Fundamentos de Electrónica Díodos Roteiro O Díodo ideal Noções sobre o funcionamento do Diodo semicondutor Equações aos terminais Modelo de pequenos sinais Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 2 O Díodo Ideal Vd 0 - circuitofechado Um díodo consiste num dispositivo capaz de permitir a passagem de corrente num sentido e impedir no sentido oposto. Vd 0 - circuitoaberto Símbolo do díodo Característica do díodo Id cátodo ânodo + Vd Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 Vd Id corrente 3 Modelo simplificado Vd 1 / rd Id 0,7V vD 0.7V rD Devido ao carácter exponencial da característica do Diodo Vd pode ser bem aproximado por 0.7V para um grande gama de valores de Is e correntes. A resistência rd assume normalmente valores reduzidos Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 4 Rectificador de corrente Re ctidicador de Corre nte D1 15 10 10V 100Hz 0Deg Amplitude V1 R1 5 0 0 0,005 0,01 0,015 0,02 -5 -10 -15 te m po (s ) 2 D2 Rectificador de onda completa V1 10V 100Hz 0Deg 4 1 15 R1 1B4B42 Nota: a massa na saída não é igual á massa na entrada Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 Amplitude 3 10 5 0 -5 0 50 100 150 200 250 -10 -15 tempo (segundos) 5 Fonte linear R1 0.5ohm D1 R2 C1 T1 100ohm 200uF 311.13V 50Hz D3 R3 500ohm V1 220 V rms 26:1 D2 Ajuste final num programa de simulação Fonte com tensão DC de 5V e capaz de fornecer 25mV de corrente. Diodo de Zener tem 10 para Iz=20mA que necessita de uma corrente de cerca de 5mA para funcionar correctamente. Escolhendo uma tensão de pico no secundário de 12V de forma a distribuir cerca de 3V para oscilação no condensador, 3V para queda de tensão na resistência, e 1 V de queda de tensão nos diodos temos: C1 = I t / V = (25mA+5mA) / 50 Hz / 3 V = 200uF A resistência R2 deve ser suficientemente pequena para fornecer os 30mA à carga mas deve limitar ao máximo a corrente no zener (a 30mA) quando a carga é de impedância elevada e a tensão no condensador toma valores máximos, para limitar a potencia dissipado por este, ou seja devemos ter R2=3V/ 30mA= 100 . Mas este assunto não é inteiramente desta cadeira. A resistência R2 é responsável por perdas na fonte. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 6 Fonte comutada D1 R1 0.5ohm J1 C1 T1 C2 R3 500ohm 311.13V 50Hz V1 220 V rms D2 Um exemplo muito simples de uma fonte comutada (conversor AC/DC). Sempre que o a tensão em C2 baixe dos 5V J1 liga e desliga quando subir acima dos 5V. O interruptor liga e desliga com uma frequência elevada de forma a manter uma tensão continua de 5V na saída. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 7 Aplicações Porta OR Porta AND Circuitos limitadores D1 VDD 5V D2 R1 D3 R1 Multiplicador de tensão D1 Formatador de Seno D2 etc D3 Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 8 A Junção p-n Junção p-n É uma aproximação do diodo real. Constituída pela junção de dois materiais semicondutores, tipo-p e tipo-n. p n Semicondutor tipo-p Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 Semicondutor tipo-n 9 A junção p-n em equilíbrio termodinâmico A junção dos dois semicondutores produz uma corrente de difusão de electrões livres e de lacunas de tal forma que se forma uma barreira de potencial. Região de depleção + p NA E - V + + + N N VO VT ln A 2 D ni - n ND Diferença de potencial, V < 0 0 Campo eléctrico (E) Potencial (V) Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 x VO 10 A junção p-n em equilíbrio termodinâmico 0 Campo eléctrico (E) x V E x Potencial (V) - Carga 0 p(x) + p p0 N A Escala logarítmica 2 n(x) E x n n p0 i NA p pn ( x) pn0 e v( x) Vt Região de depleção - W Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 x 2 ni pn 0 ND nno N D n 11 Região de depleção Devido à recombinação entre electrões e livres e lacunas existe uma região em que a concentração destes está bastante abaixo do restante: Região de depleção ou região de transição Região de depleção + p E - V + + + Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 n 12 Junção polarizada inversamente Polarização inversa - p - + + + n + -+ Provoca o alargamento da região de depleção e o aumento da barreira de potencial, até bloquear a passagem da corrente. Funciona como um condensador cuja carga é armazenada na região de depleção. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 13 Junção polarizada directamente Polarização directa + p - + + + n - + Provoca o estreitamento da região de depleção e a diminuição da barreira de potencial. Facilita a passagem da corrente. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 14 Equações aos terminais id I S e vd nVt Dp D n I s A q ni L N L N n A p D 1 2 kT VT 25m V q Lp Dp p Caracteristca de um Diodo com Is=10e-14A Ln Dn n Comprimento de difusão I S corrente Corrente (A) Tempo de vida médio 0,1 Vd~0,7V 0,08 0,06 0,04 0,02 0 de saturação Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 0 0,2 0,4 0,6 0,8 Tensão (V) 15 Região de disrupção Efeito de Zener Se a tensão inversa aplicada a um díodo for muito forte dáse um fenómeno de disrupção, segundo o qual o díodo passa a conduzir. Existem dois efeitos que podem dar origem á disrupção: O campo eléctrico é suficientemente forte para gerar pares electrão buraco na região de depleção. Resulta em díodos com esta região bem definida. Efeito de Avalanche A energia cinética dos portadores minoritários sobe a influência do campo eléctrico é suficiente elevada para quebrar as ligações covalentes. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 16 Sensibilidade à temperatura Vbe varia cerca de -2mV/Cº para valores semelhantes de Ic. ic 0,12 0,1 0,08 0,06 0,04 0,02 0 -0,1 0 -40ºC 27ºC 120ºC 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 Vbe Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 17 Característica do Díodo (com zona de disrupção) Id Tensão de Disrupção (Vz) 0.7V Vd Disrupção Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 18 A capacidade da junção (em polarização inversa) Largura variável da região de depleção: 2 1 1 VO VR dep s q N A N D N N VO VT ln A 2 D ni q Cj V A carga armazenada não é proporcional à tensão. De facto a tensão aumenta aproximadamente com o quadrado da carga. Para pequenos sinais: Cj C j A s / dep C j0 VR 1 VO Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 s q 1 1 1 1 C j0 A N N D VO 2 A 19 Modelo de pequenos sinais iD I D id vD VD vd Desde que: vd VD v d(t) id(t) Id D1 id(t) Vd n VT rd ID Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 1 / rd Vd vd(t) 20 Modelo de pequenos sinais nvVD t iD I S e 1 f (vD ) nvVD t I S e 1 ID 1 f ' VD n Vt n Vt rd Fórmula de Taylor iD f VD f ' VD vD VD iD I D vd / rd vD VD vd id vd / rd vD VD vd n Vt rd ID i D I D id Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 21 Análise de pequenos sinais (CA) Passos Análise de grande sinais (CC- corrente continua) para calcular o Ponto de Funcionamento em Repouso, PFR (Id) Cálculo dos parâmetros do modelos de pequenos sinais, rd. Análise de pequenos sinais Anular as componentes de CC das fontes, ou seja remover as fontes de corrente e curto circuitar as fontes de tensão. Substituir os componentes não lineares pelos seus equivalente lineares para pequenos sinais Fazer uma análise do circuito resultante Opcional: somar as componentes de pequenos sinais (CA) com as componentes CC. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 22 Modelo de alta-frequência Capacidade da junção Polarização inversa Cj C j0 VR 1 VO m Polarização directa C j 2C j 0 Capacidade de difusão Q P I P n In Q T I LP D p p T Cd VT I Rd Tipo-p Cj Cd Região de depleção n(x) Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 Tipo-n p(x) n p0 Carga armazenada n Vt rd Id xp pn 0 xn 23 Circuitos limitadores V2 12V Circuito de clamping Duplicador de tensão 2Vpp Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 24 Díodos especiais Schottky-barrier díodo Varactors Condensadores variáveis, coeficiente m=3, 4 Photodiodes Metal semicondutor tipo n Para dopagem elevada não se produz díodo (contactos ohmicos) Vd de 0.3 a 0.5V Muito utilizado em circuitos de Arseneto de Gálio (As-Ga) Díodo polarizado inversamente Fotões incidentes na região de depleção geram pares electrão lacunas que transportam corrente (sensores de luminancia) Polarização directa corresponde às células solares LEDs A recombinação de pares electrões lacunas gera fotões Led+photodiodo = isolador óptico Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 25 Modelo SPICE C D Cd C j Corrente de Saturação Coeficiente de emissão Resistência ohmica Tensão intrinseca Capacidade da junção com polarização nula Coeficiente de gradiente IS 10e-14 A N 1 RS 0 VO VJ 1V CJ 0 m CJ 0 0F M 0,5 IS n RS RS T TT 0s Tensão de disrupção VZK BV inf Corrente inversa na saturação I ZK IBV 1e-10A Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 VT Id C j0 VR 1 VO m nvVd id I S e t 1 + Id Vd Tempo de transito T Cd - 26 Lei da junção O aumento da energia potencial das lacunas (com o aumento do potencial) implica uma diminuição da energia cinética destas e a diminuição do número de lacunas pn ( x) pn0 e v( x) Vt n p ( x) n p 0 e 2 p(x) n pn 0 i ND nno 2 n(x) v( x) Vt n n p0 i NA p Região de depleção - W Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 n 27 Cálculo da corrente aos terminais pp N A No fim da região de depleção temos: vD v D v ( 0) Vt pn (0) pn0 e Região de depleção Lx vD Vt P pn ( x) pn 0 e e 1 1 e 0 pn (0) pn 0 2 LP n pn 0 i ND Como nesta zona só existe corrente de difusão (o campo eléctrico é nulo), temos que a componente da corrente devida às lacuna é dada por: 2 v 1 pn ( x) ni VtD i p AqDP AqDP e 1 x ND LP Como a corrente de electrões ou de lacunas é aproximadamente constante ao longo da junção, iD juntando a corrente devida aos electrões livres fica: DP DN A q ni N D LP N A LN Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 2 vVtD e 1 28 Cálculo da corrente aos terminais Notas: Em regime estacionário (equilíbrio termodinâmico) temos Vd=0 e v(0)=0V e portanto pn(0)=pn0 Aplicar uma tensão aos terminais do díodo provoca uma diminuição de v(x) relativamente ao que se passa para a junção em equilíbrio termodinâmico, resultando v(0)=-Vd o que provoca um aumento de pn(0). O campo eléctrico no exterior da junção é pequeno mas não será nulo devido à igualdade dos integrais de linha do campo pelo interior e pelo exterior da junção. Díodo semiconductor, Paulo Lopes, ISCTE 2003 29