PÚBLICO ONLINE 6.11.2009 Estudo Portugal tem uma das mais baixas taxas de investimento directo estrangeiro 06.11.2009 - 08h02 Por Lusa Portugal apresentou em 2008 uma das mais baixas taxas de investimento directo estrangeiro (com 59 por cento), ficando consideravelmente abaixo da média europeia, que foi de 74 por cento, segundo um estudo hoje divulgado pela Ernst&Young. “Isto aconteceu porque um número significativo de projectos foram trazidos para Portugal por companhias já activas no país e, sobretudo, no sector automóvel”, refere o estudo da consultora sobre Investimento Directo Estrangeiro (IDE). Por cada projecto investido em Portugal, gerou-se uma média de 157 postos de trabalho, um número bastante acima da média dos países europeus, de 70 empregos criados por projecto. Este facto explica-se, de acordo com o partner da Ernst&Young, José Gonzaga Rosa, porque os projectos em Portugal ainda estão muito concentrados na produção, nomeadamente na indústria automóvel. No entanto, disse o responsável em declarações à agência Lusa, o investimento directo estrangeiro na Europa caracteriza-se pelo facto de criar cada vez menos postos de trabalho, porque está cada vez mais concentrado nas componentes de investigação e já não na produção. “Mas a tendência em Portugal aponta também claramente para a diminuição”, avançou. O estudo refere que a grande parte de IDE é de origem industrial, apesar do forte desenvolvimento da área de Marketing e Vendas dos últimos dez anos no país. O Litoral português, sobretudo Lisboa e Norte (com especial incidência no Porto e Braga) são as localizações preferidas do IDE. O investimento português no estrangeiro, por sua vez, situa-se sobretudo em Espanha, Reino Unido, Polónia e França. Em termos de sectores, as energias renováveis são o sector que mais se destaca em termos de captação de IDE, nomeadamente os investimentos em energias eólicas. “Esperamos em termos prospectivos que o sector das energias renováveis venha a crescer além da posição que Portugal tem já no sector, sobretudo a nível das energias eólicas e solar”, disse José Gonzaga Rosa. O sector das ciências da vida, nomeadamente com a indústria farmacêutica, biotecnologia e os dispositivos médicos é outra das áreas de aposta do investimento estrangeiro em Portugal.