UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO SIMONE LEITE COSTA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE DO QUEIJO DE COALHO EM LATICÍNIOS RECIFE - PE 2009 SIMONE LEITE COSTA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA QUALIDADE DO QUEIJO DE COALHO EM LATICÍNIOS NO AGRESTE DE PERNAMBUCO Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de Especialista em Gestão da Qualidade Vigilância Sanitária em Alimentos. Orientador: João Alves do Nascimento Júnior UNIVASF RECIFE - PE 2009 SIMONE LEITE COSTA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE DO QUEIJO DE COALHO EM LATICÍNIOS Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de Especialista em Gestão da Qualidade Vigilância Sanitária em Alimentos. Orientador: João Alves do Nascimento Júnior UNIVASF APROVADO EM ____/____/____ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________ Prof. MSc. João Alves do N. Júnior Orientador - Presidente ___________________________________________ Profa. Dra. Tereza Sales - UFERSA Primeiro Membro ___________________________________________ Profa. Dr. Alexandro ìris - EQUALIS Segundo Membro Á minha família, pelo apoio durante todas as fases de minha vida. AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da vida, pela ajuda e proteção, pela Sua força e presença constante, e por me guiar à conclusão de mais uma preciosa etapa de minha vida; Aos meus pais (Joaquim e Miriam) pelo apoio incondicional em todas as etapas de minha vida; Às minhas irmãs (Débora e Bianca) e as minhas amigas (Márcia e Fabiana) pelo incentivo, pela ajuda nas visitas aos laticínios e pelos momentos de angústia e stress compartilhados durante a realização do trabalho; Ao professor João pela disponibilidade e paciência; A todos que torceram por mim e que de alguma forma me deram força para realização deste trabalho; A Empresa Bom Leite por ceder os laboratórios para realização das análises físicoquímicas e microbiológicas. RESUMO O queijo de coalho é um queijo largamente fabricado, principalmente nos estados do nordeste do Brasil (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba). Nestes estados, o queijo de coalho se destaca entre os principais tipos de queijos artesanais de fabricação e consumo comprovadamente incorporados à cultura regional, de tradição secular, transferido de geração a geração. Com o objetivo de avaliar as condições higiênico-sanitárias de obtenção do queijo de coalho nos laticínios e a qualidade do produto final, foram coletadas 12 amostras de queijo de coalho em diferentes laticínios. As amostras foram coletadas em laticínios durante visitas no período de setembro a dezembro de 2008 e conduzidas sob conservação para o laboratório da empresa Bom Leite, o Laboratóio de Análise de Alimentos e Água – LAMEN e para o Laboratório da PROGENE na UFRPE. Dentre as empresas visitadas, foram encontradas unidades de processamento nos mais variados níveis tecnológicos, desde aqueles que processavam em locais totalmente inadequados, até outros que possuíam inspeção estadual e federal. Os resultados obtidos indicam as condições higiênico-sanitárias inadequadas, mão-de-obra carente, falta de treinamentos específicos para produtores e fabricantes. Palavras chave: queijo de coalho, higiene, microbiologia. ABSTRACT The cheese curd is a cheese largely manufactured, mainly in the states of northeastern Brazil (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte and Paraíba). In these states, the cheese curd stand out from among the main types of cheese production and consumption of craft demonstrably incorporated into the regional culture of secular tradition, passed from generation to generation. Aiming to evaluate the sanitary-hygienic conditions of obtaining of rennet in cheese dairy and quality of the final product were analyzed 12 samples of cheese of rennet from different dairy. The samples were collected in dairy during visits in the period September to December of 2008 where it was brought under conservation laboratory for the company’s Bom Leite for LAMEN (Laboratory Analysis of Food and Water) and Laboratory of PROGENE in UFRPE. Processing units were found in different technological levels, from those processed in places totally inadequate, by others who had state and federal inspection. The results indicate the inadequate sanitary-hygienic conditions, labor-poor, lack of specific training for producers and manufacturers. Key words: the cheese curd, hygiene, microbiology. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Estado de conservação e condições higiênicas das indústrias 30 Tabela 2 – Condições de higiene dos equipamentos e utensílios e acondicionamento 32 correto dos queijos Tabela 3 – Resultados das análises físico-químicas realizadas no leite destinado à produção do queijo de coalho 41 Tabela 4 – Resultados das análises de CCS (contagem de células somáticas) e CBT 42 (contagem bacteriana total) 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Laticínios visitados durante a realização do trabalho......................................... 20 Figura 2 – Laboratório físico-químico................................................................................. 22 Figura 3 – Laboratório microbiológico................................................................................ 23 Figura 4 – Resultados das análises microbiológicas............................................................ 25 Figura 5- Instalações dos laticínios visitados....................................................................... 27 Figura 6 – Conservação do queijo de coalho....................................................................... 28 Figura 7 – Equipamentos e utensílios usados na fabricação dos queijos............................. 30 Figura 8 – Nível de escolaridade dos manipuladores de queijos......................................... 32 Figura 9 – Participação de treinamentos pelos manipuladores dos queijos......................... 32 Figura 10-Existência de local adequado e técnica correta para higienização das mãos dos manipuladores dos queijos................................................................................................... 33 Figura 11 - Condições de higiene das unhas dos manipuladores dos queijos...................... 34 Figura 12 - Uso de proteção para cabelos dos manipuladores dos queijos.......................... 34 Figura 13 - Uso de luvas na manipulação do queijo de coalho............................................ 35 Figura 14 – Utilização de uniformes pelos manipuladores de queijos................................. 35 Figura 15 - Realização dos exames laboratoriais periódicos pelos manipuladores dos 36 queijos.................................................................................................................................. 10 Figura 16 – Queijo com olhaduras....................................................................................... 37 Figura 17 - Resultados das análises para coliformes dos queijos coletados nos laticínios.. 38 Figura 18 - Resultados das análises para Staphylococcus coagulase positiva dos queijos.. 39 11 SUMÁRIO . 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 13 3 OBJETIVO...................................................................................................................... 19 2.1. Objetivo Geral.................................................................................................... 19 2.2. Objetivos Específicos......................................................................................... 19 4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................... 4.1. Local do Estudo................................................................................................. 4.2. Coleta e Processamento de dados..................................................................... 4.3. Método................................................................................................................ 20 20 20 21 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 26 6. CONCLUSÃO............................................................................................................... 43 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 44 ANEXO A.......................................................................................................................... 48 12 1. INTRODUÇÃO O leite é composto por mais de 100.000 tipos de moléculas, constituindo assim um dos alimentos mais completos que se conhece, oferecendo grandes possibilidades de processamento industrial para obtenção de diversos produtos (FERRAZ et. al, 2005). O valor nutritivo do leite e seus derivados lácteos, para a alimentação humana, devem-se não somente ao papel que desempenham como provedores de certos nutrientes essenciais, mas também à forma, a distribuição equilibrada e a fácil metabolização com que esses elementos composicionais se encontram no leite (VICENZI, 2006). A importância da ciência e da tecnologia de alimentos na melhoria da qualidade de vida do ser humano é ressaltada pela vital necessidade de se ter alimentos saudáveis, com alto valor nutricional, disponíveis e acessíveis à população. Desde o nascimento do ser humano, o leite apresenta-se quase indissociável de sua alimentação. Os avanços nas técnicas relacionadas às etapas de produção, processamento e distribuição de leite têm favorecido ainda mais o seu consumo, principalmente o de origem bovina (SILVA, 1997). A fabricação de queijos data dos tempos mais remotos. Na Bíblia, são feitas alusões sobre o uso dos derivados do leite, no ano de 1.050 a.C, quando o rei David já se referia à sua fabricação (SOUZA, 1960). Na América do Sul, a primeira indústria de queijos foi construída no Brasil, em Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, em 1888, pela iniciativa do Dr. Carlos Pereira de Sá Fortes (NOVAIS, 1988). O queijo de coalho é um queijo largamente fabricado principalmente nos estados do nordeste do Brasil. Nesta região o queijo de coalho se destaca entre os principais tipos de queijos artesanais de fabricação e consumo comprovadamente incorporados à cultura regional de tradição secular, transferido através de gerações. Devido às características como sabor peculiar e principalmente sua maneira de consumo, este queijo vem, a cada dia, ganhando novos consumidores. Durante este trabalho, foram encontradas muitas falhas no processamento, desde a recepção do leite, fabricação, armazenamento, os resultados obtidos, principalmente na microbiologia o que mostra a grande deficiência no processo produtivo e na manipulação destes queijos e conseqüentemente o que põe em risco a saúde do consumidor. Com tudo isso se vê a necessidade de padronizar o processo de fabricação do queijo de coalho dentro dos padrões de segurança alimentar e assegurar um produto final de qualidade ao consumidor. 13 2. REVISÃO DE LITERATURA O Ministério da Agricultura e do Abastecimento estabelece no Regulamento técnico de Identidade e Qualidade do Queijo de Coalho (BRASIL, 1996) como o produto que se obtém por coagulação do leite por meio de coalho ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácteas selecionadas e comercializadas normalmente com até 10 (dez) dias de fabricação. É classificado como queijo de média a alta umidade, de massa cozida ou semi cozida, apresentando um teor de gordura no extrato seco entre 35,0 e 60%. É permitida a adição de condimento ao queijo desde que posteriormente mencionado no rótulo. O queijo deverá apresentar uma consistência semidura, elástica; uma textura compacta (sem olhaduras mecânicas) ou aberta com olhaduras mecânicas; a cor é branca amarelada uniforme; o sabor brando ligeiramente ácido e salgado; o odor ligeiramente ácido de coalhada fresca; a casca é fina e não muito bem definida; formato e peso variáveis. O leite poderá ser integral ou padronizado e deverá obrigatoriamente ser pasteurizado, a adição dos ingredientes fermento lático e cloreto de cálcio pode ser opcional (BRASIL, 2001). Este tipo de queijo é uma variedade não maturada, para consumo imediato e de curta durabilidade no mercado (FURTADO, 1999). Apesar dos padrões legais estabelecidos acima, o queijo de coalho é produzido há mais de 150 anos, em vários Estados da Região Nordeste do Brasil a partir de leite de vaca cru e/ou leite pasteurizado. Pelo fato de não necessitar de equipamentos caros, pode ser explorado, com êxito, nas comunidades rurais. Trata-se de produto popular e que faz parte da cultura da região Nordeste; entretanto, não existe padronização do seu processo de elaboração, sendo comum o emprego do leite cru, o que coloca em risco a saúde do consumidor. A maioria dos queijos de Coalho é fabricada em pequenas fazendas rurais e/ou em pequenas queijarias urbanas ou rurais. O consumo de queijo no Brasil a partir da década de 70, aumentou significativamente (ABIQ, 2005). O queijo de Coalho é muito consumido no nordeste brasileiro, principalmente nos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, e é fabricado, de forma artesanal, comprometendo, na maioria dos casos, a qualidade do produto e a saúde do consumidor. Para evitar esse problema, esse queijo deve ser elaborado com leite pasteurizado (NASCIMENTO et al. 2001). Segundo Aquino (1983), no Brasil a produção desse queijo é restrita à região nordestina, 14 onde é encontrado principalmente, nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A fabricação e comercialização desses produtos são atividades muito importantes para a economia regional, e são desenvolvidas por uma parcela considerável de pequenos produtores estabelecidos principalmente na zona rural, significando sua principal fonte de renda, já que esses produtos são largamente consumidos. A indústria queijeira na Região Nordeste, divide-se, basicamente. Em dois segmentos: o das médias empresas, fiscalizadas por órgãos oficiais, e o das pequenas unidades artesanais, localizadas, principalmente, no meio rural, sem qualquer fiscalização. A fabricação do queijo de coalho também ocorre em algumas indústrias regulamentadas e inspecionadas pelo Ministério da Agricultura, porém predomina a manufatura de queijos padronizados tipo Minas, Prato e Mussarela. A quantificação da produção artesanal não consta em estatísticas oficiais: no entanto, sabe-se da existência de numerosas unidades de produção caseira e de fazendas produtoras. Segundo Guimarães (1982) apud Ventura (1987), 80% da produção é originada de pequenas fábricas, isto é, tem origem artesanal. A produção rural de queijo de coalho tem participação considerável na economia, colocandose como extremamente expressiva na formação de renda dos produtores de leite, principalmente daqueles que não tem acesso às usinas de beneficiamento. Porém estes não contam com tecnologias apropriadas, necessitando aperfeiçoar seu processo de fabricação para melhorar a qualidade do produto, sem promover a sua descaracterização, pois o produto obtido tradicionalmente é possuidor de grande popularidade (LIMA, 1996). A diversificação da metodologia para a manufatura do queijo de coalho pode ser constatada na produção de vários fabricantes. O processamento desses produtos não se encontra bem definido, o que leva à falta de padronização do queijo de coalho. Por sua composição completa e balanceada, o leite, principal matéria-prima para a fabricação de queijos, é um substrato ideal para o desenvolvimento de diversos microorganismos. A presença e/ou quantidade destes microorganismos nos queijos é relacionada à qualidade de matéria-prima (influenciada pela sanidade dos animais, obtenção do leite, equipamentos, manipulação e manutenção), ao beneficiamento (tratamento térmico, manipulação e armazenamento), à tecnologia de fabricação utilizada (adição de culturas, ácido lático, coalho) e à distribuição do produto (temperatura de conservação) (NICOLAU et al., 2001). Dependendo do tipo e quantidade de microorganismos presentes pode haver significativas alterações nos queijos, que podem diminuir seu valor de comercialização ou torná-lo impróprio para o consumo (TRONCO 2003). Pra o produto ser de boa qualidade é ponto determinante para o sucesso da fabricação que a matéria-prima tenha qualidade. Programas 15 voltados ao pagamento de leite pela qualidade, incluindo, contagem de células somáticas, diminuição das sujidades, aumento do teor protéico, têm sido adotados pelas indústrias e com a entrada em vigor da portaria 51 torna-se obrigatório. Dados do (PNQL) Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite alertam as indústrias que cerca de 2% do leite entregues nas usinas chegam ácidos. Para tanto é necessário que fazendeiros, técnicos, veterinários, gerentes e diretores devem se atentar, orientar e propiciar as condições higiênico-sanitárias aos rebanhos e estábulos, sempre os acompanhando e monitorando-os, como, por exemplo, a contagem de células somáticas, que chega a causar perdas de até 8% na produção. Para se produzir leite de boa qualidade, são necessário à verificação da higienização dos utensílios, panos, mãos do ordenhador, ordenhadeiras mecânicas, baldes, latões, tanques de expansão e caminhões tanques. Para assegurar um leite de qualidade e baixa contagem microbiana, um rápido resfriamento se faz necessário. A não determinação de resíduos de antibióticos é outro erro que muitas indústrias vêm cometendo, acreditando estarem economizando. Os antibióticos são encontrados no leite por introdução voluntária fraudulenta, adicionado pelo produtor para prolongar a durabilidade do leite e por via indireta, oriunda do tratamento terapêutico de vacas com algum tipo de infecção, especialmente mamite. O antibiótico no leite para queijo pode levar a problemas como queijo fica muito macio (úmido), inibem as bactérias do fermento, propiciando o desenvolvimento das bactérias formadoras de gases, já que são mais resistentes a antibióticos. Portanto, para fabricar queijo de coalho além da técnica e ciência requer muita competência por parte do fabricante e muita atenção aos detalhes no processo produtivo. A qualidade dos leites é controlada pelos institutos de saúde pública por meio de testes específicos que envolvem a determinação da densidade, teor de gordura, rancidez, acidez, e a presença de aditivos usados para a conservação ou materiais estranhos ao leite para esconder seu “batismo” com água (LISBOA; BOSSOLANI, 1997). A globalização de mercados, em função da grande e variada oferta de produtos lácteos importados, induziu o consumidor brasileiro a tornar-se mais exigente em relação à qualidade dos produtos oferecidos. A indústria laticinista, por sua vez, tem se modernizado e exigido do produtor um leite de melhor qualidade, na tentativa de tornar-se mais competitiva. Dentro desse contexto, nos próximos anos, serão implementadas normas nacionais de padrões de qualidade de leite, determinadas pelo Programa Nacional da Qualidade de Leite, do Ministério da Agricultura (RIBEIRO et al., 2000) e pela Normativa 51 já em vigor (BRASIL, 2002). 16 A fabricação do queijo de coalho, baseada na metodologia descrita por TEIXEIRA (1996) deve seguir as seguintes etapas: a) Seleção da matéria-prima: leite integral de boa qualidade. b) Pasteurização: por meio de aquecimento à temperatura de 65°C, por 30 minutos, ou a 72°C, por 15 segundos, com posterior resfriamento, em água corrente para 38°C ou 40°C. c) Adição de Ingredientes: Cloreto de Cálcio: adicionar 20 gramas em 100 litros de leite. Fermento Lático: adicionar 1 litro para 100 litros de leite. Coalho Líquido: adicionar puro ou diluído em água, 70 ml a 100ml em 100 litros de leite. d) Coagulação do Leite: após a adição dos ingredientes, o leite coagulará, em 40 minutos. e) Corte da Coalhada: o corte da coalhada é realizado com um equipamento denominado de lira, no sentido horizontal e vertical, de forma que o grão de massa fique entre 1,2 e 1,5 cm. f) Repouso da Massa: após o corte, a massa deve ficar em repouso, por três a cinco minutos. 1ª Mexedura: fazer a agitação lenta e contínua na massa, com agitador de aço inoxidável por 20 minutos. 2ª Mexedura e Cozimento da Massa: Esta etapa consiste em mexer continuamente a massa até que atinja entre 45°C e 55°C. Ponto da Massa: verifica-se o ponto da massa, quando os grãos prensados nas mãos formam um bloco único. Ao tentar quebrá-lo, percebe-se uma liga bem suave. Retirada do Soro e Coleta da Massa: retirar cerca de 90% do soro, adicionar o sal à massa na proporção de 600 a 700 gramas, para cada 100 litros de leite utilizados; coletar a massa, em formas providas de dessoradores. Prensagem dos Queijos: transportar os queijos para prensas coletivas verticais ou individuais. Prensar por 30 minutos, com 8 a 10 vezes o peso do queijo. Em seguida virar os queijos dentro das próprias formas e prensar com igual peso por três a quatro horas. Embalagem: feita em sacos plásticos, do tipo Cray-o-vac. A avaliação da qualidade de um alimento constitui um dos parâmetros mais importantes para se conhecer: as atividades de higiene de higiene com que foi preparado, os riscos que podem oferecer à saúde do consumidor a vida útil pretendida e se está de acordo com os limites estipulados pela legislação específica para seu controle (FRANCO, 1995). As bactérias do grupo coliforme são consideradas como os principais agentes causadores de contaminação associados à deterioração de queijos, causando fermentações anormais e estufamento precoce dos produtos (OLIVEIRA et al., 1998; ALMEIDA; FRANCO, 2003). Incluem todos os bacilos Gram negativos, aeróbios e anaeróbios facultativos, que não formam 17 esporos e são capazes de fermentar a lactose com produção de gás em 24 – 48 horas a 35°C (coliformes totais), e 44,5°C – 45,5°C (coliformes fecais), em meio de cultura sólida ou líquida (SILVA et al., 2001). O grupo coliforme fecais compreende bactérias originárias do trato gastrointestinal de humanos e de outros animais de sangue quente. Os representantes desse grupo são destruídos pela temperatura de pasteurização. Sendo assim, a presença de coliformes em alimentos processados é considerada uma indicação útil de contaminação pós-sanitização ou pósprocesso (principalmente no caso de pasteurização), evidenciando práticas de higiene e sanitização aquém dos padrões requeridos para o processamento de alimentos (SILVA et al., 2001). A contaminação microbiana de queijos merece destacada atenção ao considerar que bactérias patogênicas e enterotoxigênicas como Salmonella e Staphylococcus aureus são comumente encontrados em derivados lácteos. Na primeira ocorre infecção por bactérias vivas nos alimentos, e na segunda ocorre a produção de toxina pelo crescimento da bactéria no alimento (ALMEIDA; FRANCO, 2003). Estas bactérias e metabólitos microbianos podem causar infecções e/ou intoxicações alimentares no ser humano (CÂMARA et al., 2002). Levantamentos epidemiológicos realizados em vários países situam as salmonellas entre os agentes patogênicos mais freqüentemente encontrados em surtos de toxiinfecção de origem alimentar, e os produtos de laticínios são ainda um dos mais importantes veículos de transmissão de Salmonella sp (ÁVILA; GALLO, 1996). Os Staphylococcus aureus produz uma série de enzimas que podem contribuir para a sua patogenicidade, tais como a coagulase, catalase, desoxirribonuclease (DNAse), lípase, termonuclease (TNase), bem como uma toxina hemolítica, cuja produção está associada com a virulência (MARQUES et al., 2006). A princípio, a capacidade de produção das enterotoxinas era considerada característica exclusiva de membros da espécie Staphylococcus aureus, cuja maioria é produtora da enzima coagulase. Assim, o teste de presença da enzima coagulase passou a servir como marcador de enterotoxigenicidade quando da identificação de estafilococos presentes em alimentos implicados em surtos de intoxicação. No ano de 2001 a Legislação Brasileira de Padrões Microbiológicos para Alimentos sofreu alteração, segundo a qual a determinação de S. aureus foi substituída por enumeração de “estafilococos coagulase positiva” (BRASIL, 2001). Entretanto, dados da literatura têm demonstrado que espécies coagulase negativas podem possuir a capacidade de produção de enterotoxinas em meio de cultivo laboratorial, isoladas de alimentos como leite (VERNOZY – ROZAND et al., 1996). Quanto aos padrões microbiológicos do queijo de coalho deve apresentar contagem máxima 18 de 5,0 x 10 NMP. g para coliformes fecais; 1,0 x 10 UFC. g para Staphylococcus aureus; e ausência de Salmonella sp em 25g de amostra (BRASIL, 1996). Para atender aos padrões regulamentares, as condições higiênicas e sanitárias da produção e beneficiamento do leite, assim como dos locais de fabricação de queijos devem seguir uma rigorosa fiscalização (LEITE et al., 2001). 19 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral: Verificar a qualidade do queijo de coalho produzido em laticínios de três municípios do Agreste Pernambucano, avaliando desde o perfil das instalações; mão-de-obra, estocagem e procedimento de higienização, até as condições microbiológicas dos produtos e comparar os resultados obtidos com a literatura e legislação. 3.2 Objetivos Específicos: 1) Verificar as condições de higiene das instalações, equipamentos e utensílios e acondicionamento dos alimentos; 2) Avaliar as condições de higiene e saúde dos manipuladores; 3) Pesquisar a presença de Salmonella sp; 4) A contagem de Staphylococcus coagulase positiva; 5) Contagem de coliformes termotolerantes; 6) E comparar os resultados obtidos com a legislação. 20 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Local O estudo foi realizado em 12 laticínios (Figura 1), sendo cinco em São Bento do Una, cinco em Cachoeirinha e dois em Capoeiras, todos no Estado do Pernambuco. Figura 1 - Laticínios Visitados 4.2 Coleta e processamento de dados Foram coletadas 16 amostras de leite e 12 amostras de queijo de coalho nos laticínios. Para o 21 levantamento dos dados das indústrias de laticínios utilizaram-se questionários (ANEXO A), abordando aspectos: higiene das instalações, higiene e saúde dos manipuladores, condições dos equipamentos e utensílios e acondicionamentos dos queijos. Para avaliação microbiológica e físico-química, foram realizadas análises microbiológicas de acordo com a metodologia indicada por Resolução RDC n° 12 de 02 de janeiro de 2001 e pela IN 51. 4.3 Método Foram visitados doze laticínios e nessas visitas coletamos 16 amostras de leite e 12 amostras de queijo de coalho durante os meses de setembro a dezembro de 2008. No momento da coleta eram aplicados questionários aos manipuladores de queijo abordando aspectos como higiene das instalações, higiene e condições de saúde dos manipuladores, tipos de análises realizadas na matéria-prima, condições dos equipamentos e utensílios e acondicionamento dos queijos (temperatura). As amostras de leite eram coletadas em potes plásticos e acondicionados em isopor com gelo e as amostras do queijo de coalho eram coletadas no local de produção e acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e conservados à temperatura de refrigeração também em isopor com gelo, e transportados imediatamente ao Laboratório da Bom Leite Industrial Ltda e ao Laboratório de Análise de Alimentos e Água (LAMEN) e também enviadas para o laboratório do Programa Nacional da Qualidade do Leite (PNQL) na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). As análises físico-químicas do leite e as análises microbiológicas do leite e do queijo de coalho eram realizadas imediatamente após a chegada das amostras ao laboratório. No laboratório físico-químico da Bom Leite Industrial Ltda., realizamos análises físicoquímicas (Figura 2) conforme técnicas preconizadas pelo LANARA (BRASIL, 1981) como densidade a 15°C, índice crioscópico (crioscópio eletrônico ITR MK 540), gordura e proteína (através de aparelho eletrônico de ultrassonografia, EKOMILK), pesquisa de antibióticos através do KIT CHARM e SNAP (pesquisa de resíduoas de tetraciclina e betalactâmicos) e no laboratório do PROGENE –UFRPE foram realizadas análises de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT). 22 Figura 2 – Laboratório físico-químico No laboratório microbiológico (Figura 3) da Bom Leite e LAMEN, as amostras eram abertas assepticamente e logo após era feita a limpeza externa da embalagem com álcool 70% para a remoção dos contaminantes presente, foi verificado se houve a presença de material estranho no interior do produto, assim como odor e/ou aparência estranha. Foram realizadas análises quantitativas de coliformes totais e fecais, Staphylococcus coagulase positiva e presença /ausência de Salmonella sp. De cada amostra de queijo retirou-se assepticamente 25 gramas do produto, sendo transferido para um cadinho para ser macerado em seguida transferido para um a bécker de vidro e adicionado 225ml de solução de água peptonada 0,1%. Amostra e diluente foram homogeinizados, a fim de obter-se a diluição inicial (10-1), seguida de diluições decimais, até a diluição (10-4). Em seguida a placa de Petrifilm EC é colocada sobre uma superfície nivelada e plana, levanta o filme superior e com a pipeta perpendicular dispensa 1ml da 23 amostra diluída no centro do filme inferior, desce o filme superior sobre a amostra para evitar a formação de bolhas de ar, coloca um difusor plástico com o lado plano para baixo no centro da placa e pressiona delicadamente o centro do difusor para distribuir a amostra uniformemente, depois de espalhar a amostra retira-se o difusor e deixa a placa em repouso durante pelo menos um minuto para permitir a formação do gel. Para resultados de coliformes as placas são incubadas a 35°C por 24 h. Para resultados de Escherichia Coli as placas são incubadas por um tempo adicional de 24 h (total de 48 h) a 35°C. Figura 3 – Laboratório microbiológico A contagem é feita através de contador de colônias comum ou qualquer outra fonte de 24 amplificação, onde se enumera as colônias azuis a vermelha azuladas associadas ao gás formado, independente de tamanho ou intensidade de cor como E. Coli (Figura 4). Outras colônias de coliformes são vermelhas e estão associadas ao gás. A contagem de coliformes totais consiste da somatória das colônias vermelhas e azuis associadas ao gás em 24h. Os resultados foram comparados e registrados. A pesquisa de S. aureus foi realizada no Laboratório Bom Leite, onde de cada amostra de queijo retirou-se assepticamente 25 gramas do produto, sendo transferido para um cadinho para ser macerado em seguida transferido para um a bécker de vidro e adicionado 225ml de solução de água peptonada 0,1%. Amostra e diluente foram homogeinizados, a fim de obterse a diluição inicial (10-1), seguida de diluições decimais, até a diluição (10-4). Em seguida a placa de Petrifilm Staph Express Count System é colocada sobre uma superfície nivelada e plana, levanta o filme superior e com a pipeta perpendicular dispensa 1ml da amostra diluída no centro do filme inferior, desce o filme superior sobre a amostra para evitar a formação de bolhas de ar, coloca um difusor plástico com o lado plano para baixo no centro da placa e pressiona delicadamente o centro do difusor para distribuir a amostra uniformemente, depois de espalhar a amostra retira-se o difusor e deixa a placa em repouso durante pelo menos um minuto para permitir a formação do gel. As placas são incubadas por 24 h a 35°C. A contagem é feita através de contador de colônias comum, onde as colônias vermelhovioleta são S. aureus, se qualquer outra cor estiver presente como preto ou azul esverdeado utiliza-se o disco Petrifilm Staph Express, o disco é colocado e a placa é novamente incubada a 35°C por no mínimo 60 minutos e no máximo 3 horas. Após o tempo se as colônias apresentarem halos rosados deverá ser contado como S. aureus As análises de Staphylococcus coagulase positiva foram realizadas no Laboratório de Análise de Alimentos e Água (LAMEN) através da metodologia proposta por Silva et al. (2001). Foi realizada a semeadura na superfície de placas de ágar Baird-Parker (BP), com auxílio de alça de Drigalsky, a partir da inoculação de 0,1ml das diluições selecionadas. A incubação foi realizada a 35°C por 48h. Para contagem foram selecionadas placas com 20 a 200 colônias, sendo contadas as colônias típicas e atípicas. Foram selecionadas algumas colônias para o teste da catalase. Depois disso, transferiram-se algumas colônias típicas para um tubo de caldo de infusão de cérebro coração (BHI) incubado a 35°C por 24 horas. A confirmação como Staphylococcus coagulase positiva, foi realizado por meio do teste de coagulase. Para isso, transferiu-se 0,2ml de cada cultura obtida em BHI, para um tubo, adicionados aos 0,2ml de cultura 0,5ml de coagulase plasma-EDTA e misturado com movimentos de rotação, sem agitar os tubos. Os tubos foram 25 incubados em banho-maria a 37°C e observado a cada uma hora, se houve formação de coágulo. As contagens de Staphylococcus foram obtidas pela multiplicação do número de colônias pela recíproca da diluição utilizada e os resultados expressos como UFC g e registrados. As pesquisas de Salmonella sp foram realizadas em laboratório terceirizado, de acordo com a metodologia da IN 62 que oficializa Métodos Oficiais para Análises Microbiológicas para Controle de Produtos de Origem Animal e Água e os resultados foram comparados e registrados. Figura 4 – Resultados das análises microbiológicas 26 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos questionários aplicados e das análises realizadas demonstraram as inúmeras falhas no processo de obtenção dos queijos e comprova a absoluta falta de qualidade do produto. Tais questionários e análises foram realizados com o propósito de coletar dados referentes a diversos aspectos como segue abaixo: Questionário 1 - Coleta de dados sobre as condições de higiene das instalações, equipamentos, utensílios e sobre as condições de acondicionamento dos queijos nos laticínios. * Quanto ao tipo de instalações dos 12 laticínios visitados (Figura 5), somente três dispunham de boas instalações com paredes azulejadas, pedilúvio, barreira sanitária, piso adequado, etc, o restante dispunha de instalações precárias, a grande maioria em pequenos quartos nas próprias casas, algumas com azulejos, misturado com remédios do rebanho, sem o uso de máscaras, luvas ou toucas, sem a higienização adequada, a água disponível não é tratada, etc. Figura 5 – Instalações dos laticínios visitados * Quanto à conservação dos queijos três das indústrias visitadas dispunham de câmaras frias e as demais de frízeres ou isopor e a grande maioria em caixas plásticas com condições de higiene precário e estado de conservação visivelmente falho, pois uma grande parte dos queijos era colocada em isopor sem gelo. Os resultados deste estudo indicam a importância da refrigeração dos queijos, pois o aumento da temperatura permite o aumento da velocidade de deteriora dos queijos. Nas unidades de produção visitadas, tivemos a oportunidade de verificar queijos cuja conservação era feita com sal, ficando por vários dias em bancadas de alvenaria ou de madeira até sua venda, era notório o cheiro forte desses queijos, alguns frízeres também apresentaram mau cheiro. 27 Figura 6 – Conservação do queijo de coalho. Tabela 1: Estado de conservação e Condições higiênicas das indústrias. Questionamentos Bom Regular Ruim Estado de conservação das 25% 16,67 % 58,33% 8,33 % 41,67 % 50% fábricas Condições de higiene das fábricas * Depois de vários aspectos de acondicionamento e higiene serem abordados ficou caracterizado a necessidade gritante de se por em prática um melhor acondicionamento dos queijos e a aplicação de cuidados básicos de higiene. * Os equipamentos e utensílios usados eram variados (Figura 7), desde as indústrias que dispunham de equipamentos de aço inox, como liras, pás, formas e tanques, porém a higienização era falha, até aquelas que usavam tambores de plástico como tanques para coagulação do leite, sacos de nylon para escorrer a coalhada e bancadas de alvenaria para manipulação e prensagem da massa com quilos de sal e com prensas de madeira, formas, espátulas, colheres e pás geralmente de madeira, grande parte dos equipamentos era improvisada. Figura 7 – Equipamentos e utensílios usados na fabricação dos queijos. Tabela 2: Condições de higiene dos equipamentos e utensílios, e acondicionamento correto dos queijos. 28 Questionamentos Utensílios Sim limpos Não e 16,67% Equipamentos limpos, sem 8,33 % 83,33% protegidos 91,67% acumulo de gordura (formas, pá, baldes) Produtos acondicionados em 25% 75% temperatura adequada Questionário 2 - Coleta de dados sobre as condições básicas de higiene dos manipuladores de alimentos das fábricas de queijos. Realizamos diversos questionamentos juntos com os manipuladores cujos resultados serão descritos abaixo: * Quanto ao nível de escolaridade (Figura 8). O nível de escolaridade variava de pessoas analfabetas a pessoas com 2° grau, concentrando-se a maior parte em indivíduos com primeiro grau incompleto. 80,54% dos manipuladores tinham o 1° grau incompleto, seguido de 15, 62% analfabeto e só 3,84 % com 2º grau. Nível de E s colaridade 15,62% 2° grau 3,84% 1º grau incompleto Analfabeto 80,54% Figura 8 - Nível de escolaridade dos manipuladores de queijos. * A participação em treinamentos é muito baixa, a maioria dos entrevistados 84,62% não 29 recebe ou jamais recebeu orientação técnica, 15,38 % dos manipuladores participaram de algum tipo de treinamento em higiene e manipulação em alimentos fornecidos por órgãos com SEBRAE, SENAI ou ADAGRO (Figura 9). Participação em treinamentos Não participou 15,38 Participou 84,62% Figura 9 - Participação de treinamentos pelos manipuladores dos queijos. Quanto à existência de local adequado para higienização das mãos (Figura 10). Somente 16,67% das indústrias tinham local adequado para higienização das mãos, embora não praticassem corretamente e nem com freqüência, pois a maioria dos manipuladores era carente de orientação, em 83,4% das indústrias visitadas verificamos que não existia nenhum local adequado para higienização das mãos, a mesma era feita de maneira improvisada em bacias ou baldes. Não existia nenhum tipo de procedimento ou técnica para lavagem das mãos, nem a presença de sabonetes e papel toalha específico para este fim, funcionários entravam e saiam do local de fabricação sem lavar as mãos, demonstrando nenhum tipo de preocupação durante a manipulação do produto. 30 Higiene das maõs 83,4% 100% L ocal não adquado T ecnica irregular S1 Figura 10 – Existência de local adequado e técnica correta para higienização das mãos dos manipuladores dos queijos. *Condições de higiene das unhas dos manipuladores (Figura 11). Foi verificado que 83% dos manipuladores estão com unhas cortadas e sem esmalte, de acordo com os padrões exigidos por lei. 17% tinham unhas grandes e pouco cuidadas. Higiene das unhas 83% 17% S1 Unhas curtas e limpas Unhas longas e s ujas Figura 11 - Condições de higiene das unhas dos manipuladores dos queijos. * Quanto ao uso de toucas (Figura 12), dos 26 manipuladores entrevistados 92% usava algum tipo de proteção para os cabelos, em sua grande maioria bonés e toucas, só 8% encontravamse se m nenhum tipo de proteção. 31 C abelos protegidos 92% 8% C abelos protegidos C abelos s em proteção Figura 12 - Uso de proteção para os cabelos dos manipuladores dos queijos. * Quanto à utilização de luvas (Figura 13), foi constatado que 88,5% dos manipuladores não utilizam luvas descartáveis, 11,5 % isto é três dos manipuladores entrevistados estavam de luvas durante a manipulação dos queijos. Os resultados comprovaram que o não uso das luvas leva a graves problemas no produto final. Us o de luvas des c artáveis 11,5% Não us a luvas Us a luvas 88,5% Figura 13 – Uso de luvas na manipulação do queijo de coalho * Quanto à utilização de uniformes (Figura 14), 66,7% dos manipuladores utilizam algum 32 tipo de uniformes ou simplesmente um avental para manipulação. Os demais utilizavam roupas comuns, ás vezes , devido ao calor, trabalhavam sem camisa. Us o de uniforme 33% Não us a uniforme 67% Us a uniforme Figura 14 - Utilização de uniformes pelos manipuladores de queijos. * Quanto à realização de exames laboratoriais periódicos (Figura 15) como: parasitológico de fezes, coprocultura, hemograma, VDRL. De acordo com as informações colhidas 4% dos manipuladores realizam exames periódicos, e 96% dos laticínios não realizam nenhum tipo de exame nos manipuladores. De modo geral, o estado de saúde observado nas pessoas ligadas diretamente à produção era de ausência de afecções, porém não existia controle de saúde. R ealiza exames periódicos 4% Não 96% S im Figura 15 - Realização de exames laboratoriais periódicos pelos manipuladores de queijos. A observação macroscópica das 12 amostras de queijo de coalho demonstrou muitas 33 olhaduras (Figura 16), que consiste na produção de gás carbônico até um determinado nível, quando ocorre a saturação do mesmo dissovildo na água (umidade do queijo, tendo início à formação lenta de uma microcavidade que, ao final do processo, forma-se a olhadura). Estas olhaduras estavam presentes, mas não foram verificados odor e aparência estranha, a conservação era inadequada com temperaturas de 12-15°C. Figura 16 – Queijos com presença de olhaduras. A grande maioria dos laticínios não faz qualquer tipo de análise de controle, pois não possui inspeção governamental. Das 12 amostras de queijo analisadas 84% (10 amostras) apresentaram crescimento para coliformes fecais apresentando contagem média de 29 x 10 presença de coliformes fecais variando de 3x 10 2 3 UFC/g. Este trabalho mostra a UFC/g até 80 x 10 2 UFC/g, estando somente duas amostras de acordo com os padrões exigidos por lei. Significa que 10 amostras coletadas apresentaram contagens acima dos padrões estabelecidos e que era proveniente de uma matéria-prima altamente contaminada, mão-de-obra precária, conservação inadequada. Das 12 amostras de queijo coalho analisadas 10 (84%), apresentou crescimento para coliformes fecais, estando somente duas amostras de acordo com os padrões microbiológicos vigentes pela Portaria 146/96 (BRASIL, 1996). Almeida et al. (2002), caracterizaram que 84% das amostras de queijo de coalho provenientes dos três municípios do interior de Pernambuco, como “produto em condições higiênicas insatisfatórias”. A evidência de coliformes nas análises microbiológicas pode ter vários significados: leite cru, pasteurização inadequada em relação ao tempo e/ou temperatura, embalagens contaminadas, operários portadores de doenças, sujidades dos equipamentos e utensílios, conservação inadequada do produto, à falta de hábitos higiênicos dos manipuladores, não uso de luvas, máscaras, à falta de controle da qualidade da matéria-prima, não uso de luvas, máscaras, à falta de controle da qualidade da matéria-prima, ao uso inadequado dos detergentes e sanitizantes e outros (ISEPON et al., 2003). 34 Anális es Microbiológicas 84% 16% Aus ência de coliformes P res ença de coliformes Figura 17 - Resultado das analises para coliformes dos queijos coletados nos laticínios. Durante este trabalho verificamos o improviso de utensílios e equipamentos, o uso de detergentes caseiros, o cloro era usado como sanitizante sem a mínima noção de concentração, o local de processamento mais comum era um compartimento da casa do produtor, muitas vezes nos fundos desta, a cozinha era utilizada, mas em poucos casos. De modo geral, o piso é de cimento, as paredes de alvenaria, o teto não tem forro; o telhado com telhas de cerâmica. As instalações para uso dos funcionários, em geral, são localizadas próximas ao estabelecimento, porém vestiários são raros dentre as unidades visitadas. A falta de orientação dos manipuladores, embalagens contaminadas, sem levar em conta o nível cultural dos mesmos. A presença de moscas foi observada no leite, principalmente quando o local de processamento era próximo a criações de animais. Das 12 amostras analisadas, 77% (nove amostras) apresentaram Staphylococcus coagulase positiva (Figura 18), portanto esses queijos não estariam adequados para o consumo humano, pois oferecem riscos ao consumidor. Das 12 amostras 84% (10 amostras) encontrou-se S. aureus acima do limite estabelecido pela legislação brasileira. Provavelmente, estes resultados sejam conseqüências de pasteurização inexistente do leite e condições inadequadas de higienização dos equipamentos e manipuladores. Richards et al., (1998) cita que existe a possibilidade de contaminação através da má higienização de utensílios e equipamentos e condições inadequadas de sanidade dos manipuladores. 35 P res ença e Aus ência de S . coagulas e pos itiva 77% 23% P res ença Aus encia Figura 18 - Resultado das analises para Staphylococcus coagulase positiva dos queijos. A contaminação por Salmonella não foi verificada em nenhuma das 12 amostras de queijo analisadas. A ausência de Salmonella em todas as amostras, embora saibamos que o processamento desses pequenos laticínios seja inadequado, se dá devido a essa bactéria não ser uma boa competidora, sofrendo injúria em meios ácidos ou com a presença de coliformes, principalmente, se a contaminação inicial for com um número pequeno de células. Nestas condições, esses microorganismos podem desaparecer ou permanecer em números indetectáveis em alimentos ácidos ou muito contaminados. Em relação à procedência da matéria-prima, destaca-se o fornecimento do leite por terceiros. Geralmente, os produtores de queijo não são necessariamente produtores de leite, dependendo diretamente do fornecimento de leite dos produtores das proximidades. Para o processamento, o leite não é resfriado e chega às unidades processadoras em latões com tampa, porém em veículos descobertos, com exceção das indústrias de maior porte recebe o leite resfriado, transportado em caminhões isotérmicos. Na chegada da matéria-prima, existe a preocupação com a fraude no leite, indicado pela realização da análise da densidade por 1/3 dos entrevistados, os demais não realizam nenhum tipo de análises. O resultado das análises das 16 amostras de leite coletado mostra um nível de fraude por aguagem altíssima, com isso gordura e proteína também com níveis baixos, as análises de CCS mostram que o nível de mamite é muito alto e CBT comprova a higenização falha consequentemente a baixa qualidade do leite como mostra as tabelas 3 e 4. Das amostras de leite analisadas 81,3% apresentaram densidade a 15° fora dos padrões exigidos pela legislação, 62,5% com índices de gordura abaixo dos padrões estabelecidos, 93,8% com índice crioscópico fora dos padrões e 68,8% das amostras apresentaram proteína do leite fora dos padrões estabelecidos pela legislação. 36 Tais achados têm sido atribuídos a provável ocorrência de fraudes e aos fatores nutricionais e ambientais que podem influenciar a produção de rebanhos leiteiros (SILVEIRA et al., 1989). Fagundes et al. (2001) verificaram que do leite destinado para produção do queijo de coalho, 87,5% das amostras analisadas estavam em desacordo com os padrões físico-químicos da legislação, como mostra a tabela 3. 37 Tabela 3 – Resultados das análises físico-químicas realizadas no leite destinado à produção de queijo de coalho. Nº Amostra 1 Densidade 1023,00 Crioscopia -0,512 Gordura (%) 3,6% Proteína (%) 2,9% 2 1021,00 -0,503 2,92% 2,2% 3 1024,00 -0,518 2,7% 2,5% 4 1025,00 -0,523 3,4% 2,9% 5 1023,00 -0,518 3,2% 2,9% 6 1026,00 -0,530 3,6% 3,2% 7 1022,00 -0,508 2,66% 2,7% 8 1020,00 -0,503 2,7% 2,5% 9 1024,00 -0,515 2,55% 2,8% 10 1018,00 -0474 2,74% 2,2% 11 1023,00 -0,512 2,47% 2,6% 12 1023,00 -0,516 3,0% 2,2% 13 1021,00 -0,509 1,93% 2,0% 14 1023,00 -0,514 2,6% 2,7% 15 1019,00 -0,492 2,3% 1,9% 16 1025,00 -0,528 3,7% 3,1% 38 Tabela 4 – Resultados das análises de CCS e CBT realizadas no leite destinado à produção de queijo de coalho. Nº Amostra 1 CCS X 1000 2648 CBT X 1000 736 2 669 728 3 1123 1713 4 510 866 5 701 1190 6 372 1803 7 470 558 8 3213 988 9 1824 718 10 967 616 11 812 1294 12 405 591 13 357 327 14 347 1192 15 596 1034 16 745 2492 39 6. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo demonstram a absoluta falta de práticas higiênicas nas instalações e dos manipuladores, e no controle de saúde dos manipuladores de queijos. Das amostras de queijo de coalho coletadas e analisadas a grande maioria estava fora dos padrões microbiológicos permitidos pela Legislação, estando portanto em condições higiêncico-sanitárias insatisfatórias. -84% (10/12) das amostras apresentaram contagem para coliformes fecais acima dos padrões vigentes; -77% (9/12) das .amostras foi observada a presença de Staphylococcus coagulase positiva; -Salmonella sp em 25g não foi observada nas amostras. Ficou comprovado que não existem condições de higiene favoráveis à fabricação de produto seguro, e que os resultados obtidos retratam o grande perigo que o consumidor corre com padrões de qualidade do queijo de coalho tão baixos. A falta de uniformização nos procedimentos de fabricação, orientação técnica dos produtores e manipuladores, as instalações precárias, falta de higienização e de um controle de qualidade da matéria-prima são fatores que levam à obtenção de produtos tão inferiores que põe em risco a saúde do consumidor. A fabricação do queijo de coalho está muito distante do que a legislação preconiza, os resultados das análises do leite e dos queijos coletados não atendem as Legislações Vigentes. Por fim, somente com a orientação técnica dos produtores, a adequação dos processos e produtos, das instalações e o estabelecimento de procedimentos padronizados, será possível a obtenção de produtos com maior competitividade e qualidade. 40 7. REFERÊNCIAS ALMEIDA, P. M. P.; FRANCO, R. M.; Avaliação bacteriológica de queijo tipo Minas Frescal com pesquisa de patógenos importantes à saúde pública: Staphylococcus aureus, Salmonella sp e Coliformes Fecais. Revista Higiene Alimentar. V. 17, n.11, p.79-85.2003. 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( ) Sim 5. Presença de pia com água para lavagem das mãos? ( ) Sim 6. ( ) Não Presença de sabonete para higienização das mãos? ( ) Sim 7. ( ) Não ( ) Não Presença de papel toalha ou secador de mãos? ( ) Sim ( ) Não 46 QUESTIONÁRIO 2 (HIGIENE DOS MANIPULADORES) 1. Qual o nível de escolaridade do manipulador? ( ) Analfabeto ( ) 1° grau incompleto ( ) 1° grau ( ) 2° grau 2. O manipulador já participou de algum treinamento ou curso sobre Fabricação, Higiene e Manipulação de Alimentos? ( ) Sim Se participou, quantos foram? 3. ( ) um 4. ( ) dois ( ) Não ( ) Não Os manipuladores fazem uso de luvas? ( ) Sim 9. ( ) Não Os cabelos estão curtos e protegidos? ( ) Sim 8. ( ) a mais de um ano As unhas estão cortadas, limpas e sem esmaltes? ( ) Sim 7. ( ) a mais de seis meses Existe procedimento para lavagem das mãos? ( ) Sim 6. ( ) três Há quanto tempo participou do último curso ou treinamento? ( ) a um mês 5. ( ) Não ( ) Não Os manipuladores usam uniformes limpos, botas, luvas, máscaras e toucas? ( ) Sim ( ) Não Os manipuladores realizam periodicamente exames laboratoriais (parasitológico de 10. fezes, hemograma)? ( ) Sim 11. ( ) Não Se realiza, há quanto tempo fez o último? ( ) seis meses ( ) um ano ( ) mais de um ano ( ) não realiza