Professor João Saraiva
Ciências Humanas e
Suas Tecnologias
FILOSOFIA / SOCIOLOGIA
PÓS-MODERNIDADE
Ultimamente muito se tem falado em pós-modernidade, e mais do
que isso, o termo “pós-modernismo” vem se tornando um “termo-coringa”,
isto é, um termo que serve para tudo como um trunfo, saturando-se de
significados, quaisquer que sejam. Tais termos são perigosos, carregam
Deus e o diabo trocando condolências em uma mesma carruagem,
querem dizer o “tudo”, mas se confundem em uma cacofonia de vozes.
Tudo é “pós-modernismo”, dizem. No cotidiano encontramos um duplo
sentido para o termo: “pós-moderno” é usado tanto em sentido pejorativo
como em sentido virtuoso; o sujeito pós-moderno, então, pode ser visto
de acordo com a preferência do observador.
Não é minha intenção discutir nenhum dos dois significados, mas sim,
apresentar algumas considerações sobre o conceito de pós-modernismo
dentro de uma perspectiva filosófica e sociológica, sobretudo, com os
contornos do sociólogo Zygmunt Bauman, tão mencionado pelo mestre
Nilton Sousa.
O próprio termo não é um consenso dentro da sociologia. Bauman
diz que Giddens caracteriza a sociedade atual como “moderna tardia”,
Beck como “moderna reflexiva”, entre outros. Já ele, Bauman, opta
pela sociedade “pós-moderna”: “A nossa sociedade (…) como prefiro
denominá-la – pós-moderna – é marcada pelo descrédito, escárnio ou
justa desistência de muitas ambições (…) características da era moderna.”
O importante não é então a etimologia da palavra, mas sim, termos em
mente que quando falamos em “pós-modernismo” fora do senso comum,
estamos falando de um período marcado por algumas transformações,
momento este que marca uma linha divisória mas não fixa e nem tanto
inteligível entre o que é “moderno” e “pós-moderno”.
Usamos “pós-modernismo” para caracterizar uma época em que
visíveis mudanças ocorrem na sociedade em suas múltiplas faces: política,
arte, economia, ciência, técnica, educação, relações humanas etc. No
entanto, não significa que a humanidade abandonou a modernidade, são
tênues divisórias imaginárias que marcam o que é moderno e o que
é pós-moderno; o pós-modernismo, em seus vários aspectos que o
distingue da era moderna, carrega também a modernidade.
Não reinventamos uma nova moral, uma nova ética, uma nova ciência,
uma nova economia etc.; um dos princípios do debate pós-modernista é a
liberdade, de tal forma que ela sorri abertamente para as divergências; o
efêmero, outro princípio pós-moderno, necessita do debate de opiniões,
mas a ordem é não manter nenhuma ordem, nenhuma opinião, nenhum
valor que seja fixo. Tudo se apresenta como líquido, disforme, fluido,
impossível de constância – daí o termo “modernidade líquida” de Bauman
em contraposição à “modernidade sólida” do período moderno em que o
mundo era criado conforme uma ordem universal.
Penso que não dá para compreender pós-modernismo sem antes
jogar um pouco de luz sobre aquilo que até então foi chamado de
modernidade.
A modernidade tirou
Deus do centro do universo e
colocou o homem, os valores
deixaram de vir do plano
transcendental e passaram a
ser ditados pela vida terrena. A
Reforma Religiosa e, sobretudo,
as mudanças econômicas do
século XVII, o capitalismo se
despedindo de suas formas
pré-capitalistas, o germinar do
conhecimento moderno, a saber,
o cartesianismo, o humanismo,
o iluminismo entre outras fontes
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02
científicas e filosóficas, dotaram o homem de força e sabedoria. Até então,
ele era um frágil, errante e pecador que deveria se sujeitar ao conhecimento
dado pelo teísmo, mas na modernidade é ele, homem, que assume o posto
da divindade.
Deus é destronado – o homem científico matou Deus, constatou
Nietzsche –, o plano divino não é negado, mas a vida terrena é separada
da vida eterna; na terra reina o homem, no céu reina Deus. O homem
econômico-liberal com seu “super-poder” – a Razão – irá buscar criar um
mundo ideal, mais ou menos previsível, determinado, organizado, lógico,
racional e, principalmente, ordenado – condições essenciais para que se
possa atingir a felicidade, também inventada pelo homem moderno.
A sociedade moderna deveria estar sob o controle absoluto do Estado,
os instintos e a vida cotidiana deveriam ser domados pelos mecanismos
estatais de modo a controlar homens e mulheres para a boa ordem da
civilização. Estradas planas e bem iluminadas eram necessárias para que
o capital pudesse desfilar livremente rumo ao “progresso”, este, o novo
dogma da era moderna.
A moral, a ética e a ciência ditavam uma ordem determinista e
universal, o discurso que não se enquadrava no método lógico-formal
não poderia ter lugar no palco científico. A era moderna foi marcada,
sobretudo, pela crença na razão e no progresso – em outros termos,
pela inversão do polo transcendental para o terreno.
Mas o século XX iria colocar em xeque o mundo do progresso e
da razão. A ordem e a inteligibilidade pareciam se tornar anêmicas
diante de grandes colapsos gerados pelas guerras, revoluções, estragos
ambientais, atrocidades e mortes em massa e outros conflitos marcados
pelo horror.
Ora, pois, a Razão começava a perder a razão, a ordem mostrava
o caos, e o progresso… bem, o progresso que prometia uma viagem
tranquila à estação felicidade parecia ser a trilha para o fim do mundo.
O homem passou a questionar-se sobre aquelas virtudes quase divinas
que ele tinha atribuído a si mesmo. A euforia no progresso dá lugar à
incerteza no futuro – eis aqui um dos componentes essenciais das “almas
pós-modernas”.
Nesse contexto de profundas crises humanas, mudanças irão surgir
nas múltiplas faces sociais e culturais. Podemos dizer que nas últimas
décadas do século XX entra em cena uma sensação de incertezas e
dúvidas: o pós-modernismo.
Há uma ruptura com o mundo ordenado da modernidade. Mudanças
ocorrem em vários campos, as “certezas” se diluem em incertezas e a
liberdade, tão cultuada, trata de dar os contornos das novas configurações
econômicas, sociais, culturais, políticas, artísticas, científicas e cotidianas
– e ninguém sabe dizer para onde estamos indo; a modernidade
respondia com autoridade que estávamos caminhando para o progresso,
mas a pós-modernidade não está interessada em responder questões
existenciais. Nascer com um prazo de expiração é uma virtude desse
mundo pós-moderno.
O pós-modernismo busca a todo instante a intensificação das
sensações e dos prazeres da felicidade, mas jamais quer conhecer a
face daquilo que procura, daí ser marcado pelo sentimento de vazio.
Nas relações humanas as identidades são marcadas pelas
incertezas. Os vínculos são ditados por um jogo em que o jogador deve
conquistar o maior número possível de admiradores, mas com o devido
cuidado para manter uma distância que não permita criar laços sólidos
(quantos amigos você tem no Facebook? Eu falei amigos!). A instituição
do casamento é um negócio mais com caráter de festividade do que o
antigo pacto de homens e mulheres que adquiriam o alvará, perante
Deus, para terem relações sexuais selados com a aprovação divina; o
ar pesado do “até que a morte nos separe” é substituído pela leveza de
um contrato que deve deixar muito bem claro as fronteiras que dirão os
rumos de cada um quando o amor perder o prazo de validade.
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Difícil enquadrar o momento atual em um conceito, nenhum caminho
está traçado para a humanidade, o discurso do progresso como uma linha
reta rumo à felicidade desmanchou-se no ar. O pós-modernismo está
marcado por uma atmosfera do vazio, do tédio e do completo niilismo
(corrente filosófica que, em princípio, concebe a existência humana como
desprovida de qualquer sentido); o niilista passivo, tal como previsto por
Nietzsche. Nietzsche disse também que o niilismo poderia se “quebrar”,
e a completa “vontade de nada” poderia não mais suportar a si própria,
e novos sentidos poderiam ser inventados, mas por enquanto o incerto
caminho da humanidade está em aberto, certo é que está bem mais para
a destruição do que para a criação.
O conceito de pós-modernidade tornou-se, nos últimos anos, um
dos mais discutidos nas questões relativas à arte, à literatura ou à teoria
social, mas a noção de pós-modernidade reúne rede de conceitos e
modelos de pensamento em “pós”, dentre os quais podemos elencar
alguns: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo,
pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierárquico, pós-liberalismo,
pós-imperialismo, pós-urbano, pós-capitalismo. A pós-modernidade
coloca-se também em relação com o feminismo, a ecologia, o
ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, a
administração. O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é
incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”. Mal-estar
ou renovação das ciências, das artes, da filosofia estão em uso.
As características da pós-modernidade podem ser resumidas
em alguns pontos: propensão a se deixar dominar pela imaginação
das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados
(econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como
expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos
distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências dos ideais
emancipadores como aqueles propostos pela Revolução Francesa:
liberdade, igualdade e fraternidade.
A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos, conduzindo,
em um único e mesmo movimento, a uma lógica cultural que valoriza
o relativismo e a (in)diferença, a um conjunto de processos intelectuais
flutuantes e indeterminados, a uma configuração de traços sociais que
significaria a erupção de um movimento de descontinuidade da condição
moderna: mudanças dos sistemas produtivos e crise do trabalho, eclipse
da historicidade, crise do individualismo e onipresença da cultura
narcisista de massa.
Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio do
instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está
cada vez menor através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um
mundo virtual, imagem, som e texto em uma velocidade instantânea.
Eis as verdadeiras testemunhas da pós-modernidade: o blu-ray, o
DVD, o CD, o MP3, a clonagem, o implante de órgão, próteses e órgãos
artificiais que engendram uma geração de seres em estados artificiais
que colocam em xeque a originalidade ou naturalidade do humano. As
invenções tecnológicas decodificadas como o computador, o relógio
digital, o telefone celular, as secretárias eletrônicas, o vídeo, os satélites,
as Nets redes (sistema http// e www), os códigos de barras, “os cartões
magnéticos multicoloridos que alimentam sonhos da era digital”.
Os shoppings, os condomínios e novos prédios são cápsulas
autônomas de vivência. Tudo é performance: os motoristas
transformam-se em pilotos; a voz dos locutores das rádios FM é igual
em todas as estações. Vale o extraforte, o superdoce, o minúsculo, o
gigantesco. Vale o novo; um novo produto mais eficaz, um novo alimento
mais saudável; uma nova TV mais interativa. Vale o extra, o super, o
superextra, o macro.
Fantasmas e desvios nos rodeiam: no corpo – a doença (AIDS); na
mente – a loucura; na natureza – a catástrofe; na economia – a queda das
bolsas; na paixão – a morte; no orgasmo – o desprazer; no computador
– o vírus.
As informações e a preocupação com a saúde da natureza são
colocadas em xeque ou em cheque; no Brasil já existe uma nova indústria
parecida com a da seca. É a “Indústria do meio ambiente”, recursos
destinados à proteção das florestas, dos rios e dos animais são desviados
pelo Poder público, pelas ONG’s e organismos privados.
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As senhas, para entendimento da pós-modernidade, são: a
saturação, a sedução, o simulacro, o soft, o light, a globalização, a
automação, a fragmentação, o chip. Os modelos são Justin Bieber e
Beyoncé, que qualquer dia destes farão um grande show para ajudar
crianças famintas da África; que gravarão um disco, com numerosos
colegas, para ajudar os “americanos a salvarem” refugiados de
algum país latino-americano. Como assinala Otávio Ianni: “Ao lado da
montagem, colagem, bricolagem, simulação e virtualidade”, muitas vezes
combinando tudo isso, a mídia parece priorizar o espetáculo videoclipe.
Tanto é assim que guerras (como as do Oriente Médio) e genocídios
parecem festivais pop, departamentos do shopping center global, cenas
da Disneylândia mundial. Os mais graves e dramáticos acontecimentos
da vida de indivíduos e coletividades aparecem, em geral, como um
videoclipe eletrônico informático, desterritorializado entretenimento em
todo o mundo.
Estamos vivendo um momento de fenômenos insólitos. Tudo se
passa como se o futuro tivesse se tornado um lugar vazio. O procedimento
pós-moderno é antes uma paixão do “tecer das alteridades” enquanto
estamos diante da TV, bebendo um refrigerante Coca-cola, mastigando
um McDonald´s feliz ou experimentando um biscoito Nestlé, sem
(des)entendimentos da Nova Ordem Mundial, nova sociedade ou
sociedade de consumo.
Caracterizar o pós-modernismo não significa negar a época atual
em detrimento do modernismo, não é querer uma volta ao passado.
Pós-modernismo e modernismo não são gladiadores a se digladiarem
para ver quem é o vencedor e quem é o perdedor; são momentos,
paisagens da humanidade que buscam, pretensiosamente, descrever
os caminhos por onde tem andado a humanidade. Não nos cabe o
julgamento, olhar para o passado e acusar o presente ou negar o
passado enaltecendo o presente.
Estamos, como nos diz o escritor português José Saramago, através
de um dos personagens de Ensaio sobre a cegueira: “(…) Cegos, cegos
que veem, cegos que, vendo, não veem.”
“O que estamos fazendo de nossas vidas?” – perguntou Foucault.
O pós-modernismo ainda vai adiar qualquer tentativa de resposta, não se
sabe até quando. No momento os deuses pós-modernos – o Capital e o
Consumo –, só aceitam oferendas marcadas pelo efêmero, pelo incerto,
pela dúvida, pela liberdade e pelo eterno adiamento.
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Linguagens,
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Suas Tecnologias
FONTES BIBLIOGRÁFICAS E LEITURAS RECOMENDADAS
BAUMAN, Z. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2005.
 ⋅ Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2001.
 ⋅ Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
 ⋅ O mal-estar na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1998.
 ⋅ Modernidade e Ambivalência. RJ. Jorge Zahar Editor. 1999.
FERREIRA, J. F. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense.
FRITJOF, Capra. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 2000.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2000.
LIPOVETSKY, G. A era do vazio: ensaios sobre o individualismo
contemporâneo. Barueri: Manole, 2005.
MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
SANTOS, Milton. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1979.
 ⋅ A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e
emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
WIENER, Nobert. Cibernética e sociedade – o uso humano dos seres
vivos. São Paulo: Cultrix, 1968.
Exercícios
1. “Diz-se que a modernidade corresponde à sociedade industrial
(aquela em que o poder econômico e político pertence às
grandes indústrias e em que se explora o trabalho produtivo),
enquanto a pós-modernidade corresponde à sociedade
pós-industrial (aquela em que o poder econômico e político
pertence ao capital financeiro e ao setor de serviço das redes
de informação e automação)”.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005, p. 54.
Com base nessa afirmação, que contextualiza a passagem da
modernidade à pós-modernidade, assinale o que for correto.
I. É notório, na pós-modernidade, o contexto filosófico de
crítica ao racionalismo e abertura a novos campos de
experiência válidos, como as vivências corporais, artísticas
e linguísticas;
II. Ao contrário da modernidade, a pós-modernidade
fundamentou o conhecimento através da subjetividade e
suas leis racionais, tanto no domínio teórico (produção do
conhecimento) quanto no domínio prático (mandamentos
da ação);
III. A sociedade pós-moderna, ao criticar o etnocentrismo das
culturas europeias, deixa de lado o debate epistemológico
em nome das teses para a filosofia da história, bem como
reconhece o sentido descontínuo da história e a crise dos
ideais revolucionários utópicos de emancipação humana;
IV. A filosofia moderna, ao estabelecer um consenso na
questão da fundamentação do conhecimento, não reproduz
o debate, incessante na pós-modernidade, em torno da
natureza humana;
V. A sociedade pós-moderna procura estabelecer princípios
a partir dos quais a ciência e a Filosofia podem, através do
bom-senso, adquirir resultados universais e andar de mãos
dadas, como acontece no positivismo de Auguste Comte.
As afirmativas corretas são apenas:
A) I, II e III
B) I e II
C) I e III
D) III, IV e V
E) IV e V
2. Os movimentos teóricos em estética, na pós-modernidade,
sofrem transformações, destacando-se, nos modos de produção
da obra de arte, a reprodutibilidade técnica e a indústria cultural.
Com base nessa afirmação, assinale o que for correto.
I. A partir da sociedade industrial ou pós-industrial, os
objetos de consumo, produzidos em série, são anônimos,
descartáveis e efêmeros, características que encontramos
na indústria cultural;
II. Com o advento da tecnologia, a fotografia e o cinema
são possibilidades de manifestação estética acessíveis
a um número maior de espectadores, colaborando para a
formação de uma sociedade unidimensional;
III. A sala de concerto e o museu exprimem as formas
tradicionais da obra de arte, contrapostas ao CD, DVD, MP3,
que são tecnologias portáteis, mas também modificadoras
da experiência estética;
IV. Com o advento da Internet, o livro perdeu totalmente
seu lugar, permanecendo restrito aos intelectuais e
frequentadores dos museus-biblioteca;
V. No mundo contemporâneo, a modificação do espaço
urbano, com o fechamento das antigas salas de cinema do
centro das cidades e a construção dos shopping centers,
acarreta uma mudança na percepção estética.
As afirmativas corretas são apenas:
A) I, II e V
B) II, III e IV
C) I, II e III
D) II, III, IV e V
E) I, II, III e V
3. “(...) há certos momentos na história da humanidade em que
alterações significativas provocam o que chamamos ruptura de
paradigma. Ou seja, os parâmetros que orientam a compreensão
do mundo e de nós mesmos deixam de valer em decorrência do
imbricamento de inúmeros fatores. E, enquanto não se elabora
uma nova ‘visão de mundo’, vive-se um período confuso de
indefinição e de perplexidade, decorrente da crise dos valores
até então aceitos.”
ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires.
Temas de Filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1998, p. 46.
Com base nessa afirmação, assinale o que for correto.
I. A modernidade, como o conjunto de ideias e de valores
que norteou o pensamento e a ação humanos desde o
final do século XVIII, é essencialmente caracterizada pelo
racionalismo, isto é, uma firme crença no poder da razão
para conhecer e transformar a realidade;
II. A derrota fragorosa da razão moderna resultou em um
colapso intelectual que deixou sem paradigmas as ciências,
a filosofia e as artes. Por isso, as religiões em franca
expansão na atualidade encontram, no pós-modernismo,
uma fonte de inspiração duradoura;
III. Chama-se pós-moderno o modo de pensar que se delineia
a partir da segunda metade do século XX, caracterizado
pelo afastamento e crítica às ideias da modernidade,
denunciando como presunçosas e ilegítimas muitas das
pretensões da razão no conhecimento e na prática;
IV. O Iluminismo, movimento intelectual ocorrido no século
XVIII, manifesta, de maneira especial, os ideais da
modernidade, fomentando as aspirações de liberdade e
progresso harmonizados pela razão “iluminada”;
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V. Os avanços tecnológicos influenciam decisivamente a
visão de mundo no tempo pós-moderno. A automação,
a microeletrônica, a informática alteraram o mundo do
trabalho e as relações intersubjetivas. O mercado requer
profissionais versáteis; a sociedade, indivíduos informados,
críticos e solidários.
As afirmativas corretas são apenas:
A) I, II e III
B) II, III e IV
C) I, III, IV e V
D) III e IV
E) II, IV e V
4. [...] o pós-modernismo ameaça encarnar hoje estilos de vida e de
filosofia nos quais viceja uma ideia tida como arqui-sinistra: o
niilismo, o nada, o vazio, a ausência de valores e de sentido para
a vida. Mortos Deus e os grandes ideais do passado, o homem
moderno valorizou a Arte, a História, o desenvolvimento, a
Consciência Social para se salvar. Dando adeus a essas ilusões,
o homem pós-moderno já sabe que não existe Céu nem sentido
para a História, e assim se entrega ao presente e ao prazer, ao
consumo e ao individualismo. [...].
Sobre a pós-modernidade, é correto afirmar:
A) Pós-modernidade se refere às condições socioeconômicas
e culturais do capitalismo pós-industrial, que acentuam o
individualismo, o consumismo e promovem a compressão do
espaço e do tempo.
B) Enquanto movimento estético, o termo denota um compromisso
de resgate do pensamento iluminista e de princípios funcionais
rígidos sobre o uso do tempo.
C) Pós-modernidade se refere à era da produção fordista, que
aumentou a velocidade da produção das mercadorias, graças
à implantação da linha de montagem, produção em série e do
consumo de massa.
D) A pós-modernidade chega ao Brasil no esteio da política de
industrialização baseada na substituição de importações,
redirecionando a concepção tradicional do sistema produtivo e
do uso do tempo.
E) O movimento que dá início à pós-modernidade se apoia na
defesa dos princípios tayloristas de produção, baseados no
planejamento e divisão flexível do trabalho.
FB no Enem – Nº 01 – Professor: Nilton Sousa
1
2
3
4
5
B
A
B
A
B
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo.
Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre o
pós-modernismo, pode-se afirmar:
I. A concepção da supremacia divina no destino do homem,
originária da Idade Média, predominou entre os pensadores
modernos e permanece entre os pós-modernos;
II. As raízes da filosofia pós-moderna têm suas origens na
filosofia oriental, transplantada para a Europa, no período
entre-guerras;
III. A chamada pós-modernidade ou período técnico-científico-informacional caracteriza o espaço geográfico como meio
de difusão generalizada, do global para o local;
IV. Os valores a que se refere o texto abrangem concepções de
caráter ético, moral, cultural e estético, dentre outros, que
fundamentam as relações entre os homens, nas sociedades
industriais;
V. O pós-modernismo, associado ao consumo e ao
individualismo, reforça os conteúdos e os princípios do
mundo capitalista contemporâneo.
Anotações
As afirmativas corretas são apenas:
A) I, II e III
B) I e II
C) III e IV
D) III, IV e V
E) IV e V
5. “O filme Blade Runner é uma parábola de ficção científica em
que temas pós-modernos situados num contexto de acumulação
flexível (...) são explorados com todo o poder de imaginação que
o cinema pode mobilizar. O conflito ocorre entre pessoas que
vivem em escalas de tempo distintas e que, como resultado,
veem e vivem o mundo de maneira bem diferente.”
HARVEY, David. A Condição Pós-Moderna. São Paulo: Loyola, 1999.
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FB NO ENEM
OSG.: 67977/13 - 21/01/2013
Dig.: Vicentina / Rev.: Tony
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6797713 - FB no Enem - Nº 02 - Filosofia_Sociologia