Grupo Expoente ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL EXPOENTE LTDA. C.N.P.J/MF nº 80.531.015/0001-15 ANE CLASS – PARTICIPAÇÃO E ADM. DE BENS LTDA. C.N.P.J/MF nº 06.216.633/0001-18 Plano de Recuperação Judicial consoante a LEI nº 11.101/2005 em atendimento ao seu artigo 53, para apresentação nos autos do Processo nº 22503/0000 em trâmite no 3º Ofício da Fazenda de Curitiba/PR elaborado por Erimar Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda. SUMÁRIO 1. 2. Considerações Iniciais ............................................................................. 4 Histórico e Apresentação da Empresa ................................................... 5 2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................ 8 NEGÓCIO..................................................................................................................... 8 2.1.1 2.1.2 MISSÃO ....................................................................................................................... 8 VISÃO ......................................................................................................................... 8 2.1.3 2.1.4 VALORES E CRENÇAS .................................................................................................. 9 PRÊMIOS RECEBIDOS................................................................................................... 9 2.1.5 2.1.6 INFORMAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA .......................................................................... 10 RELEVÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA ................................................................................ 20 2.1.7 3. Organização do Plano de Recuperação................................................ 22 3.1 MOTIVOS PARA O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL....................................................... 22 3.2 QUADRO DE CREDORES DO GRUPO EXPOENTE ................................................................. 24 PLANO DE REESTRUTURAÇÃO OPERACIONAL..................................................................... 25 3.3 3.3.1 ÁREA COMERCIAL ...................................................................................................... 25 ÁREA ADMINISTRATIVA ............................................................................................... 25 3.3.2 3.3.3 ÁREA FINANCEIRA...................................................................................................... 26 ÁREA OPERACIONAL .................................................................................................. 26 3.3.4 3.4 CENÁRIO ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO ........................................................................ 27 MERCADO SETORIAL – PREMISSAS, DESEMPENHO RETROATIVO E PROJEÇÕES ............ 27 3.4.1 3.4.1.1 3.4.1.2 3.4.1.3 3.4.2 4. Premissas ......................................................................................................................... 27 Desempenho Retroativo ................................................................................................... 32 Projeções .......................................................................................................................... 34 PERSPECTIVAS ECONÔMICAS – BRASIL....................................................................... 35 Etapa Quantitativa .................................................................................. 37 4.1 ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO......................................................... 37 4.1.1 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) – GRUPO EXPOENTE .............. 37 4.1.1.1.1 Dados ........................................................................................................................... 37 4.1.1.2 Análise .............................................................................................................................. 38 4.2 PROJEÇÕES DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO ................................................... 39 PROJEÇÃO DAS RECEITAS .......................................................................................... 39 4.2.1 4.2.1.1 4.2.1.2 4.2.1.3 4.2.2 4.2.2.1 4.2.2.2 4.2.2.3 Premissas ......................................................................................................................... 39 Projeção ........................................................................................................................... 41 Análise .............................................................................................................................. 41 PROJEÇÃO DE RESULTADOS - CONSOLIDADO .............................................................. 43 Premissas ......................................................................................................................... 43 Projeção ........................................................................................................................... 45 Análise .............................................................................................................................. 47 4.3 PROPOSTA DE PAGAMENTO AOS CREDORES DA RJ ............................................................ 48 4.3.1 PAGAMENTO DA CLASSE I – TRABALHISTAS................................................................. 48 PAGAMENTO DAS CLASSES II E III – GARANTIA REAL E QUIROGRAFÁRIOS .................... 49 4.3.2 4.4 RESUMO DAS LIQUIDAÇÕES DE CREDORES ......................................................................... 52 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA ................................................................................................ 55 4.5 4.6 FORMA DE PAGAMENTO AOS CREDORES ........................................................................... 55 AMORTIZAÇÃO ESPECIAL .................................................................................................. 56 4.7 4.8 BAIXA DOS PROTESTOS .................................................................................................... 57 ANÁLISE DE VIABILIDADE DA PROPOSTA DE PAGAMENTO .................................................... 58 4.9 5. 6. 7. 8. 9. Movimentação do ativo .......................................................................... 60 Considerações Finais ............................................................................. 62 Nota de Esclarecimento ......................................................................... 64 Conclusão ............................................................................................... 65 Laudo de Avaliação de Bens e Ativos .................................................. 67 Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE 1. Considerações Iniciais Este documento foi elaborado com o propósito de abranger e estabelecer os principais termos do Plano de Recuperação Judicial proposto, sob a égide da Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência do Empresário e da Sociedade Empresária (Lei nº. 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005 - “Lei de Recuperação de Empresas”), do GRUPO EXPOENTE formado pelas empresas ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL EXPOENTE LTDA. e ANE CLASS – PARTICIPAÇÃO E ADM. DE BENS LTDA., ambas em Recuperação Judicial. O Grupo Expoente possui administração central na sua sede localizada na Avenida Sete de Setembro, 4.476, 4º andar – Batel, Curitiba/PR, e requereu em 09 de Dezembro de 2009 o benefício legal da Recuperação Judicial, com fulcro nos artigos 47 e seguintes da Lei 11.101/05, tendo seu processo sido distribuído no 3º Ofício da Fazenda de Curitiba/PR sob nº 22503/0000 na mesma data, e cujo deferimento do processamento da recuperação judicial ocorreu em 26 de maio de 2010 pelo Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito Roger Vinícius Pires de Camargo Oliveira, com a disponibilização de tal decisão no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná em 31 de maio de 2010. Para a elaboração do Plano de Recuperação, objeto deste documento, foi contratada a empresa ERIMAR Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda., localizada na Rua Vergueiro, 1855 - conj. 41 - CEP 04101 000 - São Paulo SP. O plano ora apresentado propõe condições especiais para pagamento das obrigações vencidas e demonstra a viabilidade econômico-financeira da empresa, bem como a compatibilidade entre a proposta de pagamento aos Credores e a geração dos recursos financeiros no prazo proposto, consoante com os artigos 50, 53 e 54 da Lei 11.101/2005. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |4 2. Histórico e Apresentação da Empresa A historia do GRUPO EXPOENTE remonta ao ano de 1961 com a criação do curso “Dr. Barddal Vestibulares” tendo como fundadores Sr. Antão Dalla Costa e Sr. Dascomb Barddal. Em janeiro 1968 ingressa nesta empresa o atual acionista majoritário, Sr. Armindo Vilson Angerer que atuou como funcionário até 1976. O Sr. Armindo iniciou como auxiliar no setor de apostilaria e após 3 meses assumiu o cargo de Secretário Geral – Pré-Vestibular. Neste mesmo ano apresentou um projeto para que o setor de apostilaria se tornasse de fato um setor gráfico para atender não somente as demandas internas da instituição, mas também o mercado como um todo incluindo futuramente o poder público. Tornou-se então sócio da Gráfica e do Pré-Vestibular do Grupo Barddal. Em 1977 ocorre a criação do Barddal de Florianópolis (SC), tendo sido o Sr. Armindo um dos fundadores. Anos depois, em 1984, a sociedade divide-se com a separação das unidades existentes em Curitiba e em Florianópolis. A partir deste fato o Sr. Dascomb Barddal assume integralmente a unidade de Florianópolis com outros sócios e o Sr. Armindo assume integralmente a unidade Curitiba também com outros sócios. Em 03 de março de 1986 ocorria o primeiro dia de aula no Colégio Expressão em Curitiba. Construído para acolher alunos da educação infantil e ensino fundamental, a escola e sua proposta pedagógica conquistaram a confiança de pais e alunos e deram início ao processo de transformação do grupo Barddal, que até 1991 era chamado de “Expressão” passando a utilizar o nome “Expoente” . Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |5 O Material Didático Expoente é exclusivo e, desde 1987, impresso na Editora Gráfica Expoente, em um espaço de 2 (dois) mil metros quadrados no município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). Em 1991 ocorre a primeira grande expansão do GRUPO EXPOENTE, neste ano é fundada a unidade “Boa Vista” que iniciou suas atividades contando mais de 700 (setecentos) alunos. Em 1992 ocorre a abertura da unidade de ensino “João Negrão”, especialmente criada para atender os alunos de pré-vestibular, dando inicio a trajetória de sucesso do GRUPO EXPOENTE em vestibulares. Após mais dois anos ocorre à implantação do “Centro de Excelência em Educação Expoente”, que passou a administrar todo o processo de elaboração do material didático e soluções pedagógicas, concentrando, para isso, uma equipe especializada de professores, pedagogos, analistas e designers. No ano 2000 a trajetória de crescimento continua com a inauguração da unidade de ensino “Comendador Araújo”, que se encontra localizada em uma região estratégica da capital paranaense e oferece os cursos de ensino médio e cursos pré-vestibulares. Aliado as unidades de ensino o GRUPO EXPOENTE fornece atualmente materiais didáticos que atende além de sua própria rede de ensino, o mercado externo nos segmentos público e privado, atendendo aproximadamente 220 mil alunos pelo Sistema de Ensino Expoente, desta forma colocando-o entre os 4 maiores do setor no mercado nacional. Também presta serviços gráficos ao mercado editorial nacional, produzindo livros, revistas, jornais e materiais promocionais diversos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |6 O ano de 2008 prometia ser um marco para a empresa, o mercado consumidor estava em alta, o crédito era abundante no mercado e o processo de expansão prometia ser muito grande, porém, no segundo semestre de 2008, houve a eclosão da crise financeira mundial. A crise acabou trazendo conseqüências desastrosas, tendo em conta que houve aumento significativo na inadimplência de seus alunos, gerando um grande aperto no fluxo de caixa. No intuito de honrar seus compromissos a empresa viu-se obrigada a buscar recursos no mercado e a escassez de crédito fazia com que os juros cobrados fossem exorbitantes aumentando sobremaneira o desencaixe no fluxo de caixa. Aliado a isso, no ano de 2008 houve também uma grande inadimplência na venda de material de didático para o setor publico, tendo o grupo cerca de R$ 7 (sete) milhões a receber pelo fornecimento deste material, elevando substancialmente a necessidade de recursos em seu caixa, aumentando ainda mais endividamento do grupo. Durante todo o ano de 2009 o grupo buscou de várias maneiras amenizar e reverter a situação de crise que se encontrava, buscando junto a instituições financeiras uma readequação de seu endividamento, alongando o seu perfil de pagamento, mas sem sucesso. Sem capital de giro próprio e premida de todos os fatores expostos, o GRUPO EXPOENTE necessitou socorrer-se ao benefício legal da Recuperação Judicial em 09 de dezembro de 2009 como forma de proteção à manutenção das suas atividades, da sua função social e do interesse dos seus Credores. Essa atitude demonstrou a responsabilidade da administração para com seus parceiros e Credores e possibilitará que em pouco tempo a empresa possa retomar seu caminho de crescimento. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |7 Apesar de todo o exposto, GRUPO EXPOENTE acredita ser transitória sua atual situação e tem a certeza que esse estado de gravidade é passageiro, visto já terem sido tomadas as medidas administrativas e financeiras necessárias para equilibrar a receita com o corte e a diminuição de custos e despesas. 2.1 Estrutura Organizacional 2.1.1 Negócio Comércio e confecções de materiais escolares, prestação de serviços educacionais, nele incluindo ensino pré escolar/educação infantil, ensino regular de 1º, 2º e 3º grau, ensino preparatório de vestibular, ensino supletivo/educação de jovens e adultos de 1º e 2º grau em nível de suplência, indústria de tipografia para impressão de material didático, bem como a indústria de composição gráfica e transporte escolar. 2.1.2 Missão Disponibilizar soluções educacionais que propiciem o desenvolvimento de cidadãos socialmente responsáveis e capazes de transformar informações em conhecimento, aproveitando talentos humanos e tecnologias avançadas para a geração de benefícios à sociedade. 2.1.3 Visão Ser reconhecida como a solução educacional que mais bem atende à expectativa dos clientes no Brasil. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |8 2.1.4 Valores e Crenças - Possibilitar, por meio da educação, o desenvolvimento do potencial do ser humano a fim de torná-lo agente de transformação da sociedade. - Conquistar o sucesso com atitudes éticas, trabalho, clareza de objetivos, respeito ao ser humano e atualização constante. - Buscar permanentemente, com o objetivo de satisfazer os clientes, a qualificação de pessoas e o aprimoramento de produtos e serviços. - Propiciar ambiente de trabalho que incentive a criatividade, visando à inovação. - Valorizar o ser humano pelo reconhecimento do trabalho realizado. - Comprometer todos com a missão e a visão da instituição. 2.1.5 Prêmios Recebidos Devido a sua dedicação e empenho no desenvolvimento cultural da sociedade Paranaense e também ao setor industrial durante todos estes anos o Sr. Armindo foi homenageado com o Prêmio “Cultura e Divulgação de Curitiba”, oferecido pela Câmara Municipal de Curitiba em 2002, Titulo de “Cidadão Honorário do Estado do Paraná” em 2004, também recebeu o prêmio “Medalha de Mérito Industrial do Estado do Paraná” em 2005, oferecido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná devido aos excelentes serviços gráficos prestados ao Estado do Paraná e “Menção Honrosa” oferecida pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná durante a sessão solene comemorativa de 315 anos de Curitiba por sua relevante colaboração com cultura e o desenvolvimento da Cidade de Curitiba e o estado como um todo. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE |9 2.1.6 Informações Sobre a Estrutura O GRUPO EXPOENTE em seu segmento de ensino conta com 2 modernas unidades e ainda possui sua estrutura administrativa centralizada no Bairro Batel, onde toda a gestão administrativa e financeira é realizada, além do Centro de Excelência que é responsável pela elaboração do material didático e soluções pedagógicas. Todas as unidades de ensino possuem infra-estrutura ampla e capaz de preparar o aluno desde a educação infantil, passando pelo preparatório (Pré-Vestibular). Além das unidades de ensino, o grupo possui um complexo industrial gráfico na cidade de Pinhais (PR), contando com modernos equipamentos de impressão e acabamento que garantem a qualidade visual do material didático produzido. A rede de ensino é assim composta: 〉 Unidade Boa Vista Instalado em imóvel próprio em Curitiba/PR com uma área total de 8.666 m², compreende do térreo ao 3º andar, onde funciona á área de educação infantil, ensino médio completo, Pré-Vestibular e a Faculdade, com os cursos superiores noturnos de Administração de Empresas, Sistema da Informação e Pedagogia, compreendendo um total de 38 salas, além das salas de professores e coordenadores de cursos e toda estrutura tecnológica, pedagógica, bem como laboratórios de física, química e 3 de informática com 60 computadores, além de quadras poliesportivas, bibliotecas com acervo de 5.000 livros e aproximadamente 3.000 títulos, além de espaço para empresa “Júnior”, salas de robótica, música, brinquedoteca, estacionamento interno, entre outros espaços. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 10 Fotos da Unidade Boa Vista: Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 11 〉 Unidade Comendador Araújo Localizado também em Curitiba/PR, em imóvel alugado, atende o ensino médio, pré-vestibular e intensivos, funcionando nos períodos da manhã, tarde e noite, destacando-se como uma das maiores redes de ensino da região que atua. Fotos da Unidade Comendador Araújo: Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 12 〉 Parque Industrial Gráfico O GRUPO EXPOENTE ainda conta com um parque industrial gráfico em um terreno com 2.000 m² de área total, sendo 1.416 m² de área construída, instalado em imóvel próprio em Pinhais, região metropolitana de Curitiba/PR. A gráfica está equipada com os seguintes equipamentos: Pré-impressão: Birô, Prova digital, Plotter. - Processadora de filmes Multiline 720, ano 1995. - Gravadora de filmes Image APS-6/84 ACS, ano 1995. - 02 Micro-computadores. - Processadora automática de chapas Multiplater 88, ano 1995. - Prensa para gravação de chapas Elenco EL40-B, ano 1995. - Furador de registro de chapas da Sakurai Elenco. - Furador de registro de chapas da Rotativa Burgess Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 13 - 03 Mesas para montagem de filmes - Forno elétrico Elenco EL11-E, ano 1995. - Cubeta de revelação Elenco EL51-C. - Compressor de ar. Equipamento de impressão: Setor de impressão rotativa. - Rotativa 4x4 Goss Universal 35 ano 1995. - Dobradeira de chapas da Rotativa Burgess. - Geladeira Evetron. - Dobradeira Rockwell. - 02 Porta-bobina Amal para 2 bobinas, ano 1995. - Prensa hidráulica Ricall, ano 1998. - 1 Conjunto de rolos de tinta. - 1 conjunto de rolos de água. - Compressor de ar. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 14 Rotativa em produção. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 15 Porta Bobinas de troca automática. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 16 Setor de impressão plana. - Impressora 4 cores Sakurai modelo 472-EDII, ano 2003. - Geladeira Coolmatik C60-L - Impressora Catú SET-660 monocolor ½ folha, ano 1990. - 02 Impressoras Multilith formato 4, anos 1985 e 1988. - 1 conjunto de rolos de tinta Sakurai. - 1 conjunto de rolos de tinta Catú. - 1 conjunto de rolos de água Catú. - 1 conjunto de rolos de tinta Multilith. - 1 conjunto de rolos de água Multilith. Sakurai modelo 472-EDII Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 17 Sakurai modelo 472-EDII em produção. Equipamento de encadernação - Espiraladeira Womako modelo HS 530S, ano 1995. - Picotadeira manual, ano 1988. - Espiraladeira manual, ano 1988. - Furadeira manual, ano 1988. - Afiador de punções Womako. - Grampeadeira automática 02 cabeçotes Exact, ano 2000. - Dobradeira automática Stahlfolder Heidelberg, ano 2006. - Coladeira automática, Amigo plus, Muller Martini, ano 2006. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 18 Espiraladeira Womako modelo HS 530S Outros acabamentos - 02 Guilhotinas Guarani 82 cm modelo Smc 82, anos 1991 e 1993. - Alceadeira Muller Martini 16 estações, saída Criss-cross, ano 2006 - Seladora de embalagens plásticas, automática, Compacta, Maksiwa, ano 2004. - 02 Seladoras manuais para embalagem plástica Selopac, anos 1994 e 1998. Manuseio de materiais - Esteira para colagem automática de caixas Soko system. - Empilhadeira hidráulica Paletrans, ano 1995. - Carros hidráulicos 2000kg. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 19 2.1.7 Relevância Sócio-Econômica O GRUPO EXPOENTE no que tange as políticas de recursos humanos, possui uma metodologia totalmente atual e voltada ao funcionário. Um de seus grandes diferenciais de negócio é a qualidade no atendimento aos clientes. A administração de recursos humanos sempre teve o entendimento de que para conseguir esses diferenciais é necessária a satisfação total de seus colaboradores nas atividades que desempenham, desde o nível operacional até o nível estratégico O GRUPO EXPOENTE possui grande relevância sócio-econômica para a região pelo fato de ser uma das grandes empregadoras da cidade de Curitiba/PR. Tem em sua estrutura cerca de 240 funcionários diretos gerando cerca de outros 400 empregos indiretos. Aos seus funcionários são oferecidos diversos benefícios, tais como: vale alimentação, plano de saúde subsidiado parcialmente (médico e odontológico), seguro de vida, vale refeição, vale transporte, além de descontos para familiares nas mensalidades escolares. Todos os colaboradores recebem continuamente qualificação técnica, através de treinamentos internos e externos, visando capacitação e proporcionando oportunidade de crescimento a cada um deles, fato este que demonstra o apoio e a aposta feita em seus colaboradores, um dos principais responsáveis pelo crescimento ocorrido em sua história. O GRUPO EXPOENTE tem grande preocupação com o aspecto social, realizando doações de material dispensado de utilização, inclusive do mobiliário de suas instalações, a instituições de caridade. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 20 Todas estas ações traduzem-se no slogan e valores adotados pela empresa, que tem como base o seguinte conceito: “Excelência em Educação”, levado ao pé da letra pelos seus colaboradores, garantindo o desenvolvimento cultural de toda a região. O GRUPO EXPOENTE está vinculado a 3 (três) classes sindicais, sendo uma delas do segmento ensino, válida para professores da Educação infantil ao ensino médio, ao passo que as demais, estão para o ramo gráfico e da administração. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 21 3. Organização do Plano de Recuperação 3.1 Motivos para o Pedido de Recuperação Judicial O GRUPO EXPOENTE se afigura entre as maiores redes de ensino de Curitiba e com grande destaque nacional como fornecedora de material didático para unidades de ensino públicos e privados, exercendo suas atividades com sucesso e probidade, gozando do melhor conceito juntos às organizações especializadas em crédito e de seus próprios fornecedores e alunos, mantendo o pagamento de seus compromissos com pontualidade e honestidade, apesar dos recorrentes problemas inerentes ao exercício da atividade produtiva Brasileira. Com mais de 20 anos de mercado, sempre trouxe prosperidade, emprego, cultura e renda para a região em que atua. Desde sua fundação cresceu paulatinamente, proporcionando cada vez mais investimentos e melhorias para a região onde está instalada. Mesmo desenvolvendo de forma intensa suas atividades desde sua constituição e em constante crescimento, notadamente pelo reconhecimento da excelência de seus serviços e produtos pedagógicos, o GRUPO EXPOENTE passou a enfrentar dificuldades nas suas atividades. Alguns fatores pontuais levaram o a uma situação de crise financeira, obrigando-o ao socorro da Recuperação Judicial foram: Primeiramente, a crise econômica que atingiu o mercado global iniciada no segundo semestre de 2008 trouxe conseqüências desastrosas, tendo em conta que houve significativa elevação da inadimplência de seus alunos, cujos serviços não poderiam deixar de ser prestados, mantendo assim os custos operacionais, porém sem o recebimento da receita para fazer frente a estas obrigações, obrigando o grupo a buscar novos recursos no mercado financeiro. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 22 Ocorre que neste momento houve elevação das taxas de juros praticadas pelos bancos e o encurtamento do crédito, sufocando o fluxo de caixa que não poderia permitir o atraso nos seus compromissos, notadamente no pagamento dos salários de seus funcionários e obrigações junto aos fornecedores. Somado a isso, ocorreu um inadimplemento significativo nas vendas de material didático para o Poder Público, tendo mais de R$7.000.000,00 (sete milhões de Reais) a receber pelo fornecimento desse material, constituindo tal fato o principal fator do aumento do endividamento. Com o caixa extremamente fragilizado o GRUPO EXPOENTE acabou aumentando seu endividamento buscando recursos no mercado a um alto custo no intuito de honrar com o pagamento dos salários de seus colaboradores, honrando assim a entrega do material didático vendido e mantendo as aulas em suas unidades de ensino sem qualquer interrupção. A soma de todos estes fatos fez com que a empresa necessitasse de uma medida drástica que mudasse radicalmente o perfil de sua dívida, para que pudesse manter suas atividades e recuperar-se gradativamente, para tanto, a única alternativa encontrada foi o pedido de recuperação judicial, feito em 09 de dezembro de 2009, para que pudesse conseguir readequar o seu fluxo de caixa e suas operações. Apesar de todo o exposto, o GRUPO EXPOENTE acredita ser transitória essa situação e tem a certeza que esse estado de dificuldade financeira é passageiro, visto já terem sido tomadas várias medidas administrativas, comerciais e operacionais necessárias para equilibrar a receita/caixa, como a diminuição do seu quadro funcional e cortes drásticos em despesas/custos administrativos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 23 3.2 Quadro de Credores do Grupo Expoente COMPOSIÇÃO POR TIPO DE CREDOR CREDORES TRABALHISTAS 1.061.447,68 CREDORES COM GARANTIA REAL 3.753.903,13 CREDORES QUIROGRAFÁRIOS 26.818.611,17 TOTAL DO QUADRO DE CREDORES 31.633.961,98 Valores em Reais (R$) Credores Quirografários 85% Credores Com Garantia Real 12% Credores Trabalhistas 3% GRÁFICO DE REPRESENTATIVIDADE POR CLASSE DE CREDORES Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 24 3.3 Plano de Reestruturação Operacional Após o pedido de recuperação judicial, o GRUPO EXPOENTE, através de sua Diretoria, desenvolveu um plano de reestruturação financeiro-operacional visando à lucratividade necessária para permitir a liquidação de seus débitos e a manutenção de sua viabilidade no médio e longo prazo, o que depende não só da solução da atual situação de endividamento, mas também, e fundamentalmente, da melhoria de sua capacidade de geração de caixa. As medidas identificadas no Plano de Reestruturação Financeiro-Operacional estão incorporadas a um planejamento para o período de 16 anos e estão fundamentadas nas seguintes decisões estratégicas: 3.3.1 Área Comercial 〉 Reestruturação de políticas comerciais para ensino e material didático; 〉 Plano orçamentário de vendas de material didático /captação de novos alunos; 〉 Lançamento de novos livros /materiais didáticos; 〉 Revisão das campanhas de marketing; 〉 Plano de ação para realização de parcerias estratégicas; 〉 Reformulação da política comercial em relação às margens/rentabilidade; 3.3.2 Área Administrativa 〉 Programa de redução do quadro funcional e de gasto com pessoal e horas extras e redução de despesas fixas, evitando gastos desnecessários, desperdícios e ações sem planejamento; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 25 〉 Fortalecimento da política de recursos humanos para que contemple: planos de carreira baseado em resultado, melhorias no processo de seleção, treinamento e valorização social e profissional dos colaboradores internos visando à redução do turnover e redução dos custos de pessoal; 〉 Fortalecimento organizacional e da responsabilidade estratégica de tomada de decisão para alcançar metas e assegurar a aderência das ações aos planos; 〉 Formar as novas diretrizes de administração e dar suporte à área comercial através de uma análise SWOT (Strenghts-forças, Weaknesses-fraquezas, Opportunities-oportunidades e Threats-ameaças); 〉 Reorganização do organograma da empresa para novo modelo aprovado e consoante com o projeto de reorganização administrativa. 3.3.3 Área Financeira 〉 Busca de novas linhas de créditos menos onerosas e mais adequadas; 〉 Renegociação de tarifas bancárias; 〉 Implantação de relatórios gerenciais para análise de resultados econômicos e financeiros. 〉 Fornecer base sustentável a todas as decisões estratégicas; 3.3.4 Área Operacional 〉 Plano de redução dos custos fixos para melhoria da margem operacional, bem como redução de custos, mediante análise de processos, para melhoria da margem de contribuição; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 26 〉 Planejamento de compras com base em indicadores de desempenho, otimizando o giro do estoque, buscando equacionamento entre as entradas de produtos necessárias com a receita gerada. 3.4 Cenário Econômico e Mercadológico 3.4.1 Mercado Setorial – Premissas, Desempenho Retroativo e Projeções 3.4.1.1 Premissas A alfabetização está diretamente ligada à libertação de uma pessoa, a igualdade de condições a todos que sabem ler, dentro de uma nação. A alfabetização e informação andam de mãos dadas; uma pessoa que lê e escreve, que busca conhecimentos, não fica tão dependente dos demais, deste modo pode se movimentar no seu universo e a fazer suas escolhas, que vai gerar opiniões próprias para o efetivo exercício da cidadania. Não é novidade que o Brasil ainda enfrenta insistentemente o problema do analfabetismo, tanto de crianças que saem da escola e de outros que não tiveram a oportunidade de se apropriarem do saber da leitura e escrita. É fato que o nosso país possui um número significativo de indivíduos que não adquiriram o saber necessário para atender às exigências de uma sociedade letrada. A história da Educação no país iniciou-se no período colonial, quando começam as primeiras relações entre Estado e Educação, através dos jesuítas que chegaram ao território brasileiro em 1549. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 27 Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum. Este modelo funcionou entre os anos de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Desta ruptura, pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Passa então a ser instituído o ensino laico e público, e os conteúdos baseiam-se nas Cartas Régias. O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. A vinda da Família Real, em 1808, permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para atender as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. O surgimento da imprensa permitiu que os fatos e as idéias fossem divulgados e discutidos no meio da população letrada, preparando terreno propício para as questões políticas que permearam o período seguinte da História do Brasil. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. No Período Imperial, em 1822, D. Pedro I proclama a Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos". Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 28 Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói. A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931. Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino profissionalizante. O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, na modalidade clássico ou científico. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 29 O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30. Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, atendendo as mudanças exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930. Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, cria uma comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Esta comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, era organizada em três subcomissões: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior. Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado à Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das propostas apresentadas. Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961 prevalecendo as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 30 Em 1953 a educação passa a ser administrada por um Ministério próprio: o Ministério da Educação e Cultura; em 1961 a tem inicio uma campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 é criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire. Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de revolucionar a educação brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas". Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil. Não conseguiu. E, entre denúncias de corrupção, acabou por ser extinto e, no seu lugar criou-se a Fundação Educar. A atual Lei de diretrizes e bases da educação no Brasil n. 9394/96, foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da educação Paulo Renato em 20 de dezembro de 1996. Baseada no princípio do direito universal à educação para todos, a LDB trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, como a inclusão da educação infantil (creches e pré-escolas) como primeira etapa da educação básica, e dando sequência o ensino fudamental, o ensino médio e após a conclusão desses níveis frequentar uma instituição de ensino superior. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 31 Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor. 3.4.1.2 Desempenho Retroativo A situação da educação no Brasil apresentou melhorias significativas na última década do século XX: houve queda substancial da taxa de analfabetismo e, ao mesmo tempo, aumento regular da escolaridade média e da freqüência escolar. No entanto, a situação da educação no Brasil ainda não é satisfatória. O índice de analfabetismo mostra uma queda em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002, nesse ano o Brasil apresentava um total de 32,1 milhões de analfabetos funcionais, o que representava 26% da população de 15 anos ou mais de idade. No entanto, apesar dessa redução, o país ainda tem um total de 14,6 milhões de pessoas analfabetas. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos freqüentavam a escola. Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 32 ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. Em 2002, considerando-se as pessoas com 10 anos ou mais de idade, a população do país tinha uma média de 6,2 anos de estudo. Em comparação a 1992, houve um aumento de 1,3 anos de estudo na média nacional. O Brasil chegou ao final do século XX com 96,9% das crianças de 7 a 14 anos de idade na escola. Entretanto, em 2002 apenas 36,5% das crianças de zero a seis anos de idade freqüentavam creche ou escola no país. A Síntese dos Indicadores Sociais 2007 - Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira - mostra que, de 1996 a 2006, as taxas brutas de freqüência à escola de alguns segmentos etários apresentaram crescimento relativo muito significativo. Na faixa entre 4 a 6 anos, as taxas passaram de 53,8% para 76,0%, um aumento de mais de 40%. Além disso, a defasagem dos alunos do ensino fundamental cai 41,6% em dez anos. Em relação ao ensino superior, a pesquisa aponta que, em 2006, 76,4% dos estudantes freqüentavam universidades particulares, e apenas 23,6% estavam em estabelecimentos públicos. No entanto, mais da metade dos estudantes que freqüentam o ensino superior na rede pública (54,3%) pertenciam aos 20% mais ricos. A pesquisa do IBGE revela também que o rendimento das famílias tem grande influência no acesso e permanência das crianças e jovens na escola. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 33 3.4.1.3 Projeções O Brasil está diante de um momento decisivo: construir um novo Plano Nacional de Educação (PNE) para aos próximos 10 anos (2011-2020). As bases que vão compor o documento, que dita regras e cria metas para o ensino público e privado do país. Especialistas em ensino, autoridades do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação apresentaram os 10 grandes obstáculos que o Brasil precisa superar para garantir a todos uma escola de qualidade. Entre os desafios, estão extinguir o analfabetismo; ampliar o investimento em educação pública, atingindo 10% do PIB até 2014; valorizar os profissionais da educação; implantar a escola de tempo integral na educação básica; universalizar o atendimento público e gratuito da pré-escola, ensino fundamental de nove anos e ensino médio; democratizar a oferta de vagas no ensino superior; expandir a educação profissional; garantir oportunidades para estudantes com deficiência, indígenas, afro-descendentes e povos do campo; implantar o Sistema Nacional de Educação, em regime de colaboração entre União, estados e municípios; e estabelecer padrões de qualidade para cada modalidade de educação. A principal cobrança feita pelo Conselho Nacional de Educação foi para que o novo PNE traga instrumentos para punir os agentes públicos que não cumprirem os compromissos firmados. O investimento público direto em educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 4,6% no Brasil. Segundo o Ministério da Educação, o valor é o maior registrado na história do país e se aproxima do padrão de investimento dos países desenvolvidos – de 5%, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 34 O crescimento se concentra na educação básica, que reúne 3,9% do investimento. Na educação superior, o percentual se manteve em 0,7%. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e se referem ao ano de 2007 – medição mais recente. Entre as capitais brasileiras, Curitiba apresenta o menor índice de analfabetismo e a melhor qualidade na educação básica. Também tem altos índices de educação e abriga a primeira universidade do Brasil, a Universidade Federal do Paraná, fundada em 1912. Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros frequentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fa tor considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país. 3.4.2 Perspectivas Econômicas – Brasil O Brasil se apresenta mundialmente como uma economia sólida e estável que superou rapidamente a pior crise internacional dos últimos 80 anos. Este é o retrato econômico do Brasil de hoje. O novo modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro ajudou a reduzir consideravelmente os impactos negativos da instabilidade financeira que abalou o mercado mundial. Nos últimos anos, a política econômica do Governo Federal, responsável pela criação de milhões de empregos, combinada à política social de transferência de renda, produziu um círculo virtuoso de crescimento. Tudo isso ajudou a formação de um mercado interno robusto, que estimula investimentos em produção e deixam as empresas menos expostas às oscilações do mercado internacional. O compromisso com os fundamentos econômicos também criou uma proteção contra a crise internacional. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 35 O Brasil está retomando em 2010 o ritmo acelerado de crescimento registrado nos últimos anos. A superação dos efeitos da crise econômica também está abrindo oportunidades para o País, que provou ser possível adotar um modelo de desenvolvimento econômico baseado no mercado interno e na redução das desigualdades sociais. O País se tornou credor internacional, ao contrário do que ocorreu em outras épocas de crise internacional, o Brasil não depende mais da entrada de dinheiro do exterior para honrar seus compromissos. Desde 2008, pela primeira vez na história, o País dispõe de mais dólares do que seria preciso para pagar toda a dívida externa. As reservas internacionais do Banco Central chegaram a cerca de US$ 205 bilhões em maio de 2009. Isso permitiu, também, que o Brasil emprestasse US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e, uma vez que os recursos são aplicados na instituição, eles só podem ser utilizados para socorrer países com dificuldades. Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Banco Central decidiu em 23/07/2010, por unanimidade, elevar a taxa SELIC para 10,75% a.a., projetando 11,75% a.a. para o final de 2010. Para a taxa de câmbio, o prognóstico é de dólar a R$ 1,80 no fim de 2010, e a R$ 1,85 no término de 2011. Para a taxa de inflação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) projeta 4,5% para 2010. O CMN também confirmou em 4,5% o centro da meta de inflação para 2011. O governo revisou de 5,5% para 6,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano previsão inserida no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas da União. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 36 4. Etapa Quantitativa 4.1 Análise do Desempenho Econômico-Financeiro Dados retrospectivos, do desempenho econômico-financeiro que levou ao GRUPO EXPOENTE a um estado de quase insolvência, motivo para o atual pedido de Recuperação Judicial, a saber: 4.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – Grupo Expoente 4.1.1.1.1 Dados DEMONSTRATIVOS DE RESULTADO - Grupo Expoente 2006 EXERCÍCIO 2008 2007 R$ AV% R$ AV% 28.468.100 100,00% 29.746.195 100,00% 32.110.849,40 100,00% (-) DEDUÇÕES DE VENDAS/SERVIÇOS 2.167.274 7,61% 1.988.299 6,68% 4.553.839 14,18% 1.975.424 7,40% (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 26.310.825 92,42% 27.792.131 93,43% 27.610.815 85,99% 24.759.934 92,74% (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS/SERVICOS PRESTADOS 12.546.653 44,07% 12.645.227 42,51% 10.978.562 34,19% 6.153.334 23,05% (=) RESULTADO BRUTO 13.764.172 48,35% 15.146.904 50,92% 16.632.253 51,80% 18.606.600 69,69% (-) DESPESAS OPERACIONAIS 13.574.166 47,68% 18.311.878 61,56% 18.614.296 57,97% 25.828.991 96,74% 11.075.815 38,91% 14.242.867 47,88% 13.193.396 41,09% 13.962.097 52,29% RECEITA OPERACIONAL BRUTA Despesas Administrativas/Comerciais Despesas Trib/Fiscais e Legais R$ Especial em 09.Dez.2009 AV% R$ AV% 26.699.460 100,00% 447.557 1,57% 331.336 1,11% 286.569 0,89% 277.444 1,04% 2.050.793 7,20% 3.737.676 12,57% 5.134.330 15,99% 11.589.450 43,41% 61.348 0,22% 482.463 1,62% (=) RESULTADO OPERACIONAL 251.355 0,88% (=) RESULTADO NÃO OPERACIONAL 192.705 0,68% (=) LUCRO/PREJUÍZO DO EXERCÍCIO ANTES DA CSLL E DO IRPJ 444.060 1,56% (=) PROVISÃO PARA CSLL E DO IRPJ 114.744 0,40% (=) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 329.316 1,16% Despesas/Receitas Financeiras (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS (2.682.512) 528.659 (2.153.853) 3.045 (2.156.897) - 0,00% -9,02% (1.982.043) -6,17% 1,78% 1.172.883 3,65% -7,24% (809.160) -2,52% 0,01% 23.661 0,07% -7,25% (832.821) -2,59% - 0,00% (7.222.391) -27,05% 25.345 (7.197.047) -26,96% 22.620 0,08% (7.219.667) -27,04% Valores em milhares de Reais (R$) 30.000.000 25.000.000 20.000.000 15.000.000 10.000.000 5.000.000 (5.000.000) (10.000.000) Gráfico Comparativo das Receitas Brutas x Resultado Liquido Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE 0,09% | 37 4.1.1.2 Análise As dificuldades enfrentadas pelo GRUPO EXPOENTE nos últimos anos estão realçadas no DRE- Demonstração de Resultados apresentado no quadro acima. No ano de 2006 o faturamento bruto foi R$ 28,4 milhões, o resultado líquido apresentou um lucro de R$ 329 mil ou 1,16% da receita bruta. No exercício de 2007 a empresa teve um aumento de 4,5% em seu faturamento, chegando a R$ 29,7 milhões, porém, seu resultado líquido apresentou prejuízo de R$ 2,15 milhões, representando 7,25% da receita bruta. No ano de 2008 o faturamento teve aumento de quase 8% se comparado ao ano de 2007, reduzindo assim o prejuízo para R$ 832 mil neste ano, porém em 2009 (até 09 de dezembro) houve uma redução de 16,85% na receita, que aliada ao aumento nos custos operacionais, ocasionados principalmente pelo elevado aumento nas despesas financeiras (R$11,589 milhões, ou seja 43,41% da receita bruta), o que resultou em um prejuízo de R$ 7,2 milhões, representando cerca de 27% da receita bruta realizada. Caso o GRUPO EXPOENTE não encontre condições favoráveis de prazo para concretizar uma profunda mudança no perfil de sua dívida, bem como, re-planejar toda sua operação, reduzindo custos e assim tornando-se competitiva novamente, essa situação de dificuldade econômico-financeira tende a agravar-se a cada ano. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 38 4.2 Projeções do Desempenho Econômico-Financeiro As projeções financeiras foram desenvolvidas assumindo-se o crescimento contínuo do mercado. Os efeitos das medidas de melhoria, incluídos no resultado operacional e financeiro, foram calculados com base em estimativas realistas. Para elaborar o Plano de Recuperação e estimar os resultados operacionais para o período de recuperação, foram utilizadas diversas informações. Baseado na análise destas informações identificou-se diversas medidas para melhorar o desempenho operacional. A identificação e quantificação destas medidas foram realizadas visando à viabilidade futura do GRUPO EXPOENTE. 4.2.1 Projeção das Receitas 4.2.1.1 Premissas Para a projeção do volume de receita bruta nos 16 anos contemplados no plano, foram consideradas as seguintes premissas: 〉 A estratégia adotada foi realista, prevendo-se que a cada ano ocorra um crescimento moderado no volume de faturamento da empresa, inferior inclusive às expectativas do mercado e de agências reguladoras da atividade econômica do grupo; 〉 A base para a projeção da receita foi à média real realizada entre 2006 e 2009, e o planejamento comercial da empresa que vem sendo executado desde o pedido de recuperação judicial; 〉 O volume projetado tanto com ensino como material didático está totalmente de acordo com a capacidade operacional da empresa, demandando apenas possíveis contratações de mão-de-obra que estarão previstas no custo dos produtos vendidos/serviços prestados nas projeções de resultado econômico-financeiro; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 39 〉 O preço de venda projetado para os materiais didáticos e o valor das mensalidades das unidades de ensino não contemplam o efeito inflacionário. Por ser uma projeção de longo prazo, torna-se inviável tentar estimar este indicador de modo adequado, sendo assim, consideram-se os preços projetados a valor presente, pressupondo que os efeitos inflacionários sobre os custos e despesas serão repassados aos preços de venda /mensalidades projetados para garantir as margens projetadas. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 40 4.2.1.2 Projeção RECEITAS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 6.936.521 7.163.969 7.398.876 7.641.485 7.892.049 8.150.830 8.418.095 8.694.125 Material Didático 27.746.083 30.065.378 32.578.543 35.301.784 38.252.660 41.450.200 44.915.022 48.669.468 Total 34.682.604 37.229.348 39.977.419 42.943.269 46.144.709 49.601.029 53.333.117 57.363.593 Ensino ANO 9 ANO 10 ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 TOTAL GERAL 8.979.205 9.273.633 9.577.716 9.891.769 10.216.120 10.551.107 10.897.077 11.254.392 142.936.969 52.737.749 57.146.098 61.922.940 67.099.079 72.707.891 78.785.543 85.371.227 92.507.408 867.257.073 61.716.954 66.419.731 71.500.656 76.990.848 82.924.011 89.336.650 96.268.304 103.761.800 1.010.194.041 Valores em milhares de Reais (R$) 4.2.1.3 Análise Para o primeiro ano da recuperação judicial foi projetado um volume de R$ 34,6 milhões de faturamento o que corresponde a R$ 2,89 milhões de média mensal entre os setores de ensino a venda de material didático. O crescimento real projetado em termos monetários é de 3,3% a.a. para o setor de ensino e 8,4% a.a. a partir do segundo ano, o que resultará em um faturamento projetado de R$ 103,7 milhões no último ano da projeção do plano de recuperação. Conforme informado nas premissas, o volume projetado está totalmente de acordo com a capacidade operacional das empresas, demandando apenas possíveis contratações de mão-de-obra que estarão previstas no custo do produto nas projeções de resultado econômico-financeiro. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 41 120.000.000 100.000.000 80.000.000 60.000.000 40.000.000 20.000.000 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 Ensino Material Didático ANO 10 ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 Gráfico ilustrativo da projeção de receitas Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 42 4.2.2 Projeção de Resultados - Consolidado 4.2.2.1 Premissas As seguintes premissas foram adotadas na projeção de resultado econômicofinanceiro: 〉 Foi utilizado o Sistema Tributário Normal com apuração de Lucro Real sendo consideradas assim, as respectivas alíquotas de cada imposto incidente para as projeções de resultados. Este Sistema Tributário é o adotado pelas empresas do GRUPO EXPOENTE no momento da elaboração deste Plano de Recuperação; 〉 Os Custos dos Produtos Vendidos /Serviços Prestados foram projetados com base nos atuais custos de compra, líquidos de todos os impostos creditáveis para os produtos vendidos e no atual custo hora aula pago aos professores para os serviços prestados. Este grupo de custos varia diretamente proporcional ao faturamento projetado; 〉 As Despesas Comerciais, que compreendem as contas de comissões, frete de vendas e apoio a conveniadas foram projetadas de acordo com o histórico que a empresa apresentou entre 2007 a 2009; 〉 As Despesas Fixas projetadas terão um pequeno aumento no decorrer dos períodos, pois mesmo sendo fixas por característica, na realidade, o aumento no volume de vendas demandará alguns aumentos para comportar o novo nível de atividade, porém, tais custos já consideram as reduções ocorridas a partir das medidas adotadas e previstas no Plano de Recuperação; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 43 〉 Foram projetados alguns investimentos no decorrer dos períodos projetados que serão utilizados basicamente para desenvolvimento de novos produtos da linha de material didático e juntamente com a depreciação serão investidos de modo a suportar o aumento no volume de receita projetado; 〉 A sobra de caixa projetada em cada ano da projeção será destinada para a recomposição do Capital de Giro da empresa e para o pagamento dos débitos não sujeitos aos efeitos da recuperação judicial, reduzindo assim além das despesas financeiras; 〉 A projeção não contempla efeitos inflacionários, pelos mesmos motivos explanados na projeção da receita. A premissa adotada é de que todo efeito inflacionário será repassado ao preço de venda projetado quando ocorrer, mantendo a rentabilidade projetada, bem como, a geração de caixa e a capacidade de pagamento resultante; 〉 O ano 1 da projeção considera os 12 meses subseqüentes a data da publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná da decisão de homologação do Plano de Recuperação e conseqüente concessão da recuperação do GRUPO EXPOENTE; 〉 Todas as projeções foram feitas em um cenário realista. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 44 4.2.2.2 Projeção A seguir projeção de resultado econômico-financeiro, com base nas receitas projetadas e nas premissas adotadas: Demonstração de Resultados Receita Bruta de Vendas /Serviços Média Mês ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 34.682.604 2.890.217 37.229.348 3.102.446 39.977.419 3.331.452 42.943.269 3.578.606 46.144.709 3.845.392 49.601.029 4.133.419 53.333.117 4.444.426 57.363.593 4.780.299 1.213.891 391.913 1.605.805 1.303.027 404.764 1.707.791 1.399.210 418.036 1.817.246 1.503.014 431.744 1.934.758 1.615.065 445.901 2.060.966 1.736.036 460.522 2.196.558 1.866.659 475.622 2.342.281 2.007.726 491.218 2.498.944 33.076.799 35.521.556 38.160.173 41.008.510 44.083.743 47.404.471 50.990.836 54.864.649 16.359.923 4.161.912 20.521.836 17.518.631 4.509.807 22.028.438 18.767.349 4.886.781 23.654.131 20.113.375 5.295.268 25.408.643 21.564.613 5.737.899 27.302.512 23.129.616 6.217.530 29.347.146 24.817.647 6.737.253 31.554.900 26.638.735 7.300.420 33.939.155 12.554.964 13.493.118 14.506.042 15.599.867 16.781.232 18.057.326 19.435.935 20.925.494 5.216.904 4.128.419 1.387.304 10.732.627 5.582.087 4.417.409 1.749.779 11.749.275 5.961.669 4.717.792 1.199.323 11.878.784 6.408.794 5.071.627 1.288.298 12.768.719 6.873.432 5.439.320 1.384.341 13.697.093 7.371.756 5.833.670 1.488.031 14.693.457 7.926.422 6.272.608 1.599.994 15.799.024 8.525.436 6.746.640 1.720.908 16.992.984 1.822.337 1.743.843 2.627.258 2.831.148 3.084.139 3.363.869 3.636.911 3.932.510 595.594 568.907 869.268 938.590 1.024.607 1.119.715 1.212.550 1.313.053 Lucro Líquido 1.226.742 1.174.936 1.757.991 1.892.558 2.059.532 2.244.153 2.424.361 2.619.457 Credores Recuperação (Grupo Trabalhista) 1.061.448 Deduções Deduções /Abatimentos Impostos sobre Vendas /Serviços Receita Líquida Custo dos Produtos /Serviços Despesas Variáveis de Vendas Lucro Bruto Despesas Despesas Administrativas Despesas Comerciais e de Marketing Despesas Financeiras Lucro Antes do IR/CSLL (-) IRPJ e C.S.L.L. Credores da Recuperação (Quirografários e G.Real) Saldo Caixa Após Pgtos Credores RJ ( - ) Parcelamentos Tributários ( - ) Investimentos ( +/- ) Empréstimos e Financiamentos (=) Saldo Final de Caixa Saldo de Caixa Após Pagto. Credores Margem Caixa Líquida Margem Lucro Líquido 165.295 350.000 250.000 500.000 65.295 0,48% 0,19% 3,54% 1.174.936 350.000 250.000 (500.000) 74.936 3,16% 0,20% 3,16% - - - - - - 1.144.805 1.230.255 1.322.512 1.422.134 1.784.679 1.920.263 613.185 350.000 250.000 13.185 662.303 350.000 250.000 62.303 737.019 350.000 250.000 137.019 822.019 350.000 250.000 222.019 639.682 350.000 250.000 39.682 699.194 350.000 250.000 99.194 1,53% 0,03% 4,40% 1,54% 0,15% 4,41% 1,60% 0,30% 4,46% 1,66% 0,45% 4,52% 1,20% 0,07% 4,55% 1,22% 0,17% 4,57% Valores em milhões de Reais (R$) Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 45 Demonstração de Resultados ANO 9 ANO 10 ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 Receita Bruta de Vendas /Serviços Média Mês 61.716.954 5.143.080 66.419.731 5.534.978 71.500.656 5.958.388 76.990.848 6.415.904 82.924.011 6.910.334 89.336.650 7.444.721 96.268.304 8.022.359 103.761.800 8.646.817 1.010.194.041 5.261.427 2.160.093 507.325 2.667.418 2.324.691 523.960 2.848.651 2.502.523 541.141 3.043.664 2.694.680 558.885 3.253.565 2.902.340 577.211 3.479.551 3.126.783 596.138 3.722.920 3.369.391 615.685 3.985.076 3.631.663 635.873 4.267.536 35.356.791 8.075.939 43.432.730 59.049.536 63.571.080 68.456.992 73.737.283 79.444.460 85.613.730 92.283.229 99.494.264 966.761.311 28.603.738 7.910.662 36.514.401 30.724.414 8.571.915 39.296.329 33.013.494 9.288.441 42.301.935 35.484.763 10.064.862 45.549.625 38.153.152 10.906.184 49.059.336 41.034.827 11.817.831 52.852.659 44.147.297 12.805.684 56.952.981 47.509.523 13.876.111 61.385.634 467.581.100 130.088.561 597.669.661 22.535.135 24.274.751 26.155.057 28.187.658 30.385.124 32.761.071 35.330.247 38.108.630 369.091.650 9.172.437 7.258.647 1.851.509 18.282.593 9.871.368 7.811.750 1.992.592 19.675.710 10.641.335 8.421.066 2.145.020 21.207.421 11.458.432 9.067.679 2.309.725 22.835.837 12.341.456 9.766.464 2.487.720 24.595.640 13.304.089 10.528.248 2.680.099 26.512.437 14.336.357 11.345.138 2.888.049 28.569.544 15.452.295 12.228.240 3.112.854 30.793.389 150.444.269 119.054.716 31.285.546 300.784.532 Lucro Antes do IR/CSLL 4.252.542 4.599.041 4.947.636 5.351.821 5.789.484 6.248.634 6.760.704 7.315.241 68.307.119 (-) IRPJ e C.S.L.L. 1.421.864 1.539.674 1.658.196 1.795.619 1.944.424 2.100.536 2.274.639 2.463.182 22.840.420 Lucro Líquido 2.830.678 3.059.367 3.289.440 3.556.202 3.845.059 4.148.098 4.486.064 4.852.059 45.466.698 Deduções Deduções /Abatimentos Impostos sobre Vendas /Serviços Receita Líquida Custo dos Produtos /Serviços Despesas Variáveis de Vendas Lucro Bruto Despesas Despesas Administrativas Despesas Comerciais e de Marketing Despesas Financeiras Credores Recuperação (Grupo Trabalhista) Credores da Recuperação (Quirografários e G.Real) Saldo Caixa Após Pgtos Credores RJ ( - ) Parcelamentos Tributários ( - ) Investimentos ( +/- ) Empréstimos e Financiamentos (=) Saldo Final de Caixa Saldo de Caixa Após Pagto. Credores Margem Caixa Líquida Margem Lucro Líquido - - - - - - - ANO 16 - 1.061.448 2.066.734 2.224.988 2.395.995 2.580.805 2.780.556 2.996.481 3.229.913 3.472.395 30.572.514 763.944 350.000 250.000 163.944 834.380 350.000 250.000 234.380 893.445 350.000 250.000 293.445 975.397 350.000 250.000 375.397 1.064.503 350.000 250.000 464.503 1.151.618 350.000 250.000 551.618 1.256.151 350.000 250.000 656.151 1.379.664 350.000 250.000 779.664 13.832.736 5.600.000 4.000.000 779.664 1,24% 0,27% 4,59% 1,26% 0,35% 4,61% 1,25% 0,41% 4,60% 1,27% 0,49% 4,62% 1,28% 0,56% 4,64% 1,29% 0,62% 4,64% 1,30% 0,68% 4,66% 1,33% 0,75% 4,68% 1,37% 0,42% 4,50% Valores em milhões de Reais (R$) Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE TOTAL | 46 4.2.2.3 Análise Com base nos resultados projetados é possível destacar: 〉 Como o custo dos produtos vendidos/serviços e as despesas variáveis de venda são totalmente variáveis em proporção às receitas geradas, mesmo com o incremento no volume de vendas, o lucro bruto projetado se manterá estável durante todos os períodos, perfazendo uma média de 36% perante a receita bruta projetada; 〉 Mesmo com algumas elevações nos gastos fixos, em virtude do aumento do nível de atividade, o efeito da alavancagem operacional é favorável, a ponto de reduzir os custos fixos em termos percentuais, dessa forma, o lucro operacional inicia em 4% da receita bruta projetada no primeiro ano, chegando a 5% da receita bruta projetada no ano 16; 〉 Considerando o desembolso com o pagamento dos credores, o passivo não sujeito a recuperação e a recomposição de capital de giro próprio do Grupo Expoente, o saldo de caixa final médio é de 1,37% perante a receita bruta no período projetado, mostrando que praticamente a totalidade do lucro será destinada ao pagamento dos credores; 〉 Conforme a projeção, o lucro líquido apurado ao final de cada ano é suficiente para o pagamento da proposta aos credores e ao cumprimento do pagamento dos créditos não sujeitos aos efeitos da recuperação judicial. Desta forma, fica demonstrada a viabilidade da superação da situação de crise econômicofinanceira do Grupo Expoente, permitindo que seja mantida a fonte produtora do emprego dos trabalhadores e os interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE. | 47 4.3 Proposta de pagamento aos Credores da RJ A premissa adotada para a proposta de pagamento da dívida é a de que os percentuais referentes as receitas obtidas terão que obrigatoriamente ser respeitados conforme proposto. Para tanto, se faz necessário que a proposta seja condizente com a capacidade de pagamento demonstrada pelas projeções econômico-financeiras, sob pena de inviabilizar o processo de recuperação da empresa. A proposta projetada de pagamento da dívida contida na Lista de Credores deste plano é dividida em três grupos: Credores Quirografários, Credores com Garantia Real e Credores Trabalhistas. Ressalta-se que caso haja exclusão de algum credor, da relação de credores apresentada pelo GRUPO EXPOENTE no processo de recuperação judicial, e sendo este crédito exigível fora do processo de recuperação judicial, o valor reservado para o pagamento deste credor neste plano será mantido para o pagamento deste valor, a este credor, fora do processo de recuperação judicial, uma vez que nas projeções já foi projetado o pagamento do crédito em questão, mantendo assim o objetivo de viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira da empresa, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 4.3.1 Pagamento da Classe I – Trabalhistas Será dada prioridade ao pagamento dos Credores Trabalhistas, conforme artigo 54 da Lei 11.101/2005, onde estes receberão integralmente seus créditos até o décimo segundo mês após a data de publicação no Diário Oficial Eletrônico do Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 48 Tribunal de Justiça do Estado do Paraná da decisão que conceder a recuperação judicial do grupo. Ressalta-se que havendo a inclusão de algum credor Trabalhista ao longo desse período de 16 anos, o montante projetado reservado ao pagamento da dívida será destinado prioritariamente para estes novos credores Trabalhistas, sendo pagos sempre 12 meses após a inscrição da dívida no Processo de Recuperação Judicial. 4.3.2 Pagamento das Classes II e III – Garantia Real e Quirografários O primeiro pagamento a ser efetuado para estas duas classes, Quirografários e com Garantia Real, ocorrerá ao final de 36 meses contados da data da publicação da decisão que conceder a recuperação judicial, após cumpridas as disposições dos artigos 61 e 63 da Lei 11.101/2005. Tal ressalva ao vínculo deste cumprimento legal se torna necessária em virtude de existirem perspectivas de crescimento de receita, fluxo operacional-financeiro e custo financeiro projetado a partir do terceiro ano vinculado ao efeito desta condição. A proposta consiste em pagamentos anuais destinando um percentual da receita líquida contabilizada pela empresa nos 12 meses antecedentes a data de pagamento. Conforme o quadro a seguir projeta-se os valores destinados ao pagamento dos Credores destas duas classes com base nos percentuais propostos: Proposta de % sobre a receita líquida destinado ao pagto. Credores Classes II e III Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 49 Período Receita Líquida % Destinado ao Pagto. Credores R$ Destinado ao Pagto. Credores ANO 1 33.076.799 0,0% - ANO 2 35.521.556 0,0% - ANO 3 38.160.173 3,0% 1.144.805 ANO 4 41.008.510 3,0% 1.230.255 ANO 5 44.083.743 3,0% 1.322.512 ANO 6 47.404.471 3,0% 1.422.134 ANO 7 50.990.836 3,5% 1.784.679 ANO 8 54.864.649 3,5% 1.920.263 ANO 9 59.049.536 3,5% 2.066.734 ANO 10 63.571.080 3,5% 2.224.988 ANO 11 68.456.992 3,5% 2.395.995 ANO 12 73.737.283 3,5% 2.580.805 ANO 13 79.444.460 3,5% 2.780.556 ANO 14 85.613.730 3,5% 2.996.481 ANO 15 92.283.229 3,5% 3.229.913 ANO 16 99.494.264 3,5% 3.472.395 Valores em Reais (R$) O valor resultante da proposta de pagamento comum será distribuído indistintamente entre os credores Quirografários e com Garantia Real, observandose três premissas: A) Parte do valor será distribuída linearmente a cada um dos credores, ou seja, pelo número de credores existentes (conforme quadro abaixo). Quando a parcela linear de um determinado credor for maior que o total da dívida individual do mesmo, o valor excedente será redistribuído linearmente entre os demais credores, até que todo o valor projetado destinado ao rateio linear seja integralmente distribuído resultando em uma parcela anual mínima; B) O valor reservado para a distribuição proporcional será rateado de acordo com a proporção do crédito individual de cada credor em relação à dívida total; C) A partir do 6º ano os pagamentos serão integralmente distribuídos de forma proporcional. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 50 O quadro a seguir demonstra as proporções dos percentuais de pagamentos aos credores Quirografários e Garantia Real, divididos entre linear e proporcional proposto neste Plano de Recuperação Judicial: Resumo de Distribuição dos Pagamentos aos Credores Classe II e III Ano Pagamento Linear Pagamento Proporcional Total Pagamento Ano 1 0% 0% 0% Ano 2 0% 0% 0% Ano 3 80% 20% 100% Ano 4 80% 20% 100% Ano 5 80% 20% 100% Ano 6 0% 100% 100% Ano 7 0% 100% 100% Ano 8 0% 100% 100% Ano 9 0% 100% 100% Ano 10 0% 100% 100% Ano 11 0% 100% 100% Ano 12 0% 100% 100% Ano 13 0% 100% 100% Ano 14 0% 100% 100% Ano 15 0% 100% 100% Ano 16 0% 100% 100% Com o intuito de privilegiar o pagamento aos Credores submetidos à recuperação, até o pagamento integral de todos os estes credores, a empresa não poderá distribuir ou constituir reserva para pagamento de lucros aos seus sócios. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 51 4.4 Resumo das liquidações de credores No próximo quadro apresenta-se um resumo das projeções de liquidações de credores, Quirografários e com Garantia Real através dos pagamentos a serem efetuados conforme se projeta neste Plano de Recuperação. Conforme a projeção destaca-se que ao final do quinto ano, aproximadamente 83% dos credores terão seus créditos liquidados integralmente, ou seja, de acordo com as propostas contidas neste plano de recuperação 237 dos 286 credores terão recebido o valor integral de seus créditos, já computados os credores das três classes. Resumo das liquidações de Credores Quirografários e Garantia Real Ano Credores Liquidados no Ano % Credores Liquidado no An o Credores Liquidados Acumulado Ano Ano 1 - 0,0% - Ano 9 Ano 2 - 0,0% - Ano 3 166 58,0% Ano 4 53 Ano 5 % Credores Liquidado no Ano Credores Liquidados Acumulado - 0,0% 237 Ano 10 - 0,0% 237 166 Ano 11 - 0,0% 237 18,5% 219 Ano 12 - 0,0% 237 18 6,3% 237 Ano 13 - 0,0% 237 Ano 6 - 0,0% 237 Ano 14 - 0,0% 237 Ano 7 - 0,0% 237 Ano 15 - 0,0% 237 Ano 8 - 0,0% 237 Ano 16 49 17,1% 286 Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE Credores Liquidados no Ano | 52 35000000 30000000 25000000 20000000 15000000 10000000 5000000 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Valores Liquidados no Ano Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Montante da dívida Gráfico ilustrativo da projeção de pagamento dos credores x involução do passivo Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 53 Ano 16 Ressalta-se que a proposta prevê pagamento prioritário dos créditos Trabalhistas, quitando-os até o décimo segundo mês após a data de publicação da decisão que homologa o Plano de Recuperação como regula o artigo 54 da Lei 11.101/2005. Para os Créditos Quirografários e com Garantia Real a proposta prevê a destinação para os credores de um percentual da receita líquida realizada pelo GRUPO EXPOENTE nos últimos 12 meses antecedentes ao pagamento, durante o período de 16 (dezesseis) anos a partir da data da publicação no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná da decisão de homologação do Plano de Recuperação e conseqüente concessão da recuperação, mantendose a data inicial observada na proposta. Logo, (i) Se a receita realizada for igual à projetada, então, ao final do 16º (décimo sexto) ano, o passivo total sujeito à recuperação judicial atualizado terá sido pago na integralidade aos credores; (ii) Se a receita efetivamente realizada for superior à projetada, então poderá ocorrer o pagamento total aos credores em um prazo inferior aos 16 (dezesseis) anos projetados sempre respeitando os percentuais da receita líquida realizada nos 12 meses anteriores ao pagamento para o cálculo do valor a ser pago; (iii) Se a receita efetivamente realizada ficar aquém da estimada, haverá um saldo remanescente ao final do 16º (décimo sexto) ano, sobre o qual outorgam os credores sobre el e remissão em favor do GRUPO EXPOENTE e seus co-obrigados, equivalendo os pagamentos até então realizados na quitação total do passivo sujeito à recuperação judicial, inclusive em relação aos co-obrigados. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 54 Vale ressaltar, que durante o período acima mencionado os Credores receberão os percentuais estipulados, sendo certo que ao final do período dar-se-á em qualquer das hipóteses acima (i, ii e iii) a quitação integral das obrigações do GRUPO EXPOENTE atinentes ao passivo sujeito à recuperação judicial, considerando-se saldadas todas as dívidas, para nada mais reclamarem os credores contra elas ou seus coobrigados. 4.5 Atualização Monetária Para a atualização dos valores contidos na lista de credores deste processo de Recuperação Judicial será utilizado o índice da Taxa Referencial, criada pela Lei nº 8.177/91, de 01.03.1991 e Resoluções CMN – Conselho Monetário Nacional – nº 2.437, de 30.10.1997, e definida pelo Governo Federal como indexadora dos contratos com prazo ou período de repactuação igual ou superior a três meses. Começará a incidir nos saldos dos passivos da Recuperação Judicial da empresa a partir da data da publicação no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná da decisão de homologação deste Plano e consequente concessão da recuperação do GRUPO EXPOENTE. 4.6 Forma de Pagamento aos Credores Fica desde já determinado que as parcelas anuais serão pagas diretamente a cada um dos Credores, dispensando-se o depósito judicial. Para que seja feito o pagamento, cada Credor deverá informar via correio eletrônico, através do e-mail: [email protected] com 10 (dez) dias de antecedência à data correspondente ao final de 12 (doze) meses após a data da publicação da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial, os seguintes dados, a saber: Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 55 〉 NOME/RAZÃO SOCIAL COMPLETA, C.P.F/MF. ou C.N.P.J/MF.; 〉 CONTATO DO RESPONSÁVEL PELA EMPRESA CONFORME SEU CONTRATO/ESTATUTO SOCIAL; E 〉 INSTITUIÇÃO BANCÁRIA, AGÊNCIA e CONTA CORRENTE PARA O DEPÓSITO. 4.7 Amortização Especial Desde já o GRUPO EXPOENTE fica autorizado pelos Credores a utilizar incondicionalmente qualquer um dos meios de recuperação descritos no artigo 50 da Lei 11.101/2005, os quais possam possibilitar a obtenção de outros recursos não contemplados nas projeções. Neste caso, ou ainda na hipótese de contar com eventuais receitas extraordinárias não previstas nas projeções que nortearam esta proposta, este poderá, a seu livre critério, promover a liquidação de dívidas dos credores antecipadamente mediante a concessão de descontos sobre o saldo devedor existente à data do evento. Caso alguma destas hipóteses venha a ocorrer, a empresa propõe as seguintes regras para regular o processo: 〉 Convocação de nova Assembléia Geral de Credores (AGC), com fim específico de deliberar sobre o tema; 〉 Durante a Assembléia o GRUPO EXPOENTE apresentará o montante de recursos disponibilizados para antecipar a liquidação de dívidas; 〉 Os Credores apresentarão o desconto percentual pelo qual estarão dispostos a ter sua dívida liquidada; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 56 〉 Serão aceitas as propostas em ordem decrescente de percentual de desconto em relação ao saldo da dívida, até que se atinja o montante de recursos informado pela empresa no início da AGC. 4.8 Baixa dos Protestos Consoante com a Lei nº 9492/1997 (Lei do Protesto) os documentos de dívida mercantil ou de serviços que comprovem o compromisso entre o credor e o devedor, em casos de não-pagamento, possuem legalmente assegurado o processo de Protesto Público, formal e solene. Isso para que fique caracterizado o descumprimento pelo devedor e comprovado por um Órgão de Autoridade e Fé Pública, com respaldo na legislação, que dá legitimidade ao protesto e autoridade a seus efeitos. A lei regulamenta um instrumento para evitar a impunidade e atitudes de má-fé, restaurando a moralidade e seriedade em qualquer transação comercial. O GRUPO EXPOENTE requereu o benefício legal da Recuperação Judicial de forma a garantir a manutenção das fontes produtoras, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação desta empresa, suas funções sociais e o estímulo à atividade econômica, e apresentam em juízo aos Credores o Plano de Recuperação Judicial, objeto deste documento, que por sua vez, após aprovado em Assembléia Geral de Credores, constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 57 Além disso, o artigo 59 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas) determina que a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos Credores implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei (concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas). Desta forma, uma vez aprovado o Plano de Recuperação Judicial, objeto deste documento, com a novação de todos os créditos anteriores ao pedido e ao plano sujeitos, e com a constituição do título executivo judicial pela decisão judicial que conceder a recuperação judicial, ficam desde já obrigados todos os Credores a ele sujeitos a cancelarem os protestos efetuados, pelo fato de não mais existir dívida mercantil ou de serviços não-pagas, enquanto o plano de Recuperação Judicial estiver sendo cumprido em seus termos aprovados. Sendo assim, serão civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem, por culpa ou dolo, pessoalmente os Credores que mantiverem os protestos vigentes enquanto o plano de Recuperação Judicial estiver sendo cumprido em seus termos aprovados. 4.9 Análise de Viabilidade da Proposta de Pagamento As projeções demonstram que o GRUPO EXPOENTE tem plena condição de liquidar suas dívidas constantes no Plano de Recuperação proposto, honrar com os compromissos não sujeitos aos efeitos da Recuperação Judicial, manter e ampliar Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 58 a atividade operacional durante o período de recuperação e após ele, reverter de maneira significativa à atual situação em que se encontra tendo em vista os seguintes pontos: 〉 A Geração de Caixa durante esse período é plenamente suficiente para a liquidação das dívidas, para a manutenção das atividades operacionais e seus novos compromissos a serem assumidos e para pagamento dos créditos não sujeitos aos efeitos da Recuperação Judicial; 〉 As ações de melhoria apresentadas nesse plano, das quais, parte já estão sendo implementadas, e o comprometimento dos proprietários e da equipe de colaboradores com os objetivos traçados são fatores altamente positivos e que tendem a garantir o sucesso do plano apresentado; 〉 As projeções mercadológicas realizadas por órgãos vinculados ao segmento/atividade do grupo para os próximos anos indicam favorável e constante elevação na demanda; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 59 5. Movimentação do ativo Importante ainda destacar que um dos expedientes recuperatórios ao teor do artigo 50 da referida Lei de Recuperação de Empresas, é a “reorganização administrativa”, medida que foi iniciada e encontra-se vigente. O GRUPO EXPOENTE desde sua fundação vem lutando pela sua consolidação e crescimento, num mercado onde atuam grandes concorrentes, verdadeiros gigantes da economia nacional. O alto dinamismo, a constante evolução, a melhor qualidade e atendimento primoroso e qualificado sempre foram absolutamente indispensáveis para a sobrevivência das empresas deste segmento. Tal situação de livre e acirrada competição acabou, ao longo dos últimos anos, por promover uma seleção natural entre as empresas concorrentes. O GRUPO EXPOENTE sempre desfrutou de um sólido conceito como rede de ensino de excelente qualidade e também na comercialização de material didático com as mais conceituadas técnicas pedagógicas, sendo reconhecida por todos os seus stakeholders por essas características. Neste sentido, é inerente a qualquer empresa e especialmente para o GRUPO EXPOENTE manter sua competitividade mercadológica – o que trará benefícios a todos os Credores – proceder à renovação constante de seus ativos existentes, a fim de manter sua infra-estrutura operacional adequada à competitividade imposta pelo Mercado. Sendo assim, após a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, a venda de quaisquer veículos, equipamentos e instalações da empresa fica desde já autorizada pelos Credores. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 60 Os recursos que porventura forem obtidos com as referidas vendas e que não forem utilizados para esta renovação serão destinados à recomposição do capital de giro do GRUPO EXPOENTE com intuito de reduzir seu custo financeiro, os quais serão devidamente registrados em seus demonstrativos contábeis, sendo respectivamente disponibilizados aos seus credores. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 61 6. Considerações Finais O Plano de Recuperação Judicial proposto atende aos princípios da Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência do Empresário e da Sociedade Empresária (Lei nº. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005 - “Lei de Recuperação de Empresas”). Neste sentido foram apresentados os meios para a Recuperação neste Plano, objeto deste documento. Salienta-se ainda que o Plano de Recuperação apresentado demonstra a viabilidade econômico-financeira das empresas através de projeções financeiras, desde que as condições propostas para o pagamento aos credores sejam aceitas. Importante ainda destacar que um dos expedientes recuperatórios ao teor do artigo 50 da referida Lei de Recuperação de Empresas, é a “reorganização administrativa”, medida que foi iniciada e encontra-se em implementação. O GRUPO EXPOENTE sempre desfrutou de um sólido conceito por ser referência em ensino na cidade de Curitiba e produtora de material didático de excelente qualidade com reconhecimento em todo o âmbito nacional. Sempre buscou diferenciar-se de seus concorrentes oferecendo produtos/ensino de alto nível aliados a um atendimento cuidadoso e personalizado aos seus clientes. Assim, num mercado fluente, dinâmico e muito difícil a empresa vem conseguindo manter uma preciosa relação de fidelidade com seus clientes, que hoje entendemos constituir seu maior patrimônio. Destacamos também a relação com fornecedores, colaboradores e concorrentes, onde a lealdade e lisura de propósitos e atos os colocam em posição de destaque, e que reafirmam com certeza, o bom conceito e respeito de que gozam no meio em que atuam. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 62 Portanto, com as projeções para os próximos anos favoráveis ao mercado onde atua, aliado ao grande know-how, combinado ao conjunto de medidas ora proposto neste Plano de Recuperação, fica demonstrado à efetiva possibilidade da continuidade dos negócios com a manutenção e ampliação na geração de novos empregos, além do pagamento dos débitos vencidos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 63 7. Nota de Esclarecimento A participação e o trabalho técnico desenvolvido pela empresa ERIMAR Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda. na elaboração deste Plano de Recuperação, deu-se através da modelagem das projeções financeiras de acordo com as informações e premissas fornecidas pelo GRUPO EXPOENTE. Estas informações alimentaram o modelo de projeções financeiras da Erimar, indicando o potencial de geração de caixa das empresas e conseqüentemente a capacidade de amortização da dívida. Deve-se notar que o estudo da viabilidade econômico-financeira se fundamentou na análise dos resultados projetados e contém estimativas que envolvem riscos e incertezas quanto à sua efetivação, pois dependem parcialmente de fatores externos à gestão da empresa. As projeções para o período compreendido em 16 (dezesseis) anos foram realizadas com base em informações da própria empresa e das expectativas em relação ao comportamento de mercado, preços, estrutura de custos e valores do passivo inscrito no processo. Assim, as mudanças na conjuntura econômica nacional bem como no comportamento da s proposições consideradas refletirão nos resultados apresentados neste trabalho. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 64 8. Conclusão Este Plano de Recuperação Judicial, fundamentado no princípio da par conditio creditorum, implica novação objetiva e real dos créditos anteriores ao pedido, e obrigam ao GRUPO EXPOENTE, e todos os Credores a ele sujeitos nos termos do artigo 59 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas), do artigo 385 da Lei nº 10.406, de 10.01.2002 (Novo Código Civil) e artigo 584, inciso III, do caput da Lei 5.869/1973 (Código de Processo Civil). A sentença concessiva da Recuperação Judicial constitui título executivo judicial, novando e substituindo todas as obrigações sujeitas à Recuperação Judicial, de forma que, enquanto cumpridos os termos do presente Plano, estarão desobrigados de responder pelos créditos originais seus avalistas, fiadores e coobrigados. A ERIMAR Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda. que elaborou este Plano de Recuperação Judicial, acredita que o processo de reestruturação administrativa, operacional e financeira, bem como as correspondentes projeções econômico-financeiras detalhadas neste documento, desde que sejam implementadas e realizadas, possibilitará que o GRUPO EXPOENTE mantenha-se viável e rentável. Também acredita que os Credores terão maiores benefícios com a implementação deste Plano de Recuperação, uma vez que a proposta aqui detalhada não agrega nenhum risco adicional. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 65 Curitiba, 29 de Julho de 2010. ERIMAR ADMINISTRAÇÃO E CONSULTORIA DE EMPRESAS S/S LTDA. Anuentes ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL EXPOENTE LTDA. C.N.P.J/MF nº 80.531.015/0001-15 ANE CLASS – PARTICIPAÇÃO E ADM. DE BENS LTDA. C.N.P.J/MF nº 06.216.633/0001-18 Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 66 9. Laudo de Avaliação de Bens e Ativos Plano de Recuperação Judicial | GRUPO EXPOENTE | 67