por ter me permitido chegar ate aqui. Aos meus pais, pois tudo que me ensinaram e a base de todo este trabalho. Aos mestres, e em especial ao meu orientador li<;iies de saber, pel a orienta<;ao constante, participarem suas experi€lncias manifesto meu reconhecimento de vida a trilharmos pessoais, este por caminho, e estima. pelos momentos esfor<;o, mesmo sentindo-se Renato Gross, pelas pela dedica<;ao e renuncias e auxiliarem Ao meu marido e meu filho pelos momentos e compreensao, Professor de ausencia que em silencio, transmitiram souberam respeitar s6. Por todas as vezes que souberam amor e valorizar meu compreender tudo isso, s6 posso dizer-Ihes que esta conquista tem a sua presen<;a, seu amor! As crian9as aprendem nao apenas 0 que Ihes dito que devem fazer, mas principalmente 0 que veem ser feito p~r outras pessoas. Enquanto antigamente os modelos eram quase exclusivamente os pais e os membros mais intimos da familia, atualmente os modelos sao fornecidos amplamente pela comunica9aO de massa Uomais, revistas, cinema e, especialmente, a televisao). (BIAGGIO, 1976, p169) e SUMARIO 1 INTRODUCAO E JUSTIFICATIVA 2 REFERENCIAL 10 TEORICO 2.1 A INFLUENCIA 12 DE PROGRAMAS COMPORTAMENTO 3 METODOLOGIA VIOLENTOS DA TELEVISAO INFANTIL. 12 DA PESQUISA 15 3.1 CAMPO DE ESTUDO . . 3.2 SUJEITOS ... 15 . 3.3 MATERIAlS ... 16 . 17 3.4 AMBIENTE 3.5 SITUACAo 18 DE INTERVENCAo 3.6 PROCEDIMENTOS 3.7 ANAUSE:DE 19 DE COLETA E DE REGISTROS DOS DADOS 21 DADOS 4 A INFLUENCIA 4.1 TELEVISAo: 21 DOS PROGRAMAS DE TELEVISAO 23 UM BRINQUEDO NADA INOCENTE 23 4.2 A TV BRASILEIRA 4.3 IDENTIFICACOES 28 IMAGINARIAS 32 4.4 IMITACAo E IDENTIFICACAo 4.5 EMISsAo NO CONSCIENTE 4.6 A CRIANCA: UMA VlsAo E RECEPCAo 33 CRiTICA. .. . RAp IDA 35 4.7 PESQUISAS SOBRE A VIOLENCIA NA TV 4.8 TV NORTE AMERICANA: MAU EXEMPLO NA TEUNHA ... 34 36 . 37 5 EDUCA«;Ao PARA A MIDIA 39 5.1 PAPEL DAS EMISSORAS 41 5.2 PAPEL DOS PAIS E EDUCADORES .44 6 ANALISE DE DADOS 49 CONCLUsAo 53 REFERENCIAS 55 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 57 10 1 INTRODUCAO E JUSTIFICATIVA Nos ultimos anos, 0 mundo conta com uma agressividade violelncia conhecem cada vez mais crescente. um novo mecanisme As crian<;:as do mundo e um aumento inteiro, da diariamente, de imposi<;:ao de poder, atraves da atitude violenta dos programas de televisao. A televisao documentarios, veicula, que elevam diariamente, inumeros os acontecimentos, programas, tornando desde os vil6es filmes ate em herois num passe de magica, aos olhos infantis. As armas, as mortes, os socos e as agress6es (fisicas e verbais) dos desenhos animados tornam-se tao norma is que sao confundidos com a realidade nao menDs violenta. Para as crian<;:as, 0 manuseio das armas e algo absolutamente familiar, po is seus proprios idolos se valem delas para "destruir 0 inimigo". Outro fator importante que vem contribuindo para 0 aumento da violencia entre a maio ria das crian<;:as e a falta de limites, que de certa forma tambem esta ligada a televisao, po is e mais comodo para muitos pais deixar as crian<;:as em frente a ela, a ter ,i'i' 'I '1.' que se impor e limitar alguns programas . .\,1 ,), '. Tendo em vista, todos os problemas comportamento particular vem gerando no e na propria forma<;:ao das crian<;:as de modo geral, e que se resolveu pesquisar como as violencias veiculadas comportamento que a onda de violencia pelos programas de televisao influenciam de crian<;:as de 5 a 6 anos que frequentam do municipio de Curitiba, para aprofundar 0 no uma institui<;:ao de ensino tema e melhor forma-los. II Desestimulando a agressividade para que niio hajam transtornos e comportamento entre as crianyas, nesse processo. A pesquisa tambem se originou pelos pesquisadora de inquietayiio comportamentos e dos seus alunos, que apresentam agressivos comportamentos do filho da parecidos, os quais a motivaram a fazer esta pesquisa. Tendo programas crianyas como hip6tese infantis de 5 que a grande na televisiio, a 6 anos, pois quantidade influencia estimulam de de violencia negativamente no a agressividade comportamento entre as de mesmas, um comportamento nesse processo. A pesquisa tem como objetivo geral analisar se a violencia veiculada - Identificar se a violencia veiculada das crianyas, desistimulando ocasionando pelos desenvolvendo pela televisiio influencia no comportamento inquietayiio veiculada assim transtornos da crianya. E como objetivos especificos: pela televisiio a agressividade interfere no comportamento e comportamento de inquietayiio entre as mesmas; - Pesquisar como estaria a TV influenciando e, por isso mesmo, modificando comportamento das crianyas. - Reconhecer qual e 0 papel dos pais e educadores, programas de televisiio. na intervenyiio 0 dos 12 2 REFERENCIAL TEORICO 2.1 A INFLUENCIA DE PROGRAMAS COMPORTAMENTO INFANTIL Boisanello (1981,p.357), VIOLENTOS comenta que 0 distanciamento e filhos nao depende dela, por ser apenas veiculo, atitude passiva. individualista; criado pela TV entre pais Usa a televisao De forma semelhante de maneira vividas atraves da TV. Pelo comportamento imitativo a crianga tem a mesma reagao. E usufrui individualmente quando poderia vive-Ias coletivamente, NO e sim da atitude diante dela: uma 0 adulto senta-se, olha, nao comenta. nao divide as experiencias DA TELEVISAO familiarmente, das experiencias, em comum. a Bucci (2001, p.42), em uma entrevista revista Nova Escola, afirrna, que "algumas pessoas acham que as criangas devem ficar longe da TV em determinados programas passa de entretenimento e ponto. No outro extremo barato, sem conseqOencias ha quem diga que tudo nao no imaginario infantil". Segundo ele os dois lados estao errados: um e irrealista e 0 outro e irresponsavel. 0 problema e que veem e nada falam. A crianga fica refem do silencio. Para Sodre (1987, p. 63) A produgao televisiva provo cam disturbios de personalidade imitar os modelos oferecidos traz modelos imaginarios que nas criangas, pois elas se espelham e pass am a pela televisao, esvaziando-se de seus proprios modelos. 13 Em contra partida Lazar (1999, p. 37 ) afirma que: "a cnant;a desde cedo imita 0 adulto, a imita~ao pertence a natureza do homem. Murto cedo ela imita os pais, irmaos e mais tarde, imita tudo que acha interessante e digno de ser imitado. E se a crian~a imita certas cenas vistas na TV nao ha ai nada de inquietante, pois as atitudes inspiradas pela TV nao passam de simples imita~ao". Alem dis so, segundo Lazar, a imita<;:ao dos modelos vistos na TV se limita, na maioria dos casos, ao jogo. As crian<;:as s6 imitam personagens apreciados por seu meio. A imita<;:ao de bandidos e de mal feitores e praticamente e aprovados inexistente, pois em geral a crian<;:a nao imita tudo que ve, mas somente 0 que esta de acordo com seus modelos pessoais. Ja para Pacheco (2000, p.66), "a crian<;:a que assiste TV recebe um tipo de representa<;:ao que acaba papeis represenlados se refietindo na sociedade". no desenvolvimento Segundo e na continua<;:ao dos ela nao se tem clareza ainda ou opinioes definitiva sobre a influencia, porem sabe-se que a influencia da TV e grande por isso deveria haver produ<;:ao de programas que levassem em conla e 0 publico infanlil como especial. Para problema, violencia Barros (1995,p.156) apesar tambem "ainda de ter havido muilas pesquisas na televisao". Porem, pode-se perceber crian<;:as expostas a filmes violentos demonstraram assisliram a um filme sem conteudo violento. nao ha respostas significativas atraves claras para 0 sobre os efeitos da de pesquisas feitas que maior agressao do que aquelas que 14 Segundo Ferres (1996, p.92), "uma adequada aula pressup6e considerar com a televisao". duas dimens6es integragao da televisao a sala de da formagao: educar na televisao e educar Para ela deve haver integragao adequada da televisao a vida dos alunos, sendo que a escola e famflia devem an dar de maos dadas, cada um com suas responsabilidades. De forma semelhante Carlsson ( 2002, p.20) comenta que "0 papel do professor e dar apoio ao aluno e ficar ao seu lado, nao apenas no processo tambem na defesa dos interesses nas experiencias existentes da crianga", pois trabalhando de educagao, mas lado a lado com base tambem podem contribuir a diferenga entre 0 uso adulto e infantil da midia. Mas que tambem "sao necessarios esforgos importantes midia - na forma de por exemplo, auto regulamentagao da parte da e produgao de programas radio e TV de alta qualidade, que satisfagam as varias necessidades infantis" . de 15 3 METODOLOGIA DA PESQUISA A presente violentos pesquisa tem como objeto de estudo a influencia da TV no comportamento dos programas de crian<;as de 5 a 6 anos, sob a abordagem qualitativa e quantitativa. A pesquisa autores sera bibliogr8fica psic6logos, soci6logos, e de campo. A pesquisa pedagogos e outros, bibliografica dentre eles se consta de destacam: Boisanello, Barros, Bucci, Carlsson ,Costa ,Ferres, Lazar, Pacheco e Sodre, que darao subsidios a pesquisa de campo. 3.1 CAMPO DE ESTUDO A institui<;ao de ensino escolhida para realizar esse estudo foi 0 Centro de Educa<;ao Infantil Ursinho Panda, localizado a rua Des. Hugo Simas, 955 - Bom RetiroCuritiba/PR . Fone: 338-8265 o Centro de Educa<;ao Infantil acesso da pesquisadora fundadores: Ursinho Panda foi escolhido na referida institui<;ao. Foi fundado devido em 06/04/98 ao facil e tem como Debora Mari Zonato Fernandes e Rogerio Cesar dos Santos Fernandes. Atende do ber<;ario a pre-escola (0 a 6 anos), manha, tarde e Integral. Ber<;ario - 0 a 1ana - 5 crian<;as - 2 meninos e 2 meninas Maternal I - 1 a 2 anos - 4 - crian<;as - 3 rneninos e 1 menina 16 Maternal II - 2 Pre 1- 3 a 3 anos a 4 anos Pre II - 4 Pre III - 5 - 11 crianyas - 7 meninos e 4 meninas - 5 crianyas - 2 meninos e 3 meninas a 5 anos a 6 anos - 8 crianyas - 2 meninos e 6 meninas - 13 crianyas - 8 meninos e 5 meninas 3.2 SUJEITOS Participarao deste estudo 6 crianyas de 5 a 6 anos, tres do sexo feminino e tres do sexo masculino, que freqClentam 0 Centro de Educayao Trata-se residentes de crianyas, de classe em bairros centrais. bem sucedidas, criticas alta, com farnilias Pertencem e participativas. Infantil Ursinho Panda. de poucos a um grupo estavel, formado (Dados coletados integrantes e de pessoas a partir da ficha s6ciio economica de cada aluno matriculado). Foram realizadas observayoes individuais de cada componente estudo: em sala de aula, na realizayao das atividades etc. Partindo de atitudes comportamentais Alem das observayoes feitas, alunos que faraD parte da pesquisa. propostas, desse grupo de judo, bale, capoeira, dos mesmos. foi pro posta uma atividade Participaram para seleyao dos 13 crianyas (5 meninas e 8 meninos) na faixa eta ria de 5 a 6 anos. Ap6s assistirem a um desenho animado, onde os her6is lutavam entre si (Power Rangers) e um outro de uma coleyao especial, educativ~, ( 17 Gasparzinho dos filmes ), sem conteudo violento,onde demonstra varios valores e atitudes. A partir iniciou-se a primeira observac;:ao: as crianc;:as foram induzidas a registrarem a parte do desenho animado que mais Ihe chamou atenc;:ao. Partin do deste registro ( desenhos das crianc;:as) sala e nas aulas especiais, foram escolhidos aqueles que expressaram e de observac;:6es feitas em os alunos que faraD parte desta pesquisa, a violencia como parte que mais Ihe fascinaram. Ap6s a escolha sera solicitada a autorizac;:ao escrita dos responsaveis, das crianc;:as, para realizac;:ao das atividades familiares e para 0 usc posterior de imagens com a finalidade de estudo e pesquisa. 3.3 MATERIAlS Para este estudo serao selecionados materiais que serao adaptados as atividades do dia-a-dia da crianc;:a dentro da escola. Os recursos que serao utilizados nas intervenc;:6es, serao variados, com objetivos diferentes. Comp6e-se de objetos com as seguintes utilidades: Socializac;:ao (brincadeiras, jogos, passeios e dinamicas); Analise (Ieituras, dramatizac;:6es); Intemalizac;:ao (exercicios de relaxamento) 18 Trata-se jornais, videos, de materiais que serao adaptados argila, massa de modelar, a cad a situa<;:ao: sucatas, papel, lapis,musica. por esse tipo de material, por ser relaxante e modificavel. revistas, A pesquisadora optou Dando margem a expressao mais livre e menos dirigida da manipula<;:ao das crian<;:as. 3.4 AMBIENTE Os espa<;:os utilizados todos localizados estruturados da escola (sala de video, frequentada pelos sala de aula, parque ...) sujeitos. Os espa<;:o serao de acordo com a atividade que sera realizada. Quando ambiente dentro serao variados for utilizado e luz adequada. sujeitos extravasem para relaxamento Ja para as atividades os sentimentos de video com desenhos sera organizada violentos. para tal, com musica onde 0 orientador de raiva ou outro semelhante, desejar que os sera utilizados a sala Para 0 debate de ideias sera utilizadas a sala de aula, com as carteiras dispostas em cfrculo, onde os sujeitos iraQ dar suas opini6es e 0 orientador ira intermediar para que todos possam participar. 19 3.5 SITUACAo DE INTERVENCAo Essa pesquisa pretendera analisar a natureza e 0 desenrolar das at;oes violentas de 6 criant;as pequenas, observadas programas de TV. Nessa observat;ao, durante 0 objetivo e ap6s assistirem e caracterizar cenas violentas 0 grau de influencia de que a TV tem sobre os mesmos e assim intervir sobre essas influencias. Nessas limitando-se atividades apenas a oferecer casos esclarecimentos da pesquisadora as instrut;oes complementares assim que as atividades dando oportunidade a intervent;ao propostas sera pelos estudos, a respeito das tarefas das criant;as se desenvolvam para que as atividades cognitivas serao desencadeadas levando a minima possivel, e em alguns solicitadas permitindo da forma mais livre possivel, sigam os seus desdobramentos naturais. As atividades em considerat;ao os seguintes passos: Ap6s um breve dialogo visando estabelecer criant;a, a pesquisadora apresentara um contato mais pr6ximo com a a atividade, que devera ser feito. Serao apresentadas explicando atividades aos sujeitos variadas, 0 brincadeiras, jogos, passeios, leituras e dramatizat;oes; Na primeira semana, as criant;as participarao socializat;ao entre as mesmas. A intent;ao familiarizem, 0 dessas e de atividades permitir que as criant;as se que perrnitira, do ponto de vista da pesquisadora, os encadeamentos de at;oes necessarios para maior a execut;ao da pesquisa. reconstruir 20 Na seman a seguinte assistirem juntas as crianyas serao a TV, escolhendo solicitadas 0 programa discutira com elas os pontos negativos pela pesquisadora que Ihes agrada dos programas a e depois bem como os pontos positiv~s. Na sala de aula, com as carteiras dispostas em circulo, sera iniciada uma conversa , que tera como objetivo disciplinar as crianyas quanto aos horarios. "Existe hora para tudo: hora para estudar, passear, para ver TV e para os deveres de casa". Ainda em circulo iraQ registrar atraves de desenhos de assistir em casa. A pesquisadora atividade falem sobre 0 que livres 0 que mais gosta orientara para que os alunos ap6s esta desenharam, orientando para os pontos negativos e positiv~s dos programas que eles assistem, sempre deixando que os sujeitos cheguem a uma conclusao Num ultimo relaxamento momento para relaxar. a pesquisadora onde usara os seguintes para exteriorizar as suas ansiedades Serao sozinhos. realizados trara recursos: para a sala de argila e massa de modelar atraves de molduras, tambem atividades exercicios musica de fundo que utilizam expressao corporal, movimento e voz. Podera ocorrer modificayao reformuladas caso a pesquisadora na execuyao das tarefas, podendo ser repetidas ou ache necessidade, poderao acontecer por parte das crianyas nas sessoes. atendendo as sOlicitayoes que 21 3.6 PROCEDIMENTOS Os dados DE COLETA E DE REGISTROS ser130 coletados DOS DADOS por meio de observa<;:oes das crian<;:as, apos atividades propostas e ser130registradas as informa<;:oes obtidas. Sera efetuado 0 registro continuo para assim dentro de um periodo fazer a observa<;:13oe registro das situa<;:oes. Ao fim de cada sess130 ser130 elaborados registro, sem negligenciar falas, sorrisos, expressoes nenhuma atitude: relatorios, a partir das observa<;:oes e express130 corporal, olhar, produ<;:oes, faciais e mfmicas. 3.7 ANALISE DE DADOS A analise dos dad os sera observa<;:oes e arTalises descritas realizada anteriormente. de maneira Baseando-se qualitativa, seguindo nas ideias individuais as e coletivas. Os relatorios ser130 elaborados baseando-se em un ida des de a<;:13ocomo: atitudes, falas e expressoes. Estas descri<;:oes somente pesquisadora. poderao ser obtidas pela observa<;:13o minuciosa da 22 Tambem serao objetos de analise desta pesquisa todos os comportamentos socialmente dirigidos dentro da escola, desde horario da saida. 0 momento em que ele chega ate 0 23 4-A INFLUENCIA 4.1 TELEVISAO: DOS PROGRAMAS UM BRINQUEDO Uma das grandes preocupagoes DE TELEVISAO NADA INOCENTE dos pais e educadores (conscientes) hoje em dia, e 0 fato da TV ter-se transformado em baba das consequencias Porem, como varios estudos serao indicados, e em seu comportamento. criangas, gerando uma serie de muito dificil explicar as relagoes claras de causa e efeito entre a exposigao na TV e 0 comportamento Neste capitulo televisao, afirmou, serao abordados pontos de vista de diversos no comportamento (1981, p.357) comenta sobre a Kosma Zworrykin, que sua intengao inventor da ao inventar a para educar e transmitir cultura ao povo, mas que, quando liga a TV, hoje, so escuta "bangue-bangue"" Experiencias autores infantil. que Vladimir em uma de suas entrevistas, televisao "era emprega-Ia violencia das criangas na vida real. influencia de programas televisivos Boisanello a . em todo mundo tem comprovado tem mudado 0 comportamento que a TV, nos ultimos 25 anos, de milhoes de pessoas, a ponto de uma geragao nao se adaptar aos padroes de uma geragao mais jovem. Sociologos, procurado responsavel estudar psicologos, 0 fen6meno por essas pedagogos, e explicar alteragoes pensadores e outros profissionais tem ate que ponto e em que medida a TV e no comportamento humano. No entanto, muitos 24 afirmam que a personalidade. pelo suposto TV estimula Aqui e que cabe a verdadeira aumento de violencia veiculo de comunicayao fomece desenvolvimento 0 inteligi'mcia e deforma a pergunta. Quem e 0 principal responsavel entre 0 publico infantil de televisao? reforyador campo para proliferayao da de comportamentos? A tecnica, Ou uma situayao desses valores e exige que os veiculos 0 social que os reforcem para sobreviver? Atualmente observa-se pela sobrevivencia manutenyao uma realidade dificil onde todo mundo e obrigado a lutar a tentar da familia, atingir uma situayao alguns pad roes sociais, importantes que gera falta de comunicayao familiar, por causa do cansayo de cada membro, das circunstancias desenvolvimento ate para no ambiente pouco propicias ao comuns. Sendo assim, com esta falta de dialogo entre a familia, a TV entra como meio de preencher 0 vacuo, trazendo uma realidade que pode ser vivid a de forma simbolica, ficticia. A crianya utiliza a televisao para concretizar objetivos sem precisar passar por uma serie de experiencias No caso da crianya, nao se trata apenas ansiedades e incorporados a dificeis. de conhecimentos experiencia anterior; ela ja comeya a receber informayoes, a captar a realidade de uma forma a distancia bem diferente demonstrar da nossa. Veja-se, por exemplo, que a terra e redonda atraves de imagens e explicayoes como nos adultos aprendemos) e a mesma informayao recebida que vai entre verbais (que foi quando um satelite mostra a terra redonda, perfeitamente visivel no espayo. Basta esse exemplo para por em evidencia um fato importantissimo: a propria maneira da crianya receber a realidade atraves realidade da televisao coloca em questao que esta fora dele. a forma estruturada do adulto lidar com a A crianya comeya a ver as coisas com uma velocidade 25 muito maior que a nossa. Em poucas palavras, a caminho que 0 adulto segue para explicar a que esta fora dele e velho. E a adulto tambem e velho, na medida em que a crian<;:a esta vivendo uma realidade muito mais rapida, exacerbada isso, a pergunta que devemos nos fazer e: A televisao pode ser a diversos males na familia, par que acelera a questionamento Vivendo e aprendendo mais rapido que as pais, pela televisao. Par responsavel da autoridade a crian<;:a contesta par dos pais? sua autoridade, sua paciencia. Mas esse distanciamento par ser apenas veiculo, senta-se, vividas atraves Usa a televisao Neste expressarem familiarmente, caso a papel de maneira individualista; da TV. Pelo comportamento mesma rea<;:ao. E usufrui individualmente coletivamente, dela, e sim da atitude diante dela: uma atitude pass iva. 0 adulto olha, nao comenta. experielncias criado pela TV entre pais e filhos nao depende imitativo das experiencias, nao divide as a crian<;:a tem a quando poderia vive-Ias em comum. de pais e educadores sabre as programas a que assistem, e convidar as crian<;:as a se pais desta forma estarao libertando as crian<;:as do silencio passivo. A dificuldade vezes acaba do adulto em construir fazendo a culpa recair sabre um novo relacionamento a televisao familiar muitas que, consequentemente, e negada a crian<;:a. E essa nao e a melhor maneira de lidar com a problema. A televisao como a cinema, como a livro, como a gibi, sao multiplicadores de cultura, fen6menos culturais que vieram para ficar. Mudando a que a homem vive, a que a homem e. Se negarmos relacionar-se a essa a crian<;:a de hoje a realidade realidade quando adulto? que Como e a televisao, a utilizara como podera para construir a 26 realidade de seus filhos? Negar esse novo dado e as transformac;:6es que provoca seria negar uma serie de transformac;:6es que virao depois de n6s e a partir de n6s. Segundo Boisanello (1981, p.359), algum tempo atras, um rapazinho de 15 anos foi a julgamento declarou por ter atirado uma bomba, fabricada por ele, em seus professores. que tivera argumentou a ideia assistindo a televisao. que 0 rapaz foi exposto aos "horrores" 0 advogado da televisao Ele que 0 defendeu e que, portanto era natural que tentasse imitar 0 que vira. o mesmo se poderia dizer de outro garoto que se atirou da janela de um edificio, porque achava que poderia voar como batman, ou de um terceiro que pas vidro na comida, para ver se faria em sua familia 0 mesmo efeito que 0 presenciado por ele na TV. Outro fato semelhante comenta Costa (2000, p 45) sobre um garoto de 9 anos que esfaqueia uma men ina de 7, eo mesmo afirma que agiu inspirado no filme "Chucky urn brinquedo assassino" que havia visto na TV uma semana antes. Acontecimentos como estes alimentam discuss6es da TV. Para alguns inimigos da televisao destruidora, desagregadora tradicionais e a moralidade, Acusam da vida sobre 0 impacto e influencia esse meio de comunicac;:ao e uma forc;:a normal, capaz de minar as familias, colaborando para a desintegrac;:ao do sistema a televisao de corromper os jovens e causar indisciplina simplesmente entorpeceriam criticam a baixa qualidade das os padr6es emiss6es a atividade intelectual de seus espectadores de social. nas escolas. Outros TV, assim, mais assiduos. que, 27 A televisao, admiravel, em si mesma, e apenas um aparelho eletronico, capaz de irradiar sons e imagens num ponto e recebe-Ios pioneiros nunca poderiam enumerado seus ultrapassaram preyer impactos possiveis beneficios sociais e em outro. Seus de sua inven<;ao. Talvez tenham e usos em muitas areas da vida, que logo de longe os sonhos mais ousados, mas nao imaginaram se tomaria um instrumento engenhoso que a televisao tao poderoso de comunica<;ao de massa. No inicio, parecia impossivel que pudesse superar todos os outros meio de comunica<;ao. Como quaisquer outros exemplo, que transformam eventos revolucionarios, 0 trem e 0 autom6vel, p~r a vida dos homens, quer eles fa<;am ou nao uso deles, a televisao se tornou parte de nosso cotidiano. Para Carlsson e Feilitzen (2002, p. 22) "As influencias da violencia na midia estao, via de regra, em foco". Porem 0 tipo de violencia na midia que e mais levada em considera<;ao nos debates lutas, assassinatos, tambem outros tipos publicos e pesquisas etc. Entretanto, de violencia alem desses elementos que tem recebido estrutural e mental, cujas responsaveis cujas causas e consequencias profundamente e a violencia menor visivel, fisica, amea<;a, fisicos de violencias, enfoque - ha a violencia e vitimas nem sempre podem ser identificadas e sao mais dificeis de analisar, pois em regra, elas estao enraizadas na cultura e na sociedade em gera!. A autora cita que a maioria das crian<;as e jovens, em uma pes qui sa realizada em nivel nacional nos EUA, quando veem crian<;as na TV, elas estao envolvidas crimes, drogas ou violencia. De acordo com um garoto norte-americano: com "as pessoas se inspiram no que veem na TV. Se elas nao se veem a si pr6prias na TV, vao querer ser outra pessoa". 28 4.2 A TV BRASILEIRA Em todos os lares brasileiros, ha diariamente, diarias, onde crianr;;as, adolescentes, uma TV ligada, em media, 6 horas jovens, adultos, assistem, passivamente, a todas as especies de programas, sejam eles bons ou maus, sem ninguem falar, sem ninguem reclamar e sem ninguem discutir seus efeitos. Segundo respondendo Boisanello, (1981, p. 360) uma men ina de 9 anos de ida de, a uma pergunta sobre a influencia da TV, afirmou: "Eu acho que a televisao e uma invenr;;ao maravilhosa, minha casa, meus pais e meus irmaos nao conversam mas fico triste porque, em comigo na hora em que estao vendo televisao". Essa invenr;;ao, como diz a menina, que foi criada para ajudar as pessoas educarem e a crescerem, infelizmente, no Brasil, debandou a se para a massificar;;ao e para a alienar;;ao das pessoas, em relar;;ao aos problemas do dia-a-dia e da propria educar;;ao dos filhos. Boisanelo (1981, p.361) comenta que a TV brasileira, do modo como ela se apresenta, passa a exercer quatro funr;;oes nos corar;;ao das familias: - A primeira funr;;ao e a de uma "baba eletr6nica". diariamente, fica, varias horas diante da TV e isto, de certa forma, agradam as maes, uma vez que a TV deixa as crianr;;as passivas, responder A crianr;;a brasileira as perguntas quietas e comportadas. dos filhos e explicar 0 porque A mae, em vez de das coisas, prefere ligar 0 29 aparelhinho para que as crian<;:as nao a incomodem e brincadeiras correrias pela casa na rua. - A segunda problematica com perguntas, fun<;:ao da TV, nos lares brasileiros, e a de catalisadora da familiar, uma vez que todos os problemas familia res vaG escapando pela TV. As famflias desapareceu. ja nao discutem Os pais, devido mais os problemas aos bombardeios do dia-a-dia. exceto dos problemas dos filhos na escola, ou da crise da puberdade dos filhos. As maes estao muito mais bem informadas encontrando dos seus artistas, dialogo de informa<;:6es que recebem meios de comunica<;:ao de massa, estao por dentro dos problemas transa<;:6es amorosas 0 das cenas que das dificuldades dos do mundo inteiro, ou adolescencia da novela e das que os filhos estao no mundo escolar, ou da crise de choro da filha na sua idade "crftica". Os membros das familias estao separados. Um nao sabe da vida do outro. Muitos pais de famflias reclamam da falta de aten<;:ao por parte da familia, alegando que na hora que chegam do servi<;:o s6 0 cachorro corre para recebe-Ios; outros dizem que preferem ficar fora de casa , fazendo outras coisas, a ir para casa ever novelas; filhos reclamam dos pais, dizendo que estes tem muito tempo para TV e nao para eles. - A terceira fun<;:ao da TV brasileira e "promover brigas" . Filhos brigam com as maes, que gostam de novelas; maes fazem 0 mesmo com os maridos, que querem ver futebol, noticiario e filmes. E isso leva ao descontentamento e a indiferencia<;:ao. Da mesma forma, pais brigam com os filhos que falam e correm pela casa, no momenta em que estao assistindo algum programa que Ihes interessam. Aprisionam alegria e de prazer que borbulham no espfrito dos pequeninos. ate as for<;:as de Nos lares, onde 0 poder 30 aquisitivo e maior , problema 0 e resolvido de uma maneira mais simples. Cada um pega 0 seu jantar e vai para 0 quarto ver 0 programa que quiser ate a hora que quiser. Finalmente uma outra funyao da TV tem sido, ainda, promover pessoas, sem tirar-Ihes a capacidade a alegria" das de dialogo, a amizade e ate de crescimento. Sao os pais que, nas suas horas de folga, sentam com os filhos na sala e assistem, com eles, alguns programas que despertam alegria, interesse Fazem da TV um meio de promover a diversao de programas bem escolhidos, e curiosidade eo enriquecimento nas crianyas. da familia, atraves e nao 0 fim para qual toda a familia esta condicionada, ao ponto de esquecer afetos e layos fortes que unem pessoas . Partindo do fato desordenadamente, de que a maioria das famflias brasileira assiste durante horas e horas diarias, sem ter uma consciencia efeitos que ela produz , a maior vitima dessa Gilson Amado, TV, critica dos situayao e, sem duvida, a crianya. diretor da TV Educativa do RJ num pronunciamento que fez, afirmou que "0 Brasil sera amanha tudo aquilo que a TV quiser, pois as crianyas de idade pre escolar e escolar passam em media oito horas diante da TV e a seguir imitam tudo que veem e ouvem" . (apud. BOLSANELLLO, 1981, p.363) Boisanello comenta ainda que, na fase pre-escolar, an os de idade, e plasmada enriquecido atraves antigamente, mas mostrados das pela TV. Seu desenvolvimento lindas hist6rias , sim, empobrecido pela TV. Desde pequenina capaz de fazer 0 mesmo. a crianya, desde os seus 3 contadas atraves simb6lico pelos de quadros pais, ja nao e mais como prontos se fazia e acabados, , a crianya imita seus her6is , como se fosse 31 A partir dos 4 anos, a crian9a entra na fase da "intui9ao", onde quer saber tudo e passa a acreditar em tudo que ve e ouve , senao encontrar alguem para Ihe mostrar 0 que e real e irreal, passa a vivenciar comportamentos altamente prejudiciais dado 0 excesso de fantasia que carrega. Na fase pre-escolar a crian9a ve-se em dois mundos diferentes: 0 mundo da sala de aula e 0 mundo da TV. Para ela, a escola e cansativa, e chata e nao e "legal" como aTV. Alem da linguagem problema, dos e "baixa" apresentada talvez muito mais grave: a falta de criatividade, 0 excesso alunos. desenvolvimento aluno consumir cansam "obsoleta" de dramatiza90es de visualiza9ao dessas capacidades, passivamente. reclamar da e centra9ao de raciocinio dificulta, e espirito sem criatividade e atividades de expressao das escolas de seus critico 0 para 0 de primeiro grau nao se alunos. Nas reda90es, oral, os alunos acabam reproduzindo cenas de TV, de novelas, filmes e de programas de humor. outro duvida, pois oferece tudo pronto e "mastigado" Os professores falta pel a TV, aparece sempre 32 4.3 IDENTIFICACOES IMAGINARIAS Segundo Sodre (1987, p.63) "Formayoes do ijpo eu ideal, ideal do eu sao possibilidades contidas no imaginario tecnologico e de perlo relacionadas com 0 narcisismo. Mas na identificayao com 0 "espelho" televisivo e suscitada por niveis diversos. Antes de mais nada a propria fascina9ao da luz, que nao e de natureza apenas visual, mas tambem oral. Por meio desse e de outros dispositivos fascinantes, capazes de suscitar investimentos e reconhecimentos narcisicos de tipos diversos, a ordem do capitalismo multinacional faz passar os seus efeitos de organiza9ao da vida social. A televisao aparece, assim, como, um meio organizador de identidades sociais. Procurando legitimar-se pela informayao e pelo entretenimento, ela vai tentar apreender 0 individuo no interior de sua esfera privada, indicando-Ihe papeis, comporlamentos e atitudes que devera assumir para atingir 0 reconhecimento social". Sodre afirrna ainda que, 0 espelho oferecido individuo exibir e instalado a se reconhecer, reflete pela teleorganizac;:ao,- e no qual 0 continuamente modelo com 0 qual cada um pode identificar-se simulac;:6es, prontos para bem existir socialmente, mas prontos tambem a esvaziar 0 individuo de seus proprios modelos, autonomas. do individuo a suas imagens Para tal sistema e preciso, portanto, "objetivar 0 imaginario" (expropiando-o ou de quaisquer com que os simulacros zonas indeterminadas) ganhem um principio ou ficcionalizar de realidade 0 real, fazendo (que eles nao sejam um "sonho", pois tudo e feito ou filmado sob a otica social) e 0 que precisamente realiza a teve, ao fundir imaginario e realidade, criando um espac;:o proprio, simulado, "surreal". A produc;:ao televisiva personalidade), de em que narcisismo novos "ideais e onipotencia do eu" (modelos se combinam imaginarios de para gerar uma nova 33 forma de relayao social (0 tecnocisismo), tambem para chamando provocar os de "perturbayao substituidos disturbios narcisica": pela busca ansiosa habilidade na manipulayao uma maquinaria de personalidade ausencia de alegria de reconhecimento de aparencias de identidade que os coletiva. Mas terapeutas e sentimenios admirativo vem de amor, ou de premios pela (em detrimento do conteudo, do sentido). 4.4 IMITACAO E IDENTIFICACAO Para Lazar (1999, p.61 ), "a crianya desde cedo imita 0 adulto, a imitayao pertence a natureza do homem. Muito cedo ela imita os pais, irmaos e mais tarde, imita tudo que acha interessante e digno de ser imitado. E se a crianya imita certas cenas vistas na TV nao h8 ai nada de inquietante, pois as atitudes inspiradas pela TV nao passam de simples imitayao". Alem disso, segundo Lazar, a imitayao dos modelos vistos na TV se limita, na maioria dos casos, ao jogo. As crianyas s6 imitam personagens apreciados por seu meio. A imitayao de ban didos e de mal feitores e pralicamenle em geral a crianya nao imita tudo que ve, mas somenle 0 e aprovados inexistente, pois que esta de acordo com seus modelos pessoais. Lazar cila ainda que e grayas a comunicayao crianyas nao apenas sao mais bem informadas de massa, sobreludo sobre numerosos a TV, que as assunlos, tambem podem se informar sobre as normas habituais de comportamento como dos adultos. 34 Assim a criant;a adquire uma especie de realismo que antigamente s6 alcant;avam ap6s um longo aprendizado. Contudo com a chegada da TV as criant;as tornaram-se mais informadas e criticas, fazendo assim com que a autoridade dos pais entrasse em declinio. 4.5 EMISsAo Segundo representat;ao CONSCIENTE Pacheco CR1TICA (2000, p.66), "a criant;a que assiste TV recebe um tipo de que acaba papeis representados E RECEPCAo se refletindo no desenvolvimento e na continuat;ao dos a TV e na sociedade". As criant;as brasileiras ficam, em torno de tres horas diarias assistindo sao expostas constantemente Eo por a programas de adultos. Assistem e gostam. isso que a criant;a deve receber mais atent;ao, parte dos pais e professores termos de legislat;ao, e do governo, os principios televisiva. Se ve uma discussao cuidado que nao tem colocado recomendaveis quando e reflexao por claramente, em se trata de programat;iio nesse sentido, mas 0 tema e complicado, pois niio se tem clareza ou opinioes definitivas sobre a influencia da TV nas criant;as. Porem, sabese que essa influencia e programat;ao e grande, e envolvente e, sendo assim, deveria haver produt;ao que levasse em conta as criant;a como um publico especial. um alto grau de elaborat;ao, Elas tem tanto que aprendem e imitam 0 que veem nos programas infantis na TV , que deveria estar atenta para essa influencia, porem isso nao acontece. 35 4.6 A CRIAN<;:A: UMA VI sAo RAplDA o circo. genero programa As crianyas anormalidade de audit6rio, por exemplo, tem um aspecto que fisica, sao focalizadas ou tem ou, entao, sao tao bonitinhas algo de relacionado excepcional que parecem (2000, p.67), "ve nesses casos, um abuso dos 6rgaos responsaveis adultos. ao ou uma Pacheco e a sociedade civil deveria estar atenta a isso". No jomalismo, peca-se pelo sensacionalismo. que chora lagrimas tambem entrevistas de cristal, logo quando com crianyas excluidas se soube quando se tratar de uma farsa. e marginais, que aparecem preta nos olhos para proteger sua identidade. ainda que a crianya, Um exemplo atual e 0 da crianya pressionada com uma ta~a Tudo tem um tom espetacular. diante a camera Ha Sabe-se ou do microfone, pode inventar hist6ria, pois vive num mundo onde inverte um pouco a realidade e a fantasia. Nos paises desenvolvidos necessario a autorizayao nao se entrevista uma crianya facilmente, e dos pais ou 6rgaos competentes. As novelas ate que retratam as crianyas como filhos, amigos do filho, dentro de uma faixa eta ria pertinente, ou seja, dentro de um vies da realidade. Mas existem certos tipos de comportamentos ruins ou sem contextualizayao esse publico emocional e educacionalmente Nos componentes programas infantis, de que podem influenciar e muito mais fragilizado. maneira geral, de cena e figurayao, com composiyao tratadas sem muito respeito com uma subestimayao as crianyas formam mais ou menos esteriotipados de sua compreensao. belos , sao 36 4.7 PESQUISAS Segundo SOBRE A VIOLENCIA Barros (1995,p.156) NA TV "ainda nao ha respostas apesar de terem havido muitas pesquisas significativas claras para 0 problema, sobre os efeitos da violEmcia na televisao". Barros comenta sobre estudos realizados com meninos, pode-se perceber que a preferencia e por programas companheiros conclusao violentos e esses como os mais agressivos. meninos Nesse caso, foram avaliados por seus nao se pode chegar a uma definitiva, se a violencia vista na TV provoca um aumento de agressividade nas crianyas, ou e a agressividade dos men inos que os faz escolher programa violentos. Em outro estudo sobre 0 assunto, segundo relata Barros, foi separado um grupo para assistir filme violento e outr~ grupo para ver filme sem conteudo crianyas foram observadas e sua agressividade ficam expostas a filmes agressivos Porem esses resultados nao confirmaram agressivos, agressivo. sugerem meninos, agressao. 0 efeito avaliada. E em, muitas dessas crianyas mostraram maior agressao do que as outras. programas de conteudos Ao contrario, de violencia. As de descarregar a ideia de que a exposiyao a em TV, provoque um aumento do comportamento que a violencia nos filmes possivelmente sua hostilidade tem, nos e de inibir a manifestayao da 37 Barros cita ainda que nao podemos generalizar essa interpreta<;:ao de resultados para meninas ou crian<;:as menores. AIE§mdisso, explica, que assistir a violelncia real nos noticiarios mais que diminuir, as respostas agressivas por parte do espectador. Segundo Barros, (1995, p.157 ) "a violelncia apresentada muito menos possibilidade pode aumentar, na forma de fic<;:ao tem de refor<;:ar, estimular ou elucidar respostas agressivas do que a violelncia sob a forma de noticias de fatos ocorridos". Assim enquanto a cobertura pela TV de noticias de fatos violentos pode aumentar a agressao do espectador a violencia sob a forma de fic<;:ao pode ate mesmo inibir suas manifesta<;:oes agressivas. 4.8 TV NORTE AMERICANA: MAU EXEMPLO NA TELINHA Segundo Boisanello (1981 ,po 362) pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que a TV influencia, sim, no comportamento A violencia concentrada de crian<;:as e adolescentes. nos filmes, seriados e novelas de televisao, sugere 0 estudo, aumenta 0 grau de tensao social, insensibiliza as pessoas para os dramas reais do cotidiano e estimula jovens e crian<;:as a reagir com agressividade. o estudo, coordenado por uma entidade independente, 0 Mediascope, da Califomia, conforme cita Boisanello em seu livro, e 0 primeiro do genero que foi alem da simples cataloga<;:ao do tipo e da frequencia no video. "Todos os programas com que as cenas de violencia aparecem violentos ensinam as crian<;:as tecnicas de brutalidade. 38 Muitos infundem insensiveis medo nelas, e alguns contribuem seriamente corn rela<;:aoao sofrimento dos outros", diz a professora Universidade para torna-Ias Barbara Wilson, da de California, em Santa Barbara (UCSB), uma das autoras da pesquisa. Para chegar a essas conclusoes, e analisaram os dados os pesquisadores entre vista ram crian<;:as e seus pais a luz das mais modemas pesquisas sobre as caudas da violencia. A pesquisa acentuada quando do Mediascope para anestesiar mostra a violencia sugere que a televisao os telespectadores num contexto contribui para 0 sofrimento de forma mais real das pessoas de humor ou entao exibe em detalhes os ferimentos das pessoas. Nao e possivel estabelecer violencia da midia e as condutas de vistas divergentes influenciando se os estatisticamente violentas programas no comportamento uma conexao causal valida entre a nas crian<;:as, varios autores deram pontos violentos da televisao a questao sobre os efeitos da violencia vista na televisao em rela<;:aoao comportamento agressivo No capitulo educadores seguinte continua ou nao aberta das crian<;:as. Ha necessidade das crian<;:as. Portanto estariam de mais pesquisas. sera abordado qual 0 papel na interven<;:ao da violencia transmitida pela televisao. das emissoras, pais, 39 5 EOUCA<;AO PARA A MiolA Se nossa cultura e cada vez mais uma cultura de midia, entao a educayao midia deve ser uma parte importante a integrayao da televisao sala dimensoes: educar na televisao da educayao de aula, deve . Sendo -se levar e educar com a televisao. populares podem ser uma oportunidade assim, de para que haja em considerayao suas Nesse caso , programas positiva para a educayao de midia, em vez de ficarmos lamentando sabre a declinio da cultura, podemos ensinar as crianyas a ter um olhar critico sabre a midia, ja que esses programas inevitavel que eles os assistam. temos que desenvolver fazem parte do seu cotidiano A cultura da midia e uma forma de pedagogia contrapedagogias adequadas. e e e n6s Tal e a nosso desafio na era da cultura da midia. Embora necessarias, a analise e igualmente a fim de encorajar 0 negativos 0 numero de produyoes sejam positivos dessa midia, desejaveis e assim tomar todo 0 ambiente da midia de cada um dos da midia ao nosso redor futuro de nossas crianyas. Considera-se a educayao um passo vital na aprendizagem comunicayao dos aspectos importante dar atenyao aos aspectos e aumentar meios de comunicayao, benefico para e a discussao de forma podem expressarem. Tambem se para as crianyas, como de como ver TV e como desfrutar de outros meios de a serem crescem e sua compreensao comunicayao para a midia muito importante beneficiadas do mecanismo tomar par eles. medida da midia se aprofunda, ferramentas e muito importante A importantes para que as crianyas varios meios de as que os adultos compreendam crianyas se 0 ambiente 40 mais recente da mfdia, tanto para eles mesmos como para das conselhos efetivos para as crian9as a partir de varios pontos de vista como pais e educadores. Acredita-se desenvolvimento humanidade. que seja essencial pensar sobre 0 crescimento da mfdia de um ponto de vista global, Com tantos pafses atulamente Mfdia, espera-se que as pessoas como uma oportunidade envolvidas para trabalharmos infantil, eduCa9aO e em termos dando aten9aO especial utilizem esta tendencia em harmonia de futuro a da "Violemcia na e pensem a fim de chegar nela a uma solU9aO favoravel que ponha fimao problema de uma vez por todas, e ao mesmo tempo acentuar 0 lade positiv~ e frequente negligenciado Apesar de muitos estudos concluirem da mfdia como um todo. que 0 poder da mfdia influencia negativa. Contudo, se os efeitos da mfdia sao tao marcantes, ela possa ser usada para alguma coisa positiva. Deveria-se e uma fonte de e possfvel que dar mais enfase ao como fazer uso positiv~ do poder da mfdia para as crian9as no futuro. 41 5.1 PAPEL DAS EMISSORAS Carlsson e Feilitzen(2002, p. 20) afirmam que: "Sao necessarios esforyos importantes da parte da midia - na forma de por exemplo, auto regulamentayao e produyao de programas de radio e TV de alta qualidade, que saijsfayam as varias necessidades infantis. A responsabilidade de pais e politicos tambem e grande e varias organizayoes desempenham um papel enorme na contribuiyao para uma melhor situayao das crianyas. A educayao para a midia e a participayao das crianyas sao, portanto, apenas dois dos muitos procedimentos que precisam ser adotados simultaneamente se quisermos fazer valer os direitos da crianya na pratica." A autora comenta que a gratificante que a Federa9ao Intemacional tenha adotado orientayoes Sendo programas, ser humane inocentes para apresentar questoes infantis. responsabilidade referentes a sua da emissora apresentayao e os direitos fundamentais e, principalmente, E que todos os itens de servi90s dos outros. Em particular dar relevancia responsabilidade nao devem: indevida da emissora horario probabilidade de transmissao e de os assistirem. nao devem ser programados recep9ao, A emissora as crianyas deve e garantir a ser violelncia ou tambem que todos os itens de serviyos de programas que possam prejudicar 0 desenvolvimento ou moral das crianyas e adolescentes de e conteudo, devem respeitar a dignidade do conter pornografia; tender a incitar ao odio racial. do de Jornalismo fisico, mental quando em funyao adolescentes de que tiverem os noticiarios apresentem fatos e eventos sem distoryao e incentivem a formayao de opinioes. 42 No entanto sera que estas orientat;:oes feitas pel a Federat;:ao Internacional Jornalistas sao respeitadas pelas emissoras? Principalmente nos de paises subdesenvolvidos? Nesse sentido 0 papel dos pais e educadores nao e apenas de certos conteudos da midia, injetando ensinem dissociar-se do mau conteudo da midia e selecionar 0 de boa qualidade. sim, proporcionar um individuo a criant;:a 0 que a expressar e de nelas certos principios proteger as criant;:as e opinioes direito a liberdade de expressao suas opinioes sobre as questoes que Ihes Mas e 0 direito de que 0 afetam, dando importancia ao seu papel na sociedade. Tais orientat;:oes deveriam ser desenvolvidas dos pais, trabalhando critico (distinguir atraves da sociedade, no senti do de dar mais enfase a fantasia da realidade), da midia e a construt;:ao do pensarnento independente e participativo infantil como uma outra forma, por assim dizer, de protet;:ao, pois se protet;:ao significa impedir a criant;:a de participar, ela pode ser usadas de uma forma errada. De forma semelhante responsabilidade Steinberg e Kincheloe de selet;:ao dos programas influencia da Disney sao tao penetrantes precisam encontrar caminhos (2001, infantis na sociedade visto dizendo que: distribuindo deve ser visto como um empreendimento e outros por aquilo que prazer publica, pOis antes de ser inocentemente pedag6gico "a fort;:a e a que a Disney proporciona as criant;:as, deve ter sua responsabilidade como esfera publica comercial, midia a que pais, educadores para fazer com que ela se responsabilize produz". Pois segundo eles apesar de ser indiscutivel e divertimento p.106) atribui a prazer as criant;:as, , nao que tenha que ter algo de sinistro por tras do que a Disney faz, mas sim apontar para a necessidade de refletir 43 sabre a papel da fantasia, particulares, significativa apenas legitimanda relayoes sociais para assegurar especificas interesses idealogicas e infiuenciando de maneira a memoria publica. Sendo assim, a midia precisa ser responsabilizada nas bilheterias responsabilidade cultura deseja e inacencia mas tambem em termos politicos e para ser atribuida ao " reino encantado", e outros terao de desafiar e separar imagens, e eticos. se tal entao pais, profissionais da representayoes E nao e valores oferecidos pela midia. Segundo os autores ninguem sa be 0 que acontece literalmente participar na televisao, quando as crianyas podem saltando para dentro da violencia da mesma, mas para 0 bem estar e melhoria de nossos filhos, nos temos que descobrir. Estamos tecnologia tenha um potencial sem perceber programas, no umbral de uma nova gerayao de televisao e controlar estaremos maravilhoso, as ramificayoes entao prestando se continuarmos e 0 significado um sene desserviyo interativa. Embora essa a usar essa tecnologia do conteudo social dos tanto a nos mesmos quanto a nossos filhos. "Empresas como a Sega precisam entender 0 que seus produtos podem ou nao fazer para nossas crian9as e nossa cultura. Eles tambem podem descobrir que fornecer programas mais construtivos e altamente rentavel. A Sega entende a nova midia da televisao interativa e 0 admiravel mundo novo em que estamos adentrando". (STEINBERG E KINCHELOE 2001, p.175). Segundo os auto res nos, como pais e educadores, para as corporayoes 0 interesse sobre esse nao podemos apenas deixar novo meio. 0 emergente mundo da 44 televisao interativa e dos viodeogames e, afinal, em ultima analise, muito mais que brincadeira de crian<;;a. 5.2 PAPEL DOS PAIS E EDUCADORES "E pedagogicamente imperativo que pais, educadores e profissionais da cultura estejam atentos a como filmes e a midia visual sao usados e entendidos diferentemente por diversos gnupos de crian<;;as". ( STEINBERG p.105) E assim desenvolvamos midia visual novas formas eletronicamente de aprendizado, E KINCHELOE (2001, de entendimento critico produzida. Segundo os autores, as crian<;;as aprendem partir da exposi<;;ao as formas de cultura popular, e estas proporcionam registro cultural do que significa ser instnuido. Portanto educadores cultura precisam fazer mais do que reconhecer a necessidade produ<;;ao das formas de arte popular nas escolas, haver pedagogia cultural e leitura da sem praticas culturais tambem um novo e profissionais da de levar a serio a significa que explorem a que nao pode as possibilidades de diferentes formas de arte popular e revelem 0 talento dos alunos. Isto e, os estudantes nao deveriam apenas midia, eles devem analisar tambem a representa<;;ao da cultura estar aptos a dominar popular habilidades transmitida pela e a tecnologia para produzi-Ia As autoras abordam ainda que nao podemos supor que os programas educativos sejam substituto para familias "reais" ou professores "reais", mas sim que eles estejam 4S ensinando valores, divertimento crenc;:as e atitudes e professora, necessidades e tempo e interesses eficazes verdadeiramente de retomar da sociedade. ganhar com esses programas estrategias "reais". Se a televisao e 0 e em comportamento" de condenar para que faraD e envolvida essas refietir sobre as na articulac;:ao das inovac;:5es trabalharem para 0 bem de todos. "Textos da midia popular batem em sentimentos publico debate como Essa populac;:ao de crianc;:as que mais tem a precisa ser cientificada racionais deve funcionar troca geram efeitos . (STEINBERG imediatamente materiais que E KINCHELOE os programas articulados moldam 0 2001, p.153). , deve-se e experiencias pensamento do e 0 Desta forma, em lugar ve-Ios como um chamado ao despertar, como sinais da desintegrac;:ao de ordem social, e como sinal de que os pais tem que dedicar mais atenc;:ao aos filhos e a educac;:ao dos mesmos. Todavia, tambem se deveria rever de forma critica e cuidadosa os programas de televisao, po is os textos da cultura de midia tem efeitos muito poderosos critica e ao debate. Qual seria e distintos que podem estar sujeitos entao 0 papel de pais, educadores a neste contexto? Alguns diriam que deveria tentar censurar e policiar as crianc;:as para que nao assistam aos programas e proteger violentos prejudicial. Alguns pais e professores as crianc;:as do seu conteudo podem de fato achar que 0 supostamente programa nao cumpre nenhum valor social e querer proteger as crianc;:as. Por outro oportunidade lado de ensinar ha quem a crianc;:a a ter Em um dos capitulos influencia do programa diga que deve-se usar 0 como uma um olhar critico sobre a midia. de seu livro as autoras comentam Power programa Rangers ainda sobre a grande sobre as crianc;:as. "Naturalmente, a midia 46 dominante mostra um tipo de "fobia reguladora" que atualmente KINCHELOE em resposta estao sendo dirigidas diretamente a enxurrada ao programa" 2001, p.196). A autora fala sobre argumentos de criticas ". ( STEINBERG E tais como "as criant;:as sabem a diferent;:a entre a fantasia e a realidade" ou "os Power Rangers sao apenas uma pequena parte do que as criant;:as aprendem todo dia". Contudo , aqueles que sao contra a regulamentat;:ao da midia tambem tendem a se opor a acrescentar conhecimento da midia ao curriculo muitas as professoras Atualmente, principal. Infelizmente, segundo 0 tema do as autoras, sao que tem de enfrentar os efeitos dos Power Rangers. os professores sao deixados estrategias de combate em lugar de estrategias falando pedag6gicas, uns com os outros sobre sobre assumir 0 papel de policiais no recreio fora de sal a de aula e a imagem de vendedores dentro das salas, tentando lant;:ar em vao suas alternativas de cidadania critica para criant;:as que ja estao tao incutidas possibilidades pelo absolutismo que de alterar ou subverter caracteriza a a conscii'mcia identidade "Ranger" que as "Ranger" nao e muito promissora no futuro pr6ximo. Segundo Carlsson e Feilitzen (2002, p. 22) , 0 papel do professor e dar apoio ao aluno e ficar ao seu lado, nao apenas defesa dos interesses experiencias existentes da criant;:a, pOis trabalhando tambem podem contribuir infantil da midia. Alem disso, 0 professor vez que 0 conhecimento no processo de educat;:ao, mas tambem lado a lado base nas a diferent;:a entre 0 usa adulto e parcialmente assume 0 papel do aluno, uma que a criant;:a tem da midia e reconhecido alguns aspectos, e mais competente com na na area da midia do que 0 adulto. e que ela, em 47 o professor fundamentando deve a educayao motivado e construido, Porem atingir midia focalizara comeyar 0 pelas necessidades para a midia, no processo os alunos obtem capacidade pensamento e interesses dos pelo qual 0 conhecimento critico nao significa apenas que a educayao recepyao, mas tambem que a educayao conduzira isto e, ocorrera a capacidade para a em nivel de de produyao, pois esta resulta em um cicio de ayao refiexao e dialogo, no qual os alunos, atraves de suas aprendem como a industria da midia trabalha. Para produzir uma integrayao adequada da televisao e a familia a vida dos alunos, a escola devem andar de maos dadas, cada um com suas responsabilidades. familia provem do fato de que e em seu ambito que em geral se assiste familia deve proporcionar sera desempenhada e critica. a analise critica de textos e programas, pr6prias vivencias, parcialmente alunos, um contexto adequado a A da televisao. A para isso. Mas essa tarefa dificilmente por pais que, em geral, estao tao carentes de formayao nessa area quanto seus filhos. Por isso, hoje, cabe a escola a maior responsabilidade na formayao. E essa formayao deveria ser realizada nao s6 com os alunos, mas tambem com seus pais, pois "uma adequada dimens6es integrayao da formayao: da televisao educar a sala de aula pressup6e na televisao considerar e educar com a televisao".( duas FERRES, 1996, p. 92). Ferres comenta ainda que educar na televisao significa transformar materia ou objeto de estudo, educar na linguagem audiovisual, tecnicos e econ6micos de funcionamento a analise crftica dos programas. 0 meio em ensinar os mecanismos do meio, oferecer orientay6es e recursos para 48 Mas tambem educar com a televisao. areas e niveis de ensino, nao para aumentar otimizar 0 processo de ensino-aprendizagem. Incorpora-Ia a sala de aula, em todas as ainda mais 0 seu consumo, mas para 49 6 ANALISE DE DADOS A analise de dados foi realizada de maneira quantitativa observa90es e analises descritas anteriormente Os alunos que fizeram e qualitativa seguindo as no item 3. parte da pesquisa foram aqueles violelncia dos desenhos anima dos, na hora do registro (desenho), Ihes fascinaram e aqueles que tiveram atitudes comportamentais das observa90es (conforme descri9ao da metodologia), que expressaram a como parte que mais agressivas ao longo pois segundo Boisanello (1989, p. 144)" A crian9a pode expressar seu mundo intemo, seu psiquismo de varias formas. Tanto po de ser pelo desenho, como em brincadeiras". Baseada num estudo adultos apresentavam de Bandura, onde crian9as foram expostas agressao fisica e verbal a um boneco inflavel, tipo joao bobo, e que a pesquisadora propos que as crian9as ap6s assistirem 0 desenho elas, que fizessem travesseiros Dragon pendurados respostas ball, 0 que quisessem com no teto ao alcance delas. As crian9as que assistiram agressivas soqueavam a modelos escolhido que foram ao desenho tiveram duas vezes maiores do que aquelas que nao assistiram, os travesseiros, por isto e, gritavam, xingavam, imitando tudo que haviam vista na TV, enquanto que as crian9as que nao foram expostas ao desenho, abra9avam, rolavam, deitavam com 0 travesseiro e algumas vezes, e claro, jogavam - no longe, mas sem se demonstrarem Sendo assim pode-se agressivas. positivas de aprendizagem, indesejaveis, se agressiva, analisar que a TV tem sim formas mas a imita9ao de modelos pode tambem criar respostas pois segundo Barros (1995, p. 154) " Uma crian9a pode aprender a tomarmentirosa ou desonesta sabe-se que 0 comportamento agressivo atraves da imita9ao de modelos". No entanto, predomina nos ambientes em que os modelos 50 agressivos sao abundantes esses modelos fornecidos determinada Ap6s e a agressividade e uma qualidade pelos pais, colegas ou professores, valorizada, sejam portanto a agressao e pelas normas do grupo e pelas frustrat;:oes da vida diaria. a atividade comportamento das com os travesseiros, quando a pesquisadora criant;:as alterado, foi feita uma roda da conversa, observou 0 na qual foram levantados pontos positiv~s e negativos dos desenhos. Em outro momenta certa resistencia agressivas estabelecer a pesquisadora em um jogo ou brincadeira, limites e como a conversa optou em aplicar os principios tanto quanto possivel eficiente com a agressao e tiveram 0 nao resolveu irritadas propos e algumas para a pesquisadora por refort;:amento, das criant;:as e premiando vezes uma conversa os problemas, basicos da aprendizagem pacifiCO e cooperativ~, porem somente que as criant;:as tin ham uma em aceitar limites, ou demonstravam-se ao perderem comportamento percebendo ignorando com atent;:ao e elogio, 0 baseada na pesquisa de Mussen (1982, p.120), passar de algumas efeitos duradouros, semanas que a experiencia sendo que os atos de agressao se mostrou diminuiram significativamente. Em outro momenta a pesquisadora de desenhos livres 0 que mais gostavam Dragon Ball e Yu-gy-oh prevaleceram sugeriu aos alunos que registrassem de assistir em casa e os Power Rangers, entre os men inos, enquanto citaram as Super Poderosas como preferidos. Com isso a pesquisadora nao se pode chegar a uma conclusao da agressividade atraves que as meninas considerou que definitiva "se a violencia na TV provoca aumento nas criant;:as ou se e a agressividade escolher programas violentos" (BARROS, 1995, P 157). dos meninos que os faz 51 Verificou-se ainda que os meninos escolheram cores escuras e trac;:os firmes ao desenharem, uma caracterfstica temperamento explosivo e dinamico, segundo Boisanello (1981, Entao a pesquisadora de crianc;:a agitada e impaciente sugeriu que comentassem e que tera um p. 145). sobre seus desenhos 0 que achavam correto (atitudes) e 0 que nao achavam correto. Os meninos falaram que bater nao e legal, mas se 0 colega provoca, dar ele bate, porque 0 pai falou que tem que ser assim. Com isso percebe-se, segundo Boisanello (1995, p. 157) que" 0 desenho infantil nao s6 mostra a personalidade infantil, como tambem as relac;:6es sociais da crianc;:a e os problemas que ela enfrenta no ambito social". A pesquisadora percebeu tambem que crianc;:as muito dominadoras tiveram seu comportamento onde ha conflitos cooperativa, que modificado eram depois de assistirem resolvidos, onde as consequencias altemadamente, e agressivas 0 filme do Gasparzinho, de forma agressiva da agressao eram sempre desagradaveis e e as de cooperac;:ao eram sempre agradaveis. Para finalizar a pesquisa, professora foram feitas atividades regente a pesquisadora 100% 0 seu comportamento Contudo considera-se crianc;:a nao compartilhar concluiu de relaxamento e segundo que as crianc;:as melhoraram a quase que 0 que, ate mesmo alguns pais comentaram. que 0 dialogo e a atenc;:ao e a base de tudo, pois se a experiencias vividas, provavelmente ela podera estar pass iva a tudo aquilo que ve, passando assim a imitar esses modelos, sejam eles bons ou nao, conforme atentos, aprendido afirmam pois a maioria dos autores a agressividade assim e as crianc;:as pequenas estudados. como Sen do assim, a passividade estao particularmente devemos estar e um comportamento vulneraveis, podendo nao 52 exibir evidencias, embora alguns auto res digam que a imita9ao faz parte da natureza da crian9a. Analisa-se no comportamento Neste caso, no entanto que a televisao pode nao ser 0 unico fator de influencia infantil, mas conforme estudo, ela contribui de maneira significativa. deveriam infantil como especial, haver programas sendo que levassem que pais e professores assumindo cada qual suas responsabilidades. em considera9ao deveriam 0 publico rever seus papeis, 53 CONCLUSAO Conclui-se que, a partir da pesquisa, pode-se atribuir a Tv em alguns momentos a funyao de baba eletronica, onde as crianyas ficam expostas horas diante mais comodo para os pais. Em outros em muitos ela tem a funyao de promover brig as, sendo que lares a TV e disputada, determinado programa. Porem dela, pois e pois cada membro a TV pode tambem da familia promover quer assistir a alegria, desde que as pessoas saibam usufruir a mesma, sendo que nao se pode negar a crianya de hoje a realidade da TV, pois se estaria negando uma serie de transformayoes que virao, mas sim, dedicar-se assistir programas um momenta para se sentar que Ihes despertem alegria, interesse com os filhos para e curiosidade Fazendo meio de promover a diversao e uniao da familia, sem tirar a capacidade amizade e ate de crescimento. Sen do que 0 distanciamento alguns da TV um de dialogo, a entre pais e filhos nao depende da TV, ela e apenas veiculo, mas da atitude diante dela. Baseado neste contexto, fundamental na intervenyao dos autores estudados, pequenas a agressividade estao particularmente para a violencia certamente as adequando-os tambem e um comportamento vulneraveis, a tem papel aprendido a cada horario. seu significativa, papel, de ou idade adulta. Embora os dados nao da midia como principal causa da violencia fizessem e as crianyas embora possam nao exibir evidencias adolescencia esta e uma fonte socialmente emissoras pais e professores da influencia dos programas da TV, pois segundo a maioria serem afetados ate chegarem apontem pode-se perceber que na sociedade, que poderia ser transformada selecionando melhor os se programas 54 Contudo, considera-se tal pesquisa fonte importante para 0 desencadeamento da questao, pois obteve dados reais de um grupo de criangas, iniciativas de mudanga de comportamento, familiares. Sendo que a pesquisadora conceitos e atitudes, fortalecendo poderosos, como: 0 dialogo, podendo tanto dos sujeitos envolvidos enquanto mae e educadora, como dos seus tambem revera seus outros caminhos, tao importantes que e parte fundamental ser fonte de e, as vezes, mais das relagoes humanas; a autonomia de escolher 0 que viver, 0 que fazer e ao que assistir; a cidadania de cobrar valores e atitudes nao s6 esteticos, compromisso aprendizado mas principalmente eticos, da midia em geral; de garantir que todos ten ham acesso as inovagoes tecnol6gicas, da escrita ate a intemet; a responsabilidade uma midia, uma escola e uma sociedade com a alienagao dos homens. comprometidas Isto e, a pesquisadora de contribuir desde 0 com uma TV, com a emancipagao p6de refletir melhor dedicando mais atengao ao filho, alunos e a educagao dos mesmos. 0 e nao seu papel, 55 REFERENCIAS BARROS, C. S. G. Pontos de psicologia do desenvolvimento. 8 ed. Sao Paulo: Atica, 1995. BIAGGIO, A M. B. 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