Colégio Planeta Prof.: João Gabriel Lista de Filosofia Aluno(a): Data: 27 / 03 / 2015 ENEMais Introdução: O Iluminismo O Iluminismo foi um movimento que eclodiu no século XVIII influenciando a cultura, a política, a economia, a ciência e, também, a educação. Sua definição não é tão simples frente a tudo que representou não só para o século XVIII como também para a posteridade. No entanto, é possível considerá-lo como “um movimento de ideias que se manifesta através de uma grande variedade de obras distintas, mas que, no entanto, participam de um ‘espírito’ comum” (FORTES, 1985, p. 14), que se caracteriza pela crença no poder da razão e pelo otimismo em relação ao futuro que, alicerçado na racionalidade, poderá conduzir a humanidade à suprema felicidade. Vários acontecimentos prepararam o cenário no qual os setecentistas apostaram na transformação e prosperidade do mundo. Pouco antes, isto é, desde o século XV, muitas mudanças começaram a acontecer colaborando para uma tomada de atitude diferente perante o mundo. A terra se expandira através das Grandes Navegações e as relações econômicas se transformaram com o Feudalismo cedendo espaço para o Mercantilismo que logo se converteria em Capitalismo. Os alicerces da fé foram abalados pela Reforma de Lutero. E o Renascimento trouxera de volta o brilho artístico-cultural da civilização greco-romana. Sendo assim, podemos constatar que este período foi, indubitavelmente, um tempo de grandes transformações e que contou com pensadores que manifestavam o interesse pela formação de posturas críticas que pudessem ser estendidas a diversos segmentos da vida humana. Ao associarem as ideias de conhecimento crítico a uma visão de melhoramento do Estado e da sociedade em que se faziam inseridos, o Iluminismo aparece como uma era que dá vazão à criticidade e a filósofos críticos, dentre eles, Jean-Jacques Rousseau. PARTE 1 – MONTESQUIEU - O Pensamento Político de Montesquieu. - O Movimento das Luzes - A Concretização do Ideal liberal no governo e suas Teorias - Séc XVIII. Dentre os diversos pensadores do Iluminismo,"Charles Louis de Secondat, baron de La Brède et de Montesquieu ", reconhecido como Montesquieu, fora um dos mais importantes pensadores do século XVIII quanto a estruturação da política aos moldes dos ideais do liberalismo. Nobre, filósofo, fora o principal precursor da sociologia,tendo sido reconhecido pelas suas mais notável obra, O Espírito das leis, onde desenvolveu a teoria da separação dos poderes. 1– A Filosofia Montesquieu, através de sua obra O Espírito das Leis 1748, preocupou-se em identificar três questões centrais: O Funcionamento do Poder Liberal, como ele deve funcionar na concepção liberal, os fundamentos da monarquia, suas sustentações e as razões de sua queda. Sua noção central nada mais era do que uma Moderação, a base de um governo estável. A queda estabilidade a um governo é o equilíbrio, sua base de sustentação. Para compreender a sociedade e como ela deve ser moldada de acordo com os ideais liberais, ele propõe Três Teorias. Lista 04 Turma: Turno: Matutino A Primeira é a Teoria dos Governos: A concepção da dinâmica política. "A Dinâmica política é dada pela relação entre a Natureza do governo , ou seja, quem exerce o poder", e o seu princípio, de como o poder é exercido. Relação entre Quem e Como. 2– Modelos de Governo República: Natureza: Aristocracia ou o Povo Princípio: O Bem público deve ser soberano Monarquia: Natureza: O Monarca Princípio: Através da Honra, garantir o bem público é dever do governante. Despotismo Natureza: Um Déspota, uma única pessoa Princípio: Através do medo e do terror - o bem público fica a mercê do soberano 3– A Teoria da Liberdade Política A liberdade não pode ser definida como a permissão de fazer tudo, mas sim apenas aquilo que se instituiu permitido através da Lei formulada por um legislador capaz. Ora, se todos pudessem fazer tudo que desejassem, pensa Montesquieu, então não haveria liberdade, pois todos abusariam constantemente dessa permissão de fazer tudo. 4– Teoria da Divisão dos Poderes A Teoria da Divisão dos Poderes: Deve-se existir uma relação entre as forças e o governo de uma sociedade. O governo, portanto, deve ter representação, organizado de tal maneira que as forças da sociedade participem dele. Quando os poderes estiverem centralizados em somente uma única pessoa e não na sociedade, ela é uma ditadura. Assim sendo, o Rei deve representar o Executivo, O Legislativo pela Nobreza e pelo Povo e o Judiciário pelo Magistério. Enquanto o Executivo poderia vetar as decisões do Legislativo, este, por sua vez, teria poder de declarar o impeachment do Executivo. Ao Judiciário caberia averiguar se as decisões dos outros poderes encontravam-se de acordo com as leis vigentes, julgando os delitos e salvaguardando as liberdades individuais (ITAUSSU). Assim sendo, nota-se uma restrição aos poderes do rei e do Absolutismo A MODERAÇÃO: “a estabilidade do regime ideal está em que a correlação entre as forças reais da sociedade possa se expressar também nas instituições políticas. Isto é, seria necessário que o funcionamento das instituições permitisse que o poder das forças sociais contrariasse e, portanto, moderasse o poder das demais”. Texto para responder às questões 1 e 2. PARTE 2 - ROUSSEAU Rousseau - O Retorno à Natureza Nos tempos da Renascença, a cidade fora sinônimo de civilidade, o campo de rudeza e rusticidade. Tirar os homens das florestas e encerrá-los em uma cidade era o mesmo que civilizá-los. O fidalgo criado na cidade seria mais civilizado que um educado no campo. A cidade era o berço do aprendizado, das boas maneiras, do gosto e da sofisticação, era a arena da satisfação do homem. Adão fora colocado em um jardim e o paraíso associado a flores e fontes. Mas quando os homens pensavam no paraíso da salvação, geralmente o visualizavam em uma cidade. Séculos a fio, a cidade e os muros simbolizavam segurança, e era vista como tranquila até pelos viajantes. No século XVIII existiam expressões de satisfações para com a cidade como: a beleza das praças, mercados lindos, bonitas ruas, casas amplas e ruas largas, "como se fosse ouro ao nascer do sol". Ocorria o crescimento das cidades e a intensificação do que se chamava a "‘rígida distinção entre a vida urbana e a vida rural". Em 1700, três quartos da população britânica viviam nos campos e apenas treze por cento viviam nas cidades. Por volta de 1800, este número passou para 85% dos habitantes que passaram a viver na cidade. Os agrupamentos urbanos se diferenciavam do campo com maior nitidez. A Inglaterra se tornara o país mais urbanizado da Europa. Portanto, a idéia de campo era negativa. Mesmo a pequena nobreza tempo sua maior riqueza no campo, sua residência principal era na cidade. Deplorava a grande rudeza e o selvagem costume de morar no campo. Era na cidade que moravam os fidalgos e burgos mais importantes. Eles fixavam suas residências e passava a maior parte dos tempos nas cidades. A pequena aristocracia vivia e passava o inverno na cidade e as casas do campo serviam com refúgio, mas eram esplêndidas mansões, bem planejadas para trazer as civilizações urbanas aos arredores do campo. O homem para Rousseau No inicio do século XVIII, a filosofia tinha atingido um alto grau de eruditismo intelectual. Porém, era uma época em que os homens procuravam um retorno a vida mais natural e simples. O homem civilizado dava impressão de monstro, com coração atrofiado e personalidade paralisada. Um homem culto era ser erudito, um árido intelectual, uma espécie de enciclopédia ambulante. O importante era armazenar conhecimentos quantitativos, justapostos, sem nexo ou sistema. Para a maioria, a sabedoria consistia em um acúmulo de conhecimentos cerebrais. O reconhecimento do conhecimento era identificado com erudição. E, os corifeus do intelectualismo europeu estavam na França e na Alemanha. Eram eles que proclamavam e montavam "Tratados" e "Compêndios". Era uma ciência analítica e somatória. A educação era sofrida e penosa. Era um ambiente artificial com aprendizes obrigados a gastar anos a fim para acumularem pensamentos e grandes quantidades de substancias cientificas. Assim, dentro desta atmosfera intelectual europeia com altas e insuportáveis tarefas, foi que Rousseau teve a coragem de derrubar seus pedestrais e ídolos do eruditismo. Rousseau plantou em lugar deles a vida simples em contado direto com os mananciais da natureza. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontrase a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.) 1. (Unicamp 2012) Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que: A) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. B) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo. C) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade. D) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês. 2. (Unicamp 2012) No trecho apresentado, o autor A) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política. B) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais. C) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos. D) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 3. (Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103. Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que: A) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve assiná-lo, para submeterse aos compromissos ali firmados. B) A condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é possível apenas com um poder estatal pleno. C) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como instrumento de realização da isonomia entre tais homens. D) A guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se submeter de bom grado à violência estatal. 4. (Enem 2013) 7. (Enem 2012) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja A) B) C) D) E) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. consagração do poder político pela autoridade religiosa. concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas. estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. 5. (Espm 2012) Os textos abaixo referem-se a pensadores cujas obras e ideias exerceram forte influência em importantes eventos ocorridos nos séculos XVII e XVIII. Leia-os e aponte a alternativa que os relaciona corretamente a seus autores: I. II. A) B) C) D) E) “O filósofo desenvolveu em seus Dois Tratados Sobre Governo a ideia de um Estado de base contratual. Esse contrato imaginário entre o Estado e os seus cidadãos teria por objeto garantir os direitos naturais do homem, ou seja, liberdade, felicidade e prosperidade. A maioria tem o direito de fazer valer seu ponto de vista e, quando o Estado não cumpre seus objetivos e não assegura aos cidadãos a possibilidade de defender seus direitos naturais, os cidadãos podem e devem pegar em armas contra seu soberano para assegurar um contrato justo e a defesa da propriedade privada”. “O filósofo propôs um sistema equilibrado de governo em que haveria a divisão de poderes (legislativo, executivo e judiciário). Em sua obra O Espírito das Leis alegava que tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar e o de julgar os crimes ou as desavenças dos particulares. Afirmava que só se impede o abuso do poder quando pela disposição das coisas só o poder detém o poder”. I – John Locke; II – Voltaire. I – John Locke; II – Montesquieu. I – Rousseau; II – John Locke. I – Rousseau; II – Diderot. I – Montesquieu; II – Rousseau. 6. (Uff 2012) De acordo com o filósofo iluminista Montesquieu, no livro clássico O Espírito das Leis, quando as mesmas pessoas concentram o poder de legislar, de executar e de julgar, instaurase o despotismo, pois, para que os cidadãos estejam livres do abuso de poder, é preciso que “o poder freie o poder”. Identifique a sentença que melhor resume esse pensamento de Montesquieu. A) Para que a sociedade seja bem governada é necessário que uma só pessoa disponha do poder de legislar, agir e julgar. B) A separação dos poderes enfraquece o Estado e toma a sociedade vulnerável aos ataques de seus inimigos. C) A separação e independência entre os poderes é uma das condições fundamentais para que os cidadãos possam exercer sua liberdade. D) A sociedade melhor organizada é aquela em que o executivo goza de poder absoluto. E) As mesmas pessoas podem concentrar o poder, desde que sejam bem intencionadas. É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Devese ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito A) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. B) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. C) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. D) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. E) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Gabarito 1: [B] 2: [A] 3: [B] 4: [D] 5: [B] 6: [C] 7: [B]