O Antigo Regime vigorou entre os séculos XVI a XVIII na maioria dos países europeus. Este período caracterizou-se pelo: • poder absoluto do rei (Absolutismo) • sociedade estratificada • economia baseada na agricultura; comércio como principal motor da economia (Mercantilismo) “Não podemos viver todos na mesma condição. É necessário que uns comandem e os outros obedeçam. Os que comandam têm várias categorias ou graus: os soberanos mandam em todos os do seu reino, transmitindo o seu comando aos grandes, os grandes aos pequenos e estes ao povo. E o povo, que obedece a todos eles, está, por sua vez, dividido em várias categorias. No conjunto da sociedade, uns dedicam-se especialmente a serviço de Deus, outros a defender o Estado pelas armas, outros a alimentá-lo e mantê-lo pelo exercício da paz”. Charles Loyseau, Tratado das Ordens e das Dignidades, 1610-13 O Mercantilismo contribuiu para o fortalecimento do Estado, enriquecimento da burguesia e Expansão Marítima e Comercial. Princípio: Intervenção do Estado na economia. Práticas: •Colonialismo •Metalismo • Protecionismo alfandegário • Balança comercial favorável. •Bulionismo ou Metalismo na Espanha; Colbertismo ou Industrialismo na França;Comercialismo na Inglaterra. •Atos de Navegação na Inglaterra. • Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas. Voltaire • Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. Voltaire • Respeito o meu Deus, mas amo o universo. Voltaire • A fingida caridade do rico não passa, da sua parte de mais um luxo; ele alimenta os pobres como cães e cavalos. Jean Jacques Rousseau • O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, nem sempre o conhece. Jean Jacques Rousseau • A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável. Jean Jacques Rousseau • Bastará nunca sermos injustos para estarmos sempre inocentes?Jean Jacques Rousseau • Os leões têm uma grande força, mas esta serlhes-ia inútil se a natureza lhes não tivesse dado olhos. Montesquieu • Só se conhece o que se pratica. Montesquieu • Não deve fazer-se pela via da lei o que pode fazer-se pelos costumes. Montesquieu • A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo. Jean Jacques Rousseau • A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os. Jean Jacques Rousseau • A razão é um sol impiedoso; ela ilumina, mas cega. Romain Rolland • Dois excessos: excluir a razão, admitir apenas a razão. Blaise Pascal • Só ficamos satisfeitos em ter razão se conseguimos provar que os outros estão totalmente errados. William Hazlitt • A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão. Machado de Assis • A felicidade não é um ideal da razão mas sim da imaginação. Emmanuel Kant O MOVIMENTO ILUMINISTA "Chamamos de Iluminismo o movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a idéias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam essas idéias julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas. O precursor desse movimento foi o matemático francês René Descartes (1596-1650), considerado o pai do racionalismo, que recomendava: “para se chegar à verdade, duvide de tudo, mesmo das coisas aparentemente verdadeiras. A partir da dúvida racional pode-se alcançar a compreensão do mundo, e mesmo de Deus” . A LUZ DO CONHECIMENTO Esta obra está carregada de simbolismo: A figura do centro representa a verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do iluminismo). A razão, e a filosofia, estão a retirar o manto sobre a verdade. Frontispício da Encyclopédie. (1772) Foi desenhado por Charles-Nicolas Cochin e ornamentado por Bonaventure-Louis Prévost. As principais considerações do Iluminismo eram: Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento; • valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia; • crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza; • • crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais; • crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero; • defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei; • crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. " Voltaire: crítico do Antigo Regime e da Igreja, defendeu a liberdade de pensamento e de expressão. Era a favor de uma monarquia esclarecida, na qual o governante fizesse reformas influenciado pelas idéias iluministas. Montesquieu: propunha a divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário, mantendo-se os três em equilíbrio permanente. Escreveu “O espírito das leis” e “Cartas persas”. Defendeu a posição de que somente as pessoas de boa renda poderiam ter direitos políticos, ou seja, direito de votar e de candidatar-se a cargos públicos. Obras de Voltaire e Montesquieu John Locke: escreveu o Segundo tratado sobre o governo civil, defendendo a teoria do governo limitado. Para ele, os homens formavam a sociedade e instituíam um governo para que este lhes garantisse alguns direitos naturais, como o direito à vida, à felicidade, à propriedade, etc. Por isso, caso o governo abusasse do poder, poderia ser substituído. Outra de suas afirmações era que todos os indivíduos nascem iguais, sem valores ou idéias preconcebidas. Rousseau: criticou a burguesia e a propriedade privada. Considerava os homens bons por natureza e capazes de viver em harmonia, não fosse alguns terem se apoderado da terra, dando origem à desigualdade e aos conflitos sociais. Propunha um governo no qual o povo participasse politicamente e a vontade da maioria determinasse as decisões políticas. Rousseau expôs suas idéias principalmente em duas obras: “O contrato social” e “Discurso sobre a origem da desigualdade.” ESCRITOS ILUMINISTAS Os regimes de governo e a divisão de poderes, segundo Montesquieu “Existem três espécies de governos: o republicano, o monárquico e o despótico (...) o governo republicano é aquele no qual o povo reunido, ou somente uma parte do povo, tem o poder soberano; a monarquia, aquela na qual um só governa, mas por meio de leis fixas e estabelecidas; enquanto que no despotismo apenas um, sem leis e sem regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho (...). Existe em cada Estado três tipos de poderes: o legislativo, o executivo e o judiciário. Pela primeira, o príncipe ou magistrado faz as leis por um certo tempo ou para sempre, e corrige ou substitui aquelas que estão feitas. Pela segunda, se faz a paz ou a guerra, se enviam ou recebem os embaixadores, se estabelece a segurança, se previnem as invasões. Pela terceira, se punem os crimes ou se julga as diferenças particulares.” MONTESQUIEU. O Espírito das Leis ____________________ A teoria do contrato social em Diderot: o poder político emergindo do consentimento da nação. “O príncipe recebe de seus súditos a autoridade que ele tem sobre eles e esta autoridade é nascida das leis da natureza e do Estado. As leis da natureza e do Estado são as condições às quais eles são submetidos (...). Uma destas condições é que não existe o poder da autoridade sobre eles a não ser pela sua escolha e consentimento e ele não pode jamais empregar esta autoridade para cassar o ato ou contrato pela qual ela lhe foi deferida: ele agirá assim contra ele mesmo, pois que sua autoridade não pode subsistir a não ser pelo título que a estabelece (...). O príncipe não pode pois dispor do seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação.” DIDEROT. Enciclopédia ____________________ A razão em Voltaire • “Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, ainda renascem algumas cabeças da hidra do fanatismo. Parece que seu veneno é menos mortífero e que suas goelas são menos devoradoras. Mas o monstro ainda subsiste e todo aquele que buscar a verdade arriscar-se-á a ser perseguido. Deve-se permanecer ocioso nas trevas? Ou deve-se acender um archote onde a inveja e a calúnia reacenderão suas tochas? No que me tange, acredito que a verdade não deve mais se esconder diante dos monstros e que não devemos abster-nos do alimento com medo de sermos envenenados”. Voltaire, Tratado sobre a Tolerância, 1763. A Propriedade como fonte de desigualdade, segundo Rousseau “O primeiro que cercou um terreno, advertindo: ‘Este é meu’, e encontrando gente muito simples que acreditou, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Que crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que (...) tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Não escutem este impostor; vocês estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, que a terra não é de ninguém’. (...) Desde o instante em que um homem teve necessidade da ajuda de um outro, desde que ele percebeu ser conveniente para um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que passaram a ser regados com o suor dos homens e nos quais vimos então a miséria e a escravidão germinarem e crescerem com a colheita.” ROUSSEAU, Discursos sobre a origem das desigualdades ____________________